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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOI ´ AS - UFG CAMPUS CATAL ˜ AO - CC DEPARTAMENTO DE CI ˆ ENCIA DA COMPUTAC ¸ ˜ AO - DCC Bacharelado em Ciˆ encia da Computa¸ ao Projeto Final de Curso Gerenciamento de Mobilidade e Integra¸ ao de Redes Heterogˆ eneas Autora: Dayse Silveira de Almeida Orientador: M´ arcio Souza Dias Co-Orientador: Acr´ ısio Jos´ e do Nascimento Jr. Catal˜ ao - 2007

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Page 1: Gerenciamento de Mobilidade e Integra¸c˜ao de …Almeida, Dayse Silveira Gerenciamento de Mobilidade e Integra¸c˜ao de Redes Heterogˆeneas / M´arcio S. Dias / Acr´ısio J. do

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS - UFG

CAMPUS CATALAO - CC

DEPARTAMENTO DE CIENCIA DA COMPUTACAO - DCC

Bacharelado em Ciencia da Computacao

Projeto Final de Curso

Gerenciamento de Mobilidade e Integracao de RedesHeterogeneas

Autora: Dayse Silveira de Almeida

Orientador: Marcio Souza Dias

Co-Orientador: Acrısio Jose do Nascimento Jr.

Catalao - 2007

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Dayse Silveira de Almeida

Gerenciamento de Mobilidade e Integracao de Redes Heterogeneas

Monografia apresentada ao Curso de

Bacharelado em Ciencia da Computacao da

Universidade Federal de Goias - Campus Catalao

como requisito parcial para otencao do tıtulo de

Bacharel em Ciencia da Computacao.

Area de Concentracao: Redes de Computadores

Orientador: Marcio Souza Dias

Co-Orientador: Acrısio Jose do Nascimento Jr.

Catalao - 2007

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Almeida, Dayse Silveira

Gerenciamento de Mobilidade e Integracao de Redes Heterogeneas

/ Marcio S. Dias

/ Acrısio J. do Nascimento Jr. - Catalao, 2007.

72p.

Projeto Final de Curso (Bacharelado) - Universidade Federal de Goias, Campus

Catalao, Curso de Bacharelado em Ciencia da Computacao, 2007.

Palavras-Chave: 1.Integracao. 2.Redes 4G. 3.Gerenciamento de Mobilidade.

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ii

Dayse Silveira de Almeida

Gerenciamento de Mobilidade e Integracao de Redes Heterogeneas

Monografia apresentada e aprovada em de de ,

pela Banca Examinadora constituıda pelos professores:

Prof. Ms. Marcio de Souza Dias - Presidente da Banca

Prof. Dr. Roberto Mendes Finzi Neto

Profª. Drª. Selma Terezinha Milagre

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Aos meus pais, Nicanor e Zelha,

alvos do meu amor incondicional.

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iv

Agradecimentos

A Deus.

A minha famılia, em especial, aos meus pais, por abrirem as portas possıveis.

A minha mae, pela paciencia e dedicacao nos, nem sempre faceis, quinze anos de estudo.

Ao, Leonardo Garcia, pela colaboracao junto ao Latex. E tambem aos amigos, Douglas

Farias e Osias Conforte.

As incomparaveis, Fabıola Goncalves, Glenda Michele e, Kenia Santos.

Aos, orientador prof. Ms. Marcio de Souza Dias e, co-orientador prof. Acrısio Jose do

Nascimento Jr., pelo interesse demonstrado. E, por agirem com bravura em minha defesa.

E finalmente, a todos aqueles que, com suas crıticas destrutivas, e sua visao pessimista da

vida, baseando-se em seus proprios fracassos, me fizeram superar obstaculos.

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v

”O certo pra voce,

pode nao fazer o mesmo efeito, em mim.”

(Detonautas).

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Resumo

Almeida, D. S., Gerenciamento de Mobilidade e Integracao de Redes Heterogeneas, De-

partamento de Ciencia da Computacao, Campus Catalao, UFG, Catalao, Brasil, 2007, 72p.

Devido aos fracos e insuficientes resultados apresentados pela Terceira Geracao de sistemas

baseados em redes celulares, as pesquisas estao se voltando para a Quarta Geracao que, cor-

responde a integracao de redes heterogeneas. Espera-se que esta tecnologia forneca os servicos

tradicionais, os prometidos pela 3G, tais como, multimıdia de alta definicao, conectividade

global e portabilidade entre diversos dispositivos; alem dos novos servicos que, dependerao da

implementacao de tres conceitos: qualidade de servico, seguranca e gerenciamento de mobili-

dade. A ideia principal para qualquer arquitetura 4G e ter um nucleo comum de Internet para

todas as redes de acesso diferentes. A comunicacao movel 4G sera baseada na OWA (Open

Wireless Architecture) para garantir que um terminal podera se conectar, automaticamente e

sem emenda, aos sistemas locais sem fio, quando os usuarios estiverem em areas de cobertura

hot spots, e as redes moveis sem fio, quando os usuarios estiverem em movimento, atraves do

mesmo terminal. Diversas arquiteturas ja foram propostas com o objetivo de integrar, varios

dos diversos tipos de rede existentes. As redes 4G podem ser analisadas sob a perspectiva

do usuario; do acesso a banda larga e; da integracao de plataformas e sistemas operacionais

heterogeneos, com capacidade de reconfiguracao da rede e dos terminais as condicoes dos ca-

nais e, aos ambientes de servicos. Diante dos novos ambientes tecnologicos, proporcionados

pela integracao das redes heterogeneas, os protocolos de gerenciamento de macromobilidade

e, micromobilidade, foram avaliados, a fim de verificar quais serao mais viaveis a este tipo de

rede.

