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GERENCIAMENTO DE RISCOS BANCO DO BRASIL S.A.

4º Trimestre/2011

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Relatório de Gestão de Riscos

Banco do Brasil S.A. 2

Sumário Indice de Tabelas ........................................................................................................................... 3

Indice de Figuras ............................................................................................................................ 5

1. Introdução ................................................................................................................................... 6

2. Palavra do Presidente ................................................................................................................. 7

3. Governança ................................................................................................................................ 8

Exposição a Riscos ..................................................................................................................... 8

Tipos de Riscos .......................................................................................................................... 8

Governança Corporativa dos Riscos ......................................................................................... 10

Processo de Gestão dos Riscos ............................................................................................... 11

Relatórios ................................................................................................................................. 12

4. Regulação ................................................................................................................................ 13

Acordo de Basileia .................................................................................................................... 13

Histórico .................................................................................................................................... 13

Basileia I ................................................................................................................................... 14

Emenda de Risco de Mercado de 1996 .................................................................................... 14

Basileia II .................................................................................................................................. 15

Basileia III ................................................................................................................................. 19

5. Basileia II no Banco do Brasil ................................................................................................... 22

6. Normativos ............................................................................................................................... 24

7. Conglomerado Financeiro ......................................................................................................... 25

8. Gerenciamento de Riscos ......................................................................................................... 26

8.1 Conglomerado Financeiro ................................................................................................... 26

8.1.1 Risco de Crédito ........................................................................................................... 26

8.1.2 Risco de Mercado e Liquidez ....................................................................................... 46

8.1.3 Risco Operacional ........................................................................................................ 57

8.2 Empresas Não Financeiras ................................................................................................. 62

9. Capital ...................................................................................................................................... 63

9.1 Capital Regulatório ............................................................................................................. 63

9.1.1 Patrimônio de Referência (PR) ..................................................................................... 63

9.1.2 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) ..................................................................... 71

9.1.3 Índice de Basileia (IB) .................................................................................................. 74

9.2 Capital Econômico .............................................................................................................. 76

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Indice de Tabelas Tabela 1. Cronograma de implantação de Basileia III no Brasil .................................................... 21 Tabela 2. Exposição ao risco de crédito por FPR ......................................................................... 33 Tabela 3. Exposição média ao risco de crédito em cada trimestre ................................................ 33 Tabela 4. Exposição ao risco de crédito por regiões geográficas e países ................................... 34 Tabela 5. Exposição ao risco de crédito do Conglomerado Financeiro por setor .......................... 35 Tabela 6. Exposição ao risco de crédito do Consolidado Econômico-Financeiro por setor ........... 36 Tabela 7. Montante de operações em atraso ................................................................................ 36 Tabela 8. Concentração dos dez maiores clientes em relação ao total de operações de crédito .. 37 Tabela 9. Fluxo de operações baixadas para prejuízo .................................................................. 37 Tabela 10. Estoque de provisão para créditos de liquidação duvidosa ......................................... 37 Tabela 11. Operações em perdas cedidas com transferência substancial dos riscos e benefícios 38 Tabela 12. Valor das exposições decorrentes da aquisição de FIDC e CRI .................................. 39 Tabela 13. Valor nocional de contratos a serem liquidados em câmaras de compensação e de liquidação, nos quais a câmara atue como contraparte central ..................................................... 41 Tabela 14. Valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte sem atuação de câmaras de compensação como contraparte central ............................................................... 41 Tabela 15. Valor nocional de contratos sem atuação de câmaras de compensação como contraparte central e que não possuem garantias ........................................................................ 42 Tabela 16. Valor nocional de contratos sem atuação de câmaras de compensação como contraparte central e que possuem garantias ............................................................................... 42 Tabela 17. Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte, desconsiderados os valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme definidos na Resolução CMN 3.263/05 ............................................................................................................. 43 Tabela 18. Valor das garantias que atendam cumulativamente os requisitos do art. 8.º, inciso VI, da Circular BACEN 3.477/09 ........................................................................................................ 44 Tabela 19. Valor nocional de derivativos de crédito ...................................................................... 44 Tabela 20. Valor mitigado da exposição ponderada pelo respectivo fator de risco ....................... 45 Tabela 21. Derivativos no País e exterior, com e sem contraparte central – 3T10 ........................ 47 Tabela 22. Derivativos no País e exterior, com e sem contraparte central – 4T10 ........................ 47 Tabela 23. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 1T11 ........................ 48 Tabela 24. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 2T11 ........................ 48 Tabela 25. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 3T11 ....................... 49 Tabela 26. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 3T10 .................... 52 Tabela 27. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 4T10 .................... 52 Tabela 28. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 1T11 .................... 52 Tabela 29. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 2T11 .................... 53 Tabela 30. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 3T11 .................... 53 Tabela 31. Fases do processo de gerenciamento do risco operacional ........................................ 58 Tabela 32. Acompanhamento das perdas operacionais ................................................................ 61 Tabela 33. Patrimônio de Referência ............................................................................................ 64 Tabela 34. Reservas de Capital e de Lucros ................................................................................ 65 Tabela 35. Ajustes de Avaliação Patrimonial ................................................................................ 66 Tabela 36. Partcipação dos não Controladores ........................................................................... 66 Tabela 37. Bônus Perpétuos autorizados a compor o Capital Nível I ............................................ 67 Tabela 38. Dívidas Subordinadas ................................................................................................. 67 Tabela 39. Dívidas Subordinadas Elegíveis a Capital ................................................................... 68 Tabela 40. Bônus Perpétuos autorizados a compor o Capital Nível II ........................................... 69 Tabela 41. Instrumentos Financeiros Excluídos do PR ................................................................. 69 Tabela 42. Série histórica do PR – Conglomerado Financeiro ...................................................... 70 Tabela 43. Série histórica do PR – Consolidado Econômico-Financeiro ....................................... 70 Tabela 44. Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro ................................. 72 Tabela 45. Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico-Financeiro .................. 73 Tabela 46. Índice de Basileia e margem de capital - Conglomerado Financeiro ........................... 75 Tabela 47. Índice de Basileia e margem de capital - Consolidado Econômico Financeiro ............ 75

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Tabela 48. Capital econômico ....................................................................................................... 76 Tabela 49. Distribuição do capital econômico na carteira de crédito ............................................. 76 Tabela 50. Capital econômico para risco de mercado por fatores de risco ................................... 77 Tabela 51. Capital econômico para risco operacional por categoria de eventos de perda ............ 77

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Indice de Figuras

Figura 1. Estrutura de Governança ............................................................................................... 10 Figura 2. Estrutura e Processo de Gestão .................................................................................... 11 Figura 3. Pilares de Basileia II ...................................................................................................... 15 Figura 4. Alocação de capital ........................................................................................................ 16 Figura 5. Estrutura do Pilar III ....................................................................................................... 18 Figura 6. Gerenciamento do risco de crédito ................................................................................ 26 Figura 7. Estrutura de gerenciamento do risco de crédito ............................................................. 29 Figura 8. Estrutura de gerenciamento do risco operacional .......................................................... 57

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1. Introdução O BB considera o gerenciamento de riscos e de capital os vetores fundamentais para a tomada de decisão, proporcionando maior estabilidade, melhor alocação de capital e otimização da relação risco x retorno. O objetivo desta seção é informar aos acionistas e partes interessadas sobre as práticas de gestão e políticas que compõem o gerenciamento de riscos no BB.

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2. Palavra do Presidente A indicação de representante do País para o Comitê de Basiléia sobre Supervisão Bancária, na Suíça, constitui-se motivo de orgulho para os brasileiros e reafirma o novo patamar de solidez do Sistema Financeiro Nacional. Como se sabe, a sustentabilidade no sistema bancário é reflexo indissociável de políticas e mecanismos de gestão de riscos. Os métodos de identificação, mensuração, avaliação, monitoramento e controle dos riscos salvaguardam as instituições financeiras em momentos adversos e dão suporte a resultados positivos e recorrentes ao longo do tempo. A perspectiva de redução dos spreads bancários reforça essa convicção. Tão relevante quanto o aumento no volume dos negócios deve ser a consistência da governança de riscos da empresa e a eficiência dos processos de gestão. Vencerão o desafio as instituições que conseguirem transcender ao mero atendimento das exigências regulatórias e considerarem o risco, de forma ágil e precisa, em cada tomada de decisão. A participação brasileira no fórum estimulará a adoção de forma mais ampla e tempestiva de normas prudenciais internacionais. Essas novas fronteiras do ambiente regulatório exigirão mais agilidade e capacidade de adaptação das instituições financeiras nacionais. Tais aspectos encontram um banco maduro e consciente do compromisso com seus clientes, acionistas, investidores e sociedade. O Banco do Brasil mantém-se continuamente alinhado às melhores práticas de gestão, entre as quais, a arquitetura de gestão de riscos com abrangência multidimensional – riscos de crédito, de liquidez, de mercado e operacional. As especificidades estão descritas neste espaço. Aldemir Bendine

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3. Governança Exposição a Riscos

As mudanças no ambiente financeiro mundial, tais como a integração entre os mercados por meio do processo de globalização, o surgimento de novas transações e produtos, o aumento da sofisticação tecnológica e as novas regulamentações tornaram as atividades e os processos financeiros e seus riscos cada vez mais complexos. Adicionalmente, as lições originadas dos desastres financeiros como o do Grupo Metallgesellschatt e do Banco Barings, contribuíram para a evidenciação da necessidade principal de gestão de riscos na indústria bancária. Esses fatores influenciaram para que os órgãos reguladores e as instituições financeiras investissem na gestão dos riscos, visando o fortalecimento da saúde financeira dos bancos e a prevenção contra os efeitos prejudiciais ao sistema financeiro. Alinhado a essa perspectiva, o BB investe no aperfeiçoamento contínuo do processo e das práticas de gestão de riscos, em consonância com os referenciais internacionais de mercado e com o Novo Acordo de Basiléia, conhecido como Basiléia II. Tipos de Riscos

Os principais riscos a que o BB está exposto em suas atividades são: Risco de Mercado: É a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas por uma instituição financeira. Inclui os riscos das operações sujeitas à variação cambial, das taxas de juros, dos preços de ações e dos preços de mercadorias (commodities). Risco de Liquidez: É a ocorrência de desequilíbrios entre ativos negociáveis e passivos exigíveis - "descasamentos" entre pagamentos e recebimentos - que possam afetar a capacidade de pagamento da instituição, levando-se em consideração as diferentes moedas e prazos de liquidação de seus direitos e obrigações. Risco de Crédito: definido como a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação. A definição de risco de crédito compreende, entre outros: O risco de crédito da contraparte, entendido como a possibilidade de não cumprimento, por determinada contraparte, de obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam a negociação de ativos financeiros, incluindo aquelas relativas à liquidação de instrumentos financeiros derivativos; O risco país, entendido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos termos pactuados por tomador ou contraparte localizada fora do País, em decorrência de ações realizadas pelo governo do país onde localizado o

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tomador ou contraparte, e o risco de transferência, entendido como a possibilidade de ocorrência de entraves na conversão cambial dos valores recebidos; A possibilidade de ocorrência de desembolsos para honrar avais, fianças, coobrigações, compromissos de crédito ou outras operações de natureza semelhante; A possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos termos pactuados por parte intermediadora ou convenente de operações de crédito. Risco Operacional: Possibilidade de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos. Esta definição inclui o risco legal associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a sanções em razão do descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição. Risco Legal: pode ser definido como a possibilidade de perdas decorrentes de multas, penalidades ou indenizações, resultantes de ações de órgãos de supervisão e controle, bem como perdas decorrentes de decisão desfavorável em processos judiciais ou administrativos. Risco de Conjuntura: decorre da possibilidade de perdas decorrentes de mudanças verificadas nas condições políticas, culturais, sociais, econômicas ou financeiras do Brasil ou de outros países. Compreende os seguintes riscos:

a) Risco Estratégico – risco de perdas pelo insucesso das estratégias adotadas, levando-se em conta a dinâmica dos negócios e da concorrência, as alterações políticas no País e fora dele e as alterações na economia nacional e mundial;

b) Risco-País – entendido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos termos pactuados por tomador ou contraparte localizada fora do País, em decorrência de ações realizadas pelo governo do país onde localizado o tomador ou contraparte, e o risco de transferência, entendido como a possibilidade de ocorrência de entraves na conversão cambial dos valores recebidos; e

c) Risco Sistêmico – Possibilidade de perdas em virtude de dificuldades financeiras de uma ou mais instituições que provoquem danos substanciais a outras, ou ruptura na condução operacional de normalidade do Sistema Financeiro Nacional.

Risco de Imagem: Possibilidade de perdas decorrentes de a instituição ter seu nome desgastado junto ao mercado ou às autoridades, em razão de publicidade negativa, verdadeira ou não.

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Governança Corporativa dos Riscos

O modelo de governança de riscos adotado pelo BB envolve estrutura de comitê e subcomitês, com a participação de diversas áreas da Instituição, contemplando os seguintes aspectos: a) segregação de funções: negócio x risco; b) estrutura específica para avaliação/gestão de risco; c) processo de gestão definido; d) decisões em diversos níveis hierárquicos; e) normas claras e estrutura de alçadas; e f) referência às melhores práticas de gestão.

