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Gestão Ambiental 1 - HISTÓRICO E PARADIGMAS DO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL

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Gestão Ambiental

1 - HISTÓRICO E PARADIGMAS DO PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL

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MAS... O QUE É GESTÃO AMBIENTAL? Gestão ambiental é a forma como uma organização administra as relações entre as suas atividades e o meio ambiente. Assim, podemos dizer que todas as organizações possuem gestão ambiental, com maior ou menor grau de comprometimento com a qualidade ambiental. E... Qual a diferença entre Gestão Ambiental e Gerenciamento Ambiental? GESTÃO AMBIENTAL: A Política Ambiental assumida – Estratégico. GERENCIAMENTO AMBIENTAL: São as ações – instrumentos utilizados para a efetivação da Política Ambiental – Tático. Alguns autores também consideram a gestão ambiental vinculada aos órgãos públicos (por meio de políticas públicas), e o gerenciamento vinculado a efetivação dessas políticas, em geral por atividades privadas. Mas... como as organizações afetam o meio-ambiente?

• Pelo uso de matérias-primas e insumos

• Pelo consumo de água, energia, combustível

• Pela geração de resíduos sólidos, líquidos e emissões atmosféricas. EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL O processo de controle ambiental em organizações passou por uma evolução histórica bastante característica, reflexo do:

- Decréscimo progressivo da qualidade ambiental; - Regulamentação ambiental cada vez mais restritiva.

Até a década de 70: - menor avanço tecnológico - menor contingente populacional - padrão de consumo menos sofisticado Paradigma imperante: Dispersar os poluentes produzidos. Simplesmente buscar lançar os poluentes o mais longe possível da fonte geradora, evitando assim problemas com os stakeholders.

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Mas... o que são partes interessadas ou os Stakeholders ? Qualquer indivíduo diretamente ou indiretamente afetado pelo desempenho ambiental de uma organização:

• Acionistas • Clientes • Fornecedores • Circunvizinhança • Colaboradores

Características gerais da fase

• Industrialização acelerada

• Conhecida como fase de “ALIENAÇÃO ” - Prejuízos ambientais devem ser assumidos em favor do desenvolvimento econômico

• Legislação ambiental incipiente no Brasil

Décadas de 70 e 80

- Maior avanço tecnológico - Padrão de consumo exigente - Elevação do contingente populacional - Agravamento do nível de degradação ambiental

Paradigma imperante: Sistemas de tratamento

- Controle ambiental de fim de linha (fim-de-tubo).

- Investimento em processos de tratamento/disposição de seus resíduos sólidos, efluentes e emissões atmosféricas.

- Características gerais da fase

• Controle da poluição – no final do processo

• Atenção para os perigos da destruição da camada de ozônio

• Desenvolvimento da legislação ambiental - ênfase nos padrões de qualidade/ padrões de lançamento

• Instituição da Política Nacional do Meio Ambiente

• Legislação brasileira - Resolução CONAMA 1/86 -licenciamento de atividades

poluidoras.

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• Preocupação das empresas em atender os órgãos ambientais

• Pouca ou nenhuma visão das oportunidades de ganhos decorrentes de uma

gestão ambiental. Década de 90 Paradigma imperante: Proativo

- Maior ênfase no processo de prevenção da poluição.

- Investimento em produção mais limpa.

- Poluição passa a ser sinônimo de um desperdício que a organização não pode de se dar o luxo de manter.

Duplo desperdício associado ao processo de produção de

poluentes:

Poluição passa a ser sinônimo de um desperdício que a organização não pode de se

dar o luxo de manter. Características gerais da fase

• Marco – RIO 92 (II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, realizada em 1992 no Rio de Janeiro - com a presença de cerca de 117 governantes de países tentando buscar soluções para o desenvolvimento sustentável.)

• Ações preventivas para evitar a poluição na fonte

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• Adesão das empresas a princípios estabelecidos por determinados grupos (Responsable Care – atuação responsável.)

• 1996 - Emissão da Norma ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental

• Em elaboração outras normas da serie ISO 14000 (ACV) • Integração das questões ambientais a estratégia do negócio.

• Negociações internacionais sobre Protocolo de Kyoto

• 1998 - Surgimento da lei de “crimes ambientais” no Brasil

• Introdução e exploração do “ecomarketing”

Posturas ambientais das organizações nível de sensibilização ambiental que se encontram:

PASSIVO

Paradigmas: � Não cumpre a regulamentação ambiental aplicável.

� Considera que questões ambientais reduzem o lucro do empreendimento.

� Não realiza investimentos para controlar seus aspectos ambientais.

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Conseqüências: � Torna-se alvo permanente da fiscalização. � Está sujeita a multas e penalidades legais � Apresenta conflitos com partes interessadas � Grande potencial de perda de mercado � Seu “mau comportamento” pode ser explorado pelos concorrentes. � Baixa atratividade a investidores e financiadores � Riscos de acidentes com graves conseqüências econômicas e financeiras.

REATIVO Paradigmas:

� Busca cumprir a lei quando exigido pela fiscalização ambiental.

� Tenta postergar ao máximo os investimentos em controle ambiental. Conseqüências:

� Está sujeita a multas e penalidade legais.

� Maior exposição aos concorrentes.

� Potencial de perda de mercado.

� Menor risco de acidentes com graves conseqüências econômicas e financeiras. PROATIVO Paradigmas:

� Sabe que é melhor e mais barato “fazer direito desde o inicio para não ter que consertar depois”.

� Gerencia riscos, identifica inadimplências legais e as corrige.

� Possui um sistema de gestão ambiental integrado às funções coorporativas.