Palavras-chave: Integracao, Redes 4G, Gerenciamento de Mobilidade.

vi

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Sumario

Resumo vi

Lista de Figuras xi

Lista de Tabelas xiii

Lista de Acronimos xiv

Introducao xviii

1 WLANs e Redes de Sistemas Celulares 1

1.1 Redes de Acesso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

1.2 Usuarios Moveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

1.3 Transmissao Sem Fio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.4 WLANs: Padrao IEEE 802.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.4.1 Arquitetura IEEE 802.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.5 WWANs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

1.5.1 Sistema de Telefonia Movel Celular: Breve Historico . . . . . . . . . . . . 10

1.5.2 Sistema de Telefonia Movel Celular: Caracterısticas Gerais . . . . . . . . 12

1.5.3 Primeira Geracao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.5.4 Segunda Geracao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.5.5 Terceira Geracao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2 Quarta Geracao 19

2.1 Redes 4G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

vii

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2.2 Arquitetura Geral para Redes 4G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.3 Visoes 4G . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.3.1 Visao 1: Integracao de Redes Sem Fio Infra-estruturadas . . . . . . . . . 23

2.3.2 Visao 2: Integracao com Redes Sem Fio Multi-Hop . . . . . . . . . . . . 23

2.3.3 Visao 3: Perspectiva do Usuario . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3 Arquiteturas para Redes 4G 28

3.1 Arquiteturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.2 Arquitetura Moby Dick . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

3.3 Redes Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.4 Arquiteturas para Integracao de Redes 3G e WLAN . . . . . . . . . . . . . . . . 31

3.4.1 Loose Coupling . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

3.4.2 Tight Coupling . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

3.5 Arquiteturas para Integracao de Redes 3G, WLAN e MANETs . . . . . . . . . . 35

3.5.1 UCAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

3.5.2 iCAR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

3.5.3 A-GSM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

3.5.4 CAMA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

4 Protocolos de Gerenciamento de Mobilidade 39

4.1 Gerenciamento de Mobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

4.2 IP e a Mobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

4.3 Macromobilidade e Micromobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.4 Protocolos de Macromobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.4.1 MIPv4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

4.4.2 MIPv6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

4.4.3 MSCTP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

4.4.4 SIP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

4.5 Protocolos de Micromobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.5.1 CIP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

4.5.2 HAWAII . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

4.5.3 TeleMIP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

4.5.4 HMIPv6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

4.5.5 IDMP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

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5 Protocolos de Gerenciamento de Mobilidade: Analise e Comparacao 61

5.1 Protocolos de Macromobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

5.1.1 Analise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

5.1.2 Comparacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

5.2 Protocolos de Micromobilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

5.2.1 Analise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

5.2.2 Comparacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

Conclusoes 69

Referencias bibliograficas 70

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Lista de Figuras

1.1 Classificacao das redes sem fio [Bresil 2004]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1.2 Rede 802.11 (WLAN). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

1.3 Arquitetura da Rede Celular [Dias and Sadok 2001] . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.1 Cenario integrado Celular/WLAN [Dias et al. 2006]. . . . . . . . . . . . . . . . 24

2.2 Cenario integrado Celular/WLAN/MANET [Cavalcanti et al. 2005]. . . . . . . . 25

2.3 Sistema centrado no usuario [Frattasi et al. 2006]. . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.1 Plano de controle de redes ambiente [Dias et al. 2006]. . . . . . . . . . . . . . . 30

