gestão de qualidade

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INTRODUÇÃO O termo qualidade vem do latim qualitate, e é utilizado em situações bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país ou região, quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se respira, quando se fala da qualidade do serviço prestado por uma determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto no geral. No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes", "relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor agregado, que produtos similares não possuem"; "fazer certo à primeira vez"; "produtos e/ou serviços com efetividade". Enfim, o termo é geralmente empregado para significar "excelência" de um produto ou serviço. A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e 1

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Page 1: Gestão de Qualidade

INTRODUÇÃO

O termo qualidade vem do latim qualitate, e é utilizado em situações

bem distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas

de um país ou região, quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do

ar que se respira, quando se fala da qualidade do serviço prestado por uma

determinada empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto no

geral.

No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há

várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos

clientes", "relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor agregado, que

produtos similares não possuem"; "fazer certo à primeira vez"; "produtos e/ou

serviços com efetividade". Enfim, o termo é geralmente empregado para

significar "excelência" de um produto ou serviço.

A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas:

a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se

associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das

necessidades do cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está

associada ao valor e à utilidade reconhecida ao produto, estando em alguns

casos ligada ao preço.

Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer

dizer, os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das

suas características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor,

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Page 2: Gestão de Qualidade

durabilidade, design, funções que desempenha etc. Assim, a qualidade é um

conceito multidimensional. A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais

difícil de definir. De tal forma, que pode ser difícil até para o cliente exprimir o

que considera um produto de qualidade.

Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer

produtos e serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado

ao acaso. Tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a

empresa deve apurar quais são as necessidades dos clientes e, em função

destas, definir os requisitos de qualidade do produto. Os requisitos são

definidos em termos de variáveis como: comprimento, largura, altura, peso, cor,

resistência, durabilidade, funções desempenhadas, tempo de entrega, simpatia

de quem atende ao cliente, rapidez do atendimento, eficácia do serviço, etc.

Cada requisito é em seguida quantificado, a fim de que a qualidade possa ser

interpretada por todos (empresa, trabalhadores, gestores e clientes)

exatamente da mesma maneira.

Os produtos devem exibir esses requisitos, a publicidade se faz em torno

desses requisitos (e não de outros), o controle de qualidade visa assegurar que

esses requisitos estão presentes no produto, a medição da satisfação se faz

para apurar em que medida esses requisitos estão presentes e em que medida

vai realmente ao encontro das necessidades. Todo o funcionamento da

"empresa de qualidade" gira em torno da oferta do conceito de qualidade que

foi definido.

Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são

conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Os

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Page 3: Gestão de Qualidade

conceitos são usados em várias áreas, inclusive qualidade de software. Gestão

da qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da

empresa quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de

gestão de pessoal, de faturamento, de cobrança ou outros. A gestão da

qualidade envolve a concepção dos processos e dos produtos/serviços,

envolve a melhoria dos processos e o controle de qualidade. Garantia da

qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos. Controle da

qualidade são as ações relacionadas com a medição da qualidade, para

diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os objetivos da

empresa estão a ser atingidos.

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Page 4: Gestão de Qualidade

2. GESTÃO DE QUALIDADE

A gestão da qualidade total (em língua inglesa "Total Quality

Management" ou simplesmente "TQM") consiste numa estratégia de

administração orientada a criar consciência da qualidade em todos os

processos organizacionais.

É referida como "total", uma vez que o seu objetivo é a implicação não

apenas de todos os escalões de uma organização, mas também da

organização estendida, ou seja, seus fornecedores, distribuidores e demais

parceiros de negócios.

Compõe-se de diversos estágios, como por exemplo, o planejamento, a

organização, o controle e a liderança.

A Toyota, no Japão, foi primeira organização a empregar o conceito de

"TQM" (ver Toyotismo), superando a etapa do fordismo, onde esta

responsabilidade era limitada apenas ao nível da gestão. No "TQM" os

colaboradores da organização possuem uma gama mais ampla de atribuições,

cada um sendo diretamente responsável pela consecução dos objetivos da

organização. Desse modo, a comunicação organizacional, em todos os níveis,

torna-se uma peça-chave da dinâmica da organização.

Tem sido amplamente utilizada, na atualidade, por organizações públicas e

privadas, de qualquer porte, em materiais, produtos, processos ou serviços. A

conscientização e a busca da qualidade e do reconhecimento da sua

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Page 5: Gestão de Qualidade

importância tornaram a certificação dos sistemas de gerenciamento da

qualidade indispensável uma vez que:

Aumenta a satisfação e a confiança dos clientes;

Aumenta a produtividade;

Reduz os custos internos;

Melhora a imagem e os processos de modo contínuo;

Possibilita acesso mais fácil a novos mercados.

A certificação permite avaliar as conformidades determinadas pela

organização através de processos internos, garantindo ao cliente um material,

processo, produto ou serviço concebido conforme padrões, procedimentos e

normas.

Uma organização que se propõe a programar uma política de gestão

voltada para a "qualidade total" tem consciência de que a sua trajetória deve

ser reavaliada periodicamente.

