gestão ambiental; enfoque no desenvolvimento sustentável

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  • 8/8/2019 gesto ambiental; enfoque no desenvolvimento sustentvel

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    GESTO AMBIENTAL: UM ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    AUTORA: Maria Elisabeth Pereira Kraemer

    CATEGORIA PROFISSIONAL: Professora, Contadora e Integrante da Equipe de Ensino eAvaliao da Pr-Reitoria de Ensino da UNIVALI - Universidade do Vale do Itaja - Itaja - SC.Mestre em Relaes Econmicas Sociais e Internacionais pela Universidade do Minho-Portugal.Doutoranda em Cincias Empresariais pela Universidade do Museu Social Argentino-UMSAArgentina Membro da Corrente Cientfica Brasileira do Neopatrimonialismo e da ACIN AssociaoCientfica Internacional Neopatrimonialista.

    CRC/SC n 11.170

    ENDEREO: Avenida Joca Brando n 111, Edifcio Dona Emlia, apto 902 - Centro. CEP 88.301-300 - ITAJA SC - BRASIL

    TELEFONE/FAX: (0XX) 47-344-6558

    E-mail: [email protected]

    GESTO AMBIENTAL: UM ENFOQUE NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    Resumo

    A ameaa sobrevivncia humana em face da degradao dos recursos naturais, a extino dasespcies da fauna e flora, o aquecimento da temperatura devido emisso de gases poluentes fizeram aquesto ambiental ocupar um lugar de destaque nos debates internacionais. O meio ambiente daempresa constitudo por diversas formas de relacionamento, considerando as disciplinas gerenciais, astcnicas e o processo de produo junto s instalaes e ao meio interno e externo, incluindo-se

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    tambm a relao entre mercado, cliente, fornecedores, comunidade e consumidor. Neste sentido, ogerenciamento ambiental no pode separar e nem ignorar o conceito de ambiente empresarial em seusobjetivos, pois o desenvolvimento deste conceito possibilita melhores resultados nas relaes internas eexternas, com melhorias na produtividade, na qualidade e nos negcios.

    Abstract

    The menace to the human survival in face of the degradation of the natural resources, the extinction ofthe species of the fauna and flora, the heating of the temperature due to the emission of pollution gasesinsisted to occupy a prominence place in the international debates. The environment of the company isconstituted by several relationship forms, considering the managerial disciplines, the techniques and theproduction process close to the facilities and to the internal and external middle, being also included therelationship among market, customer, vendors, community and consumer. In this sense, the

    environmental management cannot separate and ignore the concept of managerial atmosphere in itsobjectives, because the development of this concept facilitates better results in the internal and externalrelationships, with improvements in the productivity, in the quality and in the business.

    Palavras-Chave: gesto ambiental, desenvolvimento sustentvel, responsabilidade ambiental e social,impacto ambiental.

    Word-key: environmental administration, maintainable development, environmental and socialresponsibility, environmental impact.

    1 Introduo

    A incorporao da varivel ambiental dentro da gesto empresarial se tem convertido em umanecessidade inexplicvel para aquelas empresas que no queriam atuar e cumprir com as obrigaesperante a sociedade.

    Esta incorporao se desenvolve eficientemente mediante a incluso junto ao sistema de gesto geral daempresa, conhecida como Sistema de Gesto Ambiental, que deve instrumentar-se mediante os meios eestruturas necessrias para que no fique s como uma mera declarao de intenes. Neste contexto,este artigo trata do desenvolvimento econmico em relao ao meio ambiente; a responsabilidadeambiental da empresa; desenvolvimento sustentvel; gesto ambiental; impacto ambiental; benefciosda gesto ambiental; sistema de gesto ambiental e por fim trata dos padres internacionais de gestoambiental como: ISO 14000, BS 7750 e EMAS.

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    2 - Desenvolvimento econmico em relao ao meio ambiente

    Os avanos ocorridos na rea ambiental quanto aos instrumentos tcnicos, polticos e legais, principaisatributos para a construo da estrutura de uma poltica de meio ambiente, so inegveis einquestionveis. Nos ltimos anos, saltos quantitativos foram dados, em especial no que se refere consolidao de prticas e formulao de diretrizes que tratam a questo ambiental de forma sistmica

    e integrada.Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia dever ser orientado para metas de equilbrio com anatureza e de incremento da capacidade de inovao dos pases em desenvolvimento, e o programa seratendido como fruto de maior riqueza, maior benefcio social eqitativo e equilbrio ecolgico. Meyer(2000) enfoca que, para esta tica, o conceito de desenvolvimento sustentvel apresenta pontos bsicosque devem considerar, de maneira harmnica, o crescimento econmico, maior percepo com osresultados sociais decorrentes e equilbrio ecolgico na utilizao dos recursos naturais.

    Assume-se que as reservas naturais so finitas, e que as solues ocorrem atravs de tecnologias maisadequadas ao meio ambiente. Deve-se atender s necessidades bsicas usando o princpio da

    reciclagem. Parte-se do pressuposto de que haver uma maior descentralizao, que a pequena escalaser prioritria, que haver uma maior participao dos segmentos sociais envolvidos, e que haver prevalescncia de estruturas democrticas. A forma de viabilizar com equilbrio todas essascaractersticas o grande desafio a enfrentar nestes tempos.

    Neste sentido, Donaire (1999) diz que o retorno do investimento, antes, entendido simplesmente comolucro e enriquecimento de seus acionistas, ora em diante, passa, fundamentalmente, pela contribuio ecriao de um mundo sustentvel.

    Estes processos de produo de conhecimento tm oportunizado o desabrochar de prticas positivas epr-ativas, que sinalizam o desabrochar de mtodos e de experincias que comprovam, mesmo que emum nvel ainda pouco disseminado, a possibilidade de fazer acontecer e tornar real o novo, necessrio eirreversvel, caminho de mudanas.

    Isto corroborado por Souza (1993), ao dizer que as estratgias de marketing ecolgico, adotadas pelamaioria das empresas, visam a melhoria de imagem tanto da empresa quanto de seus produtos, atravsda criao de novos produtos verdes e de aes voltadas pela proteo ambiental.

    Desse modo, o gerenciamento ambiental passa a ser um fator estratgico que a alta administrao dasorganizaes deve analisar.