Conseqüências:

� Relacionamento de parceria com o órgão ambiental. � Gerenciamento de riscos ambientais. � Poucas chances para multas e penalidades. � Melhores resultados operacionais. � Maior aceitação de seus produtos pelo mercado (credibilidade). � Maior satisfação dos empregados. � Atrai investidores e acionistas.

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� Acesso a financiamentos favorecidos.

RESULTADO DA RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

2 - INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Podemos classificar os instrumentos de gestão ambiental em três categorias: 1 - COMANDO E CONTROLE 2 - ECONÔMICOS 3 - AUTOCONTROLE OU AUTO-REGULAÇÃO

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1 - COMANDO E CONTROLE São mecanismos de imposição – primeira geração de IGA’s. Políticas publicas, as quais para serem operacionalizadas, devem ser desdobradas em itens legais:

� Municipal � Estadual � Nacional

� No Brasil, sua implantação ocorre da Política Nacional do Meio Ambiente - Lei

nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. � leis � decretos � portarias � resoluções

Onde a organização em caso de descumprimento, sofre penalizações (multas, paralisação e/ou interdição). São exemplos desse tipo de instrumento: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental – padrões para o lançamento de gases, efluentes, etc. o zoneamento ambiental – disciplinar o uso e ocupação do solo (áreas industriais, agrícolas, de conservação ambiental) – Plano Diretor. o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras – atividades que podem causar poluição ou utilizem de recursos ambientais devem passar por esse instrumento. (Resolução CONAMA 237/97). a avaliação de impactos ambientais - avaliar ambientalmente os empreendimentos, as atividades – Estudos Ambientais (EIA/RIMA). 2 - ECONÔMICOS São mecanismos que atuam como mediadores na relação custo e beneficio ambiental de modo a enfatizar a importância nos investimentos em controle ambiental como uma forma de obter ganhos econômicos efetivos. - Impostos - Taxas - Subsídios econômicos

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- Princípio do Poluidor Pagador - Cobrança de Taxas - Concessão de subsídios e ajudas financeiras para “boa conduta” (ajuda fiscal, incentivos financeiros). Aplicação do instrumento econômico em São Paulo: Com juros de 6% ao ano, a Linha Crédito Verde já é disponível em SP Desde que sigam regras ditadas pelos princípios de redução das emissões de gases de efeito estufa, projetos relacionados a saneamento; manejo, tratamento e aproveitamento de resíduos (um dos grandes problemas enfrentados pela indústria imobiliária); e recuperação florestal em áreas urbanas e rurais podem obter financiamento de 100% e carência de até um ano para iniciar o pagamento, que tem prazo de quitação em até cinco anos e os juros são de 6% ao ano . A Linha Economia Verde, novo crédito operado pela Agência de Fomento Paulista, foi criada com base na Política Estadual de Mudanças Climática (Pemc – Lei 13.798), que define para o Estado de São Paulo a meta de redução de 20% das emissões de gases de efeito estufa, até 2020. 3 - AUTOCONTROLE OU AUTO-REGULAÇÃO São instrumentos de gestão de natureza voluntária.

- ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental - Selo verde - Tecnologias limpas - Avaliação do Ciclo de Vida do Produto - Rotulagem Ambiental - Auditoria Ambiental - Produção mais limpa (P+ L) - Responsible Care

Algumas informações adicionais sobre os instrumentos de auto-controle ou auto-regulação: A ISO 14001 A ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) efetivo. Proporciona diretriz de como gerenciar eficazmente aspectos ambientais de suas atividades, levando em consideração a proteção ambiental, prevenção de poluição e necessidades socioeconômicas. Produção mais limpa (P + L) Significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência no uso de matérias-

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primas, água e energia,através da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados, com benefícios ambientais e econômicos para os processos produtivos. Produção Mais Limpa é uma ação preventiva que busca evitar, por exemplo, a geração de resíduos por meio do aproveitamento máximo das matérias-primas utilizadas durante o processo produtivo. Já as Técnicas de Fim de Tubo são ações que apenas ajudam a diminuir o impacto ambiental de determinados resíduos, ao dar-lhes tratamento. Portanto, o Fim de Tubo só é válido para tratar aqueles resíduos que não puderam ser evitados no processo, sendo considerado uma alternativa de remediação, enquanto a Produção Mais Limpa é uma proposta de solução. Benefícios da Produção Mais Limpa Para a produção: · Redução no consumo de matéria-prima, energia e água. · Redução de resíduos e emissões. · Reuso/ Reciclagem de resíduos de processo. Para os produtos: · Redução de desperdícios · Uso de material reciclável para novos produtos. · Diminuição do custo final. Redução de riscos. Responsible Care (atuação responsável)

O Responsible Care® (Atuação Responsável) é uma iniciativa voluntária criada pela indústria química global para promover melhorias contínuas na manipulação segura dos produtos durante todo o ciclo de vida. Começa com o desenvolvimento de produtos no laboratório de pesquisa e se estende para a fabricação, a distribuição e a utilização por parte dos usuários finais. Inaugurada no Canadá em 1987, o acordo Responsible Care® é executado em 53 países e ultrapassa as exigências legais na maioria deles. Ao se inscreverem no Responsible Care®,as empresas concordam em aprimorar o desempenho constantemente em termos de saúde, segurança e proteção do meio ambiente, implementando os princípios da atuação responsável. A indústria química global incentiva uma atitude de responsabilização ao impor o Responsible Care® como um dos critérios para participação em associações do setor.

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3 - NORMAS AMBIENTAIS A SÉRIE DE NORMAS ISO 14000 O QUE É ISO? ISO - International Organization for Standardization – Organização Internacional de Normatização ou Normalização.

