goiás no período colonial ( slide)

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  • 1. Gois no perodoGois no perodoColonialColonialGois noperodoColonial

2. BandeirasBandeirasDescobridoras eDescobridoras ePovoamento dePovoamento deGoisGois 3. As primeiras BandeirasJ no primeiro sculo da colonizao do Brasil, diversas expedies,J no primeiro sculo da colonizao do Brasil, diversas expedies,percorreram parte do territrio do atual Estado de Gois. Estas expedies,percorreram parte do territrio do atual Estado de Gois. Estas expedies,organizadas principalmente na Bahia, centro ento da colonizao,eramorganizadas principalmente na Bahia, centro ento da colonizao,eramumas de carter oficial destinadas a explorar o interior e buscar riquezasumas de carter oficial destinadas a explorar o interior e buscar riquezasminerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para aminerais, e outras empresas comerciais de particulares organizadas para acaptura de ndios. So Paulo saiam as bandeiras que buscando ndios, cadacaptura de ndios. So Paulo saiam as bandeiras que buscando ndios, cadavez mais escassos, chegavam com freqncia at ao extremo norte devez mais escassos, chegavam com freqncia at ao extremo norte deGois, regio do Estreito.Gois, regio do Estreito. 4. A primeira bandeira, que partindo de So Paulo, possivelmente chegouA primeira bandeira, que partindo de So Paulo, possivelmente chegouat os sertes de Gois no leste do Tocantins, foi a de Antnio Macedo eat os sertes de Gois no leste do Tocantins, foi a de Antnio Macedo eDomingos Lus Grau (1590-1593). Depois seguiram-se a de DomingosDomingos Lus Grau (1590-1593). Depois seguiram-se a de DomingosRodrigues (1596-1600), que desceu at a confluncia do Tocantins com oRodrigues (1596-1600), que desceu at a confluncia do Tocantins com oAraguaia; a de Afonso Sardinha (1598-) a de Belchior Carneiro (1607-Araguaia; a de Afonso Sardinha (1598-) a de Belchior Carneiro (1607-1609), que passou ainda mais para o norte; a de Martins Rodrigues1609), que passou ainda mais para o norte; a de Martins Rodrigues(1608-1613); a de Andr Fernandes (1613- 1615); a de Pedroso de(1608-1613); a de Andr Fernandes (1613- 1615); a de Pedroso deAlvarenga (1615-1618); a de Francisco Lopes Buenavides (1665-1666); aAlvarenga (1615-1618); a de Francisco Lopes Buenavides (1665-1666); ade Lus Castanho de Almeida e a expedio familiar de Antnio Paesde Lus Castanho de Almeida e a expedio familiar de Antnio Paes(1671); a de Sebastio Paes de Barros (1673).(1671); a de Sebastio Paes de Barros (1673). 5. Descobrimento de GoisDescobrimento de GoisO descobridor de Gois foi Anhangera. Isto no significaO descobridor de Gois foi Anhangera. Isto no significaque ele fosse o primeiro a chegar a Gois, mas sim que ele foique ele fosse o primeiro a chegar a Gois, mas sim que ele foio primeiro em vir a Gois com inteno de se fixar aqui, (1690o primeiro em vir a Gois com inteno de se fixar aqui, (16901718).1718). Bartolomeu Bueno da Silva, pai, experiente sertanista,Bartolomeu Bueno da Silva, pai, experiente sertanista,era cego de um olho. Talvez deste defeito fsico venha oera cego de um olho. Talvez deste defeito fsico venha oapelido Anhanguera, de origem e significado discutidos.apelido Anhanguera, de origem e significado discutidos.Quase todos os sertanistas eram apelidados pelos ndios.Quase todos os sertanistas eram apelidados pelos ndios.Quanto ao fato de haver ateado fogo num prato de aguardenteQuanto ao fato de haver ateado fogo num prato de aguardentepara amedrontar os ndios a fim de que lhes mostrassem aspara amedrontar os ndios a fim de que lhes mostrassem asminas, no se tratava de fato original. Era um ardil comumminas, no se tratava de fato original. Era um ardil comumprprio dos exploradores.prprio dos exploradores. 