gestão do relacionamento como estratégia de fidelização de clientes

127
FACULDADE DINAMICA DAS CATARATAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PUBLICA GESTÃO DO RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES DE ALTA RENDA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL TCC – Trabalho de Conclusão de Curso GRACIELA MICHELON MARA R. MARINO

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Page 1: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

FACULDADE DINAMICA DAS CATARATAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PUBLICA

GESTÃO DO RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA PARA

FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES DE ALTA RENDA DA CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL

TCC – Trabalho de Conclusão de Curso

GRACIELA MICHELON

MARA R. MARINO

MARILEI SPIELMANN

Page 2: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

3

Foz do Iguaçu - PR

2006GRACIELA MICHELON

MARA R. MARINO

MARILEI SPIELMANN

GESTÃO DO RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA PARA

FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES DE ALTA RENDA DA CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado IV da Faculdade Dinâmica das Cataratas – UDC, como Parte dos requisitos à obtenção do Grau de Bacharel em Administração Publica.

Orientador: Prof.º João Maria Alves Ferreira, Mestre.

3

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4

Foz do Iguaçu - PR

2006

4

Page 4: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

5

TERMO DE APROVAÇÃO

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

GESTÃO DO RELACIONAMENTO COMO ESTRATÉGIA PARA

FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES DE ALTA RENDA DA CAIXA

ECONÔMICA FEDERAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO

GRAU DE BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

_____________________ ___________________GRACIELA MICHELON MARA R. MARINO

___________________ MARILEI SPIELMANN

_______________________________________ Orientador: Profº. João Maria Alves Ferreira, M.Sc.

______________________________________NOTA FINAL

5

Page 5: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

6

BANCA EXAMINADORA:

____________________________ Profº. Marcos de Paiva Vieira

Foz do Iguaçu, 25 de novembro de 2006.

6

Page 6: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

7

DEDICATÓRIA

7

Page 7: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

8

Ao profº. João Maria Alves Ferreira

Que jamais deixou de incentivar, por menor que

fosse a contribuição. Que sempre soube que a

única forma de conhecer é descobrir, e que

fazer descobrir é a única forma de ensinar.

AGRADECIMENTOS

8

Page 8: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

9

Aos nossos familiares que sempre nos

apoiaram e acreditaram no êxito deste trabalho.

Ao professor João Maria, nosso orientador,

que nos mostrou o caminho a ser seguido.

Aos professores da Faculdade Dinâmica das

Cataratas, pelos ensinamentos transmitidos.

9

Page 9: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

10

EPÍGRAFEEPÍGRAFE

10

Page 10: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

11

“O que sabemos é uma gota.

O que ignoramos é um oceano.”

Isaac Newton

(1643-1727)

11

Page 11: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

12

RESUMO

MICHELON, Graciela. MARINO, Mara. SPIELMANN, Marilei. Gestão do Relacionamento como Estratégia para Fidelização de Clientes de Alta Renda da Caixa Econômica Federal, Foz do Iguaçu: 2006.

Resumo: O presente trabalho analisa a contribuição da gestão do relacionamento com o cliente como estratégia de fidelização dos clientes de alta renda na Caixa Econômica Federal, agência Foz do Iguaçu. A fundamentação teórica é resultado, principalmente, de temas atualizados pesquisados em publicações especializadas em administração e marketing. Com base nos trabalhos desenvolvidos por Kotler, Lovelock, e Gordon, entre outros teóricos, foram levantados os atributos do marketing de relacionamento e segmentação no processo de conquista e retenção dos clientes do segmento bancário. É um estudo de caso que busca identificar, por meio de entrevistas com os clientes preferenciais, quais características do modelo de relacionamento da CAIXA contribuem para fidelização dos mesmos e, a partir destas, determinar os ajustes necessários para torná-lo mais eficaz.

Palavras-chaves: Relacionamento, Fidelidade, Marketing Bancário.

12

Page 12: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

13

ABSTRACT

MICHELON, Graciela. MARINO, Mara. SPIELMANN, Marilei. Management of the Relationship as Strategy for Fidelity of high income customers of the Caixa Economica Federal. Foz do Iguaçu: 2006.

Summary: The present work analyzes the contribution of the management of the relationship as a strategy for fidelity of the high income customers of the Caixa Economica Federal Bank in the Foz do Iguaçu branch. The theoretical ground is resulted, mainly, of subjects brought up to date searched in specialized publications of administration and marketing. On the basis of the works developed by Kotler, Lovelock, and Gordon, among other theoreticians, the attributes of the relationship marketing and segmentation in the process of gaining and retention of the customers of the banking segment have been compiled. It is a case study that seels to identify, by preferential customers’ interviews, which characteristics of relationship model contributes for their fidelity and, based on these to determine the necessary adjustments to make it more efficient.

Word-keys: Relationship - Fidelity and Bank Marketing

13

Page 13: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

14

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Marketing na atualidade.........................................................................20

Figura 02 – Atividade econômica no Brasil – Participação no PIB............................21

Figura 03 – Combinação de produtos e serviços......................................................22

Figura 04 – Triângulo do marketing de serviços........................................................24

Figura 05 – Fatores que influenciam expectativas e percepção dos serviços..........32

Figura 06 – O ciclo de vida do cliente.......................................................................39

Figura 07 – Pilares da Gestão do Relacionamento...................................................41

Figura 08 – Caixa Econômica Federal - Agência Foz do Iguaçu...............................49

14

Page 14: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

15

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Características dos serviços...............................................................23

Quadro 02 – Desafios do marketing de serviço em seus 03 componentes.............25

Quadro 03 – Influenciando o valor do cliente personalizado...................................33

Quadro 04 – Modelo de segmentação CAIXA.........................................................51

Quadro 05 – Análise do ambiente organizacional – SWOT.....................................53

Quadro 06 – Aplicativo PERSONAL_DBM..............................................................54

Quadro 07 – Principais funcionalidades do aplicativo..............................................55

15

Page 15: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

16

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Estágios do marketing bancário.............................................................26

Tabela 02 – 4 P’s do marketing ...............................................................................27

Tabela 03 – Os 11C’s da cadeia de relacionamento.................................................40

16

Page 16: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

17

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01 – Tempo de conta na agência.................................................................58

Gráfico 02 – Qualidade do atendimento prestado pelo Gerente...............................59

Gráfico 03 – Utilização dos canais de atendimento eletrônico..................................60

Gráfico 04 – Nível de satisfação em relação aos produtos e serviços......................61

Gráfico 05 – Fator decisivo na aquisição dos produtos da CAIXA............................61

Gráfico 06 – Principal motivo de trabalhar com a CAIXA..........................................62

Gráfico 07 – Disponibilidade de soluções financeiras por parte dos funcionários....63

Gráfico 08 – Disponibilidade do cliente em recomendar a agência .........................64

Gráfico 09 – Providências para melhorar os serviços da CAIXA..............................64

17

Page 17: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

18

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................14

1.1 Tema e Problema de Pesquisa..........................................................................15

1.2 Objetivos.............................................................................................................15

1.2.1 Objetivo geral....................................................................................................15

1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................16

1.3 Justificativa........................................................................................................16

1.3.1 Delimitação do estudo.......................................................................................17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................18

2.1 Considerações gerais sobre marketing...........................................................18

2.1.1 Marketing na atualidade...................................................................................19

2.2 O setor de serviços............................................................................................21

2.2.1 Natureza dos serviços.......................................................................................22

2.2.2 Características dos serviços.............................................................................23

2.3 Marketing no setor bancário.............................................................................24

2.3.1 Fases do marketing bancário............................................................................26

2.3.2 A estratégia de marketing nas instituições financeiras......................................27

2.3.3 Os 4 P’s do marketing de serviços financeiros.................................................27

2.3.4 Desafios do marketing para instituições financeiras.........................................28

2.3.4.1 Diferenciação competitiva..............................................................................28

2.3.4.2 Qualidade do serviço.....................................................................................28

2.3.4.3 Produtividade.................................................................................................29

2.4 Foco no cliente ..................................................................................................30

2.4.1 Excelência no atendimento...............................................................................30

2.4.2 O valor para o cliente........................................................................................31

2.4.3 Qualidade, expectativas e satisfação dos clientes............................................32

2.4.4 O valor do cliente..............................................................................................33

18

Page 18: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

19

2.4.5 Retenção e fidelização de clientes....................................................................34

2.5 Segmentação de clientes..................................................................................34

2.6 Marketing de relacionamento ..........................................................................35

2.6.1 Gestão do Relacionamento com o Cliente .......................................................36

2.6.2 Técnicas de relacionamento.............................................................................38

2.6.3 Níveis de relacionamento com o cliente...........................................................38

2.6.4 Os 11 C’s da gestão de relacionamentos..........................................................40

2.6.5 Pilares do marketing de relacionamento...........................................................41

2.6.5.1 Cultura e valores............................................................................................41

2.6.5.2 Liderança ......................................................................................................42

2.6.5.3 Estratégia ......................................................................................................42

2.6.5.4 Pessoas e desempenho ................................................................................42

2.6.5.5 Estrutura .......................................................................................................43

2.6.5.6 Tecnologia .....................................................................................................43

2.6.5.7 Conhecimento e percepção ..........................................................................43

2.6.5.8 Processos e procedimentos ..........................................................................44

3 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................45

3.1 Coleta e análise de dados da pesquisa...........................................................45

3.2 Tipos de pesquisa..............................................................................................45

3.2.1 Pesquisa exploratória........................................................................................45

3.2.2 Pesquisa bibliográfica.......................................................................................46

3.2.3 Pesquisa descritiva...........................................................................................46

3.2.4 Questionário......................................................................................................46

4 ANÁLISE DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL.....................................................47

4.1 Histórico da Caixa Econômica Federal............................................................47

4.1.1 Missão e valores da CAIXA..............................................................................47

4.1.2 Visão de futuro da CAIXA.................................................................................48

4.1.3 Estrutura organizacional...................................................................................48

4.1.4 Políticas e diretrizes atuais...............................................................................50

19

Page 19: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

20

4.1.5 Segmentação de clientes na CAIXA.................................................................50

4.1.6 O segmento personalizado...............................................................................51

4.1.7 Análise do segmento personalizado.................................................................52

4.1.8 “PERSONAL_DBM” CAIXA..............................................................................53

4.2 Coleta de Informações para diagnóstico.........................................................57

4.3 Resultados da pesquisa ...................................................................................57

4.4 Propostas e sugestões de melhoria.................................................................65

5 CONCLUSÕES.......................................................................................................68

5.1 Recomendações para futuros trabalhos.........................................................69

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................71

ANEXOS....................................................................................................................72

1 INTRODUÇÃO

As grandes transformações de ordem política e econômica mundial

que ocorreram nas duas últimas décadas provocaram significativas mudanças nos

mercados e nas organizações e alteraram as relações de consumo.

A abertura e desenvolvimento de novos mercados, a estabilização

da economia, a globalização, a evolução das tecnologias e das comunicações,

reduziram distâncias e acirraram a competição entre as empresas. Em

conseqüência, os consumidores tornam-se mais exigentes e menos fiéis.