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Normatização ou Normalização? A ABNT utiliza e define normalização como "a atividade que visa a elaboração de Normas Técnicas, através de consenso entre produtores, consumidores e entidades governamentais" (Conheça a ABNT - RJ, ABNT, 1994). O professor Sérgio Nogueira Duarte escreveu na "Coluna Viva", no Jornal do Brasil de 8 de fevereiro de 1998: "Sobre normatizar, existem muitas dúvidas. A maioria das empresas brasileiras usa o verbo com o sentido de criar normas estabelecer padrões. Entretanto, há organizações preferem o verbo normalizar (originalmente significa tornar normal). Provavelmente o normatizar foi criado para evitar confusões. Para quem quiser usar o verbo normatizar, já existe o respaldo no dicionário. Ou seja, normalização é uma palavra que vem do verbo normalizar, sendo que normatizar/normatização são termos que surgiram pelo senso comum. Afinal, o que é ISO??

• ISO - International Organization for Standardization – Organização Internacional de Normatização.

• Federação com Sede em Genebra, na Suíça

• Participação de 161 países � OBJETIVO:

• facilitar as trocas internacionais de bens e serviços • criar normativas para o comércio mundial

� O Brasil participa da ISO através da ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas).

� A produção das normas ISO se assenta em 3 princípios:

� Consenso: todos os interesses devem ser levados em consideração – fabricantes, vendedores, usuários, etc;

� Globalidade: devem ter ampla aplicação para os setores aos quais se

destinam;

� Adesão voluntária: é a dinâmica do mercado que impulsiona a adesão e não a sua obrigatoriedade;

O QUE É ISO 14000?

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� É um conjunto de normas que definem parâmetros e diretrizes para a Gestão Ambiental para empresas privadas ou públicas.

� Criada para guiar as empresas quanto a diminuição dos impactos por elas

provocados ao meio ambiente. A série ISO 14000 se subdivide em dois grupos:

� Grupo 1: voltada para a avaliação do produto, que abordam os temas:

• rotulagem ambiental • ciclo de vida do produto • aspectos ambientais em normas de produtos

� Grupo 2: normas voltadas para a avaliação da organização:

� sistema de gestão ambiental � performance ambiental � auditoria ambiental

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IMPORTÂNCIA DA ISO 14000

� Redução do impacto ambiental provocado pelas empresas � Atesta a responsabilidade ambiental � Redução de desperdícios � Financiamentos � Acesso a novos mercados

HISTÓRICO DA ISO 14000

� 1991 - iniciou a discussão sobre a necessidade ou não do estabelecimento de uma Norma Internacional para o meio ambiente

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� 1992 - é criada a BS 7750 pela BSI – referência

� 1993 - criado o Comitê TC 207 com o objetivo de desenvolver normas nas áreas envolvidas com o meio ambiente.

� 1993 - foram então criados 8 sub-comitês

O INMETRO E A ISO

� O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) é a instituição responsável por credenciar as empresas responsáveis pela emissão dos certificados ISO 14001.

� Atualmente existem 19 certificadoras credenciadas pelo INMETRO no Brasil

� Fundamental para regular e dar credibilidade às trocas comerciais entre diferentes

países ABNT E A ISO 14000 Missão: Produzir e disseminar as Normas relacionadas à Gestão Ambiental, considerando o contexto internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Sociedade Brasileira. Função: Participar das reuniões internacionais de desenvolvimento das normas da ISO, representando os interesses brasileiros e traduzir as normas publicando as normas NBR-ISO. A ISO 14001 Normas emitidas em 1996:

� ISO 14001: Especificação com guia para utilização � ISO 14004: Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio

A ISO 14001 tem como foco a proteção ao meio ambiente e a prevenção da poluição, equilibradas com as necessidades sócio-econômicas do mundo atual. OBJETIVOS DA ISO 14001

� Estabelecer a criação, manutenção e melhoria do sistema de gestão ambiental

� Verificar se a empresa está em conformidade com sua política ambiental e outras determinações legais.

� Permitir que a empresa demonstre isso para a sociedade. � Permitir que a empresa possa solicitar uma certificação do SGA por um órgão

certificador.

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4- IMPLANTAÇÃO DA NORMA ABNT NBR ISO 14001 � Aplica-se a todos os tipos e portes de organizações. � Sucesso do sistema: comprometimento de todos os níveis e funções, especialmente

da alta administração.

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TERMOS E DEFINIÇÕES Auditor : pessoa com competência para realizar uma auditoria. Melhoria contínua: processo recorrente de se avançar com o sistema da gestão ambiental com o propósito de atingir o aprimoramento do desempenho ambiental geral, coerente com a política ambiental da organização. Ação corretiva: ação para eliminar a causa de uma não-conformidade identificada. Documento: informação e o meio no qual ela está contida. Meio ambiente: circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações. Aspecto ambiental: elemento das atividades ou produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Impacto ambiental: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização. Sistema da gestão ambiental – SGA: a parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais. Objetivo ambiental: propósito ambiental geral, decorrente da política ambiental, que uma organização se propõe a atingir. Desempenho ambiental: resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais. Política ambiental: intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho ambiental, conforme formalmente expresso pela Alta Administração. Meta ambiental: requisito de desempenho detalhado, aplicável à organização ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos. Parte interessada: indivíduo ou grupo interessado ou afetado pelo desempenho ambiental de uma organização. Auditoria interna: processo sistemático, independente e documentado para obter evidência e avaliá-la objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios de auditoria do sistema da gestão ambiental estabelecidos pela organização são atendidos. Não-conformidade: não-atendimento de um requisito. Organização: empresa, corporação, firma, empreendimento, autoridade ou instituição, ou parte ou uma combinação desses, incorporada ou não, pública ou privada, que tenha funções e administração próprias.