6. Povoamento de GoisPovoamento de GoisA primeira regio ocupada foi a regio do rio Vermelho. Fundou-se oA primeira regio ocupada foi a regio do rio Vermelho. Fundou-se oarraial de SantAna, que depois seria chamado Vila Boa, e mais tarde,arraial de SantAna, que depois seria chamado Vila Boa, e mais tarde,Cidade de Gois, sendo durante 200 anos a capital do territrio. OCidade de Gois, sendo durante 200 anos a capital do territrio. Opovoamento determinado pela minerao de ouro povoamento maispovoamento determinado pela minerao de ouro povoamento maisirregular e mais instvel, sem nenhuma ordem. Quando o ouro se esgota, osirregular e mais instvel, sem nenhuma ordem. Quando o ouro se esgota, osmineiros mudam-se para outro lugar e a povoao definha ou desaparece.mineiros mudam-se para outro lugar e a povoao definha ou desaparece.Trs zonas povoaram-se assim durante o sculo XVIII com uma relativaTrs zonas povoaram-se assim durante o sculo XVIII com uma relativadensidade; uma zona no centro-sul, na regio do Tocantins. E, por fim, odensidade; uma zona no centro-sul, na regio do Tocantins. E, por fim, overdadeiro norte da Capitania, ficava ainda sem nenhuma povoao; o sul everdadeiro norte da Capitania, ficava ainda sem nenhuma povoao; o sul eo sudoeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto Nacional at o Estreito.o sudoeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto Nacional at o Estreito.A ocupao humana destas zonas processar-se-ia com a extenso daA ocupao humana destas zonas processar-se-ia com a extenso dapecuria e da lavoura, durante os sculos XIX e XX.pecuria e da lavoura, durante os sculos XIX e XX. 7. Economia do OuroEconomia do Ouroem Goisem Gois 8. Gois dentro do sistema colonialGois dentro do sistema colonialEra o pacto colonial uma espcie de pacto implcito entre a metrpole eEra o pacto colonial uma espcie de pacto implcito entre a metrpole esuas colnias em que ambas as partes devam e recebiam numa troca desuas colnias em que ambas as partes devam e recebiam numa troca debenefcios que se supunha vantajosa para todos. A metrpole dava, embenefcios que se supunha vantajosa para todos. A metrpole dava, emprimeiro lugar, proteo; a ela correspondia o dever de manter a ordemprimeiro lugar, proteo; a ela correspondia o dever de manter a ordeminterna da colnia e defend-la contra os inimigos exteriores.A colnia, eminterna da colnia e defend-la contra os inimigos exteriores.A colnia, emtroca, devia integrar-se como uma parte subordinada no sistema poltico-troca, devia integrar-se como uma parte subordinada no sistema poltico-econmico da metrpole. A colnia se especializava em produzireconmico da metrpole. A colnia se especializava em produzirmatrias-primas e os exportava para a metrpole.matrias-primas e os exportava para a metrpole. 9. A minerao em GoisA minerao em GoisDois tipos de jazidas aurferas foram exploradas no Brasil:As jazidas sedimentaresdavam lugar ao que se chamavaminerao de cascalho o ouro de aluvio e 2) asformaes rochosas com veios aurferos na pedra. As jazidas sedimentares davam lugarao que se chamava minerao de cascalho. O trabalho do mineiro consiste emarrancar o cascalho e peneir-lo, para que o ouro, mais pesado que a areia, fiquedepositado no fundo. Para retirar o cascalho aurfero, s vezes recoberto por outrascamadas sedimentares, costumava-se cercar e secar uma parte do rio, ou desviar acorrente, ou, em formas mais elementares, retirar o cascalho do fundo da gua. Aminerao de morro, como era chamada a minerao na rocha primitiva, era muitomais cara, e tecnicamente mais difcil. Praticava-se de duas formas: ou por meio detneis e galerias minerao de mina ou cortando a montanha perpendicularmentetalho aberto. 