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ISSN-1983–3512 BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - MARÇO/ABRIL - 2010 XXXIV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro Mais um evento de sucesso

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G&O Março 2010

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ISSN-1983–3512

BOLETIM INFORMATIVO DA ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - MARÇO/ABRIL - 2010

XXXIV Congresso de Ginecologiae Obstetrícia do Rio de Janeiro

Mais um evento de sucesso

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Março/Abril - 2010 • 3G O R IO&

ARTIGO

AMIZADES, AFETOS, RELAÇÕES:CONTINUIDADE E TÉRMINO

SAÚDE PÚBLICA

PESQUISA INÉDITA AJUDARÁ AENTENDER O ALTO ÍNDICE DECESARIANAS NO BRASIL

ARTIGO CIENTÍFICO

HORMÔNIOS E CÂNCER DE MAMA

XXXIV CONGRESSO DE GINECOLOGIAE OBSTETRÍCIA DO RIO DE JANEIRO

MAIS UM EVENTO DE SUCESSO

“CARTÃO DE VACINAÇÃO DAMULHER”, UMA GRANDE NOVIDADELANÇADA NO CONGRESSO

O DIREITO DA PACIENTE ESCOLHER OTIPO DE PARTO NA SAÚDESUPLEMENTAR

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

O ECOCARDIOGRAMA NO PRÉ-NATAL

ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROLargo do Machado, 54/1206 - Catete – Rio de Janeiro – RJ - CEP 22221-020Tel.: (21) 2285-0892 - www.sgorj.org.br - [email protected]

PRESIDENTEVera Lucia Mota da Fonseca

1º VICE-PRESIDENTEMauro Romero Leal Passos

VICE-PRESIDENTESHugo MiyahiraRicardo Oliveira e SilvaPaulo Maurício Soares Pereira

SECRETÁRIO-GERALMarcelo Burlá

SECRETÁRIOS ADJUNTOSDeyse BarrocasMario Vicente GiordanoKaren Soto Perez PanissetSilvio Silva FernandesMarcelo Trindade Alves de MenezesTESOUREIRO-GERALJosé Carlos de Jesus ConceiçãoTESOUREIROS ADJUNTOSClaudia da Silva LunardiFlávia Maria de Souza Clímaco

EDITOR DE HONRAManoel Baliú Monteiro (in-memorian)CONSELHO EDITORIALHugo MiyahiraVera Lúcia Mota da FonsecaMario Vicente Giordano

PROJETO GRÁFICOJoão FerreiraPRODUÇÃOFoco NotíciasJORNALISTA RESPONSÁVELNicia Maria – MT 16.826/76/198FOTOLITO E IMPRESSÃOEditora Teatral Ltda.

FOTOGRAFIAJosé Renato

TIRAGEM3.000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA

34 CONGRESSOSESTADUAIS!

Este ano, mantivemos cinco salas simultâneas com mais de milparticipantes. Foram quatro dias de aprendizado, confraternizaçãoe muitos momentos de alegria. As salas sempre repletas, as dúvidasque geraram discussões interessantes sobre os temas apresenta-dos, a presença maciça dos jovens médicos e graduandos, enfim,tudo foi motivo de satisfação para a Comissão Organizadora.

A SGORJ, de forma pioneira, reconheceu a importância doscoordenadores da residência médica e, este ano, todos rece-beram convite para participar do Congresso de forma gratuita.É uma forma de estimular o aperfeiçoamento de nossos médicos residentes.

O Calendário Vacinal da Mulher foi o marco do Congresso. A SGORJ e a SbimRJ elaborarameste calendário com o intuito de estimular a prevenção de doenças infecciosas e, sobretudo,estimular os médicos na orientação de suas pacientes quanto à imunização, pois sabemos queesta prática não está embutida em nossa consulta ginecológica, tampouco há grandes informa-ções acerca do status vacinal feminino em nossa anamnese. O lançamento contou com aparticipação de representantes de importantes entidades médicas como a Associação Brasileirade Imunizações, Febrasgo, CREMERJ, SES-RJ e Academia Nacional de Medicina. Nossos associ-ados estão recebendo, junto com o Boletim, o Calendário Vacinal.

Atenção Residentes, Coordenadores e Preceptores! Em junho, teremos o primeiro EMCResidência Médica versando sobre Planejamento Familiar! Este ano, a pedido dos residentes, aSGORJ promoverá estes cursos às terças, quartas ou quintas, a partir das 19h! Sempre teremosum lanche reforçado na abertura para que alunos e professores possam vir direto de seuscompromissos à SGORJ. Cada mês será em um dia da semana! Fiquem ligados!

Agradeço a todos. Comissão Organizadora, Professores, Congressistas, Indústria Farma-cêutica. O XXXIV Congresso Estadual foi um sucesso graças à participação de todos!

Até breve!Até breve!Até breve!Até breve!Até breve!VVVVVererererera Fa Fa Fa Fa Fonseca - Pronseca - Pronseca - Pronseca - Pronseca - Presidente da SGORJesidente da SGORJesidente da SGORJesidente da SGORJesidente da SGORJ

Editorial Sumário

G&O Rio é o órgão informativo oficial da Associação deGinecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro

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5

6

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CorreçãoCorreçãoCorreçãoCorreçãoCorreçãoOs autorOs autorOs autorOs autorOs autores do Artigo Científico “es do Artigo Científico “es do Artigo Científico “es do Artigo Científico “es do Artigo Científico “Anomalias Geni-Anomalias Geni-Anomalias Geni-Anomalias Geni-Anomalias Geni-

tais”, publicado na última edição do boletim G&Otais”, publicado na última edição do boletim G&Otais”, publicado na última edição do boletim G&Otais”, publicado na última edição do boletim G&Otais”, publicado na última edição do boletim G&O,,,,,

forforforforforam: Pram: Pram: Pram: Pram: Professor Renato Fofessor Renato Fofessor Renato Fofessor Renato Fofessor Renato Ferrerrerrerrerrari, Maria Isabel Pari, Maria Isabel Pari, Maria Isabel Pari, Maria Isabel Pari, Maria Isabel Pei-ei-ei-ei-ei-

xoto e Maria Albina Catellanixoto e Maria Albina Catellanixoto e Maria Albina Catellanixoto e Maria Albina Catellanixoto e Maria Albina Catellani

EMC RESIDÊNCIA MÉDICAPLANEJAMENTO FAMILIAR22 de junho, às 19h, no Centro de Convenções da SGORJTemas: Atualização em contracepção hormonal e Atualização em contracepção cirúrgica.

