glossario de termos sobre semaforo

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www.sinaldetransito.com.br Glossário dos termos empregados na Sinalização Semafórica Luis Vilanova* Apresentação Nenhuma área de conhecimento consegue evoluir satisfatoriamente sem um vocabulário preciso, que defina claramente os conceitos com que lida. Caso contrário, muitas vezes, as pessoas vão pensar que estão discutindo concepções quando na verdade vão estar, simplesmente, discutindo por causa dos significados distintos que dão à mesma palavra. Em vez de concepções, brigam por causa de acepções! A área da Engenharia de Trânsito é particularmente carente nesse sentido. As palavras empregadas são, muitas vezes, emprestadas do linguajar comum e, por isso, carregam um sentido bastante amplo e de contornos pouco nítidos. A alternativa de criar termos novos para coisas conhecidas, por outro lado, é demasiadamente artificial. Talvez por ser uma área de atividade relativamente nova, o setor da Engenharia de Trânsito que estuda a sinalização semafórica é ainda mais problemático. Encontramos termos que são entendidos de forma distinta por diferentes técnicos (e às vezes até pelo mesmo!). Por outro lado, temos mais de um vocábulo para designar a mesma idéia. Trânsito é diferente de tráfego? Fizemos este glossário com a intenção de caminhar um pouquinho na direção de alcançar um vocabulário mais preciso. Acreditamos que o maior mérito de produzir um trabalho deste tipo não está na pretensão de firmar um entendimento absoluto e acabado, mas na elaboração de um primeiro esboço que poderá ser aperfeiçoado e corrigido gradativamente. Quando possível, transcrevemos as definições encontradas nas fontes consultadas. Quando não, redigimos a definição embora, muitas vezes, aproveitando alguns conceitos expressos nessas mesmas leituras. Após o significado de cada termo, acrescentamos, entre colchetes, o número correspondente à fonte utilizada, cuja relação total se encontra no fim do glossário. Nos casos em que o termo possui uma abreviatura consagrada no meio técnico, acrescentemos a mesma, entre parênteses, logo após a chamada do termo. Durante a realização deste trabalho, encontramos alguns termos bastante polêmicos, nos quais foi necessário se debruçar um pouco mais demoradamente, consultando e confrontando várias fontes até conseguir chegar a uma conclusão. Pensamos que este processo de análise foi bastante rico e decidimos expor aos leitores o raciocínio que nos levou à definição e, muitas vezes, as dúvidas que permaneceram. A última parte deste artigo, denominada “Discussões” contém as principais polêmicas deste tipo que enfrentamos. Anotamos o lembrete {ver discussão x} ao fim do significado de cada termo que foi abordado em “Discussões”. Por fim, instigamos os colegas a criticar, acrescentar, corrigir, rebater, concordar, discordar, etc, etc, etc.

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    Glossrio dos termos empregados na Sinalizao Semafrica

    Luis Vilanova*

    Apresentao Nenhuma rea de conhecimento consegue evoluir satisfatoriamente sem um vocabulrio preciso, que defina claramente os conceitos com que lida. Caso contrrio, muitas vezes, as pessoas vo pensar que esto discutindo concepes quando na verdade vo estar, simplesmente, discutindo por causa dos significados distintos que do mesma palavra. Em vez de concepes, brigam por causa de acepes! A rea da Engenharia de Trnsito particularmente carente nesse sentido. As palavras empregadas so, muitas vezes, emprestadas do linguajar comum e, por isso, carregam um sentido bastante amplo e de contornos pouco ntidos. A alternativa de criar termos novos para coisas conhecidas, por outro lado, demasiadamente artificial. Talvez por ser uma rea de atividade relativamente nova, o setor da Engenharia de Trnsito que estuda a sinalizao semafrica ainda mais problemtico. Encontramos termos que so entendidos de forma distinta por diferentes tcnicos (e s vezes at pelo mesmo!). Por outro lado, temos mais de um vocbulo para designar a mesma idia. Trnsito diferente de trfego? Fizemos este glossrio com a inteno de caminhar um pouquinho na direo de alcanar um vocabulrio mais preciso. Acreditamos que o maior mrito de produzir um trabalho deste tipo no est na pretenso de firmar um entendimento absoluto e acabado, mas na elaborao de um primeiro esboo que poder ser aperfeioado e corrigido gradativamente. Quando possvel, transcrevemos as definies encontradas nas fontes consultadas. Quando no, redigimos a definio embora, muitas vezes, aproveitando alguns conceitos expressos nessas mesmas leituras. Aps o significado de cada termo, acrescentamos, entre colchetes, o nmero correspondente fonte utilizada, cuja relao total se encontra no fim do glossrio. Nos casos em que o termo possui uma abreviatura consagrada no meio tcnico, acrescentemos a mesma, entre parnteses, logo aps a chamada do termo. Durante a realizao deste trabalho, encontramos alguns termos bastante polmicos, nos quais foi necessrio se debruar um pouco mais demoradamente, consultando e confrontando vrias fontes at conseguir chegar a uma concluso. Pensamos que este processo de anlise foi bastante rico e decidimos expor aos leitores o raciocnio que nos levou definio e, muitas vezes, as dvidas que permaneceram. A ltima parte deste artigo, denominada Discusses contm as principais polmicas deste tipo que enfrentamos. Anotamos o lembrete {ver discusso x} ao fim do significado de cada termo que foi abordado em Discusses. Por fim, instigamos os colegas a criticar, acrescentar, corrigir, rebater, concordar, discordar, etc, etc, etc.

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    Relao dos termos

    A jusante Trecho de via para o qual uma corrente de trnsito se dirige. [8] A montante Trecho de via de onde uma corrente de trnsito provm. [8] Abalroamento Acidente em que um veculo em movimento colhido lateral ou transversalmente por outro veculo, tambm em movimento. No primeiro caso, os dois veculos circulam no mesmo sentido, em faixas diferentes ou em sentidos opostos. No segundo caso, os veculos se abalroam andando em direes com ngulo prximo a 90o, geralmente em interseces, sadas de estacionamentos etc. O abalroamento transversal pode ser tambm chamado de frontal, quando o impacto de ambos os veculos ocorre na parte dianteira. [5] Abrupt Processo de troca de plano cuja diretriz consiste em substituir o plano anterior pelo novo no menor tempo possvel, mesmo que para isso a seqncia de estgios no seja cumprida na transio, respeitando to somente os parmetros de segurana. [8] Acelerao - Variao da velocidade de um mvel na unidade de tempo, geralmente expressa na unidade m/s2. [4] Acidente Evento inesperado, envolvendo um ou mais participantes, que resulta em prejuzo fsico ou material. [5] Afastamento Trecho de uma pista utilizado pelos veculos que terminaram de atravessar uma interseo ou passar por um semforo de pedestres de meio de quadra. Inclui, tambm, as faixas adjacentes reservadas ao estacionamento. [8] {ver discusso 1} Anlise de conflitos Tcnica que visa determinar o potencial de acidentes de um determinado local a partir de manobras evasivas (quase acidentes), chamados de conflitos. [6] Anteparo - Painel opaco, justaposto ao grupo focal, cuja funo melhorar sua percepo ao isol-lo visualmente do ambiente que lhe contguo. [8] Aproximao Trecho de uma pista utilizado pelos veculos que chegam numa interseo ou num semforo de pedestres de meio de quadra. Inclui, tambm, as faixas adjacentes reservadas ao estacionamento. [11] {ver discusso 1} Atraso Tempo de retardamento que um veculo despende num semforo. A unidade normalmente utilizada o segundo. [8] Atraso aleatrio (Aa) Atraso aleatrio de um grupo de trnsito o somatrio dos atrasos que seus veculos despendem, alm do atraso uniforme, devido sua distribuio aleatria de chegada no semforo, tomando por base um perodo determinado. A unidade normalmente utilizada (veculos equivalente x hora) / (hora). [8] Atraso mdio de um grupo de trnsito Quociente entre o atraso total do grupo de trnsito e seu fluxo, no mesmo perodo de referncia. Representa o tempo de espera mdio que um veculo deste grupo despende no semforo. A unidade normalmente utilizada o segundo. [8]

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    Atraso mdio num semforo - Quociente entre o atraso num semforo e o somatrio de todos os fluxos que so por ele controlados, no mesmo perodo de referncia. Representa o tempo de espera mdio despendido por um veculo que passa pelo semforo, considerando todos os seus grupos de trnsito. A unidade normalmente utilizada o segundo. [8] Atraso num semforo Somatrio dos atrasos totais de todos os grupos de trnsito que so por ele controlados. A unidade normalmente utilizada (veculos equivalente x hora) / (hora). [8] Atraso de sobredemanda (As) Atraso de sobredemanda de um grupo de trnsito o somatrio dos atrasos que seus veculos despendem, alm do atraso uniforme, quando ocorre sobredemanda, tomando por base um perodo determinado. A unidade normalmente utilizada (veculos equivalente x hora) / (hora). [8] Atraso total (At) - Atraso total de um grupo de trnsito o tempo de espera real que seus veculos despendem num semforo, tomando por base um perodo determinado, e igual soma dos respectivos atrasos uniforme, aleatrio e, eventualmente, de sobredemanda. A unidade normalmente utilizada (veculos equivalente x hora) / (hora). [8] Atraso uniforme (Au) Atraso uniforme de um grupo de trnsito o somatrio dos atrasos que seus veculos despenderiam, tomando por base um perodo determinado, se chegassem no semforo segundo uma distribuio uniforme. A unidade normalmente utilizada (veculos equivalente x hora) / (hora). [8] Atropelamento - Acidente em que um veculo em movimento, motorizado ou no, colhe uma pessoa ou animal, na pista ou na calada. [5] Bifurcao Separao de uma corrente de trnsito, que chega numa interseo, em duas logo aps a mesma. [8] {ver discusso 5} Botoeira Dispositivo dotado de um boto que, ao ser pressionado, ativa a entrada de um estgio especfico no semforo, que no apareceria sem tal ao. Normalmente, utilizado para comandar travessias de pedestres, mas pode tambm, em casos especiais, ser acionado por condutores de veculos. [8] Brao projetado Suporte metlico horizontal, acoplado na extremidade de uma coluna, utilizado para sustentar grupos focais e placas. [8] Brecha Sinnimo de gap. [8] Candela Unidade de intensidade luminosa. [13] Capacidade (C) Capacidade de um grupo de trnsito o maior nmero de veculos que consegue atravessar a linha de reteno correspondente durante certo perodo no qual o semforo opera de acordo com sua programao normal. calculada pelo produto entre o fluxo de saturao e a porcentagem de verde efetivo. [8] Capacidade de armazenamento Capacidade de armazenamento de um link interno de uma rede de semforos a fila que ele comporta. A unidade normalmente utilizada veculo equivalente. [8]

