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Page 1: Germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de ... · Cada uma delas, foi semeada em bandejas de isopor de 72 células, contendo os substratos: vermiculita; Plantmax®

Germinação de sementes e desenvolvimento de plântulas de moringa

em função do peso da semente e do tipo de substrato

Antonio Marcos E. Bezerra1; Valéria G. Momenté2; Sebastião Medeiros Filho3; Francisco José C. Moreira3; Fred Denilson B. da Silva3; Tarsio Thiago L. Alves3; Renato Innecco3 1UFPI-CCA, Depto. de Planejamento e Política Agrícola, Campus da Socopo. 60.450-000 Teresina-PI; 2UNITINS, Arse, Conj. L, Lt. 03, Alameda 11, 77123 -360 Palmas-TO; 3UFC-CCA, Departamento de Fitotecnia, Caixa Postal 12.168, 60.356-001, Fortaleza-CE. E-mail: [email protected]

RESUMO

Com o objetivo de determinar o efeito do peso das sementes e do tipo de substrato na

germinação e desenvolvimento de plântulas de Moringa oleifera, conduziu-se esta

pesquisa, em Fortaleza, Ceará, no período de 29/11 a 14/12/02. Os tratamentos

constaram de um arranjo fatorial 3x3, referente a três pesos de semente: pesadas

(272,41 g/1000 sementes); médias (218,88 g/1000 sementes) e leves (177,07 g/1000

sementes); e três substratos: vermiculita; Plantmax e uma mistura a base de solo

esterilizado (S), húmus de minhoca (H) e pó de coco lavado (PC), na proporção de

2:1:1, dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições (24

sementes/repetição). Efetuou-se a semeadura, das três classes de sementes, em

bandejas de isopor de 72 células contendo os referidos substratos. As bandejas

permaneceram em casa de vegetação (sombrite 50%, com nebulização intermitente),

por 15 dias, determinando-se a percentagem, velocidade e tempo médio de

germinação, altura e massa seca das plântulas. Pode-se concluir que as sementes

pesadas originaram plântulas mais vigorosas, no Plantmax e na mistura (S+H+PC) a

percentagem e a velocidade de germinação foi superior à vermiculita e, as plântulas

desenvolveram-se melhor no substrato Plantmax.

Palavras-chave: Moringaceae, Moringa oleifera Lam., sementes, germinação, vigor.

ABSTRACT

Germination and seedling development of drumstick as a function of seed

weight and substrate type

In order to compensate the shortage of informations on the influence of seed

weight and substrate over the germination and seedling development of Moringa oleifera

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was conducted under green house conditions (sombrite 50% with intermittent

nebulization) in Fortaleza, Ceará, Brazil. The treatments consisted of a 3x3 factorial

arrangement [three seeds weight: heavy – 272.41 g/1000 seeds; average – 218.88

g/1000 seeds; light – 177.07 g/1000 seeds and three substrates: vermiculite; Plantmax

and a v/v 2:1:1 mixture based on sterilized soil (S) plus earthworm humus (H) and

washed powdered coconut peels (PCP), respectively] disposed on an entirely

randomized design with four repetitions (24 seeds/repetition). The three seed classes

were sowed into isonor trays with 72 cells conta ining the respective substrate. The

mensurable variables were: percentage, rate and average time for germination; height

and dry weight aerial parts and total of the seedling. From the results it can be

concluded that: heavy and average seeds presented a higher percentage and rate of

germination than light seeds; heavy seeds yielded more vigorous seedlings; the

commercial substrate Plantmax and the mixture (S+H+PCP) allowed a higher

percentage and germination rate than vermiculite; the seedlings showed a better

development on the commercial substrate Plantmax.

Keywords: Moringaceae, Moringa oleifera , seeds; germination, vigour, substrate.

A Moringa oleifera Lam. é uma espécie perene, originária do noroeste indiano,

explorada graças ao seu valor alimentar, medicinal e industrial (SILVA e KERR, 1999).

Em muitas espécies o peso da semente é um indicativo de sua qualidade fisiológica,

sendo que em um mesmo lote as sementes leves, normalmente, apresentam menor

desempenho do que às pesadas. Os substratos hortícolas são constituídos por

vermiculita expandida, materiais orgânicos (turfa, casca de Pinus, casca de arroz

carbonizada ou composto orgânico), fertilizantes e aditivos (FILGUEIRA, 2000),

encontrando-se no comércio, alguns já prontos para o uso, como o Plantmax®. A

utilização de matérias-primas regionais, como o pó de coco (fibra de coco verde ou

maduro) constitui-se uma alternativa ao alto custo dos substratos comerciais. Este

trabalho objetivou avaliar o efeito do peso da semente e do substrato na germinação e

o desenvolvimento das plântulas de Moringa.