3.2 Integracao entre GPRS e WLAN utilizando-se a Loose Coupling [Bresil 2004]. . 32

3.3 Componentes de sistema da rede 3G/WLAN [Bresil 2004]. . . . . . . . . . . . . 33

3.4 Integracao entre CN GPRS/UMTS e WLAN na arquitetura Tight Coupling

[Bresil 2004]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34

4.1 Mobilidade possıvel utilizando-se protocolo IP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

4.2 Roteamento no MIPv4 [Dias et al. 2006]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

4.3 Uma associacao SCTP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

4.4 MSCTP - Mobile Stream Control Protocol [Dias et al. 2006]. . . . . . . . . . . . 49

4.5 Procedimento de handoff vertical utilizando o MSCTP [Ma et al. 2004]. . . . . 50

4.6 Arquitetura funcional do TeleMIP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

4.7 Elementos logicos e arquitetura do IDMP [Misra et al. 2002]. . . . . . . . . . . . 59

xi

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Lista de Tabelas

5.1 Comparacao entre protocolos de gerenciamento de macromobilidade. . . . . . . . 65

5.2 Comparacao entre protocolos de gerenciamento de micromobilidade. . . . . . . . 68

xiii

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Lista de Acronimos

3GPP - Third Generation Partnership Project

3GPP2 - Third Generation Partnership Project 2

AAA - Authentication, Authorization and Accounting

ABC - Always Best Connected

AC - Ambient Connectivity

ACK - Acknowledgement

ACS - Ambient Control Space

ADDIP - Dynamic Address Reconfiguration

A-GSM - Ad hoc GSM

AMPS - Advanced Mobile Telephone System

AN - Ambient Networks

ANI - Ambient Network Interface

AoR - Address of Records

AP - Access Point

ARI - Ambient Resource Interface

ARS - Ad hoc Relaying Stations

ASCONF - Address Configuration

ASI - Ambient Service Interface

AuC - Authentication Center

BS - Base Station

BSA - Basic Service Area

BSS - Basic Service Set

BU - Binding Updates

CAMA - Cellular Aided Mobile Ad-hoc Network

CCoA - Co-located Care-of Address

CDMA - Code Division Multiple Access

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xv

CIP - Cellular IP

CN - Correspondent Node

CN GPRS/UMTS - Core Network GPRS/UMTS

CoA - Care-of Address

D-AMPS - Digital Advanced Mobile Phone System

DHCP - Dynamic Host Configuration Protocol

DPC - Destination Point Code

DSSS - Direct Sequence Spread Spectrum

EDGE - Enhanced Data rates for GSM Evolution

ESA - Extended Service Area

ESN - Eletronic Serial Number

ESS - Extended Service Set

ETSI - European Telecommunication Standards Institute

FA - Foreign Agent

FDM - Frequency Division Multiplexing

FHSS - Frequency Hopping Spread Spectrum

FN - Foreign Network

FS - Fixed Server

GCoA - Global Care-of Address

GPRS - General Packet Radio Service

GPS - Global Positioning System

GSM - Global System for Mobile Communications

GW - Gateway

HA - Home Agent

HAWAII - Handoff-Aware Wireless Access Internet Infrastructure

HDR - High Data Rate

HLR - Home Location Register

HMIPv6 - Hierarchical Mobile IPv6

HN - Home Network

iCAR - Integrated Cellular and Ad Hoc Relaying Systems

IDMP - Intradomain Mobility Management Protocol

IETF - Internet Engineering Task Force

IMS - Internet Multimedia Sub-system

IMT-2000 - International Mobile Telecommunications 2000

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xvi

IP - Intenet Protocol

IR - Internal Router

ISM - Industrial, Scientific and Medical

ITU - International Telecommunication Union

IWF - Inter Working Function

JTACS - Japan TACS

LCoA - Local Care-of Address

LU - Location Update

MA - Mobility Agent

MAHO - Mobile Assistente HandOff

MANET - Mobile Ad hoc NETwork

MAP - Mobility Anchor Point

MBS - Mobile Broadband Systems

MCN - Multi-hop Cellular Network

MIMO - Multiple-Input Multiple-Output

MIN - Mobile Identification Number

MIPv4 - Mobile Ipv4

MIPv6 - Mobile Ipv6

MM - Mobility Management

MN - Mobile Node

Moby Dick - Mobility and Differentiated Services in a Future IP Network

MS - Mobile Station

MSC - Mobile Switching Center

MSCTP - Mobile SCTP

MSGPR - Multi-Selection Greedy Positioning Routing

MTSO - Mobile Telephone Switching Oflice

NMT - Nordic Mobile Telephones

NTT - Nippon Telephone and Telegraph

OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplexing

OWA - Open Wireless Architecture

PDA - Personal Digital Assistants

PDC - Personal Digital Cellular

PLMN - Public Land Mobile Network

PSTN - Public Switched Telephone Network

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xvii

QoS - Quality of Service

RSVP - ReSerVation Protocol

SCCP - Signaling Connection Control Part

SCTP - Stream Control Transmission Protocol

SDM - Space Division Multiplexing

SGSN - Serving GPRS Support Node

SIM - Subscriber Identification Module

SIP - Session Initiation Protocol

SMS - Short Messages Service

SS7 - Signaling System 7

STP - Signaling Transfer Point

TACS - Total Access Communications Systems

TDM - Time Division Multiplexing

TDMA - Time Division Multiple Access

TeleMIP - Telecommunication Enhanced Mobile IP

VLR - Visitor Location Register

VoIP - Voice over IP

UA - User Agent

UCAN - Unified Cellular and Ad-Hoc Networks architecture

UMTS - Universal Mobile Telecommunications System

UWB - Ultra Wide Band

W-CDMA - Wideband CDMA

WLAN - Wireless Local Area Networks

WMAN - Wireless Metropolitan Area Networks

WPAN - Wireless Personal Area Networks

WWAN - Wireless Wide Area Networks

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Introducao

No atual mundo globalizado, onde a informacao e a base para esta globalizacao e, quem

a possui, domina o mercado, as redes de computadores sao essenciais para sua transmissao,

muitas vezes em tempo real, para transmissao de voz, ou mesmo, em tempo consideravel, para

transmissao de dados. No entanto, os diversos tipos de redes existentes, dificultam a transmissao

de dados, por nao serem compatıveis entre si (impossibilitando o usuario de transmitir usando

qualquer tipo de rede ou dispositivo) e, por nao estarem disponıveis globalmente, ou seja, em

qualquer lugar e, a qualquer momento.

As redes de Quarta Geracao vem, para solucionar este problema, integrando as redes hete-

rogeneas e, convergindo-as a uma unica rede. Esta convergencia depende da implementacao de

alguns conceitos essenciais, relativos as redes moveis sem fio e, de embasamento tecnologico,

em que novas tecnicas ou adequacao daquelas ja existentes, vem sendo consideradas. O foco

principal das redes 4G, entretanto, nao e a tecnologia, e sim, o usuario e suas necessidades,

a partir das quais, a tecnologia 4G esta sendo pesquisada e desenvolvida, sendo que varias

arquiteturas ja foram propostas.

Baseando-se nisto, este trabalho aborda um dos conceitos primordiais, necessario as redes

4G: o Gerenciamento de Mobilidade. Seu objetivo principal e discutir e analisar protocolos

tradicionais de mobilidade, fundamentando-se em suas caracterısticas, a fim de verificar quais

serao mais adequados as redes de Quarta Geracao.

Sendo assim, este trabalho esta estruturado da seguinte maneira:

O primeiro capıtulo aborda os conceitos de WLAN e Redes Celulares, suas caracterısticas

gerais e funcionalidade, bem como a necessidade de mobilidade dos seus usuarios e, um dos

meios de transmissao que possibilita alcanca-la. Estes sao os pre-requisitos basicos para com-

preensao dos capıtulos posteriores.