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4 • Março/Abril - 2010 G O R IO&

Artigo

AMIZADES, AFETOS, RELAÇÕES:CONTINUIDADE E TÉRMINO

Hugo Miyahira*Hugo Miyahira*Hugo Miyahira*Hugo Miyahira*Hugo Miyahira*

Tive um amigo. Éramos crianças. Comparti-lhávamos gangorras, balanços e jogos na escola.Compartilhávamos também brinquedos, brigas e...caretas que ficaram registradas em fotografias“preto e branco”, da época.

O colégio nos uniu, inclusive com os proble-mas que gerava. Nossas comuns dificuldades emmatemática, física e química, e a expectativa e otemor de um exame vestibular que iríamos enfren-tar igualmente, nos fez conviver mais em sábadosinteiros e, às vezes, em domingos em épocas queprecediam provas escolares.

Dos jogos iniciais, do futebol, piquenique enatação de nossa infância; na adolescência o temade nossas conversas manteve os esportes, sen-do acrescido de literatura, cinema, crítica social ereligiosa além de naturalmente... sexo e garotas.

Um dia tivemos uma briga, uma discussão, jánão me lembro e nem sei por quê. O fato é que,embora ofendidos e machucados e com algumaatitude defensiva (que não deveria haver...), opta-mos por conversar.

Éramos garotos: tínhamos 16 anos! Enxu-gando um pouco o amor ferido e a indiferença quesimulávamos apresentar..., conversamos. Enten-demos nossas razões, nossos sentimentos feri-dos, compreendemo-nos e, felizmente, restaura-mos o caminho de nossa amizade. Nossas fotosno colégio ao término do 2° grau testemunhamisto.

Enfrentamos juntos o exame vestibular, ter-minamos o curso superior no mesmo ano. Estive-mos, reciprocamente presentes em nossas for-maturas, casamentos, no nascimento de nossosfilhos.

Ajudamo-nos mutuamente nas crises que sesucederam ao longo da vida. Partilhamos festasde fim de ano, aniversários de nossos filhos eagora... netos. Fotos e fotos documentaram es-tes eventos.

Olho-o, envelhecendo bem, em paz consigo ecom sua profissão, podendo rememorar com omesmo episódios passados, analisar experiênci-as comuns... dar risadas... reviver !

Vez por outra nos reunimos e, para deleite e“gozação” de seus filhos, relembramos nossa in-fância, colégio, professores. Nossas crenças, na-moradas... nossas vidas.

Outro dia (coisa que acontece quando se vaisentindo o passar dos anos) – pus-me a pensar:meu amigo faz parte da minha vida; somos, reci-procamente, testemunhas de lutas, fracassos evitórias, alegrias e tristezas, superação e frustra-ção, ante a fatos que vivemos, e que nos fez sercomo somos. Tivemos convívio, conversas, com-partilhando a vida em múltiplos matizes, o que nospossibilitou a construção de uma amizade sólida.Vejo-o, assim, como um irmão “construído” quetenho o privilégio de ter.

Um privilégio que muitas pessoas não têm eperdem por não ter..... e que eu também não teria se,naquele distante dia de nossas adolescências, nãotivéssemos optado por conversar. Conversar emtempo oportuno, isto é, o mais breve possível. Odistanciamento do diálogo tende a consolidar nossaconvicção de certeza, justiça e, portanto, emboratraumático, da inevitabilidade do afastamento.

Quando imagino que uma experiência comumtão vividamente humana é capaz de se perder porum “mal entendido”, penso ser um preço caro

demais a se pagar por intolerância. Preço que, àsvezes, se deve pagar restando no peito, na alma,uma sensação de incompletude, de algo mal resol-vido, mal-digerido em nossa existência.

Até para se terminar amizade, afeto... rela-ções, para se verter lágrimas de frustração porilusões perdidas ou ideais não alcançados, é ne-cessário conversar. Despir-se das certezas, deonipotências, de pudor para se entabular o diálo-go.

Discutir a relação, seja entre amigos, compa-nheiros de trabalho, casais etc... às vezes é peno-so. Verdadeiramente discutir de corpo presente,com olhos nos olhos, a despeito da dificuldadeque possa existir é mais penoso ainda.

Imagino que assim procedendo, o respeito sepreserva e a aceitação do fato, com ou sem desi-lusão, se aceitará no tempo.

Vale a pena sentir como Milton Nascimento:amigo é coisa pra se guardar....

*Vice-Presidente da SGORJ*Vice-Presidente da SGORJ*Vice-Presidente da SGORJ*Vice-Presidente da SGORJ*Vice-Presidente da SGORJ

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Março/Abril - 2010 • 5G O R IO&

Levantamento do Ministério da Saúde em2008 revelou que 43% de todos os partos reali-zados no país são cesarianos. Na rede de assis-tência suplementar, esse número sobe para 80%

Conhecer a percepção de ginecologistas e obs-tetras sobre o parto normal e identificar as razõespelas quais o índice de partos cirúrgicos (cesaria-nos) é tão elevado, na rede de saúde suplementardo país, são os principais objetivos da PesquisaMédica sobre Assistência Obstétrica na Saúde Su-plementar, organizada pela Comissão de Parto Nor-mal do Conselho Federal de Medicina (CFM).

- Mais do que avaliar as razões para os índicesde partos no país, o estudo tem por objetivomelhorar a assistência obstétrica. Avaliando o quepensa e como atua o obstetra, poderemos elabo-rar novos encaminhamentos. Melhorando a assis-tência, consequentemente reduziremos as cesá-reas - afirma Vera Fonseca, representante da FE-BRASGO na Comissão.

A coleta de dados começou em 8 de junho entre

PESQUISA INÉDITA AJUDARÁ A ENTENDERO ALTO ÍNDICE DE CESARIANAS NO BRASIL

Saúde Pública

os mais de 16 mil associados da FEBRASGO, viaInternet, e deve terminar em meados de agosto.

- Os resultados deste estudo subsidiarão a Co-missão e as instituições que a compõem a estabele-cer ações voltadas para a promoção do parto nor-mal na esfera da saúde suplementar - explica JoséFernando Maia Vinagre, coordenador do grupo.

Entre as informações coletadas estão a posiçãoassumida diante do alto índice de partos cesarianos,os fatores técnicos e remuneratórios que intervêmna opção por esse tipo de parto, as estratégiaspossíveis de estímulo ao parto normal, as justificati-vas apresentadas comumente pela população assis-tida quando da opção pessoal pelo parto cesarianoe a formação e a atuação profissional. Os dadosserão consolidados e comporão um relatório quedeve ser concluído até o mês de setembro.