Figura 1. Estrutura de Governança Todas as decisões relacionadas à gestão de riscos são tomadas de forma colegiada e de acordo com as diretrizes e normas do BB. A governança de risco do Banco do Brasil, abrangendo o Banco Múltiplo e suas Subsidiárias Integrais, é centralizada no Comitê de Risco Global - CRG, composto pelo Conselho Diretor, tendo por finalidade principal estabelecer as estratégias para gestão de riscos, limites globais de exposição a riscos e níveis de conformidade e alocação de capital em função dos riscos. Visando conferir agilidade ao processo de gestão, foram criados Subcomitês de Risco de Crédito (SRC), de Mercado e Liquidez (SRML) e de Risco Operacional (SRO), que decidem e/ou instrumentalizam o CRG, tendo poder decisório por delegação. A Diretoria de Gestão de Riscos - DIRIS, vinculada à Vice-Presidência de Crédito, Controladoria e Risco Global, responde pelo gerenciamento dos riscos de mercado, liquidez, operacional e de crédito. Esta integração proporciona sinergia de processos e especialização, contribuindo para uma melhor alocação de capital e está aderente ao Novo Acordo de Basiléia.

CRG

Risco deMercado

Risco deCrédito

RiscoOperacional

OutrosRiscos

Base de dados

Classificação e Mensuração

Gestão da carteirae simulações integradas

SubcomitêsGestão e Controle

Modelos

Informação

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Figura 2. Estrutura e Processo de Gestão As decisões são comunicadas às áreas intervenientes por meio de resoluções que expressam objetivamente o posicionamento tomado pela Administração, garantindo a aplicação em todos os níveis do Banco. Processo de Gestão dos Riscos

O processo de gestão de riscos envolve fluxo contínuo de informações, obedecendo as seguintes fases:

a) preparação: fase de coleta e análise dos dados. Nessa etapa são analisadas e propostas medidas sobre os riscos para discussão e deliberação nos subcomitês, e, se necessário, para posterior discussão e deliberação no CRG;

b) decisão: as decisões são tomadas de forma colegiada nos escalões competentes e comunicadas às áreas intervenientes;

c) execução: as áreas intervenientes implementam as decisões tomadas; e

d) acompanhamento/gestão: é o controle realizado pela Diretoria de Gestão de Riscos, avaliando o cumprimento das deliberações e seus impactos no BB, comunicando a situação dessas ações ao fórum competente (subcomitê ou CRG). O controle dessas decisões e o reporte aos subcomitês/CRG proporciona o aprimoramento do processo de gestão.

Aréas deNegócio

Aréas deNegócio

SRML SRC SRO

Diretoria de Gestão de Riscos

Comitê de Risco Global

Diretorias

Diretores

Presidente e Vice-

Presidentes

Resolução do CRG

Áreas de Negócio

Áreas de Controle

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Relatórios

Os relatórios de gestão de riscos dão suporte às decisões sobre riscos nos subcomitês, Comitê de Risco Global, Conselho Diretor e Conselho de Administração. Os relatórios são elaborados mensalmente e possuem informações gerenciais qualitativas e quantitativas sobre a exposição a riscos do Banco. Os relatórios internos subsidiam a divulgação das informações ao mercado, como o Relatório de Administração e o Relatório de Análise de Desempenho.

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4. Regulação Acordo de Basileia

As regras estabelecidas pelo Comitê de Basileia, desde sua primeira edição, objetivaram a criação de um padrão internacional para que os órgãos reguladores pudessem utilizar no sentido de resguardar o mercado face aos riscos peculiares à indústria financeira. Histórico

Em 1973, o mercado financeiro mundial vivia momento de intensa volatilidade com o fim do Sistema Monetário Internacional, baseado em taxas de câmbio fixas. A liberação das taxas exigia medidas que minimizassem o risco do sistema. A fragilidade alcançou nível crítico em 1974 com o registro de distúrbios nos mercados internacionais, como a falha na liquidação de contratos de câmbio ocasionada pela insolvência do Bankhaus Herstatt, da Alemanha. No final do mesmo ano, os responsáveis pela supervisão bancária nos países do G-10 decidiram então criar o Comitê de Regulamentação Bancária e Práticas de Supervisão, sediado no Banco de Compensações Internacionais - BIS, em Basileia, na Suíça. Daí a denominação Comitê de Basileia. O Comitê é constituído por representantes dos bancos centrais e por autoridades com responsabilidade formal sobre a supervisão bancária dos países membros do G-10. Nesse Comitê, são discutidas questões relacionadas à indústria bancária, visando a melhorar a qualidade da supervisão bancária e fortalecer a segurança do sistema bancário internacional. O Comitê não possui autoridade formal para supervisão supranacional, mas tem o objetivo de induzir comportamento nos países não-membros do G-10. Estes, ao seguir as orientações, estarão contribuindo para melhoria das práticas no mercado financeiro internacional.

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Basileia I

Em julho de 1988, após intenso processo de discussão, foi celebrado o Acordo de Basileia, que definiu mecanismos para mensuração do risco de crédito e estabeleceu a exigência de capital mínimo para suportar os riscos. Atualmente esse Acordo é conhecido como Basileia I.

Os objetivos do Acordo foram reforçar a solidez e a estabilidade do sistema bancário internacional e minimizar as desigualdades competitivas entre os bancos internacionalmente ativos. Essas desigualdades eram resultado de diferentes regras de exigência de capital mínimo pelos agentes reguladores nacionais.

O Acordo de Basileia de 1988 definiu três conceitos:

• Capital Regulatório - montante de capital próprio alocado para a cobertura de riscos,considerando os parâmetros definidos pelo regulador;

• Fatores de Ponderação de Risco dos Ativos - a exposição a Risco de Crédito dos ativos (dentro e fora do balanço) é ponderada por diferentes pesos estabelecidos, considerando, principalmente, o perfil do tomador; e

• Índice Mínimo de Capital para Cobertura do Risco de Crédito (Índice de Basileia ou Razão BIS) - quociente entre o capital regulatório e os ativos (dentro e fora do balanço) ponderados pelo risco. Se o valor apurado for igual ou superior a 8%, o nível de capital do banco está adequado para a cobertura de Risco de Crédito.

Emenda de Risco de Mercado de 1996

O avanço obtido com Basileia I, em termos de marco regulatório e de exigência de capital para suportar o Risco de Crédito, foi inegável. Entretanto algumas críticas surgiram, tornando-se necessário o aprimoramento daquele documento no âmbito do Comitê de Basileia. Entre os ajustes, destacou-se a necessidade de alocação de capital para cobertura de Riscos de Mercado.

a) Assim, em janeiro de 1996, foi publicado adendo ao Basileia I, chamado de Emenda de Risco de Mercado, cujos aspectos relevantes são:

b) ampliação dos controles sobre riscos incorridos pelos bancos;

c) extensão dos requisitos para a definição do capital mínimo (ou regulatório), incorporando o Risco de Mercado; e

d) possibilidade de utilização de modelos internos na mensuração de riscos, desde que aprovados pelo regulador local.

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Basileia II

Desde a criação do Comitê de Basileia, em 1975, a regulamentação bancária tem apresentado significativos avanços. Assim, em junho de 2004, o Comitê divulgou o Novo Acordo de Capital, comumente conhecido por Basileia II, com os seguintes objetivos:

a) promover a estabilidade financeira; b) fortalecer a estrutura de capital das instituições; c) favorecer a adoção das melhores práticas de gestão de riscos; e d) estimular maior transparência e disciplina de mercado.

Basileia II propõe um enfoque mais flexível para exigência de capital e mais abrangente com relação ao fortalecimento da supervisão bancária e ao estímulo para maior transparência na divulgação das informações ao mercado, baseado em três grandes premissas:

a) Pilar I – fortalecimento da estrutura de capitais das instituições; b) Pilar II – estímulo à adoção das melhores práticas de gestão de riscos, e; c) Pilar III – redução da assimetria de informação e favorecimento da disciplina de

mercado.

Figura 3. Pilares de Basileia II O Pilar I define o tratamento a ser dado para fins de determinação da exigência de capital frente aos riscos incorridos nas atividades desenvolvidas pelas instituições financeiras. Em relação ao Acordo de 1988, Basileia II introduz a exigência de capital para risco operacional e aprimora a discussão acerca do risco de crédito.

Gestão do SFN e da IF

Redução da Assimetria de Informação

Avaliação de como os bancos estão se

adequando às necessidades de capital frente aos riscos incorridos

PILAR IISupervisão Bancária

e Governança

Divulgação de informações relevantes ao

mercado

PILAR IIIDisciplina

de Mercado

Estabilidade do Sistema

Solidez

Riscos:

- Crédito

- Mercado

- Operacional

PILAR IExigências Mínimas

de Capital

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Figura 4. Alocação de capital Basileia II estimula a adoção de modelos proprietários para mensuração dos riscos (crédito, mercado e operacional), com graus diferenciados de complexidade, sujeitos à aprovação do regulador, e possibilidade de benefícios de redução de requerimento de capital por conta da adoção de abordagens internas. O Pilar II reafirma e fortalece a participação e o papel do regulador no processo de supervisão bancária e de avaliação da governança de risco das instituições e como estas gerenciam o capital para fazer frente aos riscos incorridos. O Pilar III recomenda a criação de instrumentos e condições para reduzir o risco sistêmico gerado pela assimetria da informação, estimulando e favorecendo a disciplina de mercado e a transparência de informações sobre as práticas de gestão de riscos. É na combinação desses três grandes elementos em que se assenta toda a filosofia de Basileia II, que resumidamente, pode ser definida como a busca pelo aprimoramento das práticas de controle e gestão dos riscos. Pilar I Exigências Mínimas de Capital Sob o Pilar I são propostas diferentes alternativas para apuração da exigência de capital, em função do tamanho, complexidade e capacitação técnica da instituição financeira para mensurar riscos. Objetivou-se incluir uma variedade de abordagens de mensuração, considerando, inclusive, a utilização de modelos internos (avançados). As principais mudanças em relação ao primeiro acordo são:

a) sofisticação dos métodos de mensuração de Risco de Crédito; e b) inclusão de métricas para Risco Operacional.

Apesar de os modelos internos para cálculo da alocação de capital exigirem maior grau de complexidade, sofisticação e investimento, estes possibilitam reduzir o capital a ser alocado, em função de melhor refletir a estrutura interna do banco.

Modelo Interno: • Básico • Avançado Abordagem Padronizada: • Padronizada • Padronizada Simplificada

-----------

Modelo Interno

Abordagem Padrão

-----------

Modelo Interno: • Avançado Abordagem Padronizada: • Padronizada • Padronizada Alternativa

Indicador Básico

Grau

de ad

equ

ação d

o

capital fren

te ao risco

Grau

de so

fisticação

( + ) ( + )

( - ) ( - ) Modificado Mantido Adicionado

Risco de Crédito Risco de Mercado Risco Operacional

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Pilar II Governança e Processo de Supervisão O processo de supervisão estabelece normas para o gerenciamento de risco. O Comitê estabeleceu quatro princípios essenciais de revisão de supervisão que evidenciam a necessidade dos bancos avaliarem a adequação de capital em relação aos riscos assumidos e de os supervisores reverem suas estratégias e tomarem atitudes pertinentes em face dessas avaliações. São eles:

1º) Princípio: os bancos devem ter um processo para estimar sua adequação de capital em relação a seu perfil de risco e possuir uma estratégia para manutenção de níveis adequados de capital;

2º) Princípio: os supervisores devem avaliar as estratégias, as estimativas de adequação e a habilidade dos bancos em monitorarem e garantirem sua conformidade com a exigência de capital mínimo;

3º) Princípio: os supervisores esperam, e podem exigir, que os bancos operem acima

das exigências de capital mínimo; e

4º) Princípio: os supervisores podem intervir antecipadamente e exigir ações rápidas dos bancos, se o nível de capital ficar abaixo do nível mínimo. De acordo com o Pilar II, a Alta Administração é responsável pela estratégia de exposição aos riscos e pelos níveis de capital compatíveis. As principais características da existência de um processo rigoroso de avaliação da adequação de capital deverão envolver:

• supervisão da Alta Administração do banco e do Conselho de Administração; • avaliação sólida das necessidades de capital para suportar os riscos de

negócios; • avaliação abrangente dos riscos; • monitoramento e emissão de relatórios; e • revisão do controle interno.

O Pilar II enfatiza a necessidade de os bancos possuírem volume de capital adequado para suportar todos os riscos envolvidos nos negócios. O capital não deve ser visto apenas como a única opção que o regulador utilizará para tratar a questão risco, mas também os controles internos e processos de administração de riscos que se revelarem insuficientes ou inadequados. Poderão ser utilizados outros meios para tratar da gestão dos riscos, tais como aplicação de limites de exposição internos, fortalecimento do nível de provisões e reservas e o aprimoramento dos controles internos de maneira geral.

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Pilar III Disciplina de Mercado

Representa o conjunto de exigências de divulgação de informações que permitirá aos participantes do mercado avaliarem as informações essenciais contidas na estrutura, na mensuração do capital, nas exposições a risco, nos processos de gestão de riscos e ainda na adequação de capital da instituição.

O Pilar III se fundamenta em quatro categorias/divisões:

a) escopo de aplicação – representa a relação entre as recomendações e a estrutura

do Banco; b) capital – demonstra a capacidade de o banco absorver eventuais perdas; c) exposição a risco – evidencia os subsídios para avaliação da intensidade dos

riscos e as formas de avaliação destes; e d) adequação de capital – Possibilita o julgamento da suficiência do capital frente aos

riscos incorridos.

Figura 5. Estrutura do Pilar III

O intuito da construção deste terceiro pilar é de complementaridade aos requerimentos mínimos de capital (Pilar I) e ao processo de revisão da supervisão (Pilar II). Significa dizer que com o desenvolvimento de regras que estimulem e requeiram maior abertura de informações quanto ao perfil de riscos e ao nível de capitalização dos bancos, os agentes participantes do mercado se sintam estimulados a exercer a disciplina deste mercado.

