gestão do saneamento ambiental

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO MODULO IX GESTÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL PROF. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON LIMA AGOSTO2012 [Digite aqui o resumo do documento. Em geral o resumo é uma breve descrição do conteúdo do documento. Digite aqui o resumo do documento. Em geral o resumo é uma breve descrição do conteúdo do documento.]

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Gestão do Saneamento Ambiental

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Page 1: Gestão do Saneamento Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

MODULO IX GESTÃO DO SANEAMENTO AMBIENTAL

PROF. ELIANA BEATRIZ NUNES RONDON LIMA

AGOSTO2012

[Digite aqui o resumo do documento. Em geral o resumo é uma breve descrição do conteúdo do documento. Digite aqui o resumo do documento. Em geral o resumo é uma breve descrição do conteúdo do documento.]

Page 2: Gestão do Saneamento Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE DIREITO

Núcleo de Estudos e Pesquisas Jurídicas Ambientais Curso de Especialização em Direito Ambiental Urbano (CEDAU

)

UNIDADE I – SANEAMENTO AMBIENTAL

1. CONCEITO:

O saneamento ambiental é um conjunto de ações socioeconômicas que tem como

objetivo alcançar a salubridade ambiental. Através dos serviços de água potável,

coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos, gasosos, promoção da

disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças

transmissíveis de demais serviços e obras especializadas, com a finalidade de

proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural.

Dessa forma, o saneamento ambiental compreende uma atividade imprescindível

para se garantir o desenvolvimento econômico e social, manutenção da saúde

pública, e para proteção e melhoria da qualidade ambiental.

Ao longo dos anos as questões de saúde e meio ambiente foram incorporadas ao

saneamento, desde o século XIX até o início do século XXI houve grandes mudanças

no que diz respeito, ao enfoque dado ao saneamento. A princípio este era visto

como uma ação de saúde pública, contribuindo para a redução da morbi-

mortalidade por doenças infecciosas, parasitárias e até mesmo não infecciosas. A

partir da década de 90, a introdução dos conceitos de desenvolvimento sustentável,

preservação e conservação do meio ambiente e particularmente dos recursos

hídricos, impôs um novo modelo a ser seguido tanto na fase de planejamento como

nas outras etapas posteriores de construção operação e a manutenção dos sistemas

e as interações deste com a sociedade e o meio ambiente.

2. Situação

As condições do saneamento no país ainda são preocupantes. A Pesquisa

Nacional de Saneamento, realizada em 2008 pelo IBGE e publicada recentemente,

Page 3: Gestão do Saneamento Ambiental

revela a precariedade das condições sanitárias das cidades brasileiras. Embora

99,4% dos municípios brasileiros dispusessem de sistemas de abastecimento de

água e 100% tivessem coleta e algum tipo de destinação final de resíduos sólidos,

apenas 55,2% contavam com coleta de esgoto, sendo que 28,5% possuíam algum

tipo de tratamento em pelo menos um distrito. (IBGE, 2010). Os índices médios

nacionais de atendimento da população total (urbana e rural) com relação ao

saneamento identificados pelo SNIS em 2008 foram de 81,2% para o

abastecimento de água e de 43,2% para a coleta de esgotos. Considerando

somente a população urbana, os dados evidenciam um elevado atendimento pelos

serviços de água, com índice médio nacional igual a 94,7%, enquanto que na coleta

de esgotos esse índice foi de 50,6%. Na comparação com os dados quanto ao

tratamento do volume de esgotos gerados, o índice médio de todo o conjunto

participante do SNIS em 2008 foi de 34,6%.

Fonte – SNIS,2008

Page 4: Gestão do Saneamento Ambiental

3. Legislação

A Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, regulamentada pelo Decreto no

7217, de 21 de junho de 2010, estabelece alguns princípios e diretrizes que

definem o saneamento como um direito fundamental e, portanto, como serviço

público que deve ter alcance universal.

Seus dispositivos determinam que a concepção e a implantação da

intervenção de saneamento básico no território nacional devem obedecer ao

pressuposto da integralidade, sendo imprescindível a participação popular e o

controle social nas atividades de gestão que devem perpassar a formulação da

política.

A lei ainda prevê o planejamento, a regulação, a prestação e a fiscalização

dos serviços de saneamento, bem como o acompanhamento e a avaliação de

políticas, programas e projetos, definindo o plano de saneamento básico como a

peça primordial do atual ordenamento jurídico, que confere ao Poder Público o

dever de prestar serviços que sejam necessariamente planejados, regulados,

fiscalizados e submetidos ao controle social, sem o qual o município ficaria

impedido de receber recursos orçamentários da União.

Além disso, a lei também dispõe sobre a integração desses serviços com

outras políticas públicas como de saúde pública, a gestão dos recursos hídricos, o

ambiente sob o aspecto do licenciamento ambiental e sob um recorte mais

contemporâneo ligado às mudanças climáticas e ao mercado de carbono, incluindo

a educação ambiental e a mobilização social como atividades importantes do

saneamento ambiental.

2. Componentes

Os componentes que integram o saneamento básico compreendem um conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de água, esgoto, resíduos e drenagem, de acordo com as seguintes definições:

Page 5: Gestão do Saneamento Ambiental

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais

3. Princípios e diretrizes

A supracitada lei estabelece os seguintes princípios e diretrizes norteadores

da execução dos serviços de saneamento (Figura 1):

I - universalização do acesso;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;

IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;

Page 6: Gestão do Saneamento Ambiental

VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;

X - controle social;

XI - segurança, qualidade e regularidade;

XII - integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

FIGURA 1 – Princípios e Diretrizes da Política de Saneamento, Lima (2011)

4. INSTRUMENTOS

A gestão dos serviços de saneamento, consoante o disposto na Lei nº

11.445/2007, define ações, instrumentos, formas, e marcos regulatórios nas

diversas etapas dos serviços de planejamento, prestação de serviços, regulação e

controle social. A figura 2 apresenta a interação entre essas atividades e a forma

pela qual elas devem ser realizadas.

Page 7: Gestão do Saneamento Ambiental

Figura 2 – Ações, Instrumentos envolvidos na Gestão dos Serviços de Saneamento

Lima(2011)

4.1 Planejamento

O Planejamento é uma atividade indelegável do município e deve ser

realizada a partir da elaboração de planos que poderão ser específicos para cada

serviço.