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    Capotamento Acidente em que um veculo em movimento gira em qualquer sentido, ficando com as rodas para cima, mesmo que momentaneamente, ocupando depois a posio lateral ou de tombamento. [5] Central de controle Conjunto de instalaes e equipamentos que operam num nico local com a funo de monitorar e controlar equipamentos implantados em campo. [8] Centro de controle Sinnimo de central de controle. [8] Choque - Impacto de um veculo contra qualquer obstculo fixo - poste, muro, rvore, etc., inclusive com outro veculo estacionado. [5] Ciclo - Seqncia completa dos estgios de um semforo em que cada um dos estgios obrigatrios ocorre, pelo menos, uma vez. [8] {ver discusso 2} Cobre-foco Sinnimo de pestana. Coliso Impacto de dois ou mais veculos em movimento no mesmo sentido ou em sentidos opostos, na mesma faixa da pista, frente a frente ou pela traseira. [5] Coliso frontal - Coliso entre dois veculos em movimento em sentidos opostos. [5] Coliso traseira - Coliso entre dois veculos em movimento no mesmo sentido. [5] Coluna Suporte metlico vertical, utilizado para sustentar elementos utilizados na sinalizao, tais como placas, grupos focais, controladores, instalao eltrica, etc. [8] Comprimento da fila Extenso ocupada pela fila, medida entre o gargalo de trnsito que a provoca e o ltimo veculo parado. A unidade normalmente empregada o metro. [8] Congestionamento Condio de trnsito que ocorre quando a demanda supera a capacidade em algum ponto do sistema virio. [8] Conjunto tico Conjunto de elementos responsvel pela gerao, colorao e direcionamento da luz emitida pelo foco semafrico. No caso de grupos focais que utilizam lmpadas, constitudo pela prpria lmpada, pelo refletor, pela lente e pela pestana. No caso de grupos focais que utilizam leds, constitudo to somente pelos prprios leds e pela pestana. [8] Conspicuidade Qualidade que algo tem de ser facilmente notado. [8] Controlador semafrico Equipamento instalado junto ao semforo e responsvel, diretamente, pela sua operao. [8] Controle central Condio em que pelo menos parte da programao semafrica que ocorre no semforo determinada remotamente por equipamentos instalados numa Central de Controle. [8] {ver discusso 3} Controle local Condio em que o semforo comandado diretamente por um equipamento denominado controlador, instalado nas suas proximidades. [8] {ver discusso 3}

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    Controle manual Condio em que pelo menos parte da programao semafrica que ocorre no semforo imposta por um agente de trnsito atravs de comandos que aplica no controlador ou no Centro de Controle. [8] {ver discusso 3} Coordenao Condio de um conjunto de semforos em que as indicaes luminosas de cada um deles esto concatenadas, no decorrer do tempo, com as dos outros a fim de minimizar o atraso e o nmero de paradas das correntes de trnsito que transitam por eles. [8] Corrente de trnsito Grupo de veculos que transitam num mesmo sentido de direo de uma via. [8] Cruzamento Tipo de interseo de duas ou mais vias em que os trechos anterior e posterior de cada uma delas tm, aproximadamente, a mesma direo. [8] {ver discusso 5} Daltonismo Defeito da viso que resulta na incapacidade em distinguir algumas cores. Cerca de 8% dos homens e 0,5% das mulheres apresentam algum grau de dificuldade na percepo das cores. [12] Defasagem - Considerando dois semforos de uma mesma rede, denomina-se defasagem ao tempo decorrido entre a ocorrncia de um ponto do ciclo escolhido em um deles e de um ponto do ciclo selecionado no outro. A rigor a escolha destes dois pontos arbitrria, mas costuma ser feita com o intuito de facilitar a anlise da progresso de movimentos de veculos que passam pelos dois semforos. [8] Demanda Nmero de veculos que deseja passar por uma seo transversal de uma via durante certo perodo. Se a demanda for igual ou inferior capacidade desta seo, e se no houver alguma restrio frente, ela ser numericamente igual ao fluxo medido e no haver congestionamento. [8] Desacelerao Reduo da velocidade no deslocamento. [3] Acelerao negativa. [8] Deteco acstica - Tcnica que se baseia na deteco dos veculos atravs do som emitido por eles, principalmente pelo rudo provocado pelo atrito dos pneus com o solo. [8] Deteco por laos detectores - Tcnica de deteco de veculos, baseada nos princpios do eletromagnetismo, que utiliza laos indutivos embutidos no pavimento. [8] Deteco magntica Tcnica de deteco de veculos, baseada no princpio da distoro provocada pela massa metlica do veculo nas ondas magnticas terrestres. [8] Deteco por microondas - Tcnica de deteco de veculos, tipo radar, que emite microondas que so refletidas pelo veculo e captadas, a seguir, por uma antena. [8] Deteco por processamento de imagens Tcnica de deteco de veculos e pedestres que utiliza o processamento digital de imagens captadas por cmeras de TV. [8]

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    Deteco por radiao infravermelha - Tcnica de deteco de veculos e pedestres fundamentada na captao da energia refletida (deteco ativa) ou emitida (deteco passiva) pelos objetos. [8] Deteco ultra-snica - Tcnica de deteco de veculos, tipo radar, que emite energia com freqncia ultra-snica que refletida pelo veculo e captada, a seguir, por um sensor. [8] Detector Equipamento destinado a registrar a presena ou passagem de veculos ou pedestres. Os detectores mais comuns no caso dos veculos utilizam laos indutivos. No caso dos pedestres, as botoeiras so os detectores mais comuns. [11] Diagrama de bandas Representao grfica da progresso dos veculos ao longo de um eixo que possui dois ou mais semforos; combina as barras de seus intervalos luminosos com o diagrama espao x tempo, permitindo visualizar facilmente a progresso das correntes de trnsito diretas do eixo atravs dos seus semaforos. [8] Diagrama de barras Representao grfica de um ciclo do semforo que mostra, sob a forma de barras, a seqncia dos intervalos luminosos de cada grupo semafrico com as respectivas duraes. [8] Diagrama de estgios Representao grfica da seqncia de estgios do ciclo de um semforo, que mostra, para cada um deles, quais movimentos so liberados e quais so retidos. [8] Distncia correspondente ao tempo de percepo e reao - Distncia percorrida pelo veculo durante o tempo de percepo e reao. [8] Distncia de frenagem Distncia percorrida pelo veculo durante o tempo de frenagem. [8] Distncia visvel Trecho que o condutor consegue nitidamente ver, sua frente, da via que est percorrendo. [8] Efeito fantasma Efeito luminoso provocado pela incidncia de luz externa (principalmente raios solares) sobre o refletor, dando a falsa impresso ao motorista de que uma lmpada est acesa. [8] Eixo de trnsito Via ou conjunto de vias que se caracterizam por apresentar continuidade fsica em linha reta, ou aproximadamente reta, por onde passa uma corrente de trnsito com elevado nmero de veculos. [8] Engavetamento - Coliso entre trs ou mais veculos em movimento, podendo ser tanto frontal como traseira. [5] Engenharia de Trfego Sinnimo de Engenharia de Trnsito. [8] {ver discusso 13} Engenharia de Trnsito Parte da Engenharia que trata do planejamento do trnsito e do desenho de vias, do seu desenvolvimento e das facilidades para estacionamento; trata, tambm, do controle do trnsito para proporcionar segurana e a conveniente e econmica movimentao de veculos e pedestres. [14] {ver discusso 13}

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    Entreverdes - Parte do estgio que programada logo aps o fim do perodo de verde com o propsito de evitar acidentes entre os usurios que esto perdendo seu direito de passagem e aqueles que vo passar a ganh-lo. No caso de grupos focais veiculares compe-se do perodo de amarelo seguido, em alguns casos, do perodo de vermelho de limpeza. No caso de grupos focais de pedestres consiste do perodo de vermelho piscante seguido, s vezes, tambm do perodo de vermelho de limpeza. [8] Entroncamento {ver discusso 5} Estgio 1. Estgio de uma interseo semaforizada a parte do ciclo compreendida entre quaisquer dois incios consecutivos de verde que nela ocorram. Geralmente, nas extremidades deste perodo, o(s) mesmo(s) movimento(s) ganha(m) e perde(m) o direito de passagem, mas em situaes mais complexas pode ocorrer que os movimentos que so liberados com a abertura do verde no sejam retidos no seu fim. A seqncia completa dos estgios compe um ciclo do semforo. Durante um estgio ocorre um perodo de verde, um de amarelo e/ou vermelho piscante e, s vezes, um de vermelho de limpeza. 2. Estgio da programao semafrica de um controlador o conjunto de intervalos luminosos formado por um intervalo de verde e os intervalos de entreverdes subseqentes que lhe so associados. Em alguns tipos de controladores, conjunto de intervalos luminosos formado por um intervalo de verde e os intervalos de entreverdes que o precederam imediatamente. [8] {ver discusso 4} Estgio demandado Estgio que s ocorre no transcorrer do ciclo se tiver sido solicitado por um sensor, seja uma botoeira de pedestres seja um detector de veculos. [8] Estgio obrigatrio Estgio que ocorre obrigatoriamente em todos os ciclos, independentemente de qualquer demanda ou solicitao dos pedestres ou veculos. [8] Estgio de pedestres Estgio em que um conjunto de movimentos veiculares que demandam o semforo retido com o objetivo especfico de permitir a travessia de pedestres. Pode ser demandado ou obrigatrio. [8] Extenso de verde Extenso de verde de um grupo semafrico, que funciona no modo atuado, o parmetro responsvel pelo prolongamento do intervalo de verde quando h deteco de um veculo que demanda tal verde. Diz-se, tambm, de seu valor numrico, medido geralmente em dcimos de segundo. [8] Faixa Regio longitudinal do leito virio, demarcada ou no, destinada circulao de uma nica fileira de veculos. [10] Faixa de pedestres Marca transversal que regulamenta o local da travessia de pedestres; pode ser de dois tipos: zebrada e paralela. [2] Faixa de pedestres recuada Faixa de pedestres semaforizada que visa atender algum desejo de travessia existente numa interseo, mas que, ao invs de ser instalada normalmente junto a suas esquinas, afastada entre quinze e trinta metros da interseo com o propsito de evitar um estgio exclusivo de pedestres no semforo. [8] Faixa de reteno Sinnimo de linha de reteno. [8]

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    Faixa reversvel Faixa de rolamento, atribuda atravs de sinalizao, alternadamente, a um ou outro dos sentidos de trnsito. [10] Faixa de rolamento Sinnimo de faixa. [8] Faixa de trnsito Sinnimo de faixa. [8] Fase {ver discusso 4} Fila Conjunto de veculos parados, ou com velocidade quase nula, em todas as faixas de rolamento de uma pista, esperando sua vez de conseguir passar por um gargalo de trnsito, que pode ser, por exemplo, um semforo ou uma restrio geomtrica. Diz-se, tambm, do nmero de veculos que formam este conjunto. [8] Fluidez Aspecto do trnsito relacionado maior ou menor possibilidade de trafegar agilmente pelo sistema virio. [8] Fluxo (F) Nmero de veculos integrantes de uma corrente de trnsito, que atravessam uma seo transversal de uma faixa de rolamento, ou de um conjunto selecionado de faixas, durante certo perodo. Normalmente, o fluxo computado em veculos equivalente por hora. [8] Fluxo de pedestre Nmero de pedestres que atravessam uma pista, num trecho selecionado, durante certo perodo. Geralmente, no se particulariza o sentido da travessia e o fluxo , portanto, a soma de ambos os sentidos. A unidade de tempo escolhida costuma ser a hora. [8] Fluxo de Saturao (FS) Fluxo de saturao de um grupo de trnsito o maior nmero de veculos que consegue atravessar a linha de reteno correspondente durante certo perodo no qual o semforo permanece continuamente em verde. Normalmente, o fluxo de saturao computado em veculos equivalente por hora. [8] Foco Elemento modular, utilizado na sinalizao semafrica, no qual uma luz de determinada cor est, alternadamente, acesa e apagada. constitudo, essencialmente, por um conjunto tico acondicionado numa caixa apropriada. [8] Fonte de luz Elemento responsvel pela gerao da luz. No caso dos semforos, pode ser uma lmpada incandescente, uma lmpada halgena ou um conjunto de leds. [8] Frao de verde Sinnimo de porcentagem de verde. [8] Frao de verde efetivo Sinnimo de porcentagem de verde efetivo. [8] Gap Intervalo de tempo entre a passagem, por uma determinada seo transversal da via, do pra-choque traseiro de um veculo e o pra-choque dianteiro do veculo subseqente, independentemente de utilizarem a mesma faixa de rolamento. A unidade adotada , geralmente, o dcimo de segundo. [8] Gap crtico - Para um condutor parado na transversal de uma via preferencial, gap crtico o menor gap entre os veculos que por ela trafegam no qual ele ainda consegue cruz-la com segurana e conforto. Para um pedestre parado no meio-fio de uma via, gap crtico o menor gap entre os veculos que por ela trafegam no qual ele ainda consegue atravess-la com segurana e conforto. A unidade adotada , geralmente, o dcimo de segundo. [8]