O objetivo último das organizações humanas é assegurar a sobrevivência

da espécie. Por analogia, a finalidade última de qualquer organização,

nomeadamente de uma do tipo empresarial é sobreviver. A condição “sine qua

non” para que uma empresa possa executar os objetivos pretendidos pelos

seus proprietários, administradores ou acionistas é que ela exista, que esteja

viva. Caso esta condição não se verifique, nenhum dos objetivos pode ser

perseguido, muito menos alcançado.

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Page 6: Gestão de Qualidade

A melhor forma de uma empresa assegurar a sobrevivência é por meio da

qualidade. Vicente Falconi, no seu livro “TQC – controle de qualidade total ao

estilo japonês” mostra-o claramente.

A melhor forma de garantir a sobrevivência de uma empresa é por meio da

qualidade, entendida não como ausência de defeitos, mas como uma nova

forma de valores que conduz a gestão.

Colocar a qualidade como valor intrínseco é a melhor forma de

sobrevivência. Ela aponta para a preferência do consumidor, o que aumenta a

produtividade, levando a uma maior competitividade e assegurando a

sobrevivência das empresas. Podemos definir qualidade de inúmeras formas.

Podemos considerar que é um atributo essencial e diferenciador de alguma

coisa ou de alguém, como uma medida de valor ou excelência, como a

adequação ao uso, tal como J.M.Muran a definiu, como “conformidade com as

situações, nas palavras de P.B.Crosby, ou ainda, usando as palavras de

Vicente Falconi, “um produto ou serviço com qualidade é aquele que atende

sempre perfeitamente e de forma confiável, de forma acessível, de forma

segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. Os princípios básicos da

qualidade total são:

• Produzir bens ou serviços que respondam concretamente às necessidades

dos clientes;

• Garantir a sobrevivência da empresa por meio de um lucro continuo obtido

com o domínio da qualidade;

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Page 7: Gestão de Qualidade

• Identificar o problema mais crítico e solucioná-lo pela mais elevada prioridade

(Pareto);

• Falar, raciocinar e decidir com dados e com base em fatos;

• Administrar a empresa ao longo do processo e não por resultados;

• Reduzir metodicamente as dispersões por meio do isolamento das causas

fundamentais;

• O cliente é Rei. Não se permitir servi-lo se não com produtos de qualidade;

• A prevenção deve ser a tão montante quanto possível;

• Na lógia anglo-saxônica de “trial and error”, nunca permitir que um problema

se repita;

A lógica para que as empresas se possam desenvolver de acordo com

estes pressupostos é a lógica do PDCA (Plan; Do; Check; Act to correct).

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Page 8: Gestão de Qualidade

3. CONTROLE DE QUALIDADE

Em engenharia e fabricação, controle de qualidade e engenharia da

qualidade estão envolvidos no desenvolvimento de sistemas os quais

asseguram que os produtos ou serviços são projetados e produzidos para ir ao

encontro ou superar as expectativas dos usuários. Estes sistemas são

freqüentemente desenvolvidos em conjunto com outras disciplinas de negócios

e engenharia usando uma abordagem de referência cruzada.

Um sistema de Controle de Qualidade (QMS - Quality Management

System) é um sistema que destaca as políticas e procedimentos necessários

para a melhoria e controle das diversas 'atividades-chave' e processos

desenvolvidos por uma organização.

O controle de qualidade deve levar em consideração as expectativas e

necessidades dos acionistas, funcionários, fornecedores, clientes,

comunidades e sociedade em geral.

3.1 Histórico

Embora termos tais como "engenharia da qualidade" e "garantia de

qualidade" sejam relativamente novos, as idéias sobre o tema existem desde o

início da manufatura de ferramentas. Implementos simples feitos de pedra ou

osso estavam sujeitos a formas familiares de falha. Elas podiam ser frágeis,

cegas quando deveriam ser afiadas, afiadas quando deveriam ser rombudas

etc. Quando surgiram os primeiros artesãos, fabricando ferramentas para

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Page 9: Gestão de Qualidade

terceiros, o princípio do controle de qualidade era simples: "que o comprador

se acautele" (caveat emptor). Os primeiros projetos de engenharia civil,

todavia, precisavam ser construídos através de especificações técnicas.

3.1.1 Artífices e mercadores

Durante a Idade Média, as guildas chamaram para si a responsabilidade

do controle de qualidade. Todos os praticantes de uma profissão em particular

vivendo numa certa área eram requisitados a ingressar na guilda

correspondente, e a esta instituía punições para os membros que produziam

produtos de qualidade inferior.

Quando os reis passaram a adquirir bens e serviços de terceiros,

começaram a se interessar pelo controle de qualidade. Por exemplo, João Sem

Terra indicou um certo William Wrotham para supervisionar a construção e os

consertos de embarcações. Alguns séculos mais tarde, ainda na Inglaterra,

Samuel Pepys, secretário do Almirantado, nomeou vários desses supervisores.

Antes da divisão do trabalho e da mecanização oriundas da Revolução

Industrial, era possível a um trabalhador controlar a qualidade do seu próprio

produto. As condições de trabalho de então eram muito mais favoráveis à

manutenção do orgulho profissional. A Revolução Industrial levou a um sistema

no qual, grandes grupos de pessoas realizando um tipo de trabalho semelhante

eram postos sob a supervisão de um capataz que também tinha a

responsabilidade de controlar a qualidade do trabalho manufaturado.