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MATERIAL E MÉTODOS

As sementes, procedentes do Horto de Plantas Medicinais, da Fazenda

Experimental Vale do Curu da Universidade Federal do Ceará (UFC), localizada em

Pentecoste, Ceará, foram separadas em três classes de pesos: pesadas (272,41

g/1000 sementes), médias (218,88 g/1000 sementes) e leves (177,07 g/1000

sementes). Cada uma delas, foi semeada em bandejas de isopor de 72 células,

contendo os substratos: vermiculita; Plantmax®· e uma mistura à base de solo

esterilizado (S), húmus de minhoca (H) e pó de coco lavado (PC), na proporção de

2:1:1, sendo utilizado um arranjo fatorial 3x3, para os tratamentos, no delineamento

inteiramente casualizado, com quatro repetições (24 sementes/repetição). As 12

bandejas foram colocadas em uma casa de vegetação (sombrite 50%, com nebulização

intermitente) onde permaneceram nesse ambiente por 15 dias. As variáveis analisadas

foram: percentagem, velocidade e tempo médio de germinação, altura da plântula,

massa seca da parte aérea e massa seca total. Os dados obtidos foram submetidos à

análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na tabela 1 estão inseridas as médias das variáveis analisadas no ensaio.

Observaram-se resultados semelhantes da percentagem de germinação entre

Plantmax e o substrato preparado à base de solo, húmus de minhoca e pó de coco

(mistura), bem como entre vermiculita e a mistura S+H+PC. A germinação foi idêntica

nas classes pesadas e médias e, também, entre as leves e as pesadas, evidenciando,

assim, que a separação por peso não influenciou esta característica. O índice de

velocidade de germinação (IVG) na vermiculita foi, estatisticamente, diferente do

observado no Plantmax e na mistura S+H+PC. As sementes pesadas e médias

exibiram IVGs semelhantes, os quais diferiram, estatisticamente, do obtido nas

sementes leves. O tempo médio de germinação, revelou ser necessário 5,99 e 6,18

dias, respectivamente, no Plantmax e na mistura S+H+PC, para que as sementes

expressassem a sua máxima germinabilidade, enquanto que, nas pesadas e médias, os

valores do tempo médio, foram de 6,35 e 6,31 dias, respectivamente. O substrato

Plantmax proporcionou condições mais adequadas ao crescimento das plântulas, haja

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vista o maior crescimento e produção de massa seca da parte aérea e total em relação

aos outros dois. Nota-se, que a mistura S+H+PC apresentou um desempenho

satisfatório no desenvolvimento das plântulas de moringa, sendo somente suplantada

pelo Plantmax. A classificação das sementes por peso afetou a altura e a biomassa

da parte aérea e total. Conclui-se que: as sementes pesadas e médias apresentaram

melhor qualidade fisiológica do que às leves; as sementes pesadas proporcionaram

plântulas mais vigorosas; a percentagem e a velocidade de germinação no Plantmax

e em S+H+PC foi superior à obtida em vermiculita; e, as plântulas desenvolveram-se

melhor no substrato comercial Plantmax.

Tabela 1. Variáveis obtidas na Moringa em função do peso das sementes e do tipo de substrato. Fortaleza, UFC, 2003.

Substratos Classes de Peso Médias Classes de Peso Médias Pesada Média Leve Pesada Média Leve ................Germinação (%)............... ...Índice de Velocidade de Germinação..... Vermiculita 98 98 94 96,7B 3,47 3,15 3,12 3,35B Plantmax® 100 100 98 99,3A 4,12 4,07 3,88 4,02A S+H+PC 98 100 97 98,3AB 3,90 4,01 3,69 3,87A Médias 99,7ab 99,3a 96,3b 3,83a 3,85a 3,57b Tempo Médio de Germinação (dias) ........................Altura (cm)......................... Vermiculita 7,01 6,92 7,31 7,18A 11,1 11,1 9,2 10,5C Plantmax® 5,89 5,98 6,09 5,99B 18,2 17,5 16,6 17,4A S+H+PC 6,15 6,04 6,35 6,18B 15,4 14,8 13,4 14,5B Médias 6,35ab 6,31b 6,58a 14,9a 14,5b 13,1a ....Massa Seca da Parte Aérea (g)... ...............Massa Seca Total (g)................. Vermiculita 0,132 0,108 0,086 0,109C 0,159 0,126 0,105 0,130B Plantmax® 0,263 0,235 0,194 0,231A 0,282 0,254 0,208 0,248A S+H+PC 0,229 0,193 0,166 0,196B 0,265 0,257 0,189 0,237A Médias 0,208a 0,179b 0,149c 0,236a 0,167c 0,213b Letras minúsculas iguais, nas linhas e maiúsculas iguais, nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey, em nível de 5,0% de probabilidade.

LITERATURA CITADA

FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultu ra: agrotecnologia moderna na produção

e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p.

SILVA, A.R.; KERR, W.E. Moringa: uma nova hortaliça para o Brasil. Uberlândia: UFU/DIRIU, 1999, 95p.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Dr. Sérgio Horta Mattos do Depto. de Fitotecnia da

UFC, pelo fornecimento das sementes de moringa para realização desta pesquisa.