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A utilização de determinados níveis de transparência será a referência para reconhecimento e habilitação de uma instituição financeira em uma abordagem de mensuração de capital específica. São exemplos a divulgação de informações qualitativas da estrutura dos sistemas de classificações internas e do processo para administrar e reconhecer a mitigação de Risco de Crédito. Para garantir o cumprimento da transparência, Basileia II prevê que os supervisores tenham um grande número de instrumentos de persuasão, que vão desde o diálogo com a administração do banco a multas financeiras de acordo com a deficiência de divulgação apresentada. Com esse formato, cresce o papel dos reguladores no sentido de acessar e avaliar as posturas dos bancos diante de suas exposições ao risco, com ênfase em seu papel de supervisão. Ao estimular a abertura de informações, o Novo Acordo procura potencializar o poder de avaliação e atuação dos participantes do mercado. Basileia III

Considerando as orientações do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, o Banco Central do Brasil (BACEN) publicou, em 17.02.2011, o Comunicado 20.615, o qual divulga orientações preliminares e cronograma relativos à implementação, no Brasil, da estrutura de capital, alavancagem e de requerimentos de liquidez conhecidos como Basileia III. As principais definições e orientações deste normativo são apresentadas a seguir:

a) Nova definição de capital: o Capital Nível I do Patrimônio de Referência (PR) será formado por duas parcelas, o Capital Principal e o Capital Adicional;

b) Capital Principal: será composto fundamentalmente pelo capital social e lucros

retidos, após a dedução dos seguintes elementos patrimoniais: i. créditos tributários decorrentes de diferenças temporárias; ii. créditos tributários decorrentes de prejuízos fiscais e de base negativa de

contribuição social sobre o lucro líquido; iii. ágios pagos na aquisição de investimentos com fundamento em expectativa de

rentabilidade futura e direitos sobre folha de pagamento, constituídos a partir de 01.01.2012;

iv. ativos permanentes diferidos e outros ativos intangíveis; v. ativos relacionados a fundos de pensão de benefício definido aos quais a

instituição financeira não tenha acesso irrestrito; vi. participações em sociedades seguradoras não controladas; vii. ações em tesouraria; viii. participações minoritárias que excedam ao mínimo exigido de Capital Principal e

Capital de Conservação, definido no parágrafo 16 do normativo, registradas em instituições financeiras integrantes do Conglomerado Financeiro ou do Consolidado Econômico-Financeiro; e

ix. instrumentos de captação subordinados emitidos por outras instituições financeiras.

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Os créditos tributários de diferenças temporárias e os investimentos relevantes em sociedades seguradoras não controladas poderão ser reconhecidos na estrutura de capital até o limite, individualmente, de 10,0% do Capital Principal, e, de forma agregada, juntamente com os demais ajustes patrimoniais citados no parágrafo 4 do normativo, até 15,0% do Capital Principal. Estas deduções deverão ocorrer de forma progressiva entre 01.07.2012 e 01.01.2018.

c) Capital Adicional: a tendência é que seja composto por instrumentos híbridos de

capital e dívida autorizados que atendam aos requisitos de absorção de perdas durante o funcionamento da instituição financeira, de subordinação, de perpetuidade e de não cumulatividade de dividendos;

d) Capital Nível II: provavelmente será composto por instrumentos híbridos de capital e

dívida que não se qualifiquem para integrar o Capital Adicional, juntamente com instrumentos de dívida subordinada. Para os instrumentos que não atenderem aos critérios de elegibilidade previstos em Basileia III, inclusive as cláusulas de conversão divulgadas no comunicado para a imprensa do Comitê de Basileia em 13.01.2011 (BIS, Press release nº 03/2011), será definido um cronograma gradual de dedução, inicialmente previsto da seguinte forma: dedução de 10,0% do valor nominal dos instrumentos não elegíveis, em 01.01.2013, adicionando-se 10,0% a cada ano, de modo a serem excluídos completamente até 01.01.2022. O normativo informa que o BACEN deverá publicar nova definição do PR até dez/11;

e) Novos índices mínimos de capital: foram criados dois novos índices: i) Índice Mínimo

de Capital Principal (ICP), formado pela razão entre o Capital Principal e o somatório das exposições ponderadas pelo risco (EPR), e; ii) Índice Mínimo de Capital Nível I (IC Nível I), formado pela razão entre o Capital Nível I e o EPR;

f) Risco de crédito de contraparte: estão previstas modificações nos requerimentos de

capital para risco de crédito de contraparte, tanto para a abordagem padronizada como para as abordagens baseadas em classificações internas de risco (IRB), de forma a garantir a inclusão dos riscos relevantes na estrutura de capital;

g) Capital de Conservação: corresponderá a um montante complementar às exigências

mínimas regulamentares e será constituído de elementos aceitos para compor o Capital Principal;

h) Capital Contracíclico: também deve ser constituído com elementos aceitos no

Capital Principal e será requerido em caso de crescimento excessivo do crédito associado à potencial acumulação de risco sistêmico. Não obstante ao cronograma estabelecido, eventuais elevações do percentual de Capital Contracíclico serão divulgadas pelo BACEN com doze meses de antecedência;

i) Índice de Alavancagem: Basileia III recomenda que seja implementado o Índice de

Alavancagem como medida complementar de capital, apurado pela divisão do Capital Nível I pelo valor da exposição total. A partir de 01.01.2018, está prevista a exigência de valor mínimo para o Índice de Alavancagem, inicialmente previsto em 3,0%; e

j) Medidas de liquidez: são propostos dois índices de liquidez, sendo um de curto prazo e outro de longo prazo, conforme descrito a seguir:

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i. Índice de Liquidez de Curto Prazo (LCR): terá por finalidade evidenciar que as instituições possuam recursos de alta liquidez para resistir a um cenário de estresse financeiro agudo com duração de um mês e será calculado com base na razão entre estoque de ativos de alta liquidez e as saídas líquidas no prazo de até 30 dias; e

ii. Índice de Liquidez de Longo Prazo (NSFR): busca incentivar as instituições a financiarem suas atividades com fontes mais estáveis de captação e será calculado pela razão entre o total de captações estáveis disponíveis e o total de captações estáveis necessárias.

O cronograma para implantação das recomendações de Basileia III no Brasil é apresentado na Tabela 1. Tabela 1. Cronograma de implantação de Basileia III no Brasil

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5. Basileia II no Banco do Brasil A implementação de Basileia II no BB está sob condução da Diretoria de Gestão de Riscos (DIRIS), que é a área responsável pela coordenação e preparação para atendimento aos requisitos de Basileia II. Da análise do Novo Acordo de Capitais e dos normativos do BACEN houve necessidade de abertura de ações às diversas áreas gestoras de produtos e serviços, para adequar o BB aos requisitos do Regulador, observando as fases previstas nos Comunicados BACEN 12.746/04, 16.137/07 e 19.028/09. De forma a dar continuidade ao processo evolutivo nas práticas de gestão de risco e negócios, o Banco decidiu estrategicamente adotar modelos internos para os riscos de mercado, crédito e operacional, com objetivo de estar apto ao uso das abordagens avançadas. Risco de Mercado No âmbito de riscos de mercado, houve revisão da estrutura de limites globais e específicos e do Programa de Testes de Estresse de Exigência de Capital para Riscos de Mercado, ambos em linha com o estipulado na Circular BACEN 3.478/09, que trata de modelos internos de riscos de mercado. Relativamente ao risco de liquidez, a exposição do Banco é mínima, haja vista a sua relevante posição ativa em títulos públicos federais de alta liquidez. Risco de Crédito

Em relação ao risco de crédito, o BB utiliza metodologias proprietárias de classificação de risco de clientes. Desenvolvidos em consonância com as melhores práticas de mercado e com os conceitos introduzidos pelo Acordo de Basileia, esses modelos estatísticos consideram os aspectos cadastrais (credit score), o histórico de crédito (behaviour score) com o Banco e o mercado, e a utilização de produtos bancários. Risco Operacional Para gerenciar o risco operacional, o Banco do Brasil, aderente às melhores práticas de mercado, monitora as perdas operacionais utilizando-se de base de dados interna sistematizada, limites de exposição e indicadores-chave de risco, além de matrizes de riscos para avaliar serviços terceirizados relevantes. Visando a contínua melhoria do processo de gestão do risco operacional, em 2010, o BB implementou limites específicos para perdas operacionais relacionadas a “Problemas Trabalhistas”, “Falhas nos Negócios”, “Falhas em Processos” e “Fraudes e Roubos Externos”, com o objetivo de imprimir maior agilidade na proposição de ações de mitigação. Destacam-se os trabalhos de adequação às orientações divulgadas pelo BACEN no Comunicado 19.217/09, que envolvem a utilização de quatro elementos essenciais no modelo interno de mensuração do risco operacional: Base de Dados Internos, Base de Dados Externos, Análise de Cenários e Fatores de Controles Internos e Ambiente de Negócios.

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Com o objetivo de prevenir, corrigir ou inibir fragilidades que possam gerar riscos para o BB, assim como reduzir perdas e fortalecer a cultura de riscos, foi criada a Recomendação Técnica de Risco (RTR), emitida às áreas gestoras de processos ou produtos quando identificada necessidade de adoção de ação de mitigação de perdas assim como para garantir o cumprimento das responsabilidades definidas nas fases de gestão de riscos.

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6. Normativos

O BACEN, alinhado com os procedimentos dos órgãos reguladores dos países desenvolvidos, tem emitido uma série de normatizações prudenciais. Os normativos em vigor podem ser consultados no sítio daquele Órgão.

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7. Conglomerado Financeiro O gerenciamento de riscos no Conglomerado Financeiro do Banco do Brasil contempla de forma abrangente os riscos de crédito, de mercado, de liquidez e operacional. As atividades de gerenciamento são realizadas por estruturas específicas e especializadas, conforme objetivos, políticas, estratégias, processos e sistemas descritos em cada um desses riscos. Não obstante as atividades estarem focadas nos riscos de crédito, de mercado, de liquidez e operacional, o Banco adota mecanismos para garantir a suficiência de capital para cobertura de outros riscos incorridos.

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8. Gerenciamento de Riscos 8.1 Conglomerado Financeiro 8.1.1 Risco de Crédito

Objetivos do Gerenciamento As exposições sujeitas ao risco de crédito são grande parte dos ativos do Banco do Brasil. Por isso, o gerenciamento do risco dessas exposições é fundamental para que os objetivos do Banco sejam atingidos. O gerenciamento do risco de crédito do Banco do Brasil é realizado com base nas melhores práticas de mercado e segue as normas de supervisão e de regulação bancária. Objetiva identificar, mensurar, controlar e mitigar o risco das exposições, contribuir para a manutenção da solidez e da solvência do Banco e garantir o atendimento dos interesses dos acionistas. O gerenciamento do risco de crédito no Conglomerado Financeiro envolve a Política de Crédito, as Estratégias de Gestão, os Processos de Gerenciamento, os Procedimentos Operacionais e os Sistemas de Gerenciamento, conforme a figura abaixo:

Figura 6. Gerenciamento do risco de crédito Obs: CA = Conselho de Administração; CRG = Comitê de Risco Global; SRC = Subcomitê de Risco de Crédito; DICRE = Diretoria de Crédito; DIRAO = Diretoria de Reestruturação de Ativos; DIRIS = Diretoria de Gestão de Riscos.

POLÍTICADE CRÉDITO

PROCESSOS DE GERENCIAMENTO

PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS

SISTEMAS DE GERENCIAMENTO

ESTRATÉGIASDE GESTÃO

CA

CRG

DICRE

DIRAO

DIRIS

NÍVEL ESTRATÉGICO

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTONÍVEL OPERACIONAL

SRC

NÍVEL TÁTICO

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Em atendimento à Resolução CMN 3.721/09, o Conselho de Administração (CA) aprovou a estrutura de gerenciamento do risco de crédito do Banco do Brasil, composta pelo Comitê de Risco Global (CRG), Subcomitê de Risco de Crédito (SRC), Diretoria de Crédito (DICRE), Diretoria de Reestruturação de Ativos Operacionais (DIRAO) e Diretoria de Gestão de Riscos (DIRIS). Tendo em vista que a DIRIS é a área do Banco responsável pelo gerenciamento global de riscos e não possui qualquer vinculação com administração de recursos de terceiros ou com a realização de operações sujeitas ao risco de crédito, o CA indicou o Diretor de Gestão de Riscos como responsável pelo gerenciamento do risco de crédito do BB perante o BACEN. Essa estrutura de gerenciamento do risco de crédito é compatível com a natureza das operações, com a complexidade dos produtos e serviços e proporcional à dimensão da exposição ao risco de crédito incorrido pelo Banco do Brasil. Política de Crédito

A Política de Crédito do Banco do Brasil contém orientações de caráter estratégico que norteiam as ações de gerenciamento do risco de crédito no Conglomerado Financeiro. É aprovada pelo Conselho de Administração e revisada anualmente, encontra-se disponível para todos os funcionários e aplica-se a todos os negócios que envolvam risco de crédito. A Política está estruturada em quatro blocos: Aspectos Gerais, Assunção de Risco de Crédito, Cobrança e Recuperação de Crédito e Gerenciamento do Risco de Crédito. Cada bloco contém um conjunto abrangente de enunciados, os quais englobam todas as etapas do gerenciamento do risco de crédito no Banco do Brasil. Relacionamos abaixo alguns tópicos abordados na Política de Crédito do Banco do Brasil:

a) conceito de risco de crédito a) condições para assunção de risco b) segregação de funções b) orientações para cobrança e recuperação de

crédito c) decisões colegiadas c) perda esperada, capital econômico e

regulatório d) apetite ao risco d) níveis de provisão e de capital e) limites de risco e) testes de estresse e análise de sensibilidade f) classificação de clientes f) planejamento de capital

Estratégias de Gestão

Alinhadas com os objetivos do gerenciamento do risco de crédito e com a política de crédito do Banco do Brasil, as estratégias de gestão são estabelecidas pelo CA e CRG e operacionalizadas em nível tático pelo SRC. O CRG é composto pelo Presidente e pelos Vice-Presidentes das áreas envolvidas com o gerenciamento do risco de crédito. O Comitê estabelece estratégias para a gestão do risco de crédito, define limites globais de exposição e aprova a alocação de capital.