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    Figura 1 - Motivao para proteo ambiental na empresa

    Fonte: Callenbach et al (1993, p. 26)

    Neste contexto, as organizaes devero, incorporar a varivel ambiental no aspecto de seus cenrios ena tomada de deciso, mantendo com isso uma postura responsvel de respeito questo ambiental.

    Empresas experientes identificam resultados econmicos e resultados estratgicos do engajamento daorganizao na causa ambiental. Estes resultados no se viabilizam de imediato, h necessidade de quesejam corretamente planejados e organizados todos os passos para a interiorizao da varivelambiental na organizao para que ela possa atingir o conceito de excelncia ambiental, trazendo comisso vantagem competitiva.

    Os dez passos necessrios para a excelncia ambiental segundo Elkington & Burke, apud Donaire(1999) so os seguintes:

    "1 - Desenvolva e publique uma poltica ambiental.

    2 - Estabelea metas e continue a avaliar os ganhos.

    3 - Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das reas e do pessoaladministrativo (linha de assessoria).

    4 - Divulgue interna e externamente a poltica, os objetivos e metas e as responsabilidades.

    5 - Obtenha recursos adequados.

    6 - Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade.

    7 - Acompanhe a situao ambiental da empresa e faa auditorias e relatrios.

    8 - Acompanhe a evoluo da discusso sobre a questo ambiental.

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    9 - Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e desenvolvimentoaplicados rea ambiental.

    10 - Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa,consumidores, comunidade, acionistas etc."

    A primeira dvida que surge quando considerarmos a questo ambiental do ponto de vista empresarial sobre o aspecto econmico. Qualquer providncia que venha a ser tomada em relao varivelambiental, a idia de que aumenta as despesas e o conseqente acrscimo dos custos do processoprodutivo.

    Donaire (1999) refere que "algumas empresas, porm, tm demonstrado que possvel ganhar dinheiroe proteger o meio ambiente mesmo no sendo uma organizao que atua no chamado 'mercado verde',desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e condies internas que possam transformaras restries e ameaas ambientais em oportunidades de negcios.

    3 A responsabilidade ambiental da empresa

    Ecologia e empresa eram considerados dois conceitos e realidades inconexas. A ecologia parte dabiologia que estuda a relao entre os organismos vivos e seu ambiente. Dessa forma a ecologia entendida como uma cincia especfica dos naturalistas, distanciada da viso da Cincia Econmica eEmpresarial. Para a empresa o meio ambiente que estuda ecologia constitui simplesmente o suportefsico que fornece a empresa os recursos necessrios para desenvolver sua atividade produtiva e oreceptor de resduos que se geram.

    Alguns setores j assumiram tais compromissos com o novo modelo de desenvolvimento, aoincorporarem nos modelos de gesto a dimenso ambiental. A gesto de qualidade empresarial passapela obrigatoriedade de que sejam implantados sistemas organizacionais e de produo que valorizemos bens naturais, as fontes de matrias-prima, as potencialidades do quadro humano criativo, ascomunidades locais e devem iniciar o novo ciclo, onde a cultura do descartvel e do desperdcio sejamcoisas do passado. Atividades de reciclagem, incentivo diminuio do consumo, controle de resduo,capacitao permanentes dos quadros profissionais, em diferentes nveis e escalas de conhecimento,fomento ao trabalho em equipe e s aes criativas so desafios-chave neste novo cenrio.

    A nova conscincia ambiental, surgida no bojo das transformaes culturais que ocorreram nas dcadasde 60 e 70, ganhou dimenso e situou o meio ambiente como um dos princpios fundamentais dohomem moderno. Nos anos 80s, os gastos com proteo ambiental comearam a ser vistos pelasempresas lderes no primordialmente como custos, mas como investimentos no futuro e,paradoxalmente, como vantagem competitiva.

    Figura 2 - O Sistema Econmico e o Meio Ambiente

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    Fonte: Tietenberg (1994)

    A incluso da proteo do ambiente entre os objetivos da organizao moderna ampliasubstancialmente todo o conceito de administrao. Administradores, executivos e empresriosintroduziram em suas empresas programas de reciclagem, medidas para poupar energia e outrasinovaes ecolgicas. Essas prticas difundiram-se rapidamente, e em breve vrios pioneiros dosnegcios desenvolveram sistemas abrangentes de administrao de cunho ecolgico.

    Para se entender a relao entre a empresa e o meio ambiente tem que se aceitar, como estabelece ateoria de sistemas, que a empresa um sistema aberto. Sem dvida nenhuma, as interpretaestradicionais da teoria da empresa como sistema tem incorrido em uma certa viso parcial dos efeitos da

    empresa geral e em seu entorno.

    A empresa um sistema aberto porque est formado por um conjunto de elementos relacionados entresi, porque gera bens e servios, empregos, dividendos, porm tambm consome recursos naturaisescassos e gera contaminao e resduos. Por isto necessrio que a economia da empresa defina umaviso mais ampla da empresa como um sistema aberto.

    Neste sentido Callenbach (1993), diz que possvel que os investidores e acionistas usem cada vezmais a sustentabilidade ecolgica, no lugar da estrita rentabilidade, como critrio para avaliar oposicionamento estratgico de longo prazo das empresas.

    4 - Desenvolvimento Sustentvel a expresso entra em cena

    Em 1983, a ONU cria a Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento como umorganismo independente. Em 1987, a comisso sobre a presidncia de Gro Harlem Brundtland,primeira-ministra da Noruega, materializa um dos mais importantes documentos do nosso tempo orelatrio Nosso Futuro Comum, responsvel pelas primeiras conceituaes oficiais, formais esistematizadas sobre o desenvolvimento sustentvel - idia-mestra do relatrio.

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    O segundo captulo Em busca do desenvolvimento sustentvel o relatrio define odesenvolvimento sustentvel com sendo aquele que atende s necessidades do presente semcomprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem a suas prprias necessidades.

    Ele contm dois conceitos-chave: o de necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobresno mundo, que devem receber a mxima prioridade; e a noo das limitaes que o estgio da

    tecnologia e da organizao social impe ao meio ambiente, impedindo-o de atender s necessidadespresentes e futuras.

    Em 1992 no Rio de Janeiro, na Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento, reconheceu-se importncia de assumir a idia de sustentabilidade em qualquerprograma ou atividade de desenvolvimento.

