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1 Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais OFICINA PLANO DIRETOR DA ATENÇÃO HOSPITALAR HOSPITAIS DO PRO-HOSP 3 GERENCIAMENTO POR PROCESSOS E RISCOS BELO HORIZONTE 2010

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Page 1: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

1

Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais

OFICINA PLANO DIRETOR DA ATENÇÃO HOSPITALAR

HOSPITAIS DO PRO-HOSP 3

GERENCIAMENTO POR

PROCESSOS E RISCOS

BELO HORIZONTE

2010

Page 2: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

2

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MINAS GERAIS

COORDENAÇÃO

Helidea de Oliveira Lima

Marco Antônio Bragança

CONSULTORA RESPONSÁVEL

Maria Emi Shimazaki

Maria do Perpétuo Socorro Martins

GRUPO DE AUTORES

Helidea de Oliveira Lima

Lismar Isis Campos

Marco Antônio Bragança

Maria Emi Shimazaki

Stefânia Mereciana Gomes Ferreira

COLABORADORES:

Ana Maria Maciel

André Luiz Pereira

Arcenio Sabu Suvai

Bruno Reis

Camila Ferraz

Claúdia Almeida

Karine Coutinho

Luciana Bottino

Maria Marilac

Marisa Botelho

Mayra Silva

Rachel Mendes

Regina Bittencourt

Sérgio Carvalho

Simone Ferreira

Thiago Rodrigues

Page 3: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

3

SUMÁRIO

1. PROGRAMA GERAL ................................................................................... 5

1.1 Objetivos ............................................................................................. 5

1.2 Programação ....................................................................................... 5

2. ROTEIRO DAS ATIVIDADES – 1º DIA ....................................................... 7

2.1 Abertura .............................................................................................. 7

2.2 Exposição dialogada: Avaliação das atividades do período de dispersão .............................................................................................

7

2.3 Exposição dialogada: Gerenciamento por processos ......................... 7

2.4 Estudo dirigido: Identificação dos processos do mapa estratégico .... 16

2.5 Estudo dirigido: Gerenciamento dos processos finalísticos ................ 19

3. ROTEIRO DAS ATIVIDADES – 2º DIA ...................................................... 26

3.1 Saudação ............................................................................................ 26

3.2 Plenário: Relato das atividades dos grupos ........................................ 26

3.3 Exposição dialogada: Gerenciamento dos riscos ............................... 26

3.4 Estudo dirigido: Gerenciamento dos riscos ......................................... 34

3.5 Plenário: Relato das atividades dos grupos ........................................ 38

3.6 Plenário: A programação das atividades do período de dispersão ..... 38

3.7 Plenário: Avaliação ............................................................................. 41

4. ANEXO ........................................................................................................ 42

Mapa Estratégico do PROHOSP .. ..................................................... 42

Page 4: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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1. PROGRAMA GERAL

1.1 OBJETIVOS:

Esta oficina tem como objetivo geral desenvolver competências para gerenciar

processos e riscos.

Tem como objetivos específicos:

� Compreender os fundamentos sobre gerenciamento por processos: justificativa,

conceito, classificação dos processos, cadeia de valor, metodologia;

� Desenvolver habilidade identificar, classificar e utilizar as matrizes para

gerenciamento de processos;

� Compreender os fundamentos sobre gerenciamento de riscos: justificativa,

conceito, metodologia;

� Desenvolver habilidade para utilizar as matrizes para identificação dos níveis dos

riscos;

� Elaborar plano de ação para implantação do gerenciamento de risco.

1.2 PROGRAMAÇÃO:

PRIMEIRO DIA

HORÁRIO ATIVIDADE TEMA

8:00 – 9:00 Abertura

9:00 – 10:30 Exposição Análise do Período de Dispersão

10:30 – 12:00 Exposição Gerenciamento por processos

12:00 – 13:30 Intervalo

13:30 – 15:30 Trabalho de Grupo Identificação dos processos finalísticos, de apoio e estratégicos referentes aos macro-processos do mapa estratégico do ProHosp

15:30 – 15:45 Intervalo

15:45 – 16:45 Plenário Relato dos grupos

16:45 – 18:00 Trabalho de Grupo Elaboração da matriz de gerenciamento dos processos finalísticos

Page 5: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

5

SEGUNDO DIA

HORÁRIO ATIVIDADE TEMA

8:00 – 8:30 Dinâmica inicial

8:30 – 9:30 Plenário Relato dos grupos

9:30 – 10:30 Exposição dialogada Gerenciamento dos riscos

10:30 – 10:45 Intervalo

10:45 – 12:00 Trabalho de Grupo Identificação dos níveis de risco

12:00 – 13:30 Intervalo

13:30 – 14:30 Trabalho de Grupo (continuação)

Plano de ação para gerenciamento dos riscos

14:30 - 15:30 Plenário Relato dos grupos

15:30 – 15:45 Intervalo

15:45 – 17:00 Plenária

Programação das atividades para o compartilhamento e validação dos produtos da oficina com todo o corpo técnico e gerencial dos Hospitais

17:00 – 17:30 Avaliação da oficina Encerramento

Page 6: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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2. ROTEIRO DAS ATIVIDADES - 1º DIA

2.1 ABERTURA

Esta atividade tem como objetivo:

� Saudar os participantes;

� Apresentar os participantes;

� Apresentar os objetivos da oficina;

� Explicar a metodologia de trabalho;

� Pactuar os compromissos com os participantes.

2.2 EXPOSIÇÃO DIALOGADA

Avaliação das atividades do período de dispersão

Esta atividade tem como objetivo avaliar as atividades do período de dispersão nos

hospitais: a replicação das oficinas, o desenvolvimento dos produtos e o

comprometimento do corpo gerencial e técnico dos hospitais.

2.3 EXPOSIÇÃO DIALOGADA

Gerenciamento por processos

Esta atividade tem como objetivo compreender os fundamentos que orientam o

gerenciamento por processos: conceito, classificação dos processos, interação dos

processos, procedimento operacional padrão.