10. O quinto em GoisO quinto em GoisDe duas formas foi cobrado o imposto do quinto em Gois a capacitao e oDe duas formas foi cobrado o imposto do quinto em Gois a capacitao e oquinto, propriamente dito. A capacitao foi uma forma de cobrar o quintoquinto, propriamente dito. A capacitao foi uma forma de cobrar o quintoinstituda precisamente por temor ao contrabando. As autoridades pensaram queinstituda precisamente por temor ao contrabando. As autoridades pensaram queera mais fcil ocultar o ouro que os escravos, e determinaram que em vez deera mais fcil ocultar o ouro que os escravos, e determinaram que em vez depagar-se pelo ouro extrado, se pagaria o imposto pelo nmero de escravos.pagar-se pelo ouro extrado, se pagaria o imposto pelo nmero de escravos.Este sistema de cobrana do quinto esteve em vigor 16 ano, de 1736-51; depoisEste sistema de cobrana do quinto esteve em vigor 16 ano, de 1736-51; depoisfoi abolido pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem ofoi abolido pois os mineiros reclamavam que era injusto que todos pagassem omesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento do escravo eramesmo: o dono de uma lavra muito rica, em que o rendimento do escravo eraalto, e o que trabalhava uma data pobre ou meio esgotada, que mal dava paraalto, e o que trabalhava uma data pobre ou meio esgotada, que mal dava parapagar o custo do escravo. Voltou-se, ento, ao pagamento direto do quinto. Opagar o custo do escravo. Voltou-se, ento, ao pagamento direto do quinto. Oouro em p retirado das minas, corria como moeda na Capitania. Tudo seouro em p retirado das minas, corria como moeda na Capitania. Tudo secomprava ou vendia no com moeda cunhada, mas com ouro em p pesado emcomprava ou vendia no com moeda cunhada, mas com ouro em p pesado empequenas balanas.pequenas balanas. 11. A produo do ouro em GoisA produo do ouro em GoisQuantos ouros produziram as minas de Gois? No possvel diz-loQuantos ouros produziram as minas de Gois? No possvel diz-locom certeza, pois no se conservam registros das lavras nem de suacom certeza, pois no se conservam registros das lavras nem de suaproduo. Tampouco so completos os registros do quinto; entre 1726 eproduo. Tampouco so completos os registros do quinto; entre 1726 e1751faltam bastante anos. Mas suprindo os anos que faltam pelos dados1751faltam bastante anos. Mas suprindo os anos que faltam pelos dadosconhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos cem anos que vo at aconhecidos, podemos afirmar que o quinto, nos cem anos que vo at aindependncia, subiu aproximadamente a 20.000 Kg. Sendo, portanto, aindependncia, subiu aproximadamente a 20.000 Kg. Sendo, portanto, aproduo declarada de 100.000 Kg. Mais grave era a decadncia daproduo declarada de 100.000 Kg. Mais grave era a decadncia daprodutividade, isto , da produo de ouro por homem dedicado produtividade, isto , da produo de ouro por homem dedicado minerao; a diminuio da produtividade iniciou-se j nos primeiros anos,minerao; a diminuio da produtividade iniciou-se j nos primeiros anos,mas comeou a tornar-se um problema grave depois de 1750; nos dezmas comeou a tornar-se um problema grave depois de 1750; nos dezprimeiros anos, um escravo podia produzir at perto de 400 gramas de ouroprimeiros anos, um escravo podia produzir at perto de 400 gramas de ouropor ano; nos 15 anos seguintes (1736-1750) j produzia menos de 300; apor ano; nos 15 anos seguintes (1736-1750) j produzia menos de 300; apartir de 1750 no chegava a 200, e mais tarde, em plena decadncia, apartir de 1750 no chegava a 200, e mais tarde, em plena decadncia, aproduo era semelhante dos garimpeiros de