    Nesse aspecto as empresas tm um papel extremamente relevante. Atravs de uma prtica empresarialsustentvel, provocando mudana de valores e de orientao em seus sistemas operacionais, estaroengajadas idia de desenvolvimento sustentvel e preservao do meio ambiente.

    Neste novo paradigma, Almeida (2002) diz que a idia de integrao e interao, propondo uma novamaneira de olhar e transformar o mundo, baseada no dilogo entre saberes e conhecimentos diversos.No mundo sustentvel, uma atividade a econmica, por exemplo no pode ser pensada ou praticadaem separado, porque tudo est inter-relacionado, em permanente dilogo.

    Abaixo tem-se as diferenas entre o velho e o novo paradigmas:

    Quadro 1 Paradigma cartesiano versus paradigma da sustentabilidade

    Cartesiano SustentvelReducionista, mecanicista, tecnocntrico Orgnico, holstico, participativoFatos e valores no relacionados Fatos e valores fortemente relacionados

    Preceitos ticos desconectados das prticas cotidianas tica integrada ao cotidianoSeparao entre o objetivo e o subjetivo Interao entre o objetivo e o subjetivoSeres humanos e ecossistemas separados, em umarelao de dominao

    Seres humanos inseparveis dos ecossistemas, emuma relao de sinergia

    Conhecimento compartimentado e emprico Conhecimento indivisvel, emprico e intuitivoRelao linear de causa e efeito Relao nolinear de causa e efeito

    Natureza entendida como descontnua, o todoformado pela soma das partes

    Natureza entendida como um conjunto de sistemasinter-relacionados, o todo maior que a soma das

    partesBem-estar avaliado por relao de poder (dinheiro,influncia, recursos)

    Bem-estar avaliado pela qualidade das inter-relaesentre os sistemas ambientais e sociais

    nfase na quantidade (renda per capita) nfase na qualidade (qualidade de vida)Anlise Sntese

    Centralizao de poder Descentralizao de poderEspecializao Transdisciplinaridadenfase na competio nfase na cooperaoPouco ou nenhum limite tecnolgico Limite tecnolgico definido pela sustentabilidadeFonte: Almeida (2002).

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    Os empresrios neste novo papel, tornam-se cada vez mais aptos a compreender e participar dasmudanas estruturais na relao de foras nas reas ambiental, econmica e social. Tambm, em suagrande parte, j decidiram que no querem ter mais passivo ambiental.

    Alm disso, desenvolvimento sustentvel introduz uma dimenso tica e poltica que considere odesenvolvimento como um processo de mudana social, com conseqente democratizao do acesso

    aos recursos naturais e distribuio eqitativa dos custos e benefcios do desenvolvimento.Camargo, apud Novaes (2002), diz que nos ltimos dois sculos tm vivido sob a trade da liberdade,da igualdade e da fraternidade. medida que caminhamos para o sculo XXI, precisamos tomar comoinspirao os quatros valores da liberdade, da igualdade, da fraternidade e da sustentabilidade.

    O desenvolvimento sustentvel, alm de equidade social e equilbrio ecolgico, segundo Donaire(1999), apresenta, como terceira vertente principal, a questo do desenvolvimento econmico. Induzum esprito de responsabilidade comum como processo de mudana no qual a explorao de recursosmateriais, os investimentos financeiros e as rotas do desenvolvimento tecnolgico devero adquirirsentidos harmoniosos. Neste sentido, o desenvolvimento da tecnologia dever ser orientado para metas

    de equilbrio com a natureza e de incremento da capacidade de inovao dos pases emdesenvolvimento, e o progresso ser entendido como fruto de maior riqueza, maior benefcio socialeqitativo e equilbrio ecolgico.

    Sachs apud Campos (2001) apresenta cinco dimenses do que se pode chamar desenvolvimentosustentvel:

    Figura 4 - As cinco dimenses da sustentabilidade.

    Fonte: Sachs apud Campos (2001)

    - A sustentabilidade social que se entende como a criao de um processo de desenvolvimentosustentado por uma civilizao com maior equidade na distribuio de renda e de bens, de modo areduzir o abismo entre os padres de vida dos ricos e dos pobres.

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    - A sustentabilidade econmica que deve ser alcanada atravs do gerenciamento e alocao maiseficientes dos recursos e de um fluxo constante de investimentos pblicos e privados.

    - A sustentabilidade ecolgica que pode ser alcanada atravs do aumento da capacidade deutilizao dos recursos, limitao do consumo de combustveis fsseis e de outros recursos e produtosque so facilmente esgotveis, reduo da gerao de resduos e de poluio, atravs da conservao de

    energia, de recursos e da reciclagem.- A sustentabilidade espacial que deve ser dirigida para a obteno de uma configurao rural-urbanamais equilibrada e uma melhor distribuio territorial dos assentamentos humanos e das atividadeseconmicas.

    - A sustentabilidade cultural incluindo a procura por razes endgenas de processos de modernizaoe de sistemas agrcolas integrados, que facilitem a gerao de solues especficas para o local, oecossistema, a cultura e a rea.

    A busca de sustentabilidade um processo, sendo a prpria construo do conceito uma tarefa ainda

    em andamento e muito longe do fim. Alguns resultados prticos j podem ser reconhecidos ecelebrados como argumenta Almeida (2002), que entre julho de 1996 e julho de 2001, o ndice DowJones de Sustentabilidade ultrapassou com folga o ndice Dow Jones Geral: 18,4% para o primeiro,contra 14,8% para o segundo. O ndice Dow Jones de Sustentabilidade reflete a lucratividade das aesdas 312 empresas com melhor desempenho scio ambiental, dentre as cerca de trs mil que compem ondice Dow Jones Geral, principal ndice bolsista do mundo.

    Hoje, a principal ferramenta de escolha de aes de empresas com responsabilidade social e ambiental o ndice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, em ingls Dow Jones Sustainability Group Index). ODJSI foi lanado em setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM),gestora de recursos da Sua especializada em empresas comprometidas com a responsabilidade sociale ambiental. O ndice formado por 312 aes de empresas de 26 pases e quatro brasileiras integram alista: Ita, Unibancos, Embraer e Cemig.