Page 7: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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2.3.1 TEXTO DE APOIO:

GERENCIAMENTO POR PROCESSOS 1

O desempenho das organizações modernas estabelece premissas relacionadas ao

processo de globalização das economias, ao acirramento da competitividade e a uma

crescente necessidade de capacidade adaptativa nas organizações. Essa afirmativa

destaca que os processos de mudanças são inevitáveis para as organizações que

pretendem continuar existindo. É nesse contexto que se apresenta a gestão por

processos como forma de dar resposta à necessidade de se adaptar ao ambiente

externo, promovendo melhoria no projeto de processos no dia a dia e fazendo com que

a organização aprenda continuamente a gerir seus processos.2

A gestão por processos é uma mudança paradigmática e deve ser incorporada pela

cultura da organização.

Especialmente a partir dos anos de 1990 o modelo de organização orientado para

processos passa a ser citado por vários autores como alternativos mais adequados para

promover uma maior efetividade organizacional. O pressuposto é que nesta forma de

organização, há uma eliminação de barreiras dentro da empresa, possibilitando a

visualização da organização como um todo e uma maior inter-relação entre os

diferentes agentes da cadeia de valor (cliente, fornecedores, executores do processo).

Hall (1982)3 define processo como uma série de atividades e tarefas lógica e

seqüencialmente interrelacionadas, organizadas com a finalidade de produzir resultados

específicos para realização de uma meta, caracterizando-se por entradas mensuráveis,

valor agregado e saídas mensuráveis. Motta (1995) define processo como: “é uma

organização de pessoas, equipamentos, procedimentos, informações, energia e

materiais em atividades de trabalho logicamente relacionados e que agregam valor para

o cliente, com o objetivo de produzir resultados específicos”.

Juran (1992) define macro-processo como um conjunto de micro-processos ou sub-

processos, aos quais corresponde uma grande variedade de tarefas, designadas por

segmentos, sendo cada uma delas, normalmente, desenvolvidas e geridas pela chefia

operacional que pertence apenas a uma unidade funcional.4

1 Texto elaborado por Helidéa de Oliveira Lima, 2009. 2 PAIM, R et al - Gestão de Processos: pensar, agir e aprender. Porto Alegre – Bookman,2009. 3 Hall, R. J. Organizações, Estrutura e Processos, Tradução Wilma Ribeiro, Prentice-Hall, Riode Janeiro, 1982 4 JURAN, J. M. Controle da qualidade. Handbook. vol. VI. São Paulo: Makron Books, 1992.

Page 8: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

8

Para a Fundação Nacional da Qualidade os processos são constituídos pelo conjunto

das atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas) em

produtos ou serviços (saídas). Ou, numa abordagem mais técnica, é um conjunto de

atividades preestabelecidas que executadas numa seqüência determinada vão conduzir

a um resultado esperado que assegure o atendimento das necessidades e expectativas

dos clientes e outras partes interessadas5, como representado na Figura 1.

As organizações tradicionais estão estruturadas por departamento e/ou serviços que

realizam tarefas comuns, cuja responsabilidade de gestão está formalmente definida no

organograma. A modernização gerencial trouxe a organização do trabalho por meio de

processos, permitindo definição do fluxo de trabalho e a integração horizontal de todas

as etapas. Esta abordagem possibilita uma diminuição do custo e do desperdício,

reduzindo os custos da não-qualidade, evitando o retrabalho. Reconhecer e mapear

detalhadamente os processos organizacionais e aperfeiçoá-los para que não se corra o

risco de automatizar erros e/ou as atividades não agregadoras de valor é hoje um

grande diferencial na gestão das organizações. Na saúde isso não é diferente.

5 FNQ. - Critérios compromisso com a excelência e rumo à excelência/Fundação Nacional da Qualidade. SP, 2008.

Page 9: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

9

Para que possamos otimizar as tarefas, é necessário integrar as ações de assistência

às ações administrativas, gerando melhoria do resultado, o que reflete na maior

segurança da assistência.

Na estrutura por processo, os recursos (humanos, técnicos, financeiros, de informação

e materiais) e os fluxos de trabalho são organizados em função dos processos da

organização. A introdução desta metodologia implica na definição do macro-processo

da organização, alinhado ao negócio e direcionado pela estratégia. A partir daí são

definidos os processos finalísticos, os de apoio e os estratégicos, com seus respectivos

responsáveis, permitindo então a revisão dos fluxos de trabalho, visando a redução das

atividades que não agregam valor e garantindo a organização, divisão e realização do

trabalho, em consonância com os propósitos da organização.

Entendemos por processo qualquer ação ou atividade que transforme uma entrada

numa saída. Ou ainda um conjunto de operações sucessivas e ou paralelas que

proporcionam um resultado bem definido. Geralmente como parte de um ciclo global de

produção de um produto ou serviço.

Os serviços de saúde, especificamente os hospitais, podem ser divididos em pelo

menos três áreas, cada uma com características próprias no que diz respeito aos

recursos e as atividades realizadas para obtenção de resultados. A composição dessas

áreas (estratégicas, finalísticas e de apoio) se dá através de processos como descrito a

seguir:

PROCESSOS ESTRATÉGICOS

Os processos estratégicos são aqueles que definem o negócio da organização e

direcionam os processos finalísticos. Por exemplo: gestão de pessoas, gestão da

qualidade, gestão do corpo clínico, gestão administrativa e financeira entre outros.

PROCESSOS FINALÍSTICOS

Os processos finalísticos são aqueles que geram os produtos ou serviços finais da

organização, isto é, aqueles que são entregues e atendem às necessidades e

expectativas das partes interessadas. Estes processos contribuem diretamente para a

criação de valor para os clientes e para a sociedade. Por exemplo: internação clínica,

internação cirúrgica, tratamento intensivo, atendimento ambulatorial, atendimento em

emergência, entre outros.

Page 10: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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PROCESSOS DE APOIO

Os processos de apoio são aqueles que dão suporte direto aos processos finalísticos.