O segundo capıtulo conceitualiza Redes 4G, aborda as perspectivas a partir das quais essas

redes podem ser desenvolvidas e, atributos base para sua construcao.

O capıtulo 3 discorre sobre algumas arquiteturas, ja propostas, para a integracao de redes

xviii

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xix

heterogeneas. Sao abordados, os projetos Moby Dick e Redes Ambiente, as arquiteturas para

integracao 3G/WLAN: Loose Coupling e Tight Coupling ; e, as arquiteturas para integracao

de redes 3G/WLAN/MANET: UCAN (Unified Cellular and Ad-Hoc Networks architecture),

iCAR Integrated Cellular and Ad Hoc Relaying Systems), A-GSM (Ad-hoc GSM) e CAMA

(Cellular Aided Mobile Ad-hoc Network).

E por fim, o capıtulo 4 apresenta os protocolos de gerenciamento de macromobilidade:

MIPv4 (Mobile Ipv4), MIPv6 (Mobile IPv6), MSCTP (Mobile Stream Control Transmission

Protocol), SIP (Session Initiation Protocol); e, os de micromobilidade: CIP (Cellular IP),

HAWAII (Handoff-Aware Wireless Access Internet Infrastructure), TeleMIP (Telecommunica-

tion Enhanced Mobile IP), HMIPv6 (Hierarchical Mobile IP), e, IDMP (Intradomain Mobility

Management Protocol); que, sao analisados e, comparados de acordo com os criterios: escopo

da mobilidade (intra-domınio ou inter-domınios), tipo de mobilidade (terminal, pessoal, de

servico e, de sessao), gerenciamento de handoff (vertical e horizontal), gerenciamento de loca-

lizacao (atraves de LU (Location Update) e paging), escalabilidade, suporte a QoS e seguranca,

multi-homing e, extensao ao protocolo MIP (apenas para protocolos de micromobilidade); no

capıtulo 5.

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Capıtulo 1WLANs e Redes de Sistemas Celulares

1.1 Redes de Acesso

Redes de acesso designam os enlaces fısicos que conectam um sistema final ao roteador de

borda, isto e, o primeiro roteador do percurso existente entre sistemas finais remotos.

As redes de acesso podem ser dividas nos seguintes grupos [Kurose and Ross 2006]

[Tanenbaum 2003]:

1. Redes locais - sao aquelas concentradas em uma area geografica restrita, tal como um

predio ou um campus universitario, com alta velocidade de transmissao;

2. Redes metropolitanas - abrangem uma cidade. Um exemplo e a rede de televisao a cabo

que, oferece servicos da Internet em partes do espectro nao utilizadas para transmissao

de TV;

3. Redes geograficamente distribuıdas - abrangem uma grande area geografica, como um

paıs ou continente. Elas contem um conjunto de terminais, cuja finalidade e executar

aplicacoes do usuario, e, estao conectados por uma sub-rede, pertencente a uma empresa

de telefonia ou um provedor de Internet;

4. Redes sem fio - sao aquelas que utilizam meios de transmissao nao cabeados, como as

ondas de radio, ondas infravermelho, ondas de luz;

5. Redes domesticas - a ideia principal das redes domesticas que estao surgindo e ter dispo-

sitivos domesticos comunicando entre si e, acessıveis atraves da Internet. Redes pessoais

sao utilizadas para conectar dispositivos pessoais em uma area pequena, de ate 10 metros.

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Essas categorias nao sao absolutas e imutaveis, tanto que, de acordo com criterios como

area de cobertura, taxa de dados e tecnologia de transmissao, as redes sem fio podem ser

classificadas como: redes de area pessoal sem fio (WPANs - Wireless Personal Area Networks),

redes locais sem fio (WLANs - Wireless Local Area Networks), redes metropolitanas sem fio

(WMANs - Wireless Metropolitan Area Networks) e, redes de longa distancia sem fio (WWANs

- Wireless Wide Area Networks) [Dias et al. 2006] (Figura 1.1).

WPANs sao designadas pelo padrao IEEE 802.15, e possuem a finalidade de prover co-

nectividade entre dispositivos pessoais, separados por ate 10 metros, aproximadamente. O

802.15 e, essencialmente, uma tecnologia de baixa potencia, curto alcance e baixa velocidade

na transmissao de dados (ate 721Kbps), para ’substituicao de cabo’; opera na faixa de radio

nao licenciada de 2.4GHz, em modo TDM (Time Division Multiplexing), com intervalos de

tempo (time slots) de 625 microssegundos [Kurose and Ross 2006]. Como exemplo de WPAN

tem-se, o Bluetooth (IEEE 802.15.1), que permite que um dispositivo mestre comunique-se com

dispositivos denominados escravos; o UWB (Ultra Wide Band), empregado na camada fısica do

padrao IEEE 802.15.3 para WPANs, com alta taxa de transmissao em uma distancia pequena;

e, o Zigbee, definido pelos padroes IEEE 802.15.4 (com taxa de transmissao de ate 250Kbps,

alcance de 10 metros, e interconexao de, ate, 255 dispositivos) e IEEE 802.15.4a (com taxa

de transmissao de 20Kbps, alcance de, no maximo, 75 metros e, interconexao de ate 65000

dispositivos) [Dias et al. 2006].

Os focos principais deste trabalho sao as WLANs e, um tipo especıfico de WWAN, as redes

celulares. Entao, primeiramente neste capıtulo, serao abordados os dispositivos moveis e a

necessidade de mobilidade de seus usuarios. Posteriormente, sera abordado a transmissao a

radio, pois este e o tipo de transmissao utilizado tanto nas WLANs como nas redes celulares.