O impacto dessas mudanças sobre o setor financeiro foi bastante

significativo. Os bancos nacionais viram-se obrigados a promover uma

reestruturação estratégica. Adotaram novas formas de gestão, modernizaram

equipamentos e instalações, readequaram produtos, aperfeiçoaram processos e

partiram em busca de novas fontes de recursos e aplicações.

20

Page 20: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

21

Porém, faltava conquistar os clientes de forma que a concorrência,

por mais acirrada que fosse, não os convencesse a trocar de instituição financeira.

Descobriram então, a necessidade de trabalhar o relacionamento com os clientes de

forma a manter os níveis de rentabilidade de tempos anteriores.

A nova ordem mundial é o foco no relacionamento, onde para

garantir o sucesso é necessário ultrapassar as paredes da organização e concentrar

os esforços na ampliação do relacionamento com os clientes mais lucrativos.

Assim, atenta às pressões de mercado e buscando agregar

resultados positivos a sua área comercial, a CAIXA adotou a Gestão do

Relacionamento com os Clientes, com vistas a aumentar sua lucratividade através

fidelização dos clientes de alta renda.

1.1 Tema e Problema de Pesquisa

O presente trabalho é abordado na área do marketing de

relacionamento e tem como objeto de estudo o tema gestão do relacionamento com

os clientes como base para a fidelização de clientes de alta renda em uma

instituição financeira pública.

Os clientes representam a base e o futuro da empresa, o que

justifica a atual tendência de fidelização como uma das grandes estratégias para se

atingir os resultados comerciais exigidos pela sociedade.

21

Page 21: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

22

Considerando que a Caixa Econômica Federal é um banco de

varejo, cuja maior rentabilidade provém de negócios com pessoas físicas, a

satisfação dos clientes e sua conseqüente retenção estão intimamente ligadas a

este resultado; logo, o problema principal a ser analisado é:

O modelo de gestão do relacionamento com os clientes adotado

pela CAIXA é uma estratégia eficaz para conquistar a fidelidade dos clientes de alta

renda da agência Foz do Iguaçu?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar a gestão do relacionamento com os clientes de alta renda

da Caixa Econômica Federal, agência Foz do Iguaçu.

1.2.2 Objetivos específicos

Identificar os fatores que contribuem para fidelizar os clientes de alta

renda na agência Foz do Iguaçu;

Identificar como atua o gerente de relacionamento para intensificar o

relacionamento da empresa com os clientes preferenciais;

22

Page 22: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

23

Ampliar conhecimentos sobre marketing de relacionamento e

fidelização de clientes por meio da pesquisa bibliográfica em literatura especializada.

Sugerir melhorias no atendimento aos clientes de alta renda,

objetivando maior satisfação dos mesmos, incremento nos negócios e

consequentemente aumento de rentabilidade para a agência Foz do Iguaçu.

1.3 Justificativa

Conquistar clientes e mantê-los passou a ser um grande desafio

para as empresas do mundo globalizado, em especial no que se refere aos clientes

“Private” do mercado bancário. Estratégias adotadas para atender e reter estes

clientes estão sendo criadas, reavaliadas e testadas por todo o mercado financeiro.

A disponibilização de estrutura adequada para atendimento às

necessidades desses clientes é a tendência do mercado, que utiliza abordagens

diferenciadas, como o Personnalité do Itaú, o Exclusivo do Banco do Brasil, o

Premier do HSBC, o Uniclass do Unibanco e o Bradesco Private Banking.

Em ambiente tão competitivo, como a CAIXA, um banco conhecido

por sua atuação no campo social, pode disputar com as demais instituições

financeiras, os grandes clientes pessoas físicas?

Todavia, como abrir mão de clientes tão rentáveis? As receitas

advindas dos negócios com os clientes pessoa física de alta renda não podem ser

23

Page 23: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

24

desprezadas pela CAIXA. Afinal, somente com uma empresa rentável e equilibrada

é que as políticas públicas e sociais podem ser efetivamente executadas.

Tomando-se em conta os clientes pessoa física da agência Foz do

Iguaçu, este trabalho enfocará apenas clientes classe A, por ser esse público que

permite maior rentabilidade para CAIXA devido suas altas aplicações financeiras e

aquisição de produtos agregados.

Justifica-se também a proposta pela oportunidade de aprendizagem

prática através da pesquisa junto aos clientes. Além disso, se torna necessário a

realização deste projeto para cumprimento da grade curricular pré-estabelecida pela

instituição.

1.3.1 Delimitação do estudo

A análise e o desenvolvimento deste trabalho consistiram, num

primeiro momento, na investigação bibliográfica, tendo por base os teóricos Gordon,

Kotler e Lovelock, entre outros, visando a compreensão de questões referentes ao

marketing de relacionamento, satisfação dos clientes, retenção, fidelização e

lucratividade, que foram determinantes na estruturação desta pesquisa.

Numa segunda fase foi determinante o trabalho de campo ou

pesquisa in loco para realização desse estudo de caso sobre a fidelização de

clientes de alta renda na Caixa Econômica Federal, tendo possibilitado uma visão

holística do que está sendo executado na empresa.

24

Page 24: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

25

Por fim, procurou-se fazer os embates teóricos–práticos e,

levantando-se os fatores de fidelização do ponto de vista estritamente dos clientes,

os resultados servirão de base a fim de instrumentalizar ações que contemplem

melhorias na prática desse relacionamento com os clientes.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Considerações gerais sobre marketing

De acordo com sua origem, a palavra inglesa marketing significa

comércio, ato de mercar, trocar, comercializar ou, ainda, transacionar. Assim, está

intimamente ligado ao conceito de produto, que é tudo aquilo oferecido ao consumo de

um mercado, ou seja, mercadorias, serviços, lugares, pessoas e idéias.

Apesar de muitas pessoas associarem marketing a publicidade ou

vendas estas são apenas duas das suas muitas funções. Na verdade o marketing

começa muito antes de a empresa ter um produto, incluindo a fase de detecção de

necessidades do consumidor e a sua transformação em oportunidades e continua

ao longo da vida do produto ou serviço.

Uma definição de marketing mais comumente aceita é a da AMA -

American Marketing Association, que define marketing a partir de uma estrutura de

decisões gerenciais que integram um processo voltado para a satisfação de

objetivos individuais e organizacionais:

Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos para criar, comunicar e entregar valor aos clientes e para gerenciar o

25

Page 25: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

26

relacionamento com estes de forma a beneficiar a organização e seus stakeholders1.

2.1.1 Marketing na atualidade

De acordo com McKenna (2000) a tecnologia modificou os mercados

instituindo novas regras de condução dos negócios, alterando a maneira de pensar e

agir das pessoas na condição de produtoras e consumidoras. Essas novas regras

apontadas por McKenna são as seguintes:

A subestrutura digital muda tudo - A estrutura digital auxilia a

comunicação voltada para os negócios. A conseqüência é o aumento

da comunicação interativa, o que leva a desmassificação dos

mercados, à fragmentação do público e ao aumento da

individualidade;

A fidelidade à marca desaparece – A revolução digital estimulou a

infidelidade às marcas. Possibilitou uma vasta rede de distribuição

capaz de gerir uma imensa variedade de produtos. Logo, a escolha e

o preço têm um valor maior que a marca e existe uma constante

espera por novidades;

Redefine-se o conceito de imagem – A imagem resulta de

experiências interativas com os consumidores, que devem ser

1 . AMA – American Marketing Association. Disponível em: www.ama.org – 02/10/2006.

26

Page 26: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

27

constantemente renovadas. Em conseqüência disso, a presença

substitui a consciência da marca. A Internet força todos os negócios

a tornarem-se serviços;

O cliente torna-se seu próprio “marketeiro” - O cliente atual

demanda um novo tipo de relacionamento totalmente baseado no

acesso, na interface, nos serviços incorporados e nos sistemas

inteligentes de informações que operam por trás de tudo. Logo, é

cada vez mais importante entender as atitudes do consumidor;

O marketing será centrado na tecnologia da informação –

Refere-se à necessidade de convergência entre empresas de

software e agências de publicidade. O marketing deve mudar seu

foco da imagem para o foco na tecnologia da informação.

O resultado de tudo isso é que o novo marketing transformar-se em

um processo de aprendizado contínuo por meio do qual a empresa ganha

conhecimento ao interagir com os clientes e o mercado, e dessa maneira consegue

adaptar-se e obter vantagem competitiva. (MCKENNA, 2000, p.14 - 22).

Figura 01 - Marketing na atualidade

27

Page 27: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

28

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA, 2006.

2.2 O setor de serviços

A disponibilização de serviços ao consumidor é uma das principais

maneiras encontradas pelas empresas para construir um relacionamento de longo

prazo com seus clientes. Logo, para falar sobre marketing bancário é preciso

compreender a importância dos serviços no mercado atual.

O mercado econômico está segmentado basicamente em três

28

Page 28: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

29

setores: indústria, comércio e serviço. Dentre eles, destaca-se a prestação de

serviços, pois essa atividade está presente em todas as esferas da sociedade, e

inclue empresas privadas, entidades governamentais e não lucrativas.

Dados do IBGE (2006) demonstram ser o setor de serviços o que

mais cresce, sendo que serviços de saúde, turismo, ensino, entretenimento,

transporte, consultoria, entre outros, já ocupam lugar de destaque na geração de

emprego e renda no Brasil, a exemplo dos países mais desenvolvidos.

Figura 02 – Atividade econômica no Brasil – Participação no PIB

Fonte: IBGE (www.ibge.gov.br - 03/10/2006)

Na maioria dos países, as empresas de serviços acrescentam mais

valor econômico do que a agricultura, matérias-primas e indústrias juntas. Como

exemplo, pode-se citar os EUA, onde os serviços respondem por 72% da economia

e 76% dos negócios. É um segmento onde os empregos abrangem desde

profissionais altamente remunerados e técnicos, até posições de salário-mínimo.

2.2.1 Natureza dos serviços

Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000) comentam ser muito difícil fazer

uma separação entre empresas produtoras de bens e empresas produtoras de

serviços uma vez que todos os serviços exigem bens de suporte, assim como todos

os bens necessitam de serviços de apoio. Os autores demonstram essa relação

29

Page 29: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

30

entre produtos e serviços na figura a seguir:

Figura 03 - Combinação de produtos e serviços

Fonte: Adaptado de Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000, p. 43).

Em síntese, produtos e serviços têm a mesma finalidade, isto é,

atender um desejo ou necessidade dos consumidores, gerando satisfação e valor.

Os serviços agregam valor aos produtos através de um pacote que contempla

atendimento, informações, entregas, garantias, assistência técnica e pós-venda

entre outros e, no caso dos serviços estão fortemente demarcados, em maior ou

menor grau, seus componentes intangíveis.

30

Page 30: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

31

2.2.2 Características dos serviços

Segundo Kotler (1998) diversas características distinguem serviços

de bens e afetam muito o desenho dos programas de marketing. O autor considera

importante destacar quatro características: intangibilidade, inseparabilidade,

variabilidade e perecibilidade.

Quadro 01 – Características dos serviços

Intangibilidade

Diferentemente dos produtos, os serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados. Ficam apenas lembranças ou resultados após o uso, como um cabelo bem cortado ou um maior conhecimento.

