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GN 101 - Aula Gerência Científica • Textos básicos: • Braverman, cap. 4 e 5 • Nilton Vargas, 1985

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Page 1: GN 101 - Aula Gerência Científica Textos básicos: Braverman, cap. 4 e 5 Nilton Vargas, 1985

GN 101 - Aula Gerência Científica

• Textos básicos:

• Braverman, cap. 4 e 5

• Nilton Vargas, 1985

Page 2: GN 101 - Aula Gerência Científica Textos básicos: Braverman, cap. 4 e 5 Nilton Vargas, 1985

Objetivo

• Discutir fundamentos da organização e do controle dos processos de trabalho, bem como de sua evolução ao longo da primeira metade do século XX

• Particularmente, discussão do Taylorismo e do Fordismo

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Posicionamento

• Época: 1880 1920…

• Local: EUA e Inglaterra

• Principais setores de aplicação: metal-mecânica, siderurgia, têxtil, automobilística

• Organização da produção: grandes corporações, gerência

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Algumas definições

• K fixo: é aquele meio de produção cujo valor não é integralmente consumido no processo produtivo, mas é liberado gradualmente, pois está fixo ao patrimônio, foi comprado e estará à espera do próximo ciclo produtivo para continuar transferindo seu valor

• K cte: é todo o meio de produção que deve ser utilizado no processo produtivo, seja fixo ou não, exceto a força de trabalho, que nem é totalmente consumida num processo produtivo e nem está permanentemente incorporada a este, como está o K fixo

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• K circulante: são os meio de produção que tem de ser repetidamente adiantados em cada ciclo produtivo, inclusive força de trabalho

• K variável: é a força de trabalho• Capital total se decompõe em Kcte e Kvar.• Composição orgânica do K é a composição do K

segundo o valor determinado por e reflexo da composição técnica, que se mede pela relação entre o Kc e o Kv, e representa a maior ou menor produtividade do trabalho: quanto maior a relação entre Kc/Kv, maior será a produtividade do trabalho

Algumas definições

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Taylorismo, no que consistiu?

• Sintetizar num todo razoavelmente coerente idéias que ganharam força nos EUA e na Ingl. no final do século XIX

• Taylor juntou partes que já vinham sendo criadas desde o século XVII

• Objetivo: organização e controle de tempos e movimentos = racionalização do trabalho

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Taylor: timing e obsessão

• Tudo contra, tudo a favor: a maior expressão do conflito de classes

• O que é neurótico no indivíduo pode ser normal no modo de produção

• A mudança definitiva do controle sobre o processo produtivo – a luta entre aprendizado e controle sobre o processo

• Reprodução individual x coletiva

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“Um dia ótimo de trabalho”

• Racionalidade da valorização

• A vigência universal do marcapasso não recomendava confiar na iniciativa dos trabalhadores...a oficina não deveria ser acionada pelos operários, mas passar a ser acionada pelos patrões

• Por que?

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Gerência científica

• Por que gerência e por que científica? Por que não trabalho científico?

• Primeiro princípio: o administrador deve reunir todo o conhecimento sobre o processo produtivo e reduzi-lo a regras, leis e fórmulas. É a “dissociação do processo de trabalho das especialidades dos trabalhadores”.

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Gerência científica

• Segundo princípio: todo possível trabalho cerebral deve ser banido da oficina e centrado no departamento de pleanejamento ou projeto. É a separação entre concepção e execução

• Terceiro princípio uso centralizado do monopólio do conhecimento para controlar cada fase do processo de trabalho e seu modo de execução. Definir não apenas o que deve ser feito mas como deve ser feito e o tempo exato permitido para isso

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O controle coletivo do processo produtivo

• criar normas de trabalho e coordenar o conhecimento técnico do trabalhador para que o projeto de engenharia fosse completo

• É a coordenação do trabalhador coletivo• A gerência científica procura estabelecer

objetivamente os tempos de produção, os métodos de trabalho e os salários

• Pormove-se uma intermediação “científica” entre capital e trabalho

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Efeitos imediatos sobre a organização da produção e o

processo de trabalho

• Departamentalização• Emergência de nova “categoria” de

trabalhador o gerente• Especialização mínima seguida de

desqualificação• Dependência da gerência• Alienação• Fortalecimento sindicatos

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O fordismo é uma superação do taylorismo

