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Page 1: GESTÃO DO CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE · A gestão do conhecimento parte do pressuposto de que esse é um ativo estratégico e fundamental para a competitividade da empresa e

Renata de Oliveira Lima

Graduanda do curso de Administração da Universidade Estadual de Feira de Santana

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Resumo

Este artigo trata do tema gestão do conhecimento e competitividade. Focando os recursos

humanos e os fatores que atuam sobre o desempenho da organização. Traz uma síntese sobre

a importância dos gestores dedicarem mais atenção ao capital intelectual, na hora de

formalizar estratégias. Para isso o estudo direcionou-se a uma revisão bibliográfica com

diferentes abordagens.

Palavras-chave: gestão do conhecimento, competitividade e capital humano.

GESTÃO DO CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE

1. Introdução

Na atual dinâmica da economia, o capital intelectual tem relevância significativa na definição

da estratégia competitiva. Pois, o crescimento de qualquer organização, que tem como foco o

mercado global, depende da formulação de estratégias tanto sólidas quanto focadas na

disseminação do conhecimento. Sendo de suma importância a dinamização deste por todas as

áreas da empresa através de uma gestão eficaz e promissora.

Gestão esta que, para Rosini (2003, p.105), deve preocupar-se com as pessoas que estão a

procura de processos-chave motivacionais, pois a organização que não se antecipar com

investimentos em recursos humanos estará fadada ao insucesso. Ou seja, ao disponibilizar

insumos necessários à capacitação dos funcionários, a empresa estará proporcionando

crescimento a si mesma, através de seu capital humano.

Sendo assim, propõe-se neste artigo uma revisão bibliográfica acerca da gestão do

conhecimento e da competitividade. De modo a investigar como esse tipo de gestão atua

frente a um mercado em constante transformação, proporcionando vantagem competitiva

frente à concorrência. Com abordagens acerca dos principais conceitos e aplicações.

2. Gestão do conhecimento

Diante da busca constante por resultados satisfatórios, as organizações têm buscado

ferramentas que dêem sustentação à estratégia competitiva traçada por seus gestores. E a

gestão do conhecimento tem sido muito usada para alavancar a competitividade, através da

incorporação desta nos projetos de produtos e processos. Para entender seu funcionamento

nas empresas, abordar-se-á as principais definições acerca do tema.

Inicialmente traz-se um conceito que trata, basicamente, da disseminação do conhecimento,

como um recurso vital para ampliar o desempenho organizacional em toda a estrutura

organizacional. Segundo Orsi (2004, p.91),

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A gestão do conhecimento parte do pressuposto de que esse é um ativo estratégico e

fundamental para a competitividade da empresa e que tanto o conhecimento existente como

o que deve ser adquirido precisam ser tratados sistematicamente para que a empresa possa

aproveitá-los em toda a sua potencialidade.

Tal conceito tem seu alicerce fundamentado em teorias de autores como Probst, o qual relata

a composição da gestão do conhecimento em métodos que influenciam os ativos intelectuais

da estrutura e orientam o desenvolvimento. Assim como Fleury, que atribui a tarefa de

identificação, desenvolvimento, disseminação e atualização estratégica do conhecimento, seja

por processos internos ou externos à organização.

Tendo como pressuposto a formação de valor e aprendizado no ambiente empresarial, apartir

dos processos de criação, compartilhamento e aplicação, nos aspectos humanos e

tecnológicos, Ferraresi (2010, p.23) propõe que essa ferramenta é o processo de coordenação

deliberada e sistemática das pessoas, da tecnologia, das atividades e da estrutura de uma

organização com o objetivo de adicionar valor por meio do uso do conhecimento para a

inovação. Essa coordenação é alcançada por meio da criação, do compartilhamento e

aplicação do conhecimento assim como pela alimentação de lições aprendidas e das melhores

práticas que compõem a memória corporativa, e ainda, suportada por uma cultura de

aprendizagem.

Destarte, a aplicação desse conceito é inerente à cultura organizacional, pois é ela que

estabelece as bases para a disseminação do conhecimento em busca de inovação no âmbito

corporativo.

Rosini (2003, p.111) ressalta a importância da qualificação do capital humano como fator de

alavancagem competitiva. Este autor relata que as pessoas e seus conhecimentos são a base, a

coluna vertebral de uma empresa. Sem profissionais motivados, treinados e qualificados, a

empresa perde seu propósito e sua eficiência. Uma empresa jamais obterá inteligência

competitiva se não tiver profissionais qualificados.

Os processos de gestão do conhecimento agrupam-se em quatro dimensões, configurando sua

eficácia, segundo Gold in Ferraresi (2010), são elas: aquisição de conhecimento, conversão

deste em uma forma utilizável, aplicação ou uso e proteção do conhecimento.

Ao ficar evidente a necessidade de aprendizado organizacional, o foco da gestão estratégica

muda para as pessoas, as quais são consideradas a fonte de aprendizado nas empresas. Dessa

forma, o capital humano aparece como um fator altamente relevante para a competitividade

e, consequentemente, deve ser gerenciado de forma cuidadosa (RHINOW, 2001, p.4)

No tocante ao exposto, percebe-se a necessidade de estabelecer bases sólidas, através do

ativo intelectual, na busca pelo aumento da competitividade num ambiente altamente

dinâmico.