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Page 10: Gestão de Qualidade

3.1.2 Produção em tempo de guerra

Durante a Primeira Guerra Mundial, o processo de fabricação tornou-se mais

complexo, e foi marcado pela introdução de grandes quantidades de

trabalhadores supervisionados por um capataz, encarregado de assegurar a

qualidade do trabalho que estava sendo produzido. Este período também

introduziu a produção em massa e o pagamento por peça, o qual criou

problemas de qualidade visto que os trabalhadores podiam agora ganhar mais

dinheiro produzindo itens extras, o que por sua vez levava a passagem de

produtos defeituosos para a linha de montagem.

Devido ao desperdício de material e o grande número de produtos com

defeito sendo produzidos, os primeiros inspetores de qualidade em tempo

integral foram introduzidos nas fábricas modernas de produção em massa

norte-americanas. Estes inspetores representam o início real da inspeção de

controle de qualidade. Isto também representou o começo de grandes

organizações de inspeção nos anos 1920 e 1930, as quais se estruturaram

separadamente da produção e eram grandes o bastante para serem

administradas por superintendentes.

Com o impacto da produção em massa exigida pela II Guerra Mundial,

tornou-se necessário utilizar um método mais rigoroso de controle de

qualidade, o qual pode ser identificado como o controle estatístico de processo

(SPC, na sigla em inglês). Alguns dos trabalhos pioneiros em SPC são

creditados a Walter A. Shewhart do Bell Labs.

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Page 11: Gestão de Qualidade

Este sistema ocorreu com a compreensão de que o controle de

qualidade não podia ser realizado item por item, mas sim através de

amostragem, e deu aos inspetores ferramentas de trabalho tais como

estatísticas de amostragem e gráficos de controle. Este tipo de inspeção,

todavia, também conduziu à minimização da importância da engenharia da

qualidade do produto.

Por exemplo, num esquema de amostragem básico com um nível de

aceitação de 4%, o que ocorre é que se tem uma proporção de 96% de

produtos funcionais lançados no mercado com 4% de produtos defeituosos -

este é um risco bastante baixo para qualquer empresa/usuário - a menos, é

claro, que você seja um dos infelizes compradores do produto com defeito.

3.1.3 Pós-guerra

Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos continuaram a aplicar os

conceitos de inspeção e amostragem para remover produtos defeituosos das

linhas de produção. Todavia, havia muitos indivíduos tentando levar as

indústrias norte-americanas no rumo de uma abordagem mais colaborativa da

questão da qualidade.

Com o fim da II Guerra Mundial, os Estados Unidos enviaram o general

Douglas MacArthur para supervisionar a reconstrução do Japão. Durante este

período, o general MacArthur convidou dois indivíduos-chave para o

desenvolvimento dos conceitos modernos de qualidade: W. Edwards Deming e

o Dr. Joseph Moses Juran. Ambos promoveram os conceitos colaborativos de

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Page 12: Gestão de Qualidade

qualidade nos grupos empresariais e técnicos japoneses, e estes grupos

utilizaram estes conceitos no redesenvolvimento da economia japonesa.

3.1.4 Fins do século XX

No final do século XX, a tolerância extremamente baixa a falhas em

dispositivos tais como espaçonaves tripuladas, usinas nucleares ou

medicamentos de última geração, criaram abordagens extremamente refinadas

para o controle de qualidade que impuseram obstáculos elevados aos

gerenciadores de tais projetos.

3.1.5 Sete ferramentas do controle de qualidade

O controle de qualidade garante que as atividades de um programa ocorram

conforme planejado. As atividades de controle da qualidade também poderão

descobrir falhas no projeto e, assim, indicar mudanças que poderiam melhorar

a qualidade.Há sete ferramentas para o controle de qualidade:

1. Gráfico de Pareto.

Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as frequências das

ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas.

Mostra ainda a curva de percentagens acumuladas. Sua maior utilidade é a de

permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais

importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre os mesmos.

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Page 13: Gestão de Qualidade

2. Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de

Ishikawa).

O Diagrama de Ishikawa ou Espinha-de-peixe é uma ferramenta gráfica

utilizada pela Administração para o Gerenciamento e o Controle da Qualidade

(CQ) em processos diversos. Originalmente proposto pelo engenheiro químico

Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. Também é

conhecido como: diagrama causa-efeito, diagrama 4M, diagrama 5M e

diagrama 6M.

Em um diagrama 6M todos os tipos de problemas podem ser classificados

como sendo de seis tipos diferentes:

Método

Matéria-prima

Mão-de-obra

Máquinas

Medição

Meio ambiente

Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado

problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a

qualidade. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de

resposta de forma g ráfica e sintética.

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Page 14: Gestão de Qualidade

O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de

relações, que apresenta uma estrutura mais complexa, não hierárquica

3. Histogramas.

Na estatística, um histograma é uma representação gráfica da

distribuição de freqüências de uma massa de medições, normalmente um

gráfico de barras verticais.

O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em que

a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua altura à

respectiva freqüência. Quando o número de dados aumenta indefinidamente e

o intervalo de classe tende a zero, a distribuição de freqüência passa para uma

distribuição de densidade de probabilidades. A construção de histogramas tem

caráter preliminar em qualquer estudo e é um importante indicador da

distribuição de dados. Podem indicar se uma distribuição aproxima-se de uma

função normal, como pode indicar mistura de populações quando se

apresentam bimodais.