- Por meio dos associados pesquisados po-deremos entender melhor não apenas o que pen-sam estes profissionais, mas também o funciona-mento de hospitais e maternidades e suas formas

BOLETIM DE SECRETARIAEleições para a Diretoria da SGORJ

Triênio 2010 / 2013ASSOCIAÇÃO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

CONVOCAÇÃO – A Presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado doRio de Janeiro – SGORJ convoca uma Assembléia Geral Extraordinária a ser realizadana sede da SGORJ, no Largo do Machado, 54 andar A no dia 30 de junho de 2010, às 08:00h,em primeira convocação, ou às 08:30h, em segunda convocação, com encerramentoprevisto para às 17:00h para deliberar, sobre a seguinte ordem do dia: eleição de sua novaDiretoria, para o triênio 2010/2013. Poderão os senhores associados utilizarem-se daurna existente na sede da SGORJ. Poderão ainda os associados, se assim o desejarem,utilizar a via postal, através das cédulas que lhes serão oportunamente encaminhadas.

Vera Lúcia Mota da FonsecaPresidente

de trabalho - completa Vera Fonseca.Para aqueles que ainda não participaram,

os questionários estão disponíveis no endere-ço http://www.medico.cfm.org.br/pesquisapar-to/. As respostas individuais são mantidas emsigilo, desvinculadas da identidade dos partici-pantes. A segurança do procedimento é asse-gurada por um mecanismo de autenticação queexige do médico o número do CRM local, datade nascimento e identificação da unidade daFederação onde está registrado. Uma vez pre-enchidos e remetidos, os questionários nãopodem ser alterados ou retificados.

Todos os princípios éticos relacionados coma pesquisa com seres humanos são respeitadosneste estudo. Assim, temos o dever de obter seuconsentimento livre e esclarecido para inclusãona pesquisa.

Para participar da pesquisa acesse o sitewww.medico.cfm.org.br/pesquisaparto/ ou entreem contato pelo e-mail [email protected].

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Artigo Científico

Mario Gáspare GiordanoMario Gáspare GiordanoMario Gáspare GiordanoMario Gáspare GiordanoMario Gáspare Giordano*****

Eduardo Bruno GiordanoEduardo Bruno GiordanoEduardo Bruno GiordanoEduardo Bruno GiordanoEduardo Bruno Giordano**********

O CâncerO CâncerO CâncerO CâncerO CâncerO câncer é doença genética resultante de al-

teração do DNA do individuo afetado. Estas alte-rações são denominadas mutações.

O aglomerado celular anormal (clone) tem acapacidade de se multiplicar, escapando aos “con-troles de vigilância” (sistema imunológico) do hos-pedeiro. Este conglomerado celular anormal trans-mite às células descendentes os mesmos caracte-res defectivos. O organismo toma-se incapaz deeliminar este tecido anormal.

Esta multiplicação celular é, inicialmente local,espalhando-se, posteriormente, para os tecidosvizinhos e todo o organismo, atingindo órgãos etecidos distantes do foco inicial (metástases).

Para que haja iniciação neoplásica é necessá-ria a mutação de ambos os alelos. Logo, para aspacientes com alteração genética prévia iniciaremo processo de carcinogênese, basta a mutaçãodo segundo alelo. As pacientes que não são por-tadoras desta mutação necessitam da alteraçãodos dois alelos. Este fato explica a maior incidên-cia do câncer de mama em pacientes com históri-co familiar da doença.

Alguns fatores são considerados agentescarcinogenéticos de vários órgãos como os er-ros genéticos na multiplicação e renovação te-cidual, agentes químicos, vírus, radiações e, pos-sivelmente, até o uso de hormônios em dosessuprafisiológicas

Câncer de MamaCâncer de MamaCâncer de MamaCâncer de MamaCâncer de MamaHá, hoje, em relação ao câncer de mama

diversos aspectos moleculares, genotípicos eimunohistoquímicos. Isto torna complexa tan-to a classificação dos diversos tumores comoa abordagem terapêutica mais eficaz. Procura-se, na prática clínica, melhor conhecer os di-versos aspectos acima descritos para analisaros fatores prognósticos e traçar normas deabordagem individualizadas (terapias alvo docâncer de mama).

Os tumores, sob o prisma molecular são ditosluminais (80% dos casos) e basalóides. Eles ex-pressam citoqueratinas de baixo peso molecular esão receptores de estrogênios e progesteronapositivos (RE+, RP+). Os tumores luminais po-

derão se luminais A (RE+, RP+ e HER-2 -) eluminais B (RE+, RP+ e HER-2 4-). Estes têmalta expressão de citoqueratina CK 13.

Os tumores ditos basalóides expressam cito-queratinas (aspecto imuno-histoquímico) de altopeso molecular (CK5+, entre outras). São tumo-res aneuploides e, a maioria, em indivíduos commutação do p53. São altamente proliferativos (Reh-man R, 2009).

Dá-se relevância, também, à expressão dogene HER-2 (aspecto genotípico). Em geral,os tumores basalóides englobam os denomi-nados tumores triplo-negativos (RE-, RP -,HER-2 -). Este aspecto está presente em75% dos casos. Estes tumores habitualmen-te exibem piores prognósticos porém apre-sentam boa resposta a regimes quimioterápi-cos contendo taxanos.

Os tumores RE -, RP - e HER-2 +, são classi-ficados corno subtipo HER-2 e, de maneira geral,apresentam prognóstico menos favorável que ostumores luminais. Estudos mais refinados mos-tram que cerca da metade dos tumores HER-2 +em realidade não apresentam o gene HER-2 hipe-rexpresso.

No que se refere ao prognóstico e sobrevida,os tumores luminais A tiveram 90% de sobrevidaem cinco anos; o luminal 8: 40-50%; o HER-2+30% e os basalóides: Zero%, respectivamente.(Rehman, 2009)

Como proliferam estes clones?Como proliferam estes clones?Como proliferam estes clones?Como proliferam estes clones?Como proliferam estes clones?Acorde com Horwitz & Sartorius, 2008, no

crescimento de colônias celulares anormais, nãohormônio-dependentes, aumentaria a populaçãode células RE -, RP -, CK5 + Ainda de acordo comestes autores, na medida em que as colônias tu-morais se expandem, o habitual é que mais de95% das células integrantes se tomem RE÷, RP+,CK5- e umas poucas células (1-2%) mantêm opadrão RE-, RP-, CK5+.