hoje: pouco mais de 100produo era semelhante dos garimpeiros de hoje: pouco mais de 100gramas. Esta curva da produtividade nos explica que a minerao foi umgramas. Esta curva da produtividade nos explica que a minerao foi umnegcio prspero at 1750, um empreendimento arriscado, mas aindanegcio prspero at 1750, um empreendimento arriscado, mas aindarendoso entre 1750 e 1770, um negcio ruinoso depois desta data.rendoso entre 1750 e 1770, um negcio ruinoso depois desta data. 12. A riqueza do ouro em GoisA riqueza do ouro em GoisNo podemos comparar a produo das pocas antigas com a de hoje, poisNo podemos comparar a produo das pocas antigas com a de hoje, poisa tcnica tem multiplicado muitas vezes a produo e a produtividade.a tcnica tem multiplicado muitas vezes a produo e a produtividade.Gois foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a MinasGois foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a MinasAproximadamente 1/6 e um pouco superior a Mato Grosso talvez 10/7.Aproximadamente 1/6 e um pouco superior a Mato Grosso talvez 10/7.A produo e a renda per capita no foram muito elevadas durante oA produo e a renda per capita no foram muito elevadas durante operodo da minerao.O ouro parecia uma grande riqueza que enganou aosperodo da minerao.O ouro parecia uma grande riqueza que enganou aoscontemporneos, mas tendo em conta a populao e os capitaiscontemporneos, mas tendo em conta a populao e os capitaisempregados, os rendimentos no eram grandes. Pouco deste ouro ficou noempregados, os rendimentos no eram grandes. Pouco deste ouro ficou noBrasil, nada ficou em Gois. Em virtude do pacto colonial, como antesBrasil, nada ficou em Gois. Em virtude do pacto colonial, como antesexplicamos, os produtos do Brasil iam para Portugal que os vendia para oexplicamos, os produtos do Brasil iam para Portugal que os vendia para oexterior; Portugal, em troca, enviava para o Brasil homens,exterior; Portugal, em troca, enviava para o Brasil homens,administradores, exrcitos, produtos comerciais, sobretudo produtosadministradores, exrcitos, produtos comerciais, sobretudo produtosmanufaturados.Em Gois, em 1800, alm dos antigos ndios, havia mais demanufaturados.Em Gois, em 1800, alm dos antigos ndios, havia mais de50.000 hab., havia cidades construdas, estradas e caminhos, fazendas em50.000 hab., havia cidades construdas, estradas e caminhos, fazendas emproduo. O capital que pagou tudo isto foi o couro, e isto o que ficouproduo. O capital que pagou tudo isto foi o couro, e isto o que ficoupara Gois da poca do ouro.para Gois da poca do ouro. 13. A Sociedade Goiana daA Sociedade Goiana daepoca do Ouroepoca do Ouro 14. Quadro administrativo: a Capitania de GoisQuadro administrativo: a Capitania de GoisGois fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamenteGois fora descoberto por paulistas e era um terreno teoricamentepertencente Capitania de So Paulo. Por isso, de incio, foi consideradopertencente Capitania de So Paulo. Por isso, de incio, foi consideradoum territrio de minas dentro da Capitania de So Paulo. Depois de vinteum territrio de minas dentro da Capitania de So Paulo. Depois de vinteanos, Gois tinha crescido tanto, em populao e em importncia, que noanos, Gois tinha crescido tanto, em populao e em importncia, que nopodia continuar sendo governado distncia por So Paulo. A Cortepodia continuar sendo governado distncia por So Paulo. A Corteportuguesa decidiu tornar Gois independente de So Paulo, elevando-o portuguesa decidiu tornar Gois independente de So Paulo, elevando-o categoria de Capitania. O territrio goiano passou ento a ser denominadocategoria de Capitania. O territrio goiano passou ento a ser denominadoCapitania de Gois, ttulo que conservaria at a independncia, quando seCapitania de Gois, ttulo que conservaria at a independncia, quando setornou Provncia.tornou Provncia. 