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O SRC foi criado para dar maior agilidade às decisões sobre o gerenciamento de risco de crédito. É uma estrutura de nível tático, subordinada ao CRG, que possui alçada decisória por delegação desse para deliberar sobre alguns temas, instrumentalizando o CRG sobre os demais assuntos. O SRC é composto pelos Diretores das áreas envolvidas com o gerenciamento do risco de crédito, sendo coordenado pelo Diretor da Diretoria de Gestão de Riscos. As estratégias de gerenciamento do risco de crédito orientam as ações em nível operacional. As decisões estratégicas compreendem:

a) materialização do apetite ao risco do Banco do Brasil; b) aprovação de modelos para gestão do risco de crédito; c) definição de metas de adimplência, recuperação, perda máxima e qualidade da

carteira de crédito; d) estabelecimento de limites de risco e de concentração; e) manutenção de níveis adequados de provisionamento e de capital; e f) administração da relação risco versus retorno.

Processos de Gestão

Conforme a estrutura de gerenciamento do risco de crédito do Banco do Brasil, cabe às Diretorias de Crédito (DICRE), de Reestruturação de Ativos Operacionais (DIRAO) e de Gestão de Riscos (DIRIS), operacionalizar as decisões estratégicas aprovadas pelo CA, CRG e SRC, mantendo as exposições nos níveis de risco estabelecidos pela Alta Administração. A DICRE atua com foco no cliente e nas operações. Seus principais produtos são: cadastro, estudos e informações mercadológicas de setores econômicos, metodologias (de risco, dos componentes de risco e de limites de crédito), análises de risco (clientes, operações, projetos, setores econômicos, países e projetos), pré-validação e monitoramento de metodologia de risco e de componentes de risco de crédito, estudo de operações de investimento e arrendamento mercantil, avaliação e diagnóstico econômico-financeiro de Empresas/Grupos Empresariais, acompanhamento da carteira de crédito e produção de insumos para apreçamento do risco de crédito. A DIRAO atua na condução, cobrança e recuperação de créditos problemáticos. Seus principais produtos são: modelos de classificação de clientes em cobrança e recuperação, estratégias de cobrança e recuperação, indicadores da qualidade da recuperação, gestão dos canais de cobrança e recuperação, reescalonamento de dívidas, reestruturação de operações, estabelecimento de pisos negociais e metodologias de condução de créditos problemáticos e/ou inadimplidos. A DIRIS atua com foco no gerenciamento do risco de crédito das posições agregadas. Seus principais produtos são: políticas, limites de risco, modelos de risco de crédito, informações sobre o risco de crédito, indicadores da qualidade da carteira de crédito, alocação de capital em função do risco, gerenciamento do risco da carteira de crédito e acompanhamento do risco versus retorno.

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DICREDICREDICREDICRE DIRAODIRAODIRAODIRAO DDDDIIIIGESGESGESGES

Elaborar estudos e panorama setorial

Gerir o portifólio de operações inadimplidas

Controlar os limites de risco para exposições agregadas

Analisar clientes e

estabelecer limites

Desenvolver modelos e

estratégias de condução, cobrança e recuperação de créditos problemáticos

Apurar o Capital Regulatório

para risco de crédito

Analisar o risco de Crédito de operações

Gerir os canais de cobrança e recuperação

Apurar o Capital Econômico para risco de

crédito

Criar e monitorar metodologias de risco de crédito

Propor estratégias de ajuizamento de dívidas aos escalões superiores

Gerenciar a carteira de crédito

Figura 7. Estrutura de gerenciamento do risco de crédito A validação e a avaliação dos processos e procedimentos da estrutura de gerenciamento do risco de crédito são realizadas por duas áreas internas, em diferentes momentos, fato que garante a adequada segregação de funções e a independência dos trabalhos. A Diretoria de Controles Internos (DICOI) responde pela validação dos modelos de apuração e mensuração dos riscos do Conglomerado Financeiro e pelo sistema de controles internos do Banco. A Auditoria Interna (AUDIT) efetua avaliações periódicas nos processos de gerenciamento do risco de crédito com a finalidade de verificar se estão de acordo com as orientações estratégicas, a política de crédito e as normas internas. Além das áreas acima, a Auditoria Independente analisa alguns processos e procedimentos de gerenciamento do risco de crédito, contribuindo para verificar se estão em conformidade com as exigências regulatórias e de acordo com as definições internas. Processos de Comunicação e Informação

A divulgação de informações do risco de crédito é um processo permanente e contínuo. As premissas consideradas na seleção e divulgação das informações são: as melhores práticas, a legislação bancária, as necessidades dos usuários, os interesses do Banco, a confidencialidade e a relevância da informação. A comunicação e informação do gerenciamento do risco de crédito é realizada para clientes internos e externos, conforme os processos a seguir: Processo de comunicação para clientes internos

As áreas operacionais da estrutura de gerenciamento do risco de crédito comunicam permanentemente, aos escalões superiores, a exposição ao risco, para fins de acompanhamento das ações de gestão e tomada de decisão pela Alta Administração.

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O processo de comunicação envolve diversos relatórios para reporte do gerenciamento do risco de crédito. Esses documentos são produzidos periodicamente, resultam das análises realizadas pelos profissionais das áreas e evidenciam o risco de crédito de todas as exposições ou de determinados portfólios, como por exemplo:

a) Relatório da Carteira Exposta ao Risco de Crédito; b) Relatório do Comparativo BB x SFN (dados BACEN); c) Relatório do Comparativo de Bancos (dados contábeis dos bancos); d) Relatório de Gestão do Capital; e) Relatório de Análise Risco e Retorno da Carteira de Crédito; f) Relatório de Monitoramento de Estresse; e g) Painel de Riscos.

Processo de comunicação para clientes externos

As áreas operacionais da estrutura de gerenciamento do risco de crédito produzem as informações destinadas ao público externo e encaminham para a Unidade de Relações com Investidores (URI). A URI, como prática de governança transparente, divulga essas informações para o mercado, permitindo aos investidores e partes interessadas acompanhar as ações de gerenciamento de risco e a evolução do risco de crédito e comprovar a suficiência de capital do Banco para cobertura de todos os riscos assumidos. As informações destinadas ao público externo são disponibilizadas em local de acesso público e de fácil localização no sítio do Banco na internet. São publicadas nos seguintes documentos:

a) Relatório de Análise de Desempenho; b) Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis; e c) Relatório Anual.

Sistemas de Mensuração

A mensuração do risco de crédito é realizada por meio de diversas medidas: inadimplência, atraso, qualidade da carteira, provisão para devedores duvidosos, concentração, perda esperada e exigência de capital regulatório e econômico, entre outras. A quantidade e a natureza das nossas operações, a diversidade e a complexidade de nossos produtos e serviços e o volume exposto ao risco de crédito exigem que a mensuração do risco de crédito no Banco do Brasil seja realizada de forma sistematizada. O Banco possui infra-estrutura de bases de dados e de sistemas corporativos suficiente para efetuar a mensuração do risco de crédito de forma abrangente. Destacamos abaixo algumas dessas medidas de risco. Concentração

O Banco desenvolveu e implementou sistemática de mensuração e acompanhamento da concentração do risco de crédito na carteira de pessoas jurídicas. O modelo é baseado no Índice de Herfindahl, avalia a concentração a partir do risco de crédito dos tomadores e considera a inter-relação entre os diversos setores econômicos que compõem a carteira de crédito de pessoas jurídicas.

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Perda Esperada

O Banco também desenvolveu metodologias específicas e sistemas próprios para apuração dos componentes de risco que são utilizados para apuração da Perda Esperada e do Capital Econômico. A Perda Esperada é utilizada em diversos processos e procedimentos, como por exemplo: apreçamento de produtos e serviços, verificação do nível de provisionamento e cálculo do Retorno Ajustado ao Risco (RAROC). Além disso, a análise da evolução histórica da Perda Esperada fornece informações importantes sobre o comportamento do risco de crédito. Exigência de Capital Regulatório e Econômico

O Banco mensura a exigência de Capital Regulatório para risco de crédito por meio da Abordagem Padronizada Simplificada, cujos procedimentos para cálculo da parcela referente às Exposições Ponderadas por Fator de Risco (PEPR) foram divulgados pelo BACEN por meio da Circular 3.360/07, e atualizações. Esses procedimentos foram implementados em sistema proprietário que efetua a apuração do capital exigido de modo rápido e seguro, permitindo a verificação tempestiva da solvência do Banco conforme as normas do Regulador. O Banco utiliza as informações do Capital Regulatório para avaliar a eficiência da alocação e o planejamento de capital. O Banco desenvolveu modelo interno para mensuração do Capital Econômico, cuja fundamentação teórica está baseada em abordagem atuarial, hoje muito difundida na indústria bancária. Em virtude de sua modelagerm interna, essa medida reflete melhor o perfil de risco das exposições, por isso é utilizada gerencialmente no cálculo do RAROC e na mensuração do índice de concentração Herfindahl. Além disso, a análise da evolução histórica do Capital Econômico fornece informações importantes sobre o consumo de capital decorrente das exposições de determinados clientes e/ou segmentos de clientes. Política de Mitigação

O Banco do Brasil adota atitude conservadora em relação ao risco de crédito. Na realização de qualquer negócio sujeito ao risco de risco de crédito, o Banco adota como regra geral a vinculação de mecanismo que proporcione a cobertura total ou parcial do risco incorrido. No gerenciamento do risco de crédito em nível agregado, para manter as exposições dentro dos níveis de risco estabelecidos pela Alta Administração, o Banco busca transferir ou compartilhar o risco de crédito. A utilização de instrumentos mitigadores do risco de crédito está declarada na Política de Crédito, presente nas decisões estratégicas e formalizada nas normas de crédito, atingindo todos os níveis da organização e abrangendo todas as etapas do gerenciamento do risco de crédito. As normas de crédito orientam as unidades operacionais de forma clara e abrangente. Entre outros aspectos, as normas abordam a classificação, exigência, escolha, avaliação, formalização, controle e reforço de garantias, assegurando a adequação e suficiência do mitigador durante todo o ciclo da operação.

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Estratégias de Monitoramento da Efetividade dos Mitigadores

As estratégias de monitoramento da efetividade dos mitigadores do risco de crédito consistem em:

a) acompanhar continuamente as exposições sujeitas ao risco de crédito e comparar o índice de inadimplência e o nível de provisionamento das exposições com e sem garantias vinculadas;

b) realizar a gestão de capital permanentemente e comparar a exigência de capital regulatório e o consumo de capital econômico das exposições com e sem garantias vinculadas; e

c) avaliar periodicamente as informações resultantes da cobrança e recuperação de créditos e apurar quais os mitigadores contribuem de forma mais eficaz para a realização dos direitos do Banco.

Processos de Monitoramento da Efetividade dos Mitigadores

O monitoramento da efetividade dos mitigadores faz parte dos processos de gerenciamento do risco de crédito do Banco. Citamos, como exemplo, os processos de acompanhamento das exposições sujeitas ao risco de crédito, de classificação de risco das operações de crédito, de gestão do capital e de cobrança e recuperação de créditos. Os processos de acompanhamento das exposições sujeitas ao risco de crédito e de classificação de risco das operações de crédito produzem informações importantes para verificar a efetividade dos instrumentos mitigadores. O menor índice de inadimplência observado em determinados segmentos da carteira de crédito e o menor nível de provisionamento em determinadas operações podem significar que a existência de garantias vinculadas às exposições reduz o risco de crédito. O processo de gestão do capital possibilita verificar se a menor exigência de capital regulatório e/ou menor consumo de capital econômico em determinados produtos ou serviços estão ligados à existência de garantias vinculadas às exposições ao risco de crédito, reduzindo a exposição do Banco ao risco de crédito. O processo de cobrança e recuperação de créditos gera informações que permitem ao Banco verificar quais os mitigadores foram mais importantes para recebimento dos créditos inadimplidos e para a recuperação dos créditos problemáticos, possibilitando a revisão dos critérios de escolha de garantias, de provisionamento e de alocação de capital. Exposição ao Risco de Crédito Exposição por Fator de Ponderação de Risco (FPR) e exposição média no trimestre

Apresentamos, a seguir, a evolução das exposições ao risco de crédito, observadas as definições da Circular BACEN 3.360/07, segmentadas por Fator de Ponderação de Risco (FPR), juntamente com a exposição média nos trimestres.