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Ação preventiva: ação para eliminar a causa de uma potencial não-conformidade. Prevenção de poluição: uso de processos, práticas, técnicas, materiais, produtos, serviços ou energia para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a geração, emissão ou descarga de qualquer tipo de poluente ou rejeito, para reduzir os impactos ambientais adversos. Procedimento: forma especificada de executar uma atividade ou um processo. Registro: documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas. REQUISITOS PARA A IMPLANTAÇÃO DA NORMA ABNT NBR

ISO 14001:2004 1 - ESCOPO DO SGA: Estabelece a amplitude do SGA, ou seja, os setores, atividades, processos da organização que farão parte do Sistema. 2 - POLÍTICA AMBIENTAL:

� Representa o comprometimento da empresa com o meio ambiente

� É o reconhecimento da alta administração sobre a responsabilidade da empresa

com a melhoria contínua da gestão ambiental

� Conjunto de intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao desempenho ambiental

É definida pela alta direção, considerando:

� Melhoria contínua � Prevenção da poluição � Atendimento legislação

� Ser documentada, implementada, mantida � Estar disponível publicamente

� Deve evitar o alto grau de generalismo:

o Alcançar o desenvolvimento sustentável o Educar e treinar TODOS... o Excelência mundial o Melhor tecnologia, etc...

Pilares da Política Ambiental

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3 - FASE DE PLANEJAMENTO

� É a fase de identificação dos principais impactos ambientais causados pela atividade produtiva da empresa e o estabelecimento de objetivos e metas a serem alcançados, de maneira a solucionar os problemas ambientais levantados.

� Compreende:

o Aspectos Ambientais o Requisitos legais e outros o Objetivos, metas e programas

Avaliação Ambiental inicial

� A avaliação ambiental deverá ser a mais exaustiva possível e não ter a preocupação de hierarquizar os aspectos mas apenas de os identificar.

Avaliação Ambiental inicial deve:

� Revisar as práticas de gestão ambiental � Revisar as atividades, produtos e processos � Revisar os acidentes e incidentes ambientais ocorridos no passado � Revisar a legislação pertinente

Avaliação Ambiental inicial deve identificar:

� Todos as entradas e saídas das atividades, funções, produtos e processos da organização

� Todas as condições normais e anormais de operação

� Todos os incidentes, acidentes e potenciais emergências � Todos os resíduos gerados

� Todos os usos do solo, água, combustíveis, energia e outros recursos naturais.

� Todas as descargas de calor, ruído, odores, poeiras, vibrações e impactos

visuais.

a) Aspectos ambientais A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para

- IDENTIFICAR os aspectos ambientais

- DETERMINAR os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente (isto é, aspectos ambientais significativos).

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A organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas. A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema da gestão ambiental. Sugestão de metodologia para identificação e avaliação de aspectos e impactos ambientais:

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DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DE PROCEDIMENTOS Sugestão de formatação: a)Cabeçalho e rodapé; b) Objetivo do procedimento c) Aplicação (setores aos quais de aplica) d) Desenvolvimento do procedimento e) Registros gerados

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b) Requisitos legais e outros: A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: a) identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos subscritos pela organização, relacionados aos seus aspectos ambientais, e b) determinar como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos ambientais. A organização deve assegurar que esses requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização sejam levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção de seu sistema da gestão ambiental. Ou seja,

� Conhecer as exigências legais aplicáveis ao seu negócio, oriundo das esferas federal, estadual e municipal.

� Verificar e analisar as licenças operacionais, concessões documentadas, códigos

de conduta e requisitos dos clientes e produtos.

� Para implantar um SGA é preciso identificar, conhecer, registrar e cumprir com a legislação vigente.

c) Objetivos, metas e programas:

A organização deve estabelecer, implementar e manter objetivos e metas ambientais documentados, nas funções e níveis relevantes na organização. Os objetivos e metas devem ser mensuráveis, quando exeqüível, e coerentes com a política ambiental. Ao estabelecer e analisar seus objetivos e metas, uma organização deve considerar os requisitos legais e outros requisitos por ela subscritos, e seus aspectos ambientais significativos. Deve também considerar suas opções tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a visão das partes interessadas. A organização deve estabelecer, implementar e manter programa(s) para atingir seus objetivos e metas. O(s) programa(s) deve(m) incluir: a) atribuição de responsabilidade para atingir os objetivos e metas em cada função e nível pertinente da organização, e b) os meios e o prazo no qual eles devem ser atingidos.

� Ao estabelecer seus objetivos e metas ambientais, uma organização deve:

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o levar em consideração sua real situação de mercado o seu poder de investimento o a determinação de seus colaboradores o sua Política Ambiental o seus aspectos e impactos significativos o a questão legal

� É preciso que sejam descritos os meios para alcançar os objetivos e metas

ambientais. O papel aceita tudo, mas as pessoas se frustram ao deixar de alcançar um objetivo.

� Um objetivo deve ser desmembrado em metas. � Cada meta deve ter seu próprio responsável e seu específico prazo de realização

e ser mensurável.

� Um indicador deve ser definido para monitorar se a meta está sendo trabalhada, se suas ações estão sendo realizadas.

� Objetivos ambientais devem ser agrupados em programas ambientais.

Exemplos de objetivos e metas:

Objetivos Metas

Diminuição do consumo de água

Redução de 50% do volume e do custo da cota mínima estabelecida.

Promover a educação ambiental junto à comunidade

Distribuição de 1001 mudas de árvores para colaboradores, clientes e/ou comunidade no decorrer do ano.

