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FNC FACULDADE NOSSA CIDADE Gestão de Segurança Bancária e Transporte de Valores. Prof. Jair Barbosa [email protected] www.jairbarbosa.com.br 2011 Este trabalho foi desenvolvido pelo Prof. Jair Barbosa para o Curso de Gestão de Segurança Privada da Faculdade Nossa Cidade FNC. Sua cópia total ou parcial, deve ter citada sua autoria nos moldes de: Apostila de Gestão de Segurança Bancária e Transporte de Valores. BARBOSA, Jair A. M. - Faculdade Nossa Cidade - FNC. Carapicuíba - SP. 2011.

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FNC – FACULDADE NOSSA CIDADE

Gestão de Segurança

Bancária e Transporte de

Valores.

Prof. Jair Barbosa

[email protected]

www.jairbarbosa.com.br

2011

Este trabalho foi desenvolvido pelo Prof. Jair Barbosa para o Curso de Gestão de Segurança

Privada da Faculdade Nossa Cidade – FNC. Sua cópia total ou parcial, deve ter citada sua autoria

nos moldes de: Apostila de Gestão de Segurança Bancária e Transporte de Valores. BARBOSA, Jair

A. M. - Faculdade Nossa Cidade - FNC. Carapicuíba - SP. 2011.

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Apostila de Gestão de Segurança Bancária e Transporte de Valores Página 2 Prof. Jair Barbosa [email protected] e www.jairbarbosa.com.br

Gestão de Segurança Bancária e Transporte de Valores

Jair Antonio Motta Barbosa

[email protected]

www.jairbarbosa.com.br

Resumo

Esse trabalho foi desenvolvido para atender a disciplina de Gestão de Segu-

rança Bancária e Transporte de Valores do Curso de Gestão de Segurança Priva-

da da Faculdade Nossa Cidade – FNC.

Seu conteúdo diz respeito ao entendimento, dentro da Segurança Privada, de

conceitos de Agência Bancária e Instituições Financeiras, equipamentos usados

para se estruturar a Segurança Patrimonial desses estabelecimentos,constituição

e formatação de uma Empresa de Transporte de Valores, constituição de uma

Guarnição de Carro Forte, seus componentes e seu aspecto legal, entre outros

tópicos pertinentes ao assunto.

Vale dizer que a Segurança Privada teve sua origem no Brasil devido a ata-

ques criminosos realizados na década de 60 e 70 pelos revolucionários contrários

ao Regime de Ditadura existente em nosso país nessa época, em Bancos, tendo o

governo aprovado Leis de constituição de Segurança Particular para essas Institu-

ições.

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1. Agências Bancárias e Instituições Financeiras

Para começarmos nossos estudos referentes a Agências Bancárias e Institui-

ções Financeiras, primeiro temos que saber o que as distingue uma da outra?

Se procurar em dicionários como Babylon com endereço eletrônico

http://dicionario.babylon.com/ verá que ambas as terminologias querem dizer exa-

tamente a mesma coisa, porém com o entendimento de Banco, que é uma institui-

ção financeira que aceita depósitos e concede empréstimos. Dentre as principais

funções dos bancos atualmente podemos destacar o depósitos: são as contas cor-

rentes ou poupança realizada pelos correntistas; transações: aceite de cheques,

transferências entre contas correntes e pagamentos; e empréstimos.

Pois bem, vamos então analisar algumas diferença sendo:

Agência Bancária: local onde se trabalha com dinheiro, onde se faz depósi-

to e saques, se trocam cheques por dinheiro, se pagam contas.

Instituição Financeira: local onde se trabalha com investimentos, aplica-

ções, compra e venda de ações, tudo isso sem que o dinheiro físico tenha que ser

utilizado.

Perceba que existe uma grande diferença entre ambas, no entanto, uma é to-

talmente dependente da outra para que se feche o ciclo financeiro.

Importante dizer que em nosso estudo iremos dividir as duas nomenclaturas,

sempre entendendo Agência Bancária, aquela que trabalha com o dinheiro físico,

e a Instituição Financeira a que trabalha apenas com informação.

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1.1. Agência Bancária

Em geral uma Agência Bancária é um lugar onde a segurança é imprescindí-

vel, tanto para o cliente tanto para os funcionários que ali trabalham, inclusive para

os que prestam serviços, como os profissionais que trabalham com Transporte de

Valores.

Vamos analisar a planta de uma Agência Bancária:

Entendendo que a maioria das Agências Bancárias tem essa configuração de

disposição, entendemos que ali existem dois pontos, sendo um externo e outro

interno, onde passo a expor suas particularidades, sendo:

Externo: é o espaço entre a porta da rua e a porta giratória da Agência

Bancária. Em geral, ali estão dispostos os caixas eletrônicos, e são disponíveis ao

público entre 06h00min e 22h00min. Neste local os Vigilantes Bancários têm uma

ação discreta e até limitada, dependendo do ponto de vista;

Interno: é o espaço que compreende tudo após a porta giratória. A partir

desse ponto, o Vigilante Bancário tem a responsabilidade de prover a segurança,

em conjunto com a gerência da Agência Bancária. Nesse ponto está o ponto críti-

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co, onde estão dispostos os caixas de atendimento e o cofre. Um ponto importante

para a segurança interna da Agência Bancária é a de que para adentrá-la tem-se

que passar pela porta giratória que é munida de dispositivo de identificação de

metal, podendo assim evitar que uma pessoa armada entre sem ser autorizada.

Percebe-se que ambas as partes são, de diferentes pontos de vista, extrema-

mente diferente no trato e tato com o usuário.

Sabemos hoje que os crimes relacionados às Agências Bancárias são:

Roubo a banco: é quando o banco é “tomado”, em geral por uma quadrilha

armada, e dele são levados dinheiro. Crime muito comum nos anos 70 e 80;

Roubo fora das Agências Bancárias devido à retirada de dinheiro, a chama-

da “saidinha de banco”: é quando bandidos se passam por usuários da Agência

Bancária, e vêem quando um cliente faz um saque em dinheiro e avisa os com-

parsas que seguem a possível vítima e pratica o roubo. Esse crime acontece fora

e às vezes longe da Agência Bancária, sendo que a vítima é escolhida dentro,

sendo na parte interna ou externa. Essa modalidade de crime cresceu muito nos

últimos anos;

Furto de Caixas Eletrônicos: em geral é cometido por uma quadrilha e du-

rante a noite quando não há mais ninguém na Agência Bancária, onde são leva-

dos os Caixas Eletrônicos. Essa modalidade cresceu muito nos últimos dois anos;

“Chupa Cabra”: é um equipamento colocado no local de saída de dinheiro

do Caixa Eletrônico que impede a retirada do dinheiro pelo usuário, sendo esse

dinheiro retido e posteriormente retirado pelos criminosos;

Câmeras espiãs: são instaladas na parte superior dos Caixas Eletrônicos e

gravam imagens mostrando as senhas dos usuários que depois são usadas pelos

criminosos para sacar dinheiro;

Estelionato: acontece, em geral na parte externa da Agência Bancária junto

aos Caixas Eletrônicos, quando um usuário tem certa dificuldade para usar o e-

quipamento, momento em que uma pessoa lhe oferece ajuda, e nesse momento

“rouba” as informações e às usa posteriormente.

Percebam que nos exemplos de crimes envolvendo Agências Bancárias cita-

dos, sua maioria, são cometidos na parte externa, ou seja, na área reservada aos

Caixas Eletrônicos.

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Contudo, temos a dúvida de como evitar algumas dessas modalidades de cri-

mes em Agências Bancárias. Alguns deles podem ser evitada pela Equipe de Se-

gurança, outros, apenas podem ser evitados com a ajuda de Leis que coíbam cer-

tas praticas dentro de Agências Bancárias.

A Constituição Federal, no seu art. 30, que descreve algumas atitudes que

compete aos Municípios, no seu inc. I diz: “legislar sobre assuntos de interesse

local”, abre uma brecha para que as Prefeituras criem Leis Municipais para auxiliar

a Segurança Privada, e conseqüentemente a Segurança Pública, a evitar alguns

crimes como a “saidinha de banco”. Algumas Prefeituras já tomaram atitudes nes-

se sentido, com Leis como a proibição do uso de celular dentro das Agências

Bancárias, a instalação de biombos na frente de Caixas Eletrônicos e Caixas de

Atendimento, entre outras poucas iniciativas.

Ao Gestor de Segurança Privada cabe também o papel de identificar o que

pode ser feito e indicar aos órgãos públicos, para assim melhorar o conjunto, sen-

do bom para a sociedade e auxiliando o serviço da Segurança Pública e Privada.

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1.2. Instituições Financeiras

Diferente de uma Agência Bancária, o conceito de Instituição Financeira é de

um local onde se faz negócios como empréstimos, se geram boletos de pagamen-

tos, se compram e vendem títulos, etc, porém, não se trabalha com o dinheiro físi-

co.

A estrutura física edificada de uma Instituição Financeira também é diferente

da de uma Agência Bancária, veja:

Pode-se perceber que uma Instituição Financeira é um local mais democráti-

co, sem tanta restrição com a entrada de pessoas, justamente pelo motivo de não

trabalhar com dinheiro físico, no entanto, existem riscos de criminosos como este-

lionatários.