3. Competitividade

Após essas considerações sobre a gestão do conhecimento e a importância do investimento

em pessoas dentro das empresas, veremos agora a questão da competitividade. Porter (1989)

Page 3: GESTÃO DO CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE · A gestão do conhecimento parte do pressuposto de que esse é um ativo estratégico e fundamental para a competitividade da empresa e

relata que um dos principais condutores da concorrência é a transformação tecnológica, e que

muitas empresas surgiram da capacidade dessas transformações. Ou seja, um capital humano

capacitado a desenvolver insumos imprescindíveis ao crescimento da organização proporciona

vantagem competitiva e coloca a organização à frente de seus concorrentes potenciais.

Para Wood Jr e Caldas (2007, p.70), “a competitividade pode ser definida, de forma geral,

como a capacidade de um sistema – país, setor industrial, grupo de empresas ou uma empresa

específica – de atuar com sucesso em um dado contexto de negócios”. Entende-se apartir

desse conceito, que as empresas podem se destacar em meio a competição mercadológica ao

constituir um ambiente positivo, com flexibilidade, agilidade, valorização das relações pessoais

e capacidade de adaptação como pilares em seus modelos de gestão.

Segundo Coutinho e Ferraz in Wood Jr e Caldas (2007), o desempenho competitivo de um

sistema é tratado em três níveis diferentes: dos fatores sistêmicos, dos fatores estruturais e

dos fatores internos à empresa. Os fatores sistêmicos são aqueles externos ao ambiente

empresarial, como os fatores macroeconômicos, os políticos e institucionais, os regulatórios,

os de infra-estrutura, os sociais, os relacionados à dimensão regional e os internacionais.

Os fatores estruturais são aqueles que se referem ao setor no qual a empresa opera e que

estão parcialmente sob sua influência, incluem-se as características gerais dos mercados

consumidores, a configuração geral da indústria na qual a empresa atua e o modelo de

concorrência (COUTINHO e FERRAZ in WOOD JR e CALDAS, 2007).

Os fatores internos à empresa são compreendidos por traços e condições que estão sob a

decisão dos gestores, estes incluem as competências e recursos acumulados ao longo do

tempo, e que podem constituir vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Entre eles

estão o domínio de determinada tecnologia, a propriedade ou controle da capacidade de

produção, a competência mercadológica e operacional dos recursos humanos, a capacidade de

atender aos requisitos de qualidade e aos desejos dos compradores e à articulação de toda a

cadeia de valores. Assim como, a competência em gestão, ou seja, a capacidade dos executivos

de orquestrar de forma eficiente e eficaz todos os recursos, diferenciando-se dos

competidores e agregando valor (COUTINHO e FERRAZ in WOOD JR e CALDAS, 2007).

4. Considerações finais

Tendo em vista o que foi exposto e discutido no referencial teórico do presente artigo, pode-se

inferir o quão importante é investir em uma boa gestão do conhecimento. Pois, o

conhecimento adquirido e disseminado depende da forma adequada de sua aquisição e

aplicação ao contexto organizacional, isso é fundamental para alavancar a competitividade das

empresas, e deve ser compartilhada por todos os interessados.

Além do que, quando bem disseminada pelas diversas áreas e níveis organizacionais

proporciona à empresa vantagem competitiva. E isso depende de uma boa gestão do

conhecimento, que valorize o capital humano/intelectual. Uma vez que, diante do contexto

vivenciado atualmente, investir, capacitar e inovar os recursos organizacionais torna as

empresas sustentáveis, e consequentemente, competitivas.

Page 4: GESTÃO DO CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE · A gestão do conhecimento parte do pressuposto de que esse é um ativo estratégico e fundamental para a competitividade da empresa e

Bibliografia

FERRARESI, Alex A. Gestão do conhecimento, orientação para o mercado, inovatividade e

orientações para o mercado: um estudo em empresas instaladas no Brasil. São Paulo, 2010.

213 p. Tese (Doutorado em Administração) – Universidade de São Paulo.

ORSI, Ademar. Gestão do conhecimento – os modos de conversão do conhecimento nas

incorporações de bases externas. Revista Facef Pesquisa, São Paulo, v.7, n.2, p.91 – 109, 2004.

PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior.

33.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1989.

RHINOW, Guilherme. Inovando e competindo por meio da gestão de pessoas. Revista de

administração de empresas, São Paulo, v.8, n.1, p.2-7, jan/mar 2001.

ROSINI, Marco Alessandro. Administração de sistemas de informação e a gestão do

conhecimento. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

WOOD JR, Thomaz; CALDAS, Miguel P. Empresas brasileiras e o desafio da competitividade.

Revista de administração de empresas, São Paulo, v.47, n.3, p.66-78, jul/set 2007.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/49780/1/Gestao-do-conhecimento-e-

competitividade/pagina1.html#postedcomment#ixzz132ctafZV