Divulgação da política de proteção do meio ambiente junto à comunidade

Divulgação na comunidade e, no mínimo, em cinco escolas

4 – FASE DE IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO Após terem sido executadas as fases anteriores, chega-se ao momento da implementação e da operação do sistema de gestão ambiental. Esse procedimento compreende essencialmente a capacitação e os mecanismos de apoio.

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Em síntese, isso significa disponibilizar recursos humanos, físicos e financeiros para que a política, os objetivos e as metas ambientais da organização possam ser viabilizados. Segundo a NBR-ISO 14.001, a implementação e a operação do SGA engloba os seguintes aspectos:

• Recursos, funções, responsabilidades e autoridades • Competência, treinamento e conscientização • Comunicação • Documentação • Controle de documentos • Controle operacional • Preparação e resposta à emergências

a) Recursos, funções, responsabilidades e autoridades A administração deve assegurar a disponibilidade de recursos essenciais para estabelecer, implementar, manter e melhorar o sistema da gestão ambiental. Esses recursos incluem recursos humanos e habilidades especializadas, infra-estrutura organizacional, tecnologia e recursos financeiros. Funções, responsabilidades e autoridades devem ser definidas, documentadas e comunicadas visando facilitar uma gestão ambiental eficaz. A alta administração da organização deve indicar representante(s) específico(s) da administração, o(s) qual(is), independentemente de outras responsabilidades, deve(m) ter função, responsabilidade e autoridade definidas para a) assegurar que um sistema da gestão ambiental seja estabelecido, implementado e mantido em conformidade com os requisitos desta Norma, b) relatar à alta administração sobre o desempenho do sistema da gestão ambiental

para análise, incluindo recomendações para melhoria. Deve-se ressaltar que dependerão do tamanho e do ramo de atividades da empresa. Portanto, a estrutura não necessariamente exige um departamento de meio ambiente se for uma pequena ou média empresa. Bastará designar uma pessoa ou uma equipe para tratar do SGA. Em pequenas empresas a responsabilidade maior caberá ao proprietário, que desempenhará as funções de “alta administração”. Já as empresas de maior porte vão exigir uma estrutura maior. Cada caso deverá ser analisado e adaptado individualmente.

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b) Competência, treinamento e conscientização É recomendado que a organização identifique a conscientização, o conhecimento, a compreensão e as habilidades necessárias a qualquer indivíduo com responsabilidade e autoridade para realizar tarefas em seu nome. Requer que: a) as pessoas cujo trabalho possa causar impacto(s) ambiental(is) significativo(s) identificado(s) pela organização sejam competentes para realizar as tarefas para as quais foram designadas, b) as necessidades de treinamento sejam identificadas e ações sejam tomadas para assegurar que o treinamento seja fornecido, c) todas as pessoas estejam conscientes da política ambiental, do sistema da gestão ambiental e dos aspectos ambientais das atividades, produtos e serviços da organização que possam ser afetados pelo seu trabalho. O treinamento envolve aspectos de conscientização ambiental, motivação e comunicação extensivos a toda a organização. Um processo de treinamento eficaz envolve várias etapas e elementos essenciais, a saber:

• Identificação das necessidades de treinamento da organização • Desenvolvimento de planos dirigidos de treinamento • Verificação e avaliação da conformidade do programa de treinamento previsto

com os requisitos legais ou organizacionais • Treinamento de grupos específicos de dirigentes ou empregados • Documentação do treinamento realizado • Avaliação dos resultados do treinamento recebido • O treinamento deve ser realizado ao longo dos procedimentos de implantação do

SGA e permanentemente atualizado e reaplicado segundo um programa previamente estabelecido.

c) Comunicação Com relação aos seus aspectos ambientais e ao sistema da gestão ambiental, a organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para: a) comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização, b) recebimento, documentação e resposta à comunicações pertinentes oriundas de partes interessadas externas. A organização deve decidir se realizará comunicação externa sobre seus aspectos ambientais significativos, devendo documentar sua decisão. Se a decisão for comunicar, a organização deve estabelecer e implementar método(s) para esta comunicação externa. A comunicação interna é importante para assegurar a eficaz implementação do sistema da gestão ambiental.

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Os métodos de comunicação interna podem incluir reuniões regulares de grupos de trabalho, boletins informativos, quadros de aviso e intranet. Recomenda-se que as organizações implementem um procedimento para receber, documentar e responder às comunicações das partes interessadas.

Ao considerar a comunicação externa sobre aspectos ambientais, recomenda-se que as organizações levem em consideração os pontos de vista e as necessidades de informação de todas as partes interessadas. Se a decisão for por comunicar externamente sobre seus aspectos ambientais, a organização pode estabelecer um procedimento para este fim. Os métodos para comunicação externa podem incluir relatórios anuais, boletins informativos, páginas na Internet e reuniões da comunidade. d) Documentação A documentação do sistema da gestão ambiental deve incluir:

a) política, objetivos e metas ambientais,

b) descrição do escopo do sistema da gestão ambiental,

c) descrição dos principais elementos do sistema da gestão ambiental e sua interação e referência aos documentos associados,

d) documentos, incluindo registros, requeridos pela ISO 14001, e

e) documentos, incluindo registros, determinados pela organização como sendo necessários para assegurar o planejamento, operação e controle eficazes dos processos que estejam associados com seus aspectos ambientais significativos

A intenção desse principio é assegurar que as organizações criem e mantenham documentos de forma adequada à implementação do sistema da gestão ambiental.

e) Controle de documentos Os documentos requeridos pelo sistema da gestão ambiental devem ser controlados. A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para a) aprovar documentos quanto à sua adequação antes de seu uso, b) analisar e atualizar, conforme necessário, e reaprovar documentos, c) assegurar que as alterações e a situação atual da revisão de documentos sejam identificadas, d) assegurar que as versões relevantes de documentos aplicáveis estejam disponíveis em seu ponto de uso; e) assegurar que os documentos permaneçam legíveis e prontamente identificáveis,

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f) assegurar que os documentos de origem externa determinados pela organização como sendo necessários ao planejamento e operação do sistema da gestão ambiental sejam identificados e que sua distribuição seja controlada, e g) prevenir a utilização não intencional de documentos obsoletos e utilizar identificação adequada nestes, se forem retidos para quaisquer fins. f) Controle operacional

� Objetiva identificar, planejar e administrar as operações/atividades que estejam relacionadas com a P.A., objetivos e metas mediante procedimentos operacionais de controle e manutenção.