Para estes autores a adição de progestá-genos acelera a conversão do padrão imuno-histoquímico destas células (inicialmente RE-,RP-, 0(5+) para o padrão mais encontrado naprática clínica (RE+, RP+, CK5-). Os estrogê-nios não agem nesta fase de proliferação. Apossível ação dos estrogênios seria a de au-mentar os receptores de progesterona facul-tando a maior ação deste esteróide.

Os Hormônios.Os Hormônios.Os Hormônios.Os Hormônios.Os Hormônios.O que dizem os grandes estudos?O que dizem os grandes estudos?O que dizem os grandes estudos?O que dizem os grandes estudos?O que dizem os grandes estudos?

Os grandes estudos (WHI, 2002, entre outros)mostram que a adição de progestágenos à terapiade reposição hormonal (TRH) eleva, discretamente,o risco de câncer de mama, o que não foi verificadono WHI com o uso de estrogênio isolado.

Duas possíveis hipóteses explicativas para estaação dos progestágenos: 1. Diferentemente daação antiproliferativa verificada no útero, os pro-gestágenos têm ação proliferativa nas mamas (àsemelhança do comprovado na fase lútea do ciclomenstrual). Conjugado com outros fatores de ris-co: idade superior a 50 anos, dieta rica em gordu-ras, uso excessivo de álcool, mutações genéticas,história familiar, modificações evidenciadas à ma-mografia (elevada densidade mamária à mamo-grafia), lesões proliferativas atípicas, influênciaambiental (irradiações e outras), os progestáge-nos estimulariam o desenvolvimento destes tu-mores de mama “quiescentes”

2. Estudos de necropsia em mulheres, semcâncer de mama manifesto, evidenciaram presen-ça de 1,3% de tumores invasivos e 8,9% de carci-nomas “in situ” em mulheres na faixa etária igualou superior a 40 anos (Welch & Black, 1997). Osprogestágenos facultariam o crescimento destesconglomerados celulares anormais Em mulheresjovens, usuárias de contraceptivos hormonais (nosquais os progestágenos são integrantes obriga-tórios) não houve aumento destas alterações.

Como detectar estes clones?Como detectar estes clones?Como detectar estes clones?Como detectar estes clones?Como detectar estes clones?Na fase atual não há método diagnóstico pos-

sível para rastrear estes “tumores latentes”. Amamografia e os outros métodos de imagem, nãoconseguem detectar estes “nanotumores”.

HORMÔNIOS ECÂNCER DE MAMA

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Março/Abril - 2010 • 7G O R IO&

ReferênciasBibliográficas1. Cheung KL. Endocrine therapy for bre-

ast cancer: an overview. The Breast2007; 16: 327-43.

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3. Disaia PJ, Creasman WT. Clinical Gyne-cologic Oncology. China: Mosby El-sevier; 2007.

4. Dontu G, El-Ashry 0, Wicha MS. Bre-ast cancer, stem/progenitor cellsand the estrogen receptor. TrendsEndocrinol Metab 2004; 15: 193-7.

5. Fernandes GS, Caiabrich A, Katz A.Câncer de mama triplo-negativo: as-pectos clínicos, laboratoriais e te-rapêuticos. Rev Bras Mastol 2009;19: 76-82.

6. Horwitz KB, Sartorius CA. Progestinsin hormone replacement therapy re-activate cancer stem cell in womenwith preexisting breast cancers: ahypothesis. J Clin Endocrinol Metab2008; 93: 3295-8.

7. Marshall SE, Clarke CA, Deapeu O et ai.Recent breast cancer incidence tren-ds according to hormone therapyuse: The California Teachers StudyCohort . Breast Cancer Res 2010;Jan 8; 12(1): R4.

8. Rehman R. Molecular portraits of bre-ast cancer. ASBD Advisor 2009; is-sues # 2-3. (San Antonio BreastCancer Symposium).

9. Vogel V G. Chemoprevention strategi-es 2006. Curr Treat Options Onco-logy 2007; 8: 74-88.

10. Welch HG, Black WC. Using autopsyseries to estimate the disease “re-servoir’ for ductai carcinoma “insitu” of the breast: how much morebreast cancer can we found? AnnInt Med 1997; 127: 1023-8.

11. WHI. Risks and benefits of estrogenplus progestin in healthy postme-nopausal women. JAMA 2002; 288:321-33.

Considerações FinaisConsiderações FinaisConsiderações FinaisConsiderações FinaisConsiderações FinaisSugestõesSugestõesSugestõesSugestõesSugestõesÉ inverossímil (não comprovada) a teoria

segundo a qual os esteróides sexuais seriam ofator desencadeante dos tumores de mama.Porque estes tumores são muito menos inci-dentes em mulheres no menacme, período comníveis circulantes de esteróides ovarianos 10 a20 vezes superiores aos encontrados na pós-menopausa? Como explicar o fato de que pe-quenas doses de esteróides (usados na TRH)alterariam o genoma celular? Não seria mais plau-sível admitir-se que estes clones celulares, pré-existentes, tornar-se-iam evidentes pós-TRH?Como explicar que logo após a interrupção daTRH (dado comprovado nos diversos estudos)o risco de câncer de mama diminui? O câncernão é doença progressiva?

No entanto, em tumores já instalados é in-questionável a ação dos hormônios na progres-são da doença, mormente nos tumores RE e RP+. Albert Schinziger, em 1889, foi o primeiro au-tor a recomendar a ooforectomia como terapiaadjuvante do câncer de mama, ao perceber me-lhor prognóstico nas pacientes idosas. Em 1895,o cirurgião George Thomas Beatson, realizou oo-forectomia bilateral em paciente com câncer demama metastático na pré-menopausa, promoven-do remissão clínica completa e sobrevida de 4anos (In: Cheung, 2007)

A segunda paciente com câncer de mamametastático tratada por Sir George Thomas Beat-son não apresentou melhora significativa, comprogressão da doença. Este autor recomendavaa ooforectomia e observação da resposta, quepodia ser variável. Àquela época era desconhecidaa expressão de receptores hormonais (RH) nostumores, fato este relatado somente 70 anos

após. Hoje, os resultados obtidos com a hormo-nioterapia no manejo do câncer de mama, recep-tor hormonal positivo, corroboram a observaçãodeste autor.