A Segurança Patrimonial exercida em Instituições Financeiras é mais voltada

à Segurança Física, sendo de grande auxílio, a Segurança Eletrônica.

O Vigilante Bancário pode ser usado nesses locais, porém com uma função

mais inibidora de que repressiva, em outras palavras, deve mostrar que está ali.

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1.3. Equipamentos Eletrônicos de Segurança usados em Agência

Bancária

Vários são os equipamentos eletrônicos usados para melhorar a Segurança

Patrimonial em uma Agência Bancária, entre eles podemos destacar:

Porta giratória com detector de metal: é um dispositivo que se instala no li-

mite entre o lado externo e interno da Agência Bancária e detecta metais que es-

tão junto ao corpo do usuário, sendo travada ao detectar qualquer tipo de metal. A

intenção da porta giratória é evitar que pessoas adentrem a Agência Bancária com

armas, porém são travadas ao detectar celulares, moedas, algumas bijuterias, bo-

tas com bico de ferro, etc.

Câmeras de segurança: é uma ferramenta muito importante não somente

na inibição do crime, quanto para a elucidação do mesmo, sendo que as imagens

são gravadas, e caso seja necessário, utilizadas posteriormente na investigação

de um delito pelos órgãos de Segurança Pública. O ideal é que sejam instaladas

tanto na parte interna como na externa, e que suas imagens sejam gravadas em

local externo a Agência Bancária, e 24 horas por dia. as câmeras de segurança

devem ser instaladas com dupla função, uma para ver o que acontece e outra pa-

ra ser vista por quem utiliza o local.

Alarme: deve-se ter um alarme na Agência Bancária que ao termino do ex-

pediente seja acionado e desligado apenas no próximo dia de trabalho, quando os

funcionários já estão no interior da agência.

Sensores de presença: devem ser instalados em locais estratégicos como

portas e janelas, e estarem integrados ao alarme. É aconselhável a instalação do

dispositivo de sensores de presença sempre com fio, pois o sem fio funciona atra-

vés de baterias individuais, que com o tempo e a diminuição da carga, começam a

disparar sem que haja invasões.

Alarme de pânico: esse dispositivo deve ser instalado nos Caixas de Aten-

dimento, mesa da gerencia e também ter um dispositivo móvel em posse do Vigi-

lante Bancário, sendo acionado, com responsabilidade ao perceberem risco de

roubo.

Todos esses Equipamentos Eletrônicos de Segurança Patrimonial serão inú-

teis se os usuários não tiverem o treinamento e a percepção necessária para ope-

rá-los.

Vale lembrar o conceito de Segurança Eletrônica, sendo:

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“Segurança Eletrônica é uma ferramenta de auxilio ao profissional de segu-

rança no intuito de facilitar através de equipamento sonoro e de visualização o

ingresso de pessoas, autorizadas ou não, no Empreendimento.”

Sendo assim, os Equipamentos Eletrônicos de Segurança Patrimonial auxili-

am, e não fazem assim ser indispensável a presença de Profissional qualificado e

treinado para sua correta utilização.

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2. Constituição de Empresa de Transporte de Valores

Para se constituir uma Empresa de Transporte de Valores, temos que estudar

dois pontos da Portaria 387/06, que entre os artigos 14 e 35 do seu texto, dispõe

sobre Transporte de Valores e Escolta Armada, sendo essa nossa base de estu-

dos.

Para tanto, vamos detalhar esses artigos, um a um, para que ao fim tenhamos

conhecimento suficiente para uma avaliação e implantação dessa modalidade.

2.1. Transporte de Valores

Para que possamos discorrer sobre o assunto de constituição de uma Empre-

sa de Transporte de Valores, devemos recorrer ao texto da Portaria 387/06, onde

especificamente, entre seus Arts. 14º e 29º citam como proceder, então vejamos o

conceito de Transporte de Valores como sendo:

“A atividade de Transporte de Valores consiste no transporte de numerário,

bens ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais.”

Começaremos a entender o texto dado a redação dos Art. 14 e 15 da Portaria

387/06, buscando a principio os Requisitos de autorização, que segue:

Art. 14. O exercício da atividade de Transporte de Valores, cuja propriedade e

administração são vedadas a estrangeiros, dependerá de autorização prévia do

DPF, mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:

I. Possuir capital social integralizado mínimo de 100.000 (cem mil) UFIR;

II. Prova de que os sócios, administradores, diretores e gerentes da Empresa

de Segurança Privada não tenham condenação criminal registrada;

III. Contratar, e manter sob contrato, o mínimo de 16 (dezesseis) vigilantes

com Extensão em Transporte de Valores;

IV. Comprovar a propriedade de, no mínimo, 02 (dois) veículos especiais;

V. Possuir instalações físicas adequadas, comprovadas mediante Certificado

de Segurança, observando-se:

a. Uso e acesso exclusivos ao estabelecimento;

b. Dependências destinadas ao setor administrativo;

c. Dependências destinadas ao setor operacional, dotado de sistema de co-

municação;

d. Local seguro e adequado para a guarda de armas e munições, construído

em alvenaria, sob laje, com um único acesso, com porta de ferro ou de madeira,

reforçada com grade de ferro, dotada de fechadura especial, além de sistema de

combate a incêndio nas proximidades da porta de acesso;

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e. Garagem exclusiva para, no mínimo, 02 (dois) veículos especiais de Trans-

porte de Valores;

f. Cofre para guarda de valores e numerários, com os dispositivos de segu-

rança necessários;

g. Alarme capaz de permitir, com rapidez e segurança, comunicação com ór-

gão policial próximo ou Empresa de Segurança Privada;

h. Vigilância patrimonial e equipamentos elétricos, eletrônicos ou de filmagem,

funcionando ininterruptamente;

i. Sistema de comunicação próprio, que permita a comunicação ininterrupta

entre seus veículos e a central da Empresa.

§ 1º Caso adote um sistema de comunicação complementar, a Empresa deverá

comprovar a sua aquisição à DELESP ou CV, que fará comunicação à CGCSP.

§ 2º A comprovação, por parte da Empresa, da contratação do efetivo mínimo

de vigilantes poderá ser feita até 60 (sessenta) dias após a publicação do alvará

de funcionamento.

§ 3º O objeto social da Empresa deverá estar relacionado, somente, às ativida-

des de Segurança Privada que esteja autorizada a exercer.

Art. 15. As Empresas que desejarem constituir filial ou outras instalações na

mesma unidade da federação onde houver estabelecimento da Empresa já autori-

zado, não necessitarão de nova autorização do Coordenador-

Geral de Controle de Segurança Privada, ficando, no entanto, obrigadas a proce-

der conforme o art. 5° desta portaria. (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-

DG/DPF).

Quanto à obtenção do Certificado de Segurança, o Art. 16 da Portaria 387/06

diz:

Art. 16. O interessado que pretender autorização para funcionamento de Em-

presa de Transporte de Valores deverá possuir certificado de segurança, conforme

estabelecido nos arts. 6º e 7º desta portaria.

Entre os Art. 17 e 19 da Portaria 387/06 tem redação voltada ao Certificado de

Vistoria de veículos especiais utilizados pelas Empresas de Transporte de Valo-

res, tendo seu texto sendo:

Art. 17. Os veículos especiais utilizados pelas Empresas de Transporte de Va-

lores deverão possuir Certificado de Vistoria, cuja expedição ou renovação deverá

ser requerida pelo interessado à DELESP ou CV da circunscrição do estabeleci-

mento ao qual o veículo especial estiver vinculado, desde que esteja com a autori-

zação de funcionamento em vigor, devendo anexar:

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I. Cópia do documento que comprove a posse ou propriedade do veículo es-

pecial;

II. Fotografias dos veículos especiais, coloridas, de frente, lateral, traseira e do

sistema de comunicação veicular, quando da primeira expedição;

III. Cópias autênticas dos certificados de qualidade e de conformidade;

IV. Documentação que comprove a regularidade junto ao órgão de trânsito

competente;

V. Comprovante do recolhimento da taxa de vistoria de veículo especial de

Transporte de Valores (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF);

§ 1º O veículo especial deverá atender às exigências contidas na Portaria nº

1.264/MJ, de 29 de setembro de 1995, e alterações posteriores, bem como em

regulamentação do Comando do Exército, incluindo sistema de comunicação, por

veículo, que permita a comunicação ininterrupta com a central da Empresa.

§ 2º A DELESP ou CV, após analisar o requerimento de vistoria do veículo es-

pecial, comunicará ao interessado a data, horário e local em que será realizada a

vistoria, juntamente com a guarnição e o armamento utilizado.

§ 3º Não será expedido certificado de vistoria para os veículos especiais que

não estiverem em perfeitas condições de uso.

Art. 18. Após a vistoria do veículo especial, a DELESP ou CV emitirá relatório,

consignando a proposta de aprovação ou os motivos que ensejaram a reprovação.

(Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

§ 1º Aprovada a vistoria, o certificado de vistoria será expedido pelo Superinten-

dente Regional, tendo validade de 01 (um) ano.

§ 2º O requerimento de renovação do certificado de vistoria deverá ser apresen-

tado no prazo de até 30 (trinta) dias antes da data do seu vencimento, devendo

ser instruído com os documentos previstos no Art. 17 desta portaria, além das ta-

xas de vistoria e de renovação do certificado de vistoria.