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    Grau de saturao (x) Grau de saturao de um grupo de trnsito o quociente entre seu fluxo e sua capacidade. [8] Grupo focal Elemento fsico, constitudo por dois ou mais focos, onde so exibidas as indicaes luminosas que regulamentam o direito de passagem de veculos e pedestres. [8] {ver discusso 7} Grupo focal em amarelo intermitente Grupo focal, com um ou dois focos que operam em amarelo intermitente, configurando sinalizao de advertncia. [8] Grupo focal de faixa reversvel Grupo focal que regulamenta a utilizao de uma faixa reversvel, normalmente posicionado sobre a mesma. composto por dois tipos de foco: um que traz o smbolo de uma seta verde de cima para baixo e outro que traz o smbolo da letra X em vermelho, indicando, respectivamente, a permisso ou proibio de utilizar tal faixa. Normalmente, o grupo focal constitudo por um par desses focos voltado para um dos sentidos da faixa e outro par para o outro sentido. Pode ser usado para outras aplicaes como, por exemplo, em pedgios, mas nesse caso s necessrio um par de focos, pois s h um sentido a sinalizar e no constitui propriamente um semforo, pois no existem correntes de trnsito conflitantes. [8] Grupo focal de pedestres Grupo focal responsvel pelo controle de um movimento de pedestres. [8] Grupo focal principal Grupo focal veicular posicionado no local da interseo que oferece a melhor visibilidade possvel aos condutores que se aproximam do semforo. Pode, indiferentemente, estar fixado numa coluna ou num brao projetado. [8] Grupo focal repetidor Grupo focal veicular que tem a funo de reforar a indicao do grupo focal principal e, eventualmente, completar seu campo de viso. [8] Grupo focal veicular Grupo focal responsvel pelo controle de um, ou mais, grupos de trfego. [8] Grupo semafrico Conjunto de grupos focais, ligados nos mesmos circuitos eltricos e que, portanto, apresentam sempre indicao luminosa idntica. Utiliza-se a notao Gn para identificar tanto nos projetos como nas programaes semafricas o grupo semafrico de nmero n. [8] {ver discusso 7} Grupo de trnsito Conjunto de movimentos de uma mesma aproximao semaforizada que possuem direitos de passagem simultneos. [8] {ver discusso 7} Grupos de trnsito crticos Grupos de trnsito mais saturados que demandam um semforo e que determinam seu tempo de ciclo e seus tempos dos estgios. [8] Headway Intervalo de tempo entre a passagem, por uma determinada seo transversal da via, dos pra-choques dianteiros de dois veculos consecutivos, independentemente de utilizarem a mesma faixa de rolamento. A unidade adotada , geralmente, o dcimo de segundo. [8] Histograma Representao grfica que detalha a passagem de veculos por uma seo transversal da via em pequenos intervalos de tempo, normalmente iguais ou inferiores a cinco segundos. Utiliza-se, principalmente, para determinar o fluxo de

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    saturao, o tempo perdido no incio e o tempo aproveitado no final de um grupo de trnsito. [8] Hora pico Intervalo de uma hora com maior volume dentro de um perodo de pico. [8] Indicao luminosa amarela Sinal que obriga o motorista que ainda no entrou na correspondente interseo ou ainda no atravessou a correspondente faixa de pedestres a no faz-lo, exceto se estiver to prximo do local de parada que a frenagem exigida possa vir a causar um acidente. [8] Indicao luminosa verde No caso de grupo focal veicular, sinal que permite que o motorista transpasse a correspondente interseo ou a correspondente faixa de pedestres, exceto se tal ao puder vir a causar um acidente. No caso de grupo focal para pedestre, sinal que permite que ele inicie e prossiga na travessia correspondente. [8] Indicao luminosa vermelha No caso de grupo focal veicular, sinal que probe os motoristas que ainda no entraram na correspondente interseo ou ainda no atravessaram a correspondente faixa de pedestres a faz-lo. No caso de grupo focal para pedestre, sinal que probe que ele inicie a travessia correspondente. [8] Indicao luminosa vermelha intermitente Sinal que obriga o pedestre que ainda est efetuando sua travessia a deslocar-se para o refgio mais prximo e que probe o pedestre que ainda no iniciou sua travessia a faz-lo. [8] ndice de desempenho Medida utilizada para avaliar a qualidade da fluidez do trnsito que percorre uma regio do sistema virio. No caso de redes semafricas, costuma ser funo do atraso e do nmero de paradas. [8] ndice de performance Sinnimo de ndice de desempenho. [8] Iluminamento ou Iluminncia (E) Fluxo luminoso incidente por unidade de rea. Sua unidade o lux. [13] Interseo rea comum a duas ou mais vias que se encontram. Compreende no s esta regio, mas tambm a rea contgua onde, eventualmente, ocorrem travessias de pedestres. [8] {ver discusso 5} Interseo em T Tipo de interseo de duas vias em que os trechos anterior e posterior de uma delas tm, aproximadamente, a mesma direo e a outra s apresenta um trecho de um lado da interseo formando um ngulo aproximadamente reto com a direo da primeira via. [8] {ver discusso 5} Interseo em Y - Tipo de interseo de duas vias em que os trechos anterior e posterior de uma delas podem, ou no, ter a mesma direo e a outra s apresenta um trecho de um lado da interseo formando um ngulo agudo com a direo da primeira via. [8] {ver discusso 5} Intensidade luminosa (I) Fluxo luminoso emitido por unidade de ngulo slido, denominado esferorradiano. Sua unidade a candela (cd). [13] Intervalo Intervalo da programao semafrica de um controlador cada uma das partes do ciclo em que as indicaes luminosas de todos os grupos focais operados pelo mesmo permanecem constantes. [8] {ver discusso 6}

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    ITACA Software que opera no modo tempo real de semforos cuja sigla significa Sistema Inteligente y Adaptativo de Control de Trfico. [8] Juno {ver discusso 5} Led Fonte luminosa que utiliza diodos formados por cristais de materiais semicondutores; conforme o comprimento de onda emitido por estes diodos, obtm-se uma cor correspondente. [8] Leiaute Leiaute de um semforo o croquis que mostra a disposio de seus elementos na interseo, principalmente do seu controlador, suas colunas e seus grupos focais. [8] Lente Elemento situado na face do foco voltada ao usurio, por onde passa a luz emitida pela fonte, que tem a funo de resguardar os elementos internos do foco. No caso de grupos focais que utilizam leds, a lente transparente e incolor. No caso de grupos focais que utilizam lmpadas, a lente colorida e translcida e tem tambm a incumbncia de definir a cor da indicao luminosa (vermelha, amarela ou verde), homogeneizar a distribuio da luz e dirigir o feixe de luz aos respectivos usurios. [8] Levantamento de dados Coleta, em campo, das informaes necessrias para executar um projeto de trnsito. [8] Linha de reteno Marca de sinalizao horizontal que indica ao condutor o local limite em que deve parar o veculo. Tambm denominada faixa de reteno. [2] Link Na anlise da sinalizao semafrica, entidade utilizada para representar um grupo de trnsito em atividades relacionadas a esquematizao de sistemas, simuladores e trabalhos grficos. [8] {ver discusso 8} Link interno Link que tem por origem um n e se dirige para outro, ambos pertencentes mesma rede semafrica. [8] Link externo Link que tem por origem um ponto qualquer externo a uma rede semafrica e por destino um n a ela pertencente. [8] Luminncia (B) Intensidade luminosa por unidade de rea projetada. Sua unidade candela/m2. [13] Lux Unidade de iluminamento. [13] Mscara - Elemento interno do foco, utilizado para projetar determinada figura como, por exemplo, o desenho de uma pessoa parada no foco vermelho do grupo focal de pedestres. No necessrio no caso da utilizao de leds. [8] Mtodo do grau de saturao Mtodo para clculo da programao semafrica em que o tempo de ciclo dimensionado de modo que os grupos de trnsito crticos do semforo operem num valor pr-determinado do grau de saturao. [8] Mtodo de Webster Mtodo para clculo da programao semafrica em que o tempo de ciclo dimensionado de acordo com uma equao enunciada pelo engenheiro ingls Webster. [8] Metodologia da observao em campo Metodologia para clculo da programao semafrica, de uma forma simplificada, que se baseia na medio direta dos tempos de verde com saturao muito baixa e na estimativa do fluxo de

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    saturao. Com esses dados, possvel calcular a programao semafrica, seja pelo mtodo do grau de saturao seja pelo mtodo de Webster. [8] {ver discusso 9} Modo atuado isolado Modo de funcionamento de um semforo em que as duraes dos estgios e do tempo do ciclo variam em funo do reconhecimento, efetuado por equipamentos detectores, dos veculos e pedestres que o demandam. Neste modo os tempos do semforo so totalmente independentes da programao vigente em semforos vizinhos. [8] {ver discusso 3} Modo semi-atuado coordenado Modo de funcionamento de um semforo que difere do modo tempos fixos coordenado apenas porque existe um ou mais estgios que s entram em vigor sob solicitao de um equipamento detector, geralmente uma botoeira de pedestres. [8] {ver discusso 3} Modo semi-atuado isolado Modo de funcionamento de um semforo que difere do modo tempos fixos isolado apenas porque existe um ou mais estgios que s entram em vigor sob solicitao de um equipamento detector, geralmente uma botoeira de pedestres. [8] {ver discusso 3} Modo tempo real coordenado Modo de funcionamento dos semforos integrantes de uma rede em que a durao do tempo de ciclo comum, as duraes dos estgios de cada um deles e as defasagens relativas entre eles so calculados e implementados, em tempo real, para atender os veculos e pedestres que vo sendo continuamente reconhecidos por equipamentos detectores. [8] {ver discusso 3} Modo tempos fixos coordenado Modo de funcionamento de um semforo em que a seqncia dos estgios, as duraes dos intervalos, o tempo do ciclo e o valor da defasagem so dados gravados no equipamento que o controla e no se alteram dentro do perodo de vigncia de cada plano. Neste modo os tempos do semforo esto concatenados programao vigente em semforos vizinhos. [8] {ver discusso 3} Modo tempos fixos isolado Modo de funcionamento de um semforo em que a seqncia dos estgios, as duraes dos intervalos, o tempo do ciclo e o valor da defasagem so dados gravados no equipamento que o controla e no se alteram dentro do perodo de vigncia de cada plano. Neste modo os tempos do semforo so totalmente independentes da programao vigente em semforos vizinhos. [8] {ver discusso 3} Movimento Ver movimento veicular e movimento de pedestres. Movimento de pedestres Conjunto de pedestres que atravessam uma via num certo sentido, de um trecho limitado de uma calada para outro trecho limitado de outra calada. Cada um destes trechos de calada deve ser contnuo e no ser superior a, aproximadamente trinta metros. [8] Movimento de pedestres paralelo Movimento de pedestres, num semforo, que tem direito de passagem simultneo ao de um movimento veicular paralelo. [8] Movimento veicular Conjunto de veculos que chegam por uma mesma aproximao e que se dirigem para o mesmo afastamento. Por exemplo, o movimento dos veculos que chegam num cruzamento por determinada aproximao e viram direita. [8]