Outro dado intrigante tem sido os bons re-sultados obtidos com os SERMs (ModuladoresSeletivos dos Receptores Estrogênicos) quandoutilizados como Quimioprevenção do Câncer deMama Destacam-se o Tamoxifeno e o Raloxifeno(estudo STAR — Vogel, 2007).

Estudos atuais mostram que declina a inci-dência de tumores invasivos de mama mantendo-se estável a incidência de carcinomas “in situ”(Marshall, 2010). No estudo STAR, o tamoxifenoreduziu a incidência de tumores infiltrantes e “insitu”. O raloxifeno reduziu somente as formas infil-trantes. Sob o aspecto epidemiológico observa-mos que o melhor rastreio identifica as formasiniciais “abortando” as invasivas.

Acorde com o exposto concluímos que:1. Novos métodos diagnósticos deverão ser

incentivados para rastreio destes “nanotumores”2. A biologia tumoral e terapêutica direciona-

da aos vários subtipos é o caminho do futuro noatendimento às pacientes com câncer de mama

3. Em mulheres de alto risco (incluídas as quetiveram câncer de mama) a TRH não deve serrecomendada

4. As pacientes deverão estar bem informa-das sobre estas possíveis ações dos preparadoshormonais no desenvolvimento de tumores demama pré-existentes.

* Univ* Univ* Univ* Univ* Univererererersidade Fsidade Fsidade Fsidade Fsidade Federederederederederal do Estadoal do Estadoal do Estadoal do Estadoal do Estadodo Rio de Janeiro (UNIRIO)do Rio de Janeiro (UNIRIO)do Rio de Janeiro (UNIRIO)do Rio de Janeiro (UNIRIO)do Rio de Janeiro (UNIRIO)

** Hospital dos Servidores do** Hospital dos Servidores do** Hospital dos Servidores do** Hospital dos Servidores do** Hospital dos Servidores doEstado (HSE-RJ)Estado (HSE-RJ)Estado (HSE-RJ)Estado (HSE-RJ)Estado (HSE-RJ)

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XXXIV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro

MAIS UM EVENTO DE SUCESSO

O Congresso de Ginecologia e Obstetrícia, emsua 34ª edição, promovido pela SGORJ, nod dias 5 a8 de maio, superou as expectativas e os númeroscomprovam o sucesso do evento: 1018 inscritos(203 professores e 815 congressistas), 119 resi-dentes, 15 coordenadores de residência, 88 acadê-micos de medicina e 19 médicos de fora do Estadodo Rio de Janeiro. As salas sempre cheias mostrarama excelência da programação: 29 mesas-redondas,10 debates, 30 conferências e 4 cursos pré-con-gressos com 44 aulas sobre os mais variados assun-tos da especialidade, seis simpósios patrocinados, edois cursos práticos (treinamento Berkeley).

Segundo a Presidente do Congresso, Vera Fon-seca, discutir temas variados, condutas do dia a diado médico, trocar experiências com colegas dos maisdiferentes serviços e estimular os acadêmicos e resi-dentes a frequentarem os congressos foram con-quistas a serem contabilizadas, pela Comissão Orga-nizadora, na conta da SGORJ.

A adesão da indústria farmacêutica, com a ins-talação de vários stands, e a parceria com as entida-des médicas foram também decisivas para o sucessodo evento.

- Nosso objetivo foi oferecer atualização teórica eprática aos ginecologistas sobre o que há de mais mo-derno em diagnóstico e tratamento e quais são aspesquisas que estão sendo desenvolvidas no mundo eque dizem respeito à nossa especialidade e subespeci-alidades, além da oportunidade de nos confraternizar-mos e trocarmos experiências – explicou Vera Fonseca.

MAIS UM EVENTO DE SUCESSOMAIS UM EVENTO DE SUCESSOMAIS UM EVENTO DE SUCESSO

As filas formadas na secretaria do evento paraa inscrição e as salas sempre lotadas foram os

sinais da boa qualidade do Congresso.

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Março/Abril - 2010 • 11G O R IO&

A grande novidade do Congresso foi o lança-mento do “Consenso sobre a Vacinação da Mu-lher”, na sessão de encerramento do evento, cominformações acerca das imunizações disponíveis,época de administração, e vantagens de uso, alémde um cronograma para vacinação feminina, vi-sando a uma gravidez segura e à prevenção dedoenças infecciosas e oncológicas.

- É ainda reduzido o número de mulheres queprocuram se vacinar e isso passa pela falta deinformação do médico para sua paciente. De ummodo geral, a vacinação não está embutida nanossa consulta ginecológica. Não perguntamossobre vacinação na nossa anamnese. Com esteConsenso, o médico gineco-obstetra poderá as-sumir o compromisso de mostrar à sua paciente oquanto é importante se prevenir contra doenças,como rubéola, hepatite B, gripe H1N1 e até mes-mo febre amarela e tétano. As recomendações eorientações sobre as vacinas devem ser coloca-das em prática nos nossos locais de trabalho,seja consultório, ambulatório ou posto de saúde -ressaltou Vera Fonseca.

O Consenso foi idealizado por Vera Fonsecaem parceria com a Vice-Presidente da AssociaçãoBrasileira de Imunizações, Secretária Geral SBI-mRJ, membro do Departamento de Imunizaçõesda Sociedade Brasileira de Infectologia e do Comi-tê Técnico Assessor em Imunizações do Estadodo Rio de Janeiro, Isabella Ballalai.

Isabela Ballalai, que também é ginecologista,

“CARTÃO DE VACINAÇÃO DA MULHER”, UMAGRANDE NOVIDADE LANÇADA NO CONGRESSO

lembrou que a iniciativa sobre o Consenso foi deVera Fonseca, iniciativa que ela considerou de ex-trema importância. Daí ter se dedicado à elabora-ção do trabalho.

- Quando o médico tem uma paciente comvaricela, que dá a luz a um bebê com síndrome devaricela congênita, imaginar que se ele tivesse re-comendado a vacina poderia ter evitado tal sín-drome, tem um preço muito alto.

Segundo a Coordenadora do Programa deImunizações do Estado, Andréa Aires, é muitoimportante o papel do ginecologista na prescri-ção das vacinas, visto que, depois da infância, écomum as pessoas fugirem dos consultórios.