4. Folhas de verificação.

As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a

coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo,

eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos.

Além disso, elas evitam comprometer a análise dos dados.

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Page 15: Gestão de Qualidade

5. Gráficos de dispersão.

Um gráfico de dispersão constitui a melhor maneira de visualizar a relação

entre duas variáveis quantitativas. Coleta dados aos pares de duas variáveis

(causa/efeito) para verificar a existência real da relação entre essas variáveis.

6. Fluxogramas.

Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma

representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de

gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre

os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a

documentação dos passos necessários para a execução de um processo

qualquer. Ferramenta muito utilizada em fábricas e industrias para a

organização de produtos e processos.

O Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) utiliza do Fluxograma para

modelagem e documentação de sistemas computacionais.

7. Cartas de controle.

Carta de controle é um tipo de gráfico, comumente utilizado para o

acompanhamento durante um processo, determina uma faixa chamada de

tolerância limitada pela linha superior (limite superior de controle), uma linha

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Page 16: Gestão de Qualidade

inferior (limite inferior de controle) e uma linha média do processo, que foram

estatisticamente determinadas.

Realizada em amostras extraídas durante o processo, supõe-se distribuição

normal das características da qualidade. O objetivo é verificar se o processo

está sob controle. Este controle é feito através do gráfico. Tipos de Cartas de

Controle:

Controle por variáveis

Controle por atributos

Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser

resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer

trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas

ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou

especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial nos anos

60.

Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos

Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a todos,

especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente. Esse

aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável por muitos

dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses, e posteriormente muitos

dos produtos e serviços de classe mundial, durante as últimas três décadas.

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Page 17: Gestão de Qualidade

4. CICLO PDCA

O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, é um ciclo de

desenvolvimento que tem foco na melhoria contínua.

O PDCA foi introduzido no Japão após a guerra, idealizado por Shewhart

e divulgado por Deming, quem efetivamente o aplicou. Inicialmente deu-se o

uso para estatística e métodos de amostragem. O ciclo de Deming tem por

princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da

gestão, como por exemplo, na gestão da qualidade, dividindo-a em quatro

principais passos.

O PDCA é aplicado para se atingir resultados dentro de um sistema de

gestão e pode ser utilizado em qualquer empresa de forma a garantir o

sucesso nos negócios, independentemente da área de atuação da empresa.

O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de

ações planejadas são executadas, checa-se se o que foi feito estava de acordo

com o planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente), e toma-se

uma ação para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na

execução. Os passos são os seguintes:

Plan (planejamento): estabelecer uma meta ou identificar o problema

(um problema tem o sentido daquilo que impede o alcance dos

resultados esperados, ou seja, o alcance da meta); analisar o fenômeno

(analisar os dados relacionados ao problema); analisar o processo

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Page 18: Gestão de Qualidade

(descobrir as causas fundamentais dos problemas) e elaborar um plano

de ação.

Do (execução): realizar, executar as atividades conforme o plano de

ação.

Check (verificação) : monitorar e avaliar periodicamente os resultados,

avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado,

objetivos, especificações e estado desejado, consolidando as

informações, eventualmente confeccionando relatórios. Atualizar ou

implantar a gestão à vista.

Act (ação) : Agir de acordo com o avaliado e de acordo com os

relatórios, eventualmente determinar e confeccionar novos planos de

ação, de forma a melhorar a qualidade, eficiência e eficácia,

aprimorando a execução e corrigindo eventuais falhas.

4.1 Ciclo PDCA e as metas

Há dois tipos de metas:

Metas para manter;

Metas para melhorar;

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Page 19: Gestão de Qualidade

4.1.1 Metas para manter

Exemplos de metas para manter: Atender ao telefone sempre antes do

terceiro sinal. Estas metas podem também ser chamadas de "metas padrão".

Teríamos, então, qualidade padrão, custo padrão, prazo padrão, etc.

O plano para se atingir a meta padrão é o Procedimento Operacional

Padrão (POP). O conjunto de procedimentos operacionais padrão é o próprio

planejamento operacional da empresa.

O PDCA utilizado para atingir metas padrão, ou para manter os

resultados num certo nível desejado, pode então ser chamado de SDCA (S de

standard)..

4.1.2 Metas para melhorar

Exemplos de metas para melhorar: Reduzir o desperdício de 100 unidades

para 90 unidades em um mês ou Aumentar a produtividade em 15% até

dezembro.

De modo a atingir novas metas ou novos resultados, a "maneira de trabalhar"

deve ser modificada; por exemplo, uma ação possível seria modificar os

(Procedimentos Operacionais Padrão).

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Page 20: Gestão de Qualidade

5. GERENCIAMENTO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO

O Gerenciamento de Processos de Negócio ou Gestão de Processos de

Negócio é um conceito que une gestão de negócios e tecnologia da informação

com foco na otimização dos resultados das organizações através da melhoria

dos processos de negócio. São utilizados métodos, técnicas e ferramentas

para analisar, modelar, publicar, otimizar e controlar processos envolvendo

recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de informação.