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    Movimentos compatveis - Dois ou mais movimentos so considerados compatveis entre si quando eles podem transitar simultaneamente de forma segura pela rea de conflito, mesmo que eles no sejam independentes. [8] {ver discusso 10} Movimentos conflitantes Dois ou mais movimentos so considerados conflitantes entre si quando eles no podem transitar simultaneamente de forma segura pela rea de conflito, pois se interceptam de forma perigosa. [8] {ver discusso 10} Movimentos convergentes Movimentos veiculares que tm origem em diferentes aproximaes e se dirigem para o mesmo afastamento. [8] Movimentos divergentes Movimentos veiculares que tm origem na mesma aproximao e se dirigem para diferentes afastamentos. [8] Movimentos incompatveis - Dois ou mais movimentos so considerados incompatveis entre si quando eles no podem transitar simultaneamente de forma segura pela rea de conflito. [8] {ver discusso 10} Movimentos independentes - Dois ou mais movimentos so considerados independentes entre si quando eles no se interceptam em nenhum ponto da rea de conflito. [8] {ver discusso 10} N Na anlise da sinalizao semafrica, entidade utilizada para representar um semforo em atividades relacionadas esquematizao de sistemas, simuladores e trabalhos grficos. [8] Nmero de paradas Nmero de paradas de um grupo de trnsito a quantidade de paradas que seus veculos tm devido ao semforo, tomando por base um perodo determinado. A unidade normalmente utilizada veculos equivalente / hora. [8] Nmero de paradas mdio de um grupo de trnsito Quociente entre o nmero de paradas num semforo do grupo de trnsito e seu fluxo, no mesmo perodo de referncia. Representa o nmero mdio de paradas que um veculo deste grupo tem no semforo. A unidade adimensional. [8] Nmero de paradas mdio num semforo Quociente entre o nmero de paradas num semforo e o somatrio de todos os fluxos que so por ele controlados, no mesmo perodo de referncia. Representa o nmero mdio de paradas de um veculo que passa pelo semforo, considerando todos os seus grupos de trnsito. A unidade adimensional. [8] Nmero de paradas num semforo Somatrio dos nmeros de paradas de todos os grupos de trnsito que so por ele controlados. A unidade normalmente utilizada veculos equivalente / hora. [8] Ocupao Porcentagem do tempo em que certa seo de trnsito se manteve ocupada por veculos de uma corrente de trfego durante certo perodo. [8] Onda verde Tipo de coordenao semafrica em que uma corrente de trnsito recebe indicao luminosa verde numa seqncia de semforos de uma rede. [8] Operao amarelo intermitente - Condio de funcionamento do semforo em que os focos amarelos ficam piscando enquanto todos os outros permanecem apagados. [8] {ver discusso 3}

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    Operao convencional Condio de funcionamento normal do semforo em que as indicaes luminosas verde, amarela, vermelha e vermelha intermitente ocorrem numa certa seqncia padro. [8] {ver discusso 3} Parada Imobilizao do veculo com a finalidade e pelo tempo estritamente necessrio para efetuar embarque ou desembarque de passageiros. [1]. Toda e qualquer interrupo no movimento de um veculo. [8] Parmetros de segurana Parmetros da programao semafrica afetos aos aspectos de segurana viria. So: verde de segurana, amarelo, vermelho de limpeza e vermelho intermitente. [8] Pedestre Pessoa que se desloca pelas vias pblicas a p ou em cadeira de rodas. [8] Peloto de veculos Grupo de veculos ou pedestres que transitam juntos, de forma compacta, voluntariamente ou no; tal formao pode ter sido provocada devido a semforos, geometria da via ou a outros fatores diversos. [11] Perodo - Perodo de um grupo focal cada uma das partes do ciclo em que sua indicao luminosa permanece a mesma. Geralmente, um grupo focal veicular apresenta trs perodos dentro do ciclo: um verde, um amarelo e um vermelho. Em outros casos, o ciclo pode comportar seis perodos neste grupo: dois verdes, dois amarelos e dois vermelhos. Em outros nove, e assim por diante. [8] {ver discusso 6} Perodo de pico Cada um dos perodos do dia em que o volume de veculos muito mais elevado do que o volume dirio mdio. Pode ser definido para um trecho de via, uma interseo, uma via, o sistema virio de uma cidade, etc. [8] Peso da parada Nmero de segundos atribudo, subjetivamente, a cada parada a fim de estabelecer uma equivalncia entre o transtorno provocado pela ao de parar e o tempo de espera (atraso). A unidade utilizada o segundo. [8] Pestana Pala acoplada na parte superior do foco semafrico, que tem as funes de impedir a incidncia de fontes de luz externa (principalmente raios solares) sobre o refletor, dando origem ao efeito fantasma, dirigir o feixe luminoso do semforo para os usurios corretos e diminuir a possibilidade de que a lente seja vista, indevidamente, por outros usurios. [8] Plano Denomina-se plano semafrico, ou simplesmente plano, ao conjunto de parmetros introduzidos no controlador ou na central de controle que determina a seqncia e as duraes dos tempos exibidos pelo semforo. O perodo de vigncia de um plano est estabelecido na tabela horria. [8] Plano operacional semafrico Plano semafrico elaborado para atender situaes operacionais especiais e que s acionado nessas ocasies, no fazendo parte, portanto, da tabela horria. [8] Porcentagem de verde Porcentagem de verde de um grupo de trnsito o quociente entre o tempo total em que o correspondente grupo focal ficou em verde durante um ciclo e o tempo desse ciclo. [8] Porcentagem de verde efetivo Porcentagem de verde efetivo de um grupo de trnsito o quociente entre seu tempo de verde efetivo e o tempo de ciclo. [8]

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    Programa Sinnimo de plano. Programao Sinnimo de plano. Queda Acidente em que h impacto em razo da queda livre de um veculo, ou de pessoas ou cargas por ele transportadas. [5] Rede semafrica Conjunto de semforos que operam de forma coordenada entre si. Devem ter o mesmo tempo de ciclo ou tempos de ciclos complementares. [8] Rede de Transmisso de Dados (RTD) Conjunto de elementos fsicos e lgicos responsvel pela transmisso bidirecional de dados entre uma central de controle e equipamentos que esto operando em campo. [8] Refletor Pea situada dentro do foco semafrico, atrs da lmpada, que tem as funes de refletir o feixe luminoso de forma direcionada e otimizar o rendimento do fluxo luminoso gerado pela lmpada. No existe nos focos de leds. [8] Reserva de capacidade Porcentagem da capacidade de um grupo de trnsito que no est sendo utilizada pelos veculos e que, portanto, se encontra disponvel para eventual demanda adicional. [8] SCATS Software que opera no modo tempo real de semforos cuja sigla significa Sydney Co-ordinated Area Traffic Signal System. [8] SCOOT Software que opera no modo tempo real de semforos cuja sigla significa Split, Cycle and Offset Optimization Technique. [8] Segurana Aspecto do trnsito relacionado maior ou menor possibilidade da ocorrncia de acidentes. [8] Seleo automtica de planos Tcnica em que planos de tempos fixos, residentes num banco de dados, so ativados em funo da combinao da leitura de detectores de veculos. [8] Semforo 1. Elemento fsico, constitudo por dois ou mais focos, que ministra as indicaes luminosas que regulamentam o direito de passagem de veculos e pedestres. 2. Conjunto de elementos fsicos e funcionais que determina, atravs de indicaes luminosas, de forma alternativa, o direito de passagem de veculos e pedestres num determinado local onde h conflito de movimentos. [8] {ver discusso 11} Semforo conjugado Semforo que comandado por um controlador instalado junto a outro semforo. [8] Semforo crtico Semforo com maior taxa de ocupao total entre todos da rede que integra. [8] Semforo especfico para pedestres Semforo responsvel pelo controle de travessia, ou travessias, de pedestres em local onde no existem movimentos conflitantes entre veculos. [8] Semforo de faixa reversvel Sinnimo de grupo focal para faixa reversvel. Semforo de interseo Semforo responsvel pelo controle dos movimentos dos veculos de uma interseo, que abrange tanto os grupos focais desses veculos

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    como, se existirem, os grupos focais dos movimentos de pedestres que conflitam com esses mesmos veculos. [8] Semforo com tempos de ciclos complementares Semforo que no apresenta o tempo de ciclo igual ao da rede a que pertence, mas que, para garantir a coordenao, possui uma seqncia de ciclos cujos tempos somam o tempo de ciclo da rede. [8] {ver discusso 12} Seqncia de estgios Seqncia em que os estgios de um semforo entram em vigncia no decorrer de um ciclo. [8] Simulao Tcnica que procura replicar, em um computador, a seqncia de eventos hipotticos do sistema estudado, ao longo do tempo, tratando-se as entidades que percorrem o modelo de forma agregada ou individualizada. [9] Sinalizao semafrica - Subsistema da sinalizao viria que se compe de indicaes luminosas acionadas alternada ou intermitentemente atravs de sistema eltrico/eletrnico, cuja funo controlar os deslocamentos. [2] Sinalizao semafrica de advertncia Sinalizao semafrica que tem a funo de advertir da existncia de obstculo ou situao perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas de precauo compatveis com a segurana para seguir adiante. Compe-se de uma ou duas luzes de cor amarela, cujo funcionamento intermitente ou piscante alternado, no caso de duas indicaes luminosas. [2] Sinalizao semafrica de regulamentao Sinalizao semafrica que tem a funo de efetuar o controle do trnsito num cruzamento ou seo de via, atravs de indicaes luminosas, alternando o direito de passagem dos vrios fluxos de veculos e/ou pedestres. Compe-se de indicaes luminosas de cores preestabelecidas, agrupadas num nico conjunto, dispostas verticalmente ao lado da via ou suspensas sobre ela, podendo neste caso ser fixadas horizontalmente. [2] Sincronismo Condio em que dois ou mais equipamentos operam utilizando mesma base de tempos, como, por exemplo, no caso dos controladores que comandam os semforos coordenados de uma rede. [8] Sistema alternado de defasagem Tipo de programao semafrica, aplicvel em eixos de trnsito, em que o ponto central do perodo de verde do primeiro semforo ocorre no mesmo instante do que o ponto central do perodo de vermelho do segundo, que ocorre no mesmo instante do perodo de verde do terceiro e assim sucessivamente. [8] Sistema simultneo de defasagem Tipo de programao semafrica, aplicvel em eixos de trnsito, em que os pontos centrais dos perodos de verde de todos os semforos que operam nesse eixo ocorrem no mesmo instante. [8] Sobredemanda Parte da demanda que excede a capacidade na condio de congestionamento. [8] Soft - Processo de troca de plano cuja diretriz consiste em substituir o plano anterior pelo novo no tempo que for necessrio para continuar cumprindo normalmente a seqncia de estgios durante a transio. [8] Sub-rea Sinnimo de rede semafrica.