4.1.1 Conteúdo do plano

O conteúdo do plano a ser feito por cada município deve conter:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;

II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, para a universalização, admitidas soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros

Page 8: Gestão do Saneamento Ambiental

planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;

IV - ações para emergências e contingências;

PRAZO

Pela Resolução Recomendada nº 33 do Conselho das Cidades, todos os

municípios brasileiros deverão ter concluído sua elaboração até dezembro de

2013. Por outro lado, o não cumprimento do prazo poderá trazer conseqüências

desfavoráveis, como a restrição para obtenção de recursos federais para

investimentos no setor.

PMSB- Cuiabá

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Cuiabá- MT será analisado

buscando verificar se as etapas propostas foram atendidas no documento

apresentado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá. Buscou-se verificar, através das

notícias veiculadas nos sites da prefeitura e Sanecap e da mídia local, como a

sociedade, está sendo envolvida na construção do Plano.

ANTECEDENTES NA ELABORAÇÃO DO PLANO

Não se teve acesso ao Termo de Referência (TR) que é um documento

orientativo, que deve ser elaborado pela administração, previamente à

contratação dos serviços. Portanto, não foi possível identificar o escopo dos

serviços contratados, prazos de início e término, valor da elaboração e os recursos

disponíveis para sua realização.

FASE 1 – IDENTIFICAÇÃO DOS ENTES ENVOLVIDOS

O PMSB – Cuiabá foi elaborado pela Bureau de Serviços em Engenharia

ambiental Ltda – BSA, empresa Catarinense de prestação de serviços de

Engenharia Sanitária e Ambiental registrada junto a Conselho Regional de

Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA-SC.

Page 9: Gestão do Saneamento Ambiental

Observa-se que a equipe técnica é dotada de especialistas com experiência

na área de meio ambiente, contudo por não ser residente do município, verificou-

se que o plano, aborda de forma superficial, questões cruciais que ao longo desta

analise poderão ser destacadas. O presente plano baseou-se apenas na consulta

aos técnicos da SANECAP e algumas rápidas entrevistas com ex-gestores da

companhia sem, contudo, definir um grupo de trabalho local com técnicos da

prefeitura, especialistas: do Conselho Regional de Engenharia -CREA, da Associação

Brasileira de Engenharia Sanitária-ABES, ou professores do Departamento de

Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT

e demais instituições da área.

Não se verificou a formação de uma instância denominada grupo

executivo que deveria congregar todos os atores acima citados. Esse grupo tem

como atribuição de elaborar os diagnósticos da situação do saneamento ambiental

e de seus serviços do município, avaliar estudos, projetos, etc., e propor ações

para implementação. Não se verificou também, a criação de um comitê consultivo

que, é a instância formada pelo poder público e representantes das instituições

estaduais e federais além de membros do conselho municipal e entidades

sindicais, que tem como atribuições discutir e avaliar a trabalho produzido pelo

grupo executivo, criticar e sugerir alternativas na elaboração do Plano e avaliar o

andamento dos trabalhos buscando promover a integração das ações de

saneamento ambiental.

Deste modo, essas etapas do plano foram suprimidas, e verifica-se

analisando a cronologia que esta etapa se restringiu ao levantamento junto aos

técnicos da empresa. Não ocorrendo reuniões técnicas e consultas a sociedade,

conselhos, órgãos públicos e instituições ligadas ao setor.

Empresa apresentará Plano Municipal de Saneamento à Sanecap

Os técnicos da empresa em conjunto com os técnicos da Sanecap já concluíram os

levantamentos nas áreas técnicas (expansão), operacionais (estações de

tratamento de água, esgoto, elevatórias, reservatórios e outros), na área

comercial (cadastros comercial e técnico, perdas, cortes e religações,

faturamento, receita, inadimplência) e estão concluindo a parte administrativa

(escritórios), componentes do plano de saneamento básico da cidade de

Cuiabá, uma vez que a Sanecap já dispunha de estudos técnicos da situação da

companhia, explicitou Maia Roque.

Page 10: Gestão do Saneamento Ambiental

Na Sanecap, o trabalho foi dividido em oito fases compostas de reuniões,

planejamento do trabalho, identificação de ações para as situações

emergenciais, levantamento de dados em campo, diagnóstico do

abastecimento de água e esgotamento sanitário, identificações de ações para

situações emergenciais, definição de indicadores até a elaboração do PMSB.

“Esta primeira fase visa à coleta de dados necessários, previsto na Lei

11.445/07 que estabelece diretrizes nacionais mais abrangentes no

saneamento básico, observando as necessidades e particularidades de cada

município”, lembrou o diretor técnico da companhia.

Fonte: www.sanecap.com.br , de sexta-feira, 27/05/11, 15h50

Em 08/06 o plano foi apresentado ao prefeito Municipal e posteriormente

colocado em consulta pública no site da Companhia, a partir do dia 18/06 a 19/07

e em 12/07 ocorreu a primeira reunião realizada no plenário da Câmara Municipal

foi, portanto, a primeira oportunidade, buscando ouvir a sociedade.

A prefeitura de Cuiabá apresenta nesta terça-feira (12) o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), durante audiência pública na Câmara de Cuiabá, a partir das 9 horas. O plano será apresentado pelo procurador geral do município Fernando Biral.

O documento prevê investimentos de R$ 1,9 bilhão para os próximos 30 anos e tem o objeftivo de promover avanços no sistema de abastecimento de água e tratamento de esgoto da capital. O Plano é de responsabilidade da Prefeitura e contou com dados e informações técnicas fornecidas pela Companhia de Saneamento da Capital.

O corpo técnico da Sanecap participará da audiência em que serão apresentadas ações e diretrizes quanto à quantidade de investimento a serem feitos anualmente. Uma vez transformado em Lei, o Plano passará a ser obrigatório para os gestores municipais.

Fonte: www.cuiaba.mt.gov.br

A Reunião do dia 12 de Julho foi cercada de problemas, pois na mesma hora que

estava sendo apresentada a sociedade o plano elaborado, no auditório da câmara

Municipal, com a presença de poucos vereadores, ocorria de maneira simultânea a

aprovação de uma lei que retirava da SANECAP toda a delegação dos serviços de

água e esgoto da capital.