5.1 BPM: visão Tecnologia da Informação

A utilização do BPM, ao longo dos últimos anos, vem crescendo de

forma bastante significativa, dada a sua utilidade e rapidez com que melhora os

processos nas empresas onde já foi implementado. A sua perspectiva de

crescimento é muito grande, visto que ainda é um conceito pouco conhecido,

principalmente no Brasil.

O termo 'processos operacionais' se refere aos processos de rotina

(repetitivos) desempenhados pelas organizações no seu dia-a-dia, ao contrário

de 'processos de decisão estratégica', os quais são desempenhados pela alta

direção. O BPM difere da remodelagem de processos de negócio, uma

abordagem sobre gestão bem popular na década de 90, cujo enfoque não

20

Page 21: Gestão de Qualidade

eram as alterações revolucionárias nos processos de negócio, mas a sua

melhoria contínua.

Adicionalmente, as ferramentas denominadas sistemas de gestão de

processos do negócio (sistemas BPM) monitoram o andamento dos processos

de uma forma rápida e barata. Dessa forma, os gestores podem analisar e

alterar processos baseado em dados reais e não apenas por intuição.

A alta direção da empresa pode enxergar, por exemplo, onde estão os

gargalos, quem está atrasando determinada tarefa, o quanto está atrasando e

com que freqüência isso ocorre; o percentual de processos concluídos e em

andamento, entre outros. Como conseqüência disto, fatores cruciais para o

bom desempenho de uma empresa podem ser analisados com extrema

facilidade e rapidez o que geralmente não ocorre com outras ferramentas que

não o BPM.

Além disso, as pessoas participantes do processo também são

beneficiadas: com o BPM, elas têm o seu trabalho facilitado uma vez que

recebem tarefas e devem simplesmente executá-las, sem preocupar-se com

para onde devem enviá-la, por exemplo, dado que o processo já foi desenhado

e todas as possíveis situações de seguimento deste já estão registradas. Além

disso, podem enxergar como foi o caminho realizado até a sua atividade e em

que status está. Os softwares responsáveis pela automação destas atividades

são chamados de Business Process Management Suites, ou BPMS.

21

Page 22: Gestão de Qualidade

5.2 BPM: visão Gestão de Negócios

Nos anos 80, a Gestão pela Qualidade Total estava no topo da lista de

prioridades das empresas em todo o mundo. Na década de 90, Michael

Hammer e James Champy lançaram o artigo "Don’t automate, obliterate" pela

Harvard Business Review. Esse artigo foi o marco da chamada onda de BPR

(Business Process Reengineering) ou Reengenharia de Processos.

Em 2006, Howard Smith e Peter Fingar lançaram o livro "Business

Process Management: The Third Wave" com os conceitos de Gerenciamento

de Processos de Negócios. O BPM se tornou então o assunto mais importante

nas empresas. Como especialistas em TI, os autores focaram o BPM como

sendo uma automação de processos através de ferramentas de software.

É importante ressaltar alguns pontos, em relação ao BPM, para os

gestores interessados em implantar o Gerenciamento de Processos de

Negócios para alavancar os resultados de suas empresas.

1) O BPM é uma metodologia de otimização de processos avançada, que se

desenvolveu e evoluiu a partir das experiências duas ondas anteriores (Gestão

pela Qualidade Total e BPR).

2) Os BPMS (ferramentas de sistema) não são o BPM (Gerenciamento de

Processos de Negócios). As ferramentas de software utilizadas para

automação dos processos são desejáveis, porém não devem ser o foco. O foco

deve ser a melhoria dos processos de negócios para que as organizações

22

Page 23: Gestão de Qualidade

possam alcançar os resultados esperados do negócio: lucratividade, satisfação

dos clientes, otimização de custos etc.

Outro ponto de atenção é que implantar o BPM (Gerenciamento de

Processos de Negócios) em uma empresa não é simples, não é rápido,

envolve mudança de comportamento das pessoas e comprometimento da alta

administração. Por último, o uso da metodologia de Gerenciamento de

Processos de Negócios se torna essencial para o sucesso de um projeto de

implantação de BPM. Não necessariamente se deve contratar uma consultoria

especializada, desde que os gerentes tenham conhecimento técnico suficiente

e a empresa coloque o BPM como prioridade.

O Business Process Management (BPM), ou Gerenciamento de

Processos de Negócios, tem como objetivo prover o alinhamento dos

processos de negócios com a estratégia (os processos são a execução da

estratégia), os objetivos e a cadeia de valor das organizações.

O Gerenciamento de Processos de Negócios utiliza as melhores práticas

de gestão, tais como: o mapeamento dos processos, a modelagem, a definição

do nível de maturidade, a documentação, o plano de comunicação, a

automação, o monitoramento através de indicadores de desempenho e o ciclo

de melhoria contínua. O objetivo é a melhoria contínua dos processos para se

atingir os resultados esperados.

Essas práticas aplicadas ajudam a maximizar os resultados e a

desempenho dos processos, e assim fazer que as organizações tenham

melhores resultados financeiros, vantagem competitiva, redução de custos,

23

Page 24: Gestão de Qualidade

otimização de recursos, aumento da satisfação dos clientes através de

produtos e serviços com um nível superior de qualidade.