    Os ndices de sustentabilidade fornecem marcas de nvel objetivas para os produtos financeiros que soligados aos critrios econmicos, ambientais e sociais. Oferecem uma linha de base do desempenhocomo uma marca de nvel e universo do investimento para o nmero crescente de fundos mtuos, decertificados e de outros veculos de investimento que so baseados no conceito de sustentabilidade.

    As empresas que integram a lista do DJSI tem vrios benefcios como:

    Reconhecimento pblico da preocupao com a rea ambiental e social.

    Reconhecimento dos stakeholders importantes tais como legisladores, clientes e empregados(por exemplo conduzir a uma lealdade melhor do cliente e do empregado). Benefcio financeiro crescente pelos investimentos baseados no ndice. Os resultados altamente visveis, internos e externos companhia, como todos os componentes

    so anunciados publicamente pelo Boletim do ndice e a companhias so intituladas a usarmembro da etiqueta oficial de DJSI.

    Verifica-se, portanto, que as empresas esto cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delastm ganho econmico e maior durabilidade a longo prazo, ou seja, o risco do investidor menor.

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    O Jornal Valor Econmico de 07 de maro de 2003, trouxe a seguinte manchete : Sustentabilidadeentra na pauta das multinacionais, que diz: Presidentes e diretores de multinacionais e de grandesgrupos brasileiros participaram segunda-feira dia 10 de maro de 2003, no Rio, da reunio executiva doConselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentvel (WBCSD, na sigla em ingls). Aentidade, que representa 169 grupos com faturamento anual de US$ 6 trilhes, discutiu os caminhos dodesenvolvimento sustentvel, abordando temas como pobreza, recursos naturais, inovao tecnolgica

    e biotecnologia.O vice-presidente da Repblica, Jos Alencar, participou de um seminrio durante o encontro.Fernando Almeida, diretor-executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o DesenvolvimentoSustentvel (CEBDS, equivalente nacional do WBCSD), disse que na reunio o Brasil poder se tornaro primeiro caso do projeto-piloto Sobrevivncia Sustentvel. Criado pelo WBCSD, o projeto tem oobjetivo de desenvolver atividades em reas de baixa renda, oferecendo condies para que essasregies se desenvolvam conforme o conceito de sustentabilidade.

    Almeida previu que os lderes empresariais reunidos no Rio podero apoiar a iniciativa de transformaro Brasil no primeiro "case" do Sobrevivncia Sustentvel. A idia comear com dois projetos-piloto,um na caatinga e outro na regio Noroeste do estado do Rio. Segundo ele, os temas discutidos peloWBCSD, como clima e energia, acesso a gua, biodiversidade, inovao e tecnologia, valem tambmpara os 42 conselhos nacionais (por pas), que renem cerca de mil empresas. H ainda projetossetoriais discutidos pelo conselho, como florestas, minerao, cimento e setores eltrico e financeiro.

    5. Gesto ambiental o novo paradigma

    Gesto ambiental um aspecto funcional da gesto de uma empresa, que desenvolve e implanta aspolticas e estratgias ambientais.

    Diversas organizaes empresariais esto cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar umdesempenho mais satisfatrio em relao ao meio ambiente. Neste sentido, a gesto ambiental tem seconfigurado como uma das mais importantes atividades relacionadas com qualquer empreendimento.Alm dessa ferramenta, a problemtica ambiental envolve tambm o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio ambiente, por meio de sistemas de gesto ambiental, da busca pelodesenvolvimento sustentvel, da anlise do ciclo de vida dos produtos e da questo dos passivosambientais.

    Para Meyer (2000), a gesto ambiental apresentada da seguinte forma:

    *objeto de manter o meio ambiente saudvel ( medida do possvel), para atender as necessidadeshumanas atuais, sem comprometer o atendimento das necessidades das geraes futuras.

    *meio de atuar sobre as modificaes causadas no meio ambiente pelo uso e/ou descarte dos bens edetritos gerados pelas atividades humanas, a partir de um plano de ao viveis tcnica eeconomicamente, com prioridades perfeitamente definidas.

    *instrumentos de monitoramentos, controles, taxaes, imposies, subsdios, divulgao, obras eaes mitigadoras, alm de treinamento e conscientizao.

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    *base de atuao de diagnsticos (cenrios) ambientais da rea de atuao, a partir de estudos epesquisas dirigidos em busca de solues para os problemas que forem detectados.

    Assim, para que uma empresa passe a realmente trabalhar com gesto ambiental deve, inevitavelmente,passar por uma mudana em sua cultura empresarial; por uma reviso de seus paradigmas. Nestesentido, a gesto ambiental tem se configurado com uma das mais importantes atividades relacionadas

    com qualquer empreendimento.

    Quadro 2 Viso geral da gesto ambiental

    GESTO AMBIENTALGESTO AMBIENTALGESTO AMBIENTALGESTOAMBIENTAL

    Gesto de Processos Gesto de Resultados Gesto deSustentabilidade

    Gesto do PlanoAmbiental

    Explorao de recursos Emisses gasosas Qualidade do ar Princpios ecompromissos

    Transformao de recursos Efluentes lquidos Qualidade da gua Poltica ambientalAcondicionamento derecursos

    Resduos slidos Qualidade do solo Conformidade legal

    Transporte de recursos Particulados Abundncia e diversidadeda flora

    Objetivos e metas

    Aplicao e uso derecursos

    Odores Abundncia e diversidadeda fauna

    Programa ambiental

    Quadros de riscos

    ambientais

    Rudos e vibraes Qualidade de vida do

    ser humano

    Projetos ambientais

    Situaes de emergncia Iluminao Imagem institucional Aes corretivas epreventivas

    Fonte: Macedo, R.K. 1994.

    De acordo com Macedo (1994), se uma unidade produtiva, ao ser planejada, atender a todos os quesitosapresentados na tabela acima, atravs de ferramentas e procedimentos adequados, certamente elaatender a todas as requisies existentes relativas qualidade ambiental.

    O mesmo autor subdivide a gesto ambiental em quatro nveis:

    Gesto de Processos envolvendo a avaliao da qualidade ambiental de todas as atividades, mquinase equipamentos relacionados a todos os tipos de manejo de insumos, matrias primas, recursos

    humanos, recursos logsticos, tecnologias e servios de terceiros.Gesto de Resultados envolvendo a avaliao da qualidade ambiental dos processos de produo,atravs de seus efeitos ou resultados ambientais, ou seja, emisses gasosas, efluentes lquidos, resduosslidos, particulados, odores, rudos, vibraes e iluminao.