Inseparabilidade

Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e geralmente não podem ser separados da pessoa que os oferece, isso provoca uma característica da interação entre fornecedor – cliente.

Variabilidade Dependendo de quem os executa, devido à inseparabilidade e alto grau de envolvimento, os serviços não são uniformes. Cada serviço é único, com uma possível variação de qualidade.

Perecibilidade

Serviços não podem ser estocados, e só podem ser usados no momento em que são oferecidos. Devido a essa característica sofrem com instabilidade da demanda, pois podem provocar ociosidade ou falta de recursos.

Fonte: Adaptado de Kotler (1998, p. 414).

31

Page 31: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

32

Na concepção de Churchill e Peter (2000), além das características

de serviços citadas anteriormente, é necessário considerar mais duas que

influenciam no desenvolvimento de estratégias de marketing. São elas:

Esforço do cliente – Corresponde ao grau de participação e

comprometimento do cliente na produção do serviço.

Relação com os Clientes – Os serviços envolvem uma relação

contínua com os clientes e contribuem para construir confiança.

2.3 Marketing no setor bancário

De acordo com Berry (2001) a complexidade do setor de serviços

financeiros exige a aplicação de um conjunto integrado de ferramentas de marketing

que se caracteriza por três dimensões: marketing externo, marketing interno e

marketing interativo, formando o chamado triângulo dos serviços.

Figura 04 - Triângulo do marketing de serviços

32

Page 32: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

33

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA.Este triângulo implica o entendimento que os três lados são críticos

para o sucesso do marketing dos serviços financeiros. Sem o esforço integrado

dessas dimensões, a gestão de marketing não tem como ser sustentada. Cada lado

representa desafios significativos para a maioria dos negócios financeiros.

Quadro 02 - Desafios do marketing de serviço em seus 03 componentes

Marketing Externo Deve retratar todo o trabalho que a empresa tem para preparar e fixar os preços, assim como, a distribuição e promoção do serviço junto do consumidor.

Marketing Interno Deve analisar todo o trabalho de formação e motivação dos funcionários no bom atendimento ao consumidor

Marketing Interativo

Deve retratar a experiência dos funcionários no atendimento ao consumidor, onde este vai julgar a qualidade do serviço, não só em termos técnicos mas também em nível funcional.

33

Page 33: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

34

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA, 2006.

Resumindo as principais tarefas no âmbito do triângulo do marketing

de serviços, pode-se dizer que é preciso que os bancos identifiquem e

compreendam as necessidades do mercado, tendências de evolução na demanda

por serviços financeiros, identifiquem a concorrência e, a partir daí, desenvolvam

soluções eficazes.

Por conseguinte, o aumento progressivo da utilização do marketing

nos bancos possibilita que estes tenham os meios necessários para que, de forma

eficiente, concretizem os seus objetivos, por estarem no mercado certo, com os

serviços certos, no momento certo, atuando de forma cada vez mais pró-ativa.

O marketing tornou-se essencial para as instituições financeiras.

Somente com grandes investimentos em técnicas avançadas de marketing é que os

bancos poderão garantir uma posição de vantagem competitiva, em relação aos

seus concorrentes financeiros, nos mercados mais lucráveis.

2.3.1 Fases do marketing bancário

Inicialmente o conceito de marketing para os bancos limitava-se a

oferta de brindes e sorteios para atrair clientes. Num segundo momento

modernizaram as agências e investiram em treinamentos para os funcionários com

intuito de proporcionar maior qualidade no atendimento e assim fidelizar os clientes.

Em outra fase partiram para inovação dos produtos e segmentação

34

Page 34: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

35

do mercado. Porém, como a inovação geral e contínua mostrou-se inviável,

elegeram o posicionamento como estratégia para distinguir-se da concorrência em

certos segmentos específicos de mercado. E, por último, buscaram um sistema de

planejamento e controle de marketing para orientar a definição das metas, ações e

incentivos, medir resultados e acompanhar o desempenho da organização.

Kotler (1998) sintetizou as diferentes fases de evolução de acordo

com cada estágio de aprendizado pelo qual passou o marketing bancário:

Tabela 01 – Estágios do marketing bancário

1a fase Marketing é propaganda, promoção de vendas e publicidade.

2a fase Marketing é sorriso e uma atmosfera agradável.

3a fase Marketing é segmentação e inovação.

4a fase Marketing é posicionamento.

5a fase Marketing é análise, planejamento, implementação e controle.

35

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36

Fonte: Adaptado de Kotler (1998, p. 46).

Se, no passado, a rentabilidade tinha como foco o fechamento de

uma venda, hoje é vista em longo prazo, com foco na manutenção do cliente. Muda-

se o conceito da transação para a construção de relacionamento, cuja idéia base é

que, tendo clientes fiéis, a empresa obtém lucros e sustentabilidade.

2.3.2 A estratégia de marketing nas instituições financeiras

O marketing de relacionamento por meio da segmentação de

clientes é a grande arma para a sobrevivência das empresas. Nesse contexto, a

estratégia de marketing no setor bancário resume-se ao tripé: segmentação de

mercado, seleção de mercado-alvo e posicionamento de mercado. A partir daí, em

um nível mais tático e operacional, encontram-se as decisões do mix de marketing,

ou seja, referentes aos quatro Ps do marketing: produto, preço, praça, e promoção.

2.3.3 Os 4 P’s do marketing de serviços financeiros

Uma das ferrramentas utilizadas pelos bancos para atingir seus

mercados-alvo, atender e superar as expectativas dos clientes é aplicar os conceitos

dos 4 P’s do marketing exemplificados abaixo::

Tabela 02 - 4 P’s do marketing

Produto Sob o ponto de vista do cliente, é algo que pode atender as necessidades de preservação de seu capital financeiro.

36

Page 36: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

37

Ponto de distribuição

Uma instituição financeira precisa estar onde os clientes estão, ou melhor, ela precisa ir até os seus clientes.

Promoção

Promover vendas de produtos ou serviços financeiros pode significar um esforço de adequar produtos ou serviços financeiros aos diversos momentos das relações com a clientela, oferecendo vantagens exclusivas e atraentes.

Preço Preço, taxa ou tarifa é o valor atribuído a um produto ou serviço financeiro prestado a um cliente.

Fonte: Adaptado de Cobra das ferramentas de marketing (2000).

2.3.4 Desafios do marketing para instituições financeiras

O aumento crescente da concorrência na indústria financeira tem

levado os bancos a desenvolverem um marketing mais sofisticado e com maior

impacto junto aos clientes.

Segundo Kotler (2000), sob uma perspectiva de marketing,

atualmente, os bancos deparam-se com três grandes desafios: aumento da sua

diferenciação competitiva, da qualidade de serviço e o aumento da produtividade.

37

Page 37: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

38

2.3.4.1 Diferenciação competitiva

Para Kotler (2000) um banco pode diferenciar a prestação dos seus

serviços com base naquilo que ele denomina de quatro P’s dos serviços: Pessoas,

Ambiente Físico, Processos e Apresentação. Desse modo, um banco pode

distinguir-se por ter os funcionários mais qualificados no contato com os clientes, por

promover um ambiente físico mais agradável e atraente ou por desenvolver

processos de forma mais eficaz e satisfatória. Esses aspectos estão relacionados

diretamente ao contexto da agência e merecem uma reflexão.

2.3.4.2 Qualidade do serviço

Para Salinas (1999) a qualidade do serviço, aliada ao bom

atendimento do cliente, é a chave da estratégia de marketing, pois os clientes, após

serem atendidos, comparam o serviço recebido com o serviço esperado. Para o

autor a qualidade nos serviços bancários tem por base os seguintes parâmetros:

1) atendimento bancário com qualidade: agilidade e respostas

rápidas às solicitações e necessidades dos clientes;

2) comunicação e informatização: respostas rápidas, ágeis e

seguras para exigências do cliente, necessidades e problemas;

3) operações de qualidade: produtos e serviços adequados às

38

Page 38: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

39

necessidades dos clientes, funcionários qualificados e baixo nível de erros.

2.3.4.3 Produtividade

O terceiro grande desafio das instituições financeiras apontado por

Kotler (2000) é o aumento da produtividade. No entanto, a qualidade dos serviços

não deve ser comprometida por uma busca desenfreada do aumento de

produtividade.

Na visão de Kotler (2000), a organização pode promover algumas

ações para melhorar a produtividade dos serviços, entre elas: capacitar os

funcionários; aumentar a quantidade em detrimento de alguma qualidade; padronizar

a produção; desenvolver um serviço mais eficaz ou ainda, transferir para os

consumidores algum trabalho que é usualmente responsabilidade da empresa.

Os desafios que se afiguram para o marketing no setor financeiro

mostram que o marketing pode ser pensado em termos bancários muito amplos,

porque o cliente pode ser abordado de muitas maneiras pelas diversas funções

desempenhadas pelo banco. Assim, não obstante as estratégias de marketing da

CAIXA serem formuladas na matriz, o papel desempenhado pelo gerente na agência

é de grande relevância para o seu sucesso.

2.4 Foco no cliente

39

Page 39: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

40

Cobra (2000, p. 67) observa que após a automação bancária,

visando extrair benefícios no campo da competitividade, os bancos brasileiros

passaram a introduzir estratégias de marketing, referenciando o cliente como fator-

chave dentro das agências.

Peppers e Rogers (2000, p.19) afirmam que quando o foco está no

cliente, cada cliente é único. Além do uso de novas tecnologias as empresas

precisam dialogar com os clientes para melhor conhecer suas necessidades

particulares e só então, a partir daí desenvolver produtos e serviços personalizados.

Para aperfeiçoar o relacionamento, melhorando os índices de

conversão de vendas e de satisfação de clientes, a empresa precisa adaptar-se às

necessidades individuais expressas pelo cliente, personalizando o atendimento e

quem sabe até as opções oferecidas em torno do produto.

O objetivo realista a ser perseguido é simplesmente tratar clientes

diferentes de forma distinta, de tal modo que isso seja significativo para cada cliente.

Afinal, nas empresas orientadas ao cliente a medida do sucesso é a participação no

cliente ao invés da participação no mercado, em outras palavras, as empresas

através da criação de vínculos mais fortes com seus clientes, desenvolvem a

fidelidade dos mais valiosos e assim aumentam sua lucratividade.

2.4.1 Excelência no atendimento

40

Page 40: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

41

Albrecht (2000) comenta que de forma tradicional, o serviço de

atendimento ao cliente está baseado em habilidades individuais e em experiências

pessoais, o que nem sempre proporciona um atendimento de qualidade, devido às

variações no processo de atendimento, segundo o pessoal envolvido no serviço.

De acordo com Brown (2001), os melhores avanços no atendimento

derivam de ouvir o cliente e de suprir suas necessidades. A empresa inteligente

percebe a importância dos clientes para sua sobrevivência, busca conhecer os

valores que esperam obter dela e elabora um atendimento onde o cliente tenha um

contato positivo e consistente em cada ponto da prestação do serviço.

Segundo Brown (2001), o atendimento ao cliente abrange três

estágios: aquisição, retenção e atendimento estratégico ao cliente. O relacionamento

da empresa com os clientes diferencia-se em cada estágio. Quando uma empresa

está na fase de aquisição de clientes, visa construir uma base de clientes; na fase

de retenção, procura maximizar o relacionamento com os clientes; já na fase de

atendimento estratégico ao cliente, seleciona clientes com potencial lucrativo para

gerar com eles uma relação de dependência empresa-cliente.

