gestÃo da qualidade na fabricaÇÃo de osb

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GESTO DA QUALIDADE NA FABRICAO DE OSB Francisca Julia Frana Ferreira de Melo.(1); Mauro Augusto Demarzo (2); Flvio Picchi (3) (1) Departamento de Arquitetura e Construo - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] (2) Departamento de Estruturas - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e UrbanismoUniversidade Estadual de Campinas, Brasil [email protected] (3) Departamento de Arquitetura e Construo - Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo- Universidade Estadual de Campinas, Brasil - [email protected] RESUMO O aumento da competitividade no mercado vm demonstrando uma crescente preocupao com a qualidade e produto final, bem como um maior interesse nos benefcios que um Sistema de Gesto da Qualidade agrega aos servios e produtos da Indstria como um todo. Dentre os painis derivados de madeira de reflorestamento, o OSB (Oriented Strand Board) que possui uma considervel resistncia, e que, portanto indicado para construo civil, vem apresentando crescimento em sua produo. Neste contexto, o trabalho teve como objetivo apresentar aspectos especficos importantes a serem observados em um Sistema de Qualidade na fabricao de OSB. Para tanto, foi realizado estudo em uma empresa do setor, atravs de entrevista semi-estruturada, visita e anlise de documentao observando aspectos especficos de controle da garantia da qualidade utilizados. O trabalho identificou aspectos particulares a serem observados, baseados neste estudo de caso, bem como na anlise dos itens da ISO 9001-2000 e discusso de aspectos particulares do processo de fabricao de OSB. Como resultado obtido, sugerem-se recomendaes que sejam teis para a implantao de um Sistema de Gesto da Qualidade em empresas fabricantes de OSB ou de processos semelhantes. Palavras-chave: Gesto da Qualidade, OSB, Construo civil. ABSTRACT The increase of the competitiveness in the market comes demonstrating to a growing concern with the quality and end item, as well as a bigger interest in the benefits that a Quality Management System adds to the services and products of the Industry as a whole. Amongst the panels derived wooden from reforestation, OSB (Oriented Strand Board) that it possess a considerable resistance, and that, therefore is indicated for civil construction, comes presenting growth in its production. In this context, the work had as objective to present important specific aspects to be observed in a Quality System in the OSB manufacture. For in such a way, study in a company of the sector was carried through, through halfstructuralized interview, visit and analysis of documentation observing specific aspects of used guarantee control of the quality. The work identified particular aspects to be observed, established in this study of case, as well as in the analysis of the item of the ISO 9001-2000 and quarrel of particular aspects of the process of OSB manufacture. As gotten result, are suggested recommendations that are useful for the implantation of a System of Management of the Quality in companies manufacturers of OSB or similar processes. Keywords: Quality Management, OSB, civil construction 1 INTRODUO Ser eficiente significa produzir com melhor qualidade, cumprir prazos e custos estabelecidos, ser comprometido com a satisfao do cliente. Para tanto necessrio adotar um Sistema gesto da Qualidade como estratgia de produo. Embora algumas empresas tenham implementado o SGQ, ainda assim apresentam considerveis nveis de perda em seu processo de produo; e h tambm aquelas que

