gestão das operações produtivas

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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DA DISCIPLINA DISCIPLINA: ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PUBLICO Código: 988Z MAURICIO MANOEL DE OLIVEIRA – RA:A94JIC-6 1

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UNIP Universidade Paulista

UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CINCIAS SOCIAIS E COMUNICAO

CURSO DE ADMINISTRAO

TRABALHO DE CONCLUSO DA DISCIPLINA

DISCIPLINA: ECONOMIA E GESTO DO SETOR PUBLICOCdigo: 988Z

MAURICIO MANOEL DE OLIVEIRA RA:A94JIC-6SO PAULO

2015

MAURICIO MANOEL DE OLIVEIRA RA:A94JIC-6TRABALHO DE CONCLUSO DA DISCIPLINA

DISCIPLINA: ECONOMIA E GESTO DO SETOR PUBLICOCdigo: 988Z

Trabalho de Concluso da Disciplina

(TCD) apresenta como exigncia para

avaliao do curso de Administrao

da Universidade Paulista, sob orientao

do coordenador do curso.

Orientador: SANDRA CASTILHO

SO PAULO

2015

SUMRIO

INTRODUO........................................................................................................... 4

1. Fundamento do Estado, das Formas e das Funes do Governo...................................................................................................................... 5

1.1 Estado, Governo e Sociedade........................................................ 5

1.2 Teoria da Burocracia............................................................................................. 6

1.3 Paradigmas da Convivncia Social....................................................................... 92. Conceitos Bsicos................................................................................................ 102.1 Finanas Pblicas............................................................................................... 12

2.2 O caso Brasil.................................................................................. 12

2.2.1 Industrializao no Brasil e a formao da classe mdia urbana12

2.2.2 Capital Estrangeiro Privado ....................................................... 13

2.2.3 Argumentos a favor e contra o capital estrangeiro..................... 14

2.2.4 Efeitos Polticos e econmicos ................................................... 15

2.2.5 Sugestes para diminuir a dependncia Brasileira..................... 16

3. As Falhas de Mercado.......................................................................................... 16

3.1 Externalidades............................................................................... 16

3.2 Bens Pblicos................................................................................ 19

3.1 Teoria da Regulao...................................................................... 20CONSIDERAES FINAIS...................................................................................... 21BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 22

INTRODUO

Esta primeira unidade da disciplina de Economia e Gesto do Setor Pblico tem o objetivo de apresentar, de forma panormica, pois no so o foco do nosso curso, as razes da criao do Estado e da sua forma de administrao atravs de um governo, isto , esclarecendo o conceito de Estado-Nao atravs da sua forma povo, territrio e governo. J na segunda parte desta unidade, veremos as principais teorias das finanas pblicas, ou seja, estudaremos e analisaremos os principais instrumentos utilizados pelo Estado e seu governo para regular a economia de tal forma que venha a buscar o bem-estar econmico e social daquele Estado. Na ltima parte, iremos rever essas teorias e conceitos, porm, pela tica do Estado brasileiro, que utilizou esses instrumentos para construir o mercado interno e sua industrializao, por consequncia, o mercado de trabalho e sua urbanizao. 1 Fundamento do Estado, das Formas e das Funes do Governo.1.1 Estado, Governo e Sociedade.I A Poltica pode ser definida como a atividade social que se propem a garantir pela fora fundada geralmente no direito, a segurana externa e a concrdia de uma sociedade;

II Foi criada pelos homens como o modo pela qual pudessem expressar suas diferenas e conflitos, sem transform-los em guerra.

III Pode ser entendida como o modo pelo qual a sociedade internamente dividida, discute e decide para aprovar e rejeitar as aes que dizem respeito a todos os seus membros. Poltica a cincia do Estado.Os trs poderes no Brasil: (...) da essncia da democracia que os Poderes interfiram uns nos outros, pondo em movimentao um sistema de freios e contrapesos concebido para moderar excessos e assegurar direitos. A to propalada independncia dos Poderes no deve ser confundida com autonomia plena". (Folha de So Paulo de 28/11/2005)

Trs Poderes A existncia de trs Poderes e a idia que haja um equilbrio entre eles, de modo que cada um dos trs exera certo controle sobre os outros sem dvida uma caracterstica das democracias modernas. A noo da separao dos poderes foi intuda por Aristteles, ainda na Antigidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. Sua formulao definitiva, porm, foi estabelecida por Montesquieu, na obra "O Esprito das Leis", publicada em 1748, e cujo subttulo "Da relao que as leis devem ter com a constituio de cada governo, com os costumes, com o clima, com a religio, com o comrcio, etc.." preciso que, pela disposio das coisas, o poder retenha o poder", afirma Montesquieu, propondo que os poderes executivo, legislativo e judicirio sejam divididos entre pessoas diferentes. Com isso, o filsofo francs estabelecia uma teoria a partir da prtica que verificara na Inglaterra, onde morou por dois anos. A influncia da obra de Montesquieu pode ser medida pelo fato de a tripartio de poderes ter se tornado a regra em todos os pases democrticos modernos e contemporneos.

Executivo e Legislativo

Posto isto, cabe agora identificar melhor cada um desses poderes e esclarecer as suas funes. Em primeiro lugar, pode-se citar o poder Executivo que, em sentido estrito, o prprio Governo. No caso brasileiro - uma repblica presidencialista - o poder Executivo constitudo pelo Presidente da Repblica, supremo mandatrio da nao, e por seus auxiliares diretos, os Ministros de Estado.