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    Tabela horria Parte da programao de um controlador semafrico ou de um computador de uma central de controle que determina os horrios, dias da semana e datas em que determinadas aes, na maioria das vezes insero de planos, sero executadas pelo equipamento. [8] Tempo aproveitado no final (Taf) Tempo aproveitado no final, de um grupo de trnsito, o tempo ganho, sob o ponto de vista de fluidez, aps o trmino de seu perodo de verde, devido ao fato de que alguns veculos continuam passando no amarelo ou at mesmo no vermelho. [8] Taxa de ocupao (y) Taxa de ocupao de um grupo de trnsito o quociente entre seu fluxo e seu fluxo de saturao. [8] Taxa de ocupao total (y) Somatrio das taxas de ocupao dos grupos de trnsito crticos de um semforo. [8] Tempo de amarelo Durao de um perodo com indicao luminosa amarela. [8] Tempo de ciclo (Tc) Tempo necessrio para que se complete um ciclo do semforo. [8] Tempo de ciclo mximo Parmetro da programao semafrica que determina o maior tempo de ciclo que o semforo poder vir a ter quando estiver funcionando em controle local ou central. Diz-se, tambm, do valor numrico deste parmetro. [8] Tempo de ciclo mnimo Menor tempo de ciclo que conseguiria atender os grupos de trfego que demandam o semforo se eles apresentassem distribuio uniforme de chegada. [8] Tempo de ciclo timo Tempo de ciclo de um semforo ou de uma rede que acarreta o melhor ndice de desempenho nas vias controladas. [8] Tempo de ciclo da rede Maior valor dentre os tempos de ciclo dos semforos que compem a rede. [8] Tempo de estgio Tempo de durao de um determinado estgio, igual soma do seu tempo de verde com o tempo de entreverdes associado. [8] Tempo de frenagem Intervalo de tempo entre o instante em que a sapata atinge o tambor do freio e o ponto e que o veculo se detm totalmente. [4] Tempo mximo de permanncia Parmetro da programao semafrica que determina o maior tempo que um estgio pode atingir, seja qual for o modo em que estiver funcionando. Ultrapassado este tempo, o semforo entrar automaticamente na operao amarelo intermitente. [8] Tempo morto Tempo morto a parcela do tempo de ciclo que no pode ser aproveitada por nenhum grupo de trnsito, seja por causa dos entreverdes, dos estgios exclusivos de pedestres ou do efeito conjugado entre o tempo perdido no incio e o tempo aproveitado no final. [8] Tempo de percepo e reao (Tpr) - Tempo que decorre entre a ocorrncia de um evento que pode ser afeto sinalizao, via, ou a outros usurios e o incio da resposta adequada do condutor. A parcela da percepo corresponde ao tempo que o motorista demora em identificar e compreender o evento. A subseqente parcela

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    da reao composta pelo tempo da resposta fsica do condutor que se estende at o acionamento do dispositivo adequado. Nos casos em que a resposta a ao de frear, o acionamento do dispositivo adequado corresponde ao instante em que a sapata atinge o tambor do freio. [8] Tempo de percurso (Tp) Denomina-se como tempo de percurso entre dois semforos o intervalo de tempo que um veculo, transitando na velocidade operacional, demora para vencer o trecho compreendido entre as duas faixas de reteno desses semforos. [8] Tempo perdido no incio (Tpi) Tempo perdido no incio, de um grupo de trnsito, o tempo desperdiado, sob o ponto de vista de fluidez, logo no incio do seu perodo de verde devido demora dos veculos que estavam parados na fila em alcanar a velocidade de operao da via. [8] Tempo de travessia de pedestres Tempo que um pedestre tpico da regio estudada demora para realizar, de maneira confortvel, a travessia de certa via. [8] Tempo de verde Durao de um perodo com indicao luminosa verde. [8] Tempo de verde efetivo Tempo de verde efetivo de um grupo de trnsito a durao da parte do ciclo que seus veculos conseguem efetivamente aproveitar. calculado somando-se o tempo real de verde existente no ciclo ao tempo aproveitado no final (Taf) e subtraindo-se deste resultado o tempo perdido no incio (Tpi); para cada perodo de verde dentro do ciclo dever ser considerado um par Taf e Tpi. [8] Tempo de vermelho Durao de um perodo com indicao luminosa vermelha. [8] Tempo de vermelho intermitente Durao de um perodo com indicao luminosa vermelha intermitente. [8] Tombamento Acidente em que um veculo em movimento tomba lateral ou frontalmente e permanece imobilizado nessa posio. [5] Trfego {ver discusso 13} Trnsito - Conjunto de deslocamentos de pessoas e veculos nas vias pblicas, dentro de um sistema convencional de normas que tm por fim assegurar a integridade de seus participantes. [7] {ver discusso 13} Travamento de cruzamento Situao em que a fila formada por um semforo a jusante, ou por algum outro gargalo, invade a rea do cruzamento impedindo o trnsito normal da transversal via onde se estende tal fila. [8] Travessia em Z Tipo de soluo adotado em vias com canteiro central em que a faixa de pedestres de uma pista no est alinhada coma a da outra; conseqentemente, terminando a travessia de uma delas, o pedestre tem de andar pelo canteiro central at o incio da segunda faixa de pedestres. [8] Troca de plano Evento da tabela horria do controlador semafrico que substitui o plano que estava em operao por outro. [8] Variao sazonal Variao da demanda que funo de fatores temporais conhecidos, tais como a hora do dia, o dia da semana e o ms do ano. [8]

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    Veculo equivalente Unidade que retrata a equivalncia entre os diversos tipos de veculos no que diz respeito ao tempo que cada um necessita para atravessar uma determinada seo e que tambm funo da topografia do local em pauta. [8] Verde mximo Verde mximo de um grupo semafrico o parmetro da programao semafrica que determina o maior tempo de verde que este grupo poder ter, quando estiver funcionando em modo atuado. Diz-se, tambm, do valor numrico deste parmetro. [8] Verde mnimo Verde mnimo de um grupo semafrico o parmetro da programao semafrica que determina o menor tempo de verde que este grupo poder ter, quando estiver funcionando em modo atuado. Diz-se, tambm, do valor numrico deste parmetro. [8] {ver discusso 14} Verde ocioso Parte do perodo de verde em que o fluxo de veculos correspondente nulo ou praticamente nulo. [8] Verde de segurana Verde de segurana de um grupo de trnsito ou de um movimento de pedestres o menor tempo que lhes pode ser atribudo sem provocar risco de acidentes ou desconforto aos usurios. [8] {ver discusso 14} Verdes conflitantes Situao provocada por alguma falha em que a indicao luminosa verde exibida simultaneamente para movimentos incompatveis. [8] Vermelho integral Intervalo em que todos os grupos focais comandados pelo controlador so programados em vermelho. [8] {ver discusso 15} Vermelho de limpeza Perodo em que todos os movimentos incompatveis entre si que demandam um semforo recebem indicao luminosa vermelha simultnea, por razes de segurana. [8] {ver discusso 15} Videodeteco Sinnimo de deteco por processamento de imagens. [8] Visibilidade recproca Condio em que dois condutores, que trafegam por movimentos conflitantes, podem se enxergar mutuamente. [8] Volume Nmero de veculos existentes num certo espao do sistema virio em determinado instante; tal espao pode ser um trecho de via, uma via ou um conjunto de vias at chegar ao prprio sistema virio inteiro. [8] {ver discusso 16} Zona de conflito Zona de conflito de uma interseo a regio dela onde podem ocorrer acidentes entre veculos integrantes de distintas correntes de trnsito ou onde podem ocorrer atropelamentos. [8] Zona de dilema Regio situada na aproximao de um semforo, gerada pelo dimensionamento insuficiente do tempo de amarelo, onde se um veculo receber indicao amarela no conseguir nem frear a tempo nem transpor a linha de reteno antes do fim desse amarelo. [8] Fontes [1] Cdigo de Trnsito Brasileiro Anexo I

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    [2] - Cdigo de Trnsito Brasileiro Anexo II [3] Dicionrio Houaiss [4] - Glossrio de termos tcnicos rodovirios, DNER, 1997 [5] - Aplicaes da Engenharia de Trfego na Segurana dos Pedestres - Tese de mestrado de Joo Cucci Neto. [6] Manual de Sinalizao Semafrica Critrios de Programao CET/SP [7] - Psicologia do Trnsito, Rozestraten, R.J.A. [8] Sinal de Trnsito, Luis Vilanova [9] Simulao de Trfego Conceitos e Tcnicas de Modelagem, Licinio da Silva Portugal [10] Cdigo da Estrada Ministrio da Administrao Interna Portugal [11] Manual on Uniform Traffic Control Devices (traduo) [12] The Columbia Electronic Encyclopedia (traduo) [13] ptica, Francis Weston Sears [14] Institution of Civil Engineers Inglaterra (traduo) Discusses 1 - Aproximao e afastamento Denominamos aproximao ao trecho de uma pista utilizado pelos veculos que chegam numa interseo ou num semforo de pedestres de meio de quadra. Inclui, tambm, as faixas adjacentes reservadas ao estacionamento. Este termo foi traduzido do MUTCD e bastante empregado na literatura tcnica. Mas, curiosamente, no existe um vocbulo de uso generalizado para o trecho por onde os veculos saem da interseo. O nico lugar onde encontramos esta referncia foi na apostila Introduo Engenharia de Trfego, do Prof. Hugo Pietrantonio da EPUSP, onde, de forma expedita se diz; afastamento: cada trecho de via que sai da interseo. Vamos propor a seguir uma definio antnima da que o MUTCD d para aproximao. Denominamos afastamento ao trecho de uma pista utilizado pelos veculos que terminaram de atravessar uma interseo ou passar por um semforo de pedestres de meio de quadra. Inclui, tambm, as faixas adjacentes reservadas ao estacionamento. 2 - Ciclo A palavra ciclo pode ser entendida em dois sentidos. No primeiro, o termo remete idia de uma seqncia de fatos que se repetem periodicamente. No segundo enfoque, o termo ganha um sentido cronolgico e passa a representar o tempo que