15. A populao de GoisA populao de GoisA primeira informao sobre a populao de Gois so os dados daA primeira informao sobre a populao de Gois so os dados dacapitao de 1736. Dez anos, portanto, depois do incio da minerao,capitao de 1736. Dez anos, portanto, depois do incio da minerao,havia em Gois mais de 10.000 escravos adultos. O total da populao?havia em Gois mais de 10.000 escravos adultos. O total da populao?Menos de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais da metade daMenos de 20.000, pois os escravos deviam constituir mais da metade dapopulao. Os dez primeiros anos de minerao instalaram em Gois quasepopulao. Os dez primeiros anos de minerao instalaram em Gois quase20.000 pessoas que, abriram caminhos, cidades, colocando em atividade20.000 pessoas que, abriram caminhos, cidades, colocando em atividadegrande parte do territrio. Em 1750, ao tornar-se Gois capitania, osgrande parte do territrio. Em 1750, ao tornar-se Gois capitania, oshabitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A populao continuouhabitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A populao continuouaumentando, embora j um rtmico inferior: em 1783 havia em Gois quaseaumentando, embora j um rtmico inferior: em 1783 havia em Gois quase60.000 habitantes; um aumento de mais de 50%. Entre esta data e 1804,60.000 habitantes; um aumento de mais de 50%. Entre esta data e 1804,parece que a decadncia da minerao se traduziu numa diminuio daparece que a decadncia da minerao se traduziu numa diminuio dapopulao. No se importavam mais escravos para suprir as mortes,populao. No se importavam mais escravos para suprir as mortes,bastantes brancos e livres emigravam para outros territrios. O censo debastantes brancos e livres emigravam para outros territrios. O censo de1804 deu 50.000 habitantes para Gois. Uma diminuio de quase 20%.1804 deu 50.000 habitantes para Gois. Uma diminuio de quase 20%. 16. A vida do escravo:A vida do escravo:A vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeiroA vida do escravo nas minas era extraordinariamente dura. Em primeirolugar todos os males do garimpo: trabalho esgotador, m alimentao, aslugar todos os males do garimpo: trabalho esgotador, m alimentao, asgraves doenas. A isto h que acrescentar os males da falta de liberdade:graves doenas. A isto h que acrescentar os males da falta de liberdade:arbitrariedades, castigos. Eram considerados mais como cousas que comoarbitrariedades, castigos. Eram considerados mais como cousas que comopessoas.pessoas.Em conseqncia do rduo trabalho e da escassez de vantagensEm conseqncia do rduo trabalho e da escassez de vantagensque habitualmente lhes cabiam por sorte escreve Boxer -, a vida de umque habitualmente lhes cabiam por sorte escreve Boxer -, a vida de umescravo trabalhador era, quase sempre, srdida, brutal e curta. Umescravo trabalhador era, quase sempre, srdida, brutal e curta. Ummissionrio capuchinho, italiano, que visitou a Bahia em 1682, ouviumissionrio capuchinho, italiano, que visitou a Bahia em 1682, ouviucontar que o trabalho deles to pesado e seu sustento to pequeno quecontar que o trabalho deles to pesado e seu sustento to pequeno quese pode dizer terem vivido muito, quando agentam sete anos. Martinhose pode dizer terem vivido muito, quando agentam sete anos. Martinhode Mendona, depois de fazer exaustivas investigaes em Minas Gerais,de Mendona, depois de fazer exaustivas investigaes em Minas Gerais,no ano de 1734, declarou que os senhores no esperavam, normalmente,no ano de 1734, declarou que os senhores no esperavam, normalmente,conseguir mais de doze anos de trabalho dos escravos que compravam.conseguir mais de doze anos de trabalho dos escravos que compravam. 