conseguem um bom desempenho apresentando previsibilidade em seus processos, adotando a melhoria contnua como filosofia. O presente trabalho teve como objetivo apresentar aspectos especficos importantes a serem observados em um Sistema de Qualidade na fabricao de OSB. No Brasil, os primeiros ensaios de silvicultura de pinus obtiveram sucesso em meados de 1960. Com o incentivo fiscal do Governo federal para o plantio de florestas de crescimento rpido, nos anos seguintes houve uma maior oferta de matria-prima, atraindo assim as indstrias de painis de madeira. Sob a visvel influncia do padro japons de organizao, na dcada de 1990, empresas produtoras passaram de um padro de competio individualizada para padres que unem cooperao e competio, subsidiadas em critrios de eficincia coletiva (FLEURY, 1999). A produo de painis base de madeira, com capacidade de produo de 5,2 milhes de m, obteve um faturamento de 840 milhes em 2004 (ABIPA, 2007). Com estes valores possvel verificar a importncia deste setor na economia nacional. Em 1978 teve incio a fabricao de OSB nos Estados Unidos. O Brasil ingressou no seleto grupo de paises produtores deste material mais de duas dcadas depois. Em dezembro de 2001, uma grande fbrica chilena do setor florestal implantou a primeira fbrica de OSB do pas, sendo produzido e comercializado em larga escala em 2002. As chapas OSB so produzidas de partculas de madeira tipo strand com a impregnao de resina a prova dgua e parafina, orientadas numa direo durante o processo de deposio e consolidados por meio de prensagem quente. A geometria das partculas strand, a sua orientao e formao em trs camadas (face centro face), conferem s chapas OSB maior resistncia mecnica (flexo esttica) e melhor estabilidade dimensional (Cloutier, 1998 apud Mendes, L. M. et al). De acordo com ABIMCI os painis em madeira, no Brasil, so distribudos em dois grandes grupos denominados slidos (compensados) e reconstitudos (aglomerado, MDF, OSB e chapa de fibra). Existem diferentes tipos de OSB adequados a diferentes nveis de solicitao e diferentes condies ambientais. A orientao quanto ao uso de OSB em aplicaes estruturais pautada nas normas ENV 12872 e EN 13986. A EN 300 define os seguintes quatro tipos de OSB, em termos da sua performance mecnica e resistncia umidade: OSB/1 Placas para usos gerais e placas para componentes interiores, incluindo mobilirio, utilizadas em ambiente seco. OSB/2 - Placas para fins estruturais utilizadas em ambiente seco. OSB/3 - Placas para fins estruturais utilizadas em ambiente mido. OSB/4 - Placas para fins estruturais especiais utilizadas em ambiente mido. 2 OBJETIVO Como acima citado, o presente trabalho teve como objetivo apresentar aspectos especficos importantes a serem observados em um Sistema de Qualidade na fabricao de OSB. 3 METODOLOGIA O mtodo de pesquisa envolveu estudo de caso exploratrio, realizado por meio de entrevistas semiestruturadas aplicadas aos Supervisores do Sistema de Gesto Integrada, de Qualidade Assegurada e Tcnica de Produto. As questes abordadas foram abertas e fechadas. O estudo de caso foi baseado na entrevista que abordou os seguintes tpicos: - Caracterizao da Empresa; - Sistema de Gesto da Qualidade Funcionamento; - Documentao. - Caracterizao da Empresa. A empresa em estudo lder na Amrica Latina na produo e comercializao de painis de madeira para mveis e arquitetura de interiores e nica fabricante de OSB no Brasil. A empresa conta

com 14 fbricas no Chile, Argentina, Brasil, Venezuela e Mxico. Todas elas possuem certificaes ISO 14001 para gesto ambiental, OHSAS 18001 sade e segurana; e ISO 9001 e FSC em algumas das fbricas. A fbrica em estudo est situada em Ponta Grossa no Paran e possui todas as certificaes citadas acima e utiliza um Sistema Gesto Integrada. A princpio a ISO 9001 no era prioridade, uma vez que o mercado internacional de exportao de painis de madeira exige a ISO 14001 e OHSAS 18001.Com estas duas normas implantadas, se tornou mais fcil implementar a ISO 9001 e integrar todo o sistema da fbrica. A companhia se sustenta tanto em seus produtos e servios como tambm no seu sistema de gesto baseado no desenvolvimento sustentvel, que tem como objetivo assegurar o mximo valor empresa por meio de prticas que contribuam para a reputao da marca, para diminuir os riscos sociais ou ambientais e que possam contribuir positivamente com as reas onde ela se desenvolve. A fbrica em estudo possui as seguintes certificaes: FSC (Florest Stwardship Council) operaes florestais, manejo florestal sustentvel; ISO 9001: gesto da qualidade; ISO 14001: gesto ambiental; OHSAS 18001: segurana e sade ocupacional; CE: CE marking; E-1: norma europia (EN120) que mede a emisso de formaldedo nas placas de madeira. O formaldedo compe tanto a madeira como os adesivos dos painis. Agora o Brasil tambm tem a normatizao atravs da NBR 15.316-1. TECO: somente o OSB Home (indicado para Construo de edificaes no sistema a seco) certificado pela TECO (Timber Engineering Company), empresa americana certificadora de produtos de madeira para uso na construo civil. A TECO foi fundada em 1933 nos Estados Unidos. Hoje atua em vrios pases da Europa, sia e Amricas do Norte, Central e do Sul. O selo TECO garante a qualidade e desempenhos esperados do OSB. O OSB segue os padres de fabricao determinados pela EN 300 (Norma Europia), DIN 688002 (Norma Alem) e CSA 0325 (Norma Canadense). - Sistema de Gesto da Qualidade Funcionamento A poltica adotada nos negcios baseada em um sistema que busca, de maneira integral e simultnea, obter os ndices mais elevados de qualidade em seu desempenho nas reas social, ambiental e financeira, esperando sempre que as duas ltimas reas beneficiem economicamente a empresa. A fbrica em estudo possui Sistema de Gesto Integrada e baseia-se em um modelo de Gesto PDCA e tem como filosofia a Gesto de Melhoria Contnua, buscando a garantia do planejamento e coordenao do processo e obteno de melhoria contnua do SGI, considerando os seus mtodos sistmicos e mtodos estratgicos. O organograma administrativo da fbrica dividido da seguinte forma:

Figura 1. Organograma administrativo

A fbrica realiza um monitoramento mensal de seus resultados e aes, onde os requisitos de anlise de dados dos indicadores contemplam a anlise e gerenciamento mensal de aes pelos gestores e pela Direo; a divulgao peridica aos colaboradores e, ainda, um relatrio conclusivo anual de melhoria. A anlise de melhoria contnua feita tambm nas reunies de anlise crtica pela Direo. O Sistema de Gesto da fbrica possui comits de Melhoria Contnua com reunies peridicas, onde os indicadores de processo so analisados criticamente por cada diretoria juntamente com seus respectivos gestores. O procedimento correspondente realizao de produto OSB obedece ao seguinte fluxograma.

Figura 2. Fluxograma de produo.

Sempre na troca de produto, ou seja, na troca do tipo de OSB, os operadores da linha final de produo fazem a medio das dimenses do produto para garantir que aquilo que foi especificado est sendo atendido. feito o check-list em toda linha de material lixado, isto inclui os produtos de MDF, de melamina por impregnao e OSB. Esta checagem feita pelos analistas. A empresa opera em 3 turnos, sendo que fica um analista por turno responsvel pela anlise dos painis avaliando todo o material que sai da prensa e acompanhando o processo; e um outro analista fica responsvel pela anlise de assuntos especficos como a emisso de formol e outros durante apenas o horrio administrativo. Em um outro laboratrio, um analista fica responsvel pelo recebimento de matria-prima e tambm pela anlise de toda a parte qumica, no caso do OSB feita a anlise da resina. A empresa