Page 11: Gestão do Saneamento Ambiental

Sugestões: Reuniões nas regionais: Norte, Sul, Leste, Oeste envolvendo os presidentes

de Bairros, Comunidade, ONG’s, Universidades, apresentando o diagnostico e

discutindo os problemas de forma particularizada com cada região. Recebimento

das contribuições e sistematização junto ao documento apresentado. Uma reunião

plenária com a participação dos diversos atores envolvidos.

FASE 2 – DEFINIÇÃO DAS UNIDADES DE PLANEJAMENTO

IDENTIFICAÇÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS:

O estudo cita a bacia hidrográfica e as sub-bacias do município, mas não

dispõe como sendo unidades de planejamento. Esse estudo minucioso dos

recursos hídricos é indispensável para que através da sua identificação se possa

realizar diagnósticos, análises de uso e ocupação do solo e da evolução produtiva,

realizar balanço das disponibilidades e demandas futuras de Recursos Hídricos, de

modo que o sistema não venha se tornar insustentável no âmbito econômico,

social e ambiental.

Sugestão: caracterização das sub-bacias urbanas identificando o processo de uso e

ocupação, a infra-estrutura existente em relação a cada componente (rede de

água, esgoto, rede de drenagem, ETA’s, ETE’s, aterro sanitário, pontos de

lançamento de efluentes), co-disposição de efluentes, área destinada para o

tratamento do lodo, identificaão de parques, área de conservação, áreas de

proteção de mananciais: ex.: áreas desapropriadas para a implantação do parque

das águas, garantia das faixas de servidão destinadas a proteção e manutenção das

infra-estruturas existentes (adutoras, coletores troncos), compatibilização com a

lei de uso e ocupação, definição das áreas destinadas a ampliação dos sistemas.

IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS ADMINISTRATIVAS

Page 12: Gestão do Saneamento Ambiental

Todas as entidades responsáveis pela prestação de serviço quanto ao

sistema de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza e manejo dos

resíduos sólidos e drenagem urbana devem apresentar a situação da gestão

administrativa, técnica, econômica e financeira. A responsável por esses serviços

no município é a Companhia de Saneamento da Capital (SANECAP), a qual

forneceu dados somente de dois componentes do saneamento básico, sistema de

abastecimento de água e esgotamento sanitário, depreciando componentes

importantes que são a fragilidade do município.

Sugestão: Que o município apresente um termo de referência para a realização do

diagnostico dos outros dois componentes e se complemente o plano de

saneamento de forma Integrada e não de forma compartimentada.

FASE 3 – LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES PRELIMINARES

Os aspectos físicos relativos ao município foram poucos discutidos, o que

dificulta à caracterização do local, cabendo as questões de transporte, comércio,

educação as maiores atenções.

O PMSB retratou superficialmente os aspectos de Relevo, Climatologia,

Hidrografia, Demografia, Economia e Infra-estrutura, não permitindo um

conhecimento profundo da situação local e exclui os aspectos relacionados à

vegetação e a fauna, fatores que influenciam diretamente.

Sugestão: O Plano deve realizar o levantamento e coleta de dados em relação a

Geologia, destacando através de estudos já realizados na região, as características

locais e as potencialidades e disponibilidades hídricas associadas a essas

características. Destacam-se questões relativas às restrições do aproveitamento

dos mananciais subterrâneos que se mostram inviáveis em função dos aspectos

geológicos por apresentarem predominância do domínio fraturado, com potencial

hídrico e capacidade específica muito baixa, inferior a 0,5 m3/h/m, conforme

panorama Nacional – Atlas do Abastecimento realizado pela ANA, 2010. Tal

aspecto está relacionado à necessidade de desativação dos poços existentes e

eliminar de forma gradativa, mas definitiva o abastecimento por poços, conforme

relacionado no documento na página 82.

Page 13: Gestão do Saneamento Ambiental

Outros aspectos como: Pedologia, Climatologia, Topografia, Hidrografia, merecem

destaque também é para tal deve-se apresentar os estudos da disponibilidade

hídrica dos mananciais superficiais: rio Cuiabá e Coxipó, considerando a

necessidade de se ter correlacionado os estudos através da apresentação da curva

de permanência desses rios. Cabe salientar aqui, o rio Coxipó, como um manancial

que teve a sua última ampliação já efetuada para atender a ampliação do

complexo Tijucal. Tal estudo deve estar contido neste plano de forma a esclarecer

a comunidade em geral da disponibilidade existente e da compatibilização com os

critérios estabelecidos pela Resolução do CEHIDRO. Este estudo determinou a

vazão de referência para a bacia do Rio Coxipó. A partir da análise da série

hidrológica de Janeiro de 1986 a Dezembro de 2001, de 15 anos de vazões médias

mensais da Estação Horto florestal localizadas no rio Coxipó. Os dados foram

obtidos junto ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da

Universidade Federal de Mato Grosso. A determinação da vazão de referência é

importante para se avaliar a vazão para subsidiar aos processos de outorga de uso

da água bem como os usuários da bacia quanto à garantia dos usos múltiplos. No

caso em questão, a Companhia de Saneamento da Capital – SANECAP tem no rio

Coxipó uma das suas principais fontes de abastecimento e responde por

aproximadamente 30% do abastecimento da cidade de Cuiabá. A proposta de

ampliação do Complexo do Tijucal teve como base a verificação da disponibilidade

hídrica do manancial a partir da determinação da vazão de forma a atender a

legislação vigente no Estado de Mato Grosso.

Quanto ao rio Cuiabá, este se apresenta com uma grande disponibilidade

hídrica não atingindo nem 3% dos valores de vazão mínima no período de

estiagem. Porém, este manancial se caracterizada por um rio regularizado, a partir

da implantação da APM – Manso. Isto tem representado alguns impactos na

qualidade da água em determinados períodos do ano. Essas alterações têm

provocado entupimento nos filtros, requerendo assim mudanças nos

procedimentos operacionais. Estudos realizados pelo Departamento de Engenharia

Sanitária e Ambiental têm acompanhado essas alterações e carecem de

continuidade desse monitoramento.