São todas as atividades necessárias para realizar um produto/serviço

em uma empresa, incluindo as ferramentas necessárias, as tarefas das

pessoas envolvidas, os tempos e momentos de cada ação, os recursos, etc.

5.2.1 O papel das pessoas no BPM

Uma das vertentes do BPM é o foco nas pessoas (human-centric),

sendo estas o centro dos processos de negócio. Alguns BPMS vêm seguindo

esta corrente buscando oferecer aos usuários maior facilidade e flexibilidade no

uso, o que torna a experiência mais agradável, com ferramentas simples e

intuitivas.

5.3 Automação

A automação de processos de negócio é uma prática extremamente

eficaz. Quando se automatiza processos, rapidamente é possível obter-se um

controle mais rígido e adaptado às necessidades da empresa. É realizada

pelos BPMS (Business Process Management Suites) e têm baixo custo.

Algumas empresas comercializam os suites por processos, e não pelo pacote

completo, o que torna ainda mais acessível. Através da automação, um serviço

melhor é oferecido ao cliente, dada a rapidez e organização que a empresa

passará a apresentar. Além disso, terá seus custos reduzidos.

24

Page 25: Gestão de Qualidade

5.4 Modelagem

A modelagem de processos é feita no próprio BPMS. Alguns destes

seguem a notação mais usada atualmente, o BPMN (Business Process

Modeling Notation). Esta notação trata-se de uma série de ícones padrões para

o desenho de processos, o que facilita o entendimento do usuário. A

modelagem é uma etapa importante da automação pois é nela que os

processos são descobertos e desenhados. É nela também que pode ser feita

alguma alteração no percurso do processo visando a sua otimização.

5.5 Simulação

Após o desenho e o estabelecimento dos usuários responsáveis pela

conclusão de cada tarefa, pode ser feita uma simulação, onde se pode testar

se as regras pré-estabelecidas estão de acordo com o objetivo da empresa e

se as tarefas estão sendo encaminhadas para as pessoas corretas.

5.6 Execução

A execução do processo ocorre após as etapas anteriores já terem sido

realizadas. O BPMS utilizado faz que as tarefas sejam enviadas para os seus

devidos responsáveis, controlando o seu tempo de execução por pessoa e pelo

processo em geral. Podem ser utilizadas também regras de negócio (Business

Rules) pré-estabelecidas.

25

Page 26: Gestão de Qualidade

5.7 Controle

O controle ideal de BPM é aquele que está presente durante todas as

etapas do processo: antes, durante e depois. Desde o início da modelagem até

a análise pós-conclusão da execução, o controle deve ser realizado. Um tipo

de controle que existe em alguns BPMS são relatórios de fluxos em

andamento, onde é fornecido o status do fluxo, com quem está parado, há

quanto tempo está parado, etc. Isso é importante para evitar que os erros

sejam encontrados somente quando o processo é concluído. Há também

relatórios de fluxos concluídos, onde se pode ter uma noção geral de como se

desenvolveu o processo. Alguns softwares apresentam gráficos e relatórios

com bastantes detalhes dos processos.

5.8 Otimização

A otimização tem crucial importância quando se trata de BPM. É essencial para

que sejam feitas melhorias nos processos de modo a alcançar resultados

positivos mais rapidamente, melhorando o serviço aos clientes e,

possivelmente, com menores custos. Depende, obviamente, das etapas

anteriores, principalmente do controle, onde deve haver uma busca pela

perfeição.

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Page 27: Gestão de Qualidade

6. ISO 9000

A expressão ISO 9000 designa um grupo de normas técnicas que

estabelecem um modelo de gestão da qualidade para organizações em geral,

qualquer que seja o seu tipo ou dimensão.

A sigla "ISO" refere-se à International Organization for Standardization,

organização não-governamental fundada em 1947, em Genebra, e hoje

presente em cerca de 157 países. A sua função é a de promover a

normatização de produtos e serviços, para que a qualidade dos mesmos seja

permanentemente melhorada.

Esta família de normas estabelece requisitos que auxiliam a melhoria

dos processos internos, a maior capacitação dos colaboradores, o

monitoramento do ambiente de trabalho, a verificação da satisfação dos

clientes, colaboradores e fornecedores, num processo contínuo de melhoria do

sistema de gestão da qualidade. Aplicam-se a campos tão distintos quanto

materiais, produtos, processos e serviços.

A adoção das normas ISO é vantajosa para as organizações uma vez

que lhes confere maior organização, produtividade e credibilidade - elementos

facilmente identificáveis pelos clientes -, aumentando a sua competitividade

nos mercados nacional e internacional. Os processos organizacionais

necessitam ser verificados através de auditorias externas independentes.

27

Page 28: Gestão de Qualidade

7. ISO 9001:2008

A versão atual da norma foi aprovada no fim do ano de 2008.

Esta nova versão foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a

família da ISO 14000, e as alterações realizadas trouxeram maior

compatibilidade para as suas traduções e conseqüentemente um melhor

entendimento e interpretação de seu texto.