apresenta em todas as suas unidades fabris a produo de painis com baixa emisso de formaldedo baseados em requisitos exigidos pela norma europia E-1. - Documentao Todo o Sistema de Gesto Integrada da fbrica documentado e segue a estrutura de pirmide, com subdiviso de 4 nveis. Onde o Manual de Gesto Integrada (MGI) ocupa o 1 nvel, denominado nvel estratgico; o Procedimento de Gesto (PR) ocupa o 2 nvel, denominado nvel gerencial onde acontece a definio de todo o processo; Documentos Operacionais no 3 nvel representando as atitudes a serem tomadas com o detalhamento das atividades; e por fim o 4 nvel que representa os Registros do Sistema, o que evidencia o SGI. Todas as etapas que constituem a documentao so importantes. a partir dos processos existentes, gerados pelos grupos do Sistema de Gesto da Fbrica, que vo ser definidos os procedimentos de trabalho por meio de instrues de trabalho (IT), planos (PL) e Tabelas (TB). Toda ao e documentao da empresa apresentam registro e as atualizaes destes documentos so disponibilizadas de duas formas, por meio eletrnico disponvel no sistema e por meio de pastas com cpias controladas que podem ser encontradas nas reas de trabalho. A cpia original da documentao fica guardada na gerncia. As modificaes so analisadas por um funcionrio e aprovadas pelo gerente do setor, no caso o gerente do setor de OSB. Todo esse processo de documentao confere a empresa maior rastreabilidade de seus processos e procedimentos, podendo promover um plano de monitoramento e ainda um plano de reao para promover a melhoria contnua. 4 REVISO DE LITERATURA 4.1 Normas e Instituies regulamentadoras da qualidade em produtos de madeira beneficiada Existem vrios tipos de normas prescritas para a regulamentao de produtos da madeira. As normas mais conhecidas so a ASTM (American Society of Testing Norma Americana), DIN (Deutsches Institut Fr Normung Norma Alem), CEN (European Committee for Standardization Norma Europia), ABNT (Associao Brasileira de Norma Tcnica Norma Brasileira). Junto s Normas esto as Associaes brasileiras regulamentadoras da Qualidade de produtos de Madeira; a ABIPA (Associao Brasileira de Painis de Madeira) rene os fabricantes de painis de madeira reconstituda e promove gestes visando o estabelecimento de normas para a padronizao e classificao dos painis de madeira industrializada; a ABIMCI (Associao Brasileira da Indstria de Madeira Processada Mecanicamente) agrupa entre seus associados, empresas do setor de base florestal, incluindo empresas ligadas s atividades de silvicultura, a indstria de painis e laminados de madeira, madeira serrada, compensados, pisos, molduras, componentes, portas e outros produtos. 4.2 Vantagens de um SGQ na Indstria Madeireira Segundo a ABIMC (2003) as principais vantagens esto relacionadas reduo de produtos descartados, reduo do consumo de adesivo, aumento da produtividade, melhoria da qualidade do produto final e conseqentemente a reduo dos custos com produo. Se a base da qualidade de uma empresa tem como fundamento a integrao entre as reas envolvidas, as equipes de trabalho precisam estar conectadas entre si e hierarquicamente ligadas. O estgio mais avanado do pensamento produtivo capaz de definir e orientar o melhor caminho para criatividade, que deve ser vista como um objetivo a ser alcanado e no como mais uma propriedade das equipes (Gomes et al. 1998). Para que haja um Sistema de Gesto da Qualidade satisfatrio necessrio um controle da qualidade do processo como um todo para assegurar a integridade do produto final. Controle o processo que objetiva ajustar o produto durante a execuo de acordo com o planejado. VALERIANO (1998) caracteriza o Controle de Qualidade em quatro etapas: - Acompanhamento: monitorar a aquisio de dados ou conformaes em andamento; - Avaliao: comparar a situao rela com a planejada, identificar desvios, alternativas de correo;

- Deciso: selecionar alternativas de correo e determinar providncias a serem tomadas; - Retroalimentao: Ao sobre a execuo e, se necessrio, um replanejamento. 4.3 Programa Nacional de Qualidade da Madeira PNQM A ABIMCI, no ano de 1999, deu incio ao desenvolvimento do sistema nacional de certificao de compensado de pinus. Para desenvolver o sistema foi criado o Programa Nacional de Qualidade do Compensado - PNQC, tendo como objetivo principal disponibilizar ao mercado produtos com especificaes conhecidas, fabricados com parmetros controlados. Para definir as polticas e estratgias do Programa, bem como para assegurar independncia das atividades de certificao e da credibilidade do processo, foi criado o Conselho Nacional de Qualidade da Madeira - CNQM. Os estatutos do Conselho estabelecem que o mesmo totalmente independente e que seus membros so escolhidos entre as partes interessadas no assunto. O Conselho constitudo por representantes dos grupos de produtores; agentes da cadeia de comercializao e distribuio; associao de consumidores; universidades e institutos de pesquisa e fornecedores de insumos. A certificao efetuada a cada seis meses, entretanto, as empresas podem ser auditadas a qualquer momento, a critrio do Conselho ou quando h registro de reclamaes dos consumidores e/ou evidncias de que o produtor certificado no esteja cumprindo com as exigncias estabelecidas pelo Programa. 4.4 Certificao CE Em outubro de 2003, a ABIMCI fechou um acordo com o organismo de certificao europeu BM TRADA Certification Ltd. (do Reino Unido), viabilizando, no Brasil, a certificao CE para painis de madeira estruturais. Este acordo confirma o reconhecimento internacional do Programa Nacional da Qualidade da Madeira (PNQM). A obteno do selo de conformidade CE marking viabiliza a exportao dos painis para os pases europeus. A marca "CE" uma marca de conformidade do Mercado Comum Europeu. Declara que o fabricante atende s exigncias da norma EN do produto em questo, com respeito Diretiva da Comunidade Europia aplicvel a essa norma. Atualmente, a certificao CE exigida para obter acesso aos 28 pases que integram o Espao Econmico Europeu (EEE): os 25 Estados-Membros da Unio Europia (UE) e trs dos Estados-Membros da Associao Europia de Livre Comrcio (EFTA). Em maio de 2004, a UE expandiu-se para o leste da Europa, passando a integrar 10 novos Estados Membros. (ABIMCI, 2007). 5 ANLISE E DISCUSSO 5.1 Sistema de Gesto da Qualidade Funcionamento Neste item foram descritos os aspectos mais relevantes para o sucesso de um SGQ na fabricao de OSB. O plano de controle de qualidade da fbrica, a ser observado, consiste em acompanhar o recebimento de matria-prima, controlar o processo de fabricao e avaliar o produto acabado, tudo sempre documentado. A produo de OSB contempla os seguintes procedimentos: 5.1.1 Planejamento da produo O planejamento da produo realizado conforme PR Planejamento e Controle de Produo. Seguindo a seqncia da programao de Produo, as equipes de produo cumprem as ordens liberadas pelo chefe de produo. Os produtos j tm um mtodo definido pelo Supervisor de Processos, que programado nas mquinas de processo. Os supervisores de produo encerram as ordens, conforme o volume de produo cumprido. 5.1.2 Liberao de mquina/processo. A Liberao da ordem de produo realizada pelo supervisor de turno, atravs do SAP. Tendo o cuidado de analisar a necessidade de modificao no mtodo. O processo s liberado para produo