§ 3º Do ato que reprovar a vistoria caberá recurso, em 10 (dez) dias, dirigido ao

Superintendente Regional.

§ 4º O recurso poderá ser instruído com a prova do saneamento das irregulari-

dades apontadas.

§ 5º O Superintende Regional decidirá o recurso com base na documentação e-

xistente, podendo designar uma Comissão Especial para vistoria definitiva.

§ 6º A decisão definitiva de reprovação poderá ensejar a lavratura do auto de in-

fração correspondente. (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

§ 7º Na hipótese de reprovação definitiva, o interessado somente poderá solu-

cionar a irregularidade por meio da apresentação de novo processo. (Texto altera-

do pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

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Art. 19. Os veículos especiais de Transporte de Valores somente poderão tra-

fegar acompanhados da via original ou cópia autenticada do respectivo certificado

de vistoria, afixado na parte de dentro do pára-brisa do veículo.

Após estudar os artigos anteriores, iremos atuar na questão de Processo de

autorização de funcionamento de Empresas de Transporte de Valores, onde este

texto é encontrado na redação da Portaria 387/06 entre os Art. 20 e 21, sendo:

Art. 20. Para obter autorização de funcionamento, as Empresas de Transporte

de Valores deverão apresentar requerimento dirigido ao Coordenador-Geral de

Controle de Segurança Privada, anexando os seguintes documentos: (Texto alte-

rado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF).

I. Cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações posteriores, registra-

dos na Junta Comercial ou Cartório de Pessoa Jurídica;

II. Comprovante de inscrição nos órgãos fazendários federal, estadual e muni-

cipal;

III. Certidões negativas de débito do FGTS, da Previdência Social, da Receita

Federal e da Dívida Ativa da União;

IV. Comprovante do capital social integralizado mínimo de 100.000 (cem mil)

UFIR;

V. Cópia da Carteira de Identidade, inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas,

Título de Eleitor e Certificado de Reservista dos administradores, diretores, geren-

tes e sócios;

VI. Certidões negativas de registros criminais expedidas pela Secretaria de Se-

gurança Pública, Polícia Federal, assim como pela Justiça Federal, Estadual, Mili-

tar dos Estados e da União, onde houver, e Eleitoral, relativamente aos sócios,

administradores, diretores e gerentes, das unidades da federação onde mante-

nham domicílio e pretendam constituir a Empresa;

VII. Revogado;

VIII. Memorial descritivo do uniforme dos vigilantes, mencionando apito com

cordão, logotipo da Empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de fotogra-

fias coloridas, de corpo inteiro do vigilante devidamente fardado, de frente, costas

e lateral;

IX. Declaração das Forças Armadas e Auxiliares ou das DELESP e CV, infor-

mando que o modelo de uniforme apresentado não é semelhante aos utilizados

por aquelas instituições;

X. Fotografias das instalações físicas da Empresa, em especial da fachada

demonstrando o nome e a logomarca da Empresa, do setor operacional e do local

de guarda de armas e munições; (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-

DG/DPF)

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XI. Cópia dos documentos de propriedade de, no mínimo, 02 (dois) veículos

especiais de Transporte de Valores de uso exclusivo, dotados de sistema de co-

municação, identificados e padronizados, contendo nome e logotipo da Empresa;

XII. Fotografias coloridas dos veículos especiais, demonstrando o nome e lo-

gomarca da Empresa, da frente, lateral, traseira e do sistema de comunicação vei-

cular;

XIII. Autorização para utilização de freqüência concedida pelo órgão competente

ou contrato com prestadora de serviço;

XIV. Comprovante de recolhimento da taxa de expedição de alvará de funciona-

mento da Empresa de segurança, salvo na hipótese de autorização para nova ati-

vidade, nos termos do art. 102, § 5 º . (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-

DG/DPF)

Art. 21. As Empresas de Transporte de Valores autorizadas a funcionar na

forma desta portaria deverão comunicar o início de suas atividades à Secretaria de

Segurança Pública da respectiva Unidade da Federação.

Para se requerer o Processo de Revisão de Autorização de funcionamento

das Empresas de Transporte de Valores, tem-se o texto no Art. 22 da Portaria

387/06, como sendo:

Art. 22. Para obter a revisão da autorização de funcionamento, as Empresas

de Transporte de Valores deverão apresentar requerimento dirigido ao Coordena-

dor-Geral de Controle de Segurança Privada, instruído com: (Texto alterado pela

Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

I. Os documentos previstos nos incisos I, III, IV, V e VI, mencionados no art.

20 desta portaria; (Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

II. Relação atualizada dos empregados, das armas, das munições e dos veí-

culos especiais utilizados;

III. Comprovante da contratação de seguro de vida dos vigilantes;

IV. Certificado de segurança válido, inclusive de suas filiais no mesmo Estado;

(Texto alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

V. Comprovante de quitação das penas de multa eventualmente aplicadas à

Empresa por infração administrativa aos dispositivos desta portaria.

§ 1º Os vigilantes deverão estar com a formação, a extensão, a reciclagem e o

seguro devida dentro do prazo de validade.

§ 2º Os veículos especiais deverão estar com os certificados de vistoria válidos.

§ 3º As Empresas que possuírem autorizações específicas em Escolta Armada

ou Segurança Pessoal deverão observar também os requisitos respectivos destas

atividades.

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Quanto a Atividade das Empresas de Transporte de Valores, o texto da Porta-

ria 387/06 tem suas especificações entre os Arts. 23 e 29, sendo:

Art.23. As Empresas de Transporte de Valores não poderão desenvolver ativi-

dades econômicas diversas das que estejam autorizadas.

Art.24. As Empresas de Transporte de Valores deverão utilizar uma guarnição

mínima de 04 (quatro) vigilantes por veículo especial, já incluído o condutor, todos

com Extensão em Transporte de Valores.

Art.25. No Transporte de Valores de Instituições Financeiras, as Empresas de

Transporte de Valores deverão utilizar veículos especiais, de sua posse ou propri-

edade, nos casos em que o numerário a ser transportado seja igual ou superior a

20.000 (vinte mil) UFIR.

Parágrafo único. Nos casos em que o numerário a ser transportado for maior

que 7.000 (sete mil) e inferior a 20.000 (vinte mil) UFIR, poderá ser utilizado veícu-

lo comum, de posse ou propriedade das Empresas de Transporte de Valores,

sempre com a presença de, no mínimo, 02 (dois) vigilantes especialmente habili-

tados.

Art. 26. Nas regiões onde for comprovada a impossibilidade do uso de veículo

especial, as Empresas de Transporte de Valores poderão ser autorizadas a efetu-

ar o transporte por via aérea, fluvial ou por outros meios, devendo:

I. Utilizar, no mínimo, 02 (dois) vigilantes especialmente habilitados;

II. Adotar as medidas de segurança necessárias, por ocasião do embarque e

desembarque dos valores, junto às aeronaves, embarcações ou outros veículos;

III. Observar as normas da Aviação Civil, da Capitania dos Portos ou de outros

órgãos fiscalizadores, conforme o caso;

IV. Comprovar que possui convênio ou contrato com outra Empresa de Trans-

porte de Valores devidamente autorizada, quando não possuir autorização na(s)

unidade(s) da federação por onde necessite transitar durante o transporte.

§ 1º Aplicar-se-á o disposto neste artigo aos casos em que for necessário reali-

zar o transporte de forma intermodal, isto é, por mais de uma modalidade de veí-

culo, quer seja aéreo, fluvial ou por qualquer outro meio. (Texto incluído pela Por-

taria nº 515/2007-DG/DPF)

§ 2º Nas regiões onde for comprovada, perante a autoridade competente, a im-

possibilidade do uso de veículo especial pela Empresa especializada ou pelo pró-

prio Estabelecimento Financeiro com serviço orgânico de segurança, o transporte

de numerário poderá ser feito por Empresa de Transporte de Valores por via aé-

rea, fluvial ou outros meios, condicionado à presença de vigilantes especialmente

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habilitados, em quantidades a serem fixadas pela DELESP ou CV da circunscri-

ção. (Texto incluído pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

Art. 27. A execução de Transporte de Valores iniciar-se-á, obrigatoriamente,

no âmbito da Unidade da Federação em que a Empresa possua autorização. (Tex-

to alterado pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF)

Art. 28. A mudança do local onde o veículo especial estiver operando deverá

ser previamente comunicada à DELESP ou CV.

§ 1º A desativação do veículo especial, e a eventual reativação, deverá ser pre-

cedida de expedição do Certificado de Vistoria respectivo, observando o procedi-

mento previsto nos Arts. 17 e18.

§ 2º No caso de desativação temporária, a Empresa comunicará à DELESP ou

CV o motivo da desativação bem como o local onde o veículo especial poderá ser

encontrado.

Art. 29. As Empresas de Transporte de Valores, as que possuem serviço or-

gânico de Transporte de Valores e os Estabelecimentos Financeiros poderão pro-

ceder à alienação entre si, a qualquer título, de seus veículos especiais, desde

que haja a devida comunicação à DELESP ou CV em até 05 (cinco) dias úteis,

devendo o adquirente requerer a renovação dos certificados de vistoria corres-

pondentes, observando-se o procedimento previsto nos Arts.17e 18.