Outra importante alteração nesta versão foi a sub-cláusula 1.2 que introduz o

conceito de exclusões. Esta cláusula permite que requisitos da norma que não

sejam aplicáveis devido a características da organização ou de seus produtos

sejam excluídos, desde que devidamente justificados. Desta forma, garante-se

o caráter genérico da norma e sua aplicabilidade para qualquer organização,

independente do seu tipo, tamanho e categoria de produto.

7.1 Critérios para a normatização

As normas foram elaboradas por meio de um consenso internacional

acerca das práticas que uma empresa deve tomar a fim de atender plenamente

os requisitos de qualidade total. A ISO 9000 não fixa metas a serem atingidas

pelas organizações a serem certificadas; as próprias organizações é quem

estabelecem essas metas.

Uma organização deve seguir alguns passos e atender a alguns requisitos

para serem certificadas. Dentre esses podem-se citar:

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Page 29: Gestão de Qualidade

Padronização de todos os processos-chave da organização, processos

que afetam o produto e conseqüentemente o cliente;

Monitoramento e medição dos processos de fabricação para assegurar a

qualidade do produto/serviço, através de indicadores de desempenho e

desvios;

Programar e manter os registros adequados e necessários para garantir

a rastreabilidade do processo;

Inspeção de qualidade e meios apropriados de ações corretivas quando

necessário; e

Revisão sistemática dos processos e do sistema da qualidade para

garantir sua eficácia.

Um "produto", no vocabulário da ISO, pode significar um objeto físico, ou

serviço, ou software.

A International Organization for Standardization publicou em 2004 um artigo

que dizia: "Atualmente as organizações de serviço representam um número

grande de empresas certificadas pela ISO 9001:2000, aproximadamente 31%

do total".

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Page 30: Gestão de Qualidade

7.2 Os elementos da ISO 9001

A cópia das normas é vedada. A "ISO 9001:2000 Sistema de gestão da

qualidade novo — Requisitos" é um documento de aproximadamente 30

páginas, disponível nos órgãos representantes em cada país, descrito em itens

como abaixo:

Página 1: Prefácio

Página 1 a 3: Introdução

Página 3: Objetivo e campo de aplicação

Página 3: Referência normativa

Página 3: Termos e definições

Página 4 a 12: Requisitos

o Seção 4: Sistema de Gestão da Qualidade

o Seção 5: Responsabilidade da Direção

o Seção 6: Gestão de Recursos

o Seção 7: Realização do Produto

o Seção 8: Medição, análise e melhoria

Páginas 13 a 20: Tabelas de correspondência entre a ISO 9001 e outras

normas

Páginas 21: Bibliografia

30

Page 31: Gestão de Qualidade

Os seis procedimentos documentados obrigatórios da norma são:

Controle de Documentos (4.2.3)

Controle de Registros (4.2.4)

Auditorias Internas (8.2.2)

Controle de Produto/ Serviço não-conformes (8.3)

Ação corretiva (8.5.2)

Ação preventiva (8.5.3)

Em acréscimo aos requisitos da ISO 9001:2000 é necessário definir e

implementar uma "Política da Qualidade" e um "Manual da Qualidade" embora

isso não queira dizer que eles sejam os únicos documentos necessários. Cada

organização deve avalizar o seu processo por inteiro e estabelecer as

necessidades de documentação de acordo com as características das suas

atividades.

7.3 Terminologia

Ação corretiva - ação para eliminar a causa de uma não-conformidade

identificada ou de outra situação indesejável;

Ação preventiva - ação para eliminar a causa de uma potencial não-

conformidade;

Cliente - organização ou pessoa que recebe um produto;

Conformidade - satisfação com um requisito;

31

Page 32: Gestão de Qualidade

Eficácia na medida em que as atividades planejadas foram realizadas e

obtidos os resultados planejados;

Eficiência - relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados;

Fornecedor - organização ou pessoa que fornece um produto;

Política da Qualidade - conjunto de intenções e de orientações de uma

organização, relacionadas com a qualidade, como formalmente

expressas pela gestão superior;

Procedimento - modo especificado de realizar uma atividade ou um

processo;

Processo - conjunto de atividades inter-relacionadas e interatuantes que

transformam entradas em saídas;

Produto - resultado de um processo;

Qualidade - grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de

características intrínsecas;

Requisito - necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita

ou obrigatória;

Satisfação de clientes - percepção dos clientes quanto ao grau de

satisfação dos seus requisitos;

Sistema de Gestão da Qualidade - sistema de gestão para dirigir e

controlar uma organização no que respeita à qualidade.

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Page 33: Gestão de Qualidade

7.4 Resumo em linguagem informal

Os elementos descritos abaixo são alguns dos aspectos a serem

abordados pela organização no momento da implementação da ISO

9001:2000, lembrando sempre que alguns desses requisitos variam de acordo

com o tamanho e ramo de atividade da empresa.

Deve ser feita a análise de todo processo e garantir a padronização,

monitoramento e documentação de todo o processo que tem influência no

produto.

Responsabilidade da direção: requer que a política de qualidade seja

definida, documentada, comunicada, implementada e mantida. Além

disto, requer que se designe um representante da administração para

coordenar e controlar o sistema da qualidade.

Sistema da qualidade: deve ser documentado na forma de um manual e

implementado também.