E, por fim, sera discutido com mais detalhes, as caracterısticas e a funcionalidade destas redes.

1.2 Usuarios Moveis

Atualmente, as pessoas estao permanecendo grande parte de seu tempo, on-line, ou seja, a

informacao, o trabalho, os estudos e, ate mesmo o lazer, estao cada vez mais ligados a rede.

Para estes usuarios, os meios de transmissao cabeados estao perdendo a utilidade, pois, eles

precisam transferir dados para seus laptops, notebooks, PDAs (Personal Digital Assistants)

sem depender desta infra-estrutura de comunicacao. A solucao para esses usuarios esta na

comunicacao sem fio que, possui muitas aplicacoes importantes alem de oferecer mobilidade.

Um uso comum para as redes sem fio e o escritorio portatil. Tambem sao muito uteis para

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Figura 1.1: Classificacao das redes sem fio [Bresil 2004].

frotas de caminhoes, taxi, veıculos de entrega e funcionarios de servicos de assistencia tecnica

que, precisam manter-se em contato com a base de operacoes de suas empresas. Sua utilidade

tambem se emprega na area militar, onde o uso de cabos seria improprio pois, seu rompimento

(causado por um ataque, por exemplo) deixaria a area incomunicavel.

Embora as redes sem fio e a mobilidade frequentemente tenham uma relacao estreita, elas

nao sao identicas. Existe uma distincao entre redes sem fio fixas e redes sem fio moveis.

Para instalar uma rede sem fio, e preciso apenas adquirir alguns componentes eletronicos

e conecta-los. Um exemplo claro de rede sem fio fixa, e o Bluetooth, em que os componentes

de um computador sao interconectados a unidade principal usando-se transmissao a radio de

alcance limitado.

Existem formas limitadas de mobilidade, que nao requerem enlaces sem fio, como na uti-

lizacao de um laptop, desconectado em casa e levado para o escritorio, onde e novamente

conectado a rede.

Porem, existem as verdadeiras aplicacoes moveis sem fio e, a medida que esta tecnologia se

torna mais difundida, numerosas aplicacoes surgem.

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1.3 Transmissao Sem Fio

Em diversas circunstancias a comunicacao sem fio apresenta vantagens ate mesmo para

dispositivos fixos. Para isto, os seguintes meios de transmissao podem ser utilizados

[Tanenbaum 2003]:

� Espectro eletromagnetico;

� Transmissao de radio;

� Transmissao de microondas;

� Ondas de infravermelho e milimetricas e;

� Transmissao por ondas de luz.

As ondas de radio, utilizadas para transmissao tanto nas WLANs como nas redes celulares,

podem percorrer longas distancias e penetrar em predios, e adequada para ligacoes ponto a

ponto e ligacoes multiponto; portanto, sao amplamente utilizadas para comunicacao, seja em

ambientes fechados ou abertos.

Suas propriedades dependem da frequencia. Em baixas frequencias, as ondas de radio

atravessam os obstaculos, mas a potencia cai a medida que a distancia da fonte aumenta, cerca

de 1/r2 no ar, onde r e o raio (distancia). Em altas frequencias, as ondas de radio tendem a

viajar em linha reta e refletir nos obstaculos. Elas tambem sao absorvidas pela chuva. Em

todas as frequencias, as ondas de radio estao sujeitas a interferencia, provocada por fontes que

geram sinais na mesma banda de frequencia. Algumas possıveis fontes de interferencia sao:

radares, motores eletricos, copiadoras, impressoras a laser [Tanenbaum 2003].

Devido a capacidade que as ondas de radio apresentam de percorrer longas distancias, os

dipositivos dos usuarios podem causar interferencia entre si. Por essa razao, todos os governos

exercem um rıgido controle sobre o licenciamento do uso de transmissores de radio, com apenas

uma excecao: as bandas de frequencia ISM (Industrial, Scientific and Medical). Os valores

dessas bandas variam de acordo com cada paıs. Como exemplo, o padrao para redes sem fio

IEEE 802.11 especifica como opcoes de nıvel fısico as bandas: 902 a 928 MHz, 2.4 a 2.48 GHz

e 5.72 a 5.85 GHz [Soares et al. 1995].

Como varias estacoes compartilham o mesmo meio de transmissao, e necessario utilizar

metodos para organizar este compartilhamento. Tres metodos podem ser usados: Multi-

plexacao por Divisao de Frequencia (FDM - Frequency Division Multiplexing), Multiplexacao

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por Divisao de Tempo (TDM - Time Division Multiplexing) e, Multiplexacao por Divisao de

Espaco (SDM - Space Division Multiplexing).

O metodo SDM pode ser realizado de duas formas. A primeira delas baseia-se na utilizacao

de antenas direcionais, que emitem sinais de radio de alta frequencia concentrados em feixes.

Esse metodo permite que uma mesma frequencia possa ser reutilizada, desde que os feixes

de ondas sejam transmitidos em regioes distintas do espaco [Soares et al. 1995]. Outra forma

de realizacao do SDM e dividir a area total da rede em areas menores, chamadas celulas

que, normalmente sao representadas por hexagonos. O funcionamento dos sistemas celulares

baseia-se na rapida diminuicao da potencia do sinal de radio, a medida que ele se propaga.

Como ja mencionado, no espaco livre, a potencia decai aproximadamente com o quadrado

da distancia do transmissor, e quando as antenas estao proximas ao solo, a potencia diminui

com, aproximadamente, a quarta potencia da distancia. Essa caracterıstica torna possıvel a

reutilizacao da mesma frequencia, quando os transmissores estao suficientemente distantes uns

dos outros.