- Desde a adolescência, no entanto, a mulherprocura o ginecologista. Temos inúmeras provas quea prática médica associada as vacinas dão bons re-sultados, em várias fases da vida – observou, desta-cando que muitas dessas vacinas são disponibiliza-das gratuitamente pelo Programa de Imunizaçõesdo Estado e outras estão disponíveis nas clínicasprivadas. Ela contou, para exemplificar, a importân-cia da vacinação que, embora o tétano esteja prati-camente erradicado, em 2008, ocorreu no Estadoum caso de tétano neonatal com óbito, que não teriaacontecido se a mãe tivesse se vacinado.

- A Coordenação do Programa de Imuniza-ções vê com muito bons olhos essa aproximaçãodos ginecologistas. A população ainda tem mui-tas dúvidas sobre as vacinas, que poderão sersanadas pelas mulheres, tendo em vista a relação

de confiança que mantêm com seus ginecologis-tas – acrescentou.

Anna Lydia Pinho do Amaral parabenizou as res-ponsáveis pelo Consenso: “são duas mulheres que seunem em prol das mulheres do Brasil”. Ela disse quesolicitaria a Academia Nacional de Medicina que en-campasse uma campanha de vacinação no país.

- Nós, médicos, temos obrigação de divulgaresse Consenso com o objetivo de defender o bemestar materno-fetal e as nossas crianças que nas-cerão - frisou.

Para o Presidente do CREMERJ, Luis Fernan-do Moraes, o Consenso deve ser divulgado naci-onalmente para que todos os médicos possamter um material de qualidade, como instrumentode trabalho e de conhecimento sobre as vacinasimportantes para a mulher.

- Nunca tivemos uma síntese com tal pratici-dade, objetividade e didática para orientar nossaspacientes – observou, parabenizando as duas res-ponsáveis pelo Consenso.

O Presidente da Febrasgo, Nilson Roberto deMelo, disse que, na próxima reunião das federa-das, iria sugerir a adoção do Consenso nacional-mente e a formação de uma Comissão

Nacional de Imunizações na entidade.Quanto ao sucesso do Congresso, ele atri-

buiu ao grupo da Comissão Científica, que temuma forte liderança em Vera Fonseca.

- Sem uma liderança forte não se faz nada -afirmou.

Isabella Ballalai (Vice-Presidente da Associação Brasileira de Imunizações), Luis Fernando Moraes (Presidente do CREMERJ), Andrea Aires (Coordenadora do Programa de Imunizações do Estado),Vera Fonseca (presidente do Congresso), Nilson Roberto de Melo (Presidente da FEBRASGO) e Anna Lydia Pinho do Amaral (Vice-Presidente da Academia Nacional de Medicina)

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12 • Março/Abril - 2010 G O R IO&

XXXIV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro

Durante a solenidade de abertura do Congres-so, Vera Fonseca ressaltou a necessidade de incen-tivar a obstetrícia no país, evitando que profissionaisnão-médicos se vejam estimulados a encampá-la. Elalembrou ainda que a parceria com entidades repre-sentativas vem sendo cada vez mais decisiva no su-cesso da defesa profissional e da medicina.

- Devemos incentivar a especialidade para nos-sos alunos e residentes, para que não tome um rumodiferente, cedendo a modismos, aos quais já esta-mos observando. Esse é um dos objetivos da nossaSociedade, que atua com grande força em parceriacom o CREMERJ, a SOMERJ, a Academia Nacional deMedicina, outras Sociedades de Especialidades eAssociações Médicas de bairro, além de com as Se-cretarias Estadual e Municipais de Saúde – frisou.

O Presidente do Conselho Regional de Medi-cina (CREMERJ), Luis Fernando Moraes, presenteà solenidade, ratificou as palavras da Presidentedo Congresso. Segundo ele, a integração entreos médicos e as entidades médicas é essencial.

- É inerente à nossa profissão a necessidadede nos atualizarmos e trocarmos experiências.Assim como, precisamos relembrar nossa históriae parabenizar nossos mestres. Reencontrar ex-professores neste Congresso é um momento deemoção e gratidão – salientou.

Na solenidade de abertura a SGORJ promoveuas homenagens de 2010. Elas foram destinadasaos professores Etelvino Trindade, representan-

INTEGRAÇÃO NA SOLENIDADE DE ABERTURA

Agostinho Seródio Boechat, Etelvino de Souza Trindade, Carlindo Machado e Silva, Luis Fernando Moraes,Vera Fonseca, Pietro Novellino, Celso Ferreira Ramos Filho, James D´Avila e Paulo Cesar Geraldes

Gutemberg Almeida, Paulo Vieira da Costa Lopes, Nilo Vidigal, Vera Fonseca e Amadeu Ramos da Silva

do todos os professores envolvidos no Congres-so; James D’Ávila, representando os congressis-tas; e Agostinho Seródio Boechat, representan-do os médicos que atuam fora da capital. Aindaforam homenageados o professor Amadeu Ra-

mos da Silva, com a “Medalha Fernando Maga-lhães”, entregue pelo obstetra Nilo Vidigal; e oprofessor Gutemberg Almeida, com a “MedalhaArnaldo de Moraes”, conferida pelo ginecologistaPaulo Vieira da Costa Lopes.

CONGRESSO ATRAI GRANDE NÚMERO DE ACADÊMICOSO Congresso de Ginecologia e Obstetrícia deste ano atraiu um expressivo

número de alunos, acadêmicos e residentes graças, segundo Vera Fonseca, àintensa divulgação feita nas faculdades de medicina e nas universidades.

- Incentivamos muito os alunos a participarem do Congresso, o que alémde necessário à sua formação, é importante para que criem o hábito defreqüentar eventos desse tipo e cursos de educação médica continuada,tendo em vista que o médico precisa sempre se atualizar para acompanhar osavanços da medicina – observou.

A procura também pelos cursos pré-congressos, não só pelos maisjovens, mas também por médicos formados há vários anos, surpreendeu,este ano, os organizadores do evento.

- Constituídos sobre quatro temas referentes às subespecialidades daginecologia e da obstetrícia, os cursos pré-congresso trataram, com profundi-dade, cada item dos assuntos programados, diferente do restante do congres-so, em que as conferências, palestras, mesas redondas e debates se referiammais as últimas novidades das especialidades – explicou Vera Fonseca.

- Vou assistir todo o Congresso porque queroestar a par dos temas que estão na programa-ção. Também quero assistir os cursos pré-con-gresso que tratam de assuntos mais práticosque vou usar na minha vida acadêmica.