O poder Executivo exerce principalmente a funo administrativa, gerenciando os negcios do Estado, aplicando a lei e zelando pelo seu cumprimento. Alm disso, o Executivo tambm exerce, em tese de modo limitado, a atividade legislativa atravs da edio de medidas provisrias com fora de lei e da criao de regulamentos para o cumprimento das leis (...).Ora, fazer leis ou legislar a funo bsica do poder Legislativo, isto , o Congresso Nacional. Composto pelo Senado e pela Cmara dos Deputados, o Congresso tambm fiscaliza as contas do Executivo, por meio de Tribunais de Contas que so seus rgos auxiliares, bem como investiga autoridades pblicas, por meio de Comisses Parlamentares de Inquritos (CPIs). Ao Senado federal cabe ainda processar e julgar o presidente, o vice-presidente da Repblica e os ministros de Estado no caso de crimes de responsabilidade, aps a autorizao da Cmara dos Deputados para instaurar o processo.

O poder Judicirio

J o poder Judicirio tem, com exclusividade, o poder de aplicar a lei nos casos concretos submetidos sua apreciao. Nesse sentido, cabe aos juzes garantir o livre e pleno debate da questo que ope duas ou mais partes numa disputa cuja natureza pode variar - ser familiar, comercial, criminal, constitucional, etc. -, permitindo que todos os que sero afetados pela deciso da Justia expor suas razes e argumentos.

A Constituio da Repblica Federativa do Brasil em seu Ttulo 4o - Da Organizao dos Poderes estabelece minuciosamente todas as questes a esse respeito e, apesar da linguagem nem sempre ser muito simples ou acessvel, deve ser consultado por quem quiser conhecer pormenorizadamente o papel daqueles que nos governam.1.2 Teoria da Burocracia Origens da Teoria da Burocracia

A burocracia uma forma de organizao humana que se baseia na racionalidade, isto , na adequao dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, a fim de garantir a mxima eficincia possvel no alcance desses objetivos.

Max Weber (1864-1920), socilogo alemo, foi o criador da Sociologia da Burocracia. Seu principal livro, para o propsito deste estudo, A tica Protestante e o Esprito de Capitalismo.

Max Weber afirma que o moderno sistema de produo, eminentemente racional e capitalista se originou da tica protestante: o trabalho rduo e o ascetismo proporcionando a poupana e reaplicao das rendas excedentes, em vez de seu dispndio para o consumo.

Weber notou que o capitalismo, a organizao burocrtica e a cincia moderna constituem trs formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanas religiosas ocorridas inicialmente em pases protestantes.

A Teoria da Burocracia e o Pensamento Administrativo

A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administrao ao redor dos anos 40, em funo, principalmente, dos seguintes aspectos:

- A fragilidade e parcialidade da Teoria Clssica e da Teoria das Relaes Humanas;

- A necessidade um modelo de organizao racional aplicvel no somente fbrica, mas a todas as formas de organizao, principalmente s empresas;

- O tamanho e complexidade crescentes das empresas;

- O ressurgimento da Sociologia da Burocracia.

Bases da Teoria da Burocracia

O conceito central da Teoria da Burocracia a autoridade legal, racional ou burocrtica. Os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um conjunto de preceitos ou normas que consideram legtimos e dos quais deriva o comando.

A obedincia no devida a alguma pessoa em si, mas a um conjunto de regulamentos legais previamente estabelecidos.

O aparato administrativo que corresponde dominao legal a burocracia. A posio dos funcionrios (burocratas) definidas por regras impessoais e escritas, que delineiam de forma racional a hierarquia os direitos e deveres inerentes a cada posio, os mtodos de recrutamento e seleo, etc.

A burocracia a organizao tpica da sociedade moderna democrtica e das grandes empresas. Atravs do contrato ou instrumento representativo da relao de autoridade dentro da empresa capitalista, as relaes de hierarquia nela passam a constituir esquemas de autoridade legal.

Weber notou a proliferao de organizaes de grande porte que adotaram o tipo burocrtico de organizao, concentrando os meios de administrao no topo da hierarquia e utilizando regras racionais e impessoais, visando mxima eficincia.

Fatores principais para o desenvolvimento da moderna burocracia:

- O desenvolvimento de uma economia monetria;

- O crescimento das tarefas administrativas do Estado Moderno;

- A superioridade tcnica do tipo burocrtico de administrao.

Caractersticas da Burocracia

- Carter legal das normas e regulamento.

- Carter formal das comunicaes.

- Carter racional e diviso do trabalho.

- Impessoalidade nas relaes.

- Hierarquia da autoridade.

- Rotinas e procedimentos padronizados.

- Competncia tcnica e meritocracia.

- Especializao da administrao.

- Profissionalizao dos participantes.

- Completa previsibilidade do funcionamento.

Vantagens da Burocracia

Para Weber, comparar os mecanismos burocrticos com outras organizaes como comparar a produo da mquina com modos no mecnicos de produo. s vantagens da burocracia so:

- Racionalidade em relao ao alcance dos objetivos da organizao;

- Preciso na definio do cargo e na operao;

- Rapidez nas decises;

- Unicidade de interpretao;

- Uniformidade de rotinas e procedimentos;

- Continuidade da organizao atravs da substituio do pessoal afastado;

- Reduo do atrito entre as pessoas;

- Subordinao dos mais novos aos mais antigos;

- Confiabilidade.

Nessas condies, o trabalho profissionalizado, o nepotismo evitado e as condies de trabalho favorecem a moralidade econmica e dificultam a corrupo.

A eqidade das normas burocrticas assegura a cooperao entre grande nmero de pessoas, que cumprem as regras organizacionais, porque os fins alcanados pela estrutura total so altamente valorizados.