    Gesto de Sustentabilidade (Ambiental) envolvendo a avaliao da capacidade de resposta doambiente aos resultados dos processos produtivos que nele so realizados e que o afetam, atravs damonitorao sistemtica da qualidade do ar, da gua, do solo, da flora, da fauna e do ser humano.

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    Gesto do Plano Ambiental envolvendo a avaliao sistemtica e permanente de todos os elementosconstituintes do plano de gesto ambiental elaborado e implementado, aferindo-o e adequando-o emfuno do desempenho ambiental alcanado pela organizao.

    Os instrumentos de gesto ambiental objetivam melhorar a qualidade ambiental e o processo decisrio.So aplicados a todas as fases dos empreendimentos e poder ser: preventivos, corretivos, de remediao

    e pr-ativos, dependendo da fase em que so implementados

    5.1. - Impacto Ambiental

    A expresso impacto ambiental teve uma definio mais precisa, nos anos 70 e 80, quando diversospases perceberam a necessidade de estabelecer diretrizes e critrios para avaliar efeitos adversos dasintervenes humanas na natureza.

    A definio jurdica de impacto ambiental no Brasil vem expressa no art. 1 da Res. 1, de 23.1.86 do

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente, nos seguintes termos: considera-se impactoambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente,causada por qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ouindiretamente, afetam-se: a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades sociais eeconmicas; a biota; as condies estticas e sanitrias do meio ambiente e a qualidade dos recursosnaturais.

    O Impacto ambiental a alterao no meio ou em algum de seus componentes por determinada ao ouatividade. Estas alteraes precisam ser quantificadas, pois apresentam variaes relativas, podendo serpositivas ou negativas, grandes ou pequenas.

    O que caracteriza o impacto ambiental, no qualquer alterao nas propriedades do ambiente, mas asalteraes que provoquem o desequilbrio das relaes constitutivas do ambiente, tais como asalteraes que excedam a capacidade de absoro do ambiente considerado.

    Assim, de acordo com Moreira (2002) o ambiente urbano como relaes dos homens com o espaoconstrudo e com a natureza, em aglomeraes de populao e atividades humanas, constitudas porfluxo de energia e de informao para a nutrio e biodiversidade; pela percepo visual e atribuio designificado s conformaes e configuraes da aglomerao; e pela apropriao e fruio (utilizao eocupao) do espao construdo e dos recursos naturais.

    Porm o impacto ambiental entendido como qualquer alterao produzida pelos homens e suasatividades, nas relaes constitutivas do ambiente, que excedam a capacidade de absoro desseambiente.

    Em suma, os impactos ambientais afetam a estabilidade preexistente dos ciclos ecolgicos,fragilizando-a ou fortalecendo-a.

    Antes de se colocar em prtica um projeto, seja ele pblico ou privado, precisamos antes saber mais arespeito do local onde tal projeto ser implementado, conhecer melhor o que cada rea possui deambiente natural (atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera) e ambiente social (infraestrutura materialconstituda pelo homem e sistemas sociais criados).

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    A maioria dos impactos devido ao rpido desenvolvimento econmico, sem o controle e manutenodos recursos naturais. A conseqncia pode ser poluio, uso incontrolado de recursos como gua eenergia etc. Outras vezes as reas so impactadas por causa do subdesenvolvimento que traz comoconseqncia a ocupao urbana indevida em reas protegidas e falta de saneamento bsico.

    De maneira geral, os impactos ambientais mais significativos encontram-se nas regies

    industrializadas, que oferecem mais oportunidades de emprego e infra-estrutura social, acarretando, porisso, as maiores concentraes demogrficas.

    Quadro 3 - Principais impactos ambientais

    ATIVIDADES DE MAIORPOTENCIAL DE IMPACTO

    AMBIENTAL

    TIPO DE DEGRADAO

    Garimpo de ouro Assoreamento e eroso nos cursos d'gua

    Poluio das guas, aumento da turbidez e metais pesadosFormao de ncleos populacionais com grandes problemas sociais

    Degradao da paisagem

    Degradao da vida aqutica com conseqncias diretas sobre a pescae a populao

    Minerao industrial, Ferro,Mangans, Cassiterita, Cobre,Bauxita, etc.

    Degradao da paisagem

    Poluio e assoreamento dos cursos d'gua

    Esterilizao de grandes reasImpactos scio-econmicos

    Agricultura e pecuria extensivas(grandes projetos agropecurios)

    Incndios florestais, destruio da fauna e flora

    Contaminao dos cursos d'gua por agrotxicos

    Eroso e assoramento dos cursos d'gua

    Destruio de reas de produtividade natural

    Reservas extrativistasGrandes Usinas Hidreltricas Impacto cultural - provas indgenas

    Impacto scio-econmico

    Inundao de reas florestais, agrcolas, vilas, etc

    Impacto sobre flora, fauna e ecossistemas adjacentesPlos industriais e/ou grandesindstrias

    Poluio do ar, gua e solo

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    Gerao de resduos txicos

    Conflitos com o meio urbanoCaa e pesca predatrias Extino de mamferos aquticos e diminuio e peixes

    Drstica reduo de animais de valores econmico e ecolgicoIndstrias de Alumnio Poluio atmosfrica

    Poluio marinha

    Impactos indiretos pela enorme demanda de energia eltricaCrescimento populacionalvertiginoso (migrao interna)

    Problemas sociais graves, chegando - em alguns casos - a umaumento de 40% da populao entre 1970 e 1980

    Ocupao desordenada do solo com srias conseqncias sobre osrecursos naturais

    Fonte: http://www.sivam.gov.br

    6 Benefcios da Gesto Ambiental

    A gesto ambiental facilita o processo de gerenciamento, proporcionando vrios benefcios sorganizaes. North apud Cagnin (2000) enumera os benefcios da gesto ambiental, que estodiscriminados abaixo:

    Quadro 4: Benefcios da gesto ambiental

    BENEFCIOS ECONMICOSEconomia de Custos

    Reduo do consumo de gua, energia e outros insumos.Reciclagem, venda e aproveitamento e resduos, e diminuio de efluentes.Reduo de multas e penalidades por poluio.Incremento de Receita

    Aumento da contribuio marginal de produtos verdes, que podem ser vendidos a preos mais altos.Aumento da participao no mercado, devido inovao dos produtos e menor concorrncia. Linhas de novos produtos para novos mercados.Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuio da poluio.