contnua, quando as caractersticas do produto estiverem de acordo com as especificaes estabelecidas no plano de controle de processo/produto. 5.1.3 Controle dos processos O processo controlado por monitoramento automtico contnuo. Atravs de instrumentos o processo acompanhado pelos operadores por meio de acompanhamento de parmetros e caractersticas definidas no plano PL-Plano de controle de produto e processo referente a OSB. Existem monitoramentos automticos de produto durante o processo, por sensores analticos que checam propriedades atravs de ensaios no destrutivos. A indicao de uma falha no painel em relao ao padro de produo rejeita automaticamente o produto. Para os produtos de disposio no conhecida o tratamento realizado conforme PR- Controle de Produto No Conforme. 5.1.4 Identificao de produto osb Os produtos dispostos em conjuntos de placas empilhadas so identificados por etiquetas eletrnicas logo aps a sada das mesas de empilhamento, esta identificao feita pelo operador da rea em questo. Estes conjuntos de placas, chamados de pallets ou lotes, podem ser embalados logo aps o empilhamento, ou podem ser enviados a um estoque intermedirio e posteriormente serem submetidos a etapa de embalagem. Para os produtos que esto no processo de fabricao, existem os casos em que o material reprovado por algum motivo (umidade, metal, ensaios fsicos/mecnicos no destrutivos) e so descartados automtica ou manualmente. Para identificao destes materiais, existe na rea a demarcao de material no conforme nos bunker onde so descartados. No feita a leitura de etiqueta em materiais com no-conformidade, como os demais, para no aparecer na lista de produtos disponveis. Os produtos no conformes recebem uma etiqueta, que padro em toda a empresa 5.1.5 Identificao de produtos no conforme OSB repetitivo (disposies conhecidas) Para identificao dos produtos no conformes OSB temos as seguintes situaes: - Rejeito de madeira (toras) atravs do descarte por metal nos dois bunkers das viruteiras. Este material reclassificado visualmente e retorna para linha. O material no conforme, ou seja, com algum tipo de metal, rejeitado e descartado para outros fins. - Rejeito de material (lascas) pelos secadores, no cumprindo os limites de umidades estipulados. Este material ser depositado nos Bunkers dos secadores 1 e 2 e ser identificado com placas de produto no conforme. O destino deste material voltar para o processo atravs de mescla com lascas midas da viruteira 2. Nestes bunkers no permitido jogar qualquer tipo de material diferente de lascas rejeitadas dos secadores. - Para o produto (painis) descartado por teste de qualidade no destrutivo, o local de alojamento sero: mesa N32 e descarte aps mesa N80, estes materiais sero transformados em subprodutos de embalagem. - Para produto (painis) No conforme os requisitos de ensaio fsico-mecnico. O procedimento feito conforme IT - Avaliao de Material para re-anlise OSB e PR - Abertura de Registro de Noconformidade (RNC). - Para produto (painis) no conforme a especificao do controle de carimbos, o procedimento de acordo com o PL - Plano de Controle de Processo/produto OSB e PR Abertura de RNC.O material re-analisado aps 24hs (tempo necessrio para a cura da resina), se ainda assim apresentar sinais de noconformidade a outra amostra que foi previamente separada da mesma placa ser analisada novamente. No total so analisadas 10 amostras da mesma placa, s aps este resultado o material descartado ou no.