Dilemas da Burocracia

Fragilidade da estrutura burocrtica (dilema tpico): presses constantes de foras exteriores e enfraquecimento gradual do compromisso dos subordinados com as regras burocrticas.

A capacidade para aceitar ordens e regras como legtimas, principalmente quando contrariam os desejos da pessoa, exige uma autodisciplina difcil de manter.

Assim, as organizaes burocrticas apresentam uma tendncia a se desfazerem, seja na direo carismtica, seja na tradicional, onde as relaes disciplinares so mais naturais e afetuosas e menos separadas das outras.

Existem chefes no burocrticos: indicam e nomeiam os subordinados, estabelecem as regras, resolvem os objetivos que devero ser atingidos. Geralmente so eleitos ou herdam sua posio, como, por exemplo, os presidentes, os diretores e os reis.

Esses chefes (no-burocrticos) da organizao desempenham o importante papel de estimular a ligao emocional e mesmo irracional dos participantes com a racionalidade.

A identificao com uma pessoa, um lder ou um chefe influi psicologicamente, reforando o compromisso com a organizao (imagem concreta/ afetuosa).

A ausncia ou morte de um chefe no burocrtico da organizao - nico indivduo perante o qual as identificaes so pessoais, e no burocrticas - provoca uma crise, a chamada crise de sucesso, que geralmente acompanhada de um perodo de instabilidade.

Disfunes da Burocracia

Ao estudar as conseqncias previstas (ou desejadas) da burocracia que a conduzem mxima eficincia, notou tambm as conseqncias imprevistas (ou indesejadas): as disfunes da burocracia, que so basicamente as seguintes:

- Exagerado apego aos regulamentos;

- Excesso de formalismo e de papelrio;

- Resistncia a mudanas;

- Despersonalizao do relacionamento;

- Categorizao como base do processo decisrio;

- Superconformidade s rotinas e procedimentos;

- Exibio de sinais de autoridade;

- Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o pblico;

Concluso: crticas burocracia

Com essas disfunes, a burocracia torna-se esclerosada, fecha-se ao cliente, que o seu prprio objetivo e impede totalmente a inovao e a criatividade.

As causas das disfunes da burocracia residem basicamente no fato de que a burocracia no leva em conta a chamada organizao informal, que existe fatalmente em qualquer tipo de organizao, nem se preocupa com a variabilidade humana (diferenas individuais entre as pessoas), o que necessariamente introduz variaes no desempenho das atividades organizacionais.

A organizao informal surge como uma conseqncia da impossibilidade prtica de se padronizar completamente o comportamento humano nas organizaes.

Esta aparece como um fator de imprevisibilidade das burocracias, pois o sistema social racional puro de Weber pressupe que as reaes e o comportamento humano sejam perfeitamente previsveis, uma vez que tudo estar sob o controle de normas racionais e legais, escritas e exaustivas.

Em face da exigncia de controle que norteia toda a atividade organizacional que surgem as conseqncias imprevistas da burocracia.

1.3 Paradigmas da Convivncia Social A convivncia Social bastante complexa, pois exigem inmeros requisitos como tolerncia, compreenso, pacincia, respeito; Dessa maneira a relao entre as pessoas se d de forma conjunta. Entretanto, observa-se que o mtuo, na maioria das vezes se d de forma distorcida, conturbada e desequilibrada.

Criar uma sociedade na quais todos possam viver em harmonia, sem falta de respeito e de compreenso e onde sempre haver paz uma tarefa impossvel de ser realizada. Desta maneira, o homem precisou se organizar criando normas para garantir, ao menos, uma convivncia social bsica. Garantindo assim direitos como a integridade fsica e moral e deveres como tolerncia racial e respeito ao sexo oposto (...) (Thas Andrade). comum algumas pessoas terem desentendimentos ou apatias a outras, muitas vezes alguns recorrem a atitudes violentas para tentar resolver seus eventuais problemas, fato considerado crime judicial. Para evitar esse modo de agresso o homem criou leis nas quais so proibidas investidas contra a integridade fsica e moral de qualquer cidado, independente de raa, cor ou sexo.

A forma de organizao do homem criando as leis uma conquista na vida social das pessoas. Sem elas haveria uma enorme desorganizao e a falta de respeito e moral contra o prximo aconteceria de forma incontrolvel. As leis so bens que precisam ser preservados e seguidos para que haja uma humanidade mais segura e unida (...) (Ricardo Portobello, 2008).Democracia e Cidadania A democracia no se refere somente ordem no poder do Estado, mas devem existir em todas as relaes sociais, econmicas, polticas e culturais. Comea na relao entre os indivduos de uma sociedade, passa pela famlia, igreja, empresas, instituies da sociedade civil e culmina no Estado.

Os princpios da Democracia:

Liberdade: O que acontece com sua falta e o que se pode fazer em sua presena;

Igualdade: O direito de todos e a luta sem fim para acabar com a desigualdade;

Solidariedade: O dever de ajudar quem estiver em dificuldades; Riqueza da Diversidade: O potencial de cada indivduo unido em pr de todos; Fora da Participao: Todos Juntos construindo o futuro.Participao PolticaUma das finalidades da Democracia a participao do povo, que tem no voto a principal forma de representao poltica, que no Brasil um direito e um dever do cidado.

( Uma pessoa = 1 voto (todos iguais!).2. Conceitos Bsicos

2.1 Finanas Pblicas

Trata dos gastos do setor pblico e das formas de financiamento desses gastos

Banco Central: Todo pas utiliza seu banco central para manter a economia em funcionamento. Bancos Centrais controlam os dados econmicos e ajustam a base monetria e as taxas de juros para manter a economia na direo certa. Ele muito mais que um banco nacional, que simplesmente emite dinheiro. Alm de coordenar a poltica monetria, ele faz s vezes de supervisor do sistema bancrio, um banco dos bancos.