FASE 4 – REALIZAÇÃO DOS DIAGNÓSTICOS SETORIAIS

Page 14: Gestão do Saneamento Ambiental

O Plano relata a situação geral do sistema de abastecimento de água

(captação, tratamento, reservação e distribuição de água) das diversas ETA’s de

Cuiabá. Vale aqui salientar a necessidade de se destacar a finalização das

propostas contidas no projeto do complexo Tijucal, que devido a interrupção das

obras do PAC, apenas parte dos objetos foram finalizados e requerem a

continuidade imediata para que a Estação ampliada consiga atingir os objetivos

propostos. O projeto prevê a automação de todo o sistema e que foi implantado

apenas na Estação. É importante destacar que vários projetos existentes na

Companhia não foram mencionados neste plano. Houve um grande esforço de

melhoria obtida no sistema e que foram encaminhados ao ministério das cidades,

com ênfase na automação, macromedição, CCO, padronização que requer a

continuidade, conforme definido no Planejamento estratégico elaborado em 2005

e reavaliado em 2008 e reforçado pelos Planos operativos 2006, 2007, 2009 e

2010.

Quanto à coleta do esgoto, discorre sobre as vazões dos efluentes, as

estações elevatórias de cada bairro, as ETE’s, a problemática dos rios urbanos

como emissários de esgoto, etc. Salienta-se que a problemática dos lodos

produzidos nas estações precisa ser considerada de forma clara, objetiva,

apresentando as soluções tecnológicas apropriadas a nossa realidade.

Deve-se lembrar da inter-relação dos componentes de esgotamento

sanitário e abastecimento de água com manejo de resíduos sólidos, visto que uma

das formas de disposição do lodo gerado em ETA’s e ETE’s é em aterros sanitários,

ainda uma das formas de tratar o chorume produzido em um aterro é o consórcio

em ETE’s. Da mesma forma, os resíduos sólidos que são lançados nas ruas podem

se direcionar aos mananciais, alagando ruas comprometendo os sistemas de

drenagem.

Mas, como pode ser visto na Apresentação do PMSB novamente não

discorre sobre os componentes do saneamento, manejo de Resíduos Sólidos e

drenagem de águas pluviais, como declara a Lei Nº 11.445 de 2007, trata apenas

de dois dos quatro componentes do saneamento, sistema de abastecimento de

água e esgotamento sanitário. Também ao estabelecer diretrizes o PMSB é

limitado, pois de acordo com os princípios da Lei citada, deveria além da

universalização dos serviços buscar a integralidade das ações abrangendo todos os

Page 15: Gestão do Saneamento Ambiental

componentes e fases, visando garantir a efetividade, a eficácia e a eficiência das

ações, e ainda a equidade ao que diz respeito a direitos iguais a todos, sem

exclusão do acesso aos serviços. Indo contra os princípios da elaboração do Plano

que julga necessário e imprescindível o diagnóstico dessas duas realidades.

Sugestão: O plano deve listar todos os projetos existentes de água e avançar nas

questões relativas ao tratamento dos lodos e dos efluentes dos sistemas de

tratamento de água (água de lavagem dos filros e decantadores). Conforme já

recomendado anteriormente a prefeitura deverá apresentar um termo de

referência para os dois componentes ainda remanescentes.

FASE 5 – ELABORAÇÃO DE CENÁRIOS (PROJEÇÕES)

LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO POPULACIONAL:

O PMSB realiza um levantamento da evolução populacional, da taxa de

crescimento e relacionam isso as demandas por serviços de água e esgoto, não

citando os serviços resíduos sólidos e drenagem urbana. A caracterização das

demandas por serviços devem ser feitas para que o gestor tenha uma visão

abrangente a respeito da verdadeira necessidade da população.

AUDIÊNCIA PÚBLICA:

De acordo com Cartilha de Saneamento (2009) para produzir um Plano

bem elaborado sugere-se que, entre as Fases 5 e 6 do fluxograma, seja realizada

uma audiência pública intermediária para discutir os diversos cenários

apresentados no prognóstico e principalmente as questões relativas a prazos para

a universalização dos serviços e a tarifa correspondente para cada cenário.

Também após a realização da audiência pública, deve ser feita a entrega

dos documentos finais relacionados ao PMSB e a aprovação do produto por parte

da administração, o Plano deve também ser aprovado na Câmara Municipal,

quando deverá ser apresentado o projeto de lei regulamentando-o. O projeto de

Page 16: Gestão do Saneamento Ambiental

lei deverá então ser aprovado pela Câmara em sessão a ser divulgada para a

sociedade.

O Artigo 26 do Decreto nº 7217 de Junho de 2010 reforça a idéia de que a

participação da sociedade é fundamental no processo de elaboração do PMSB e

deverá ser promovida por meio de ampla divulgação das propostas e dos estudos

que as fundamentam, inclusive com a realização de audiências ou consultas

públicas, durante a constituição do plano e após a sua conclusão. Não se deve

deixar de citar que a importância da sociedade vem com a idéia de estimular a

integração de responsabilidades e conhecimento dos seus direitos.

O Plano deve refletir as necessidades e anseios da população local,

devendo para tanto, resultar de um planejamento democrático e participativo

para que atinja sua função social. Portanto, através da audiência a população deve

ser ouvida, e assim ter a oportunidade de expor a real situação dos serviços e

elucidar quais são suas expectativas a respeito do Plano. Somente após a audiência

pública o Plano pode ser encaminhado a Câmara Municipal e assim ser aprovado,

pois o planejamento deve ser feito pela, por e para a população local. O que

infelizmente, também, não ocorreu. A primeira audiência correu na Câmara e as

09h00 do dia 12 de Julho de 2011.

FASE 6 – ELABORAÇÃO DE PLANOS DE INVESTIMENTOS

Definição do plano de Investimento para os setores levantados na etapa de

diagnóstico

No PMSB de Cuiabá a viabilidade econômica e financeira é apontada de

forma a permitir a identificação das intervenções necessárias para manutenção do

equilíbrio econômico-financeiro dos serviços.

Os investimentos previstos para a implementação do PMSB - Cuiabá estão

relacionados às demandas das projeções, advindas do crescimento populacional e

atendimento de déficit identificado.

Page 17: Gestão do Saneamento Ambiental

FASE 7 – PLANEJAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO PMSB

AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO:

Segundo Fiocruz, 2001 (pg 108 livro plano) o Plano deve informar como,

quando, com quem, com que recursos serão implementadas as ações e que

mecanismos de controle e avaliação serão utilizados para saber se deram certo ou

não.

Com a finalidade de alcançar os objetivos e metas estabelecidas no PMSB

sugere algumas ações para desenvolver e acompanhar a progressão no

atendimento às demandas de serviços ao longo do horizonte do Plano bem como o

enquadramento atendimento das exigências legais correlacionadas. Estas ações

podem ser classificadas em dois grupos distintos: Ações Institucionais e Legais e

Ações Técnicas e Operacionais.