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2.2. A Escolta Armada

A Legislação que regulariza as atividades de uma Empresa de Transporte de

Valores está descrita na Portaria nº 387 de 28 de agosto de 2006, onde na Seção

III que tem por título “Da Escolta Armada”, se inicia com os “Requisitos de autori-

zação”, onde podemos ler:

Art. 30. O exercício da atividade de Escolta Armada dependerá de autorização

prévia do DPF, mediante o preenchimento dos seguintes requisitos:

I. Possuir autorização há pelo menos 01 (um) ano na atividade de vigilância

patrimonial ou Transporte de Valores;

II. Contratar, e manter sob contrato, o mínimo de 08 (oito) vigilantes com ex-

tensão em Escolta Armada e experiência mínima de um ano nas atividades de

vigilância ou Transporte de Valores;

III. Comprovar a posse ou propriedade de, no mínimo, 02 (dois) veículos, os

quais deverão possuir as seguintes características:

a) Estar em perfeitas condições de uso;

b) 04 (quatro) portas e sistema que permita a comunicação ininterrupta com a

central da Empresa;

c) Ser identificados e padronizados, com inscrições externas que contenham o

nome, o logotipo e a atividade executada pela Empresa.

Para que a Empresa de Transporte de Valores possa iniciar suas atividades,

deve solicitar autorização de funcionamento, sendo está encontrado também na

Portaria 387/06 no título “Processo de autorização”, conforme segue:

Art. 31. O requerimento de autorização de funcionamento na atividade de Es-

colta Armada será dirigido ao Coordenador-Geral de Controle de Segurança Pri-

vada, anexando os seguintes documentos: (Texto alterado pela Portaria nº

515/2007-DG/DPF).

I. Cópia ou certidão dos atos constitutivos e alterações posteriores, registra-

dos na Junta Comercial ou Cartório de Pessoa Jurídica e minuta da alteração dos

atos constitutivos da Empresa quanto ao seu objeto social; (Texto alterado pela

Portaria nº 515/2007-DG/DPF).

II. Relação atualizada dos empregados, das armas, das munições e dos veí-

culos utilizados;

III. Memorial descritivo do uniforme dos vigilantes, mencionando apito com

cordão, logotipo da Empresa, plaqueta de identificação, acompanhado de fotogra-

fias coloridas de corpo inteiro do vigilante devidamente fardado, de frente, costas e

lateral;

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IV. Declaração das Forças Armadas e Auxiliares ou das DELESP e CV, infor-

mando que o modelo de uniforme apresentado não é semelhante aos utilizados

por aquelas instituições;

V. Cópia dos documentos de posse ou propriedade de, no mínimo, 02 (dois)

veículos de escolta para uso exclusivo da Empresa, dotados de sistema de comu-

nicação, identificados e padronizados, contendo nome e logotipo da Empresa;

VI. Fotografias coloridas dos veículos pela frente, lateral, traseira e do sistema

de comunicação veicular;

VII. Autorização para utilização de freqüência concedida pelo órgão competente

ou contrato com prestadora de serviço;

VIII. Comprovante da contratação de seguro de vida dos vigilantes;

IX. Comprovante de quitação das penas de multa eventualmente aplicadas à

Empresa por infração administrativa aos dispositivos desta portaria.

X. Comprovante de recolhimento da taxa de alteração de atos constitutivos.

(Texto incluído pela Portaria nº 515/2007-DG/DPF).

§ 1º Os requisitos dos incisos III e IV somente serão exigidos caso a Empresa

pretenda utilizar uniforme diverso do já autorizado pelo DPF em suas atividades

de segurança privada.

§ 2º Os vigilantes deverão estar com a formação, a extensão ou a reciclagem e

o seguro de vida dentro do prazo de validade.

Art. 32. As Empresas autorizadas a exercer a atividade de Escolta Armada

deverão comunicar o início de suas atividades à Secretaria de Segurança Pública

da respectiva Unidade da Federação.

Quanto ao quesito “Atividade”, que quer dizer quando e onde irá prestar seus

serviços, a Portaria 387/06 diz que:

Art. 33. Os vigilantes empenhados na atividade de Escolta Armada deverão

compor uma guarnição mínima de 04 (quatro) vigilantes, por veículo, já incluído o

condutor, todos especialmente habilitados.

Parágrafo único. Nos casos de transporte de cargas ou valores de baixo valor,

a critério do contratante, a guarnição referida no caput poderá ser reduzida até a

metade.

Art. 34. A execução da Escolta Armada iniciar-se-á, obrigatoriamente, no âm-

bito da Unidade da Federação em que a Empresa possua autorização.

Art. 35. As Empresas que exercerem a Escolta Armada cujos veículos neces-

sitarem, no exercício das atividades, transitar por outras unidades da federação,

deverão comunicar a operação, previamente, às unidades do DPF e do Departa-

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mento de Polícia Rodoviária Federal - DPRF, e às Secretarias de Segurança Pú-

blica respectivas.

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3. Carro Forte

Características de um Carro Forte:

a. Veículo especialmente construído com a finalidade de transporte de valo-

res;

b. Toda sua estrutura reforçada;

c. Carrocerias com chapas duplas de aço;

d. Vidros com várias lâminas unidas por resina plástica transparente;

e. Dianteira reforçada com robusto pára-choque;

f. Parede da carroceria reforçada contra colisões;

g. Três portas externas;

h. Ventilação interna por sistema reforçado de ventiladores, exaustores e ar

condicionado;

i. Possui tampas com aberturas acionadas por dentro, denominadas posição

de tiro ou escotilhas (defesa 360º);

j. Cintos, extintores de incêndio, sistema de rádio VHF e sirene; e

k. Internamente dividido por três compartimentos:

1º. Dianteiro: motorista e fiel;

2º. Vigilante 01 e o vigilante 02;

3º. Transporte de valores.

3.1. Materiais proibidos no interior de Carro Forte.

a. Material de leitura;

b. Aparelhos sonoros;

c. Qualquer outro tipo de meio que possa desviar a atenção da guarnição,

principalmente do motorista.

3.2. Serviços realizados

Dentre tantos serviços realizados pela Empresas de Transporte de Valores,

alguns serão explanados, sendo:

Saque e depósito para agências bancárias de várias bandeiras, junto ao

Banco do Brasil e/ou Banco Central;

Abastecimento e recolhimento de numerário de agências bancárias das

mais variadas bandeiras, junto às tesourarias centrais;

Coleta de valores (jóias, obras de arte, etc) em domicílio de clientes diver-

sos;

Custódia de chaves de cofres de clientes diversos;

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Transporte de papeis oficiais, como talões de cheques, ingressos de shows,

para outros estabelecimentos;

Transporte de empresas que produzem cartões de débito e crédito, para

outros estabelecimentos;

Transporte e custódia de jóias e metais preciosos das mais variadas ori-

gens;

Remessas aéreas exclusivas de valores, nacionais e internacionais;

Serviços de tesouraria em geral para as instituições bancárias e clientes di-

versos;

Mão-de-obra para terceirização de serviços de tesouraria e arrecadação;

Terceirização de serviços de retaguarda de agências bancárias;

Processamento e compensação de cheques;

Gerenciamento e custódia de cheques pré-datados;

Processamento, em ambiente próprio e de terceiros, de toda a documenta-

ção;

Recolha de depósitos em terminais bancários de auto-atendimento;

Abastecimento de numerários em terminais bancários de auto-atendimento;

Envelopamento de salários para folha de pagamento;

Envelopamento de kits-benefícios para funcionários;

Manuseio e preparo de tickets, vales-transporte e similares;

Manuseio e preparo de cupons de pedágio e similares; e

Terceirização dos serviços de bilheteria em eventos específicos, como fei-

ras, exposições, shows, etc.

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4. Guarnição de Carro Forte

A Portaria 387/06 tem e seu Anexo III, o texto disposto ao Curso de Extensão

em Transporte de Valores – CTV, o qual tem como requisito para que se faça o

curso, é de que o interessado já possua o Curso de Formação de Vigilante - CFV.

O objetivo desse novo curso é dotar o aluno de conhecimentos, técnicas, habi-

lidades e atitudes que o capacitem para o exercício da atividade de transporte de

valores, adotando medidas preventivas e repressivas para coibir possíveis ata-

ques.

Para entendermos a formação de uma equipe de Carro Forte no Transporte

de Valores, devemos conhecer um a um, e suas funções específicas. Para essa

equipe daremos o nome de Guarnição de Carro Forte.

4.1. Grupo de vigilantes imbuídos da operação de Carro Forte:

a. Fiel (01 vigilante);

b. Motorista (01vigilante); e

c. Segurança (02 ou 03 vigilantes).

Todos os membros são responsáveis pelo Carro Forte, desde a conservação

e limpeza interna, tanto pelo funcionamento dos equipamentos e a observação de

normas e procedimentos de segurança.

Dentro do Carro Forte existe uma hierarquia, sendo seu comandante o Fiel, e

após este o Motorista, então o Vigilante 01, e após o Vigilante 02, podendo existir

um quinto componente na Guarnição de Carro Forte, sendo este o Vigilante 03.