Fundo Monetrio Internacional (FMI): Objetivo regular o sistema monetrio internacional. o banco central dos bancos centrais

Oramento: o instrumento que define quanto e em que o governo deve gastar, dada receita prevista. Tem durao de 12 meses e coincide com o ano civil. Os ministrios da Fazenda e do Planejamento fazem, em conjunto, uma estimativa dos recursos que o governo dever receber e fixam a despesa com o mesmo valor.

Excesso de recursos? Novos gastos / Faltam de recursos? Cortam-se Gastos

Quem faz? Lei das Diretrizes Oramentrias = Legislativo e Judicirio mandam para o Executivo que elabora o oramento da Unio e manda para o Congresso aprovar

Poltica Fiscal: A poltica fiscal refere-se ao poder de um governo de usar os impostos e gastos pblicos para influenciar a economia. Um governo pode estimul-la aumentando os gastos, por exemplo, para criar empregos e incentivar a produo.

Trata da administrao das receitas e despesas do governo

A difcil tarefa da sustentabilidade da dvida

Base Monetria: Consiste em todas as notas e moedas em circulao, mais o dinheiro das contas bancrias (contas correntes e depsitos em contas de poupana).

Funes do governo: um governo possui funes locativas, distributivas, estabilizadoras e reguladoras.

funo locativa: relaciona-se alocao de recursos por parte do governo a fim de oferecer bens pblicos (ex. rodovias, segurana), bens semi-pblicos (ex. educao e sade), desenvolvimento (ex. construo de usinas), etc.;

funo distributiva: a redistribuio de rendas realizada atravs das transferncias, dos impostos e dos subsdios governamentais. Um bom exemplo a destinao de parte dos recursos provenientes de tributao ao servio pblico de sade, servio o qual mais utilizado por indivduos de menor renda.

funo estabilizadora: a aplicao das diversas polticas econmicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos.

funo reguladora: regula a atividade econmica por meio de legislao, normas administrativas e com a criao de agncias reguladoras.

Teoria da tributao: Tributo dinheiro retirado compulsoriamente dos contribuintes, em virtude de qualquer acrscimo em sua renda ou patrimnio, para tornar possvel a execuo das polticas de governo. Como a atividade tributria envolve tirar dinheiro da economia, o Governo precisa ser muito cuidadoso para no interferir nas decises de investimento e alocao de recursos por parte das pessoas e empresas. Como intuito de se aproximar de um sistema tributrio ideal, que busque interferir o mnimo possvel na economia, foram desenvolvidos alguns princpios tericos para nortear o fenmeno da tributao.

Pelo princpio da equidade, cada indivduo deve contribuir com uma quantia "justa"; pelo principio da progressividade, as alquotas devem aumentar medida que so maiores os nveis de renda dos contribuintes; pelo princpio da neutralidade, a tributao no deve desestimular o consumo, produo e investimento; e, por fim, pelo princpio da simplicidade, o clculo, a cobrana e a fiscalizao relativa aos tributos devem ser simplificados a fim de reduzir custos administrativos.

O gasto pblico: Embora muito se tivesse ouvido dizer sobre reduo de gastos governamentais e reduo do "tamanho" do Estado, a sua participao na economia de extrema importncia, e inmeras so as funes desempenhadas. Fica difcil decidir onde sero feitos os cortes: se na sade, educao, defesa, policiamento, justia ou, enfim, no investimento econmico-social.

Temos observado um fenmeno de crescente participao do gasto pblico no PIB em todas as principais economias mundiais. Esse fato historicamente explicado pelo envelhecimento da populao e pelo processo de urbanizao. importante ressaltar que a elevao do gasto pblico tem sido total ou parcialmente compensada com elevao tributria, no causando grandes impactos no percentual da dvida dobre o produto interno.

2.2 O caso Brasil

2.2.1 Industrializao no Brasil e a formao da classe mdia urbana

1. Perodo ou "Proibio" (1500 1800): Pelas regras da poltica econmica mercantilista, durante o perodo colonial, nenhuma atividade produtiva que competisse com as atividades da metrpole (Portugal) ou prejudicasse os interesses comerciais coroa, poderia ser implantada no Brasil.( Somente pequenas empresas que no competissem com as de Portugal.

( Alm da concorrncia, poderia tornar a colnia independente financeiramente criando a possibilidade da independncia poltica.

( Ex. Em 1785, a indstria txtil bsica ao processo de industrializao, foi proibida de existir no Brasil pela coroa portuguesa.

2. Perodo (1800 1930): Os principais perodos de crescimento da indstria ocorreram durante crises internacionais.

Em 1808 (invaso Napoleo em Portugal) Com a vinda da famlia real portuguesa ao Brasil, os portos se abrem a produtos estrangeiros (principalmente ingleses) a taxas de importao muito baixas, que s foram elevadas em 1844.

Entre 1861 1865 (Guerra Civil Americana) houve o crescimento da cultura do algodo no Brasil e o crescimento da indstria txtil.

Entre 1914 1918 (Primeira Guerra Mundial)

( Predomina indstria de bem de consumo e economia agrria.

( Fim da escravido: Lei Eusbio de Queirs 1850 (fim do trfico de escravos internacional), Lei do Ventre Livre 1871 (eram livres os filhos) e Lei urea 1888 (fim da escravido).