    BENEFCIOS ESTRATGICOSMelhoria da imagem institucional.

    http://www.sivam.gov.br/http://www.sivam.gov.br/
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    Renovao da carteira de produtos.Aumento da produtividade.Alto comprometimento do pessoal.Melhoria nas relaes de trabalho.Melhoria da criatividade para novos desafios.Melhoria das relaes com os rgos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas.Acesso assegurado ao mercado externo.Melhor adequao aos padres ambientais.Fonte: Adaptado de North, K. Environmental business management. Genebra: ILO, 1992. In: Cagnin, 1999.

    .

    7 SGA - Sistema de Gesto Ambiental

    Para a institucionalizao da funo Gesto Ambiental na organizao, preciso ressaltar algumascondies ou princpios em que ela dever se basear. So as etapas de um SGA, apresentadas sob aforma de princpios:

    Poltica do Ambiente a posio adotada por uma organizao relativamente ao ambiente. Aelaborao e definio desta poltica o primeiro passo a dar na implementao de um SGA,traduzindo-se numa espcie de comprometimento da organizao para com as questes do ambiente,numa tentativa de melhoria contnua dos aspectos ambientais.

    Planejamento - O sucesso de um bom SGA, tal como acontece com muitas das medidas que queremosque sejam tomadas com sucesso, requer um bom planejamento. Deve-se comear por identificaraspectos ambientais e avaliar o impacto de cada um no meio ambiente. Por aspectos ambientaisentende-se, por exemplo, o rudo, os resduos industriais e as guas residuais. A organizao deveestabelecer e manter procedimentos para identificar os aspectos ambientais que controla e sobre osquais exerce alguma influncia, devendo igualmente garantir que os impactos por eles provocadosesto considerados no estabelecimento da sua poltica ambiental.

    Atravs dos requisitos legais, relativamente a cada um dos aspectos ambientais, estabelecem-seobjetivos e metas que se definem num Programa Ambiental, que clarifica a estratgia que a

    organizao ir seguir na implementao do SGA. Neste Programa de Gesto Ambiental, os objetivosambientais a estabelecer e manter devem ser considerados relevantes para a organizao. Deve serdesignado um responsvel por atingir os objetivos a cada nvel da organizao, sem esquecer os meiose espaamento temporal para que os mesmos possam ser atingidos.

    Implementao - As regras, responsabilidades e autoridades devem estar definidas, documentadas ecomunicadas a todos, por forma a garantir a sua aplicao.

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    A gesto deve providenciar os meios humanos, tecnolgicos e financeiros para a implementao econtrole do sistema.

    O responsvel pela gesto ambiental dever garantir que o Sistema de Gesto Ambiental estabelecido, documentado, implementado e mantido de acordo com o descrito na norma e que gestode topo transmitida a eficincia e eficcia do mesmo.

    A organizao dever providenciar formao aos seus colaboradores, conscientizando-os daimportncia da Poltica do Ambiente e do SGA em geral, da relevncia do impacto ambiental das suasatividades, da responsabilidade em implementar o SGA e das conseqncias em termos ambientais detrabalhar em conformidade com procedimentos especficos.

    A organizao deve estabelecer e manter procedimentos para a comunicao interna entre os vriosnveis hierrquicos e para receber e responder s partes externas.

    Compete ainda organizao estabelecer e manter informao que descreva os elementos base do SGAe da sua interao, controlando todos os documentos exigidos pela norma.

    As operaes de rotina que estejam associadas a impactos ambientais considerveis devero ser alvo deum controle eficaz.

    Por ltimo, devem ser estabelecidos e mantidos procedimentos que visem responder a situaes deemergncia, minimizando o impacto ambiental associado.

    Verificao e aes corretivas - A organizao deve definir, estabelecer e manter procedimentos decontrole e medida das caractersticas chave dos seus processos que possam ter impacto sobre oambiente. Do mesmo modo, a responsabilidade pela anlise de no conformidades e pelaimplementao de aes corretivas e preventivas deve estar devidamente documentada, bem comotodas as alteraes da resultantes. Todos os registros ambientais, incluindo os respeitantes sformaes e auditorias, devem estar identificveis e acessveis.

    Procedimentos e planos que visem garantir auditorias peridicas ao SGA, de modo a determinar a suaconformidade com as exigncias normativas, devem ser estabelecidos e mantidos.

    Reviso pela direo - Cabe direo, com uma freqncia definida por ela prpria, rever o SGA eavaliar a adequabilidade e eficcia do mesmo, num processo que dever ser devidamente documentado.A reviso pela direo deve ter em conta a possvel necessidade de alterar a Poltica do Ambiente,objetivos e procedimentos, como resposta a alteraes organizativas, melhorias contnuas emodificaes externas.

    Aps todo este processo que dever ser acolhido de braos abertos por toda a estrutura organizacional eem especial pela gesto, a organizao dever estar em condies de proceder respectiva certificaodo seu SGA por uma autoridade independente e externa.

    http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/Certificacao/BaseComoCertificar.asp?Menu=7http://www.aeportugal.pt/Areas/AmbienteEnergia/Certificacao/BaseComoCertificar.asp?Menu=7
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    7.1. - ISO 14000

    A ISO uma organizao internacional fundada em 1946 para desenvolver padres de manufatura, docomrcio e da comunicao, tais como linhas padro do parafuso, tamanhos do recipiente de transporte,

    formatos de vdeo, etc. Estes padres so para facilitar o comrcio internacional aumentando aconfiabilidade e a eficcia dos bens e servios. Todos os padres desenvolvidos por ISO sovoluntrios; entretanto, os pases freqentemente adotam padres de ISO e fazem-nos imperativos.

    Aps a aceitao rpida da ISO 9000, e o aumento de padres ambientais em torno do mundo, a ISO(International Organization for Starda-dization) constitui o Grupo Estratgico Consultivo sobre o meioambiente (SAGE) em 1991, para considerar se tais padres atendiam o seguinte:

    Promover uma aproximao comum gerncia ambiental similar gerncia da qualidade; Realar a habilidade das organizaes de alcanar e medir melhorias no desempenho ambiental;

    e

    Facilite o comrcio e remova as barreiras de comrcio. Em 1992, as recomendaes do SAGE criaram um comit novo, o TC 207, para padres

    ambientais internacionais da gerncia. O comit, e seus sub-comits incluem representantes daindstria, das organizaes de padres, do governo e das organizaes ambientais de muitospases.