5.1.6 OSB enviado para re-anlise Quando um lote apresentar resultados abaixo das especificaes, o analista de laboratrio avisa prontamente o operador do painel handling e o supervisor de turno. O operador de prensa verifica todas as variveis de processo, a fim de identificar e corrigir o desvio. O analista de laboratrio analisa as amostras intermedirias que foram coletadas uma hora antes e uma hora depois do lote analisado de acordo com a IT - Corte de Amostras. De posse destes resultados define-se a quantidade de lotes que sero interditados: - Condio 1 Caso as amostras intermedirias resultarem dentro das especificaes, so interditados os lotes que foram produzidos trinta minutos antes e trinta minutos depois do lote no conforme totalizando uma hora de lote interditado. - Condio 2 Caso uma das amostras intermedirias tiver os resultados abaixo das especificaes so interditados os lotes produzidos trinta minutos antes da amostra intermediria e trinta minutos depois do lote no conforme totalizando 2 horas de lotes interditados. No caso de mais de um lote, em seqncia, apresentar resultados abaixo das especificaes interditado o intervalo de lotes entre os dois no conformes mais os trinta minutos anteriores e posteriores a este intervalo. Os lotes so identificados com a etiqueta de produto no conforme de acordo com o PR Controle de Produto No Conforme e posteriormente so encaminhados para o laboratrio para ser feita outra anlise do lote. 5.1.6.1 Avaliao dos resultados de no-conformidade O destino do produto analisado se d aps avaliao dos resultados obtidos nos ensaios fsicos mecnicos, onde para os produtos nacionais avaliam-se os valores individuais (por pista) e as mdias e para as exportaes, avaliam-se apenas as mdias. 5.2 Tratamento de reclamao do cliente 5.2.1 Tratamento de reclamaes do produto Toda reclamao de produto proveniente do mercado domstico enviada pelo representante comercial atravs do formulrio BRAT-Boletim de Reclamao e Assistncia Tcnica ou diretamente para rea de assistncia tcnica da unidade, que deve abrir o BRAT. Toda reclamao proveniente do mercado externo direcionada via e-mail ao departamento de logstica internacional e posteriormente encaminhada para a rea de assistncia tcnica da unidade de Ponta Grossa acompanhada por um formulrio preenchido denominado Relatrio para tratamento de reclamaes de clientes Industrial. A rea de Assistncia tcnica, considerando questes estratgicas, define e comunicar o Cliente a deciso da disposio comercial para o produto reclamado, considerando as seguintes situaes: - Reposio de mercadoria sob refaturamento; - Concesso de crdito e/ou; - Desconto ao cliente - No caso do OSB TECO nos Estados Unidos feita a contratao de uma instituio internacional para apurar as no-conformidades in loco. 5.2.2 Definio e necessidade de ao corretiva O supervisor da qualidade, em conjunto com a rea de assistncia tcnica, analisa o impacto de no conformidade e define sobre a necessidade de abertura de RAC Relatrio de Ao Corretiva, para definio de aes necessrias para identificao e eliminao da causa da no-conformidade, de forma definitiva, conforme PR - Tratamento de no-conformidades. Para toda reclamao o supervisor da rea o responsvel pelo retorno ao cliente. 5.3 Documentao A documentao da fbrica obedece a seguinte estrutura