A Guarnição de Carro Forte é formada em geral pelo número mínimo de 04

(quatro) e máximo de 05 (cinco) vigilantes, este último em caso de situação de

risco ou necessidade da operação.

Vamos agora verificar cada um dos componentes da Guarnição de Carro For-

te e suas atribuições:

4.1.1. Fiel

São atribuições do Fiel:

a. Comandar e disciplinar a equipe,

b. Cumprir e fazer com que se cumpram as normas e procedimentos estabe-

lecidos pela empresa;

c. Absoluto sigilo;

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d. Estar apto ao porte de arma;

e. Sua função é intransferível; e

f. É o responsável pela operação.

4.1.2. Motorista

São funções do Motorista do Carro Forte:

a. A condução do veículo;

b. Obedecer às normas de trânsito, conforme Legislação vigente, observando

suas especificações;

c. Executar também a função de vigilante;

d. Estar apto ao porte de arma;

e. Sua função poderá ser revezada, se ordenada ou autorizado pelo controle

da operação;

f. Absoluto sigilo;

g. Visar às melhores condições de posicionamento, caso haja uma reação; e

h. Permanecer ao volante nas paradas, atento a tudo, inclusive nos espelhos

retrovisores.

4.1.3. Vigilantes

São funções dos Vigilantes:

a. Manter-se sempre na cobertura do Fiel;

b. Ter eficiência na observação de normas e procedimentos;

c. Respeito mútuo, sempre atentando a hierarquia;

d. Apresentar-se às autoridades, quando solicitado;

e. Estar apto ao porte de arma;

f. Absoluto sigilo; e

g. Não portar arma particular durante o serviço.

4.2. Procedimentos em Estabelecimento Financeiro

As figuras ilustram alguns dos procedimentos adotados pela Guarnição de

Carro Forte ao desembarcar e embarcar, e em entrada e saída de Estabelecimen-

to Financeiro, ou Estabelecimento Comercial, no caso de retirada de valores. Veja

os exemplos:

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4.3. Procedimentos gerais

Alguns procedimentos do Vigilante devem ser observados, inclusive na apre-

sentação pessoal ao serviço, sendo:

Aparência pessoal: barbeado, cabelos e bigodes aparados;

Uso correto do uniforme, sem alterá-lo;

Comunicar qualquer alteração dos dados pessoais;

Não usar bebida alcoólica antes de apresentar-se ao serviço;

Portar todos os documentos necessários para sua função; e

Não permitir qualquer pessoa não pertencente à Guarnição de Carro Forte

no interior do veículo.

4.4. Técnicas Operacionais

Tem-se que ser observadas algumas técnicas operacionais, e tê-las como re-

gras de procedimento, sendo:

4.5. Embarque, permanência no interior do estabelecimento e de-

sembarque da Guarnição de Carro Forte

4.5.1. Desembarque:

Faremos uma descrição do desembarque da Guarnição de Carro Forte, sen-

do:

Vigilante 1: é o primeiro que desembarca, sua primeira função é vistoriar a-

tentamente o interior do estabelecimento e percebendo qualquer movimentação

estranha volta imediatamente ao interior do Carro Forte. No caso de após a visto-

ria no interior do estabelecimento entender estar tudo normal, posicionando-se a

em local externo ao estabelecimento, com boa visão para a porta e a parte traseira

do Carro Forte;

Vigilante 2: é o segundo a desembarcar, e somente desembarca após o Vi-

gilante 01 estar posicionado na parte traseira do Carro Forte e lhe ter dado o sinal

(este sinal é combinado pela Guarnição do Carro Forte), posicionando-se em local

de bom contato visual com o motorista, além de visão para a porta e toda a parte

dianteira do Carro Forte;

Fiel: é o último a desembarcar, e entra direto no estabelecimento, sendo

escoltado pelo Vigilante 01 a sua frente e o Vigilante 02 a sua retaguarda, nunca

andando em fila reta. O Fiel ainda pode transportar o malote ou designar um vigi-

lante para que o faça, sendo sempre conduzido pela alça ou no ombro, impreteri-

velmente sendo ao lado contrario ao da arma; e

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No caso de haver um quinto componente, este seria o Vigilante 03, e sua

função é de dar maior segurança a Guarnição de Carro Forte, sendo que desem-

barca antes do Fiel e o acompanha todo o tempo.

4.5.2. Permanência no interior do estabelecimento:

O procedimento no interior do estabelecimento deve proceder da como segue:

Fiel: deve dar atenção nesse momento ao cliente, conferindo o que está en-

tregando ou retirando;

Vigilante 01: chega à frente do Fiel no local interno reservado para os pro-

cedimentos de entrega e retirada de valores e documentos, permanecendo do la-

do de fora ou acompanhando o Fiel caso seja solicitado por este; e

Vigilante 02: chega à retaguarda do Fiel e permanece do lado de fora do lo-

cal interno reservado para os procedimentos de entrega e retirada de valores e

documentos, aguardando ali até a saída do Fiel.

Observação: a atenção a tudo que acontece no interior do estabelecimento é

de competência dos Vigilantes, informando qualquer anormalidade de imediato ao

Fiel e ao Motorista via rádio.

4.5.3. Embarque:

O procedimento de embarque da Guarnição de Carro Forte, deve obedecer

um roteiro sendo:

Vigilante 01: ao sair de novamente vistoriar o interior do estabelecimento, e

caso perceba algo de anormal, informa o Fiel que permanece em local protegido

até que se tenha uma oportunidade de prosseguir, porém se sinta a necessidade

de apoio, podem e devem solicitar o apoio dos órgãos de Segurança Pública, e

nunca tentar um procedimento de emergência, podendo causar danos a integrida-

de física da Guarnição de Carro Forte ou aos colaboradores e clientes do estabe-

lecimento. No caso de o Vigilante 01 ao vistoriar o interior do estabelecimento en-

tender estar tudo normal, parte para o lado externo e posiciona-se novamente na

parte de trás do Carro Forte, com visão tanto da porta do veículo e quanto a do

estabelecimento;

Vigilante 02: após a saída e sinal de positivo do Vigilante 01, este faz o per-

curso contrario ao de entrada e posiciona-se novamente em local de bom contato

visual com o motorista e com visão para a porta do estabelecimento e para a porta

e toda a parte dianteira do Carro Forte;

Fiel: após o sinal positivo do Vigilante 02, o Fiel sai do estabelecimento, di-

rigindo-se diretamente para entrar no Carro Forte, conduzindo o malote da mesma

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forma, pela alça ou no ombro sempre ao lado contrario da arma, podendo neste

procedimento delegar a um Vigilante que o faça;

Vigilante 02: após o embarque do Fiel, ele é o próximo a embarcar; e

Vigilante 01: este é o ultimo a embarcar no Carro Forte.

4.5.4. Procedimentos gerais no desembarque, permanência no estabe-

lecimento e embarque:

Ao desembarcar, certificar que o companheiro está corretamente posicio-

nado;

Posicionar-se sempre com as costas protegidas e ao menos 2 (metros) me-

tros de um canto da edificação;

Não perder o companheiro de seu campo de visão em nenhum momento;

Não conversar ou dar informações a ninguém enquanto estiver desembar-

cado, nem mesmo conversar com seus companheiros, e caso alguém comece a

pedir-lhe informação insistentemente, independente de quem seja, inicie ali uma

manobra de emergência e voltando todos para o interior do estabelecimento ou do

Carro Forte, o que for mais apropriado para a ocasião;

Durante todo período que permanecer no exterior do Carro Forte, manter

postura adequada e atenção a tudo ao seu redor;

Estar sempre com a arma empunhada em posição sul e dedo fora do gati-

lho;

Motorista ao volante e sempre atento; e

Manter a postura correta, mesmo não estando com valores em mãos.

Observação: nos procedimentos de embarque, permanência em estabeleci-

mento comercial e desembarque da Guarnição de Carro Forte, o Motorista deve

estacionar o veículo em local de boa visão de todos, inclusive ao uso dos espelhos

retrovisores, com o motor ligado, e permanecer embarcado, sempre.

4.6. Parada para refeição

Observe atentamente essas dicas:

A parada deve ser sempre autorizada pela base de controle, sendo está in-

formada do local exato do estacionamento do Carro Forte e do restaurante onde

os integrantes irão fazer a refeição;

Não havendo valores, pode-se proceder de forma que desembarquem 03

(três) Vigilantes do Carro Forte e um fica à bordo, não sendo aconselhado pelo

motivo que posteriormente um Vigilante fará sua refeição sozinho;

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Procurar locais de estacionamento próximos a quartéis da Polícia Militar ou

de Delegacias de Polícia;

Desembarcar apenas 02 (dois) por vez, permanecendo outros 02 (dois) no

interior do Carro Forte;

Sempre desembarcar desarmados e sem o colete balístico, sendo estes

deixados no interior do Carro Forte;

Ao fazerem o revezamento, proceder de forma que os 02 (dois) primeiro

embarquem para que os outros 02 (dois) desembarquem, nuca sendo diferente

este roteiro; e

Manter as portas do Carro Forte sempre.