Exemplos de aplicacoes SDM sao: estacoes de radio localizadas em cidades diferentes, trans-

mitindo na mesma frequencia, e o sistema de telefonia celular.

Como ja mencionado, as redes sem fio geralmente utilizam frequencias altas em suas trans-

missoes. Nessas frequencias, parte das ondas de radio e refletida quando entra em contato com

objetos solidos e, apenas parte do sinal segue em linha reta entre o transmissor e o receptor.

Assim, diferentes caminhos sao formados entre o transmissor e o receptor, principalmente em

ambientes fechados. Como consequencia, acontece um espalhamento do sinal, chegando ao

receptor, varias copias, deslocadas no tempo, pois, as velocidades de propagacao sao iguais e

os caminhos possuem comprimentos diferentes. Quando essas copias chegam ao receptor, elas

somam-se aleatoriamente, sendo o resultado dessa soma, o valor do sinal captado pela antena

do receptor.

Devido a essa diferenca nos comprimentos dos caminhos, pode ocorrer um fenomeno cha-

mado desvanenciamento de Rayleigh, onde os componentes se cancelam total ou parcialmente

[Soares et al. 1995]. O resultado disso e que, em um mesmo ambiente, o sinal pode ser muito

fraco em alguns locais, enquanto que em outros, pode ser totalmente nıtido. Assim, ao

movimentar-se ou, ao ocorrer mudancas na posicao dos obstaculos no ambiente, o receptor

pode perceber grandes variacoes na potencia do sinal.

Outro problema que pode ser causado pelo espalhamento do sinal e a sobreposicao de

sımbolos, ou interferencia de intersımbolos. Como o comprimento (duracao) do sinal que trans-

porta a codificacao de um sımbolo (bit ou grupo de bits), atraves de uma portadora, diminui

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com o aumento da taxa de transmissao, esse e um fator limitante da capacidade de transmissao

dos canais de radio [Soares et al. 1995].

Alem dos problemas ja citados anteriormente, como a reflexao das ondas de radio de alta

frequencia, ao entrarem em contato com objetos solidos, a absorcao dessas ondas pela agua

da chuva, a diminuicao da potencia inversamente ao aumento da distancia e, a interferencia

de intersımbolos, outra consideracao importante, quando se utiliza a transmissao a radio e,

a seguranca. Teoricamente, nao existem fronteiras para um sinal de radio, logo, e possıvel

que ele seja captado por receptores nao autorizados. Entao, para garantir a privacidade, e

indispensavel a utilizacao de alguma tecnica de criptografia na transmissao de dados. Alem

disso, se exige que as transmissoes nas bandas ISM usem tecnicas de espalhamento de banda.

As tecnicas recomendadas sao FHSS (Frequency Hopping Spread Spectrum) e DSSS (Direct

Sequence Spread Spectrum)[Soares et al. 1995]. A tecnica FHSS divide a banda em varios

canais. O transmissor envia os dados por um intervalo de tempo em um canal e, muda para

outro canal. O padrao que define a sequencia de canais utilizados em uma transmissao e

chamado, sequencia de saltos que, pode ser fixa ou aleatoria, sendo previamente determinada

ou capturada ao longo da transmissao. No metodo DSSS, usa-se uma sequencia binaria para

modular o sinal antes de sua transmissao. Multiplica-se, atraves da operacao ”ou-exclusivo”,

a sequencia binaria pelos dados transmitidos e o resultado e usado para modular a frequencia

portadora. Nesse esquema, o receptor precisa conhecer a sequencia binaria usada na modulacao,

para decodificar corretamente o sinal, isto e, os dados.

As redes sem fio estruturadas em celulas, onde os usuarios possuem muita mobilidade,

apresentam dois problemas adicionais: como permitir que estacoes em uma celula possam se

comunicar com estacoes em outras celulas, de forma transparente; e, como permitir que uma

estacao continue se comunicando, quando se desloca de uma celula para outra.

Uma solucao para o primeiro problema e definir um sistema de distribuicao (possivelmente,

usando meio de transmissao cabeado), para transmissao de informacoes entre celulas distintas

e, usar um ponto de acesso em cada celula para se comunicar com sistema de distribuicao. Esse

ponto de acesso seria o responsavel por capturar as transmissoes feitas na celula, enderecadas

para estacoes fora dela, e envia-las atraves do sistema de distribuicao. O ponto de acesso seria

tambem, responsavel por capturar, no sistema de distribuicao, as mensagens enderecadas a sua

celula, e transmitı-las atraves de ondas de radio, para as estacoes de destino. A funcao que

resolve o segundo problema, ou seja, permite que uma estacao que se move para outra celula,

continue se comunicando transparentemente, e denominada handoff [Soares et al. 1995].

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1.4 WLANs: Padrao IEEE 802.11

Com o surgimento dos dispositivos de computacao portateis, muitos grupos comecaram a

desenvolver trabalhos na tentativa de conecta-los a Internet sem o uso dos fios, ou seja, estes

dispositivos se conectariam a Internet simplesmente ao entrar em uma area coberta por alguma

BS (Base Station). A forma mais pratica era equipar esses dispositivos e um determinado

local (para acesso), com transmissores e receptores de ondas curtas de radio, para permitir

a comunicacao entre eles, constituindo entao, uma rede local sem fio. Logo, varias empresas

comecaram a comercializar as WLANs.

O problema inicial era encontrar duas WLANs compatıveis. Isto levou o comite do IEEE a

padronizar as WLANs. O padrao recebeu o nome 802.11, comumente chamado de WiFi1.