Análise crítica de contratos: os requisitos contratuais devem estar

completos e bem definidos. A empresa deve assegurar que tenha todos

os recursos necessários para atender às exigências contratuais.

Controle de projeto: todas as atividades referentes à projetos

(planejamento, métodos para revisão, mudanças, verificações, etc.)

devem ser documentadas.

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Page 34: Gestão de Qualidade

Controle de documentos: requer procedimentos para controlar a

geração, distribuição, mudança e revisão em todos os documentos

codificados na empresa.

Aquisição: deve-se garantir que as matérias-primas atendam às

exigências especificadas. Deve haver procedimentos para a avaliação

de fornecedores.

Produtos fornecidos pelo cliente: deve-se assegurar que estes produtos

sejam adequados ao uso.

Identificação e rastreabilidade do produto: requer a identificação do

produto por item, série ou lote durante todos os estágios da produção,

entrega e instalação.

Controle de processos: requer que todas as fases de processamento de

um produto sejam controladas (por procedimentos, normas, etc.) e

documentadas.

Inspeção e ensaios: requer que a matéria-prima seja inspecionada (por

procedimentos documentados) antes de sua utilização.

Equipamentos de inspeção, medição e ensaios: requer procedimentos

para a calibração/aferição, o controle e a manutenção destes

equipamentos.

Situação da inspeção e ensaios: deve haver, no produto, algum

indicador que demonstre por quais inspeções e ensaios ele passou e se

foi aprovado ou não.

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Page 35: Gestão de Qualidade

Controle de produto não-conformes: requer procedimentos para

assegurar que o produto não conforme aos requisitos especificados é

impedido de ser utilizado inadvertidamente.

Ação corretiva: exige a investigação e análise das causas de produtos

não-conformes e adoção de medidas para prevenir a reincidência destas

não-conformidades.

Manuseio, armazenamento, embalagem e expedição: requer a

existência de procedimentos para o manuseio, o armazenamento, a

embalagem e a expedição dos produtos.

Registros da qualidade: devem ser mantidos registros da qualidade ao

longo de todo o processo de produção. Estes devem ser devidamente

arquivados e protegidos contra danos e extravios.

Auditorias internas da qualidade: deve-se implantar um sistema de

avaliação do programa da qualidade.

Treinamento: devem ser estabelecidos programas de treinamento para

manter, atualizar e ampliar os conhecimentos e as habilidades dos

funcionários.

Assistência técnica: requer procedimentos para garantir a assistência à

clientes.

Técnicas estatísticas: devem ser utilizadas técnicas estatísticas

adequadas para verificar a aceitabilidade da capacidade do processo e

as características do produto.

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Page 36: Gestão de Qualidade

7.5 NBR ISO no Brasil

A família de normas NBR ISO 9000:1994 (9001, 9002 e 9003) foi cancelada

e substituída pela série de normas ABNT NBR ISO 9000:2000, que é composta

de três normas:

ABNT NBR ISO 9000:2005: Descreve os fundamentos de sistemas de

gestão da qualidade e estabelece a terminologia para estes sistemas.

ABNT NBR ISO 9001:2008: Especifica requisitos para um Sistema de

Gestão da Qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua

capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do

cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis, e objetivos aumentar

a satisfação do cliente.

ABNT NBR ISO 9004:2010: Fornece diretrizes que consideram tanto a

eficácia como a eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo

desta norma é melhorar o desempenho da organização e a satisfação

dos clientes e das outras partes interessadas.

Não existe certificação para as normas ABNT NBR ISO 9000:2000 e ABNT

NBR ISO 9004:2000.

8. CONCLUSÂO

36

Page 37: Gestão de Qualidade

A preocupação com a qualidade tornou-se um tópico extremamente importante

após o forte estímulo advindo dos competidores japoneses, em escala

internacional, e no caso brasileiro devido à queda das barreiras alfandegárias

protecionistas e a série ISO-9000. Isto tem resultado em uma proliferação de

programas e técnicas, bem como em uma infinidade de companhias, de todos

os portes que citam a preocupação com a qualidade como fundamental para o

sucesso competitivo das mesmas.

A gestão de qualidade total, enquanto meio de atuação dos gestores

organizacionais, busca desenvolver nos sistemas de operações das empresas

condições que possibilitam responder às demandas atuais, criando vantagens

competitivas duradouras, nos segmentos de mercado onde atuam. Para tanto,

as estratégias de competitividade que sofrem a influência deste modelo de

gestão, permitem alcançar diretamente a obtenção de produtos sem erros;

entregas rápidas aos consumidores; introdução de novos produtos de novos

produtos em prazos adequados; operação em família de produtos, grande o

suficiente para satisfazer os desejos dos clientes; habilidade em mudar

quantidades ou datas de entrega conforme solicitado pelo cliente; habilidade de

produzir a custo competitivo; dentre outros aspectos.

9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Page 38: Gestão de Qualidade

http://www.scielo.br/pdf/gp/v1n2/a01v1n2.pdf, Site disponível no dia 08 de Maio

de 2011;

http://www.marliverni.com.br/materiais/TCC/Artigo%20%20Gestao

%20empresarial%20-%20Diag..pdf, Site disponível no dia 08 de Maio de 2011;

http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C02-art04.pdf, Site disponível no

dia 07 de Maio de 2011;

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