3. Perodo (1930 a 1956): O perodo comea com a Crise Econmica Mundial (1929), mas principalmente com a revoluo de 30 (Getlio Vargas), que afastou as oligarquias agrrias tradicionais e priorizou a industrializao do Brasil, restringindo a entrada de imigrantes e valorizando o trabalhador nacional.

( Decadncia do caf aumentou o xodo rural para as cidades criando um mercado consumidor urbano.

O terceiro perodo passa tambm pela Segunda Guerra Mundial (sem concorrncia e com parte da produo sendo transferida a outros pases) e termina com o Segundo governo Vargas, marcado pelo populismo, controle da economia e estimulo da produo interna.

Ao final da guerra havia a indstria automobilstica nacional, e o desenvolvimento da indstria siderrgica, etc.. Ex. CSN (1946).

Durante o segundo governo Vargas, criou-se o BNDES (1952), a Petrobrs (1954), etc..

4. Perodo (1956 at hoje): O perodo teve incio com o Plano de Metas do Governo Juscelino (energia e transporte) e se intensificou com o capital estrangeiro (incentivado pelo governo) na forma de multinacionais. Na dcada de 60, houve uma diversificao da produo industrial e a partir da dcada de 70 um gradual aumento da capacidade aquisitiva (atravs do crdito).

Em 1979 pela primeira vez a exportao de produtos industrializados ultrapassa a de bens primrios. A dcada de 80 foi marcada pela preocupao com a inflao, e a de 90 com a austeridade fiscal e monetria como forma de estabilizar a economia.

Ditadura gastou muito dinheiro, e a economia sofreu tab. com problemas de ordem poltica.

Em 1970, a maioria da populao brasileira era urbana e com a ascenso da classe mdia, aumentou tab. seu poder poltico (atravs de sindicatos de classes e associaes bairros). Cada vez mais mdicos, advogados, professores, engenheiros, artistas, jornalistas, etc.

Consumista e globalizada (mdia e alta) X pobre (baixa)

Desafio da indstria globalizada a gerao de tecnologia de ponta nacional. Da sociedade sair do estado de convulso social

2.2.2 Capital Estrangeiro Privado

"O capital estrangeiro privado corresponde, no caso dos investimentos e comrcio, as megaempresas multinacionais; no caso dos financiamentos, os megabancos; e no caso do capital especulativo, os megafundos de penso. Em sua esmagadora maioria, essas mes entidades tm sede nos pases desenvolvidos, que se encontram no centro do sistema econmico internacional e no centro das estruturas hegemnicas de poder". (Guimares, 2000)

Questes relacionadas ao capital estrangeiro privado

Capital visto como sem ptria, abundante, progressista e capaz de tudo resolver, desde que no se coloquem restries ao seu movimento.

Volatilidade: O movimento de um preo ou de outra medida em determinado perodo a volatilidade desse preo ou medida. levada em conta tanto a frequncia quanto quantidade do movimento. A volatilidade de aes, ttulos, commodities e ndices um fator importante na determinao de sua colocao no mercado. Os investidores em aes pagam menos por uma ao extremamente voltil, porque ela implica maior risco.

( Direo e velocidade que o capital vai se movimentar.

( Ex. Ao de uma empresa que varia de preo frequentemente e amplamente em qualquer direo altamente voltil.

Vocao especulativa, sem orientao em direo produo:

Capital alocado sem a inteno de gerar lucro via trabalho ou produo, diferente do capital de produo, onde o investimento feito diretamente em pessoas, equipamentos e outros bens, de modo que o trabalho gere valor, e o valor gere lucro.

Capital especulativo aquele que compra 'um sistema' esperando sua valorizao, e vende logo aps.

( Especular antever, olhar mais longe. Qualquer um especula. Se um vendedor de refrigerante compra uma latinha por um real e vende por dois reais na praia, ele est especulando que algum ir comprar s pela convenincia de no ter que sair da areia para comprar.

Capital estrangeiro privado no Brasil

"Acreditando na igualdade de capitais, o Brasil, promoveu radical desregulamentao de seus movimentos, inclusive privilegiando ostensivamente o capital estrangeiro. A desregulamentao foi acompanhada por poltica comercial de ampla abertura, caracterizada, do lado da importao, pela imprudncia e, do lado da exportao, pela passividade, combinada com uma poltica de cmbio valorizado e de juros elevados. Como resultado desse conjunto de polticas a gravssima crise externa latente de pagamentos em que se debate no Brasil, com suas consequncias internacionais: recesso, desemprego, violncia e inquietao poltica". (Guimares, 2000)

2.2.3 Argumentos a favor e contra o capital estrangeiro

Capital estrangeiro, poupana e formao de capitais.(Capital estrangeiro permitiria aumentar o total de poupana disponvel para investimento no pas, acelerando o desenvolvimento nacional.

(Incertezas polticas e econmicas fazem com que empresas procurem altas taxas de lucro em curto prazo, enviando lucros gerados ao exterior, no investindo na capacidade de produo instalada e no emprego no Brasil.

Capital estrangeiro e a mo-de-obra( Empresa estrangeira seria superior por expandir a demanda global de trabalho, aumentar a remunerao da mo-de-obra, qualificando-a em novas tecnologias.

( Investimento estrangeiro pode reduzir a demanda global por trabalhadores ao eliminar empresas concorrentes. Ao procurar altas taxas de lucro em pases subdesenvolvidos, os salrios so menores (Produo), quando comparados ao do pas sede das empresas (Pesquisa e Desenvolvimento). A modernizao tecnolgica tambm pode levar a perda de empregos.