Para serem concretizados os objetivos e os princípios consagrados na política, os processos, atividades e associados a aspectos ambientais significativos de uma Organização devem ser identificados e planejados, assegurando a sua realização em condições devidamente definidas e controladas. A forma mais comum de estabelecer controles operacionais passa por:

� Escolher um método de controle;

� Selecionar critérios aceitáveis de operação;

� Estabelecer os mecanismos de controle necessários, que definam como as operações são planejadas, executadas e controladas, incluindo métodos de medição e avaliação para ir de encontro aos critérios de operação definidos no ponto anterior;

� Documentar estes mecanismos, conforme necessário, na forma de instruções,

vídeos, fotografias, etc.

Assim que o controle operacional estiver estabelecido, a Organização deve monitorar a contínua aplicação desse controle, bem como a eficácia do mesmo e planejar e levar a cabo ações corretivas conforme necessárias.

Exemplos:

Controle operacional de Atividades associadas a Aspectos Ambientais

O que controlar na operação? Como controlar? Como realizar o controle operacional? Controle operacional dos resíduos sólidos:

� Forma de Segregação � Forma de Coleta � Forma de Armazenamento temporário � Forma de Destinação final

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Controle operacional dos efluentes:

� Tipo de tratamento adotado. � Análises químicas necessárias. � Periodicidade das análises. � Padrões de qualidade/lançamento –

comparação com um padrão. Exemplo de não-conformidade:

� O procedimento documentado não foi adequadamente implementado e mantido. Este estabelece que, caso o valor de pH do efluente ultrapasse 8.5, é fechada a comporta de saída e é reforçado manualmente o sistema de neutralização. Questionado o operador sobre esta situação, este não evidenciou conhecer o procedimento, nem que ação tomar para situações de pH acima de 8.5.

Controle operacional de emissões atmosféricas:

� Tipo de tratamento adotado. � Análises químicas necessárias. � Periodicidade das análises. � Padrões de qualidade/lançamento -

comparação com um padrão. Controle operacional do consumo de recuso natural: energia elétrica, água, combustível.

� Vistorias � Manutenções periódicas

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g) Preparação e resposta à emergências

� Finalidade: A Organização deve identificar situações potenciais de acidentes ou emergência, para prevenir a sua ocorrência e/ou estar preparada para responder a tais situações.

� Incêndios. � Explosões � Derramamento de produtos

perigosos/químicos utilizados pela Organização, no solo, na água.

� Efluente fora do padrão. Estabelece a necessidade de identificação das emergências potenciais e o desenvolvimento de procedimentos para prevenção e respostas a estas emergências.

� O que fazer? � Como fazer? � A quem comunicar? � Quem é o responsável? � Testar as medidas/simulações propostas.

Exemplo de não conformidade: O operador da máquina X, que procede à sua manutenção periódica não evidenciou conhecer o modo de atuação no caso de ocorrência de derrame de óleo e não dispõe dos meios adequados (ex: areia ou serragem) para agir de acordo com o definido pela Organização. 5 – FASE DE VERIFICAÇÃO A fase de verificação tem a finalidade de checar e adequar o SGA implantado à política ambiental da empresa e também aos objetivos e metas ambientais definidos e compreende os seguintes requisitos:

� Monitoramento e medição � Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros � Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva � Controle de registros � Auditoria interna

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a) Monitoramento e medição

� As atividades-chave que possam gerar algum impacto ambiental significativo devem ser monitoradas.

� Plano de monitoramento.

� Relação direta com Controle Operacional. � C. Operacional = como realizar a atividade � Monitoramento e medição = o que monitorar e medir na atividade.

Determinar o que será monitorado e medido

� Efluentes � Emissões atmosféricas � Resíduos sólidos - recicláveis, orgânicos, pilhas e baterias, lâmpadas, resíduos

perigosos. � Consumo de água � Consumo de energia � Consumo de combustível

Determinar qual o indicador de desempenho ambiental e qual a periodicidade do monitoramento e medição

� Água/efluente: vazão de efluentes; ph, DBO, DQO, OD, temperatura, turbidez, etc.

� Emissões atmosféricas: material particulado, fumaça preta, etc. � Resíduos sólidos: Kg/mês � Água: m3/mês � Energia: kW/mês � Combustível: litros/mês � Diário, semanal, mensal, anual???

Determinar quem é o responsável.

Estabelecer onde essa informação deve ser registrada.

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Estabelecer sistemática para garantir a veracidade na leitura feita pelos equipamentos.

� Calibração (phmetro, balança, turbidímetro, etc – Laboratórios credenciados)

Em síntese: O procedimento de monitoramento e medição deve:

� Identificar o que medir; � Como medir; � Quando medir; � Quem deve medir; � E quem deve avaliar os resultados.

Quando a atividade de monitoramento empregar equipamentos ou instrumentos de medição, estes devem ser controlados para assegurar sua calibração e condições de uso – registros de calibração e manutenção

b) Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros

� A organização deve estabelecer um procedimento para avaliar o atendimento aos requisitos legais.

