górgias de leontinos (2009) elogio de helena

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Filosofia clássica.

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    APRESENTAO ETRADUO DO ELOGIO DE

    HELENA DE GRGIAS DE LEONTINOS1

    ALDO DINUCCI*

    RESUMOApresento neste trabalho minha traduo a partir do grego clssicodo Elogio de Helena de Grgias de Leontinos. Nessa obra, o sofistaGrgias busca inocentar a personagem Helena de Tria da acusaode traio, com o auxilio de sua clebre doutrina de carter trgicosobre o enorme poder do discurso potico sobre a alma humana.PALAVRAS-CHAVE: sofstica, Grgias, Filosofia Clssica, trgico.

    ABSTRACTIn this paper, I present my translation from the classical greek of TheEncomium of Helen by Gorgias of Leontini. In this work, the sophistGorgias attempts to liberate Helen from the charge of treason. Gorgiasaccomplishes this with the help of his influential tragic doctrine onthe enormous power poetic discourse has on the human soul.KEYWORDS: Sophistry, Gorgias, Classical Philosophy, tragic.

    I - BREVE APRESENTAO DA TRADUO DOELOGIO DE HELENA DE GRGIAS DE LEONTINOS

    Das obras de Grgias de Leontinos, muitas, como o DiscursoPtico, o Discurso aos Helenos e um dicionrio temtico se perderam.Outras, como o Elogio de Aquiles e a Arte Oratria, no se sabe se

    1 Recebido para publicao em 01 abril de 2009 e aprovado em junho de 2009* Doutorado em Filosofia Clssica pela PUC-RJ. Professor Adjunto do Departamento

    de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe. Coordenador do Viva Vox, Grupode Pesquisa em Filosofia Clssica e Helenstica, empreendendo pesquisas em trscampos especficos: ticas Socrticas, Retrica Gorgiana e Lgica e Ontologiaem Aristteles. E-mail: [email protected].

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    realmente existiram. Do Epitfio e do Discurso Olmpico nos chegaramapenas fragmentos. Do Tratado do No-Ser temos duas parfrases.Apenas o Elogio de Helena (Helenes Enkomion) e a Apologia dePalamedes (Huper Palamedous Apologia) nos chegaramintegralmente.

    O texto que ora apresento em minha traduo a partir do gregoclssico do Elogio de Helena crucial para a compreenso dasreflexes ticas do primeiro movimento sofstico e do pensamento deGrgias. No Elogio de Helena, Grgias, buscando isentar a mticapersonagem Helena de Tria da acusao de ter abandonado o marido,apresenta sua clebre doutrina acerca do poder do discurso poticosobre a alma humana, mostrando que as palavras tm o poder deamedrontar, apaixonar, enganar e conduzir os seres humanos. Aspalavras possuem, para Grgias, o poder de retirar dos homens aautonomia, pois os homens vivem em meio s trevas da ignorncia,nada tendo ao seu dispor, na maioria dos casos, seno vs opiniesfundadas no ouvir dizer. O discurso mtico-potico, ento, vemarrebatar aqueles que tm como guia to frgeis diretrizes, implantandoneles outras opinies, que diferem daquelas por seu carter musical epotico, arrastando-os tragicamente para outras direes. Como umrebanho, inconsciente de seu destino, conduzido por um pastor, assima humanidade, ignorando para onde levada, conduzida pelos quepossuem o dom da palavra mtica e potica.

    Assim, o reconhecimento do poder do mito e a conseqenteafirmao do carter trgico da existncia humana evidenciam emGrgias uma convergncia entre o esprito pindrico e o trgico:

    A poesia pindrica torna o mito difano,deixando transparecer nele todos os elementosque o constituem [...] Mas esses elementos [...]no colocam ainda de maneira explcita osdramticos problemas do pensamento. Essatarefa cabe tragdia tica. (Untersteiner:1993, p.160)

    Considerando os conflitos irredutveis da existncia humanaexpressos pela tragdia, e tomando elementos dela, sobretudo aconstatao do abismo que h entre a ordem humana e a ordem danatureza, Grgias atualiza o mito de Helena, buscando mostrar quesua atitude em relao a Menelau e a Alexandre foi tragicamente

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    determinada por fatores que esto totalmente fora de seu controle,eximindo-a de qualquer culpabilidade.