Fornecem ou criam as condições necessárias para que a organização possa gerar seus

produtos ou serviços que vão atender às necessidades e expectativas de seus clientes

e da sociedade, agregando valor para estes. Por exemplo: higiene, processamento de

roupas, manutenção predial, manutenção de equipamentos, serviço de prontuário do

paciente, entre outros.

O conjunto desses processos constitui o macro-processo da organização e são

estabelecidos de acordo com o perfil, o negócio, o organograma e as diretrizes

organizacionais, como apresentado na Figura 2.

GERENCIAMENTO POR PROCESSOS

Como fluxo do processo entende-se a organização das tarefas que se inicia pelo

recebimento de insumos dos fornecedores, que levam ao processamento das atividades

com geração de produtos e que visam satisfazer às necessidades dos clientes.

Page 11: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

11

A figura 3 apresenta o fluxo básico do processo:

Para facilitar a identificação desse fluxo básico do macro processo da organização é útil

utilizar a figura de Mapa de Negócio, identificada abaixo, onde são identificados os

fornecedores, os insumos, os processos principais (atividades e produtos) e os clientes.

Os processos utilizam os recursos da organização para oferecer resultados objetivos

aos seus clientes. O fluxo dos processos fornece parâmetros para relatar e manusear

dados relativos aos mesmos. É uma forma de acompanhar a execução de tarefas

constatando as necessidades de evolução e melhoria, gerando uma cadeia de valor.

Page 12: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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O conceito de “valor” refere-se a uma avaliação que um cliente faz sobre um produto ou

serviço, no momento em que ele se coloca na expectativa de adquiri-lo. O cliente avalia

os benefícios que o produto ou serviço vai lhe trazer e os esforços necessários para

comprá-lo. A essa consideração simultânea entre o que vai receber e o que vai

dispensar se chama valor. Valor não se confunde, portanto, com qualidade ou com

preço, mas é uma síntese dos dois, elaborada de modo abstrato na mente do cliente.6

BENEFÍCIOS PERCEBIDOS PELO CLIENTE VALOR =

ESFORÇO REALIZADO

Segundo Porter, toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para

projetar, produzir, comercializar, entregar, sustentar seu produto ou serviço. A cadeia de

valor do setor é um conjunto de cadeias de empresas distintas, interligadas de forma

coordenada e compartilhadas para multiplicar valor para o cliente final.7

Para que sejam identificadas as etapas de realização das atividades de um processo é

necessário que seja identificado o resultado final esperado desse processo,

evidenciando assim o valor agregado por esse processo. Como formas de

gerenciamento de processo propõem-se os seguintes caminhos:

• Definição do processo;

• Definição do resultado esperado do processo;

• Definição do fluxo de atividades realizadas desde a entrada dos insumos até a

saída do produto/serviço;

• O resultado esperado de cada atividade;

• O sistema gerencial que define responsabilidades (utilizando o 5W2H).

A figura 5 apresenta um modelo de gerenciamento de processos proposto pelo IQG

(Instituto Qualisa de Gestão)8.

6 CAMPOS, E. F. A cadeia de valor em saúde – Uma proposta de reorganização da Atenção na Saúde Suplementar – Unimed Federação Minas, Belo Horizonte, 2009 7 Porter, M. E. Vantagem competitiva. Rio de Janeiro, Editora Campus, 1989. 8 IQG. - Programa de desenvolvimento de recursos humanos em gestão da qualidade em saúde. Modúlo III Gerenciamento do Risco.

Page 13: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

13

INTERAÇÃO DOS PROCESSOS

A interação pressupõe a negociação com clientes e fornecedores do processo, visando

estabelecer acordos que possam atender às necessidades e expectativas dos clientes.

Os vários processos de uma organização interagem entre si na medida em que clientes

de um processo tornam-se fornecedores de outros.

Por exemplo, o processo higiene é fornecedor da internação cirúrgica. A internação

cirúrgica é fornecedora do atendimento cirúrgico (bloco). O atendimento cirúrgico é

cliente do processamento de roupas. O processamento de roupas é fornecedor da

internação cirúrgica e do atendimento cirúrgico e assim sucessivamente.

Page 14: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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PROCEDIMENTOS E NORMALIZAÇÃO DOS PROCESSOS

Para que se reduza a variabilidade dos pontos críticos dos processos, é necessário

padronizar essas etapas. O Procedimento Operacional Padrão – POP destina-se a

estabelecer e fixar as condições para a execução de quaisquer operações de conteúdo

técnico ou administrativo.

Um POP explicita ao executor a seqüência das atividades críticas. Define as condições

necessárias para sua execução, tais como equipamentos, materiais, local, momento de

realização e responsável.

A elaboração de um POP deve ser realizada por quem executa o procedimento, pois

este é o conhecedor da rotina.

O bom desempenho dos colaboradores no nível das tarefas e procedimentos é

responsável pela qualidade dos processos organizacionais, pelo cumprimento da

missão e alcance da visão. O coordenador do processo deve efetuar o treinamento do

pessoal com base no POP. Quanto mais bem treinado estiver o executor, conjugado a

uma melhor estabilidade do processo, menor a exigência de supervisão e maior a

possibilidade de delegação.

INDICADORES DE QUALIDADE E DESEMPENHO

As medições precisam ocorrer como decorrência das estratégias da organização,

abrangendo os principais processos e seus resultados. As informações necessárias

para a avaliação e a melhoria do desempenho incluem, entre outras, aquelas

relacionadas com o cliente, produtos, mercado, comparações com a concorrência ou

referenciais de excelência, fornecedores e funcionários. A premissa é de que aquilo que

é medido permite ser avaliado.

Um sistema de indicadores vinculados aos requisitos dos clientes ou de desempenho da

organização representa uma base clara e objetiva para alinhar todas as atividades com

as metas da organização. Por exemplo, para avaliar se os indicadores selecionados

para monitoramento da qualidade do produto estão adequados, pode-se correlacioná-

los com os resultados das medições da satisfação dos clientes.