As organizações hoje devem estar atentas a todas as partes que

compõem o atendimento ao cliente, pois, na era dos serviços, o que irá nos

diferenciar dos nossos concorrentes é a maneira como enxergamos e tratamos

nossos clientes dentro e fora da organização.

2.4.2 O valor para o cliente

Cobra (2000, p.118) trata da questão do valor com a seguinte

41

Page 41: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

42

definição: “valor é, portanto, quanto vale para os clientes de um determinado serviço,

os benefícios técnicos deste, os serviços que lhe são agregados, e ainda seus

benefícios econômicos e sociais”.

Os consumidores tomam as suas decisões de compra, baseadas

nas percepções que fazem do valor dos diversos produtos e serviços disponíveis.

Assim, o valor que o cliente dá ao produto, pode ser entendido como a diferença

entre o valor que o cliente ganha por ter e usar o produto e o custo de obtê-lo.

2.4.3 Qualidade, expectativas e satisfação dos clientes

Para Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), a qualidade é avaliada ao

longo da prestação de serviços. Já a satisfação do cliente com a qualidade do

serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com a

expectativa do serviço desejado por ele.

Segundo Lovelock (2000, p.103), “expectativas são padrões internos

que os clientes utilizam para julgar a qualidade de uma experiência de serviço”. A

expectativa com relação a um serviço, diz respeito à idéia que clientes em potencial

fazem do mesmo antes de adquiri-lo. Elas são elaboradas com base em

experiências anteriores ou a partir de informações recebidas. Devido a essas

características pessoais distintas, os clientes apresentam diferentes níveis de

expectativas e julgamento do serviço.

Como descrito por Johnston & Clark (2002, p. 153), entre as

expectativas desejadas e o mínimo aceitável existe uma zona de tolerância, que

42

Page 42: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

43

representa o grau em que os clientes estão dispostos a aceitar variações na entrega

dos serviços. A extensão dessa zona apresenta-se inversamente proporcional ao

nível de envolvimento e comprometimento do cliente.

Figura 05 – Fatores que influenciam expectativas e percepção dos serviços

Fonte: Adaptado de Lovelock (2000).

Os bancos brasileiros estão preocupados com a qualidade de seus

produtos e serviços. O consumidor quer esta qualidade, também quer conveniência,

quer um banco que facilite sua vida, mas principalmente o cliente valoriza um bom

atendimento pessoal.

2.4.4 O valor do cliente

Segundo Rust et al (2001, p. 65) “O Valor do Cliente representa um

modo inteiramente diferente de ver a lucratividade da organização, e, portanto, de

ver os clientes, o marketing, o gerenciamento de informações e a estratégia”. Ele se

43

Page 43: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

44

afasta da visão ultrapassada de examinar somente a lucratividade do produto e

reconhece que os clientes são o centro dos negócios de qualquer empresa.

Gordon (1998, p.118) explica que o “Valor Vitalício” de um cliente

potencial é simplesmente uma projeção das despesas dele menos os custos da

empresa para fabricar o produto e atender e manter cada cliente.

O quadro abaixo resume as quatro estratégias principais que os

bancos normalmente usam para influenciar o “Valor Vitalício” dos clientes.

Quadro 03 - Influenciando o valor do cliente personalizado

Aumentar a retenção de clientes

Fundamental para a sobrevivência da empresa devido ao potencial de consumo extremamente alto.

Atrair clientes de outras empresas

Por meio de “ofertas” vantajosas conquistar os clientes de alta renda dos concorrentes.

Maior lucratividade dos clientes

Aumento no valor de tarifas ou aumento do número de produtos e serviços que os clientes utilizam

Maior participação de carteira Aumentar a participação da CAIXA na “carteira” do cliente.

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

As estratégias utilizadas pelo segmento personalizado para

aumentar o valor do cliente tem como foco o conhecimento contínuo e longevidade

da relação, por meio do contato direto, pessoal, onde o banco obtém de forma

espontânea, subsídios para voltar-se a maximização dos negócios com o cliente.

44

Page 44: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

45

2.4.5 Retenção e fidelização de clientes

Na visão de Bretzke (2000) conquistar a fidelidade dos clientes não

é tarefa trivial. Exige especial atenção para o bom funcionamento de canais de

comunicação entre a empresa e os clientes. Ao definir o nicho de mercado, será

preciso customizar a comunicação, o produto, o serviço e o material promocional de

tal forma que se estabeleça uma relação estreita com o cliente desde a pré-vendas

até a pós-vendas otimizada.

Para garantir o sucesso de um negócio baseado na fidelidade

inicialmente é preciso adquirir os clientes certos, ou seja, aqueles que proporcionam

fluxos de caixa constantes e retorno rentável para a empresa nos próximos anos,

clientes cuja fidelidade possa ser conquistada e também mantida.

Clark (1997, p.295) lembra que manter um relacionamento em longo

prazo com o cliente propicia inúmeros benefícios à empresa e exemplifica citando

um estudo sobre a correlação entre retenção de clientes e lucratividade, feito pela

empresa de consultoria americana Bain & Company, em vários bancos, onde ficou

comprovado que 5% de aumento na retenção do cliente pode levar ao incremento

de 25% a 85% do valor de rentabilidade dos clientes.

2.5 Segmentação de clientes

Segundo Gianesi e Correa (1996) a segmentação é o processo de

45

Page 45: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

46

identificação de grupos de consumidores com suficientes características em comum,

de modo a tornar possível o projeto e a oferta de um produto ou serviço que atenda

às necessidades específicas de cada grupo.

Cobra (2000, p.105) cita alguns bancos brasileiros que se utilizam da

segmentação: “o Itaú tem um segmento Corporate há 20 anos. O Citibank nos

Estados Unidos é um banco com forte pendência para o segmento popular,

enquanto, na América Latina, ele busca o elitismo”.

Heskett (2001) cita, abaixo, o exemplo de um que banco decidiu

focar nos clientes mais rentáveis, mesmo sendo eles em menor número. Segundo o

autor, isto ilustra a teoria dos 20/80, que diz que 20% dos seus clientes trazem 80%

de renda para a empresa, e 80% dos clientes trazem apenas 20% de renda.

Swedbank descobriu que 80% dos seus clientes não eram rentáveis. Eles estavam muito satisfeitos com os serviços que o banco lhes prestava. Por outro lado, os 20% dos clientes que proporcionavam ao banco mais de 100% de lucro encontravam-se uniformemente insatisfeitos com o serviço prestado. Assim sendo, o banco pôs-se a investir quase todo o novo capital em melhorias para os clientes rentáveis. Perdeu alguns clientes no processo, e viu seu lucro começar a crescer. ( HESKETT, 2001 p. 77).

Com a concentração dos bancos obtida por meio das fusões e

aquisições de grandes bancos de varejo no Brasil e no exterior, houve aumento da

concorrência. O tratamento diferenciado aos correntistas deve priorizar o

relacionamento com os clientes que proporcionam maior lucratividade.

46

Page 46: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

47

2.6 Marketing de relacionamento

De acordo com Gordon (1998, p. 68), entender o Marketing de

Relacionamento ou Marketing de Relacionamento com o Cliente (CRM – Customer

Relationship Marketing) em sua complexidade significa considerar permanente

reflexão sobre as necessidades da cadeia de relacionamentos.

O marketing de relacionamento vai ao encontro da necessidade que

tem o cliente de interagir de forma continuada com o fornecedor, mantendo um

relacionamento que lhe traga também resultados intangíveis, como a comodidade e

a confiança, por já conhecer a empresa ou organização.

O foco fundamental das atividades do marketing de relacionamento

se resume em identificar os clientes individuais de uma empresa, criar um

relacionamento duradouro e vantajoso com os mesmos e gerenciar esse

relacionamento para beneficiar os clientes e a própria empresa.

O gerente deve torna-se conselheiro ou consultor de seu cliente.

Mas, isso é possível somente se a empresa estiver estruturada para conhecer o

cliente, sua individualidade e suas necessidades, e se, além disso, houver um

sistema de dados eficiente para transmitir aos funcionários de contato direto a

informação necessária para o bom atendimento das necessidades do cliente.

O sucesso de qualquer plano de marketing depende da motivação e

esforço da equipe de trabalho e, mais especificamente, do marketing interno. Os

relacionamentos de uma empresa com funcionários e parceiros contribuem nos

esforços de construção de relacionamentos com os clientes.

47

Page 47: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

48

2.6.1 Gestão do Relacionamento com o Cliente

A Gestão do Relacionamento com o Cliente (GRC), conhecida no

mercado como Customer Relationship Management (CRM) busca alcançar a

excelência no relacionamento com os clientes, aumentar as receitas da empresa e

aprimorar significativamente sua integração com os clientes.

Os processos de relacionamento que fazem parte de uma estratégia

de CRM são amplamente baseados em informação. O modelo de informações é a

representação lógica dos dados do cliente, das relações entre estes dados e dos

processos para a geração da informação.

Porém o CRM não se resume apenas na coleta de dados e

interpretação inteligente que auxilia a empresa a vender os produtos certos, no

momento certo para sua clientela. O ponto principal é a possibilidade de gerir todas

as informações colhidas nos diversos pontos de contato com o cliente e tê-las

facilmente acessíveis para usá-las a fim de tornar o relacionamento com o cliente

cada vez mais proveitoso para ambas as partes.

Portanto, o CRM não pode ser tratado como um aspecto meramente

tecnológico, sem foco estratégico de comunicação. É aqui que entra o trabalho dos

especialistas em marketing direto, planejando e sistematizando ações que usufruam

de todo o potencial tecnológico, avaliando resultados e identificando oportunidades

sempre que possível.

Essa é a inteligência por trás do CRM. Um banco de dados voltado

para ações de marketing (DBM) ajuda a mapear todos os contatos já efetuados

48

Page 48: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

49

entre o cliente e a empresa, tornando esses dados disponíveis a todos na hierarquia

da empresa para que possam saber exatamente com quem e sobre o quê estão

falando. Este é o verdadeiro marketing um-a-um, a empresa falando com cada

cliente como um indivíduo, respeitando suas peculiaridades.

Duas contribuições são incontestáveis no relacionamento: o database marketing (marketing com banco de dados) e o marketing direto. De um lado, o database marketing construiu, preparou e organizou um banco de dados eficiente. Permitiu iniciativas centradas no cliente, considerando o núcleo dos programas de marketing de relacionamento, que inclui todos os clientes atuais, potenciais, inativos e ex-clientes. Por outro lado, o marketing direto deu soluções em comunicação para um relacionamento individualizado, em contraposição ao relacionamento massificado. (FERREIRA; SGANZERLA, 2000, p. 82).

A gestão do relacionamento com o cliente surge para sustentar ou

melhorar a vantagem competitiva, monitorando cada elo da cadeia de valor, pois não

existe prestação de serviço se não houver relacionamento, e esta relação é o que

define o sucesso ou insucesso da organização.