4.7. Problemas mecânicos

Em caso de problemas mecânicos, proceder na seguinte forma:

Informar de imediato a central de operações, transmitindo o endereço com-

pleto do local;

Manter as portas travadas com o ferrolho;

Apenas o Motorista desembarca, desarmado, e verifica a causa e a gravi-

dade da pane; e

Caso haja necessidade, um Vigilante desembarca armado, quando existir

numerários a bordo, para fazer a sinalização do trânsito.

4.8. Abastecimento

Durante o abastecimento, toda a Guarnição de Carro Forte permanece em-

barcada, inclusive o motorista, que faz procede no contato com o frentista do pos-

to de combustível por meio da escotilha, porém, na maioria das Empresas de

Transporte de Valores tem em sua central, bombas para o abastecimento de sua

frota, até mesmo pela qualidade e confiabilidade do combustível.

4.9. Paradas imprevistas

É expressamente proibido que o Carro Forte efetue paradas, que não sejam

aquelas estabelecidas no roteiro em estabelecimentos financeiros ou comerciais,

sendo que qualquer parada, seja por problemas mecânicos, seja para alimenta-

ção, seja outro o motivo, deve ser comunicada imediatamente a base central de

controle, e por ela autorizada.

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4.10. Caronas

É expressamente proibido dar caronas a quem quer que seja, sem preceden-

tes.

4.11. Faltas graves de uma Guarnição de Carro Forte

Existem algumas faltas graves cometidas por uma Guarnição de Carro Forte,

que não se deve aceitar, procedendo nesses casos com advertências exemplares

ou até a demissão da Guarnição de Carro Forte por justa causa, sendo:

Parar o Carro Forte para comprar jornais, revistas , cigarros, etc;

Durante os procedimentos em um estabelecimento financeiro, efetuar pa-

gamentos de contas pessoais;

O não cumprimento das normas pré-estabelecidas; e

O não uso dos equipamentos de segurança disponibilizados como colete,

arma, rádio, munição, etc.

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5. Central de Operações de Empresas de Transporte de Valores

Uma Central de Operações de Empresas de Transporte de Valores deve con-

ter equipamentos necessários para que se possa estabelecer contato direto com a

Guarnição de Carro Forte ou Equipe de Escolta através de rádio e ainda estar e-

quipada com tecnologia GPS (Global Positioning System) para monitorar todo o

trajeto.

Em geral, a Central de Operações de Empresas de Transporte de Valores é

instalada na própria empresa, porém pode ser uma edificação a parte.

O profissional responsável pela Central de Operações de Empresas de Trans-

porte de Valores é o Chefe de Operações, e suas responsabilidades vão desde a

elaboração do Plano de Escolta até a fiscalização de seu fiel cumprimento.

Através dos equipamentos da Central de Operações de Empresas de Trans-

porte de Valores deve ser possível que o sistema atue na localização, identifica-

ção, velocidade, direção, abertura e travamento das portas de carga, contato de

voz via rádio, abertura do microfone sem a influência do motorista, travamento do

sistema de ignição e combustível, disparo de alarme, etc.

Enfim, a Central de Operações de Empresas de Transporte de Valores é o

centro nervoso e pensante de toda operação, sendo que os profissionais que atu-

am nesse setor tenham pro atividade e conhecimento para desempenharem esse

papel.

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6. Decisão de Rotas de Escolta

Para se estabelecer e tomar uma decisão referente a uma Rota de Escolta, é

necessário saber alguns itens referentes ao serviço, onde podemos listá-los como:

O que irá escoltar;

Qual seu valor aproximado da carga;

Qual o valor do produto no mercado paralelo;

Para quem está escoltando;

Para quem está levando o produto escoltado;

Qual a distância que percorrerá;

Quais trajetos podem ser feitos para escoltar o produto;

Quais rotas alternativas existem durante o percurso, etc.

Após ter as informações acima descritas, parte-se para uma nova etapa do

processo, que se destina a entender quantos Vigilantes e que tipos de equipamen-

to serão usados, sendo respondidos alguns requisitos como:

Quantos veículos serão utilizados?

Que modelo de veículo será utilizado?

Quantos Vigilantes serão empenhados?

Que tipo de armamento será utilizado?

Será necessário reabastecimento do Veículo de Escolta Armada durante o

trajeto?

Será necessária parada para alimentação dos Vigilantes durante o trajeto?

Quantas?

Caso o Veículo de Escolta Armada venha a apresentar uma pane mecânica

durante o trajeto, quais serão as providências a serem adotadas pelos Vigilantes,

etc

Ao final desses questionários de reconhecimento do serviço, tem-se ainda que

formatar todo o processo, por escrito, e ser entregue uma cópia a Equipe de Es-

colta e outra deve permanecer na Central de Operações da Empresa, sendo que

esse documento será chamado de Plano de Escolta.

O Plano de Escolta deve conter todos os dados referentes ao serviço de Es-

colta, desde o cadastro do proprietário da carga, o cadastro da transportadora e

do motorista do caminhão, o cadastro do cliente que espera a encomenda, quan-

tos quilômetros de distância entre os pontos: inicial, intermediários, se houver, e

final.

Para se elaborar o Plano de Escolta, são usados alguns temos como:

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Link sets (palavra do inglês, que em português significa o que estabelece li-

gação): que deve ser entendido como os trajetos entre o primeiro e o segundo

ponto, entre o segundo e o terceiro ponto, e assim em diante;

Route sets (palavra do inglês, que em português significa rota fixa): é en-

tendido como o todo do trajeto, sendo ele com ou sem pontos intermediários;

Pontos de Sinalização (representado pela sigla PS): são os pontos em que

a Escolta deve parar, podendo ser pontos em que irá fazer uma entrega ou coleta,

refeição, abastecimento, e até manutenção caso o Veículo de Escolta venha a

apresentar problemas.

Esse três elementos são à base de um Plano de Escola, podendo ser utilizado

uma planilha para melhor visualização e controle da Central de Operações. Vere-

mos agora uma sugestão de planilha:

Frente da Planilha de Plano de Escolta.

PLANO DE ESCOLTA Cliente: Cód.

End.: Bairro: Cidade:

Nº do Contrato: Data: Hr saída:

Link sets Hr saída Km inicial Hr chegada Km final

Anotar observações:

________________________________ ___________________________ Responsável pela Central de Operações Responsável pela Escolta

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Verso da Planilha de Plano de Escolta.

PLANO DE ESCOLTA Cliente: Cód.

End.: Bairro: Cidade:

Nº do Contrato: Data: Hr saída:

Link sets Local:

Esse modelo de Planilha de Plano de Escolta deve ser usado na Central de

Operações e no Veículo de Escolta, e após ser confrontado com os dados ali ex-

postos, para confirmação de que todo o procedimento do Veículo de Escolta foi

acompanhado pela Central de Operações.

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Siglas

BCS – Base Comunitária de Segurança;

BTL – Batalhão;

Cia PM – Companhia da Polícia Militar;

CGCSP – Coordenador-Geral de Controle de Segurança Privada;

CFTV – Circuito Fechado de Televisão;

CFV – Curso de Formação de Vigilante;

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;

CNV – Carteira Nacional de Vigilante;

CTV – Curso de Extensão em Transporte de Valores;

CV – Comissões de Vistoria do Departamento de Polícia Federal

DELESP – Delegacias de Controle de Segurança Privada

DER – Departamento de Estradas de Rodagem;

DG – Delegacia Geral;

DME – Divisão de Equipamento e Patrimônio;

DPC – Delegacia de Polícia Civil;

DPF – Departamento de Polícia Federal;

DPRF – Departamento de Polícia Rodoviária Federal;

EB – Exército Brasileiro;

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;

GPS – Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global);

MJ – Ministério da Justiça;

PC – Polícia Civil;

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PF – Polícia Federal;

PM – Polícia Militar;

PMESP – Polícia Militar do Estado de São Paulo;

PRF – Polícia Rodoviária Federal;

ReTEx – Relatório Técnico Experimental;

RG – Registro Geral;

SSP – Secretaria de Segurança Pública;

TV – Televisão - do grego tele (distante) e do latim visione (visão);

UF – Unidade da Federação;

UFIR – Unidade de Referência Fiscal;

UHF – Ultra High Frequency (Freqüência Ultra Alta);

VHF – Very High Frequency (Freqüência Muito Alta).

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Bibliografia

Apostila pesquisada

Associação Brasileira de Cursos de Formação e Aperfeiçoamento de Vigilan-

tes, Manual do Vigilante – Curso de Formação, 2006.

Legislação pesquisada

Decreto Federal nº 1.592/95;

Decreto Federal nº 89.056/83;

Lei Federal nº 7.102/83;

Lei Federal nº 8.863/94;

Lei Federal nº 9.017/95;

Lei nº Federal 10.826/03;

Portaria Federal nº 992/95;

Portaria Federal nº 277/98;

Portaria nº 891/99;

Portaria nº 836/00;

Portaria nº 387/06.

Livros pesquisados

FILHO, Diógenes Dantas. Segurança e Planejamento. Rio de Janeiro: Edito-

ra Ciência Moderna Ltda, 2004.

GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Dos Crimes Contra o Patrimônio. 10ª ed.

São Paulo: Saraiva, 2007.

RAMOS, Cícero Moteran. Manual de Gestão de Segurança para Empresas

Estatais e Comunidades. Minas Gerais: Belo Horizonte. Armazém de Idéias,

2007.