É com este propósito que surgem os indicadores de desempenho, como uma relação

matemática que mensura atributos de um processo ou de seus resultados com o

objetivo de comparar esta métrica advinda de eventos reais com metas e padrões

preestabelecidos.

Page 15: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

15

Em sua determinação, podem ser visualizadas algumas características descritivas, tais

como:

a) É uma relação matemática que resulta em uma medida quantitativa;

b) Identifica um estado do processo ou resultado deste;

c) Associa metas numéricas e temporais pré- estabelecidas.

Como métrica consistente para o processo deve-se:

a) Identificar as saídas mais importantes de cada processo-chave (produtos);

b) Identificar as dimensões críticas de desempenho para cada uma dessas saídas;

c) Determinar as métricas para cada dimensão crítica;

d) Desenvolver metas ou padrões para cada métrica.

Uma regra prática para identificar os indicadores em um determinado processo é

conduzir em grupo uma discussão sobre o assunto. A recomendação é não estabelecer

indicadores sobre os quais não se possa exercer controle.

2.4 ESTUDO DIRIGIDO

Identificação dos processos do mapa estratégico

2.4.1 TRABALHO EM GRUPOS

Orientações:

� Dividir em grupos;

� Eleger coordenador e relator, para cada grupo;

� Ler o texto de apoio: Gerenciamento por processos;

� Transcrever os macro-processos descritos no mapa estratégico do PROHOSP;

� Identificar, para cada macro-processo, os processos finalísticos, de apoio e

estratégicos;

� Utilizar a Matriz 1 – Identificação dos processos finalísticos, de apoio e

estratégicos, referente a cada macro-processo do mapa estratégico do ProHosp.

Para tanto, preencher as linhas, respondendo as seguintes questões:

¬ Linha 1: transcrever o macro-processo que consta no mapa estratégico;

¬ Linha 2 - processos finalísticos: para que o macro-processo seja efetivado,

que processos destinados aos clientes finais, ou seja, aqueles que geram

valor aos clientes finais, são necessários?

Page 16: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

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¬ Linha 3 – processos de apoio: para que os processos finalísticos sejam

efetivados, que processos de apoio, ou seja, que suporte ou meios são

necessários?

¬ Linha 4 – processos estratégicos: para que os processos finalísticos sejam

efetivados, com o suporte dos processos de apoio, que processos

estratégicos, ou seja, que ações direcionam, orientam estes processos

(finalísticos e de apoio) para a concretização do negócio da organização?

Page 17: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

17

MATRIZ 1: IDENTIFICAÇÃO DOS PROCESSOS FINALÍSTICOS, DE APOIO E ESTRATÉGICOS, REFERENTES AOS MACRO-PROCESSOS DO MAPA ESTRATÉGICO DO PROHOSP

Macro-processo

(Linha 1)

Processos finalísticos

(Linha 2)

Processos de apoio

(Linha 3)

Processos estratégicos

(Linha 4)

Page 18: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

18

2.5 ESTUDO DIRIGIDO

Gerenciamento dos processos finalísticos

2.5.1 TRABALHO EM GRUPOS

Orientações:

� Retornar aos grupos;

� Eleger coordenador e relator, para cada grupo;

� Transcrever os processos finalísticos do estudo dirigido anterior;

� Preencher, para cada processo finalístico, a Matriz 2 – Gerenciamento do

Processo.

Page 19: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

19

MATRIZ 2: GERENCIAMENTO DO PROCESSO

Código:

Versão:

Validade:

Página:

TÍTULO:

RESULTADO DO PROCESSO:

LOGOMARCA

SISTEMA GERENCIAL

O QUE RESULTADO ESPERADO (ITENS DE VERIFICAÇÃO) ONDE QUANDO QUEM INSTRUMENTO DE

REFERENCIA

01

02

03

04

05

06

Page 20: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

20

07

08

09

10

INDICADORES (PROCESSO E DO RESULTADO ESPERADO)

APROVAÇÕES

Nome Cargo Assinatura

Page 21: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

21

Orientação para o preenchimento da Matriz de Gerenciamento dos Processos de

trabalho1:

Gerenciar um processo significa adotar ações que vão assegurar o cumprimento dos

requisitos do processo e, em decorrência, o cumprimento dos resultados esperados.

Para tanto, duas condições precisam ser satisfeitas:

• Existência do padrão de trabalho que definirá as responsabilidades na

execução do trabalho, a freqüência em que é executado, os indicadores de

desempenho que permitirão monitorar e assegurar o atendimento dos

requisitos do processo e a maneira correta de executá-lo.

• Existência de mecanismo de controle que permita monitorar a execução do

processo, garantindo que seu padrão de trabalho esteja sendo cumprido

integralmente.

A estrutura deste instrumento foi constituída da seguinte forma:

(01) – Identificação (código): Esta identificação é realizada por meio de um código

cuja formatação ficará a critério do ponto de atenção responsável pela elaboração.

Ex: MP-UBSJ-01

Nº seqüencial - Ex: 01, 02, 03.... N

Local - Ex: UBSJ - Unidade Básica São Joaquim

Tipo de documento - Ex: MP - Matriz de processos

A formatação acima é somente um exemplo e cada ponto de atenção deverá

encontrar a melhor formatação para identificar seus documentos.

(02) – Versão: Por se tratar de um documento que naturalmente haverá melhorias, é

importante ter a indicação da versão em questão e data de publicação para evitar o

uso acidental de versões obsoletas.

(03) – Validade: Neste campo determina-se o prazo máximo no qual o documento

deverá ser revisto pela equipe de desenvolvimento. É comum determinar o prazo de

12 meses após a sua publicação. Ex: se um documento foi publicado em 05/05/2010,

você poderá determinar como data de validade 05/05/2011.

Page 22: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

22

OBS: A data de validade não impede que o documento passe por uma revisão

antecipada. Caso isso ocorra, ao publicar a nova versão você deve informar uma nova

data de validade.