    Os padres aplicam-se a todos os tipos e tamanhos de organizaes e so projetados a abrangercircunstncias geogrficas, culturais e sociais diversas.

    A ISO 14000 sries dos padres consistem em dois tipos de padres

    a. Padres da organizao que podem ser usados para executar e avaliar o sistema de gernciaambiental (EMS) dentro de uma organizao, incluindo a ISO 14010 sries de padres deauditorias ambientais e a ISO 14030 srie dos padres para a avaliao de desempenhoambiental.

    Sistemas de gerncia ambientais - Os padres do EMS incluem uma especificao e uma guia. Ooriginal da especificao consultado como a ISO 14001 (sistemas de gerncia ambientais especificaes como orientao para o uso). A ISO 14001 o padro que uma organizao registra seuEMS usando third-party independente de avaliar o sistema e confirmar que o EMS da organizao seconforma s especificaes do ISO 14001. A ISO 14001 o nico padro na srie inteira a que umaorganizao pode ser registrada. O original do guia consultado como ISO 14004 (sistema de gerncia

    ambiental guias gerais em princpios, sistemas e tcnicas). A inteno da ISO 14004 ajudar aorganizao a desenvolver e executar um EMS que se encontre com as especificaes da ISO 14001.So pretendidos para o uso como uma ferramenta de gerncia e no uma certificao ou um registrovoluntrio, interno.

    Auditoria Ambiental - Estes originais fornecem uma estrutura ambiental consistente de auditoria epermitem tambm o registro third-party sob ISO 14001. Os guias para auditoria ambiental incluemoriginais:

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    esboando os princpios gerais (ISO 14010), estabelecendo os procedimentos da auditoria (ISO 14011), e descrevendo os critrios da qualificao do auditor (ISO 14012).

    Os artigos novos do trabalho forma propostos para as avaliaes ambientais do local (ISO 14015),revises e a gerncia iniciais do programa de auditoria.

    Avaliao de Desempenho Ambiental - A ISO 14031 fornecer a organizao uma orientao decomo desenvolver e executar um sistema ambiental da avaliao de desempenho (EPE). Este padrodefine EPE como "uma ferramenta de gerncia que ajude a uma organizao focalizar sua melhora nodesempenho ambiental". O padro fornecer tambm a orientao no desenvolvimento e na seleo deindicadores do desempenho.

    Figura 5 - Espiral do Sistema de Gesto Ambiental (ISO 14001)

    Fonte: Adaptado de Maimon (1996) e Cajazeira (1997).

    b. Padres de produtos que podem ser usados para avaliar os impactos ambientais dos produtos edos processos. Fazem parte deste grupo a ISO 14020 srie de padres de rotulagem ambiental, aISO 14040, srie de padres da anlise do ciclo de vida e a ISO 14060 srie de padres doproduto.

    Rotulagem Ambiental - Os padres so desenvolvidos para trs tipos de programas:

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    Os programas do tipo I so consultados como os programas do "practitioner" que so produtoou categoria do produto baseada, similares ao programa bem escolhido ambiental ou aoprograma azul do angel de Germany.

    Os programas do tipo II so baseados nos termos e nas definies comuns que podem serusados para reivindicaes self-declaradas.

    Os programas do tipo III so baseados do "em um conceito do carto relatrio", bem como

    etiquetas existentes do nutrition.

    Esta srie inclui tambm um padro que esboa um jogo de princpios comuns para todos os tipos deprogramas de rotulagem.

    Anlise do Ciclo de Vida (LCA) - Diversos padres de LCA esto sendo desenvolvidos atualmenteque cobrem cada estgio do ciclo de vida de um produto, incluindo a avaliao do inventrio, aavaliao do impacto, e a avaliao da melhoria. As aplicaes especficas de LCA incluem comparar produtos alternativos e processos, o ajuste de linhas de base do desempenho, e benchmarking oprogresso. Os conceitos de LCA podiam ser usados como uma base eco-rotulagem.

    Aspectos ambientais em padres do produto - A ISO 14060 (guia para a incluso de aspectosambientais em padres do produto) o sexto padro. Este original uma guia para escritores dospadres nas reas fora da gerncia ambiental, e o TC 207 est emitindo o padro de esboo aosecretariado central do ISO para uma experimentao de 12 a 18 meses.

    7.2. - BS 7750

    Padro britnico BS 7750 - a especificao para sistemas de gerncia ambientais, baseada nosprincpios do padro britnico BS 5750 e o ISO da qualidade 9000 sries, foi esboada em 1991 pela

    instituio britnica dos padres (BSI). O comit, o ambiente e o comit da poltica dos padres da poluio dos padres britnicos instituem constitudos por 40 membros de indstria, comrcio,governo e partidos legislativos do corpo e os interessados.

    usado para descrever o sistema de gerncia ambiental da companhia, avalia seu desempenho e definia poltica, as prticas, os objetivos; e fornece um catalisador para a melhoria contnua.

    O padro foi publicado primeiramente em junho 1992, e subseqentemente revisto e revisado a umaedio nova de janeiro 1994.

    BS 7750 projetado agora ser compatvel com o esquema da (EMAS) e tambm com padro

    internacional ISO 14001. Ele requer uma poltica ambiental de acordo com a legislao ambiental quepossa a organizao efetuar e fora um compromisso melhoria contnua.

    Deve relacionar-se aos locais dentro da organizao abrangida pelo sistema de gerncia, deve forneceruma vista geral das atividades da companhia no local e em uma descrio daquelas atividades.