Alberto Rodrigues Muniz JúniorAlberto Rodrigues Muniz JúniorAlberto Rodrigues Muniz JúniorAlberto Rodrigues Muniz JúniorAlberto Rodrigues Muniz Júnior,,,,,9º período de medicina9º período de medicina9º período de medicina9º período de medicina9º período de medicina

(Univ(Univ(Univ(Univ(Univererererersidade de Vsidade de Vsidade de Vsidade de Vsidade de Vassourassourassourassourassouras)as)as)as)as) - Tenho 30 anosde formada e nãoperco nenhuma

oportunidade para me atualizar. Em cada Con-gresso que frequento, adquiro mais um conhe-cimento novo para aprimorar meu dia a dia.Faço questão também de me inscrever nos cur-sos pré-congressos. Hoje mesmo, a professo-ra Evelise Pochmann tratou de pontos sobreinfecções no pré-natal que eu desconhecia.

Maria das Graças Araújo Costa NevesMaria das Graças Araújo Costa NevesMaria das Graças Araújo Costa NevesMaria das Graças Araújo Costa NevesMaria das Graças Araújo Costa Neves(Unidade Rede Própria e P(Unidade Rede Própria e P(Unidade Rede Própria e P(Unidade Rede Própria e P(Unidade Rede Própria e PAM Coelho Neto)AM Coelho Neto)AM Coelho Neto)AM Coelho Neto)AM Coelho Neto)

Vera Fonseca com alunos de medicinada Universidade de Vassouras

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Março/Abril - 2010 • 13G O R IO&

A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS No Congresso deste ano, a SGORJ fez parceria com o CREMERJ, as Asso-

ciações Médicas de bairro, a Unimed e a Secretaria Estadual de Saúde, oferecen-do aos participantes, integrantes dessas entidades, um desconto na inscrição.

Vera Fonseca lembra que nenhuma Sociedade pode funcionar sozinha,apenas com seus associados. A parceria com outras entidades, na sua opi-nião, é muito importante para o engrandecimento da instituição.

O CREMERJ montou um estande no Congresso, oferecendo serviços comorecadastramento de médicos, concessão da Carteira do Interno para osestudantes nos dois últimos anos do curso de medicina; confecção da novacarteira do médico, obrigatória pelo CFM, que prorrogou o prazo para suaobtenção em mais seis meses.

CRIATIVIDADE NOS ESTANDESOs congressos são sempre uma oportunidade para que os representan-

tes das indústrias farmacêuticas, fabricantes de equipamentos e editoraspossam expor seus produtos. Na disputa pela atenção dos cerca de 1.000participantes do Congresso, não faltou criatividade aos 21 expositores. Cane-tas e bloquinhos, que eram utilizados há anos, cederam lugar a brindes, queatraiam a atenção para os seus estandes. Oferecer um pão de mel, delicada-mente envolto em embalagens de filó, ou rosas de bombons de chocolateconstituíram o primeiro passo para que os médicos se aproximassem e aca-bassem ouvindo explicações sob um novo produto.

Adotando uma inusitada estratégia de marketing, um mágico chamava aatenção dos congressistas. Outro expositor usou a embalagem do produtopara chamar atenção: a dobradura, nos moldes de uma pequena maleta bran-ca, despertou a curiosidade e fez com que muitos participantes se interessas-sem em buscar as amostras de um kit para amamentação.

VALORIZAÇÃO DA PRECEPTORIAPela primeira vez, a SGORJ ofereceu gratui-

dade de inscrição no Congresso para os coor-denadores de residência.

- Precisamos valorizar os preceptores deresidência, que se dedicam ao trabalho de for-mação dos novos médicos, sem qualquer remu-neração financeira, o que consideramos um ab-surdo. Eles têm uma função importantíssima den-tro de cada serviço – ressaltou Vera Fonseca.

Segundo Alessandra Caputo (foto), Coor-denadora do Programa de Residência Médica

em Obstetrícia da UERJ, a SGORJ já melhorou muita coisa para os residentes,com a Educação Médica Continuada, que é um programa excelente, de estímu-lo ao estudo e de aprofundamento do residente.

- O fato de a SGORJ oferecer, gratuitamente, a inscrição no Congressopara os coordenadores de Residência Médica, foi uma excelente forma deestimulá-lo a se atualizar, estudar e ensinar. Se ele se aperfeiçoar, vai formarmelhor o residente – comemorou.

CONTRACEPÇÃO EM PACIENTES OBESOSNo ano em que a pílula anticoncepcional com-

pleta 50 anos de existência e o crescente númerode casos de obesidade em todo mundo, a contra-cepção em pacientes com excesso de peso se tor-nou uma preocupação a mais para os médicos.Atendendo a necessidade de mais informações so-bre o tema, o Congresso ofereceu a mesa redonda“Controvérsias em contracepção”. O professor Má-rio Vicente Giordano abordou o assunto, levantan-do vários tópicos para debate com os colegas.

- A premissa básica, desde o lançamento dapílula, nos anos 60, foi a diminuição das doses de hormônios para diminuição dosefeitos adversos, mas isso para a paciente obesa pode significar prejuízo, porquetalvez uma dose tão baixa não seja eficaz em evitar uma gravidez indesejada. Outraquestão importante é saber se as pílulas são seguras nas pacientes que foramsubmetidas às cirurgias para redução de peso. Nestes casos o médico opta pelacontracepção hormonal não oral e, caso o peso seja superior a 90Kg, evita-setambém o adesivo. A obesidade é um problema de saúde pública – salientou.

CONDUTAS PARA O HIRSUTISMODurante a mesa redonda “Como trato?”, a

Vice-Presidente da Febrasgo, Cláudia Navarro,abordou as melhores condutas para o tratamen-to de uma patologia que envolve endocrinologiae estética, o hirsutismo. Como nem sempre ovolume de pelos em determinadas áreas do cor-po feminino tem causas médicas, muitos proce-dimentos para minimizar o desconforto estéticodas mulheres, segundo ela, se concentram emações dermatológicas.

- É importante levarmos em consideraçãoqual o grau de stress que esse excesso de pelo leva à paciente. Em algumas,esse excesso não chega a provocar incômodo e nem é consequência de umadoença de base. Podemos utilizar medicamentos que regulam o androgênio ousua ação, como algumas pílulas que têm uma resposta mais satisfatória, outambém a eliminação temporária, com a depilação a base de produtos quími-cos, que dissolvem os pelos, pinças etc. ou a mais duradoura, como as depi-lações a laser e eletrólise – explicou

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XXXIV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro

O DIREITO DA PACIENTE ESCOLHER OTIPO DE PARTO NA SAÚDE SUPLEMENTAR

Muito além de discutir somenteas vantagens e desvantagens dos di-ferentes tipos de parto, se vaginal oucesáreo, uma das mesas redondascentrou o debate em torno da melho-ria da assistência obstétrica na saúdesuplementar. Para Ricardo Oliveira eSilva, um dos diretores da FEBRAS-GO, é importante preservar o direitode escolha da paciente e avaliar qual ométodo mais adequado de acordocom o seu quadro clínico.