AÇÕES INSTITUCIONAIS E LEGAIS:

Estruturação no âmbito da administração municipal de equipe de gestão dos serviços

de saneamento;

Constituição do Conselho Municipal de Saneamento Básico de forma a atender às

exigências legais, lembrando a necessidade de assegurar a participação de entidades e

da sociedade organizada;

Análise, avaliação e adequação e revisão, se pertinente, do modelo institucional atual

para a gestão dos serviços de saneamento básico em conformidade a Lei 11.447/07.

Criação de agência reguladora própria ou delegação destas atribuições a entidade já

constituída para esta finalidade;

Operacionalização do Fundo Municipal de Saneamento Básico;

Definição de sistemática de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico a fim de

garantir a sua permanente atualização.

Page 18: Gestão do Saneamento Ambiental

AÇÕES TÉCNICAS E OPERACIONAIS:

Mobilização de ações institucionais junto aos órgãos da esfera estadual e federal e

fontes privadas no intuito de identificar oportunidades de captação de recursos;

Desenvolvimento do Plano de Atendimento a Emergências do Saneamento Básico -

PAE-SAN.

Alinhamento das atividades técnico-operacionais com o prestador de serviços.

O plano não especificou com exatidão todos os quesitos do planejamento da

implantação.

FASE 8 – IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE RECURSOS

Recursos de tarifas e taxas

A partir da cobrança de tarifas ou taxas a administração municipal pode obter

as receitas para implantação do Plano Municipal de Saneamento Básico.

A necessidade de sustentabilidade do PMSB poderá resultar em revisão de

tarifas e taxas.

Recursos não onerosos

Recursos não onerosos (disponibilizados a “fundo perdido”) apresentam-se

como a forma desejável dos administradores públicos.

Em razão do modelo de política de investimentos do governo federal, esta

modalidade é muito remota em razão dos pré-requisitos estabelecidos pelos

órgãos públicos, cujo enquadramento tem como prioridade as cidades de menor

índice de desenvolvimento.

Recursos de fundo

Os entes da Federação, isoladamente ou reunidos em consórcios

públicos, poderão instituir fundos, aos quais poderão ser destinadas parcelas das

receitas dos serviços, com a finalidade de custear a universalização dos serviços

públicos de saneamento básico.

Page 19: Gestão do Saneamento Ambiental

Fontes de Funcionamento

A obtenção de recursos onerosos pode através de convênios ou contratos,

apresentar-se como uma das alternativas mais comuns para viabilizar os

investimentos em saneamento.

A administração pública municipal poderá angariar financiamentos com

base em projetos tecnicamente consistentes e devidamente orçados.

As principais fontes de financiamento estão destacadas a seguir:

BNDS – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

Fundo Internacional de Investimentos;

Recursos Privados.

Através de modelos de concessões públicas e parcerias público-privadas

(PPP), recursos privados podem fazer a diferença na obtenção das condições de

universalização do saneamento básico.

FASE 9 – ELABORACÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO

DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO

Baseado nos padrões estabelecidos pela SINISA sistema Nacional de

informações de saneamento, Cuiaba adoptou mesmos instrumentos de avaliação e

operação e os respectivos indicadores

I – coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços

públicos de saneamento básico;

Page 20: Gestão do Saneamento Ambiental

II – disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a

caracterização da demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III – permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da

prestação dos serviços de saneamento básico, e;

IV – permitir e facilitar a avaliação dos resultados e dos impactos dos planos e das

ações de saneamento básico.

AS DEFINICÕES DE INDICADORES

Os indicadores selecionados para monitoramento do PMSB – Cuiabá

compreendem aspectos técnico-operacionais e gerenciais conforme apresentado

nos itens que seguem:

CONCLUSÃO

Através do PMSB poderão ser fornecidas as diretrizes e estudos para

viabilização de recursos, além de definir programas de investimentos e estabelecer

cronogramas e metas de forma organizada, promovendo a redução de incertezas e

riscos na condução da Política Municipal.

Como pode ser observado o chamado Plano Municipal de Saneamento da

requer uma ampla discussão com a sociedade de forma a se consolidar como um

forte instrumento a ser utilizado nas diferentes atividades do setor de

saneamento. Ele permitirá balizar ao Ente regulador as metas e indicadores que

deverão ser cumpridos e ainda a sustentabilidade econômica financeira do sistema

que subsidiara os estudos tarifários. Permitirá aos conselhos designados a tratar

Page 21: Gestão do Saneamento Ambiental

dessas questões o total acompanhamento das ações por seus representantes, o

que se denomina de Controle Social. Definir as metas a serem cumpridas pelo

Prestador dos Serviços que no caso, do Município de Cuiabá, a se verificar, os

últimos acontecimentos, se descortina pela opção da concessão do sistema. E

neste caso, a construção de um Plano, não pode representar o cumprimento de

uma mera formalidade, para se efetivar o processo de licitação. Cabe aqui

salientar, que o edital de licitação deverá conter as metas definidas no respectivo

plano.

Portanto, este plano tem que representar o anseio da sociedade e refletir

as melhores alternativas tecnológicas de forma a se romper com esse ciclo que não

permite avançar nas soluções dos problemas.

4.2 Prestação de Serviço

A prestação dos serviços pode se dar de forma direta, indireta e por delegação. A

delegação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico é entendida

como a concessão dos serviços precedida de licitação pública (artigo 175, caput, da

Constituição Federal, e Lei nº 8.987/1995).

Existe, também, a cooperação federativa, exercida obrigatoriamente por meio de

Contrato de programa (artigo 13 da Lei nº 11.107/2005). Por meio desta lei, os

municípios em convênio de cooperação com os Estados poderão contratar as

Companhias de Saneamento Estaduais, com dispensa de licitação, mediante

contrato de programa. Também poderão, de forma voluntária, se agrupar, com a

participação do Estado, formando consórcios públicos para cooperarem entre si.

Dentre os modelos utilizados pelos Municípios mato-grossenses estão: (i) a

prestação direta pelo Município por meio de Departamento, correspondendo a

56% (cinquenta e seis por cento) dos Municípios; (ii) a prestação indireta, exercida

por meio de autarquias municipais, correspondente a 18% (dezoito por cento) dos

Municípios; (iii) a prestação por empresa privada, por meio de concessão dos

Page 22: Gestão do Saneamento Ambiental

serviços, correspondente a 22% (vinte e dois por cento) dos Municípios; e, (iv) a

prestação por empresa privada, por meio de permissão dos serviços,

correspondendo a 2% (dois por cento) dos Municípios. Ainda constatou-se que 2%

(dois por cento) dos Municípios do Estado de Mato Grosso não têm prestador

ativo de serviço de saneamento básico.