� Avaliações e comparações com registros do sistema. Sugere-se que esse procedimento seja estabelecido junto com o procedimento para identificação e o acesso a legislação exigido na fase de planejamento do SGA. c) Não-conformidade, ação corretiva e ação preventiva

� Estabelecimento de mecanismos para TRATAR as não-conformidades reais e potenciais – executar ações corretivas e preventivas.

� Meios para Identificar a não-conformidade – seja com requisito legal ou outro

subscrito pela organização.

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� Executar ações corretivas/preventivas.

� Investigar a causa da não conformidade - ferramentas da qualidade;

� Executar ações para evitar sua repetição.

� Avaliar a eficácia das ações tomadas. Exemplo:

d) Controle de registros

� Deve manter os registros para demonstrar sua conformidade e o cumprimento dos requisitos da norma.

� Estabelecer Procedimento para:

� Identificação, � Armazenamento, � Proteção, � Recuperação, � Retenção e � Descarte de registros.

� Os registros devem ser e permanecer legíveis, identificáveis e rastreáveis.

Exemplo:

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e) Auditoria Interna � Instrumento de verificação e manutenção do sistema

� Seu resultado constitui alavanca para melhorias

A organização deve estabelecer sistemática para a realização das auditorias internas:

� Periodicidade/frequência – Programa de Auditoria - recomenda-se uma a cada três meses.

� Escopo do auditoria – de modo que todos os processos

sejam auditados no mínimo uma vez ao ano.

� Metodologia (documentos: lista de verificação, plano de auditoria, agenda, reunião de abertura/encerramento, relatório de auditoria.

� Responsáveis/equipe de auditores (qualificação - internos ou externos).

� Apresentação de resultados

A seleção de auditores e a condução das auditorias devem assegurar objetividade e imparcialidade do processo de auditoria. 6 - ANÁLISE PELA ADMINISTRAÇÃO A alta administração da organização deve analisar o sistema da gestão ambiental, em intervalos planejados, para assegurar sua continuada adequação, pertinência e eficácia.

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Análises devem incluir:

� a avaliação de oportunidades de melhoria;

� a necessidade de alterações no sistema da gestão ambiental, inclusive da política ambiental e dos objetivos e metas ambientais.

Os registros das análises pela administração devem ser mantidos – por exemplo um ata da reunião.

� É a avaliação formal das conclusões da auditoria para saber se o SGA está funcionando como ferramenta para melhorar o desempenho ambiental

� A análise deve ser documentada. � Deve avaliar a necessidade de rever e melhorar as intenções da organização em

relação ao ambiente.

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5 – CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Depois de implementado o Sistema de Gestão, a organização pode optar por buscar a sua certificação, por meio de organismos especializados. A seguir, são apresentados alguns conceitos relativos ao processo voluntário de certificação da conformidade dos sistemas de gestão. Texto retirado da obra de Jorge Pedreira de Cerqueira (2006) - Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000, NBR 16001: conceitos e aplicações. Terminologia da certificação Acreditação: é o reconhecimento formal, concedido por um órgão de acreditação autorizado, de que a entidade tem competência técnica e gerencial para realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade. Certificação de conformidade: Procedimento pelo qual um organismo credenciado dá a garantia escrita de que um produto, de que um processo ou de que um sistema de gestão está em conformidade com os requisitos especificados por padrões normativos. Organismo de acreditação: Entidade de direito público ou privado, que dirige e administra um sistema de acreditação e que concede acreditação aos organismos de certificação para avaliarem a conformidade de produtos, processos ou sistemas de gestão. Geralmente são órgãos ligados aos governos dos diversos países, com autoridade para avaliar a competência e a capacidade dos organismos de certificação, acreditando-os para avaliar e certificar a conformidade dos sistemas de gestão das organizações com os padrões normativos adotados. A seguir uma lista de órgãos de credenciamento em alguns países:

PAÍS ORGANISMO DE ACREDITAÇÃO

Brasil INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

Reino Unido UKAS – United Kingdom Accreditation Service. NPM – National Measurement Partnership

Estados Unidos NIST – US National Institute of Standards & Technology

Argentina OAA – Organismo Argentino de Acreditación. Organismo de acreditação no Brasil: No Brasil, o organismo que tem a autoridade para acreditar é o INMETRO, através da sua Unidade Principal, a Coordenação Geral de Credenciamento (CGCRE). Com a função de aprovar procedimentos, critérios e regulamentos para a acreditação de organismos de certificação.

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Organismos de certificação acreditados: são organismos nacionais ou internacionais que por sua competência, tradição e credibilidade são credenciados nos diversos países para operarem como agentes certificadores da conformidade dos sistemas de gestão das organizações com os padrões normativos preestabelecidos. De uma forma geral, os organismos de certificação buscam acreditação pelos organismos de credenciamento nacionais ou internacionais, para que seus certificados possam espelhar a credibilidade requerida. Esses organismos também são denominados organismo de 3º parte ou organismos de avaliação independentes. A seguir, é apresentada uma lista de organismos de certificação acreditados nacionais e internacionais, acreditados pelo INMETRO e por outros organismo acreditadores, para avaliação e certificação da conformidade de sistemas:

ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO DE SISTEMAS

PAÍS

BVQI do Brasil Sociedade Certificadora Ltda. Brasil ABS – Quality Evaluations Inc. USA ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas Brasil TECPAR – Instituto de Tecnologia do Paraná Brasil BSI – Américas, Inc. Brasil Processo de certificação A figura a seguir apresenta a relação das entidades envolvidas no processo de certificação.