Figura 3. Estrutura de documentos

Como toda empresa que possui o SGQ implementado a fbrica em estudo tem um Manual de Gesto da Qualidade onde so definidas suas estratgias. Todos os grupos estratgicos possuem seus procedimentos descritos, e estes por sua vez, possuem uma instruo de trabalho que pode ser detalhada por meio de um Plano de trabalho, que melhor exemplificado por uma Tabela de valores. Cada procedimento tem uma numerao de identificao especfica para sua categoria. por meio das instrues de trabalhos e seus complementares que os supervisores realizam auditorias internas nos setores. Para que uma fbrica apresente um SGQ satisfatrio na fabricao, quer seja de OSB ou de processos semelhantes, alguns itens devem ser minuciosamente acompanhados. Tais como o planejamento da produo onde h todo um estudo e procedimentos a serem seguidos; Liberao para produo, onde o produto s liberado para produo em srie se o mesmo atender a todos os itens especificados pelo plano de produo; Controle de processos que controlado por monitoramento automtico e contnuo; Identificao de produto em questo proporcionando rastreabilidade do mesmo; e por fim, o tratamento de reclamaes do cliente, onde o cadastro da reclamao realizado por um supervisor que encarregado de comunicar o responsvel pela qualidade da rea reclamada. A reclamao ento analisada com a finalidade de avaliar a procedncia da mesma e julgar os possveis impactos desta no-conformidade. Estes itens esto diretamente ligados Documentao do SGI. 6 CONSIDERAES FINAIS Analisando o seguimento de produo de painis de madeira beneficiadas mecanicamente, aqui focado o OSB, conclui-se que o setor de extrema importncia para economia do pas. Foi observado que a Indstria de madeira beneficiada mecanicamente mobiliza-se em busca da qualidade, estimulada pela competitividade no setor, pela concorrncia com outros materiais de construo, pela exigncia do mercado consumidor e tambm pela oportunidade de ingressar no mercado internacional. A implantao de programas de qualidade e o processo de capacitao pelas normas da srie ISO e normas especficas para painis de madeira tm sido adotado como medida principal das empresas deste setor. Como sugesto para fbricas do setor madeireiro o modelo de SGQ utilizado pela empresa em estudo indicado, pois o controle da qualidade de todo o seu processo de fabricao, apresenta uma viso sistmica de todo o conjunto e avalia as etapas de planejamento como ferramenta para agregar valor qualidade da fabricao como um todo. O processo de fabricao, tambm deve ser observado, pois apesar de envolver em seu processo de fabricao os mais variados tipos de necessidades e interesses que so atendidos apresenta processo que requer um comprometimento por parte dos fabricantes com os fatores que agregam valor ao seu produto, bem como o interesse em eliminar fatores que s elevam os custos.

Apesar do OSB ser um produto novo no Brasil, o momento propcio para discutir o processo de produo deste, divulgar o produto, estimular o consumo interno e talvez torn-lo em um dos componentes mais utilizados na construo civil. 7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ABIMCI . Disponvel em:< http://www.abimci.com.br/produtos/produtos_paineis.html>. Acesso em: 02 nov. 2007. ABIPA. Disponvel em:< http://www.abipa.org.br/fntab/meio_ambiente.php >. Acesso em: 02 nov. 2007. ENV 12872 - "Wood-based panels - Performance, specification and requirements for load-bearing boards for use in floors, walls, and roofs" (Placas de derivados de madeira - Desempenho, especificaes e requisitos para placas para aplicaes estruturais em pavimentos, paredes e tetos) EN 13986 - "Wood-based panels for use in construction - Characteristics, evaluation of conformity and marking" (Placas de derivados de madeira para uso na construo - Caractersticas, avaliao de conformidade e marcao)" FLEURY, A. Gerenciamento do desenvolvimento de produtos na economia globalizada. In: 1 CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTO DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO, Minas Gerais, 1999, Anais. GOMES, Luiz Vidal. The State of art in product planning of the metal-mechanics industries of central-west region of the south of Brazil. In: POMS SOUTH AFRICA MEETING, Cape Town, South Africa, 1998. Anais. MENDES, L.M. et al. Avaliao do Sistema de Orientao de partculas na produo de painis OSB (Oriented Strand Board). CERNE, V.6, N1, P001-008, 2000. VALERIANO, D. L. Gerncia em Projetos: pesquisa, desenvolvimento e engenharia. 1 ed. So Paulo: Makron Books. 1998. 440p. 8 AGRADECIMENTOS Aos funcionrios da empresa em estudo, ao Prof.Mauro Augusto Demarzo e.Prof. Flvio Picchi