Visando a regulamentar o art. 24129 da Constituição da República, foi editada a

Lei Federal 11.107/95 que disciplina a formação de consórcios públicos, integrados

por entes federativos, para a realização de objetivos de interesse comum,

abrangendo os convênios de cooperação e os contratos de programa.

Prestação dos serviços de Água e Esgoto no Estado e Munícipio de Cuiabá

A Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso - SANEMAT foi,durante três décadas,

a concessionária responsável pelo gerenciamento dos sistemas de abastecimento e

esgotamento do Estado. Porém, com o processo de modernização dos serviços de

saneamento, esses sistemas passaram para a gestão municipal, ficando ainda vinte

remanescentes sob a responsabilidade dessa Empresa. Embora o Decreto-lei n. º 16 7.358, de

13/12/2000, que autoriza a sua extinção, já esteja em vigor, esses sistemas não foram

repassados ao município, devido às dificuldades operacionais e tarifárias apresentadas pelos

mesmos.

O Processo de Municipalização dos Serviços de Abastecimento de Água e Esgotamento

Sanitário desencadeado a partir da publicação do Decreto nº 1.802 de 05 de novembro de

1997 fez com que os sistemas operados pela SANEMAT fossem revertidos aos municípios.

A municipalização dos serviços de saneamento teve como principal objetivo

melhorar a qualidade dos serviços de água e esgoto, bem como reduzir os custos destes

serviços. O Estado devolveu aos Municípios a responsabilidade pela saúde pública e meio

ambiente, no de se refere à qualidade de água e tratamento de esgoto, em virtude da extinção

dos vínculos existentes entre os Municípios e a SANEMAT.

Quando se iniciou o processo de municipalização, dos 92 (noventa) municípios

operados pela SANEMAT, alguns estavam com contratos vencidos e outros não tinham

contratos de concessão. Os que se encontravam com contratos em pleno vigor, apesar da

segurança do contrato, a concessão poderia ser declarado a sua caducidade devido à situação

técnica – econômica – financeira da Companhia de Saneamento que não executava

integralmente os contratos celebrados, conforme o artigo 38 da Lei 8.987/95 que dispõe sobre

Page 23: Gestão do Saneamento Ambiental

o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no artigo 175 da

Constituição Federal.

O Governo do Estado considerando a impossibilidade de renegociar dívidas

contraídas ao longo do período de gestão da Companhia, bem como a ingovernabilidade da

estrutura administrativa e o interesse público diante a inadequação dos serviços públicos

prestado pela SANEMAT fez parceria com o Governo Federal no projeto intitulado

“Estabelecimento de Marco Regulatório e Arranjo Institucional para a Provisão dos Serviços de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário do Estado de Mato Grosso”, contratado pelo

Ministério de Planejamento e Orçamento (UGP/PMSS) em parceria com o PNUD (Banco

mundial). O consórcio de empresas liderado pela Coopers e Lybrand foi o vencedor do

processo licitatório.

Os trabalhos da Coopers e Lybrand foram acompanhados pelo Grupo Especial de

Trabalho subordinado ao Conselho Diretor do Programa de Reforma do Estado –

CDPRE. O CDPRE foi criado através do Decreto nº 752 de 22 de janeiro de 1996, que

institui no âmbito do poder executivo, o Programa de Reforma do Estado de Mato

Grosso, com a incumbência dentre outros, de estimular o exercício de atividades e

serviços em nível local, fazendo retornar aos municípios os serviços de sua

competência constitucional.

O objetivo do trabalho contratado, através do Programa de

Modernização do Setor de Saneamento – PMSS, foi definir estrutura preferencial

para o setor no Estado de Mato Grosso. O estudo apontou o envolvimento do

setor privado como solução aos problemas do setor, e o Governo do Estado de

Mato Grosso introduziu o conceito de municipalização como solução para as

dificuldades encontradas pelo setor. De acordo com o estudo a municipalização se

daria através da transferência dos ativos referentes aos serviços de saneamento da

SANEMAT para os Municípios, e estes após a transferência, optariam por operar

seus próprios sistemas ou em contratar empresa do setor privado para opera-los.

O Decreto nº 1.802 de 05 de novembro de 1997 que dispôs sobre os

procedimentos a serem adotados para a condução do Processo de Municipalização

dos Serviços de Saneamento Básico foi resultante dos trabalhos elaborados pela

Coopers e Lybrand. Destaca-se no referido Decreto o parágrafo único do artigo 1º

que versa: “Entende-se por Municipalização a reassunção pelos Municípios

titulares dos mencionados serviços, da prestação destes diretamente ou mediante

transferência à iniciativa privada em virtude da extinção, a ser operada dos atuais

vínculos existentes entre os Municípios e a SANEMAT”.

Page 24: Gestão do Saneamento Ambiental

Em 13 dezembro de 2000, o Governo Estadual editou a Lei nº 7.358

que autorizou a extinção da Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso

– SANEMAT. Na mesma data também editou a Lei nº 7.359 que autorizou o Estado

de Mato Grosso a conceder incentivos à municipalização dos sistemas de

abastecimento de água e esgotamento sanitário.

Dessa forma, o patrimônio da SANEMAT reverteu ao Estado e aos

demais acionistas, e o Poder Executivo ficou autorizado a assumir a

responsabilidade pelo pagamento do valor das indenizações devidas pelos

Municípios à SANEMAT, em decorrência do Decreto nº 1.802/97.

O Decreto nº 2.461 de 30 de março de 2.001 regulamentou a

concessão dos incentivos à municipalização dos sistemas de abastecimento de

água e esgotamento sanitário previstos na Lei nº 7.359/2000. A assunção pelo

Estado das obrigações dos Municípios frente a SANEMAT ficou condicionada a

assinatura de termo contratual específico.

A Lei nº 7.535 de 06 de novembro de 2.001 alterou o dispositivo de

Lei nº 7.359 de 13 de dezembro de 2.000. De acordo com a Lei nº 7.535/2001 os

Municípios que aderiram ao plano de incentivo previsto na Lei, tiveram desconto

de 100% à 40% em função dos quesitos previstos na Lei.