    O texto, em virtude das muitas figuras de linguagem utilizadas(as chamadas figuras gorgianas), bem como em virtude de seu carterpotico, espelhando a concepo retrica de Grgias, segundo a qualo discurso mais poderoso o da poesia, de difcil traduo. Buscamosresgatar a elegncia potica do texto original sem que, no entanto, seucarter filosfico se perdesse.

    II - O ELOGIO DE HELENA DE GRGIAS

    (1) A boa ordem2 da cidade [] a coragem [dos seus cidados],a do corpo, a beleza, a da alma, a sabedoria, a da ao, a excelncia,e a do discurso, a verdade. O contrrio dessas coisas [] a desordem3.Em relao, pois, a um homem e a uma mulher, a um discurso e a umaao, a uma cidade e a um negcio de Estado, necessrio tanto honrarpelo elogio pblico o que merece o elogio pblico quanto infligirrepreenso ao que indigno. Igualmente, pois, erro e ignornciatanto reprovar as coisas louvveis quanto louvar as coisas criticveis.

    (2) Cabe ao mesmo homem dizer tambm o que convm, comjustia, e convencer do erro os que criticam Helena, mulher em relao qual tornou-se unssona e unnime tanto a crena que ouvem ospoetas, quanto a fama de seu nome, que se tornou memria deinfortnios. Eu anseio, oferecendo com o discurso uma explicao erevelando a verdade, suprimir a responsabilidade dela, que temerradamente uma m reputao, e suprimir a ignorncia, denunciandoos que, enganados, a criticam.

    (3) De fato, nem ignorado nem sabido por poucos que amulher, sobre a qual trata esse discurso, [ocupa], por natureza egenealogia, o ponto mais elevado entre os mais elevados homens emulheres. Pois do ventre de Leda foi gerada, de pai divino de fato,mas dito de mortal, Tndaro e Zeus, dos quais este ltimo, por ser opai, fez boa figura, e o primeiro, por crer [ser o pai], foi tratado comdesprezo; um era o mais forte dos homens, o outro, senhor absolutode todas as coisas.

    2 Ordem traduz aqui kosmos.3 Akosmia

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    (4) Gerada em tais circunstncias, era divina sua beleza, e oque ela recebeu tambm no passou desapercebido: inflamou a muitoscom muitos desejos passionais, com seu corpo reuniu muitos corposde homens que aspiravam grandemente a grandes coisas, os quais unspossuam a grandeza da riqueza, outros, a glria de nobre e antigaestirpe, outros ainda, a boa constituio da prpria fora, outros, porfim, o poder da sabedoria adquirida. E todos chegavam sob a influnciado invencvel Eros, amante das honras da vitria.

    (5) Com efeito, no direi quem, porque e como satisfez o desejoe tomou Helena: pois se obtm a confiana [dos ouvintes] ao falar-sede coisas de aspectos conhecidos, mas isso no leva ao prazer.Ultrapassarei, pelo discurso, o tempo de ento, omitindo o princpiodo discurso a que se deve chegar, e irei expor as razes graas squais foi justo ter ocorrido a ida de Helena para Tria.

    (6) Pois ela fez o que fez ou pelos anseios da fortuna e pelasresolues dos deuses e pelos decretos da necessidade ou agarrada fora ou seduzida pelas palavras ou capturada pela paixo. Se, pois,foi graas primeira [razo], o responsvel merece ser acusado: pois impossvel opr-se, pela diligncia humana, ao desejo divino. Pois por natureza no o mais forte ser detido pelo mais fraco, mas o maisfraco pelo mais forte ser comandado e conduzido, e, por um lado, omais forte comanda, por outro, o mais fraco obedece. O divino maisforte que o homem, tanto pela fora e pela sabedoria, quanto pelasdemais coisas. Pois, se necessrio atribuir a responsabilidade Fortuna e ao divino, nesse caso necessrio libertar Helena daignomnia.