• fordismo não se restringia somente à disciplina no interior da fábrica: é um padrão de acumulação

• O processo de trabalho característico do fordismo é a cadeia de produção semi-automática, estabelecida principalmente nos EUA nos anos 20

• instaura a produção em massa • retoma e intensifica os princípios do taylorismo• controla a reprodução global da força de trabalho

pela íntima articulação entre o processo de produção e o modo de consumo

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Fenômeno histórico

• Smith e a divisão do trabalho (final século 18)• separação do trabalho entre qualificado não

qualificado (meados do séc. XIX)• desqualificação forçada da força de trabalho e

maior maquinização com maior controle do processo produtivo (final do séc. XIX)

• pela gerência científica de Taylor• depois pela introdução das grandes linhas de

montagem e pela adoção e ajuste dos princípios anteriores por Ford (déc. de 1910)

• organização da produção em massa em escala global (Pós-II Guerra)

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Características

• sistema de produção em massa para consumo em massa

• criatividade é confinada a um pequeno grupo na firma

• há aumentos brutais de produtividade• salários passam a ser determinados em âmbito

nacional, políticas públicas são acionadas para estabilizar produção e consumo

• escalas de produção crescem, preços caem

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Características

• modelo leva à não preocupação com qualidade• inflexível e dirigido pela oferta• elevados custos com estoque• reorganização da estrutura da firma:

especialização, departamentalização• capacidade inovativa limitada aos deptos.

específicos• estimula a organização coletiva do trabalho

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Taylorismo e Fordismo no Brasil: breve comentário

• O taylorismo teve a sua difusão conduzida por empresários paulistas no início da década de trinta

• Os princípios foram difundidos, mas as técnicas da gerência não

• Aumento de salários eram nos EUA peça fundamental, já no Brasil…

• Lá, a luta sindical, aqui a qualificação (este é um ponto fundamental)

• Têxtil e ferrovia: técnicas de controles de tempos e movimentos

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Década de 1930 e a industrialização

• Período de mudanças no desenvolvimento do País• Forte processo de industrialização por substituição

de importações• Essa guinada para uma economia industrial,

moderna, exigia a formação de um tipo especial de forca de trabalho...operários que se submetam à disciplina fabril

• Tudo passa a se orientar pela redução do tempo de trabalho e preparação psicofísica dos trabalhadores, de forma e internalizar a nova dimensão do tempo

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As instituições para formação e seleção

• 1931 criado o IDORT dupla função: Organização e Formação e seleção

• A segunda prevaleceu – necessidade de formação de pessoal, inclusive para gerência

• Eleva-se formação de engenheiros e centros de treinamento de m.o.

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As instituições para formação e seleção

• Em 1939 o DASP, responsável pela reorganização do setor público e implantação do ideário Taylorista

• Em 42 o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI

• Em seguida o SESI, para assistência social aos trabalhadores

• Em 44 a Fundação Getulio Vargas

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A consolidação da cultura fordista / taylorista

• Anos 50 dissemina-se o assalariamento industrial

• Domínio das técnicas fabris e a integração de engenheiros e administradores na indústria

• Abandono definitivo das estratégia de reprodução privada da força de trabalho em direção à reprodução coletiva

• Após JK entra em cena o avanço da racionalização de nossa indústria

• O primeiro período foi o da disseminação dos princípios e o segundo o das técnicas

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A crise do Fordismo• Já nos anos 1960 apresenta fraturas, nos 70 em crise

aberta (entramos no final!)• Modelo Japonês muda substantivamente padrão de

organização da produção:a) Dirigido pela demandab) Flexibilidade em produto e em processo c) Trabalho multi tarefas e multi habilidaded) JIT productione) Defeito zerof) maior responsabilidade para o operário da linha de

produção g) Envolvimento do trabalhador nas melhorias técnicas

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Conclusões