Ciclo de Certificação e Registro Cada organismo de certificação adota seu próprio processo de certificação. Não existe metodologia única de atuação para organismos de certificação, mas de uma forma geral eles seguem os passos a seguir relacionados.

organismos de acreditação – organismos de certificação acreditados – sistemas de gestão certificados

Auditam e acreditam os organismos de

certificação. No Brasil este organismo é o

INMETRO

Auditam e certificam os sistemas de gestão conforme os padrões normativos adotados.

São auditados e certificados pelos organismos de certificação quanto à conformidade com os padrões normativos adotados.

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Envio de um questionário pelo organismo de certificação: A organização deve preencher um questionário com as informações necessárias para a emissão de uma proposta pelo organismo certificador. Assinatura de um contrato com o organismo de certificação: É assinado um contrato entre o organismo de certificação escolhido e a organização, em que constam os direitos e as obrigações de ambas as partes. Análise da documentação do sistema pelo organismo de certificação: Antes da auditoria, o organismo de certificação solicita a documentação do sistema de gestão para análise. Geralmente, é solicitado o envio do manual de gestão, para que seja analisada sua adequação frente aos requisitos normativos. Alguns órgãos preferem analisar essa documentação em seus escritórios; outros o fazem nas dependências da própria organização a ser auditada. Visita de pré-auditoria: Embora opcional, é altamente aconselhável que a organização decida por uma vista de pré-auditoria para verificar a situação da implementação do sistema de gestão, observando assim eventuais deficiências e permitindo a tomada de ações corretivas que se façam necessárias, nos prazos acordados, antes da auditoria de certificação. A visita de pré-auditoria serve para mostrar à organização se ela está pronta ou não para a auditoria de certificação. É pratica recomendável para minimizar a probabilidade de ocorrência de surpresas indesejáveis na auditoria de certificação. Auditoria Inicial Tem como objetivo conhecer a organização e a documentação do sistema, para que a equipe de auditores possa realizar um bom planejamento para a auditoria de certificação. Auditoria de Certificação Uma vez tomadas as ações corretivas relativas à pré-auditoria e à auditoria inicial, o organismo de certificação conduz uma auditoria completa no sistema de gestão da organização. A duração dessa auditoria e o número de auditores envolvidos dependem do tamanho da organização, do número de funcionários envolvidos nos processos e do número de sites a serem auditados. Os auditores fazem uma reunião de abertura, requisitam acompanhantes para assisti-los durante a auditoria e realizam uma reunião de fechamento, em que são apresentados um resumo das deficiências encontradas e a recomendação dos auditores quanto à certificação ou não do sistema de gestão.

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Durante a auditoria podem ser detectadas não-conformidades que sejam passíveis de correção antes da reunião de fechamento. Caso isso ocorra, os auditores registram a não-conformidade e o seu atendimento. No processo de auditoria, os auditores entrevistam todos os níveis da organização envolvidos no sistema de gestão, procurando obter evidências objetivas da implementação dos requisitos dos padrões normativos adotados. Certificação e emissão do certificado Existem três possibilidades após a auditoria de certificação: 1 – Obtenção do certificado O sistema de gestão da organização é certificado se todos os requisitos das Normas aplicáveis forem atendidos e se durante a auditoria foram detectadas apenas não-conformidades menores, não implicando na quebra do sistema. 2 – Aprovação provisória ou condicional Quando durante a auditoria, é evidenciado que: existe um sistema de gestão documentado, mas não está totalmente implementado; o número de não-conformidades detectadas em determinada área demonstra uma tendência negativa na implementação do sistema de gestão. Nessas situações, para que a organização obtenha a certificação será necessário atender às solicitações de ações corretivas feitas pelo organismo de certificação. Para verificar o atendimento ao que foi solicitado, o organismo de certificação pode optar entre voltar ao local auditado ou solicitar que a organização envie os documentos e as evidencias objetivas, comprovando aquele atendimento, para serem analisadas pelos auditores em seu próprio escritório. Nessa ultima opção, a verificação local das evidencias objetivas da implementação das ações deverá ser feita na primeira auditoria de supervisão. 3 – Não aprovação da conformidade do sistema Quando a organização não é capaz de evidenciar a existência de um sistema de gestão implementado, ou quando alguns requisitos dos padrões normativos adotados não estão efetivamente implementados. Neste caso será necessária uma nova auditoria do órgão certificador, quando o sistema apresentar condições de ser avaliado. Uma vez comprovada a conformidade do sistema de gestão com os padrões normativos adotados, o organismo de certificação emite o certificado de conformidade, registrando-o nos órgãos de acreditação escolhidos pela organização, quando isso for possível. Em geral, esse certificado tem validade de três anos. A manutenção do certificado - a auditoria de supervisão Durante a validade do certificado, o sistema de gestão será submetido a auditorias de supervisão, que tem como objetivo avaliar a manutenção da conformidade do sistema

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com os padrões normativos adotados. Geralmente elas ocorrem a cada seis meses, porem alguns organismos de certificação apresentam a opção de realizá-las anualmente. Nessas auditorias não são verificados todos os requisitos do sistema de gestão, mas apenas uma parte deles. Por ocasião da renovação do certificado ao término dos três anos, é prática comum ser conduzida uma nova auditoria completa no sistema de gestão. É importante ter em mente que a qualquer tempo o certificado emitido pode ser suspenso ou cancelado, dependendo dos resultados das auditorias de supervisão.

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REFERÊNCIAS CONSULTADAS ABNT NBR ISO 14001. Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Número de referência: ABNT NBR ISO 14001:2004. 27 páginas CERQUEIRA, Jorge Pedreira de. Sistemas de gestão integrados: ISO 9001, ISO 14001, OHSAS 18001, SA 8000, NBR 16001: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006. 499 p. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e econômica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 258 p. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo, SP: Atlas, 2007. 310 p.: il.