2.6.2 Técnicas de relacionamento

Ao adotar o sistema de relacionamento com o cliente, a empresa,

segundo Peppers e Rogers (2000), deve aplicar a técnica IDIP (identificar,

diferenciar, interagir e personalizar).

A identificação dos clientes consiste em "conhecer" os clientes

individualmente, com o maior número de detalhes possível e reconhecê-los em

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Page 49: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

50

todos os pontos de contato. A partir daí, os clientes podem ser diferenciados de duas

maneiras: pelo nível de valor e pelas necessidades que têm de produtos e serviços

da empresa, direcionando esforços para os clientes de maior valor. As interações

como os clientes devem fortalecer relações com os mesmos. Logo, a interação está

intimamente ligada à de diferenciação e à de personalização.

Peppers e Rogers (2000) destacam que toda a empresa terá de

aprender a adequar-se ao cliente, pois, se ela limitar-se a identificar, diferenciar ou

interagir, o cliente receberá apenas o serviço e poderá ser assediado a qualquer

momento pelo concorrente. Mas, caso adapte-se ao cliente, estará em vantagem

real, graças a seu conhecimento sobre o mesmo.

2.6.3 Níveis de relacionamento com o cliente

Ao identificarmos possíveis clientes e iniciar os primeiros contatos é

como se estivéssemos na fase da conquista, que na GRC - Gestão do

Relacionamento com o Cliente - é definida como Prospecção.

Quando o cliente conhece nosso produto e tende a consumir mais é

um momento muito importante, pois ele está curioso. É a fase da experimentação,

como um namoro, chamado na GRC de Ativação.

Se nossa marca já faz parte da vida do cliente precisamos valorizá-

lo, conhecer seus desejos e expectativas a ponto de surpreendê-lo, não deixando

que ele se esqueça de nossos diferenciais. É a fase da manutenção ou do

casamento, e na GRC chamamos de Fortalecimento.

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Page 50: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

51

Na famosa fase de desgaste precisamos incentivar novamente

nossos clientes, relembrar nossas vantagens competitivas, e todos os benefícios

advindos da nossa relação. É preciso motivá-lo e mostrar as desvantagens que terá

se nos deixar. É a hora da segunda lua-de-mel, chamada na GRC de Retenção.

Figura 06 - O ciclo de vida do cliente

Fonte: Adaptado de Kotler (2000).

51

Page 51: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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2.6.4 Os 11 C’s da gestão de relacionamentos

A gestão do relacionamento com os clientes na CAIXA deve ser

encarada como uma estratégia que une valores básicos, objetivos de negócios e

relacionamento com os clientes. A empresa deve alinhar seus processos, tecnologia,

estrutura organizacional e valores a este objetivo de foco nos clientes.

Gordon (1998) ensina que, para trabalhar com a gestão do

relacionamento com o cliente, a empresa precisa implantar mudanças e administrar

algumas variáveis denominadas pelo autor como 11 C’s da cadeia de

relacionamento as quais estão sintetizadas na figura abaixo:

Tabela 03 - Os 11C’s da cadeia de relacionamento

Clientes Definir quais clientes atender e objetivos a serem alcançados

Categorias Definir produtos e serviços a serem ofertados aos clientes

Capacidades Criar condições para a empresa ofertar valor aos clientes

Customização Personalizar aspectos relativos a produção e distribuição

Custos Rigoroso acompanhamento dos custos associados aos processos

Colaboração Integração nos aspectos de negócios do cliente e da empresa.

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Page 52: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

53

Controle Desempenho efetivo no interesse mútuo: cliente-empresa.

Custos Acompanhamento rigoroso dos custos associados aos processos

Cálculos Apurar o valor de cada cliente ao longo do seu ciclo de vida

Cuidados Treinamentos, informações em tempo real entre outros serviços

Cadeias Relacionamentos internos e externos da empresa

Fonte: Elaborado pelas autoras, adaptado de Gordon (1998).

2.6.5 Pilares do marketing de relacionamento

Na literatura sobre marketing de relacionamento, diversos aspectos

têm sido apontados como determinantes para o sucesso na gestão de

relacionamento com os clientes. A figura a seguir sintetiza estes aspectos:

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Page 53: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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Figura 07 - Pilares da Gestão do Relacionamento

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA

2.6.5.1 Cultura e valores

A gestão da organização passa, necessariamente, pela

compreensão do contexto social e cultural, pois o meio ambiente possui uma

inegável influência nos valores, atitudes e comportamentos das pessoas que os

compõem o que reflete nos processos decisórios.

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Page 54: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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2.6.5.2 Liderança

Segundo Berry (2001), os líderes devem servir de exemplo, por sua

integridade, excelência operacional e cuidados com a imagem da empresa. Devem

ser empreendedores e também incentivar o desenvolvimento profissional dos

funcionários. Afinal, o êxito nas relações junto aos clientes só é conseguido pela

empresa se todo o pessoal estiver totalmente orientado para o cliente.

2.6.5.3 Estratégia

Conforme Gordon (1998, p.49), a estratégia no reconhecimento de

relacionamentos influencia na alocação e alinhamento dos recursos dentro de uma

empresa. As empresas devem definir com clareza seu negócio e criar sistemas de

atividades para implementá-lo. A estratégia deve sempre estar centrada no cliente,

com objetivos estratégicos de relacionamento voltados para os clientes individuais.

2.6.5.4 Pessoas e desempenho

Berry (2001) sustenta que os serviços realizados diretamente para

os clientes são inseparáveis das pessoas que os realizam. Desta forma, entende-se

claramente que serviços são contatos, e percebe-se que contatos são

relacionamentos, e se estes relacionamentos forem efetuados eficaz e

eficientemente, a questão fidelidade estará por si só alavancada.

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As pessoas são peças-chave de qualquer relacionamento. Os

colaboradores administram a tecnologia e os processos que resultam em valor com

e para os clientes e procuram conhecimento e percepção sobre eles. Assim, os

profissionais de linha de frente estão sendo treinados, desenvolvidos e

transformados em precursores de um processo de busca por uma aliança com o

cliente e a sua preferência.

2.6.5.5 Estrutura

No entender de Gordon (1998), a estrutura de uma empresa deve

facilitar a sua estratégia. A organização deve ir além da consideração das estruturas

organizacionais tradicionais, pois a implantação do marketing de relacionamento

pode resultar numa maneira inteiramente diferente de estruturar a empresa, e

devem ser criados gerenciamentos de categorias de relacionamento.

2.6.5.6 Tecnologia

No caso da tecnologia bancária, a adoção de equipamentos

modernos e máquinas sofisticadas é um apoio para uma prestação de serviços

diferenciada, com agências passando a desempenhar um papel de assessoria de

negócios. O desafio é utilizar a tecnologia para que os processos se tornem mais

automatizados e eficientes e que resultem em valor agregado para o cliente.

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Page 56: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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2.6.5.7 Conhecimento e percepção

No entender de Gordon (1998, p. 100) “o conhecimento e a

percepção vêm de dados sobre as interações, transações e comportamentos

manifestos dos clientes, incluindo compra, atendimento e atividade de retorno”.

Esse conhecimento está intrinsecamente ligado às tecnologias, a exemplo do data-

warehouse, da extração de dados e da formulação de prognósticos, porém é

necessária a atuação da percepção para que sejam direcionados esforços corretos

no sentido de transformar contatos em relacionamentos produtivos.

2.6.5.8 Processos e procedimentos

Para que o banco trabalhe realmente orientado para o cliente, ou

seja, identificando e atendendo as necessidades dos mesmos - com lucro - precisa

contar com o comprometimento de toda organização, demonstrar clareza nos

processos e na produção de benefícios para a equipe e disponibilizar informação de

qualidade. Além disso, os processos devem estar direcionados aos objetivos da

empresa gerando benefícios mútuos. Em suma, é requisito primordial o alinhamento

de pessoas, processos e tecnologias.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Coleta e análise de dados da pesquisa

Para definir a população, objeto da pesquisa, considerando a

precisão e representatividade almejada no presente trabalho, fez-se uso de técnicas

estatísticas, selecionando-se uma amostra significativa de todo o universo que neste

caso corresponde a 25 clientes.

Coletaram-se dados da amostra para análise e interpretação a fim

de confirmar ou negar a validade da aplicação da gestão do relacionamento na

fidelização dos clientes de alta renda. Esses dados foram tabulados utilizando-se de

recursos de informática que proporcionam de maneira ordenada os resultados

numéricos para que a análise fosse facilitada.

3.2 Tipos de pesquisa

Dentre as espécies de pesquisas científicas, para atendimento aos

objetivos propostos nesta TCC, optou-se pelas pesquisas exploratória e descritiva,

pois se trata de um estudo de caso. Quanto à coleta de dados utilizou-se a pesquisa

de campo; e como técnica, elegeu-se a entrevista como a mais apropriada.

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Page 58: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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3.2.1 Pesquisa exploratória

Inicialmente, houve a necessidade de aprofundar o conhecimento

sobre o marketing no segmento bancário. Nessa etapa, buscou-se embasamento

histórico e conjuntural, através de pesquisa exploratória com a utilização de fontes

secundárias, sendo feitos diversos tipos de levantamentos, dentre eles; estatísticos,

bibliográficos e publicações de instituições relacionadas ao setor bancário além de

pesquisas internas em banco de dados da CAIXA.

3.2.2 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica deu sustentação conceitual aos fatos

abordados. O estudo tomou como base os trabalhos de Kotler, McKenna,

Lovelock, Cobra e Gordon. Contou-se também com a contribuição de outros

autores, além da utilização de outros meios, tais como: sites, revistas,

jornais e até mesmo a experiência dos acadêmicos.

3.2.3 Pesquisa descritiva

Num estágio mais avançado do trabalho, já existindo embasamento

sobre o tema a ser estudado e os objetivos a serem alcançados, optou-se por

executar uma pesquisa descritiva qualitativa para buscar informações junto aos

clientes private da CAIXA, adotado-se como critério entrevistar somente clientes

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60

com aplicações financeiras acima de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais).

3.2.4 Questionário

Os dados foram coletados com os participantes da amostra, por

meio da aplicação de um questionário fechado e uniforme a todos os entrevistados

composto de 10 questões, de modo que se obtivessem respostas aos objetivos do

trabalho. Houve também a preocupação com o tipo de linguagem utilizada de

maneira que fosse clara e objetiva, sem ser redundante.

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61

4 ANÁLISE DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

4.1 Histórico da Caixa Econômica Federal

A CAIXA foi criada em 1861, na cidade do Rio de Janeiro, pelo então

Imperador D. Pedro II, recebendo a missão inicial de incentivar a poupança popular

e conceder empréstimos sob penhor.

A partir do Decreto-lei nº 759/69 a CAIXA tornou-se uma instituição

financeira caracterizada como empresa pública de direito privado, vinculada ao

Ministério da Fazenda e sujeita às normas gerais, às decisões e à disciplina

normativa emanada do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central do Brasil –

BACEN. Logo, o capital da CAIXA pertence integralmente à União e sua gestão

econômico-financeira se insere no conjunto das decisões do Governo Federal.