    (7) Se foi arrebatada fora, ilegalmente submetida einjustamente tratada com insolncia, evidente que agiu ilegalmentequem tanto a arrebatou quanto a tratou com insolncia, [enquanto]ela, sendo tanto raptada como ultrajada, teve m fortuna. Pois obrbaro, que lanou mos ao brbaro empreendimento, quem merece[a pena], tanto pelo discurso e pela lei, quanto pela ao. Pelo discurso,encontrar-se- [condenado] pela responsabilidade, pela lei, perdade direitos; pela ao, ao pagamento de uma multa. Sendo submetida fora, privada da ptria e afastada dos amigos, como no, com razo,ela antes inspiraria piedade que difamao? Pois ele fez coisas terrveis,ela sofreu a ao: justo ter piedade dela e a ele odiar.

    (8) Se o discurso a persuadiu e sua alma enganou, no difcil,quanto a isso, defend-la e, assim, liber-la da responsabilidade. Odiscurso um grande e soberano senhor, o qual, com um corpo

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    pequenssimo e invisibilssimo, divinssimas aes opera. possvel,pois, pelas palavras, tanto o medo acalmar e a dor afastar quanto aalegria engendrar e a compaixo intensificar. Que assim so essascoisas, mostrarei.

    (9) necessrio tambm demonstrar, pela opinio, aosouvintes: considero e designo toda poesia como discurso metrificado.Um estremecimento de medo repleto de espanto, uma compaixo queprovoca lgrimas abundantes, um sentimento de nostalgia entra noesprito dos que a ouvem. A alma afetada (uma afeco que lhe prpria), atravs das palavras, pelos sucessos e insucessos queconcernem a outras coisas e outros seres animados. Mas passemos deum a outro discurso.

    (10) Pois os mgicos e sedutores cantos, atravs das palavras,inspirados pelos Deuses, produzem prazer afastando a dor. Pois opoder do mgico canto, que nasce com a opinio da alma, encanta-a,persuade-a e modifica-a por fascinao. Duas artes so descobertas:a fascinao e a magia, que so as instabilidades do esprito e osenganos da opinio.

    (11) Quantos persuadiram e persuadem outros tantos apropsito de outras tantas coisas forjando um falso discurso! Se, pois,todos, sobre todas as coisas, tivessem tanto a memria das coisaspassadas quanto a noo das coisas presentes e a prescincia das coisasfuturas, o discurso no seria o mesmo para os que agora no podemfacilmente nem lembrar o passado nem examinar o presente nempredizer o futuro. De modo que os muitos, sobre muitas coisas, buscamcom a alma a opinio conselheira. A opinio, sendo incerta einconstante, lana a incertos e inconstantes sucessos os que a ela seconfiam.

    (12) Pois que motivo impede ter tambm Helena idosemelhantemente sob a influncia das palavras, no agindo de modoespontneo, do mesmo modo que se fosse abraada por poderosssimafora? Na verdade, o modo de ser da Persuaso4 de maneira algumase parece necessidade, mas tem o mesmo poder. Pois o discursopersuasivo persuade5 a alma, constrangendo-a tanto a crer nas coisas

    4 Grgias se refere aqui a Peitho, a deusa da persuaso.5 Esta repetio proposital no texto gorgiano: logos gar psychen ho peisas hen

    epeisen.

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    ditas quanto a concordar com as coisas feitas. De fato, aquele que apersuadiu e a constrangeu injusto, aquela que foi persuadida econstrangida tem uma reputao desonrosa em vo.