(04) – Paginação: Este campo indica o número da página do documento e o número

de páginas totais que o documento possui.

(05) – Logomarca: É a identidade visual da unidade, da equipe, secretaria de saúde

ou município.

(06) – Título (ou processo): A clareza na descrição do processo é de fundamental

importância para orientar e delimitar as próximas etapas de construção da matriz.

Neste caso está definido e não deve ser alterado.

(07) – Resultado do processo: O conteúdo desta coluna deverá estar alinhado ao

título da matriz e ao mesmo tempo expressar o resultado esperado de todas as etapas

contidas na matriz.

(08) – O que: Corresponde às ações necessárias para o alcance dos resultados do

processo (vide 07).

(09) – Resultados esperados: Define qual o resultado esperado para cada uma das

macro-ações descritas no item anterior.

(10) – Onde: este campo indica qual a ação se aplica em cada um dos pontos de

atenção da rede de atenção à saúde, ou do hospital.

(11) – Quando: Analisando o item (10), caso a macro-ação seja aplicável no seu

ponto de atenção, identifique o momento / freqüência em que a etapa é realizada.

Exemplo: diariamente, semanalmente, dias ímpares/ pares, de 4 em 4 horas, somente

a noite, pela manhã, etc. Se a macro ação não for aplicável no seu ponto de atenção,

basta deixar este campo em branco.

(12) – Quem: Este campo determina as pessoas com habilidade de resposta sobre os

resultados esperados, ou seja, as responsabilidades. Desta forma, deverá conter o

gestor / responsável por cada uma das etapas. É importante que neste campo, os

gestores / responsáveis sejam identificados nominalmente e não por seus cargos ou

funções. Exemplo: “Astrogildo Santana” e não “Médico do plantão”. Justifica-se a

descrição nominal neste campo, pois caso haja dificuldade os envolvidos no processo

1 Adaptado por Fábio Renan de Lucia

Page 23: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

23

sabem exatamente a quem recorrer e quem possui a autoridade sobre a etapa do

processo e a responsabilidade por seus resultados obtidos.

(13) – Instrumento de referência: Neste campo, deverá ser informado (quando

existir), documento(s) que detalha(m) a operacionalidade da atividade em questão. Os

instrumentos de referência podem ser: POP (Procedimentos Operacionais Padrão), IT

(Instruções de Trabalho), protocolos, fluxogramas, algoritmos, manuais, normas

internas, etc. Para facilitar, caso os instrumentos possuam algum tipo de identificação,

basta informá-los.

Observação: Somente terá instrumentos de referência a ação que for considerada

crítica:

Como saber o que é crítico ou não? Quando a inexistência do procedimento ou

documentos de referência resultar em: re-trabalho, acidentes, aumento no custo

operacional, reclamações por variações no resultado, probabilidade de risco para o

cidadão, etc.

(14) – Indicadores: O indicador é uma variável, característica ou atributo que é capaz

de sintetizar, representar ou dar maior significado ao que se quer avaliar. É a

representação quantitativa dos resultados de um processo ou ação. Demonstra a

variabilidade de um processo, a tendência ou quão distantes os resultados obtidos

encontram-se da meta almejada. Um bom indicador deve fornecer informações para

tomada de decisões.

Observação: Defina os indicadores relevantes e que podem ser medidos com a

qualidade necessária de acordo com a natureza do ponto de atenção. Ter um número

elevado de indicadores pode desviar o foco principal (gerenciamento e melhoria dos

resultados) para a coleta dos dados (preocupação em cumprir prazos não havendo

gerenciamento e melhoria). Não há uma definição padrão para o número de

indicadores. Procure um equilíbrio entre o quantitativo (número de indicadores) e o

qualitativo (capacidade de coletar dados e agir quando necessário). Se tiver

dificuldade, inicie com aproximadamente três indicadores que, em conjunto com sua

equipe, elejam como sendo os mais relevantes no momento. Posteriormente, se

necessário, poderão ser acrescentado outros indicadores ou mesmo substituídos os já

existentes.

Page 24: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

24

(15) – Aprovações: indica os participantes na elaboração e/ou aprovação da versão

do documento em questão. Indique os nomes dos participantes, seus respectivos

cargos e solicite que assinem o documento.

REFERÊNCIAS:

Cadernos de Excelência: Processos / Fundação Nacional da Qualidade. – São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. – (Série Cadernos de Excelência, n. 7.)

Mello, J.B., Camargo, M.O. Qualidade na Saúde - Práticas e conceitos. Normas ISO nas Áreas Médico-Hospitalar e Laboratorial - São Paulo:Ed. Best Seller, 1998.

Conceitos básicos para a elaboração de indicadores – Capacitação no elenco norteador e indicadores do Sinavisa – ANVISA 15 de agosto de 2008.

NBR ISO 9000:2000, Sistemas de Gestão da Qualidade - Fundamentos e Vocabulário. http://www.qualitypoint.com.br

Page 25: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

25

3. ROTEIRO DAS ATIVIDADES: 2º DIA

3.1 SAUDAÇÃO

Esta atividade tem como objetivos:

� Saudar os participantes.

� Apresentar a programação das atividades.

� Pactuar os compromissos com os participantes.

3.2 PLENÁRIO

Relato das atividades dos grupos

Esta atividade tem como objetivo apresentar o relatório dos trabalhos realizados pelos

grupos relacionados à atividade anterior.

3.3 EXPOSIÇÃO DIALOGADA

Gerenciamento dos riscos

Esta atividade tem como objetivo compreender os fundamentos que orientam o

gerenciamento dos riscos: conceito, etapas e classificação dos riscos.

3.3.1 TEXTO DE APOIO:

GERENCIAMENTO DOS RISCOS

Existem várias versões para a origem da palavra risco. Um dos primeiros registros da

palavra é do século XIV, em castelhano (riesgo), entretanto ainda não apresentava a

conotação de perigo potencial (GAMBA, SANTOS, 2006).