A CAIXA está autorizada a atuar nas atividades relativas a crédito

imobiliário, saneamento básico, infra-estrutura urbana, bancos comerciais, além de

prestação de serviços de natureza social, delegada pelo Governo Federal. Suas

principais atividades estão relacionadas com a captação de recursos em cadernetas

de poupança, depósitos a prazo e empréstimos vinculados, substancialmente, à

habitação. Exerce a administração de loterias, de fundos e de programas, dentre os

quais se destacam: FGTS, PIS, e FDS.

4.1.1 Missão e valores da CAIXA

61

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62

A CAIXA tem a missão de promover a melhoria contínua da

qualidade de vida da sociedade, atuando, prioritariamente, no fomento ao

desenvolvimento urbano, habitação, saneamento e infra-estrutura e na

administração de fundos, programas e serviços de caráter social, tendo como

valores fundamentais:

▫ Busca permanente de excelência na qualidade de serviços;

▫ Equilíbrio financeiro em todos os negócios;

▫ Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da sociedade;

▫ Respeito e valorização do ser humano.

4.1.2 Visão de futuro da CAIXA

▫ A CAIXA será referência mundial como banco público;

▫ Manterá a liderança na implementação de políticas públicas;

▫ Consolidará posição  de banco da maioria da população brasileira;

▫ Será detentora de alta tecnologia da informação em todos os canais

de atendimento e se destacará na gestão de pessoas;

▫ Manterá relacionamentos sólidos, coesos e inovadores com parceiros

competentes e de forte compromisso social.

4.1.3 Estrutura organizacional

62

Page 62: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

63

A instituição tem sede e foro na Capital da República e atuação em

todo o território nacional. A atual estrutura organizacional da CAIXA é formada por

Unidades da Matriz, Filiais, Escritórios de Negócios e Agências ( Pontos de Vendas).

A administração da CAIXA é constituída pelo Conselho de

Administração, Conselho Diretor, Vice-Presidência e Diretoria Executiva. Esses

órgãos decidem sobre políticas, estratégias corporativas, plano geral de negócios,

plano diretor e orçamento global e definem a estrutura organizacional da CAIXA.

No âmbito estadual, a CAIXA dispõe de 72 Escritórios de Negócios

que estão ligados à Matriz e são responsáveis pela supervisão das 1.925 agências,

distribuídas em todo o país. Sua rede de atendimento é a maior do País,

abrangendo todos os 5.561 municípios brasileiros, com mais de 17 mil pontos de

atendimento entre agências, lotéricas e correspondentes bancários..

A Caixa conta com 104 mil trabalhadores, entre empregados,

estagiários, menores e prestadores de serviços, sendo que os empregados

representam aproximadamente 50% desse total.

Nesse universo está inserida a agência Foz do Iguaçu. Criada em

1974 e localizada na Avenida Juscelino Kubitscheck, nº 64, é a maior agência da

CAIXA no município de Foz do Iguaçu e a única a operar com a modalidade de

penhor. Seu quadro de pessoal está composto por 36 funcionários, entre eles o

gerente geral e 05 gerentes de relacionamento. Conta também com 02 estagiários,

03 bancários-temporários, 03 recepcionistas e 01 menor aprendiz.

Figura 08 – Caixa Econômica Federal - agência Foz do Iguaçu

63

Page 63: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

64

Fonte: CAIXA - Agência Foz do Iguaçu (24/06/2005).4.1.4 Políticas e diretrizes atuais

A CAIXA atuará de forma diferenciada nos serviços financeiros para

maximizar o valor captado nos segmentos de renda alta e média alta, assim como

operar a custo reduzido nos segmentos de renda baixa, oferecendo produtos e

serviços com retorno adequado.

Além dessas exigências competitivas, possui ainda a atribuição de

desenvolver políticas de governo, de forma sustentada e continuada. Ao longo dos

anos, adotou uma política estratégica com ações de curto prazo que, não raras

vezes, eram ajustadas por necessidades de adequação a fatos contingenciais,

inclusive cortes no orçamento.

64

Page 64: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

65

A CAIXA optou por um plano estratégico, compreendendo o período

de 2003 a 2007, em razão de seus negócios de acordo com suas características

sociais e comerciais. Para atingir os objetivos propostos, está investindo muito na

melhoria de processos e na capacitação de seu quadro de funcionários.

4.1.5 Segmentação de clientes na CAIXA

A segmentação na CAIXA teve como objetivo melhorar seu

posicionamento e incrementar a rentabilidade do segmento Pessoa Física, através

de operações eficientes e rentáveis e aumento da venda cruzada de produtos,

nivelando a empresa aos seus principais concorrentes.

Para alcançar esse objetivo era necessário conhecer as

características do mercado e o perfil dos diversos segmentos de pessoas usuárias

dos serviços bancários. A CAIXA então, realizou pesquisa, em nível nacional,

englobando retrato da empresa e da concorrência.

O diagnóstico do ambiente organizacional apontou a necessidade de

ancorar a estratégia em três eixos de sustentação: foco no cliente, nivelamento

econômico e melhoria dos mecanismos de controle. Assim, foi instituída a

Segmentação CAIXA com ênfase em: relacionamento (incremento produto/cliente),

produtos específicos por segmento e custos (canais alternativos).

O modelo de Segmentação foi aperfeiçoado no decorrer do tempo.

Atualmente considera o nível de relacionamento que o cliente mantém com a

65

Page 65: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

66

CAIXA, utilizando-se das variáveis renda familiar e volume de negócios. Nesse

contexto, os segmentos para Pessoa Física ficaram assim definidos:

Quadro 04 - Modelo de segmentação CAIXA

SEGMENTOS RENDA (R$) VOLUME DE NEGÓCIOS (R$)

Personalizado Acima de 4.000,00 Acima de 40.000,00

Integral De 800,01 a 4.000,00 De 2.000,01 a 40.000,00

Essencial Até 800,00 Até 2.000,00

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA

A atualização do modelo de atendimento e relacionamento com

clientes está em perfeita sintonia com o que se quer para o presente e futuro da

CAIXA consolidando sua imagem como uma empresa dinâmica, capaz de

implementar mudanças visando os objetivos norteadores da sua estratégia de

negócios sempre voltados para o cumprimento de sua Missão.

4.1.6 O segmento personalizado

O Segmento Personalizado é o mais expressivo em termos de

retorno financeiro. No mercado brasileiro é representado por 2 milhões de famílias

com renda acima de 30 Salários Mínimos e representam 40% do PIB.

As principais características dos clientes deste segmento são:

66

Page 66: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

67

65% possue nível superior;

92% são clientes de mais de um banco;

sofisticados em relação a bancos;

consomem em média 4,0 produtos;

O Gerente de Relacionamento responsável pelo Segmento

Personalizado prestará atendimento individualizado, atuando como um consultor em

investimentos de forma a prestar um atendimento de altíssimo nível, indicando as

melhores opções de investimento, com o máximo de critério técnico, credibilidade,

segurança, e comodidade, com agendamento de visitas aos clientes.

4.1.7 Análise do segmento personalizado

Conforme Kotler (2000), a análise SWOT (dos termos em inglês

strengths, weaknesses, opportunities, threats) é utilizada para avaliação global das

forças, fraquezas, oportunidades e ameaças do ambiente organizacional.

A finalidade da aplicação desta análise é visualizar os pontos fracos

que deverão ser trabalhados para que se tornem pontos fortes no futuro, e também

as ameaças que poderão ser convertidas em oportunidade. Assim, serve de apoio à

formulação de estratégias, escolha de instrumentos de gestão e de linhas de ação

que levem a empresa a obter e manter as vantagens competitivas.

67

Page 67: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

68

A aplicação da análise SWOT na CAIXA, segmento personalizado -

agência Foz do Iguaçu apresentou os seguintes resultados:

Quadro 05 - Análise do ambiente organizacional – SWOT

AMBIENTE INTERNO

FORÇAS FRAQUEZAS

- Segmento PF de maior

rentabilidade

- Segurança e Tradição da

CAIXA

- Início de atuação

internacional

- Atendimento diferenciado

- Tarifas comerciais

competitivas

- Produtos específicos

(LCI,Construcard)

- Imagem de banco popular/social

- Excesso de filas

- Morosidade na implantação de melhorias

- Cultura da organização

- Clientes de alta renda não se identificam

com a CAIXA

AMBIENTE EXTERNO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

- Captação - recursos liberados

do FGTS

- Treinamento obrigatório dos

Gerentes

- Imagem da CAIXA

- Alto potencial para colocação

de produtos e serviços

- Cenário político indica redução das

margens de lucro dos Bancos

- Flexibilidade da concorrência nos serviços;

- Nicho mais disputado do mercado

- Qualidade do serviço dos concorrentes

68

Page 68: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

69

Fonte: Elaborado pelas autoras

4.1.8 “PERSONAL_DBM” CAIXA

A partir do diagnóstico elaborado por uma consultoria externa,

indicando a segmentação da carteira de clientes como forma de viabilizar a

alavancagem de resultados da empresa, criou-se o Data Base Marketing – DBM

para dar andamento ao processo com base em informações tratadas segundo os

preceitos definidos na estratégia adotada.

A base informacional que constitui o modelo atual do DBM é formada

a partir da extração de informações cadastrais fornecidas pelos principais sistemas

transacionais da CAIXA e grande parte das informações relativas às transações

financeiras e uso de canais como Telemarketing, internet e SAC.

Quadro 06: Aplicativo PERSONAL_DBM

69

Page 69: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

70

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA, 2006.

A armazenagem de dados “Data Warehouse” possibilita estabelecer

links com diversas áreas da empresa, que vão desde itens de controles até dados

mais negociais e elaborados, contidos em módulos de “Data Base Marketing” –

DBM. Assim, a disponibilização do “PERSONAL_DBM” na intranet caixa fornece

apoio às ações de marketing de relacionamento, com os principais clientes do

segmento personalizado da CAIXA.

Estão disponibilizadas dez opções de consultas interativas, cujo

objetivo principal é desenvolver relacionamentos de longo prazo com os principais

clientes do segmento personalizado.

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Page 70: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

71

Quadro 07 - Principais funcionalidades do aplicativo

Permite consultar a Posição Sintética da Carteira de clientes onde são apresentados, além de outras informações gerenciais, o atual IC (Índice de Comercialização de Produtos por Cliente), o valor dos depósitos, o valor dos empréstimos e a quantidade de produtos da Carteira. Após são listados, em ordem decrescente de volume de negócios, os principais clientes do segmento personalizado. O “CPF” de cada cliente serve com “link” para a sua “Ficha Individual”.

Permite quinze opções de consultas tais como: Clientes que não possuem Conta Corrente; Clientes com Conta Corrente e Sem Cartão de Crédito. Embora com aparente foco em produto esta opção visa identificar as necessidades dos clientes por produtos financeiros, segurança, formação de poupança para o futuro ou diversificação de investimentos. O objetivo é proporcionar ao Gerente de Relacionamento uma ferramenta pró-ativa na identificação das necessidades dos clientes durante as várias fases de suas vidas.

Permite listar os clientes da carteira de acordo com a ordem selecionada (por volume de negócios – maiores clientes, por ordem alfabética – maiores clientes, etc.). O “CPF” de cada cliente listado serve como “link” para a sua ficha individual. O objetivo é proporcionar ao Gerente de Relacionamento uma ferramenta para a abordagem tempestiva dos seus melhores clientes, sempre no sentido de estreitar os laços de relacionamento e aprofundar as oportunidades de negócios como os clientes.