ANDRADE, José Helder de Souza. Segurança é Prevenção. Rio de Janeiro:

Editora Ciência Moderna Ltda, 2007.

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Sites pesquisados

www.brasiliano.com.br/ acesso em 13jul11;

www.dicionario.babylon.com/ acesso em 13jul11,

www.dpf.gov.br acesso em 13jul11;

www.jairbarbosa.com.br/ acesso em 13jul11;

www.mj.gov.br/ acesso em 13jul11.

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Anexos

Para melhor entender alguns assuntos relacionados ao tema, torna-se viável a

leitura de alguns textos em anexo.

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Anexo 01

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Anexo 02

Central de Segurança

Posição Estratégica

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano

Conceito da Central de Segurança

A central de segurança é o cérebro e o centro nervoso de qualquer

organização. A central otimiza os recursos empregados, além de coordenar de

forma ágil e em tempo real as contingências na edificação.

Por ser considerada uma peça fundamental é que resolvemos escrever sobre

sua localização física, dentro da edificação. Nossa decisão em escrever um artigo

sobre a localização das centrais de segurança, está embasada que na maior parte

dos edifícios e empresas, existentes hoje no Brasil, o espaço das centrais sempre

estão relegadas a um segundo plano, localizadas em pontos considerados não

estratégicos e por conseguinte inseguros.

As organizações acabam esquecendo que os sistemas implantados por si só

não garantem a segurança da central. É um detalhe que põe em risco todo um

investimento, derrubando por terra sistemas sofisticados.

A central de segurança mantém em constante vigilância os pontos críticos

levantados, possibilitando gerenciar e comandar as situações críticas de modo

direto. As reações são automatizadas, reduzindo desta forma o erro humano. Os

impactos são reduzidos, tendo como conseqüência direta a preservação do

patrimônio e vidas humanas.

A operacionalidade da Central depende basicamente de dois fatores:

- a rapidez da identificação da anormalidade;

- a reação rápida e eficaz da equipe e coordenação.

A identificação rápida da anormalidade está alicerçada, especificamente nos

meios que a central dispõe. Há a necessidade do operador possuir a visão

globalizada dos pontos críticos de todo o complexo monitorado.

A resposta dependerá do treinamento e principalmente no acionamento das

equipes. O acionamento e treinamento serão mais eficazes quando forem

direcionados ao ponto exato da área sinistrado.

A central de segurança monitora todos os tipos de sensores, detectores,

alarmes e circuito fechado de televisão nas instalações, além de coordenar toda a

comunicação.

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A central de segurança,embora separada da central de utilidade predial, deve

falar com a mesma em caso de alarme. Integrada com a central de utilidades

predial, a central de segurança age nas contingências da seguinte forma:

- desligamento do ar condicionado;

- fechamento dos dampers em setores considerados críticos;

- pressurização das escadas de emergência;

- iluminação das rotas de fuga;

- acionamento do sistema de iluminação de emergência/geradores;

- acionamento dos elevadores para o pavimento térreo.

Para tanto os meios para operacionalizar a central são :

- coordenação via microprocessador,evidenciando as vantagens:

- maior confiabilidade;

- facilidade para expansões e alterações;

- incorporações de novas funções.

Os terminais de vídeo apresentam nas telas as plantas baixas em diferentes

níveis, estado dos pontos controlados, ordens especiais a serem cumpridas, rotas

de acesso ao local alarmado, histórico de eventos.

Dentro deste enfoque a central tem e deve ser olhada sob uma ótica

diferenciada, ou seja a central deve ser encarada como um castelo medieval, e a

ponte elevadiça seu acesso. Fica claro que na queda da ponte todas as defesas

se anulam automaticamente, inviabilizando qualquer tipo de sistema. Podemos

citar como exemplo a explosão do World Trade Center de Nova Iorque, onde a

central de segurança foi simplesmente anulada, de forma inconteste, através de

colocação de um carro bomba debaixo de sua estrutura, fazendo com que

nenhum tipo de sistema entrasse em operação.É um exemplo típico de má

localização e que hoje, fez com que a mentalidade dos engenheiros, arquitetos e

incorporadores mudasse radicalmente no que tange a localização da central de

segurança.

Localização Mais Comum das Centrais de Segurança

O local das centrais de segurança deve ser de difícil acesso e com proteção

especial. A entrada da central deve ser controlada e restrita.

Infelizmente isto não ocorre, pois a maior parte das centrais de segurança foi

adaptada a prédios já existentes, nos quais não houve a preocupação de

segurança. A maioria das centrais estão localizadas em locais de fluxo intenso de

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pessoas e veículo, tais como sub-solos, mezaninos e em portarias.

Outro ponto comum e de insegurança é que a maior parte das centrais de

segurança está junta também das centrais de utilidades prediais. A junção pode

economizar espaço físico da incorporação, mas deixa extremamente vulnerável a

questão do acesso. Numa central de utilidades prediais os respectivos sistemas

de multifunção, muita gente deve e tem de ter acesso. Por esta razão a autonomia

da central de segurança se torna, sem dúvida um item de suma importância.

Para comprovar a insegurança das centrais de segurança, passamos em

seguida um resultado de uma auditoria, realizada pela Brasiliano & Associados, no

ano de 1995 e 1996, sobre as seguintes condições de segurança:

- localização das centrais;

- tipos controle de acesso;

- segurança contra fogo;

- central de utilidade junto com a de segurança;

- fornecimento de energia elétrica;

- especificações construtivas;

- central monitorada por outra/terceirizada

Foram auditadas 75 centrais de empresas como instituições financeiras,

condomínios empresariais, indústrias de grande e médio porte e de incorporações

novas ainda nas plantas.

A metodologia empregada foi a da visita in loco, verificando os tópicos acima

descritos.

O resultado foi o seguinte:

1. Localização das Centrais de Segurança:

64% localizadas em sub-solos e próximos de portarias

28% localizadas em mezaninos de condomínios empresariais

08% localizadas em segurança

2. Controle de Acesso:

71% não utilizam controle de acesso automatizado

12% utilização de sistemas semi-automáticos

17% utilizam sistemas automáticos de acesso

3. Segurança Contra Fogo:

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80% não possuem sistema de sensoriamento contra o fogo

4. Central de Segurança junto com Central de Utilidade:

96% das centrais de segurança estão juntas com centrais de Utilidades

4% são só centrais de Segurança

5. Fornecimento de Energia Elétrica:

88% das centrais aproveitaram rede elétrica já existente, não possuindo

blindagem à prova de fogo e gases.

6. Especificações Construtivas:

92% das Centrais não possuem especificações técnicas construtivas

adequadas, tais como paredes F-90 contra fogo, portas blindadas de acesso,

entre outras.

7. Central Back-Up:

96% das centrais não possui back-up com uma empresa terceirizada

Podemos então deduzir que uma grande parte das empresas com centrais de

segurança, embora estejam com sistemas sofisticados, possuem grande

vulnerabilidade, pois seu centro nervoso encontra-se desprotegido. A tática hoje

dos marginais é tentar neutralizar as centrais de segurança, pois assim fazendo,

conseguem dominar por completo a área a ser atacada.

Conclusão a Respeito da Auditoria

Em função dos levantamentos efetuados, a conclusão que chegamos é a

pouca preocupação com o assunto "Segurança da Central". A falta de cultura de

segurança, mesmo de empresários, e a falta de especialistas capacitados e

dedicados exclusivamente ao assunto é marcante.

O exemplo mais vivo que temos é o já citado World Trade Center de Nova

Iorque, que era considerado a Edificação mais segura e moderna, tudo era

gerenciado e controlado a partir da central de segurança.O WTC - Nova Iorque

possuía sua central acima de um dos pisos de estacionamento, onde este era

terceirizado, pago. Ou seja, não havia controle efetivo de quem entra ou sai,

através de um sistema de identificação.

O terrorista sabedor desta deficiência colocou seu carro bomba logo abaixo da

central de segurança. A carga de explosivos foi tão grande que simplesmente

destruiu a central e mais dois pavimentos.

Simplesmente nenhum tipo de sistema veio a funcionar, tanto é que os

condôminos dos andares superiores ficaram sem saber o que tinha acontecido. O

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estrago só não foi maior porque o incêndio não ocorreu, caso contrário o número

de mortes seria catastrófico.

O objetivo do terrorista foi alcançado, quando este ameaçou a integridade

americana de ser uma nação inexpugnável a atos anti-social. O ataque foi

considerado cirúrgico, no ponto sensível do empreendimento. Podemos considerar

como erro estratégico a central estar localizada num ponto onde o acesso não

podia ser controlado, ficando desta forma vulnerável a um ataque desta

envergadura.