A empresa estrangeira e o desenvolvimento cientfico e tecnolgico(Empresa estrangeira promoveria a transferncia de tecnologia das economias avanadas, evitando investimentos vultosos em cincia e tecnologia.

( O pouco apoio estatal a pesquisa privada nacional, vai concentrar a pesquisa e desenvolvimento nos pases de origem, aumentando a dependncia tecnolgica, tirando a competitividade internacional.

( Quando falamos em R&D: Mo de obra especializada (Altos salrios = consumo interno maior), investimentos em educao e tecnologia.

( Constatamos isso ao pequeno registro de patentes no Brasil.

( O que leva a outra questo: Pagamento de Patentes.

( Poucas empresas brasileiras conseguem competir no mercado internacional.

Capital estrangeiro, modernizao empresarial e concorrncia.( Empresas estrangeiras contribuiriam para modernizar as prticas empresariais nos pases subdesenvolvidos, tornando-as mais competitivas e eficientes, aumentando a concorrncia e gerando efeitos positivos sobre o emprego.

( Ao mdio e longo prazo, a concorrncia tende a ser absorvida ou eliminada.

( Simplesmente utilizando o argumento de que as empresas internacionais tendem a serem maiores, tecnolgica e financeiramente.

( Mercados menores significam produtos mais caros, competio restrita a poucas empresas e presso inflacionria.

A empresa estrangeira e a balana comercial

( Empresas estrangeiras podem contribuir para a expanso dos mercados externos e a produo nacional.

( Aquisio de matria prima estrangeira pode desarticular produtores locais. De forma geral, empresas estrangeiras tendem a contribuir mais para o aumento das importaes do que das exportaes, colaborando de forma negativa para a balana comercial.( Parte crescente do comrcio exterior brasileiro comrcio interfiram (filial e matriz) com preos declarados escriturais (para fins tributrios e cambiais) e no de mercado (reduzindo os preos de importao e exportao artificialmente).

2.2.4 Efeitos Polticos e econmicos

Desnacionalizao excessiva da economia;

Transferncia para o exterior dos centros de deciso da atividade econmica

( Estamos falando de estratgias globais de investimento, uso de tecnologia, mo-de-obra, etc.

Capacidade limitada de enfrentar, orientar, estimular ou punir uma filial de uma empresa internacional, se compara a uma empresa nacional;

Aumento das articulaes burocrticas dos lobbies junto aos Poderes

Ausncia de vnculos profundos e legtimos dos executivos e lderes trazendo severos prejuzos sociedade.

( Conhecimento sobre a sociedade brasileira torna-se ainda mais complicado, aumentando os esteretipos sobre o Brasil.

2.2.5 Sugestes para diminuir a dependncia Brasileira

Acordos comerciais justos;

Combate a corrupo e a burocracia;

Regras e normas quanto movimentao de capital;

Investimentos maiores das empresas estrangeiras na capacidade produtiva;

Investimentos de empresas estrangeiras em pesquisa cientfica e tecnolgica no Brasil;

Aquisio de partes e componentes de produtores instalados no Brasil;

Benefcios fiscais

Aumento da exportao;3. As Falhas de Mercado

3.1 Externalidades

Fonte: Texto adaptado de Antnio de Oliveira Marques (economista e mestrando da Universidade Federal de Roraima) em http://www.ufrr.br/coordenadoria-de-imprensa/artigos/externalidadesAs externalidades so atividades que envolvem a imposio involuntria de custos (externalidades negativas) ou de benefcios (externalidades positivas) sobre terceiros, sem que estes tenham oportunidade de impedir, sem que tenham a obrigao de pagar ou que tenham o direito de serem indenizados.

Segundo Mancou, a externalidade o impacto das aes de uma pessoa sobre o bem-estar de outras que no tomam parte da ao (2007, p. 204). Uma caracterstica prpria das externalidades a de serem bens/servios que so valorizados pelas pessoas, mas no so negociados no mercado, ou seja, no so computados no preo final.

Quando o custo social da ao excede o custo privado, ocorre uma externalidade negativa. E quando os benefcios sociais so maiores que os benefcios privados, ocorrem o que chamamos de externalidade positiva. No quadro abaixo exemplifico algumas externalidades positivas e negativas.

Quadro 1 Exemplos de externalidades positivas e negativas numa indstriaExternalidades positivasExternalidades negativas Progresso tecnolgico e cientfico

Lixo despejado por indstrias nos rios e mares

Descontaminao do rio de uma cidade por uma empresa interessada em sua utilizao no processo produtivo.

Poluio do ar

Salrios e a consequente melhora da economia local

Lixo e sucata composto de produtos velhos, quebrados ou sem utilidade. (responsabilidade compartilhada com consumidores)

Uma economia baseada no sistema de mercado regula as relaes entre os agentes econmicos atravs do sistema de preos para atingir o equilbrio. Na presena de externalidades, este mecanismo no funciona e o equilbrio no atingido. Esse desequilbrio causa ineficincia, o que faz com que os mercados aloquem de forma ineficiente os recursos disponveis.

As externalidades identificam um tipo de falha de mercado, que normalmente ocorrem devido inexistncia de direitos de propriedade sobre os recursos. Os direitos de propriedade definem quem possui o direito de utilizar os recursos.

Apesar dos recursos serem escassos e possurem usos alternativos, os indivduos apenas os consideraro recursos se tiverem de pagar pela sua utilizao. Quando ocorre uma externalidade, no se paga pela sua utilizao, por isso no ser considerado como recurso.

Para eliminar as externalidades podemos adotar as solues pblicas ou solues privadas. As solues tm como objetivo elevar a alocao de recursos o mais prximo do timo social. Na figura 1 podemos observar as opes para eliminar as externalidades.