17. A sociedade mestiaA sociedade mestiaAo mesmo tempo que diminua o nmero de escravos, aumentava, como Ao mesmo tempo que diminua o nmero de escravos, aumentava, como lgico, o nmero de pretos livres ou forros. Na capitao de 1745, oslgico, o nmero de pretos livres ou forros. Na capitao de 1745, osnegros forros, que pagaram capitao, foram 120, o quando o nmero denegros forros, que pagaram capitao, foram 120, o quando o nmero deescravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os negrosescravos chegava quase a 11.000. No recenseamento de 1804, os negroslivres era em nmero de 7.936, 28% do total de pretos. Maior era, ainda, alivres era em nmero de 7.936, 28% do total de pretos. Maior era, ainda, aprogresso dos mulatos. A ausncia de mulheres brancas nas minas foi aprogresso dos mulatos. A ausncia de mulheres brancas nas minas foi adeterminante de uma mestiagem, em grande escala, entre branco e preto,determinante de uma mestiagem, em grande escala, entre branco e preto,at ento desconhecida no Brasil.Em Gois, pretos livres e mulatos sat ento desconhecida no Brasil.Em Gois, pretos livres e mulatos strabalhavam o indispensvel para no morrerem de fome. Os brancos, portrabalhavam o indispensvel para no morrerem de fome. Os brancos, porcostume inveterado, faziam o mesmo. Depois de algum tempo, haviacostume inveterado, faziam o mesmo. Depois de algum tempo, haviamulatos em todos os nveis da sociedade: no exrcito, no sacerdcio, entremulatos em todos os nveis da sociedade: no exrcito, no sacerdcio, entreos grandes proprietrios. Mas nem o negror livre, nem o mulato eramos grandes proprietrios. Mas nem o negror livre, nem o mulato eramsocialmente bem aceitos. Escravos, negros e mulatos apareciam muitassocialmente bem aceitos. Escravos, negros e mulatos apareciam muitasvezes equipados nas expresses correntes e mesmo nos documentosvezes equipados nas expresses correntes e mesmo nos documentosoficiais, como formando a ral da sociedade.oficiais, como formando a ral da sociedade. 18. Classes DirigentesClasses DirigentesOs brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadnciaOs brancos foram sempre uma minoria, mas com a decadnciada minerao, esta minoria foi-se tornando cada vez maisda minerao, esta minoria foi-se tornando cada vez maisexgua. Ao acentuar-se a decadncia, muitas famlias brancasexgua. Ao acentuar-se a decadncia, muitas famlias brancasmigraram para outras regies. Em 1804, os brancosmigraram para outras regies. Em 1804, os brancosconstituam pouco menos de 14% da populao.constituam pouco menos de 14% da populao.Os dias de apogeu da minerao foram breves. Ento, ser rico,Os dias de apogeu da minerao foram breves. Ento, ser rico,mineiro poderoso era possuir 250 escravos ou mais. Nomineiro poderoso era possuir 250 escravos ou mais. Nofaltaram mineiros que em Gois possuam este nmero defaltaram mineiros que em Gois possuam este nmero deescravos. Com a decadncia, tornaram-se raros os que tinhamescravos. Com a decadncia, tornaram-se raros os que tinham12 escravos.Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, mas12 escravos.Mesmo entre os brancos a pobreza era geral, masser branco continuava sendo uma honra e um privilgio. Oser branco continuava sendo uma honra e um privilgio. Obranco, mesmo quando pobre, escrevia Eschwege na poca dabranco, mesmo quando pobre, escrevia Eschwege na poca daindependncia, no move uma palha, pois at na vadiagemindependncia, no move uma palha, pois at na vadiagemencontra com que viver.encontra com que viver. 