Os Municípios que aderiram ao Plano de Incentivo assinaram o Termo de Rescisão

do Contrato de Concessão e Confissão de Dívida com a SANEMAT com

interveniência do Governo do Estado, e assinaram o Termo de Confissão e

Assunção de Dívida com o Estado com anuência da SANEMAT.

TEIXEIRA & LIMA (2000) apontam que o processo de municipalização desencadeado em Mato

Grosso causa preocupação quanto aos novos rumos de gestão desses sistemas. O Estado, ao

repassar o papel de operador e não assumir concretamente o de regulador, deixa uma lacuna,

já que os operadores (municípios / iniciativa privada) não contam com diretrizes, indicadores e

padrões a serem cumpridos pelos seus sistemas de abastecimento e esgotamento sanitário.

Esse vazio pode apresentar, já em curto espaço de tempo, implicações que refletirão na

qualidade da água tratada e no aumento de esgoto não tratado, interferindo diretamente na

saúde pública, através da disseminação de doenças de veiculação hídrica e no

comprometimento da qualidade das águas dos mananciais superficiais.

Estudos realizados pelo Programa de Modernização do Setor - PMSS pondera que ao longo dos

10 anos de municipalização, o Estado de Mato Grosso apresentou uma estagnação no

Page 25: Gestão do Saneamento Ambiental

crescimento da cobertura dos serviços de água e esgoto com apenas 88% de cobertura de

água e 16% de esgoto. Apresenta ainda um quadro da prestação onde 75% dos serviços são

prestados diretamente pelo município, 1% por delegação através de Companhia de Economia

mista com é o caso da capital e 23% pela iniciativa privada.

Dentre ras conclusões ponderadas pelo estudo temos:

O diagnóstico da situação técnica mostrou que, salvo exceções, os municípios ainda

estão longe de um modelo que seria desejável, coexistindo com problemas das mais

diversas ordens.

A zona rural, mesmo com poucas informações coletadas, se mostrou carente de

melhor prestação dos serviços de água e esgotos.

A falta do serviço de coleta e tratamento de esgotos é uma realidade para a maioria da

população do Estado de Mato Grosso

Assim durante esses anos os municípios vivenciaram de forma isolada a administração dos

seus serviços.

No caso de Cuiabá, O Poder Público Municipal de Cuiabá é o titular do direito de

concessão para explorar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão,

sempre através de licitação, os serviços públicos Água e Esgoto. Através de Lei própria,

nº 047/97 de 27 de dezembro de 1997, foi autorizada ao Prefeito Municipal a outorgar

a terceiros a exploração dos Serviços de Água e Esgoto de Cuiabá, através de

concessão e permissão.

Ora impostas pelas divergências políticas, as alternâncias que não

permitem a continuidade das atividades de planejamento, a POLITIZAÇÃO do PAC,

que tem resultado em atrasos e perdas incalculáveis para a sociedade. Somados

aos pesados passivos que a SANECAP tem recebido, desde a sua criação, com

destaque o patrimônio, e o ICMS da energia, severamente cobrado pelo Estado de

Mato Grosso e que fora agravado pelos passivos trabalhista e de impostos federais

não recolhidos.

Essa situação culminou com a decisão pelo Municipio, no ano de 2011 em

fazer a concessão do Sistema de água e esgoto a iniciativa privada. Um processo

desencadeado com

Page 26: Gestão do Saneamento Ambiental

Art. 39. São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento básico:

I - existência de plano de saneamento básico;

II - existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação universal e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento básico;

III - existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes da Lei no 11.445, de 2007, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização; e

IV - realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação e sobre a minuta de contrato, no caso de concessão ou de contrato de programa.

§ 1o Para efeitos dos incisos I e II do caput, serão admitidos planos específicos quando a contratação for relativa ao serviço cuja prestação será contratada, sem prejuízo do previsto no § 2o do art. 25.

§ 2o É condição de validade para a celebração de contratos de concessão e de programa cujos objetos sejam a prestação de serviços de saneamento básico que as normas mencionadas no inciso III do caput prevejam:

I - autorização para contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a área a ser atendida;

II - inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de qualidade, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem prestados;

III - prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;

IV - hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços;

V - condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos serviços, em regime de eficiência, incluindo:

a) sistema de cobrança e composição de taxas, tarifas e outros preços públicos;

Page 27: Gestão do Saneamento Ambiental

b) sistemática de reajustes e de revisões de taxas, tarifas e outros preços públicos; e

c) política de subsídios; e

VI - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços.

§ 3o Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser compatíveis com o respectivo plano de saneamento básico.

§ 4o O Ministério das Cidades fomentará a elaboração de norma técnica para servir de referência na elaboração dos estudos previstos no inciso II do caput.

§ 5o A viabilidade mencionada no inciso II do caput pode ser demonstrada mediante mensuração da necessidade de aporte de outros recursos além dos emergentes da prestação dos serviços.

§ 6o O disposto no caput e seus incisos não se aplica aos contratos celebrados com fundamento no inciso IV do art. 24 da Lei no 8.666, de 1993, cujo objeto seja a prestação de qualquer dos serviços de saneamento básico.

Subseção II

Das Cláusulas Necessárias

Art. 40. São cláusulas necessárias dos contratos para prestação de serviço de saneamento básico, além das indispensáveis para atender ao disposto na Lei no 11.445, de 2007, as previstas:

I - no art. 13 da Lei no 11.107, de 2005, no caso de contrato de programa;

II - no art. 23 da Lei no 8.987, de 1995, bem como as previstas no edital de licitação, no caso de contrato de concessão; e

III - no art. 55 da Lei no 8.666, de 1993, nos demais casos.

4.3 Regularização e Fiscalização

De acordo com a ‘Lei do Saneamento’, o ente regulador será definido pelo

titular dos serviços, podendo-se delegar as atividades a qualquer entidade

reguladora constituída dentro dos limites do respectivo Estado, incluindo

consórcios de direito público integrados pelos titulares dos serviços.

Criação do conselho ou

adequação de um existente

criação da agencia

municipal regional ou

conveniar com a

Page 28: Gestão do Saneamento Ambiental

Art. 8º Os titulares dos serviços públicos de saneamento básico poderão delegar a

organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos

termos do artigo 241 da Constituição Federal e da Lei nº 11.107, de 6 de abril de

2005.