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Page 71: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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Permite prospectar clientes com perfil para o segmento personalizado alocados em outros segmentos. Assim, pode-se tornar rotineira a prospecção interna de clientes cujo perfil de consumo exija um atendimento personalizado. Possibilita a expansão da base dos principais clientes e o aprofundamento do relacionamento com os mesmos.

Permite consultar, no mês selecionado, todos os clientes que aniversariam. São listados em ordem crescente do dia de aniversário informando: Carteira, Dia do Aniversário, Idade, CPF, Telefone, Nome, Situação Cadastral, Valor do Volume de Negócios. O principal objetivo é felicitar o aniversariante reforçando os laços afetivos com os clientes.

Permite acessar a “agenda de contatos” gerada a partir das conversas com os clientes. A sugestão é que a cada conversa, com os principais clientes, agende-se a data do próximo contato registrando-se também o teor da conversa com o cliente. Trata-se de uma ação que pode auxiliar no desenvolvimento da “Intimidade com o Cliente”

Permite consultar, de forma analítica ou sintética, os contados com clientes ou a atualização qualitativa dos dados dos clientes no período de tempo selecionado. São apresentados o CGC da unidade, a Carteira, o CPF, o Nome do Cliente, o Teor da Conversa e a Data.

Permite identificar quais os clientes que não possuem “perfil” para permanecer no segmento personalizado e que devem migrar para outros segmentos como o integral e o essencial. São verificados aqui o volume total de Negócios, a renda e os produtos e serviços que o cliente possui na CAIXA

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Page 72: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

73

Permite acompanhar a evolução do segmento personalizado de um determinado mês em relação a um outro mês selecionado. São apresentados indicadores de crescimento / redução tais como: Bloco Captação (Depósitos, Poupança, LH, CDB/RDB, Fundos de Investimento); Bloco Aplicação (Cheque Especial, Crédito Pessoal.); Blocos Previdência; Habitação; Cartões; Seguro e Capitalização.

Permite consultar os maiores devedores do segmento personalizado. São listadas as seguintes informações: Nome do Cliente, CPF, Dívida Total, Dívida em CA (Crédito em Atraso),

Fonte: Universidade Corporativa CAIXA, 2006.

4.2 Coleta de Informações para diagnóstico

Os dados foram coletados de fontes primárias e secundárias. Os

dados de fontes primárias foram coletados através de questionário. Já os dados de

fontes secundárias foram coletados através de pesquisa bibliográfica.

O questionário foi constituído por uma série ordenada de perguntas

de múltipla escolha, fechadas, aplicado aos clientes do segmento personal da

CAIXA, agência Foz do Iguaçu, considerando investidores com recursos aplicados

73

Page 73: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

74

acima de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais).

Segundo Lakatos (1991), as principais vantagens de um

questionário são: ganho de tempo, economia em despesas e obtenção de respostas

mais rápidas e mais precisas, pois o anonimato garante a liberdade nas respostas

com menos risco de distorção e influência do pesquisador.

Na pesquisa documental, além da consulta em obras especializadas

sobre marketing de relacionamento, foi preponderante o trabalho de busca de

informações junto à intranet e ao sistema central de banco de dados da CAIXA.

4.3 Resultados da pesquisa

A coleta de dados junto a clientes private da CAIXA foi concretizada

na primeira quinzena do mês de outubro de 2006. Foram realizadas entrevistas com

25 clientes preferenciais da agência Foz do Iguaçu. Aplicou-se um questionário,

contendo, além dos dados referentes ao perfil do entrevistado, 10 questões de

fechadas. Priorizaram-se itens que pudessem revelar o nível de satisfação dos

clientes em relação ao relacionamento com a CAIXA, qualidade do atendimento e,

dos serviços e produtos da CAIXA.

A análise dos dados delineou o perfil da amostra, a saber: Público de

alta renda, idade superior a 30 anos, maioria do sexo masculino, sendo apenas 03

do sexo feminino. Com relação ao estado civil a maioria é casada, somente 02 são

solteiros e 03 são divorciados. Grande parte possui curso de graduação e pós-

graduação, 05 tem ensino médio e 02 cursaram somente o ensino fundamental.

Com relação a profissão, a maior parte dos entrevistados, ou seja, 14 clientes,

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Page 74: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

75

atuam como empresários, 06 são servidores públicos e 04 estão aposentados.

Gráfico 01 – Tempo de conta na agência Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

O fato de a grande maioria manter conta na agência por mais de

cinco anos, pode ser indicativo de que se encontra satisfeita com a instituição. No

entanto, é preciso verificar os motivos que fazem tal maioria ser e permanecer

cliente.

Os clientes bancários, com freqüência, mantêm-se clientes por

longos períodos, ao menos da conta "principal", pois consideram que quanto maior o

tempo de relacionamento e familiaridade com os funcionários, maiores são os

privilégios.

Gráfico 02 – Qualidade do atendimento prestado pelo Gerente Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

A avaliação dos clientes, quanto à qualidade do atendimento

prestado pelo gerente do segmento personalizado foi muito positiva. Para a maioria

absoluta, 80% dos clientes, o atendimento é considerado muito bom, já 12% estão

muito satisfeitos, chegando a afirmar que o atendimento é excelente e os demais

entrevistados, 8% da amostra, consideram o atendimento bom.

A figura do gerente é, para estes clientes, central dentro do banco e

75

Page 75: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

76

tida como o principal representante dos seus interesses, responsável por manter o

seu bem-estar e tranqüilidade com os assuntos bancários.

É fundamental que este gerente tenha a confiança dos clientes, e

para isso é preciso demonstrar que tem experiência e conhecimento, que é

informado sobre os acontecimentos e oscilações do mercado financeiro como um

todo, além de ter sensibilidade para lidar com os clientes.

Gráfico 03 – Utilização dos canais de atendimento eletrônico Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

Apesar dos vários canais disponíveis, tecnologicamente avançados,

os clientes preferem se deslocar até a agência para realizar suas transações

financeiras. Apenas 28% dos clientes entrevistados costumam utilizar os meios de

atendimento eletrônico e 72% dos clientes não utiliza. Esses clientes buscam um

atendimento único e pessoal. Os clientes que utilizam esse atendimento consideram

o mesmo adequado e de fácil navegação.

Há, portanto, uma exigência pelo envolvimento humano na

apresentação de soluções únicas, que venham atender às necessidades e desejos

de um segmento específico de clientes que busca, acima de tudo, ser distinguido em

meio a uma grande massa de clientes.

A interação pessoal vem sendo apontada repetidamente pelos

clientes como essencial, reforçando a idéia de que recursos tecnológicos não se

76

Page 76: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

77

sobrepõem, apenas complementam o relacionamento pessoal.

Por meio da tecnologia da informação e com auxílio do marketing de

relacionamento, a CAIXA pode criar vínculos mais fortes com os clientes

disponibilizando um atendimento customizado.

Gráfico 04 – Nível de satisfação em relação aos produtos e serviços

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

Os clientes em maioria absoluta, ou seja, 92% dos entrevistados se

encontram satisfeitos com os serviços e produtos disponibilizados pela CAIXA,

sendo que apenas 8% dos clientes entrevistados se declararam parcialmente

satisfeitos e nenhum se mostrou insatisfeito.

Nota-se assim que os respondentes consideram a amplitude de

produtos e serviços da CAIXA bastante satisfatória.

Gráfico 05 - Fator importante para aquisição dos produtos da CAIXA Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

A imagem de solidez da CAIXA foi eleita por 52% dos entrevistados

como principal motivo para adquirir produtos da instituição. Em segundo lugar, 28%

dos clientes, escolheram a abordagem convincente do funcionário, 12% consideram

importante a confiança no gerente e 8% citaram os produtos diferenciados.

Os clientes esperam ter uma instituição sólida, segura e idônea para

“confiar” o seu dinheiro. Essa preocupação baseia-se no fato de muitos clientes do

77

Page 77: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

78

segmento personalizado terem presenciado problemas com bancos brasileiros que,

ao falirem ou serem comprados, prejudicaram seus correntistas e investidores.

Estes clientes apegam-se à percepção de que a CAIXA, além da

condição de ser um banco público, desde longo tempo tem mantido forte presença

no mercado. Logo, a probabilidade de falência é quase inexistente.

Gráfico 06 - Principal motivo de trabalhar com a CAIXA Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

O atendimento diferenciação foi o que recebeu maior número de

menções, sendo considerado por 58% dos entrevistados, o que revela a importância

que os clientes de alta renda atribuem a este item.

A intensidade de diferenciação indica o atendimento pessoal

personalizado como fator determinante para a fidelização. Este tratamento

diferenciado é recebido costumeiramente por eles na compra de produtos e

serviços, o que evidencia a existência de uma predisposição à personalização. A

solidez da CAIXA voltou a ser lembrada por 26 % dos entrevistados e a comodidade

e os produtos ficaram empatados, sendo cada um deles citados por 8% dos clientes

da amostra.

Gráfico 07 – Disponibilidade de soluções financeiras por parte dos funcionários Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

Em relação à atuação dos funcionários, a maioria, 84% considera

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Page 78: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

79

que estes favorecem a solução dos seus problemas, porém 16% dos entrevistados

acreditam que o serviço poderia ser melhorado.

A CAIXA deve investir em cursos e aprimoramentos que dêem

conhecimento aos funcionários no sentido de torná-los especialistas em

investimentos, podendo assim oferecer o melhor encaminhamento ao patrimônio do

cliente, de acordo com o seu perfil.

Gráfico 08 – Disponibilidade do cliente em recomendar a agência Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

Verifica-se no gráfico que a maioria dos entrevistados recomendaria

o banco para amigos e conhecidos. Esse percentual significativo da amostra, 95%

dos respondentes, influencia significativamente o ingresso de novos clientes.

O fato dos clientes recomendarem a CAIXA como instituição

financeira é sinalizador da fidelidade, pois além do cliente mostrar sua satisfação,

recomenda a empresa a outros clientes.

Gráfico 09 – Providências para melhorar os serviços da CAIXA Fonte: Elaborado pelas autoras, 2006.

Quanto às ações que precisam ser implementadas com urgência,

40% dos entrevistados citaram a necessidade de aumentar o número de

funcionários para atendimento no segmento personal; 37% dos clientes percebem

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Page 79: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

80

ser urgente melhorar o nível de conhecimento dos atendentes; 14% gostariam que

fosse disponibilizado com maior brevidade, ambiente exclusivo e privativo para

realizar seus negócios e 9% priorizam a melhora no funcionamento dos sistemas.

Este segmento de clientes preocupa-se em dispor de um número

suficiente de pessoas que atendam, satisfatoriamente, necessidades e desejos com

rapidez e praticidade. Isto decorre em função da percepção de que nem sempre se

consegue obter bom atendimento nos bancos.

Os clientes vêem o pessoal de apoio como pouco qualificado para

atendê-los em um padrão que reputam merecer, por decorrência de sua posição

econômica. Assim é preciso investir na qualificação desses colaboradores.