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Tabela 2. Exposição ao risco de crédito por FPR

Tabela 3. Exposição média ao risco de crédito em cada trimestre

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Exposição por países e regiões geográficas

Na tabela abaixo é apresentada a exposição ao risco de crédito, segregada por regiões geográficas e países. Tabela 4. Exposição ao risco de crédito por regiões geográficas e países

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Exposição por setor econômico

A seguir, é apresentada a evolução da exposição total ao risco de crédito, segregada por setor econômico. Tabela 5. Exposição ao risco de crédito do Conglomerado Financeiro por setor

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Tabela 6. Exposição ao risco de crédito do Consolidado Econômico-Financeiro por setor

Exposição ao risco de crédito por período de atraso A tabela abaixo apresenta a carteira, por período de atraso. Tabela 7. Montante de operações em atraso

Exposição por tomador

A seguir, são apresentados os níveis de concentração dos dez maiores clientes em relação ao total de operações com característica de concessão de crédito.

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Tabela 8. Concentração dos dez maiores clientes em relação ao total de operações de

crédito

Operações baixadas para prejuízo Na tabela abaixo, são apresentados os fluxos de operações baixadas para prejuízo, por trimestre. Tabela 9. Fluxo de operações baixadas para prejuízo

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa A seguir, é apresentado o estoque de provisão para créditos de liquidação duvidosa. Tabela 10. Estoque de provisão para créditos de liquidação duvidosa

Venda ou Transferência de Ativos Financeiros

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O BB tem por política realizar a cessão de créditos de operações de varejo não performados, registrados em perdas e de risco integral do Banco, após terem esgotados todos os procedimentos de cobrança definidos na esteira de cobrança e recuperação de créditos e as operações selecionadas terem atingido o ponto de economia, ou seja, sopesado o custo benefício, não se justifique manter as operações em cobrança dentro do banco comercial. A cessão de crédito também é utilizada pontualmente para alienar créditos específicos, quando identificada como alternativa viável de sua recuperação, ainda que parcial. Apresentamos abaixo o fluxo das operações cedidas com transferência substancial dos riscos e benefícios. Tabela 11. Operações em perdas cedidas com transferência substancial dos riscos e

benefícios

O BB não possui exposições nas seguintes categorias:

a) exposições cedidas sem transferência nem retenção substancial dos riscos e benefícios;

b) exposições cedidas com retenção substancial dos riscos e benefícios; e c) exposições cedidas no trimestre com retenção substancial dos riscos e benefícios,

que foram baixadas para prejuízo. Operações com títulos e valores mobiliários (TVM) oriundos de processo de securitização Os títulos e valores mobiliários adquiridos pelo BB são classificados segundo as seguintes categorias:

a) categoria I - títulos para negociação - devem ser registrados os títulos e valores mobiliários adquiridos com o propósito de serem ativa e frequentemente negociados;

b) categoria II - títulos disponíveis para venda - devem ser registrados os títulos e valores mobiliários que não se enquadrem nas categorias I e III; e

c) categoria III - títulos mantidos até o vencimento - devem ser registrados os títulos e valores mobiliários, exceto ações não resgatáveis, para os quais haja intenção e capacidade financeira da instituição de mantê-los em carteira até o vencimento.

A seguir, são apresentadas as exposições decorrentes de operações com TVM oriundos de processo de securitização.

a) tipos de títulos: i. Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) = comunhão de recursos

que destina parcela preponderante do respectivo patrimônio líquido para a aplicação em direitos creditórios. São os direitos e títulos representativos de direitos, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial e imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços, bem como em outros ativos financeiros e modalidades de investimentos admitidos nos termos das Instruções CVM nº 356/01 e 444/06; e

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ii. Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) = são títulos de renda fixa lastreados em créditos imobiliários - fluxo de pagamentos de contraprestações de aquisição de bens imóveis ou de aluguéis - emitidos por sociedades securitizadoras.

Tabela 12. Valor das exposições decorrentes da aquisição de FIDC e CRI

b) tipo de crédito que lastreia a emissão: i. FIDC = financiamento de veículos, recebíveis de fluxo de caixa de empresa,

debêntures, notas promissórias, cédulas de crédito bancário, certificados de cédulas de crédito bancário, cédulas de crédito imobiliário, letras de crédito imobiliário, notas de crédito à exportação e outros direitos creditórios; e

ii. CRI = operações de crédito imobiliário.

c) classe do título: i. FIDC e CRI = quota classe sênior.

Exposição ao risco de crédito de contraparte O Banco do Brasil admite assumir exposições a risco de crédito de contraparte com clientes que tenham sido previamente analisados pela metodologia de cálculo de risco e estabelecimento de limite de crédito aplicável ao seu perfil, condicionado à existência de margem operacional suficiente para amparar tais operações. Desse modo, as exposições a risco de crédito de contraparte concorrem com as demais exposições em operações de crédito do cliente no limite de crédito a ele atribuído. As operações da espécie incidem no limite de crédito do cliente pela estimativa do valor exposto ao risco de crédito de contraparte em evento de default, sendo ponderados os mitigadores de risco aplicáveis, tais como o risco do emissor do ativo adjacente, a volatilidade do ativo, as garantias aportadas, o percentual subtraído dos ativos usados como colateral (haircut) e as regras de chamadas de margem de garantias adicionais, conforme características da operação efetuada. Nas operações cursadas via Câmaras de Compensação e Liquidação (Clearings) há transferência de risco, sendo que o valor das operações incide no limite de crédito da referida câmara. O deferimento de operações está condicionado, no mínimo, à exigência das garantias indicadas no despacho do limite de crédito e daquelas definidas como obrigatórias pela linha de crédito, sendo que o grau de exigência de garantias varia de acordo com o nível de risco do cliente.

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Na constituição de garantias é dada preferência: a) aos bens adquiridos, produzidos ou beneficiados com o crédito; b) às garantias que ofereçam autoliquidez à operação; c) aos bens de fácil comercialização e sem risco de perecimento; d) aos bens da mesma espécie, natureza e categoria dos bens a adquirir ou realizar

com o crédito; e e) aos bens que produzirão renda para o pagamento da operação.

Para a vinculação em garantia, os bens são avaliados por meio de avaliação técnica ou por meio de opinião de valor, cujo prazo de validade é de até doze meses. No caso de garantia pessoal, é analisada a situação econômico-financeira dos avalistas ou fiadores, além das responsabilidades diretas e indiretas no Banco, sendo ponderadas as dívidas com terceiros, em especial as dívidas fiscais, previdenciárias e trabalhistas. O valor máximo considerado para efeito de comprometimento de um bem ou direito em garantia é obtido pela aplicação de percentual sobre o valor do referido bem ou direito de acordo com o tipo e espécie do bem. No caso de duplicatas e cheques custodiados, o valor máximo é obtido pela aplicação do percentual de adiantamento correspondente ao Índice de Liquidez Anual (ILA) da carteira do cliente sobre o valor vinculado em garantia. Os bens recebidos em garantia de operações de crédito devem estar segurados até a liquidação da operação ou, no caso de recursos vinculados em garantia, permanecerem bloqueados até a liquidação da operação. As garantias vinculadas a operações de crédito são registradas em base corporativa, o que permite controle automatizado dos bens e direitos vinculados e a geração de informações gerenciais, tais como a análise de suficiência de garantia e análise de adequação. Para operações sujeitas a risco de crédito de contraparte, o Banco do Brasil segue o exposto na Circular BACEN 3.068/01, considerando tal risco como parâmetro para cálculo do ajuste ao valor de mercado de tais exposições, com efeitos no resultado do período ou em conta destacada do Patrimônio Líquido, conforme a classificação da exposição. Apresentamos, a seguir, o valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte a serem liquidados em sistemas de liquidação de câmaras de compensação e de liquidação, nos quais a câmara atue como contraparte central.

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Tabela 13. Valor nocional de contratos a serem liquidados em câmaras de compensação e de liquidação, nos quais a câmara atue como contraparte central

Na próxima tabela, demonstramos o valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte, nos quais não haja a atuação de câmaras de compensação como contraparte central. Tabela 14. Valor nocional dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte sem

atuação de câmaras de compensação como contraparte central

As tabelas a seguir apresentam o valor nocional de contratos sem atuação de câmaras de compensação como contraparte central, segmentados entre aqueles que apresentam ou não garantias.

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Tabela 15. Valor nocional de contratos sem atuação de câmaras de compensação como contraparte central e que não possuem garantias

Tabela 16. Valor nocional de contratos sem atuação de câmaras de compensação como

contraparte central e que possuem garantias

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Na próxima tabela é demonstrado o valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte, incluindo derivativos, operações a liquidar, empréstimos de ativos e operações compromissadas, desconsiderados os valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme definidos na Resolução CMN 3.263/05. Tabela 17. Valor positivo bruto dos contratos sujeitos ao risco de crédito de contraparte,

desconsiderados os valores positivos relativos a acordos de compensação, conforme definidos na Resolução CMN 3.263/05

A seguir, é apresentado o valor das garantias que atendam cumulativamente aos seguintes requisitos, conforme art. 8.º, inciso VI, da Circular BACEN 3.477/09:

a) sejam mantidas ou custodiadas na própria instituição; b) tenham por finalidade exclusiva a constituição de garantia para as operações a que

se vinculem; c) estejam sujeitas à movimentação, exclusivamente, por ordem da instituição

depositária; e

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d) estejam imediatamente disponíveis para a instituição depositária no caso de inadimplência do devedor ou de necessidade de sua realização.

Tabela 18. Valor das garantias que atendam cumulativamente os requisitos do art. 8.º,

inciso VI, da Circular BACEN 3.477/09

De acordo com a classificação das espécies de garantias adotadas pelo BACEN, identificamos aquelas que atendem cumulativamente as condições estabelecidas na Circular BACEN 3.477/09, sendo que, para efeito de cálculo da garantia, considerou-se o valor comprometido da garantia com a operação vinculada. O BB não possui acordos para compensação e liquidação de obrigações, conforme definidos na Resolução CMN 3.263/05. Na tabela abaixo, apresentamos o valor nocional de derivativos de crédito, segregados por tipo de operação. Tabela 19. Valor nocional de derivativos de crédito

Instrumentos mitigadores Para a vinculação de garantias em operação de crédito é dada preferência às garantias que ofereçam autoliquidez à operação. O valor máximo considerado para efeito de comprometimento da garantia é o obtido pela aplicação de determinado percentual sobre o valor do referido bem ou direito. Considera-se com 100,0% de adiantamento os seguintes bens e direitos:

a) direitos creditórios representados por RDB, CDB, poupança, fundos de investimento de renda fixa e Pledge Agreement - cash collateral (depósito em espécie), Ouro Escritural e Lingote e Carta de Crédito Standby;

b) fundos de aval: Fundo de Aval para Geração de Emprego e Renda (Funproger), Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), Fundo de Garantia de Operações (FGO), Fundo Garantidor para Investimento (FGI), entre outros; e

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c) fiança ou aval prestado por estabelecimento bancário que possua limite de crédito no Banco, com margem suficiente para amparar a coobrigação, e seguro de crédito.

As garantias de direitos creditórios representadas por aplicações financeiras devem estar internalizadas no Banco e são bloqueadas pela instituição, devendo esse bloqueio permanecer até a liquidação da operação. O Banco poderá, a seu critério, por ocasião do vencimento da aplicação financeira, lançar mão para quitação dos saldos referentes às parcelas vencidas, independentemente de aviso ou notificação ao cedente/financiado. Além de cláusulas de cessão de crédito ou cessão dos direitos creditórios, para vinculação dos mitigadores, o instrumento de crédito contém cláusula de reforço da garantia, para assegurar o percentual de cobertura pactuado na contratação da operação, durante todo o prazo da operação. Os fundos de avais, a exemplo do Funproger, FGO, FGI, dentre outros, tem como gestor o Banco do Brasil, e o Fampe é gerido pelo Sebrae, na condição de agente financeiro. Estes fundos são utilizados como garantias pelo Banco, mitigando os riscos das operações, e possuem características como:

a) limites máximos do percentual de cobertura para utilização do fundo como garantia de operações em função do tipo da operação: Investimento ou Capital de Giro;

b) público alvo em função do faturamento ou do risco do cliente; c) existência ou não da apresentação de contragarantias; d) limites máximos sobre o montante dos recursos que constituem o Patrimônio Líquido

do Fundo (Índice de Alavancagem); e e) limites para perdas acumuladas, isto é, o Índice Máximo de Inadimplência Admitido

(stop loss). Os gestores dos fundos de avais realizam o acompanhamento quanto ao enquadramento das operações nas regras do fundo, previamente à concessão dessa garantia, bem como a gestão operacional das garantias concedidas e dos ativos do fundo, determinando, se necessária, a suspensão da utilização dos fundos em garantia de operações, antes que o montante dos recursos vinculados ultrapassem a alavancagem prevista para cada fundo. Considerando os instrumentos mitigadores de risco de crédito definidos nos artigos 20 a 22 da Circular BACEN 3.360/07, a tabela a seguir apresenta o valor total mitigado em termos de exposição ponderada por fator de risco, segmentado por tipo e FPR do mitigador. Tabela 20. Valor mitigado da exposição ponderada pelo respectivo fator de risco

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8.1.2 Risco de Mercado e Liquidez Objetivos do Gerenciamento O processo de gerenciamento dos riscos de mercado e de liquidez do Banco do Brasil tem por objetivo identificar, avaliar, monitorar e controlar os riscos associados a cada instituição individualmente e ao Conglomerado Financeiro, bem como identificar e acompanhar os riscos associados às demais empresas integrantes do Consolidado Econômico-Financeiro. Alinhado às melhores práticas de mercado, o Banco utiliza regularmente procedimentos que permitam gerenciar os riscos de mercado e de liquidez de suas posições, considerando os cenários econômicos internos e externos, visando minimizar possíveis impactos no resultado financeiro. Políticas e Estratégias de Gestão