Page 26: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

26

A compreensão da concepção de risco é imprescindível para desvelar a determinação

multifatorial do processo saúde-doença-cuidado. Risco em saúde é concebido como

um perigo potencial de ocorrer uma reação tida como adversa à saúde das pessoas

expostas a ele ou ainda a possibilidade de dano em diversas dimensões como, física,

psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano.

O enfoque de risco é uma filosofia de trabalho de caráter essencialmente preventivo e

é fundamento para a programação da assistência à saúde. Constitui uma oportunidade

para integrar a clínica com a epidemiologia, a administração e o planejamento em

saúde.

O Gerenciamento do Risco é o conjunto de atividades que transforma o risco não

gerenciado em risco gerenciado, através da aplicação sistemática de políticas,

procedimentos e práticas de gestão. Isso inclui planejamento estratégico, tomada de

decisão, postura pró-ativa e outras estratégias, processos e práticas para lidar com

riscos.

Muitos hospitais ainda se encontram em um modelo de gestão que não têm como

foco a segurança do paciente, possuem práticas incipientes de gestão do risco. Isso

pode ser avaliado por meio da síntese dos diagnósticos ONA dos hospitais PROHOSP

feito pela instituição certificadora e enviada a SES/MG em 2009:

• 87% não possuem Plano de Aplicação Medicamentosa,

• 57% não possuem Gestão de Equipamentos.

• 47% não possuem Programa de Infecção e Eventos Adversos.

• 17% não possuem Gestão da Segurança

• 17% não possuem Segurança Ocupacional (AMQ, 2009).

A prestação de serviços hospitalares constituiu-se de processos estratégicos,

finalísticos e de apoio e estes pela sua natureza requerem ações proativas e

preventivas para mitigação e minimização dos riscos inerentes.

Page 27: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

27

ETAPAS DE CONSOLIDAÇÃO DA GESTÃO DOS RISCOS NO HOSPITAL

Analisar os riscos Realizar estudo metodológico e

ações imediatas

Planejar a implantação da Gestão do Risco

Formar a Comissão do Gerenciamento do Risco

Eventos de repercussões graves?

Identificar, classificar e mapear os Riscos

Elaborar relatórios

Fluxograma: Implantação do Gerenciamento do Risco

Elaborar a política de gerenciamento do risco

Elaborar protocolos e barreiras de proteção

Capacitar os profissionais

Tratar os Eventos

Acompanhar por meio de indicadores Registrar os eventos

Acompanhar e monitorar

SIM NÃO

Page 28: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

28

COMO REALIZAR AS ATIVIDADES MENCIONADAS NO FLUXOGRAMA?1

Formar a Comissão de Gerenciamento do Risco:

É necessária uma equipe multiprofissional, que tenha representantes da direção, das

áreas assistenciais, de apoio, administrativa da instituição, da CCIH e auditoria clínica.

Outros pontos importantes são: a elaboração e compartilhamento entre os membros

da comissão do cronograma das reuniões ordinárias. Metodologia das reuniões

ordinárias: iniciar verificando e discutindo os pontos pendentes da reunião anterior,

realizar planos de ação dos itens discutidos, registrar os acordos e pontos estratégicos

em livro de ata; divulgar e repassar as responsabilidades para as pessoas

estratégicas.

Planejar a implantação da Gestão do Risco e Elaborar a Política de

Gerenciamento do Risco:

Planejar e elaborar a política de gerenciamento do risco significa oficializar a

nomeação dos membros da Comissão, elaborar o planejamento das ações de

implantação e implementação da gestão do risco no hospital buscando o perfeito

alinhamento ao planejamento estratégico institucional.

Identificar, classificar e mapear os riscos institucionais:

Para identificar os riscos presentes nos processos é recomendada a utilização das

ferramentas para levantar os pontos de fragilidades: Mapeamentos dos processos;

Notificações de Quase Dano e Eventos Adversos; Notificações de não conformidades;

Busca Ativa em Auditoria Clínica; Alertas e na Literatura. Na classificação e

mapeamento dos riscos objetiva-se determinar o nível de risco e estabelecer as

prioridades nos pontos críticos de cada processo assistencial.

Os Níveis de Risco (Criticidade do Risco) são obtidos multiplicando Gravidade por

Probabilidade. Este valor permite priorizar a intervenção sobre o risco, bem como

priorizar as ações que serão implementadas.

1 Texto elaborado por Stefânia Mereciana Gomes e Lismar Isis Campos. Adaptado do Curso de Gestão da Qualidade: Módulo de Gestão do Risco. Belo Horizonte, Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais. 2010

Page 29: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

29

Quadro 1: Níveis de Risco (Criticidade do Risco)

RISCOS DANOS

GRAVIDADE

1. Ligeira 2. Grave 3. Muito Grave 4. Morte

PROBABILIDADE

1. Muito improvável 2. Improvável 3. Provável 4. Muito provável

Estimar Risco

R = G x P

Fonte:Adaptado IQG, 2009

Classificação quanto à gravidade do efeito:

• Ligeira (1) = sem injuria, mas com aumento de dias de internação.

• Grave (2) = Injuria, sem perda de função.

• Muito Grave (3) = Injuria com perda permanente de função

• Morte (4)

Classificação quanto à probabilidade de ocorrência do evento

• Muito Improvável (1) = raramente ocorre, não se espera que ocorra

durante anos.

• Improvável (2) = Ocorre ocasionalmente, se aceita que ocorra até uma

vez durante um ano.

• Provável (3) = Ocorre freqüentemente. Espera-se que o dano venha a

ocorrer com relativa facilidade, algumas vezes por mês.

• Muito provável (4) = Certamente ocorre, espera-se que o dano ocorra

com muita facilidade, várias vezes por uma semana ou diariamente.