    A reviso e a definio preparatrias dos efeitos ambientais da organizao no so parte de umaavaliao BS 7750, porm a auditoria destes dados fornecer um exame externo com uma riqueza dainformao nos mtodos adotados pela companhia.

    http://216.239.37.120/translate_c?hl=pt&u=http://www.quality.co.uk/emas.htm&prev=/search%3Fq%3D%2522EMAS%2522%252B%2B%26hl%3Dpt%26lr%3D%26ie%3DUTF-8%26sa%3DGhttp://216.239.37.120/translate_c?hl=pt&u=http://www.quality.co.uk/emas.htm&prev=/search%3Fq%3D%2522EMAS%2522%252B%2B%26hl%3Dpt%26lr%3D%26ie%3DUTF-8%26sa%3DG
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    A companhia declarar seus objetivos ambientais preliminares, aqueles que podem ter a maioria deimpacto ambiental. A fim ganhar a maioria de benefcio estes transformar-se-o as reas preliminaresde considerao dentro do processo da melhoria, e o programa ambiental da companhia.

    O sistema de gerncia ambiental fornece um detalhe mais adicional no programa ambiental. O EMSestabelece procedimentos, instrues de trabalho e controles assegurar-se de que a execuo da poltica

    e da realizao dos alvos possa se transformar uma realidade.Em junho 1993, a organizao de padres internacional (ISO) reviu as recomendaes do GrupoEstratgico Consultivo sobre o meio ambiente (SAGE) e decidiu-se dar forma a um comit tcnicointernacional novo ISO/TC 207

    7.3 - EMAS

    O EMAS Sistema Comunitrio de Eco-Gesto e Auditoria ouEco-Management and Audit Scheme foi

    estabelecido pelo Regulamento (CEE) n 1836/93 de 29 de Junho, que definia as responsabilidades dosEstados-membro na criao das estruturas de base do EMAS, as condies de funcionamento eoperacionalidade dessas estruturas, bem como os requisitos de adeso a este sistema.

    um instrumento voluntrio dirigido s empresas que pretendam avaliar e melhorar os seuscomportamentos ambientais e informar o pblico e outras partes interessadas a respeito do seudesempenho e intenes ao nvel do ambiente, no se limitando ao cumprimento da legislaoambiental nacional e comunitria existente.

    Em 2001 foi publicado o novo regulamento EMAS (EMAS II), institudo pelo Regulamento (CE) n.761/2001 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Maro de 2001, que revoga o primeiro.

    As vantagens em aderir ao EMAS so:

    Ajuda ao cumprimento legal; Permite melhorar o desempenho ambiental; Demonstrar s partes interessadas um empenho na melhoria ambiental;

    Integrar princpios de desenvolvimento sustentvel na ao da autoridade, de acordo com a agendalocal 21;

    Permite realizar economias no que respeita reduo de resduos, poupana de energia e utilizaode recursos;

    Permite melhorar o controle da gesto;Aps o registro no EMAS as organizaes podem utilizar o logotipo nas seguintes modalidades:

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    O relatrio ambiental de EMAS chamado de Indicao Ambiental. uma maneira para que aempresa faa a informao em seu desempenho ambiental publicamente disponvel. Pode ser usadopara informar os sucessos, problemas e objetivos no campo da gerncia ambiental. Tambm usadopara:

    Motivar os empregados a se motivarem ativamente em medidas da proteo ambiental;

    Documento de atividade e desempenho ambiental; Refora o compromisso execuo da gerncia ambiental; Monitore o sucesso, e Ajude no planejamento.

    8 - Concluso

    O desenvolvimento sustentvel um importante conceito de crescimento, presente no debate polticointernacional em especial quando se trata de questes referentes qualidade ambiental e

    distribuio global de uso de recursos.

    A sociedade como um todo acaba por sofrer as conseqncias de um problema nascido de sua relaocom o meio ambiente. Os grandes problemas que emergem da relao da sociedade com o meioambiente so densos, complexos e altamente inter-relacionados e, portanto, para serem entendidos ecompreendidos nas proximidades de sua totalidade, precisam ser observados numa tica mais ampla.

    A implantao de um sistema de gesto ambiental poder ser solues para uma empresa que pretendemelhorar a sua posio em relao ao meio ambiente. O comprometimento hoje exigido s empresascom a preservao ambiental obriga mudanas profundas na sua filosofia, com implicaes diretas nosvalores empresariais, estratgias, objetivos, produtos e programas.

    Como diz Callenbach (1993), ns, seres humanos, somos organismos que pensam. No precisamosesperar que os desastres nos ensinem a viver de maneira sustentvel

    9 Referencias

    ALMEIDA, F. O bom negcio da sustentabilidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

    CALLENBACH, E., et al. Gerenciamento Ecolgico Eco-Manangement Guia do InstitutoElmwood de Auditoria Ecolgica e Negcios Sustentveis. So Paulo: Ed. Cultrix, 1993.

    CAGNIN, C. H. Fatores relevantes na implementao de um sistema de gesto ambiental combase na Norma ISO 14001. 2.000. Dissertao (Mestrado em Engenharia da Produo) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis.

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    CAMPOS, L. M. S. SGADA Sistema de gesto e avaliao de desempenho ambiental: umaproposta de implementao. 2001. Tese (Doutorado em Engenharia da Produo) UniversidadeFederal de Santa Catarina. Florianpolis.

    COMISSO Mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro:FGV, p.44-50, 1988.

    CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluo n 001, de 23 de janeiro de 1986,publicado no D. O U. de 17.2.86. Acesso em03 jun. 2002.

    DONAIRE, D. Gesto ambiental na empresa. 2.ed. So Paulo: Atlas, 1999.

    MACEDO, R. K. de, Gesto Ambiental - Os Instrumentos Bsicos para a Gesto vAmbiental deTerritrios e de Unidades Produtivas. ABES: AIDIS. Rio de Janeiro. vRJ. 1994.

    MAIMON, D. Passaporte Verde Gesto ambiental e competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark,

    1996.MEYER, M. M. Gesto ambiental no setor mineral: um estudo de caso. 2000. Dissertao(Mestrado em Engenharia da Produo) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis.

    MOREIRA, A. C. Conceitos de ambiente e de impacto ambiental aplicveis ao meio urbano.http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/a_moreira/producao/conceit.htm . Acesso em 21 demar.2002.

    NOVAES, W. A dcada do impasse. Da Rio-92 Rio+10. So Paulo: Estao Liberdade, 2002.

    SOUZA, M. T. S. Rumo prtica empresarial sustentvel. Revista de Administrao de Empresas.So Paulo, SP: v.4, n.33, p. 40-52, jul/ago/1993.

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    www.colby.edu/personal/thtieten/ Acesso em 08 de abril de 2003

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