- Esse é um tema atual e da mai-or relevância. Os Conselhos Federale Regionais, junto com a FEBRAS-GO e a ANS, estão participando daelaboração de uma pesquisa e deprotocolos, que têm por objetivomelhorar a assistência obstétrica enão ficar só atacando o número de

NOVO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Márcia Rosa de Araujo, Paulo Cesar Geraldes, Vera Fonseca, Abdu Kexfe e Luis Fernando Moraes

cesarianas, o que, evidentemente,reflete alguns problemas da assis-tência obstétrica - afirmou.

Para o Corregedor do CFM, JoséFernando Maia Vinagre, a pesquisavai traçar as razões pelas quais oBrasil é o campeão mundial de cesá-reas na saúde suplementar. Ela esta-rá disponível no site do CFM, nospróximos dias, e os médicos terãodois meses para respondê-la. Ao fi-nal desse prazo, os dados serãocompilados e analisados.

- Queremos saber o que leva oscolegas a adotarem as cesáreas,para, posteriormente, trabalhar comos alunos de faculdades, que, muitasvezes, saem dos cursos com poucoconhecimento e sem o devido trei-namento - concluiu.

As dúvidas em relação ao novo Código deÉtica Médica foram dirimidas na mesa redonda“SGORJ e CREMERJ: sinergia em prol dos médi-cos”. O Presidente do CREMERJ, Luis FernandoMoraes, apresentou as mudanças, ressaltandoas principais diferenças entre a atual versão e ocódigo anterior.

Entre os vários artigos do novo Código, eleressaltou o que diz respeito às condições de traba-lho: “É direito do médico recusar-se a exercer suaprofissão em instituição pública ou privada onde as

condições de trabalho não sejam dignas ou pos-sam prejudicar a própria saúde ou a do paciente,bem como a dos demais profissionais. Nesse caso,comunicará imediatamente sua decisão à Comissãode Ética e ao Conselho Regional de Medicina.”

Também participaram da mesa redonda os Con-selheiros Paulo Cesar Geraldes, Márcia Rosa de Ara-ujo e Abdu Kexfe, abordando as questões relacio-nadas ao ato médico, à certificação profissional e àsaúde suplementar, com mediação da Presidentedo Congresso, Vera Fonseca.

O ECOCARDIOGRAMANO PRÉ-NATAL

No sába-No sába-No sába-No sába-No sába-d o , M a r c e l od o , M a r c e l od o , M a r c e l od o , M a r c e l od o , M a r c e l oB u r l á a p r o -B u r l á a p r o -B u r l á a p r o -B u r l á a p r o -B u r l á a p r o -fundou o de-fundou o de-fundou o de-fundou o de-fundou o de-bate em tornobate em tornobate em tornobate em tornobate em tornode uma ideiade uma ideiade uma ideiade uma ideiade uma ideiaque vem sen-que vem sen-que vem sen-que vem sen-que vem sen-do d i s cu t i dado d i s cu t i dado d i s cu t i dado d i s cu t i dado d i s cu t i dano mundo in-no mundo in-no mundo in-no mundo in-no mundo in-t e i r o : s e ot e i r o : s e ot e i r o : s e ot e i r o : s e ot e i r o : s e oecocardiogra-ecocardiogra-ecocardiogra-ecocardiogra-ecocardiogra-m a d e v e o um a d e v e o um a d e v e o um a d e v e o um a d e v e o unão ser umanão ser umanão ser umanão ser umanão ser umarotina no pré-natal. O tema foi anali-rotina no pré-natal. O tema foi anali-rotina no pré-natal. O tema foi anali-rotina no pré-natal. O tema foi anali-rotina no pré-natal. O tema foi anali-sado durante a conferência “Eco fetalsado durante a conferência “Eco fetalsado durante a conferência “Eco fetalsado durante a conferência “Eco fetalsado durante a conferência “Eco fetal– quem realiza, quando pedir e como– quem realiza, quando pedir e como– quem realiza, quando pedir e como– quem realiza, quando pedir e como– quem realiza, quando pedir e comointerprinterprinterprinterprinterpretar”etar”etar”etar”etar”. Segundo ele. Segundo ele. Segundo ele. Segundo ele. Segundo ele, o e, o e, o e, o e, o exxxxxame nãoame nãoame nãoame nãoame nãoé caro e não apresenta risco ou des-é caro e não apresenta risco ou des-é caro e não apresenta risco ou des-é caro e não apresenta risco ou des-é caro e não apresenta risco ou des-conforto parconforto parconforto parconforto parconforto para gestantea gestantea gestantea gestantea gestante.....

- A incidência de cardiopatias con-- A incidência de cardiopatias con-- A incidência de cardiopatias con-- A incidência de cardiopatias con-- A incidência de cardiopatias con-gênitas é grgênitas é grgênitas é grgênitas é grgênitas é grandeandeandeandeande. Oito em cada mil cri-. Oito em cada mil cri-. Oito em cada mil cri-. Oito em cada mil cri-. Oito em cada mil cri-anças apresentam algum problema noanças apresentam algum problema noanças apresentam algum problema noanças apresentam algum problema noanças apresentam algum problema nocoração. E as consequências podem sercoração. E as consequências podem sercoração. E as consequências podem sercoração. E as consequências podem sercoração. E as consequências podem sermuito graves se não as identificarmosmuito graves se não as identificarmosmuito graves se não as identificarmosmuito graves se não as identificarmosmuito graves se não as identificarmosprecocemente e o parto ocorrer numaprecocemente e o parto ocorrer numaprecocemente e o parto ocorrer numaprecocemente e o parto ocorrer numaprecocemente e o parto ocorrer numaunidade sem o suporte adequado – sali-unidade sem o suporte adequado – sali-unidade sem o suporte adequado – sali-unidade sem o suporte adequado – sali-unidade sem o suporte adequado – sali-entou.entou.entou.entou.entou.

Ricardo Oliveira e Silva José Fernando Maia Vinagre

“É importante preservar o direito de escolha da pacientee avaliar qual o método mais adequado...”Ricardo Oliveira e Silva, Diretor da FEBRASGO