Em função da criticidade, os riscos identificados podem ser classificados e orientados

segundo a seguinte estratégia:

Page 30: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

30

Quadro 2: Resultado aplicado dos níveis de risco (criticidade do risco)

PROBABILIDADE (P)

G x P 1 2 3 4

1 1 2 3 4

2 2 4 6 8

3 3 6 9 12 GR

AV

IDA

DE

(G

)

4 4 8 12 16

Fonte:Adaptado IQG, 2009

Quadro 3: Classificação dos Riscos segundo criticidade

RISCO MEDIDAS

TRIVIAL Criticidade 1 Não requer ação específica.

ACEITÁVEL Criticidade 2, 3

Não é necessário melhorar a ação. No entanto, devem ser consideradas avaliações periódicas de modo a analisar a sua evolução.

MODERADO Criticidade 4, 6

Devem ser implementadas políticas de redução do risco a médio e curto prazo.

IMPORTANTE Criticidade 8, 9

O risco tem que ser reduzido rapidamente. Devem ser implementadas políticas de redução do risco a curto prazo e avaliações periódicas para garantia da redução do risco.

INACEITÁVEL Criticidade 12, 16

A ação não deve continuar até que o risco seja imediatamente reduzido, sob pena de serem cancelados atos ou procedimentos clínicos e até encerrados serviços.

Fonte:Adaptado IQG, 2009

Page 31: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

31

Eventos de repercussões graves:

De acordo com o escore de Níveis de Risco são os de nota 8, 9, 12 e 16. Os quais são

classificados como Importantes ou Inaceitáveis.

Estudo metodológico e ações imediatas:

Para os riscos de repercussão graves são necessárias ações imediatas de intervenção

e estudo das causas relacionadas de forma prioritária.

Avaliação dos riscos:

Para avaliar os riscos é necessário a identificação das causas, podendo ser utilizadas

as ferramentas da qualidade: Fluxogramas, Diagrama de Causa-Efeito, 5 por quês e

Gráfico de Pareto. As causas podem estar relacionadas a: Pessoas; Informação;

Comunicação; Ambiente e Cultura institucional. A partir da identificação das causas

sugere-se que descreva: O que pode Acontecer; Quando e Onde; Como e por quê.

Elaborar protocolos e barreiras de proteção.

A partir da descrição dos riscos e dos fatores relacionados a estes é necessária a

elaboração de protocolos de proteção para padronização das ações e para a garantia

da qualidade da assistência prestada. É necessário o acompanhamento da

implantação e adesão a estes protocolos pelos membros da Comissão de

Gerenciamento do Risco e coordenadores das áreas assistenciais em questão, com o

objetivo também de identificar as necessidades de novas rotinas para segurança dos

processos.

Capacitar os profissionais:

A capacitação dos profissionais torna-se necessária ao implantar os protocolos de

proteção, para controlar situações evitáveis, para manejo de situações adversas,

quando inseridos equipamentos novos nos setores e contratados novos profissionais,

etc.

Page 32: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

32

Tratar os Eventos:

Para se ter a melhor resposta perante a ocorrência de um evento relacionado a um

risco identificado no processo assistencial é necessária: identificação, análise e

avaliação das opções de tratamento; Preparar e implementar os planos de ação

presentes nos Protocolos de Proteção e analisar, avaliar e encontrar a melhor

alternativa de abordagem dos riscos residuais.

Acompanhar por meio de indicadores:

É necessária a transformação dos dados em informação e a garantia da sua utilização

para mensurar e controlar a melhoria na Segurança do Paciente. A utilização de

indicadores garante o fortalecimento da cultura não punitiva na abordagem dos

desvios do processo assistencial e o acompanhamento da eficácia dos planos de

ação.

Registrar os eventos:

Pode ser por meio da Busca Ativa, que é função da Auditoria Clínica ou através da

Notificação realizada pela Comissão de Gerenciamento do Risco ou por

colaboradores. É necessário um instrumento padronizado para notificação dos

eventos.

Elaborar relatórios:

Os relatórios devem ser preparados pelos responsáveis das áreas, deve conter a

avaliação da assistência prestada, evidências e dados da revisão do prontuário.

Acompanhar e monitorar:

Deve ser realizado pela auditoria clínica, por profissionais das áreas e membros da

Comissão de Gerenciamento do Risco e deve estar presente em todas as fases de

implantação da Política de Segurança e de Gestão do Risco, sendo uma forma de

revisão e melhoramento das ferramentas utilizadas.

Page 33: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

33

3.4 ESTUDO DIRIGIDO

Gerenciamento dos riscos

3.4.1 TRABALHO EM GRUPOS

Orientações:

� Retornar aos grupos;

� Eleger coordenador e relator, para cada grupo;

� Ler o texto de apoio: Gerenciamento dos riscos;

� Transcrever as ações (O QUE) de um processo finalístico da Matriz 2 –

Gerenciamento de Processos, do estudo dirigido anterior;

� Identificar o risco, para cada uma das ações do processo finalístico;

� Utilizar a Matriz 3 - Identificação dos níveis de risco:

¬ Coluna a: transcrever as ações (O QUE) da Matriz 2 – Gerenciamento do

processo)

¬ Coluna b: para cada ação, identificar se há risco (s). Caso positivo,

registrar o risco nesta coluna;

¬ Coluna c: para cada risco, identificar o dano potencial;

¬ Coluna d: para cada risco, identificar a gravidade. Para tanto, pontuar:

• 1 = gravidade ligeira = sem injuria, mas com aumento de dias de

internação.

• 2 = grave = Injuria, sem perda de função.

• 3 = muito grave = Injuria com perda permanente de função

• 4 = morte

¬ Coluna e: para cada risco, identificar a probabilidade de ocorrência. Para

tanto, pontuar:

• 1 = Muito Improvável = raramente ocorre, não se espera que ocorra

durante anos.

• 2 = Improvável = Ocorre ocasionalmente, se aceita que ocorra até

uma vez durante um ano.

• 3 = Provável = Ocorre freqüentemente. Espera-se que o dano

venha a ocorrer com relativa facilidade, algumas vezes por mês.