19. A sociedade de Gois colonialA sociedade de Gois colonialA sociedade colonial, como todas as sociedades do antigoA sociedade colonial, como todas as sociedades do antigoregime era uma sociedade que no se fundava no principio daregime era uma sociedade que no se fundava no principio daigualdade de todos os seus membros. Era uma sociedade comigualdade de todos os seus membros. Era uma sociedade comcaractersticas estamentais, com direitos diferentes para oscaractersticas estamentais, com direitos diferentes para osdiversos grupos sociais. Mais importante em Gois e no Brasildiversos grupos sociais. Mais importante em Gois e no Brasil a diferena fundamental entre livres e escravos. a diferena fundamental entre livres e escravos.A economia aucareira foi estruturada sobre o trabalhoA economia aucareira foi estruturada sobre o trabalhoescravo. A minerao continuou a basear-se no trabalhoescravo. A minerao continuou a basear-se no trabalhoescravo. Em 1736, os escravos eram aproximadamente 12.000escravo. Em 1736, os escravos eram aproximadamente 12.000e em 1750, j alcanavam o numero de 20.000. em 1804,e em 1750, j alcanavam o numero de 20.000. em 1804,primeiro recenseamento que conservamos, o numero deprimeiro recenseamento que conservamos, o numero deescravo continuou o mesmo, mas a proporo eraescravo continuou o mesmo, mas a proporo eranotavelmente mais baixa, os livres passavam de 30.000.notavelmente mais baixa, os livres passavam de 30.000. 20. Podemos analisar, como mais importantes nessa queda, a diminuio ou oPodemos analisar, como mais importantes nessa queda, a diminuio ou oestancamento na importao de escravos , a diminuio da produtividadeestancamento na importao de escravos , a diminuio da produtividadedo trabalho escravo, a compra da liberdade, a miscigenao e o tipo dedo trabalho escravo, a compra da liberdade, a miscigenao e o tipo detrabalho. Em Gis, deixou-se de importar escravos a partir de 1775, notrabalho. Em Gis, deixou-se de importar escravos a partir de 1775, noentrando novos escravos, e sendo a taxa de mortalidade entre eles bastanteentrando novos escravos, e sendo a taxa de mortalidade entre eles bastanteinferior a resto da populao, em longo prazo a proporo da populaoinferior a resto da populao, em longo prazo a proporo da populaoescrava tendia a diminuir.escrava tendia a diminuir.O regime de trabalho escravo nas minas era duro e desumano, mas tinhaO regime de trabalho escravo nas minas era duro e desumano, mas tinhaalgumas compensaes com respeito ao escravo destinado a outrasalgumas compensaes com respeito ao escravo destinado a outrasocupaes. O escravo podia trabalhar para si em dias de feriados e emocupaes. O escravo podia trabalhar para si em dias de feriados e emhoras extras, podendo reunir dinheiro para comprar sua liberdade . ohoras extras, podendo reunir dinheiro para comprar sua liberdade . ocontrole rigoroso do trabalho escravo, prprio a minerao eracontrole rigoroso do trabalho escravo, prprio a minerao erapraticamente impossvel na pecuria extensiva. Por isso ao se passar, empraticamente impossvel na pecuria extensiva. Por isso ao se passar, emGois, da minerao para a criao de gado a escravatura esta fadada aGois, da minerao para a criao de gado a escravatura esta fadada adesaparecer.desaparecer. 