O Banco estabeleceu políticas e estratégias para a gestão dos riscos de mercado e de liquidez e para a gestão dos instrumentos financeiros derivativos, as quais determinam as diretrizes de atuação da Empresa no processo de gerenciamento dos riscos. No âmbito das políticas e estratégicas de gestão dos riscos de mercado e de liquidez do Banco do Brasil, adota-se como princípio geral que o modelo de gestão de risco de mercado e liquidez tem por objetivo identificar, avaliar, monitorar e controlar as exposições aos riscos de mercado e liquidez de suas posições próprias. Adiciona-se que no processo de gestão de riscos de mercado e de liquidez são utilizados mecanismos expressos, em sistema normativo, que detalham os procedimentos operacionais necessários à implementação das decisões organizacionais relativas aos negócios e atividades da Empresa e ao atendimento de exigências legais e de órgãos reguladores e fiscalizadores. Por fim, registra-se que são utilizados, na gestão dos riscos de mercado e de liquidez, sistemas que garantem a medição, o monitoramento e o controle das posições registradas nas carteiras de negociação e de não negociação, bem como das operações destinadas ao cumprimento dos objetivos de hedge estabelecidos. No que tange à utilização de instrumentos derivativos financeiros, o Banco estipula, entre as suas políticas e estratégias, que são realizadas operações para atendimento de necessidades de seus clientes e para o gerenciamento de posições próprias, considerando as diversas categorias de riscos e adotando visão consolidada dos diferentes fatores de riscos. Destaca-se, ainda, que a negociação com instrumentos financeiros derivativos é condicionada à prévia avaliação da natureza e da dimensão dos riscos envolvidos. As tabelas abaixo apresentam o total da exposição a instrumentos financeiros derivativos por categoria de fator de risco de mercado, segmentadas entre posições compradas e vendidas, segregado da seguinte maneira:

a) operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria com contraparte central, subdivididas em realizadas no Brasil e no exterior; e

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b) operações com instrumentos financeiros derivativos realizadas por conta própria sem contraparte central, subdivididas em realizadas no Brasil e no exterior.

Tabela 21. Derivativos no País e exterior, com e sem contraparte central – 4T10

Tabela 22. Derivativos no País e exterior, com e sem contraparte central – 1T11

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Tabela 23. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 2T11

Tabela 24. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 3T11

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Tabela 25. Derivativos no País e Exterior, com e sem contraparte central – 4T11

Políticas de Hedge No que tange às políticas de hedge adotadas para a gestão dos riscos de mercado e de liquidez, são definidos os objetivos a serem alcançados com as operações de hedge de forma consolidada para todo o Conglomerado Financeiro, garantida a efetividade individual de cada operação, observadas as regulamentações locais, no caso de dependências no exterior. Adiciona-se que as operações com instrumentos financeiros derivativos destinadas a hedge são segregadas daquelas não destinadas a hedge, ambas com limites e objetivos próprios. Processo de Comunicação e Informação

As propostas de limites de riscos de mercado e de liquidez são submetidas pela Diretoria de Gestão de Riscos para os gestores dos grupos e livros, considerando o apetite de risco e os limites globais definidos. Tais propostas de limites são formalizadas em notas técnicas. Por ocasião das reuniões ordinárias dos comitês estratégicos de riscos de mercado (Comitê de Risco Global - CRG e Subcomitê de Risco de Mercado e Liquidez - SRML), as notas técnicas são submetidas à deliberação, ocasião que os novos limites, caso aprovados, passam a vigorar. Após a aprovação nas instâncias competentes, os limites são geridos pela Diretoria de Gestão de Riscos (DIRIS). Para os gestores dos grupos e livros vinculados às Carteiras de Negociação e Não Negociação, o reporte sobre consumo de limites ocorre, sob periodicidade diária, com suporte na Intranet do Banco do Brasil.

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Registra-se que, em caso de extrapolações de limites, a DIRIS, responsável pelo controle e acompanhamento da carteira com limite extrapolado, emite documento denominado “Ficha de Extrapolação de Limites”. Em seguida, o gestor de grupos e livros deve apresentar suas justificativas para a extrapolação e especificar o prazo para sua regularização. Por sua vez, o nível hierárquico detentor da alçada para conduzir o caso deve emitir parecer sobre a manifestação do gestor. Por fim, a equipe responsável pelo monitoramento do limite acompanha as ações de enquadramento. O processo de comunicação dos riscos incorridos pelo Banco para a Alta Administração ocorre durante as reuniões ordinárias dos Comitês e Subcomitês Estratégicos de Riscos, as quais são realizadas sob periodicidade ordinária mensal.

Sistemas de Mensuração

O processo de mensuração dos riscos de mercado e de liquidez faz uso de sistemas corporativos e do aplicativo de mensuração de riscos de mercado Riskwatch, desenvolvido pela empresa canadense Algorithmics. A infraestrutura de tecnologia das informações vinculada ao processo de mensuração de riscos de mercado encontra-se instalada em ambientes localizados em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro (RJ).

Processo de Gestão de Riscos de Mercado

O Banco do Brasil utiliza métodos estatísticos e de simulação para mensurar os riscos de mercado das suas exposições. Entre as métricas resultantes da aplicação destes métodos, destacam-se:

a) sensibilidades; b) Valor em Risco (VaR); e, c) estresse.

Por meio das métricas de sensibilidade, são simulados os efeitos no valor das exposições resultantes de variações no patamar dos fatores de risco de mercado. O VaR é uma métrica utilizada para estimar a perda potencial, sob condições rotineiras de mercado, dimensionada diariamente em valores monetários, considerando determinado intervalo de confiança e horizonte temporal. Os fatores de riscos, utilizados para mensuração da métrica de VaR de riscos de mercado das exposições, são classificados nas seguintes categorias:

a) taxas de juros; b) taxas de câmbio; c) preços de ações; e, d) preços de mercadorias (commodities).

O desempenho da métrica de VaR é avaliado mensalmente mediante a aplicação de processo de backtesting. Esta avaliação está segregada dos processos de desenvolvimento e de utilização da métrica de VaR.

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Por fim, o BB utiliza métricas de Estresse resultantes de simulações sobre o comportamento de suas exposições sujeitas a riscos de mercado sob condições extremas, tais como crises financeiras e choques econômicos. Por meio dos Testes de Estresse, objetiva-se dimensionar os impactos de eventos plausíveis, mas com baixa probabilidade de ocorrência, nos requerimentos de capital regulatório e econômico. Os Testes de Estresse abrangem simulações das exposições, tanto de caráter retrospectivo, baseadas em séries históricas de choques nos fatores de riscos de mercado, quanto de caráter prospectivo, baseadas em projeções de cenários econômico-financeiros. Para maiores informações sobre as métricas de sensibilidades, VaR e estresse, acesse o website bb.com.br/relações com investidores, no link de Análise do Desempenho, capítulo 8, Gestão dos Riscos – Risco de Mercado. Os modelos utilizados para mensuração de riscos de mercado estão sujeitos a processo de validação independente, cuja estrutura é segregada das áreas responsáveis pelo desenvolvimento e pela utilização dos modelos. Por sua vez, o processo de validação independente de modelos está sujeito a processo de avaliação independente sob condução da Auditoria Interna. Logo, verifica-se que o Banco do Brasil adota três camadas de controle dos seus modelos de mensuração de riscos de mercado, conforme segue:

a) 1ª Camada: desenvolvimento e utilização de modelos; b) 2ª Camada: validação de modelos; e, c) 3ª Camada: avaliação da validação de modelos.

O Banco dispõe de estrutura para gerenciamento dos riscos de mercado e de liquidez, representada pela Diretoria de Gestão de Riscos, que está compatível com as características das operações do Banco e segregada das unidades de negócio e da Unidade de Auditoria Interna. Entre as responsabilidades da DIRIS no gerenciamento de risco de mercado e de liquidez, destacam-se: a proposição de políticas, diretrizes, metodologias e limites de risco de mercado, a identificação, avaliação, monitoramento e controle dos riscos de mercado e liquidez do Conglomerado Financeiro. No processo de gestão de riscos financeiros, segregamos na estrutura organizacional as funções de decisão, de execução e de controle. Carteira de Negociação No processo de gerenciamento dos riscos de mercado do Banco, as posições próprias são segregadas em Carteira de Negociação e Carteira de Não Negociação. Por meio de resolução emitida pelo Comitê de Risco Global (CRG), estipula-se a política para classificação de operações na Carteira de Negociação, documento que define que a Carteira de Negociação, para o Conglomerado Financeiro, abrange todas as operações de posições próprias realizadas com intenção de negociação ou destinadas a hedge da carteira de negociação, para as quais haja a intenção de serem negociadas antes de seu prazo contratual, observadas condições normais de mercado, e não sejam inegociáveis.

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Para mensuração do VaR da Carteira de Negociação, o Banco do Brasil adota a técnica de Simulação Histórica e os seguintes parâmetros:

a) 99% de intervalo de confiança unicaudal; b) 252 cenários retrospectivos de fatores de choques diários; e, c) horizonte temporal de 10 dias úteis.

As tabelas seguintes discriminam o valor total da Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante, segmentadas entre posições compradas e vendidas. Tabela 26. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 4T10

Tabela 27. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 1T11

Tabela 28. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 2T11

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Tabela 29. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 3T11

Tabela 30. Carteira de Negociação por fator de risco de mercado relevante – 4T11

Carteira de Não Negociação De forma excludente, as operações de posições próprias do Conglomerado Financeiro não classificadas na Carteira de Negociação são consideradas como componentes da Carteira de Não Negociação. Registra-se também que as posições próprias detidas pelas empresas que não fazem parte do Conglomerado Financeiro não são passíveis de classificação na Carteira de Negociação. Para mensuração do VaR da Carteira de Não Negociação, o Banco do Brasil adota a técnica de Simulação Histórica e os seguintes parâmetros:

a) 99% de intervalo de confiança unicaudal; b) 1.260 cenários retrospectivos de fatores de choques diários; e, c) horizonte temporal de 10 dias úteis.

Entre outros aspectos, destaca-se que a técnica de VaR Simulação Histórica:

a) inclui todas as operações sensíveis à variação nas taxas de juros e utiliza técnicas de mensuração de risco e conceitos financeiros amplamente aceitos;

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b) considera dados relativos a taxas, prazos, preços, opcionalidades e demais informações adequadamente especificadas;

c) demanda definição de premissas adequadas para transformar posições em fluxo de caixa;

d) mensura a sensibilidade a mudanças na estrutura temporal das taxas de juros, entre as diferentes estruturas de taxas e nas premissas;

e) está integrado às práticas diárias de gerenciamento de risco; f) permite a simulação de condições extremas de mercado (testes de estresse); e, g) possibilita estimar o Patrimônio de Referência (PR) compatível com os riscos na

forma determinada no Artigo 3º da Resolução CMN 3.490/07. O Banco do Brasil adota métodos estatísticos e econométricos, referenciados na literatura para análise de séries temporais, mais especificamente os métodos denominados ARIMA (Autorregressivos, Integrados e de Médias Móveis), para tratamento dos produtos que não possuem vencimento definido. Em linha com a metodologia de Simulação Histórica, adotada pelo Banco do Brasil para cálculo da métrica de Valor em Risco (Value at Risk – VaR), os modelos, dos produtos que não possuem vencimento definido, assumem a hipótese de que o comportamento retrospectivo das variações observadas nos saldos constitui-se em informação relevante para a previsão do comportamento futuro do fluxo de caixa de resgates (variável aleatória de interesse) dos saldos dos produtos de captação sob referência. Logo, tais métodos assumem como factível a possibilidade de ocorrência futura de flutuações de saldos (montante financeiro de resgates parciais) com amplitude similar àquelas observadas na série histórica. Os critérios para identificação das operações passíveis de classificação na Carteira de Negociação seguem as definições e objetivos definidos na resolução emitida pelo Comitê de Risco de Global. Registra-se, também, que as definições, os critérios e os procedimentos estabelecidos devem ser revistos sob periodicidade anual. As Carteiras de Negociação e de Não Negociação são divididas em Grupos e Livros, sempre observando os normativos internos (notas técnicas e resoluções), aprovados pelo Subcomitê de Riscos de Mercado e de Liquidez (SRML) e pelo Comitê de Risco Global (CRG), os quais estabelecem os objetivos, a composição, os limites financeiros e os limites de riscos de mercado e de liquidez para cada Grupo ou Livro. Os principais tipos de limites utilizados para gestão de riscos de mercado são:

a) Valor em Risco (Value-at-Risk – VaR); e, b) Estresse.

Com o objetivo de proporcionar condições para que seja avaliada a capacidade de absorção de perdas e identificadas eventuais medidas para redução dos riscos, os limites globais são definidos em formato percentual sobre o Patrimônio de Referência (PR). No caso dos limites de VaR da Carteira de Negociação, e tendo por objetivo evidenciar o nível de risco de mercado gerado pelas exposições e o respectivo impacto na exigência de capital para sua cobertura, são consideradas as métricas de VaR e de VaR Estressado.