O padrao proposto tinha de funcionar de dois modos [Tanenbaum 2003]:

1. Na presenca de uma BS;

2. Na ausencia de uma BS.

No primeiro caso, toda a comunicacao deveria passar pela estacao base, chamada AP (Access

Point) na terminologia 802.11. No outro caso, os computadores transmitiriam entre si no modo

ad hoc [Tanenbaum 2003].

Durante a padronizacao, alguns desafios foram enfrentados, como: encontrar uma banda de

frequencias adequada e disponıvel, lidar com o fato de que as ondas de radio tem um alcance

finito, garantir a privacidade dos usuarios, compreender as implicacoes da mobilidade de compu-

tadores e, finalmente, construir um sistema com largura de banda suficiente e economicamente

viavel.

Durante a decada de 90, quando o processo de padronizacao das WLANs comecou, a

Ethernet dominava o mercado de LANs (Local Area Networks), entao, o comite decidiu tornar

o 802.11 compatıvel com a Ethernet acima da camada de enlace pois, deveria ser possıvel

enviar um pacote IP (Internet Protocol) pela WLAN, do mesmo modo que um computador

conectado atraves de fios envia, este pacote, pela Ethernet. Mas, existiam varias diferencas

entre a Ethernet e a WLAN, e essas diferencas tinham que ser tratadas pelo padrao. Por

exemplo, um computador na Ethernet sempre escuta o meio antes de transmitir, e inicia sua

1WiFi e uma marca registrada pela WiFi Alliance, anteriormente conhecida como WECA (Wireless EthernetCompatibility Alliance), uma organizacao formada por fornecedores de equipamentos e software de WLAN, cujamissao e garantir interoperabilidade do padrao IEEE 802.11. Produtos certicados como WiFi podem interoperar,mesmo sendo de fabricantes diferentes.

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transmissao somente se o meio estiver livre; o que nao funciona muito bem no caso das WLANs

[Tanenbaum 2003].

Um outro problema a ser resolvido era a atenuacao multiponto - reflexao do sinal de radio

causada pela interferencia de objetos solidos - fazendo com que o sinal pudesse ser recebido

varias vezes por diversos caminhos.

Um terceiro problema a ser resolvido era tornar o software ciente da mobilidade.

O quarto problema e que, se um computador for afastado do AP que ele esta utilizando e,

entrar na faixa de alcance de um AP diferente, seria necessaria alguma forma de transferencia

(handoff ). Embora ocorra com telefones celulares, esse problema nao acontece com a Ethernet

e precisava ser resolvido.

Basicamente, a rede prevista consistia em varias celulas, cada uma com seu proprio AP, co-

nectados atraves da Ethernet (Figura 1.2). Visto do exterior, o sistema inteiro deve asemelhar-

se a uma unica Ethernet. A conexao entre a WLAN e o mundo exterior e chamada portal

[Tanenbaum 2003].

Figura 1.2: Rede 802.11 (WLAN).

Em 1997, o comite apresentou um padrao que tratava essas questoes. A WLAN que ele

descreveu utiliza FHSS e funciona a 1Mbps ou 2Mbps, entao, imediatamente padroes mais

rapidos comecaram a ser desenvolvidos, resultando em dois novos padroes, apresentados em

1999: 802.11b e 802.11a. O padrao 802.11b emprega uma tecnica de modulacao diferente do

802.11, o DSSS, opera na faixa 2,4 GHz e alcanca 11Mbps. O padrao 802.11a utiliza uma

faixa de frequencias mais larga (5 GHz), a tecnica OFDM (Orthogonal Frequency Division

Multiplexing) que, transmite multiplos sinais simultaneamente sobre um unico caminho de

transmissao, atraves da distribuicao dos dados sobre um grande numero de portadoras; e,

opera em velocidades de 54 Mbps. Tambem foi apresentada uma outra variante, o 802.11g,

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que opera na mesma faixa de frequencia do 802.11b (2,4 GHz), mas suporta taxas de dados do

802.11a (54Mbps), proporcionando interoperabilidade com estes dois padroes.

A evolucao da famılia 802.11 ainda contempla extensoes para: QoS (Quality of Service)

(802.11e), gerenciamento de handoff (802.11r) e seguranca (802.11i), alem das WLANs com

taxas de dados ainda mais elevadas, proporcionadas pela tecnologia MIMO (Multiple-Input

Multiple-Output) usada no padrao 802.11n [Dias et al. 2006].

O 802.11 proporcionou certa evolucao no acesso a Internet tornando-a movel; assim como

os dispositivos portateis para a computacao.

1.4.1 Arquitetura IEEE 802.11

A arquitetura adotada pelo projeto IEEE 802.11 [Soares et al. 1995] para as redes sem fio

baseia-se na divisao da area coberta pela rede, em celulas. As celulas sao chamadas BSA (Basic

Service Area).

O tamanho da BSA depende das caracterısticas do ambiente e, dos transmissores e recep-

tores usados nas estacoes. Um grupo de estacoes comunicando-se por ondas de radio, em um

BSA, constitui um BSS (Basic Service Set).

Para permitir a construcao de redes cobrindo areas maiores que uma celula, multiplas

BSAs sao interligadas atraves de um sistema de distribuicao (que pode ser uma rede baseada

em meio de transmissao cabeado) via APs. Alem de interligar APs (Access Point), o sistema

de distribuicao fornece os recursos necessarios para interligar as redes sem fio a outras redes.

Os APs, por sua vez, sao estacoes diferenciadas responsaveis pela captura dos dados trans-

mitidos pelas estacoes de sua BSA, destinados a estacoes localizadas em outras BSAs,

retransmitindo-os atraves do sistema de distribuicao. Eles tem as seguintes funcoes: auten-

ticacao, associacao e reassociacao; gerenciamento de potencia; e, sincronizacao.