21. Os ndiosOs ndiosAo tempo de descoberta, eram numerosas as tribos de ndios emAo tempo de descoberta, eram numerosas as tribos de ndios emGois,cobrindo todo o seu territrio. Podemos citar entre as maisGois,cobrindo todo o seu territrio. Podemos citar entre as maisimportantes: Caiap, Xavante, Goi, Crix, Aras; Xerente, Caraj, Acroa,importantes: Caiap, Xavante, Goi, Crix, Aras; Xerente, Caraj, Acroa,etc. Durante a poca da minerao as relaes entre ndios e mineirosetc. Durante a poca da minerao as relaes entre ndios e mineirosforam exclusivamente guerreiras e de mtuo extermnio. Aldear os ndiosforam exclusivamente guerreiras e de mtuo extermnio. Aldear os ndiosconsistia em reuni-los em povoaes fixas, chamadas aldeias, onde, sobconsistia em reuni-los em povoaes fixas, chamadas aldeias, onde, sobsuperviso da uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo esuperviso da uma autoridade leiga ou religiosa, deviam cultivar o solo eaprender a religio crist. Em 1754, deu D. Marcos regimento a estasaprender a religio crist. Em 1754, deu D. Marcos regimento a estasaldeias, submetendo os ndios a um rigoroso regime militar, que gerou osaldeias, submetendo os ndios a um rigoroso regime militar, que gerou ospiores resultados.piores resultados... 22. Conseqncias da decadncia da mineraoConseqncias da decadncia da mineraoA economia mineradora no s trouxe a idia como a realidade da riquezaA economia mineradora no s trouxe a idia como a realidade da riquezafcil. Em menos de 20 anos, regies desconhecidas estavam povoadas,fcil. Em menos de 20 anos, regies desconhecidas estavam povoadas,cortadas por tripeiros, entrando e saindo gneros comerciais,cortadas por tripeiros, entrando e saindo gneros comerciais,desenvolvendo- se, em alguns aspectos, uma sociedade diferente dadesenvolvendo- se, em alguns aspectos, uma sociedade diferente dasociedade tradicional brasileira.Mas, to logo os veios aurferossociedade tradicional brasileira.Mas, to logo os veios aurferosescassearam, numa tcnica rudimentar, dificultando novos descobertos, aescassearam, numa tcnica rudimentar, dificultando novos descobertos, apobreza, com a mesma rapidez, substituiu a riqueza.Esta evidentepobreza, com a mesma rapidez, substituiu a riqueza.Esta evidentedecadncia trouxe para Gois uma defasagem Scio- Cultural. Registrou-sedecadncia trouxe para Gois uma defasagem Scio- Cultural. Registrou-sequeda na importao e exportao, afetando muito o comrcio; parte daqueda na importao e exportao, afetando muito o comrcio; parte dapopulao abandonou o solo goiano e parte se dispersou para a zona rural,populao abandonou o solo goiano e parte se dispersou para a zona rural,dedicando-se criao de gado ou agricultura.Gois viveu um longodedicando-se criao de gado ou agricultura.Gois viveu um longoperodo de transio. Desaparecera uma economia mineradora de alto teorperodo de transio. Desaparecera uma economia mineradora de alto teorcomercial. Nascia uma economia agrria, fechada, de subsistncia,comercial. Nascia uma economia agrria, fechada, de subsistncia,produzindo apenas algum excedente para aquisio de gneros essenciais,produzindo apenas algum excedente para aquisio de gneros essenciais,como: sal, ferramentas, etc.como: sal, ferramentas, etc. 23. A Independncia em GoisA Independncia em GoisAssim como no Brasil, o processo de independncia em Gois se deuAssim como no Brasil, o processo de independncia em Gois se deugradativamente. A formao das juntas administrativas, que representamgradativamente. A formao das juntas administrativas, que representamum dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade s disputasum dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade s disputaspelo poder entre os grupos locais. Especialmente sensvel em Gois foi apelo poder entre os grupos locais. Especialmente sensvel em Gois foi areao do Norte que, se julgando injustiado pela falta de assistnciareao do Norte que, se julgando injustiado pela falta de assistnciagovernamental, proclamou sua separao do sul.governamental, proclamou sua separao do sul. 24. Alunos :Alunos :Jssica Conceio, Lorena, Maria Jos,Jssica Conceio, Lorena, Maria Jos,Tainara, Taisa, Ricardo e WanderlaineTainara, Taisa, Ricardo e Wanderlaine