A função de regulação atenderá aos seguintes princípios:

independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira;

transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões; a regulação pode ser delegada dentro do Estado; cabe à entidade reguladora editar normas relativas às dimensões técnica, econômica e

social de prestação dos serviços.

ALTERNATIVAS PARA REGULAÇÃO

As Alternativas de Regulação podem ser : Consórcio para Agências Reguladoras Agencias reguladoras Estaduais Existentes

Criação de Uma Agencia Municipal

Cumpre destacar que os desafios aos municípios não são pequenos, a

começar pela própria definição da entidade reguladora, considerando o contexto

da predominância da prestação regionalizada dos serviços de abastecimento de

água e a carência de capacidade técnica, gerencial e de recursos financeiros em

grande número de municípios seu escopo mínimo.

Agencia reguladora do Município de Cuiabá - AMAES

A Lei Complementar 252 de 1o de Setembro 2011, criou a Agência Municipal de

Regulação dos Serviços Públicos de Água e Esgotamento Sanitário do Município de

Cuiabá, composta da seguinte estrutura organizacional: (a) Conselho Participativo,

órgão de representação e participação da sociedade de Cuiabá na Agência

Reguladora; (b) Diretoria-Executiva, composta por dois Diretores, os quais serão

indicados pelo Prefeito Municipal, devendo a indicação ser submetida à sabatina e

aprovação da Câmara Municipal de Cuiabá; e (c) Ouvidoria.

Page 29: Gestão do Saneamento Ambiental

A Lei Complementar estabelece, ainda, o prazo de 120 dias, a contar da data da

publicação da referida Lei, para o Poder Executivo encaminhar Projeto de Lei

criando o quadro e fixando o valor da remuneração dos servidores e os valores dos

subsídios dos Diretores.

4.4 Controle Social

A Lei 11.445/2007 estabelece que o titular dos serviços deverá estabelecer

mecanismos de controle social não só para as atividades de regulação e

fiscalização, mas também para as de planejamento dos serviços, como, por

exemplo por meio de órgãos colegiados consultivos.

Por outro lado, o artigo 34 do Decreto 7217/2010 estabelece os Mecanismos

de Controle Social através dos:

I - debates e audiências públicas;

II - consultas públicas;

III - conferências das cidades; ou

IV - participação de órgãos colegiados de caráter consultivo na formulação da política de saneamento básico, bem como no seu planejamento e avaliação.

(...)

§ 4o As funções e competências dos órgãos colegiados poderão ser exercidas por outro órgão colegiado já existente, com as devidas adaptações da legislação.

§ 5o É assegurado aos órgãos colegiados de controle social o acesso a quaisquer documentos e informações produzidos por órgãos ou entidades de regulação ou de fiscalização, bem como a possibilidade de solicitar a elaboração de estudos com o objetivo de subsidiar a tomada de decisões, observado o disposto no § 1o do art. 33.

§ 6o Será vedado, a partir do exercício financeiro de 2014, acesso aos recursos federais ou aos geridos ou administrados por órgão ou entidade da União, quando destinados a serviços de saneamento básico, àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que não instituírem, por meio de legislação específica, o controle social realizado por órgão colegiado

Pode definir Conselho

já existente

Data limite para instituir a legislação

específica de Controle Social

Page 30: Gestão do Saneamento Ambiental

5. A competência comum para promover ações de Saneamento Básico

A Constituição Federal preconiza que uma das competências comuns da União, dos

estados, do Distrito Federal e dos municípios é promover programas de

construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de

Saneamento Básico. Isto significa que todos eles têm responsabilidades comuns

com o Saneamento Básico.

Para o cumprimento efetivo do referido dispositivo constitucional, os

estados deverão ter capacidade de investimento instituindo programas e ações de

saneamento com aporte de recursos, inclusive para os municípios.

Referencia Bibliográfica: Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – Sistema

Nacional de Informações sobre Saneamento: diagnóstico dos serviços de água e

esgotos – 2008. Brasília: CIDADES.SNSA, 2010.

7. O Saneamento no Estado de Mato Grosso

No estado de Mato Grosso, o saneamento ambiental representa um dos

cenários mais drásticos do Brasil. Além da questão pertinente ao tratamento do

esgoto e à distribuição de água, a destinação do lixo também se caracteriza como

uma situação preocupante e urgente.

Dados do relatório realizado pela ABRELPE – Associação Brasileira de

Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais em 2010 mostram que

atualmente cerca de 75,5% do lixo urbano produzido no estado é depositado em

lixões e aterros controlados, colocando em risco a qualidade de vida da população

e a saúde das pessoas e prejudicando o meio ambiente. No ranking brasileiro,

Mato Grosso ocupa o 4º lugar com o pior índice, atrás apenas de Alagoas, com

O Papel do Estado

Page 31: Gestão do Saneamento Ambiental

96,9%, Roraima, com 89,8%, e Rondônia, com 96,4%, segundo o estudo realizado

pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

(Abrelpe, 2010).

Pelo levantamento da Abrelpe, Mato Grosso produz 2.989 toneladas de resíduos sólidos por dia, dos quais coleta 2.381 toneladas/dia. Apenas 24,5% dos resíduos coletados são adequadamente destinados aos aterros sanitários, obedecendo à forma apropriada de disposição final do lixo para evitar danos ou riscos à saúde pública e ao meio ambiente. O estudo mostra ainda que, o valor produzido por cada habitante mato-grossense é de 0,958 kg/d de lixo, e este valor cresce a cada ano, o que coloca o Estado no 10º índice brasileiro mais elevado.

. Decreto nº 7217, 21 de junho de 2010, Brasília;

. Diretrizes para a Definição da Política e Elaboração de Planos Municipais e Regionais

de Saneamento Básico. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de

Saneamento. Brasília, 2008. Versão 03/03/09;

. Guia para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento / Ministério das Cidades.

Brasília: MCidades, 2006. Disponível em www.cidades.gov.br

ABRELPE, 2010 – PANORAMA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL

2010 www.abrelpe.org.br

. Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. Disponível em www.planalto.gov.br

. Lei 11.107, de 6 de abril de 2005. Disponível em www.planalto.gov.br

. Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Disponível em www.planalto.gov.br

Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: diagnóstico dos serviços de água

e esgotos – 2008. Brasília: CIDADES.SNSA, 2010.

Page 32: Gestão do Saneamento Ambiental