Page 34: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

34

• 4 = Muito provável = Certamente ocorre, espera-se que o dano

ocorra com muita facilidade, várias vezes por uma semana ou

diariamente.

¬ Coluna f: estimar o risco. Para tanto, multiplicar a pontuação referente a

gravidade (coluna d) pela pontuação referente a probabilidade (coluna e) =

G x P

� Identificar se há riscos com repercussões graves, ou seja, aqueles com

pontuação 8, 9, 12 e 16, que são classificados como Importantes ou

Inaceitáveis.

� Elaborar plano de ação para gerenciar o risco de maior pontuação. Utilizar a

Matriz 4 – Plano para gerenciamento do risco:

¬ O que: identificar a (s) ação (ões) necessária (s) para gerenciar o risco;

¬ Quem: identificar o responsável pela ação;

¬ Quando: identificar o prazo para realizar a ação;

¬ Instrumento de referência: identificar se há necessidade de estabelecer

uma resolução, ou norma, ou protocolo, ou procedimento operacional

padrão, etc.

Page 35: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

35

MATRIZ 3 – IDENTIFICAÇÃO DOS NÍVEIS DE RISCO

ATIVIDADE (O QUE) (Coluna a)

RISCO (Coluna b)

DANO (Coluna c)

GRAVIDADE (Coluna d)

PROBABILIDADE (Coluna e)

ESTIMAR RISCO (G X P)

(Coluna f)

Há riscos com repercussões graves?

Page 36: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

- 36 -

MATRIZ 4 – PLANO DE AÇÃO PARA O GERENCIAMENTO DE RISCO

RISCO:

O QUE QUEM QUANDO INSTRUMENTO DE REFERÊNCIA

Page 37: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

- 37 -

Bibliografia Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Produtos para Saúde – Aplicação de Gerenciamento de Risco em Produtos para Saúde. NBRISO14971. Rio de Janeiro, 2003. CAMPOS, Lismar Isis. Impacto da implantação em hospitais do sistema de gestão da qualidade, baseado nos requisitos de nível 1, 2, 3 do Sistema Brasileiro de Acreditação. ONA. 2008 a. 133 f. Dissertação (Mestrado em Infectologia e Medicina Tropical) – Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte CASSIANI, Sílvia Helena De Bortoli. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de medicamentos. Rev. bras. enferm. [online]. 2005, vol.58, n.1, pp. 95-99. FNQ. Fundação Nacional da Qualidade. Critérios de excelência: avaliação e diagnóstico da gestão organizacional. São Paulo: FNQ, 2007ª IQG, Instituto Qualisa de Gestão. Apresentação no 1° Fórum da Gestão pela Qualidade, realizado em BH, 2009 LEAPE LL. A system analysis approach to medical errors. In: Cohen MR, editor. Medication errors. Washington: American Pharmaceutical Association; 1999. 3.5 PLENÁRIO

Relato das atividades dos grupos

3.6 PLENÁRIO

A programação das atividades do período de dispersão

Esta atividade tem como objetivo programar as atividades para o período de

dispersão.

3.6.1 PRODUTOS

a) Replicação da oficina no hospital:

� Replicar o conteúdo da oficina para o Grupo Gestor do hospital, que reúne

os responsáveis dos vários setores (assistenciais, de apoio e

administrativos).

Page 38: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

� Cada responsável de setor deverá replicar o conteúdo da oficina para os

profissionais que integram a equipe sob sua responsabilidade, de tal

maneira que todos os profissionais do hospital possam participar do

percurso do Plano Diretor e da elaboração dos produtos.

� Criar a Comissão de Gerenciamento dos Riscos do Hospital

b) Elaboração da Matriz – Identificação e classificação dos processos:

� O Grupo Gestor responsabilizar-se-á por esta atividade.

� O Grupo Gestor deve elaborar a Matriz – Identificação e classificação dos

processos, a partir dos macro-processos do mapa estratégico desenvolvido

para o hospital, conforme a metodologia estabelecida nesta oficina.

c) Elaboração da Matriz – Gerenciamento do processo:

� O Grupo Gestor responsabilizar-se-á por esta atividade.

� O Grupo Gestor deve elaborar a Matriz – Gerenciamento do processo, a

partir dos macro-processos do mapa estratégico desenvolvido para o

hospital, conforme a metodologia estabelecida nesta oficina.

d) Elaboração da Matriz – Identificação dos níveis de risco:

� A Comissão de Gerenciamento do Risco responsabilizar-se-á por esta

atividade.

� A Comissão de Gerenciamento do Risco deve elaborar a Matriz –

Identificação dos níveis de risco, a partir dos processos finalísticos

identificados na matriz anterior desenvolvida para o hospital, conforme a

metodologia estabelecida nesta oficina.

� A Comissão de Gerenciamento do Risco deve se orientar também pelo

fluxograma de implantação de gerenciamento do risco.

e) Elaboração da Matriz – Plano de ação para o gerenciamento de risco:

� A Comissão de Gerenciamento do Risco responsabilizar-se-á por esta

atividade.

� A Comissão de Gerenciamento do Risco deve elaborar a Matriz – Plano de

ação para gerenciamento de risco, a partir da matriz anterior desenvolvida

para o hospital, conforme a metodologia estabelecida nesta oficina.

Page 39: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

f) Consolidado micro e macrorregional:

� O Grupo Gestor de cada hospital deverá encaminhar à GRS os produtos

desta oficina.

� A GRS deverá sistematizar os produtos por microrregião e macrorregião

para apresentação na próxima Oficina.

Page 40: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

40

MATRIZ: PROGRAMAÇÃO DAS ATIVIDADES

PRODUTO ATIVIDADE RESPONSÁVEL PRAZO RECURSO

Page 41: Gerenciamento Por Processo-PDAH - Guia de Estudos

- 41 -

3.7 PLENÁRIO

Avaliação

Esta atividade tem como objetivo avaliar se os objetivos propostos para a Oficina

foram alcançados.

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4. ANEXO Mapa Estratégico PROHOSP