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Processo de Gestão de Risco de Liquidez

O Banco do Brasil mantém níveis de liquidez adequados aos compromissos da Instituição assumidos no Brasil e no exterior, resultado da sua ampla e diversificada base de depositantes e da qualidade dos seus ativos, da capilaridade da sua rede de dependências externas e de acesso ao mercado internacional de capitais. O rigoroso controle do risco de liquidez está em consonância com a Política de Risco de Mercado e de Liquidez estabelecida para o Conglomerado, atendendo às exigências da supervisão bancária nacional e dos demais países onde o Banco opera. A gestão do risco de liquidez do Banco do Brasil segrega a liquidez em Reais da liquidez em Moedas Estrangeiras. Para tanto, utiliza os seguintes instrumentos:

a) Mapas de Descasamento de Prazos; b) Projeções de Liquidez de Curto, Médio e Longo Prazos; c) Teste de Estresse; d) Limites de Risco de Liquidez; e) Plano de Contingência de Liquidez; e, f) Teste de Potencial das Medidas de Contingência de Liquidez.

Os instrumentos de gestão do risco de liquidez são periodicamente monitorados e reportados aos Comitês Estratégicos da instituição. Os Mapas de Descasamento de Prazos demonstram a expectativa dos pagamentos e recebimentos contratados, distribuídos em intervalos de tempo previamente definidos, e apresentados tanto sob a perspectiva conjunta ou detalhada por indexador das operações. A análise dos Mapas de Descasamentos de Prazos visa apurar o fluxo de caixa contratual da instituição em uma determinada data. As Projeções de Liquidez de Curto, Médio e Longo Prazos permitem a avaliação prospectiva do efeito do descasamento entre captações e aplicações, com o objetivo de identificar situações que possam comprometer a liquidez da Instituição, levando em consideração tanto o seu planejamento orçamentário quanto às condições de mercado. Periodicamente, as Projeções de Liquidez de Curto Prazo são avaliadas sob cenários alternativos e de estresse. Caso, em algum desses cenários a projeção de liquidez situar-se abaixo do nível de liquidez adotado como limite, verifica-se o Potencial de Medidas de Contingência, previamente identificadas, em prol da recuperação da liquidez da Instituição. Ademais, o Banco do Brasil utiliza as seguintes métricas:

a) Reserva de Liquidez (RL); e, b) Demonstrativo de Recursos Livres (DRL).

A Reserva de Liquidez é a métrica utilizada na gestão do risco de liquidez de curto prazo, constituindo-se no nível mínimo de ativos de alta liquidez a ser mantido pelo Banco, compatível com a exposição ao risco decorrente das características das suas operações e das condições de mercado. A metodologia da Reserva de Liquidez é utilizada como parâmetro para identificação de uma contingência de liquidez e acionamento do Plano de Contingência de Liquidez, sendo monitorada diariamente. O indicador de Disponibilidade de Recursos Livres (DRL), utilizado no planejamento e na execução do seu orçamento anual, visa assegurar equilíbrio entre captação e aplicação de recursos, com ênfase nas Áreas Comerciais, e garantir o financiamento da liquidez.

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O limite do DRL, utilizado na orientação da execução e do planejamento do orçamento de acordo com as metas de captações e aplicações, é definido anualmente pelo Comitê de Risco Global (CRG) e seu monitoramento ocorre sob periodicidade mensal. O Plano de Contingência de Liquidez, por sua vez, estabelece um conjunto de procedimentos e responsabilidades a ser adotado em situações de contingência de liquidez. Em caso de contingência de liquidez, poderão ser adotadas uma ou mais medidas de contingência no intuito de resguardar a capacidade de pagamento da instituição. As medidas de contingência de liquidez são mensuradas sob periodicidade mensal.

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8.1.3 Risco Operacional

Objetivos do Gerenciamento Em atendimento ao Artigo 4º da Resolução CMN 3.380/06, definiu-se que a estrutura de gerenciamento do risco operacional no Banco do Brasil é composta pela Diretoria de Gestão de Riscos (DIRIS), Diretoria de Controles Internos (DICOI) e Diretoria de Gestão da Segurança (DIGES) todas vinculadas à Vice-Presidência de Controles Internos e Gestão de Riscos - VICRI, sendo o Conselho de Administração (CA) responsável pelas informações divulgadas. O Diretor de Gestão de Riscos, por meio de indicação do Conselho de Administração, é o responsável perante o Banco Central do Brasil (BACEN), pelo gerenciamento do risco operacional do Banco do Brasil. O quadro abaixo apresenta as principais responsabilidades das áreas que compõem a estrutura de gerenciamento do risco operacional.

DIRISDIRISDIRISDIRIS DICOIDICOIDICOIDICOI DIDIDIDIGESGESGESGES

Normas e políticas de Risco Operacional

Compliance, falhas em processo e negócios

Governança de segurança corporativa

Estabelecimento e controle dos limites de RO

Suporte para as áreas gestoras de produtos e

serviços

Políticas, metodologias, normas e planos relativos

à segurança, fraudes, lavagem de dinheiro e continuidade de negócios

Estabelecimento e controle de ICR

Backtesting

Modelos e metodologias

de alocação de capital para RO

Políticas de conformidade

Mensuração de Risco Operacional

Figura 8. Estrutura de gerenciamento do risco operacional A Auditoria Interna é responsável pela verificação do gerenciamento de risco operacional e do funcionamento de sua estrutura. Ressalta-se que o processo de análise do risco operacional é avaliado por auditoria externa, sendo seus resultados submetidos aos Conselhos Diretor, Fiscal e de Administração. Para garantir efetividade ao gerenciamento do risco operacional no BB, bem como assegurar a realização das funções pelas áreas responsáveis, definiu-se cinco fases de gestão. As principais atividades vinculadas a cada fase estão sintetizadas na tabela abaixo:

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Tabela 31. Fases do processo de gerenciamento do risco operacional

Fase de Gestão Síntese das atividades

Identificação Determinação das fragilidades nos processos do Banco e nos serviços relevantes executados por terceiros, bem como identificação dos eventos de perda associados aos mesmos.

Avaliação e mensuração

Proposição de Limites de Exposição e Indicadores-Chave de Risco (ICR), captura dos eventos de perda e cálculo do capital a ser alocado para risco operacional.

Mitigação Desenvolvimento de mecanismos e planos de ação para mitigação dos riscos operacionais identificados e elaboração de planos de continuidade de negócios.

Controle Acompanhamento das ações de mitigação; proposição, implementação e acompanhamento das ações de controle; apuração do nível de conformidade dos processos; realização de backtesting.

Monitoramento Monitoramento dos eventos de perda operacional, do comportamento dos Indicadores-Chave de Risco (ICR), dos limites de exposição, bem como da existência de controles internos e de planos de continuidade de negócios.

As atividades vinculadas a cada fase têm responsabilidades pré-definidas, de forma individual ou conjunta, envolvendo os gestores de produtos e serviços e as Diretorias de Gestão de Riscos, Controles Internos e Gestão da Segurança. Política de Risco Operacional A Política de Risco Operacional aprovada e revisada anualmente pelo Conselho de Administração (CA) contêm orientações às áreas do Banco, que visam garantir a efetividade do modelo de gestão do risco operacional. Essa Política, aderente ao preconizado em Basileia II e aos requisitos da Resolução CMN 3.380/06, permeia as atividades relacionadas ao gerenciamento do risco operacional, com o objetivo de identificar, avaliar/mensurar, mitigar, controlar e monitorar os riscos operacionais inerentes aos produtos, serviços, processos e sistemas no âmbito do Banco do Brasil, suas Subsidiárias Integrais e Controladas do Conglomerado Financeiro. A Política de Risco Operacional apresenta orientações que envolvem os principais instrumentos de gestão, composição da Base de Dados Interna, cálculo das perdas esperadas e não esperadas, documentação e reporte aos diversos escalões do Banco e público externo dos principais aspectos que envolvem o gerenciamento do risco operacional. Estratégias e Processos de Gestão

O Banco do Brasil tem por objetivo fazer a gestão de seus riscos operacionais de forma conservadora, segregando as funções de gestão de riscos e de negócios. Para tal, o Banco adota as melhores práticas em gestão de riscos, respeitadas as normas e diretrizes de supervisão e de regulação bancária.

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O atual Planejamento Estratégico do Banco, aprovado pelo Conselho de Administração (CA), insere na dimensão processos internos a questão do risco operacional, tendo por objetivo a redução de suas perdas, mensurada por meio do indicador Limite Global de Perdas Operacionais. Atualmente, com o objetivo de estar qualificado à utilização do modelo avançado para mensuração do risco operacional, o Banco do Brasil tem concentrado esforços na gestão de seus riscos operacionais apoiado na utilização dos quatro elementos essenciais para atingir um padrão de solidez desejado: base de dados interna, dados externos, análise de cenários e os fatores que refletem o ambiente de negócios e os controles internos do Banco (BEICF – Business Environment and Internal Control Factors). A gestão estratégica ocorre no Comitê de Risco Global (CRG), composto pelo Presidente e Vice-Presidentes de diversas áreas, que tem a finalidade de decidir sobre políticas e diretrizes de riscos. Em especial, os limites de riscos globais são definidos e acompanhados nesse Comitê. Visando conferir agilidade ao processo de gestão, o Banco se utiliza do Subcomitê de Risco Operacional, com o objetivo de monitorar, sob periodicidade mínima mensal, o risco operacional de forma consolidada e propor medidas para manter este risco dentro da tolerância ao risco pré-definida pela Alta Administração do Banco. Processos de Comunicação e Informação

O processo de comunicação e informação relativo ao risco operacional prevê a manutenção de canais de reporte efetivos que assegurem a todos os funcionários, nos diversos níveis hierárquicos, acesso às políticas, normas e procedimentos de gestão do risco operacional, bem como ao público externo, por meio de relatórios trimestrais e semestrais disponibilizados na internet do Banco. São reportados, mensalmente, aos membros do Comitê de Risco Global (CRG) e Subcomitê de Risco Operacional (SRO), informações de perdas e Indicadores Chave de Riscos operacionais, no que se referem a posições estáticas e dinâmicas, avaliações qualitativas e quantitativas e limites globais e específicos. A dinâmica de funcionamento do CRG e SRO permite que os níveis estratégicos, representados por diretores ou executivos de áreas com representação nos respectivos fóruns, tenham acesso a informações de risco operacional que viabilizem o processo de tomada de decisão no Banco. Sistemas de Mensuração

A Resolução CMN 3.490/07, determinou a inclusão da Parcela de Risco Operacional (POPR) no cálculo do Patrimônio de Referência Exigido (PRE). Por meio da Circular 3.383/08 e das Cartas-Circulares 3.315/08 e 3.316/08, o BACEN definiu os procedimentos para o cálculo da parcela POPR e a composição do Indicador de Exposição ao Risco Operacional (IE).

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Em relação às abordagens de mensuração, o BACEN, por meio da Circular 3.383/08, faculta às instituições financeiras, o cálculo da parcela POPR com base em uma das seguintes abordagens: Indicador Básico, Padronizada Alternativa e Padronizada Alternativa Simplificada. O BB decidiu alocar capital para risco operacional sob a Abordagem Padronizada Alternativa, em função da segregação do IE por linhas de negócios. Encontra-se em desenvolvimento a implementação de modelos internos – Abordagem Avançada (AMA) – apoiado na utilização dos quatro elementos essenciais para atingir um padrão de solidez desejado: base de dados interna, dados externos, análise de cenários e os fatores que refletem o ambiente de negócios e os controles internos do Banco (BEICF – Business Environment and Internal Control Factors). Política de Mitigação

As áreas gestoras de processos, produtos e serviços, com base nas causas apontadas na etapa de identificação do risco operacional e nas decisões emanadas pelo Subcomitê de Risco Operacional (SRO) e/ou Comitê de Risco Global (CRG), devem elaborar planos de ação e identificar instrumentos para a mitigação do risco operacional. As Diretorias de Controles Internos (DICOI) e de Gestão da Segurança (DIGES), caso demandadas, assessoram o gestor na elaboração dos planos de ação para mitigação do risco operacional. Estratégias e Processos de Monitoramento da Efetividade dos Mitigadores

O acompanhamento das perdas operacionais, para produção dos devidos reportes e acionamento das áreas gestoras de processos, sistemas, produtos ou serviços em caso de necessidade de proposição de ações de mitigação, é feito através da apuração mensal dos valores das perdas de acordo com o Limite Global de Perdas Operacionais. Com o objetivo de tornar o monitoramento ainda mais eficiente, foram adotados limites específicos para as seguintes categorias de eventos de risco operacional:

a) Problemas Trabalhistas b) Falhas nos Negócios

i. Planos Econômicos; ii. Indenização Cobrança e Sucumbência; iii. Exclusão de Cadastro Restritivo; iv. Repetição de Indébito (Instrumento contratual de juros).

c) Fraudes e Roubos Externos i. Roubos Externos; ii. Fraude Eletrônica Externa; iii. Perdas com Cartões.

d) Falhas em Processos i. Falhas em Serviço;

e) Fraudes Internas. Mensalmente, o monitoramento é realizado pela área de riscos do Banco com reporte ao Subcomitê de Risco Operacional (SRO) e ao Comitê de Risco Global (CRG).