A Central de Segurança Ideal

Podemos então concluir que a Central de Segurança tem de possuir um alto

grau de criticidade no que tange a sua localização. Dentro deste enfoque,

podemos listar alguns tópicos que consideramos mínimos e básicos para que uma

Central seja considerada segura. São eles:

* Não instalar a central em lugares que propiciem aglomeração, fluxo de

pessoas e veículos, tais como portarias, sub-solos de garagens, estacionamentos

terceirizados, entre outras;

* Não instalar a central abaixo do nível do solo, tendo em vista o risco de

inundação. O ideal é implantar em andares acima do pavimento térreo;

* Ter facilidade para instalação de linhas telefônicas;

* Dispor de abastecimento de energia elétrica seguro, sem a sem a

conveniência de cabos energizados de proteção ao fogo;

* Preocupar-se com o abastecimento de energia alternativa, utilizando

equipamento independente;

* Dificultar o acesso a central de segurança, instalando uma série de barreiras,

cuja finalidade é o controle rigoroso das pessoas que necessitem acessar a

Central;

* Caso haja janelas, reforçar com grades as dependências da Central,

independente do pavimento que esteja instalada, inibindo assim possíveis

agressões;

* Exigir quando da construção paredes reforçadas de alvenaria ou concreto,

do padrão F-90, portas corta fogo, isolamento na passagem de cabos, fechamento

automático de "dampers" de ar condicionado, sistemas automáticos de extinção

de incêndio;

* Descentralizar a central de segurança e de utilidade predial, considerando

que, os sistemas, tanto os de segurança como os de supervisão predial, atuam em

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áreas distintas e que dificilmente poderiam ser operadas por um único individuo

que tivesse total domínio de todas as disciplinas envolvidas. Existe a necessidade

de que os diversos centros de controle, dos referidos sistemas, estejam

concentrados em diferentes centrais. Existe também o fato de que alguns destes

sistemas trabalharão com informações, caso dos alarmes de incêndio e intrusão,

vitais para o funcionamento da Edificação e desta forma necessitam ter prioridade

sobre os demais, o que reforça o conceito da necessidade de descentralizar os

sistemas. Entretanto, existem operações comuns entre os sistemas, de maneira

que estes podem interagir entre si e de certa forma integrar-se em tarefas afins,

criando o conceito de sinergia, onde a soma das possibilidades dos sistemas

trabalhando de forma integrada é superior a mera soma das possibilidades de

cada sistema trabalhando de forma isolada.

* Fazer "Back-Up" da central de Segurança através de uma empresa, de

confiança, terceirizada, onde teríamos os meios duplicados, além de monitorar a

própria central. Pode-se ter também o caso da central inteira ser terceirizada, uma

forma de minimizar o risco e otimizar a relação custo x benefício.

Conclusão Final

O ponto crucial para implementar a segurança da própria central é a

conscientização de que não se pode esquecer o cérebro de todo o sistema. Temos

que visualizar a central como sendo a ponte elevadiça do castelo, quando baixada

todas as defesas caem por terra. A localização e seu acesso tem de ser restrito,

sendo estratégico para o empreendimento sua sobrevivência. A fim de que

possamos ter uma noção clara e concisa da posição da central de segurança

citamos Lincoln:

"QUANDO O ESTRATEGISTA ERRA, O SOLDADO MORRE".

Antonio Celso Ribeiro Brasiliano - graduado em Administração de Empresas,

ex-oficial do Exército Brasileiro, graduado pela Academia Militar das Agulhas

Negras, Especializado em Sistemas de Segurança na Espanha, Diretor Executivo

da Brasiliano & Associados Consultoria em Segurança, Coordenador Técnico do

Caderno de Segurança Empresarial da Revista Proteger. - [email protected]

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Anexo 03

Assalto a Carro-Forte (Vingança aos Bandidos Mortos) PARTE 2

Devido ao fracasso no assalto anterior, o líder dos bandidos insatisfeito com o

ocorrido, de dentro da prisão onde estava, disse por telefone:

"Aê, se conseguirem meter a mão na grana, beleza! MAS QUERO DOIS

CONDUTORES DE CARRO-FORTE “PRO SACO”, QUE É PRA VINGAR OS

MEUS PARCERIA, TÁ LIGADO?”

Seu pedido foi atendido, e escolheram um carro forte qualquer, mataram os

dois seguranças, e o mais interessante, que não levaram um centavo sequer, dos

dois milhões de reais que estavam em seu interior!

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url=http://www.cabuloso.xpg.com.br/portal/galleries/view/950&usg=__YHYHdsVbvldUvgiJtsv9QpjUW6Q=&h=337&w=450&s

z=39&hl=pt

Anexo 04

Quadrilha do carro-forte enfrenta a polícia e três morrem em tiroteio

Roubo de R$ 1 milhão

Três integrantes da quadrilha responsável pelo assalto ao carro forte da Nor-

sergel, na tarde de terça-feira (18), entre Barra do Corda e Presidente Dutra e que

rendeu mais de R$ 1 milhão, morreram no final da tarde de quarta-feira (19), du-

rante intenso tiroteio com guarnições da PM de Lago do Junco e Lago dos Rodri-

gues. Os militares efetuaram o cerco entre as duas cidades, seguindo orientações

do Grupo Tático Aéreo (GTA), que perseguia cinco acusados de participação no

assalto, porém, quando os ladrões perceberam as viaturas receberam os policiais

a tiros. Três deles foram atingidos e dois conseguiram embrenhar-se no matagal e

fugir. Os feridos foram socorridos e levados para o Hospital de Lago da Pedra,

onde morreram.

F-1000, Van e três motos - De acordo com o major José Maria Honório de

Carvalho Filho, comandante da 10ª CIPM, sediada em Pedreiras, a operação para

perseguir os assaltantes foi iniciada ainda pela manhã, depois que os assaltantes

tentaram tomar uma caminhonete F-1000. O dono do carro, identificado como Ho-

nório, conseguiu acelerar o veículo, escapar do assalto e em seguida telefonou

para a polícia comunicando o caso e fornecendo as características dos ladrões,

que também tentaram tomar uma Van que trafegava pela MA-119. Policiais milita-

res de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues foram acionados e as VTRs despa-

chadas para a área, onde ocorreu o primeiro confronto, mas os acusados fugiram

ao cerco e entraram no mato. Depois que os ânimos se acalmaram, os cinco des-

conhecidos voltaram à rodovia e desta vez conseguiram tomar três motos com as

quais empreenderam nova fuga.

Ronaldo, Estevão e Pedro foram mortos durante confronto com a PM

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Novo cerco, tiroteio e mortes - À tarde, segundo o major Honório, as vítimas e

testemunhas informaram que os cinco estavam armados, inclusive com pistolas

que foram colocadas na cabeça de um dos donos das motos roubadas. Todos

estavam com o rosto coberto, seguiram em direção ao povoado Ludovico e foram

interceptados por uma equipe do GTA, à altura da localidade Santa Luzia. “Nova-

mente foi organizado o cerco e, às 17h20, ocorreu novo confronto, depois que os

assaltantes abandonaram as motos e invadiram uma residência, onde foram con-

tidos pelo GTA, depois que os moradores saíram da casa”, informou o comandan-

te da 10ª CIPM. Quando a guarnição da Força Tática (Pedreiras) chegou ao local,

foi recebida a tiros e durante o tiroteio três assaltantes saíram feridos e seus com-

parsas fugiram ao cerco. Levados para o Hospital Pronto Socorro de Lago da Pe-

dra, os três morreram instantes depois.

Identificação e remoção para o IML – Ainda no hospital os três foram identifi-

cados pela polícia, através de documentos que portavam: Ronaldo Brandão Go-

mes, 26 anos, natural de Tocantinópolis (GO); Pedro Moura Sousa, 21 anos, natu-

ral de Imperatriz (MA) e Estevão Brito da Silva, 20 anos, natural de Campinas

(SP). Com eles foram apreendidos três revólveres calibre 38, sendo dois da marca

Taurus e o outro Rossi, além de 14 munições deflagradas e três intactas. Depois

da elaboração do laudo cadavérico, os corpos foram removidos para o IML, em

São Luís. As armas apreendidas foram encaminhadas para a Delegacia Regional

de Pedreiras, onde também foi apresentado o BO e o Auto de Resistência, bem

como as três motos e o rol das testemunhas/vítimas: Hilário, dono da F-1000; Luiz

Ramos dos Santos, moto XLR 125; José Couinho da Silva, Bros KS, sem pacas e

Djalma Gomes Costa Brito, CG Titan 125. Coutinho disse que foi agredido a chu-

tes e um dos assaltantes colocou uma pistola preta na sua cabeça.

Assalto ao carro forte - Ação dos ladrões ocorreu na tarde de terça-feira, na

BR-226, entre Barra do Corda e Presidente Dutra. Por volta das 16h30, cerca de

10 homens portando armamento pesado bloquearam a rodovia e tomaram de as-

salto um carro forte da Norsergel. Os três vigilantes teriam trocado tiros com os

assaltantes, mas ficaram sem munição e para não morrerem entraram no mato.

Em seguida, utilizando uma granada, a quadrilha teria explodido o cofre do veícu-

lo, que transportava mais de R$ 1 milhão para o Banco do Brasil de Barra do Cor-

da distribuir entre os bancos do Nordeste, Bradesco e Caixa Econômica Federal.

Os assaltantes teriam utilizado três veículos durante a ação, que foi bem planeja-

da: uma caminhonete Blazer branca e dois Fiat Uno. Depois de explodirem o cofre

onde estavam os malotes com cerca de mais de R$ 1 milhão, os assaltantes fugi-

ram, abandonaram e atearam fogo na Blazer nas imediações da Fazenda 2 Ir-

mãos e seguiram nos automóveis, sem deixar qualquer pista.