    (13) [Quanto ao fato de] que a Persuaso, enquanto propriedadedo discurso, modela tambm a alma como quiser, necessrio primeiroobservar os discursos dos meteorologistas, os quais, descartando umaopinio por preferncia a outra opinio por eles engendrada, fazemsurgir coisas inacreditveis e invisveis aos olhos, atravs da opinio.Em segundo lugar, as necessrias assemblias, nas quais um nicodiscurso, composto por arte, mas no dizendo verdades, encanta epersuade numerosa multido; em terceiro lugar, os combates dosdiscursos dos filsofos, nos quais a rapidez do pensamento se mostramodificando facilmente a crena da opinio.

    (14) A mesma relao tem tambm a potncia do discurso paracom a boa ordem da alma e a potncia dos medicamentos com relaoao estado natural dos corpos, pois, do mesmo modo que certosmedicamentos expulsam do corpo certos humores, e uns suprimem adoena, outros, a vida, do mesmo modo tambm, entre as palavras,umas afligem, outras encantam, outras amedrontam, outrasestabelecem confiana nos ouvintes, outras, atravs de srdidapersuaso, envenenam e enganam a alma.

    (15) E que se diga: se foi convencida pelo discurso, nocometeu uma injustia, mas foi desafortunada. Passo a expor, peloquarto argumento, a quarta razo. Pois, se foi ros quem realizoutodas essas coisas, no dificilmente ser subtrada a responsabilidadesurgida do erro que se diz ter-se produzido. Pois as coisas que vemostm a qualidade que cabe a cada uma e no a que queremos. Atravsda viso, a alma atingida tambm em seus modos de pensar e agir.

    (16) De fato, por exemplo, quando a vista contempla a formaoe os corpos dos inimigos, diante do armamento de bronze e de ferro,tanto das armas de defesa quanto das armaduras, a viso agitada eagita a alma, de modo que, freqentemente, tomados de terror, [muitos]fogem do perigo iminente como se esse fosse presente. Pois a maneirade ser habitual, fortalecida pela lei, banida graas viso, a qual,chegando [ alma], faz negligenciar tanto o que decidido pela leiquanto o bem que advm pela vitria.

    (17) A partir disso, alguns que vem coisas terrveis perdem,neste preciso momento, a presena de esprito: de modo que o medoextingue e expulsa a reflexo. Muitos recaem em inteis sofrimentos,em terrveis doenas e em loucuras difceis de curar, de tal modo a

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    viso grava [na alma] as imagens das coisas vistas. E muitas coisasapavorantes so omitidas [desse discurso], mas as coisas omitidastm o mesmo valor que as coisas ditas.

    (18) Por um lado, quando os pintores produzem perfeioum corpo e uma figura a partir de numerosos corpos e cores, encantama viso. Por outro lado, a criao de esttuas de homens e a produode imagens dos deuses oferecem uma doce contemplao aos olhos.De modo que, por natureza, umas coisas inquietam, outras apaixonama viso. Numerosos corpos (entre numerosos corpos e coisas) fazemnascer desejos sensuais e paixo em numerosos homens.

    (19) Se, com efeito, o olhar de Helena foi atingido pelo desejodo corpo de Alexandre e transmitiu o combate de ros alma, que hde extraordinrio? Se ele, sendo um deus, tem o poder divino dosDeuses, como seria possvel o mais fraco afast-lo de si? Se for umadoena humana e um erro cometido por um falso saber da alma, nodeve como erro ser criticado, mas como infortnio: foi, pois, comofoi pelas ciladas da Fortuna, no pelos anseios do pensamento; e pelosconstrangimentos de ros, no pelos ardis da arte.

    (20) De fato, como necessrio crer justa a repreenso deHelena, a qual fez as coisas que fez seja apaixonada, seja persuadidapelo discurso e pela fora tomada, seja constrangida sob a influnciada divina Necessidade? Subtrai-se [dela] completamente aresponsabilidade.

    (21) Afastei pelo discurso a ignomnia da mulher, e permanecifiel regra que estabeleci no princpio do discurso: tentei, compalavras, destruir a injustia da ignomnia e a ignorncia da opinio;desejei apresentar por escrito o discurso de Helena como um elogioe, no que me concerne, como um jogo.

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