Figura 1 solues para eliminar as externalidadesAs solues privadas podem ocorrer atravs de cdigos morais, das instituies filantrpicas ou atravs de interesse das partes envolvidas. Para alguns casos a soluo ocorre atravs de vrias formas de negociao. Para o economista Ronald Coase, o mercado privado pode ser bastante eficaz em algumas circunstncias. Segundo o teorema de Coase, se os agentes econmicos privados puderem negociar sem custo a alocao de recursos, o mercado privado sempre solucionar o problema das externalidades e alocar recursos com eficincia.

Teorema de Coase: o setor privado pode resolver entre si o problema das externalidades. Independente da distribuio inicial de direitos legais, as partes interessadas podem sempre chegar a um acordo onde no quais todos saem melhor e o resultado eficiente.

Dentro das solues privadas, quando no possvel solucionar o problema das externalidades via negociao, torna-se necessrio recorrer aos tribunais, que concede o direito de propriedade a uma das partes e obriga a outra a negociar com a parte detentora de direitos. Nem sempre as solues privadas conseguem eliminar as externalidades, pois em alguns casos, para a efetivao da negociao, as partes incorrem em custos durante o processo (custos de transao).

Quando no possvel eliminar as externalidades atravs das solues privadas, o governo pode tentar resolver isso atravs de polticas de comando e controle ou polticas baseadas no mercado. Uma soluo baseada no comando e controle a regulamentao, que torna obrigatrio ou proibido determinado tipos de comportamento.

As solues de polticas baseadas no mercado so os impostos e subsdios de Pegou e as licenas negociveis. O imposto de Pegou refere-se tributao instituda pelo governo para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa, de maneira que os agentes econmicos levem em considerao os efeitos externos de suas aes (internalizao de uma externalidade). Outra soluo a utilizao das licenas negociveis, que limita a quantidade de licenas disponveis para determinada atividade estabelecendo um limite de gerao de externalidade, que pode ser negociado no mercado.

3.2 Bens Pblicos

Fonte: Texto adaptado de WebJur em http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Administrativo/Bens_P_blicos.htmTrs conceitos para bens pblicos

((I) Teoria das Trocas: bens pblicos so aqueles cuja utilizao no se pode individualizar porque esto colocados, simultaneamente, disposio de todos os indivduos; II) Teoria Organista do Estado: bens pblicos so aqueles que satisfazem necessidades coletivas e que, colocados disposio pelo Estado, proporcionam bem-estar aos indivduos; III) Teoria Institucional: bens pblicos so aqueles que esto sendo atualmente supridos pelo Estado ou est sob sua influncia direta, qualquer que seja sua essncia direta ou natureza scio-poltica.

Assim, bens pblicos so todos aqueles que integram o patrimnio da Administrao Pblica direta e indireta. Todos os demais so considerados particulares. O artigo 99 do Cdigo Civil utilizou o critrio da destinao do bem para classificar os bens pblicos.

Bens de uso comum: So aqueles destinados ao uso indistinto de toda a populao. E: Mar, rio, rua, praa, estradas, parques (art. 99, I do CC).

O uso comum dos bens pblicos pode ser gratuito ou oneroso, conforme for estabelecida por meio da lei da pessoa jurdica a qual o bem pertencer (art. 103 CC). E: Zona azul nas ruas e zoolgico - o uso desses bens pblicos oneroso.

Bens de uso especial: So aqueles destinados a uma finalidade especfica. E: Bibliotecas, teatros, escolas, fruns, quartel, museu, reparties publicas em geral (art. 99, II do CC).

Bens dominicais: No esto destinados nem a uma finalidade comum e nem a uma especial. Constituem o patrimnio das pessoas jurdicas de direito pblico, como objeto de direito pessoal ou real, de cada uma dessas entidades (art. 99, III do CC).

Regime Jurdico

Os bens pblicos no podem ser alienados (vendidos, permutados ou doados), salvo excees (E: interesse pblico), o que caracteriza a inalienabilidade. Alm disso, caracterstica dos bens pblicos (imveis pblicos, urbanos e rurais) a imprescritibilidade que impedem que sejam adquiridos por usucapio. Tambm caracterstica dos bens pblicos a impenhorabilidade que impedem que sejam eles oferecidos em garantia para cumprimento das obrigaes contradas pela Administrao junto a terceiros.

Uso dos bens pblico competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios zelar pela guarda da Constituio, das leis e das instituies democrticas e conservar o patrimnio pblico (art. 23, I da CF). Os Municpios podero constituir guardas municipais destinadas proteo de seus bens, servios e instalaes, conforme dispuser a lei (art. 144, 8 da CF).

Instrumento para transferncia do uso do bem publica para particulares

O uso dos bens pblicos pode ser feito pela prpria pessoa que detm a propriedade ou por particulares, quando for transferido o uso do bem pblico. Tal transferncia se da atravs de autorizao (curta durao Ex. Obra, fechamento da rua por um final de semana, etc.), permisso de uso (mdio prazo Ex. Banca de Jornal, mesas e cadeiras de um bar na rua) e concesso de uso (prazo determinado Ex. Lanchonete em Zoolgico, restaurante em Aeroportos, etc.).

3.3 Teoria da Regulao

Fonte: Texto adaptado da tese de Ps Graduao Instituies regulatrias do transporte rodovirio intermunicipal de passageiros: O caso das agncias reguladoras estaduais brasileiras por Contran Gaifone Neto (UERJ).A regulao com frequncia falha porque os reguladores so melhores

em criar e anunciar regras do que fazer com que sejam cumpridas,

Ou porque quem regulado consegue driblar as regulaes.