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    demora para que essa mesma seqncia ocorra. Se a entendermos da primeira maneira, diremos o tempo do ciclo do semforo igual a 60 segundos. J na outra forma a frase ser o ciclo do semforo igual a 60 segundos. A rigor, no existe um significado mais correto do que o outro. O dicionrio Houaiss menciona dentre outras, as seguintes definies: 1. Srie de fenmenos, fatos ou aes de carter peridico que partem de um ponto inicial e terminam com a recorrncia deste. 2. Espao de tempo durante o qual ocorre e se completa, com regularidade, um fenmeno ou um fato, ou uma seqncia de fenmenos ou fatos. Seu colega Aurlio tambm prev ambas as acepes. 1. Conjunto de transformaes que levam um sistema a um estado final igual ao inicial. 2. Perodo ou revoluo de certo nmero de anos passados nos quais devem-se repetir, na mesma ordem, os fenmenos astronmicos. sempre interessante ir buscar o conceito primitivo do vocbulo. A etimologia nos diz que a palavra veio do grego kklo, que significa crculo; posteriormente, transformou-se no latim cyclus, de onde veio o portugus ciclo. Nossa preferncia pelo significado que no contm o sentido de tempo. A principal razo que o ciclo do semforo no possui, em muitos modos de operao, durao fixa. Quando se atribui ao termo o sentido temporal, est se admitindo, intrinsecamente, um perodo constante. Por exemplo, s dizemos que o aparecimento do cometa Halley cclico, porque ele aparece regularmente a cada 76 anos. No falaramos em ciclo se a sua visita fosse irregular. O exemplo do Halley esclarece um pouco melhor o assunto. Existem duas situaes em que pensamos em ciclo: ou quando um evento ocorre a intervalos sempre iguais ou quando uma srie de fatos se repete, independentemente do seu perodo de durao; entretanto, neste caso imprescindvel que tais fatos ocorram sempre na mesma ordem, configurando uma certa seqncia previsvel. Na primeira situao existe o elemento tempo embutido; na segunda, no necessariamente. Ora, cada vez mais freqente, com o avano tecnolgico, que semforos operem com ciclos de durao varivel. Temos, por exemplo, os modos atuado e tempo real. Por esse motivo optamos pela acepo de seqncia organizada de fatos e no pelo intervalo de tempo em que algo se repete. Com isso chegamos a uma proposta para a definio do termo. Ciclo a seqncia completa dos estgios de um semforo em que cada um dos estgios obrigatrios ocorre, pelo menos, uma vez. Para finalizar, vamos citar o entendimento encontrado em outros pases. O manual de sinalizao norte-americano, MUTCD, no define exatamente o termo ciclo, mas considera que o comprimento do ciclo o tempo requerido para a realizao de uma seqncia completa das indicaes luminosas; com isso, assume que o ciclo no o tempo, mas sim a seqncia das indicaes luminosas, a exemplo do que estamos acolhendo. Tambm tem a mesma opinio, Alelick, conceituado engenheiro de trnsito australiano, quando diz que ciclo uma completa seqncia dos estgios. Por outro lado, Valdes conceitua ciclo como o tempo necessrio para que ocorra uma seqncia completa das indicaes luminosas nos semforos conectados a um mesmo controlador.

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    3 - Classificao das condies de funcionamento de um semforo A classificao das diversas condies em que um semforo pode estar funcionando outro terreno onde encontramos bastante falta de exatido na terminologia. Fala-se, por exemplo, em modo manual e modo coordenado, mas, na verdade, a operao manual e a coordenao so duas caractersticas que implicam em noes totalmente diferentes. A primeira envolve o aspecto de quem est comandando o semforo e a segunda a idia de uma programao compatibilizada com semforos adjacentes. No podemos tratar dois fatos de natureza to distinta como se fossem alternativas da mesma classificao chamada modo. Propomos, aqui, classificar as formas de funcionamento dos semforos segundo trs enfoques: o controle, a operao e o modo. Reservamos ao termo controle o conceito associado ao elemento responsvel pelo acionamento dos tempos do semforo. Sob este ponto de vista, encontramos trs possibilidades: o controle local, o controle centralizado e o controle manual. Denominamos controle local situao em que o semforo comandado diretamente por um equipamento denominado controlador, instalado nas suas proximidades. Atribumos ao termo controle centralizado a condio em que pelo menos parte da programao semafrica que ocorre no semforo determinada remotamente por equipamentos instalados numa Central de Controle. Vale ressaltar que existem ocasies em que a Central est supervisionando o que est ocorrendo no semforo sem lhe impor a programao, que est a cargo do controlador. Neste caso, no podemos nos referir a controle centralizado, mas apenas a monitorao centralizada. Chamamos de controle manual situao em que os tempos so impostos por um agente de trnsito atravs de comandos que aplica no controlador ou no Centro de Controle. Sugerimos entender, sob o grupo da operao, o tipo de indicao luminosa apresentada. Normalmente, ocorrem as indicaes verde, amarela, vermelha e vermelha intermitente numa certa seqncia padro. Chamamos esta condio de operao convencional. situao de advertncia em que os focos amarelos ficam piscando enquanto os outros permanecem apagados, denominamos operao amarelo intermitente. Teoricamente, teramos ainda uma terceira possibilidade. Em alguns pases, o semforo apagado em determinadas horas do dia, o que no deixa de ser um tipo de operao. Entretanto, achamos melhor omitir esta alternativa visto no ser utilizada, pelo menos por ora, no Brasil. Vinculamos a classificao modo aos aspectos associados programao semafrica. Temos dois fatores a considerar. Em primeiro lugar, a forma de funcionamento do semforo em si que pode ser atuada, semi-atuada, em tempos fixos e em tempo real. O segundo fator diz respeito a eventual trabalho concatenado com outros semforos vizinhos que pode ser isolado ou coordenado. Combinando estes dois fatores, chegamos a seis modos possveis: a) Tempos fixos isolado; b) Tempos fixos coordenado; c) Atuado isolado; d) Semi-atuado isolado; e) Semi-atuado coordenado; f) Tempo real coordenado. Convm ressaltar que a expresso controle em tempo real est largamente difundida; de acordo com nossa proposta, deveramos dizer modo tempo real. Analogamente, em vez do termo operao manual, tambm muito disseminado, sugerimos controle manual.

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    4 - Estgio O termo estgio comporta dois sentidos. Um quando nos referimos aos estados que ocorrem na operao de uma interseo semaforizada e outro quando o estamos empregando dentro da terminologia de programao de um controlador que comanda os semforos. Quando o controlador responsvel por uma nica interseo semaforizada, os dois sentidos representam exatamente a mesma situao. Na primeira acepo, podemos definir que estgio de uma interseo semaforizada a parte do ciclo compreendida entre quaisquer dois incios consecutivos de verde que nela ocorram. Geralmente, nas extremidades deste perodo, o(s) mesmo(s) movimento(s) ganha(m) e perde(m) o direito de passagem, mas em situaes mais complexas pode ocorrer que os movimentos que so liberados com a abertura do verde no sejam retidos no seu fim. A seqncia completa dos estgios compe um ciclo do semforo. Durante um estgio ocorre um intervalo de verde, um de amarelo e/ou vermelho piscante e, s vezes, um de vermelho de limpeza. Podemos tambm entender, numa definio menos exata, mas talvez mais compreensvel, que estgio o estado em que os movimentos liberados e retidos numa interseo semaforizada continuam os mesmos. Quando um dos movimentos liberados perder o direito de passagem, ou, vice-versa, quando um dos movimentos fechados receber o verde, passaremos a ter um novo estgio. Na segunda interpretao, define-se estgio da programao semafrica de um controlador como o conjunto de intervalos luminosos formado por um intervalo de verde e os intervalos de entreverdes subseqentes que lhe so associados. Em alguns tipos de controladores, caracteriza o conjunto de intervalos luminosos formado por um intervalo de verde e os intervalos de entreverdes que imediatamente o precedem. Nunca recomendvel, evidentemente, que a mesma palavra abarque mais de um significado. A confuso ainda maior quando, como no caso com o qual estamos lidando, os dois significados remetem a conceitos bastante prximos. Entretanto, no temos nenhuma proposta para contornar o problema, pois qualquer novo termo inventado para atender a um dos significados soaria demasiadamente artificial, pois a prtica j sacramentou as duas acepes. O mximo que podemos sugerir que os tcnicos tenham sempre presente a duplicidade de entendimentos, para no serem por ela prejudicados. Vamos passar agora para outro ponto polmico. Antigamente, utilizava-se o termo fase em vez de estgio. O prprio Anexo II do Cdigo o emprega quando define a indicao vermelha intermitente: assinala que a fase durante a qual os pedestres podem atravessar est a ponto de terminar. Em muitos cruzamentos, utilizava-se (ou ainda se utiliza) placas com os dizeres: Ateno. Semforo de trs fases. Recomendamos que se adote o termo estgio e no fase. A razo que, no passado, houve muita confuso devido a interpretaes distintas do termo. Para os tcnicos de trnsito, fase sempre significou uma parte do processo cclico semafrico e, portanto, sempre carregou o sentido que estamos atribuindo agora a estgio. Entretanto, para nossos colegas da engenharia eltrica, que cuidam da implantao e manuteno dos semforos, a palavra fase associada ao circuito eltrico que alimenta o conjunto de lmpadas da mesma cor de um determinado grupo semafrico. Com o intuito de evitar confuso entre os dois enfoques, consideramos melhor abolir o termo fase e empregar apenas estgio.

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    Um ltimo ponto a esclarecer que estgio, analogamente ao que ocorre com ciclo, encerra a idia de estado e no de tempo. Assim, o correto dizer o tempo do estgio igual a 20 segundos e no o estgio igual a 20 segundos. 5 - Interseo Designamos por interseo a rea comum a duas ou mais vias que se encontram. Compreende no s esta regio, mas tambm a rea contgua onde, eventualmente, ocorrem travessias de pedestres. bom deixar patente que o termo se refere ao espao fsico das vias e no interseo dos movimentos que andam nelas. Os tipos mais comuns de intersees so: Cruzamento: Tipo de interseo de duas ou mais vias em que os trechos anterior e posterior de cada uma delas tm, aproximadamente, a mesma direo. Interseo em T: Tipo de interseo de duas vias em que os trechos anterior e posterior de uma delas tm, aproximadamente, a mesma direo e a outra s apresenta um trecho de um lado da interseo formando um ngulo aproximadamente reto com a direo da primeira via. Interseo em Y: Tipo de interseo de duas vias em que os trechos anterior e posterior de uma delas podem, ou no, ter a mesma direo e a outra s apresenta um trecho de um lado da interseo formando um ngulo agudo com a direo da primeira via. Acabei de escrever os dois ltimos pargrafos e no posso deixar de comentar como difcil retratar em palavras as coisas mais evidentes no desenho. As figuras do T e do Y so auto-explicativas e no do margem a mal entendidos; porm traduzir essa noo numa definio escrita algo no muito fcil. Pelo menos para mim! Confesso que apanhei bastante para escrever esses dois pargrafos e nem gostei tanto assim do resultado. s vezes, encontramos a expresso cruzamento em T. Consideramos, neste trabalho, que para que se configure um cruzamento, necessrio que efetivamente as duas vias se cruzem e no que uma apenas morra na outra como o caso do T. Por isso preferimos adotar interseo em T. Outro termo que gera polmica juno. Preferimos no utiliz-lo, pois traz a idia de uma corrente de trnsito que se junta a outra e nas definies que estamos sugerindo, evitamos a introduo da noo de movimento e nos atemos apenas ao aspecto fsico das vias, independentemente de sua circulao. Alm do mais, o significado que juno pretende trazer pode ser perfeitamente assumido por interseo em T e em Y. O termo entroncamento tambm usado com o mesmo sentido que se pretende dar a juno e tambm preferimos no us-lo, pois acreditamos que as definies que demos so suficientes e mais precisas. Outra palavra polmica bifurcao. Pelo mesmo motivo que alegamos anteriormente no optamos por classific-la como um tipo de interseo, no sentido fsico que estamos assumindo. Entretanto, neste caso julgamos que o vocbulo pode ser til se lhe dermos o sentido de um movimento que se divide aps uma interseo. 6 - Intervalo e Perodo