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Havendo extrapolação de algum Limite Específico, acima indicado, é emitida RTR – Recomendação Técnica de Risco na qual o gestor do Limite deve indicar as causas, bem como ações de mitigação para reenquadramento do limite extrapolado. A tabela a seguir apresenta o acompanhamento das perdas operacionais do BB, realizada por categorias de eventos de risco, em termos percentuais. Ressalta-se que, a partir do 2º trimestre de 2010, o BB passou a considerar as constituições/reversões de provisões no total apurado de perdas operacionais para as categorias Problemas Trabalhistas e Falhas nos Negócios. Tabela 32. Acompanhamento das perdas operacionais

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8.2 Empresas Não Financeiras

O Conselho de Administração do Banco do Brasil definiu que as empresas não financeiras que integram o Consolidado Econômico Financeiro, no país ou no exterior, devem identificar e acompanhar os riscos de crédito, de mercado e operacional por meio dos seus representantes no Conselho de Administração dessas empresas, ou, na sua ausência, pelos próprios membros da Diretoria, utilizando-se das orientações contidas no Guia de Orientação para Gerenciamento de Riscos Corporativos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Além disso, o Banco mensura a exigência de capital regulatório para os riscos de crédito, de mercado e operacional das empresas não financeiras, assegurando a suficiência de capital para cobertura desses riscos no âmbito do Consolidado Econômico-Financeiro.

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9. Capital 9.1 Capital Regulatório A implementação das regras de Basileia II no Brasil, especialmente com relação à exigência de capital, trouxe diversas modificações na forma de mensurar o capital para suportar os riscos inerentes às atividades bancárias. O cronograma de implementação de Basileia II no Brasil foi oficializado pelo BACEN por meio do Comunicado 12.746/04, e posteriormente ajustado pelo Comunicado 16.137/07. Essa agenda foi construída em fases, prevendo no primeiro momento, quanto à exigência de capital, a utilização de abordagem padronizada (definida pelo BACEN), e no final, a utilização de modelos avançados. Em 29.10.2009, o BACEN, por meio do Comunicado 19.028, ajustou os cronogramas divulgados anteriormente visando complementar as medidas e procedimentos necessários à adequada implementação de Basileia II no Brasil. Para disciplinar a transição de Basileia I para Basileia II (abordagem padronizada), o BACEN publicou diversas normas sobre requerimento de capital (Pilar I), processo de supervisão e transparência das informações (Pilares II e III). Para gestão do capital regulatório, o BB possui, dentre outras ferramentas, o Índice de Basileia (IB) Prudencial e o Fórum do Capital Regulatório. O IB Prudencial representa a diretriz do Banco em manter este índice dois pontos acima do mínimo regulatório, a fim de amparar o risco de taxa de juros das operações não incluídas na carteira de negociação (parcela RBAN) e servir de margem prudencial para fazer frente a demais riscos não considerados na atual exigência de capital (Pilar II). Este indicador está sob revisão, em virtude dos novos requerimentos de capital de Basileia III, os quais foram definidos de forma preliminar no Comunicado BACEN 20.615/11. No Fórum do Capital Regulatório, os representantes de diversas áreas do BB se reúnem, mensalmente, com o intuito de analisar o comportamento e as projeções do IB, os impactos das alterações no ambiente regulatório e eventuais medidas para recomposição do IB Prudencial. 9.1.1 Patrimônio de Referência (PR) Em 28.02.2007, o Conselho Monetário Nacional aprovou alterações nas regras de definição e apuração do Patrimônio de Referência das instituições financeiras por meio da Resolução CMN 3.444/07. Em 01.03.2007, foi editada pelo BACEN a Circular 3.343/07, que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados para solicitação de enquadramento de instrumentos de captação no Nível I e Nível II do PR. O PR, para fins da verificação do cumprimento dos limites operacionais das instituições financeiras, é constituído pelo somatório do Nível I e Nível II, deduzidos os saldos dos ativos representados pelos seguintes instrumentos de captação emitidos pela instituição financeira: ações, instrumentos híbridos de capital e dívida, instrumentos de dívida subordinada e demais instrumentos financeiros descritos na Resolução CMN 3.444/07, art. 12 e art. 13, § 3º.

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As informações e saldos contábeis do Banco Votorantim não são incluídos, exclusivamente, nos demonstrativos de limites operacionais e documentos de gestão de riscos e na base de apuração do Índice de Basileia do Banco. Tabela 33. Patrimônio de Referência

Nivel I Capital Social O Capital Social de R$ 33.122.569 mil (R$ 33.077.996 mil em 31.12.2010) do BB-Banco Múltiplo está dividido em 2.865.417.020 ações ordinárias representadas na forma escritural e sem valor nominal. A União Federal é a maior acionista, detendo o controle. O aumento do Capital Social no exercício de 2011, no valor de R$ 44.573 mil, decorreu do exercício do direito de subscrição de 1.496.831 bônus “C”. O Banco poderá, independentemente de reforma estatutária, por deliberação e nas condições determinadas pela Assembleia Geral dos Acionistas, aumentar o Capital Social até o limite de R$ 50.000.000 mil, mediante a emissão de ações ordinárias, concedendo-se aos acionistas preferência para a subscrição do aumento de capital, na proporção do número de ações que possuírem.

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Reservas de Reavaliação

As reservas de reavaliação, no valor de R$ 4.730 mil (R$ 6.241 mil em 31.12.2010), referem-se às reavaliações de ativos efetuadas por empresas ligadas/controladas. As realizações ocorridas no período, no montante de R$ 1.511 mil, decorreram de depreciações transferidas para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados no valor de R$ 328 mil e de baixa por alienação de participação acionária do BB Banco de Investimento na Pronor Petroquímica no valor de R$ 1.183 mil. Conforme Resolução CMN n.º 3.565/2008, o saldo remanescente será mantido até a data de sua efetiva realização. Para efeito de cálculo do Patrimônio de Referência, as Reservas de Reavaliação são excluídas do Nível I e adicionadas ao Nível II Reservas de Capital e de Lucros

Tabela 34. Reservas de Capital e de Lucros

1) No BB-Consolidado os valores da Reserva de lucros e das Reservas estatutárias são de R$ 20.289.707 mil e R$ 17.092.393 mil, respectivamente, devido a eliminação do resultado não realizado de empresa controlada, no valor de R$ 54.908 mil. A Reserva Estatutária para Margem Operacional tem por finalidade garantir margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações da sociedade e é constituída em até 100% do lucro líquido, após as destinações legais, inclusive dividendos, limitada a 80% do capital social. A Reserva Estatutária para Equalização de Dividendos assegura recursos para o pagamento dos dividendos, constituída pela parcela de até 50% do lucro líquido, após as destinações legais, inclusive dividendos, até o limite de 20% do Capital Social.

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Ajustes de Avaliação Patrimonial Tabela 35. Ajustes de Avaliação Patrimonial

Participação dos não Controladores Tabela 36. Partcipação dos não Controladores

Ativo Permanente Diferido Refere-se aos valores registrados no Ativo Permanente Diferido, deduzidos os ágios pagos na aquisição de investimentos, constituídos a partir de 02 de março de 2007. Contempla, principalmente, os gastos de reestruturação da Empresa e os gastos efetuados, até 30.09.2008, em imóveis de terceiros, decorrentes de instalação de dependências, e com aquisição e desenvolvimento de sistemas. Ajuste ao Valor de Mercado Para efeito de cálculo do Patrimônio de Referência o saldo dos ganhos e perdas não realizados decorrentes do ajuste a valor de mercado dos títulos e valores mobiliários classificados na categoria “títulos disponíveis para venda” e dos instrumentos financeiros derivativos utilizados para “hedge” de fluxo de caixa, constituídos a partir de 02 de março de 2007, é excluído do cálculo do Nível I e incluído no Nível II.. Créditos Tributários excluídos do Nível I Refere-se a créditos tributários registrados na contabilidade até 20.12.2002, inclusive os decorrentes de contribuição social sobre o lucro líquido relativos a períodos de apuração encerrados em 31.12.1998, com expectativa de realização superior a cinco anos. Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida – Nível I

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Os Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida que atendam aos requisitos exigidos pelo BACEN podem compor o Nível I, desde que autorizados pelo Banco Central do Brasil, limitados a 15% (quinze por cento) do total do Nível I do PR. Tabela 37. Bônus Perpétuos autorizados a compor o Capital Nível I

O valor de R$ 2.687.720 mil (R$ 2.455.430 mil em 30.09.2010) dos Bônus Perpétuos compõe o Patrimônio de Referência Nível I, em conformidade com a Resolução CMN n.º 3.444/2007. Nível II Dívidas Subordinadas Elegíveis a Capital Os Instrumentos de Dívidas Subordinadas que atendam aos requisitos exigidos pelo BACEN podem compor o Nível II, desde que autorizados pelo Banco Central do Brasil, limitados a 50% do PR Nível I. Sobre os valores de instrumentos de dívida subordinada autorizados a integrar o Nível II do PR será aplicado redutor de acordo com o prazo remanescente de vencimento. Tabela 38. Dívidas Subordinadas

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Tabela 39. Dívidas Subordinadas Elegíveis a Capital

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Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida – Nível II Os Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida que atendam aos requisitos exigidos pelo BACEN podem compor o Nível II, desde que autorizados pelo Banco Central do Brasil, limitados ao valor do PR Nível I, deduzido o montante de Dívida Subordinada existente e sua margem de emissão remanescente. Tabela 40. Bônus Perpétuos autorizados a compor o Capital Nível II

O Banco liquidou, em janeiro de 2011, o bônus no valor de US$ 500.000 mil, emitido em janeiro de 2006, através do exercício da opção de resgate prevista na operação. Em 30.09.2010, o valor de R$ 829.766 mil dos Bônus Perpétuos compunha o Patrimônio de Referência Nível II, em conformidade com a Resolução CMN n.º 3.444/2007. Deduções do Patrimônio de Referência Instrumentos Financeiros Excluídos do PR A partir de 02 de julho de 2007, são deduzidos do PR o saldo dos ativos representados pelos seguintes instrumentos de captação emitidos por instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Tabela 41. Instrumentos Financeiros Excluídos do PR

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Tabela 42. Série histórica do PR – Conglomerado Financeiro

Tabela 43. Série histórica do PR – Consolidado Econômico-Financeiro

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9.1.2 Patrimônio de Referência Exigido (PRE) O Patrimônio de Referência Exigido (PRE) é o patrimônio exigido das instituições e dos conglomerados financeiros e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN, para fazer face aos riscos a que estão expostas, em função das atividades por elas desenvolvidas. O PRE, de acordo com a Resolução CMN 3.490/07, é composto das parcelas a seguir:

onde:

PEPR = parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de ponderação de risco a elas atribuído; PCAM = parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira e em operações sujeitas à variação cambial; PJUR = parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxas de juros e classificadas na carteira de negociação; PCOM = parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de mercadorias (commodities); PACS = parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de ações; POPR = parcela referente ao risco operacional.

Nas tabelas abaixo, são apresentados o PRE do Conglomerado Financeiro e do Consolidado Econômico-Financeiro, por tipo de risco.

��� = ���� + ���� + ��� + ���� + ��� + ���� , Risco de Crédito Risco Operacional Risco de Mercado

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Tabela 44. Patrimônio de Referência Exigido do Conglomerado Financeiro

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Tabela 45. Patrimônio de Referência Exigido do Consolidado Econômico-Financeiro

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9.1.3 Índice de Basileia (IB)

Em conformidade às recomendações do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, o BACEN estabeleceu limites operacionais a serem observados pelas instituições financeiras, dentre os quais destaca-se o Índice de Basileia (IB). O IB, definido pela Circular BACEN 3.477/09, é apurado conforme a seguinte fórmula:

onde:

EPR = somatório dos produtos das exposições pelos respectivos FPR, apurado conforme a Circular BACEN 3.360/07; F = fator aplicável ao EPR, nos termos da Circular BACEN 3.360/07.

O Comitê de Basileia recomenda que o IB mínimo seja de 8,0. No Brasil, a relação mínima exigida é dada pelo fator F, atualmente igual a 11,0. O BACEN determina que as instituições financeiras devem manter, permanentemente, valor de PR superior ao valor do PRE, conforme Resolução CMN 3.490/07. Além disso, estabelece também que as instituições mantenham PR suficiente para fazer face ao risco de taxa de juros das operações não incluídas na carteira de negociação (parcela RBAN), chamada de margem de compatibilização do PR com o PRE, a qual é calculada conforme a fórmula abaixo:

onde: PR = Patrimônio de Referência, calculado conforme Resolução CMN 3.444/07; PRE = Patrimônio de Referência Exigido, apurado conforme Resolução CMN 3.490/07; RBAN = capital para cobertura do risco das operações sujeitas à variação de taxas de juros não classificadas na carteira de negociação, na forma da Resolução CMN 3.464/07.

As tabelas a seguir demonstram a evolução do Índice de Basileia, da parcela RBAN e da margem de compatibilização do PR.

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Tabela 46. Índice de Basileia e margem de capital - Conglomerado Financeiro

Tabela 47. Índice de Basileia e margem de capital - Consolidado Econômico Financeiro

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9.2 Capital Econômico

O Banco do Brasil utiliza em seus processos internos de gestão de riscos o conceito de capital econômico. A tabela abaixo apresenta a exigência de capital econômico total, segregado por tipo de risco. Tabela 48. Capital econômico

Apresentamos a seguir a exigência de capital econômico para risco de crédito, detalhada por macrossetores e por natureza da pessoa, sem considerar as operações do Banco Votorantim S.A. Tabela 49. Distribuição do capital econômico na carteira de crédito

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Na tabela abaixo, apresentamos a exigência de capital econômico para risco de mercado, por fator de risco, para o BB Consolidado. Tabela 50. Capital econômico para risco de mercado por fatores de risco

Por fim, na tabela a seguir consta a exigência de capital econômico para risco operacional, por categoria de eventos de perda operacional. Para realização dos cálculos, foram incorporados os dados associados à severidade dos eventos de perda, registrados na base de dados interna. Tabela 51. Capital econômico para risco operacional por categoria de eventos de perda