Allan Meier Professor de Economia da Universidade Carnegie MelloO Estado moderno, como resultado de sua evoluo histrica, assume duas formas distintas de orientao: (I) a liberal e (II) a social.

O Estado liberal caracteriza-se pelo apoio ordem capitalista, limitando as suas intervenes nos campos social e econmico, estimulando a auto regulao da sociedade em suas diversas esferas.

O Estado social, por outro lado, assume uma natureza intervencionista, voltada para a reduo dos desajustes socioeconmicos decorrentes dos momentos de crise do sistema capitalista. A regulao estatal emerge como medida preventiva contra os abusos de mercado, envolvendo a ao do poder executivo por meio de rgos pblicos orientadores da ao da livre iniciativa.Regulao assim definida como atividade normativa pela qual o governo condiciona, corrige e altera os parmetros naturais e espontneos do mercado, impondo determinadas exigncias ou requisitos atuao dos agentes econmicos.

A interveno do Estado nas atividades econmicas em uma economia de mercado justifica-se pelo fato de esse mercado apresentar disfunes denominadas falhas de mercado, que o fazem se afastar dos paradigmas de eficincia produtiva e eficcia locativa. So elas:

concorrncia imperfeita: monoplios e oligoplios, ou seja, a tendncia de aumentarem os preos e reduzirem a produo, ou de praticarem discriminao entre seus clientes;

externalidades: Custos sociais no se refletem integralmente nos preos;

excesso de competio: Caso dos monoplios naturais, onde s se permite a permanncia de um nmero reduzido de fornecedores, que sero sujeitos a fixao de preos e quantidade produzida;

falhas de informao: o bom funcionamento de um mercado competitivo pressupe que os consumidores possuam informaes satisfatrias sobre os bens e servios a adquirir, o que frequentemente no acontece. Assim, a interveno do Estado tida como meio para produzir as informaes necessrias.

outras razes: escassez de determinados bens essenciais, desigualdade no poder de negociao, razes de interesse estratgico-militar, etc.

Dentro da reestruturao administrativa proposta pelo governo, surge figura da Agncia Reguladora de Servios Pblicos, ocupando espao importante na execuo de polticas setoriais e sendo, na qualidade de figuras centrais da regulao econmica e da fiscalizao, objeto de grande discusso nacional sobre sua funo, estrutura organizacional e eficcia na consecuo dos objetivos almejados pelo pas: melhoria da qualidade dos servios prestados, universalizao desses servios, aumento da produtividade a partir da competio entre os agentes e o repasse de parte dos ganhos econmicos setoriais para os usurios traduzidos em tarifas adequadas s polticas formuladas.

CONSIDERAES FINAIS

Antes de adentrar as vises sobre planejamento e implementao de polticas pblicas no Brasil, convm retomar um debate importante ainda no campo internacional, que a diferena entre pases desenvolvidos e em desenvolvimento. Conforme observou Oliveira, A diviso em desenvolvido e em desenvolvimento tem em suas razes a premissa, que nunca foi testada, de que as condies e o processo de planejamento nos dois tipos de pases so substancialmente diferentes (2006, p. 195).

As diferenas so atribudas basicamente a trs fatores: polticoinstitucionais; capacidade financeira; capacidade tcnica. Sobre os aspectos poltico-institucionais, as dificuldades dos pases em desenvolvimento existem porque, em grande parte deles, o Estado ainda uma estrutura em formao, oriunda de um processo de independncia recente ou ainda em fase de redemocratizao (o Brasil, nesse caso, representa uma exceo e por isso ser tratado em separado). Logo, um pas que apresenta um sistema poltico ainda frgil enfrenta maiores problemas ao definir as tarefas de planejamento e implementao de polticas em geral e no s as econmicas.

J sobre capacidade financeira, esta tem sido a maneira mais direta e comum de explicar as falhas de polticas pblicas, visto que boa parte dos pases em desenvolvimento passou por crises financeiras, de dvida externa ou inflacionria que limitaram recursos e estrangularam o oramento pblico. Por fim, a capacidade tcnica, o que inclui no s recursos humanos, equipamentos, mas tambm a existncia de rgos competentes, um fator aparentemente de menos peso, mas que recentemente tem se mostrado importante, haja vista a polmica que forma na definio de responsabilidades entre os rgos da administrao pblica. Um exemplo dessa situao so as agncias reguladoras: a sua ausncia ruim, mas a sua existncia sem as definies de polticas ainda pior. No Brasil, esse um caso tpico, em que h ainda muitos conflitos de jurisdio e distribuio de responsabilidades.BIBLIOGRAFIA1) Finanas Pblicas, por Carlos A. Silva Tmez e Jos Jayme Moraes Jr. - Editora Elsevier

2) http://www.masterconcurso.com.br/pdf/garridoneto/Aula_2_Financas_Publicas.pdf (Prof. Garrido Neto)

3) Capital Nacional e Capital Estrangeiro por Samuel Pinheiro Guimares em Estudo Avanado Vol 14 N. 39. So Paulo Maio/Agosto 2000.4) QUEIROZ, R. B. Formao e gesto de polticas pblicas. 3 ed. Curitiba: IBPEX, 2011.5) DOWBOR, Ladislau. Democracia econmica. Petrpolis: Vozes, 2008. A reproduo social volume II. Poltica econmica e social: os desafios do Brasil. Petrpolis: Vozes, 2003. 6) VARIAN, Hal R. Microeconomia: princpios bsicos. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2006.

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