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    A exemplo da palavra estgio, atribui-se ao termo intervalo dois significados distintos em dois diferentes contextos. Quando o assunto a programao do controlador, significa cada um dos perodos em que no ocorre mudana de indicao luminosa em nenhum dos grupos focais operados por este controlador. Quando algum est se referindo exibio das indicaes luminosas de um grupo focal, costuma entender intervalo como cada um dos perodos dentro de um ciclo em que este grupo no tem sua indicao luminosa alterada. Para entender a diferena entre os dois enfoques, podemos usar o caso de uma interseo semaforizada em que no meio do verde do grupo G1 ocorre mudana na indicao do grupo G5, por exemplo. Sob o ponto de vista da programao do controlador, ficam caracterizados dois intervalos, mas para o grupo G1 o intervalo continuou o mesmo. As duas acepes so muito prximas e, por isso mesmo, do margem a entendimentos equivocados. Propomos, ento, que o termo intervalo seja utilizado somente no contexto da programao do controlador. Para identificar o tempo em que um grupo focal permanece com a mesma indicao, sugerimos a palavra perodo. Geralmente, um grupo focal veicular apresenta trs perodos dentro do ciclo: um verde, um amarelo e um vermelho. Em alguns outros casos ele pode comportar seis perodos: dois verdes, dois amarelos e dois vermelhos. Em outros nove, e assim por diante. 7 - Grupo de trnsito, Grupo focal e Grupo de trnsito Existem trs locues com significados bastante prximos e que, por isso, conveniente abordar, pois a semelhana costuma gerar mal-entendidos. Trata-se de Grupo focal, Grupo semafrico e Grupo de trnsito. Chamamos de Grupo focal ao elemento fsico, constitudo por dois ou mais focos, onde aparecem as indicaes luminosas que regulamentam o direito de passagem de veculos e pedestres. Acreditamos que no pode haver muitas dvidas sobre tal definio. Atribumos expresso Grupo semafrico a idia do conjunto de grupos focais, ligados nos mesmos circuitos eltricos e que, portanto, apresentam sempre indicao luminosa idntica. Por exemplo, um cruzamento formado por uma avenida de mo dupla com uma transversal de mo nica, operando com apenas dois estgios, pode ser atendido por to somente dois grupos semafricos: um para controlar os dois sentidos opostos da avenida e o outro para a transversal. Se utilizarmos dois grupos focais para cada aproximao, teremos quatro grupos focais conectados ao grupo semafrico da avenida e mais dois grupos focais ligados no grupo semafrico da transversal. Neste exemplo, possvel tambm optar por trs grupos semafricos, um para cada aproximao. Bastaria, para isso, programar os dois grupos semafricos da avenida exatamente com a mesma configurao de intervalos e de tempos. A expresso Grupo de trnsito envolve conceitos inerentes operao do cruzamento. Define-se grupo de trnsito como um conjunto de movimentos de uma mesma aproximao que possuem direitos de passagem simultneos. Conseqentemente, um grupo de trnsito dever ser atendido por um nico grupo semafrico. A recproca no verdadeira: um grupo semafrico pode atender a mais de um grupo de trnsito como no exemplo do pargrafo anterior. Neste caso, tnhamos trs grupos de trnsito, um para cada lado da avenida e outro para a transversal.

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    Vamos falar um pouco sobre a popularidade desses trs termos. Grupo focal universalmente utilizado e no precisamos nos preocupar com ele. De grupo semafrico j no pode se dizer o mesmo; muitos tcnicos se referem a ele dizendo simplesmente grupo. Achamos conveniente dar um nome mais completo para que no haja conflito com os outros dois termos. A novidade maior fica por conta do grupo de trnsito. Acreditamos que importante batizar o conceito que est por trs do termo, pois, afinal, o elemento bsico para o qual so feitos os clculos da programao semafrica. Mas, por incrvel que parea, no existe um termo consagrado para refletir o conceito. Fomos buscar o nome nas aulas do Prof. Hugo Pietrantonio do Departamento de Engenharia de Transportes da EPUSP, apesar de atribuirmos uma definio levemente diferente a que foi ali enunciada. 8 - Link Adotamos o estrangeirismo link para designar, na anlise da sinalizao semafrica, a entidade utilizada para representar um grupo de trnsito em atividades relacionadas a esquematizao de sistemas, simuladores e trabalhos grficos. Em termos no to precisos, porm mais simples, corresponde aproximadamente a um vetor que representa uma corrente de trnsito chegando num semforo. Tentamos descobrir alguma palavra da nossa lngua, mas no fomos felizes. Encontramos trs sinnimos na literatura consultada: arco, elo e acesso. Alis, o espanhol utiliza acceso. Entretanto, acreditamos que nem arco nem elo transmitem a idia vetorial que est por traz. Quanto a acesso d mais a idia do aspecto fsico envolvido. Por isso, embora a contragosto, optamos por utilizar o ingls link que j est bastante consolidado entre ns. Mas seria prefervel se a gente conseguisse uma palavra nossa. 9 - Metodologia da observao em campo Neste caso, no se trata de discusso, mas de crdito. Esta metodologia expedita para elaborar a programao semafrica foi desenvolvida pelo colega Srgio Ejzenberg. 10 - Movimentos independentes, compatveis e conflitantes Ao analisarmos dois movimentos que transitam numa rea de conflito, podemos detectar trs situaes: 1. Eles absolutamente no se interceptam. 2. Chegam a interceptar-se, mas podem trafegar simultaneamente, pois tal encontro no implica numa situao perigosa. 3. Interceptam-se numa situao potencialmente colidente. Quando ocorre a primeira situao, dizemos que se trata de movimentos independentes entre si. Na hiptese da terceira alternativa, damos o nome de movimentos conflitantes. Define-se outra classificao que so os movimentos compatveis; neste caso, inclumos os que pertencem s duas primeiras alternativas, visto que em ambos os casos os veculos podem trafegar concomitantemente, considerao essencial para a escolha dos grupos de trnsito que sero liberados em cada estgio de um semforo.

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    11 - Semforo O termo semforo utilizado, por diferentes pessoas, com vrios significados, mesmo dentro da Engenharia de Trnsito. Vamos tentar descobrir qual a acepo mais apropriada. Comecemos a discusso pela transcrio de algumas das principais fontes de referncia. A fonte mais importante , sem dvida, o nosso cdigo de trnsito. Infelizmente, ele nos ajuda muito pouco, pois s menciona a expresso sinalizao semafrica, sem definir, e sequer utilizar, a palavra semforo. Provavelmente, tal termo venha a ser definido num anexo especfico que trate da sinalizao semafrica, mas, por enquanto, no podemos contar com esse auxlio. Segundo o dicionrio Houaiss, a palavra vem do termo francs smaphore, composto a partir dos vocbulos gregos sma, que significa sinal, carter distintivo ou marca, associado ao vocbulo phors, que tem o sentido daquilo que leva, carrega ou transporta. Etimologicamente, ento, a palavra semforo traz o significado de algo que carrega consigo um sinal. O dicionrio Houaiss define semforo como aparelho de sinalizao urbana, rodoviria ou ferroviria que orienta o trfego por meio de lanternas, luzes, bandeiras e/ou hastes mveis etc.; sinal de trnsito, sinal luminoso. O dicionrio do Aurlio afirma que semforo um poste de sinalizao ferroviria ou rodoviria que orienta o trfego por meio de mudana de cor das luzes. Como j dissemos, o Cdigo de Trnsito Brasileiro no define exatamente a palavra semforo, mas, em seu Anexo II, se refere sinalizao semafrica como subsistema da sinalizao viria que se compe de indicaes luminosas acionadas alternada ou intermitentemente atravs de sistema eltrico/eletrnico, cuja funo controlar os deslocamentos. Posteriormente, divide a sinalizao semafrica em dois grupos, regulamentao e advertncia, e define cada um deles: A sinalizao semafrica de regulamentao tem a funo de efetuar o controle do trnsito num cruzamento ou seo de via, atravs de indicaes luminosas, alternando o direito de passagem dos vrios fluxos de veculos e/ou pedestres. Compe-se de indicaes luminosas de cores preestabelecidas, agrupadas num nico conjunto, dispostas verticalmente ao lado da via ou suspensas sobre ela, podendo neste caso ser fixadas horizontalmente. A sinalizao semafrica de advertncia tem a funo de advertir da existncia de obstculo ou situao perigosa, devendo o condutor reduzir a velocidade e adotar as medidas de precauo compatveis com a segurana para seguir adiante. Compe-se de uma ou duas luzes de cor amarela, cujo funcionamento intermitente ou piscante alternado, no caso de duas indicaes luminosas. J Antonio Valdes, em sua obra clssica Ingenieria de Trfico, considera o vocbulo espanhol semforo como um conjunto de elementos fsicos e funcionais que concede, de forma alternativa, o direito de passagem a um movimento, ou a um grupo de movimentos, que convergem para uma interseo. Para ele, os grupos focais, o controlador e os detectores fazem parte da entidade chamada semforo, bem como suas programaes e configuraes. As pessoas, principalmente os leigos no assunto, tendem a considerar que cada grupo focal um semforo. Para elas, em geral, o semforo uma pea formada

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    por dois ou mais focos luminosos que regulamentam o direito de passagem num local em que h conflito de movimentos, ou seja, consideram que o semforo to somente o grupo focal em si. Entretanto, interessante observar que utilizam frases do tipo puseram um semforo no cruzamento perto de casa. Neste caso, esto sendo contraditrias, pois esto considerando, dentro do termo, a noo abstrata da operao do conjunto de grupos focais que controlam os movimentos que passam pelo cruzamento. Os tcnicos de trnsito tendem a dar palavra um sentido mais amplo. Para a maioria, o termo abrange toda a sinalizao semafrica instalada num certo local com o propsito de separar, no tempo, os movimentos conflitantes que passam por ali. Engloba todos os elementos fsicos, tais como grupos focais, colunas, controlador, instalao eltrica, botoeiras de pedestres, etc. Os laos detectores, por serem aquisies mais recentes, ainda no so considerados, muitas vezes, como integrantes do semforo, porm dentro do esprito adotado, devem, tambm, ser assim aceitos; afinal, uma botoeira tambm um tipo de detector. Mas, para o tcnico de trnsito, o significado no se limita apenas aos dispositivos palpveis. Quando ele diz que um semforo tem quatro estgios, ele est pensando numa entidade abstrata que a programao semafrica do local, ou seja, a forma como aquela sinalizao opera. bem possvel que nenhum dos grupos focais daquele local tenha esses quatro estgios. Para entend-los, deve-se conceber a sinalizao semafrica instalada no local como um todo. Portanto, nessa abordagem, a palavra semforo no contempla apenas um amontoado de dispositivos, peas e equipamentos. Ela tambm contm o significado do funcionamento integrado e coerente de todos eles, operando de uma forma pr-estabelecida (por exemplo, na seqncia verde-amarelo-vermelho). Chegamos, dessa forma, bastante prximos da definio de Antonio Valdes: conjunto de elementos fsicos e funcionais ... (negrito nosso). O ideal seria, evidentemente, que pudssemos fixar apenas um nico sentido para a palavra. A dupla interpretao acaba trazendo confuses e mal-entendidos, o que bastante grave quando nos encontramos no mbito de discusses tcnicas. Entretanto, chegamos concluso de que isso impraticvel. Tanto a acepo popular como a tcnica esto to arraigadas em seus respectivos meios que seria irreal querer abolir uma delas; talvez essa tentativa at contribusse para embaralhar mais as coisas. Se adotarmos nosso ponto de vista tcnico, estaremos dificultando nossos dilogos com o resto da sociedade; acrescente-se que estaremos indo contra os prprios dicionrios Houaiss e Aurlio. Por outro lado, se ficarmos com o significado mais estrito do termo, criaremos uma dificuldade enorme para os tcnicos. Algum nome tem de ser dado ao conjunto da sinalizao semafrica responsvel pela operao do cruzamento. Ou se inventa um termo novo, o que s poderia ser pensado num mbito institucional como, por exemplo, na reviso do cdigo de trnsito, ou se substitui a palavra semforo por uma expresso descritiva, o que seria impraticvel nas conversas tcnicas do dia-a-dia. Voltaremos a esta segunda dificuldade daqui a pouco. Uma vez comentadas as singularidades de cada opinio, propomos uma soluo salomnica: aceitar, como vlidos, os dois significados. O sentido em que a palavra est sendo usada, em cada caso, poder ser entendido ao se considerar o contexto em que ela est sendo usada. Alis, vrias palavras sofreram este tipo de processo de expanso do seu sentido. Por exemplo, rdio comeou significando apenas o aparelho receptor. A palavra foi ganhando um sentido mais abrangente at passar a significar, tambm, a estao radiodifusora e toda sua operao. Vamos, ento, propor duas definies para o termo semforo.