Considerando que a CAIXA atende inúmeras pessoas que não são

clientes das suas agências, há a solicitação de um ambiente para atendimento

exclusivo para clientes. Não se deve esquecer, também, da necessidade de se

investir na melhoria contínua dos sistemas, para agilizar processos e otimizar o

atendimento a esse público exclusivo.

4.4 Propostas e sugestões de melhoria

No decorrer do trabalho, foi possível observar a aplicabilidade das

teorias da segmentação e fidelização, do marketing de serviços e principalmente do

marketing de relacionamento na gestão da base de clientes da CAIXA.

A partir dos estudos teóricos e da realização de pesquisa de campo,

80

Page 80: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

81

com vistas a estreitar o relacionamento com clientes e conquistar sua fidelidade,

sugerem-se algumas melhorias na agência Foz do Iguaçu:

Proposta I

Estabelecer níveis graduais de relacionamento, orientando a

força de vendas a atuar com base nas etapas do ciclo da vida do

cliente (prospecção, ativação, fortalecimento e retenção);

Promover um happy hour, em uma casa sofisticada do ramo,

com cardápio refinado. Em local com ambiente exclusivo, fechado,

climatizado e requintado. Sendo um evento mensal, para

comemoração dos aniversariantes do mês, integração geral dos

clientes com uma equipe selecionada da CAIXA e também dos

clientes entre si, proporcionando um bom foro para

desenvolvimento de negócios.

Esta ação terá um custo aproximado de R$ 25,00 (vinte e cinco

reais) por pessoa, considerado adequado diante dos benefícios

que poderão ser auferidos.

Proposta II

Disponibilizar mais um funcionário para atender os clientes do

segmento personalizado;

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Page 81: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

82

Sugere-se realocar um funcionário do setor de atendimento geral

para auxiliar no segmento personalizado, uma vez que muitas

atividades realizadas no atendimento geral podem ser repassadas

para o setor de retaguarda da agência.

Custo: Este tipo de mudança não gera custo para a empresa

necessitando-se somente efetuar uma readequação nos processos

de trabalho.

Proposta III

Promover treinamentos para conhecimento mais profundo dos

produtos e serviços exclusivos do público alvo, capacitando os

colaboradores a prestar um atendimento de maior qualidade.

Os funcionários deste segmento, além de apresentar amplo

conhecimento dos produtos e serviços da CAIXA, necessitam

estar atualizados quanto aos assuntos da área econômica, tanto

do país como da economia mundial.

Realizar treinamentos semanais na própria agência em horário

pré-determinado, onde os próprios gerentes atuariam como

multiplicadores de conhecimento.

Custo: Tempo do gerente e dos colaboradores, pois a agência

conta com todos os recursos necessários para realização dessas

atividades.

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Page 82: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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Proposta IV

Personalizar a conta e o talão de cheques para os clientes de

alta renda;

A conta-corrente destinada aos clientes private, do segmento

personalizado, deve disponibilizar limite de crédito específico para

este público de alta renda.

Quanto ao cheque especial, sugere-se a criação de um novo tipo

de cheque com nome que agregue valor. Ex: Cheque Azul

Brilhante.

5 CONCLUSÕES

O presente estudo teve como objetivo mensurar o grau de satisfação

dos clientes e identificar como a gestão do relacionamento contribui para a

fidelização dos clientes de alta renda da agência Foz do Iguaçu. Para tanto, revisou-

se a literatura sobre aspectos pertinentes ao tema central e também realizou-se

pesquisa junto a estes clientes.

De acordo com os resultados apresentados anteriormente, pode-se

constatar que a pesquisa realizada na Caixa Econômica Federal, agência Foz do

Iguaçu, obteve resultados positivos quanto à satisfação dos clientes pelos serviços

oferecidos.

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Page 83: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

84

Embora as respostas tenham sido positivas, é preciso manter

constante comunicação com o cliente para averiguar quais os aspectos que lhe

agradam e quais os que lhe desagradam na agência. Com ênfase em suas

expectativas, é importante saber sobre o atendimento recebido.

Os objetivos estratégicos, dentre eles o marketing de

relacionamento, que vêm sendo administrados, nessa agência, estão produzindo

bons resultados e uma satisfação contínua tanto por parte da clientela como por

parte dos funcionários.

A agência está sempre atenta e procura estar à frente de seus

concorrentes, antecipando as tendências de consumo, traçando objetivos

consistentes, observando as variações de necessidades; enfim, refletindo,

incessantemente, sobre o que pretende como instituição bancária, tendo em vista os

meios e os recursos disponíveis para colocar em prática seus planos no mercado.

Acredita-se que a gestão do relacionamento, em constante revisão,

pode vir a contribuir para conquistar e manter a fidelidade dos clientes, não só da

instituição em seu conjunto, mas principalmente da agência em que ocorreu a

pesquisa.

5.1 Recomendações para futuros trabalhos

Sugere-se ampliar a pesquisa a outras agências da CAIXA, ou ainda

fazer um levantamento de dados de clientes de outras instituições financeiras,

possibilitando assim comparar os resultados obtidos de forma a otimizar a aplicação

das teorias discutidas, ou identificar alternativas diferentes para fidelizar os clientes.

84

Page 84: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

85

É importante em estudos futuros, buscar aprofundar as avaliações

não só dos resultados financeiros obtidos, como também do nível de satisfação dos

clientes com a nova modalidade de atendimento recebido em todos os níveis da

empresa, bem como buscar alternativas para agilizar o atendimento ao cliente e

promover inovações nos produtos de forma a apresentar soluções que agreguem

valor ao cliente e a CAIXA.

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KOTLER, Philip Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Pearson, 2000.

____________ Marketing para o século XXI. São Paulo: Futura. 2000 e 2001.

KOTLER, Philip – Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998.

LAS CASAS, Alexandre L. Marketing de serviços. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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RUST, Roland T., ZEITHAML, Valarie, LEMON, Katherine N., O valor do cliente: o modelo que está reformulando a estratégia corporativa. Porto Alegre, Bookman, 2001.

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TOLEDO, G. L. Marketing bancário: análise, planejamento, processo decisório. São Paulo: Atlas, 1998.

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Page 87: Gestão do Relacionamento como Estratégia de Fidelização de Clientes

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ANEXOSANEXO 1

ENTREVISTA

Idade:

( ) até 30 anos

( ) entre 30 a 40 anos

( ) entre 40 a 50 anos

( ) acima de 50 anos

Sexo:

( ) Masculino

( ) Feminino

Tempo de conta na agência Foz do Iguaçu:

( ) até 5 anos

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( ) entre 5 a 10 anos

( ) entre 10 a 15 anos

( ) acima de 15 anos

Profissão: ___________________________________

Estado Civil: _________________________________

Grau de Instrução: ____________________________

1- De acordo com os critérios abaixo, classifique como você percebe o atendimento

pessoal prestado pelo seu gerente de contas:

( ) Excelente

( ) Muito Bom

( ) Bom

( ) Ruim

2- Você costuma utiliza algum meio de atendimento eletrônico da CAIXA (internet,

home-banking, sala de auto-atendimento, etc)?

( ) Sim

( ) Não

3- Para você que utiliza o atendimento eletrônico disponibilizado pela CAIXA,

considera que este transmite segurança e praticidade (facilidade de acesso e

navegação)?

( ) Sim

( ) Não

( ) Precisa melhorar

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4- Como você se sente em relação aos produtos e serviços ofertados pela CAIXA?

( ) Satisfeito

( ) Insatisfeito

( ) Parcialmente satisfeito

5- Entre os fatores abaixo, qual você considera mais importante ou decisivo para

aquisição de produtos e serviços da CAIXA:

( ) Abordagem convincente do funcionário;

( ) Conhecimento anterior através de outro meio (jornal, televisão, internet, etc.);

( ) Solidez da CAIXA no mercado;

( ) Confiança no gerente;

( ) Oferta de produtos/serviços diferenciados

6- Mediante o seu relacionamento com esta instituição financeira, escolha entre os

fatores abaixo, o principal motivo pelo qual trabalha com a mesma:

( ) Comodidade

( ) Satisfação com o atendimento

( ) Produtos/serviços diferenciados (LH, LCI)

( ) Imagem da CAIXA

7- Os funcionários da CAIXA, agência Foz do Iguaçu, favorecem e disponibilizam

soluções para as suas necessidades financeiras?

( ) Sim

( ) Não

( ) Parcialmente

8- Você observa alguma vantagem em priorizar negócios com a CAIXA?

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( ) Sim

( ) Não

( ) Às vezes

9- Você recomendaria esta agência da CAIXA a seus amigos e conhecidos?

( ) Sim

( ) Não

10- Indique entre as ações abaixo, aquela que você considera mais urgente para

aumentar a qualidade dos serviços prestados pela CAIXA:

( ) Melhorar sistemas;

( ) Aumentar quadro de funcionários;

( ) Promover qualificação dos funcionários;

( ) Criar ambiente reservado para negócios;

ANEXO 2

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GLOSSÁRIO

Atendimento de Forma Personalizada - atendimento individual, um a um, ou

atendimento a grupo de clientes por gerente de contas ou de relacionamento.

Atendimento Relacional – atendimento do cliente por funcionário da empresa. Por

exemplo: gerente de contas.

ATM – do inglês Automatic Teller Machine. No Brasil, o termo é conhecido como TAA

– Terminal de Auto-Atendimento.

Auto-Serviço – diz-se quando o cliente, sozinho, executa o serviço. Por exemplo:

máquinas de auto-atendimento nas agências e em shoppings.

Back-Office – segmento de funcionários que atuam na retaguarda, executando

serviços sem contato com os clientes.

Bancos de Varejo - bancos que possuem várias agências espalhadas pelo Brasil

com grande quantidade de clientes. Exemplo: os bancos que possuem mais de

1.000 agências e cerca de 3.000.000 de clientes, ou bancos que têm atendimento

massificado em vez de única e exclusivamente atendimento personalizado.

Call Center – local de uma empresa onde se concentram as ligações telefônicas de

clientes.

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Cash-Dispense – mesmo sentido que ATM.

CRM – Customer Relationship Management – conjunto de ferramentas tecnológicas

que permitem um conhecimento melhor do cliente. Modelo de negócios centrado no

cliente, também identificado como marketing de relacionamento.

Data Base Marketing – sistema de banco de dados com informações sobre os

clientes e recursos para tratá-las estatisticamente, conhecer e predizer o

comportamentos dos clientes.

Feedback – retroalimentação da comunicação. Ocorre quando, por exemplo, o

cliente recebe o serviço e retorna a informação de que está ou não satisfeito.

Front-Office – segmento de funcionários que atuam no atendimento, buscando

estreitar o relacionamento com os clientes da empresa.

Home Banking – antecessor do Internet Banking. Forma dos clientes realizarem

suas transações bancárias por meio do computador, conectado por linha direta.

Internet Banking – solução para oferecimento de serviços e transações bancárias

por meio de microcomputador conectado à Internet.

Intranet – rede privada de computadores baseada na mesma tecnologia da Internet,

mas restrita a um certo grupo de usuários.

Multibancarizados – diz-se dos clientes que tem conta em mais de um banco.

Spreads – neste trabalho, diferença entre captação e aplicação do dinheiro feita

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pelo banco.

Telemarketing – vide call center.

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