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    No sentido mais popular, sinnimo de grupo focal, ou seja, semforo o elemento fsico, constitudo por dois ou mais focos, que ministra as indicaes luminosas que regulamentam o direito de passagem de veculos e pedestres. No sentido mais especializado, sugerimos uma definio prxima do Valdes: semforo o conjunto de elementos fsicos e funcionais que determina, atravs de indicaes luminosas, de forma alternativa, o direito de passagem de veculos e pedestres num determinado local onde h conflito de movimentos. Entretanto, a soluo simplista de aceitar os dois significados traz algumas dificuldades. Em alguns casos o contexto no ser suficiente para esclarecer o significado correto. Por exemplo, se declaramos que a cidade tem quinhentos semforos, o que estamos querendo dizer? Que a cidade tem quinhentos grupos focais ou quinhentas intersees semaforizadas? Precisamos, portanto, recorrer, s vezes, a expresses mais completas. Uma possvel sada seria: Existem quinhentos locais controlados por semforos na cidade. Existe, ainda, outra discusso que precisa ser enfrentada: um foco em amarelo intermitente, advertindo para uma situao perigosa, um semforo? Nosso cdigo no responde questo, pois no utiliza diretamente o termo semforo. Porm, fala da sinalizao semafrica de advertncia, dando uma forte indicao de que considera, sim, que tal elemento configura um semforo. No que tange aos dicionrios Houaiss e Aurlio, no conseguimos concluir se a sua definio contempla a situao do foco piscante; parece at que sim. J nosso colega Valdes deixa bem claro que considera semforos s os dispositivos responsveis pela regulamentao, deixando de lado a acepo da advertncia. Como ltima fonte de referncia, constatamos que a maioria das pessoas, tanto os tcnicos no assunto como os que no o so, no considera que um foco em amarelo intermitente configure um semforo. Vamos comear nossa anlise com a observao de que h uma diversidade muito grande de situaes em que o foco amarelo intermitente instalado. Vamos citar algumas. a) Na ponta de pequenas ilhas a fim de evitar que veculos as abalroem de noite; b) Em braos projetados, como reforo placa Pare; c) Junto a placas de advertncia (ou com dizeres de advertncia) para chamar a ateno do que se quer transmitir; d) Em tapumes de obras, como sinalizao provisria, para alertar sobre a alterao no traado original. Na verdade, quando se quer reforar o aviso de uma situao de perigo, o amarelo intermitente aparece sempre como uma das primeiras solues a ser imaginada. Exatamente devido a esta aplicao to ampla, consideramos que o termo semforo no deve ser empregado nos casos de advertncia. Quanto mais significados uma palavra tiver de carregar, menos precisa ela conseguir ser para cada um deles. Nossa proposta , ento, de que semforo seja uma palavra reservada apenas para a sinalizao semafrica de regulamentao, mesmo reconhecendo que o cdigo vai em sentido contrrio ao nosso entendimento. Para encerrar nossa discusso, queremos abordar brevemente alguns aspectos lexicais do tema.

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    Em primeiro lugar, utilizamos e recomendamos o vocbulo semaforizado. Este termo no existe em nossa lngua, mas nos bastante conveniente cri-lo para adjetivar uma srie de situaes. Que nos perdoem os puristas da lingstica. Porm, se por um lado facilita nosso entendimento mais rpido no meio tcnico, por outro lado deve ser totalmente evitado quando tivermos de nos comunicar fora da nossa rea. Nossa ltima incurso ser de carter regional. O termo semforo vem cada vez se firmando mais em nosso pas. Em qualquer lugar do Brasil, seremos perfeitamente compreendidos se utilizarmos o termo semforo junto a pessoas que disponham de um mnimo de informao. Entretanto, herana de tempos anteriores, ainda ouvimos freqentemente as palavras sinal, farol e sinaleira, dependendo da regio. No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em muitos locais do Nordeste, o termo mais comum ainda sinaleira. No Paran, encontramos tanto sinaleira como sinaleiro. Em So Paulo, comum dizer farol. No Rio de Janeiro, sempre se usou bastante semforo, mas tambm bastante freqente o termo sinal. Alis, a palavra sinal de uso generalizado por todo o pas. interessante mencionar que em nossa ptria-me, Portugal, costuma-se dizer semforos, no plural. V at os segundos semforos e dobre direita, por exemplo, uma expresso puramente lusitana. clebre o cuidado e o rigor com que os portugueses tratam nossa lngua. Talvez o plural, ento, decorra da preservao do termo semforo com o sentido original de uma nica pea sinalizadora. Se, num local, existem vrias dessas peas, temos de dizer semforos, ora pois! 12 - Semforo com tempos de ciclos complementares Em princpio, todos os semforos de uma rede devem possuir o mesmo tempo de ciclo para que seja possvel preservar sua coordenao relativa ao longo do tempo. Entretanto, em semforos com baixa saturao, possvel operar com ciclos menores, desde que a soma dos tempos de uma seqncia desses ciclos seja igual ao tempo de ciclo da rede. So os chamados semforos com tempos de ciclos complementares. Neste caso, enquanto roda um ciclo inteiro nos semforos mais saturados, ocorrem dois ou trs ciclos nesses menos carregados. Na poca em que predominavam os controladores eletromecnicos, era comum viabilizar esta soluo programando tempos iguais metade do tempo de ciclo da rede. Por isso, consagrou-se a denominao ciclo duplo ou ciclo metade. Quando se dizia ciclo duplo, estava se considerando que aquele ciclo rodava duas vezes enquanto o da rede acontecia s uma vez. Aqueles que usavam a expresso ciclo metade estavam querendo dizer que o tempo de ciclo desses locais era igual metade do tempo de ciclo geral. A disponibilidade dos recursos dos atuais controladores eletrnicos permite que se utilizem subciclos com tempos diferentes, desde que sua soma perfaa o tempo da rede. Esta alternativa, na maioria das vezes, propicia melhores condies de coordenao ao diminuir o nmero de paradas e, principalmente, o tempo de espera. Geralmente, programam-se os locais menos saturados de tal forma que percorram dois ciclos enquanto os outros semforos completem um s. Mas, existem casos em que se recorre a trs, ou mesmo quatro ciclos com valores complementares menores.

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    13 - Trnsito ou Trfego? Qual o certo? Trnsito ou Trfego? Essa uma boa prova da falta de preciso nos termos que usamos: at o prprio nome da nossa rea de atividade gera polmica! Vamos comear nossas ponderaes transcrevendo parte da tese Aplicaes da Engenharia de Trfego na Segurana dos Pedestres, do colega Joo Cucci Neto, que se aprofundou numa interessante pesquisa a respeito do assunto. Damos, ento, a palavra ao Cucci: ............... a) Trnsito Segundo o Novo Dicionrio da Lngua Portuguesa, do Aurlio, trnsito : Ato ou efeito de caminhar; marcha. Ato ou efeito de passar; passagem: proibido o trnsito de veculos; so passageiros em trnsito. Movimento, circulao, afluncia de pessoas ou de veculos; trfego: o trnsito dos visitantes duma exposio; o trnsito de uma estrada. Restritivamente: Trnsito nas cidades, considerado no conjunto; circulao, trfego, trfico. O Regulamento do Cdigo Nacional de Trnsito - RCNT define trnsito da seguinte maneira: utilizao das vias pblicas por pessoas, veculos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para os fins de circulao, parada e estacionamento. Meirelles, apud Lopes, define ... trnsito o deslocamento de pessoas ou coisas (animais ou veculos) pelas vias de circulao... (Direito Municipal Brasileiro, pg. 152). Segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT, trnsito : a ao de passagem de pedestres, animais, e veculos de qualquer natureza por vias terrestres, aquticas e areas, abertas circulao pblica. Usada especialmente para definir circulao rodoviria, urbana ou rural. A definio de trnsito considerada para este trabalho, foi a dada por Rozestraten: um conjunto de deslocamentos de pessoas e veculos nas vias pblicas, dentro de um sistema convencional de normas, que tem por fim assegurar a integridade de seus participantes. Analisemos esta definio: - um conjunto de deslocamentos. Um homem ou um carro em um deserto no constituem trnsito, nem necessrio ter um objetivo; - nas vias pblicas. O que acontece em terreno particular no trnsito oficial e no precisa obedecer ao Cdigo; - um sistema. Ou seja, um conjunto de elementos que cooperam na realizao de uma funo comum. Assim, um relgio um sistema de peas que, conjuntamente, indicam as horas. No trnsito, a funo comum o deslocamento: chegar ao destino so e salvo. Para isto, cada elemento tem que obedecer s normas do sistema; - um sistema convencional. Em oposio a um sistema natural (sistema solar, clula, homem) e porque os homens criaram livremente essas normas, que poderiam ser diferentes. So assim porque se trata de um convnio na sociedade e at entre os pases;

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    - a finalidade assegurar a integridade de seus participantes. Cada um deve alcanar sua meta sem sofrer dano. Ainda segundo Rozestraten, o trnsito um comportamento social. No trnsito todos os participantes devem atuar de forma a permitir que cada participante chegue com segurana ao seu destino. a atuao de um grupo no estruturado como, por exemplo, um coletivo, um caminho, motocicletas, bicicletas e pedestres, todos querendo passar pelo mesmo cruzamento. Este grupo deve resolver o problema da melhor maneira possvel, sem que ningum seja lesado no seu direito de se locomover conforme as normas aceitas. Este grupo nunca mais vai se encontrar exatamente na mesma situao. um grupo efmero, de apenas alguns segundos. No entanto, ele deve resolver o problema a contento de todos, sem prejudicar ningum. O comportamento desajustado de um s indivduo pode trazer prejuzos grandes para todo o grupo. b) Trfego Bueno, no seu Grande Dicionrio Etimolgico-Prosdico da Lngua Portuguesa cita a origem do termo trafegar como: o significado primordial o de comerciar, negociar, mercanciar, mercadejar, comprar e vender, enviar mercadorias de um lugar para o outro. Daqui se derivou o segundo de transportar, de locomover-se, aplicando-se aos transportes ferrovirios, martimos etc. Segundo a opinio de muitos etimologistas, trafegar, trasfegar, traficar procedem da lngua dos vinhateiros, dos fabricantes e vendedores de vinho