Atraves da autenticacao, associacao e reassociacao, as estacoes podem continuar conectadas

a infra-estrutura, mesmo quando estao fora de sua BSA de origem; elas utilizam procedimento

de varredura para determinar a qual AP se associarao.

Gerenciamento de potencia, permite que estacoes operem com a funcao de recepcao desa-

bilitada, para economizar energia. Assim, os APs armazenam os pacotes destinados a estas

estacoes ate que, elas liguem seus receptores. Para isto, o AP e as estacoes operam com relogios

sincronizados. A funcao de sincronizacao e implementada atraves do envio periodico de pacotes,

transportando o valor do relogio do AP (Access Point).

As BSAs interligadas por um sistema de distribuicao atraves de APs definem uma ESA

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(Extended Service Area). O conjunto de estacoes formado pela uniao de varios BSSs conectados

por um sistema de distribuicao define um ESS (Extended Service Set). Cada ESS e identificado

por um ESS-ID. Dentro de um ESS, cada BSS e identificado por um BSS-ID. Esses dois

identificadores formam o Network -ID de uma WLAN [Soares et al. 1995].

Um ESS formado pela interconexao de multiplos BSSs constitui uma WLAN com infra-

estrutura. A infra-estrutura consiste nos APs, e no sistema que os interliga.

Um caso especial nessa arquitetura sao, as redes locais sem fio ad hoc, ja mencionadas ante-

riormente, onde o ESS e formado por um unico BSS. Uma rede ad hoc permite a comunicacao

entre estacoes proximas sem utilizar nenhuma infra-estrutura.

1.5 WWANs

Um tipo de rede sem fio sao as WWANs que, sao usadas em sistemas geograficamente

distribuıdos. Um exemplo de sistema sem fio de baixa largura de banda e a rede a radio

utilizada para telefonia celular. Esse sistema ja passou por tres geracoes. A primeira geracao

ou, 1G, era analogica e usada apenas para transmissao de voz. A segunda geracao ou, 2G, foi

desenvolvida para transmissao digital de voz. E, finalmente a terceira geracao ou, 3G, tambem

digital, se destina a transmissao de voz e dados. Em um comparativo com as WLANs, pode-se

afirmar que as distancias envolvidas nas redes celulares sao muito maiores e, as taxas de bits

muito mais baixas.

Alem dessas redes de baixa velocidade, tambem estao se desenvolvendo redes sem fio geo-

graficamente distribuıdas, de alta largura de banda. O enfoque inicial e o acesso a Internet de

alta velocidade, sem a utilizacao do sistema telefonico. Esse servico e chamado de distribuicao

local multiponto [Tanenbaum 2003].

1.5.1 Sistema de Telefonia Movel Celular: Breve Historico

A evolucao das redes sem fio pode ser considerada, como tendo inıcio com o aparecimento

das primeiras redes de telefonia celular e, prosseguindo com suas sucessoras [Dias et al. 2006].

Varios padroes para Primeira Geracao de telefones celulares foram adotados em diversos

paıses, entre eles, o AMPS (Advanced Mobile Telephone System), nos Estados Unidos, em 1982,

tambem utilizado na Inglaterra sob o nome TACS (Total Access Communications Systems)

e, no Japao com o nome JTACS (Japan TACS ); e o NMT (Nordic Mobile Telephones) nos

paıses do norte europeu [Dias and Sadok 2001]. Os principais problemas com esses sistemas

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analogicos eram, a baixa capacidade e qualidade dos canais de comunicacao utilizados e, a

incompatibilidade entre os diversos padroes.

A Segunda Geracao veio numa tentativa de ampliar a capacidade dos sistemas 1G. Cinco

sistemas se destacam: D-AMPS, GSM (Global System for Mobile Communications), CDMA

(Code Division Multiple Access), TDMA (Time Division Multiple Access) e PDC (Personal

Digital Cellular) [Dias and Sadok 2001].

O D-AMPS foi uma evolucao do AMPS, descrito pelo padrao IS-54 (Interim Standard - 54)

e totalmente digital. Esse sistema foi mal sucedido devido ao fato de proporcionar maior ganho,

em relacao ao AMPS, para a operadora e nao para o usuario e, ainda apresentava problemas na

qualidade de voz. Como alternativa, surgiu nos Estados Unidos o IS-95, com um aumento na

capacidade. O IS-54 foi sucedido pelo IS-136, com novas caracterısticas. O D-AMPS coexistia

com o AMPS, de modo que os telefones celulares de 1G e 2G pudessem operar simultaneamente

na mesma celula; eles utilizavam os mesmos canais, nas mesmas frequencias, de modo que um

unico canal podia ser analogico e, os canais adjacentes, digitais.

No inıcio da decada de 90, surgiu na Europa, o GSM, incompatıvel com os sistemas IS-54

e IS-136. Esse sistema foi padrao para as comunicacoes celulares em toda Europa.

O CDMA funciona de modo completamente diferente do D-AMPS e do GSM. Quando

proposto, ele foi muito mal recebido pela industria, mas gracas a persistencia da empresa

Qualcomm, ele foi considerado aceitavel e, hoje, e visto como a melhor solucao tecnica existente

e, como base para os sistemas de Terceira Geracao (3G).

O TDMA usa um sistema de celular analogico como o AMPS, e foi criado para coexistir

com este, dividindo o canal de 30KHz em tres canais, onde tres usuarios compartilhem um

canal, alocando um slot de tempo por vez para cada usuario.

O PDC e usado somente no Japao e, e basicamente o D-AMPS, modificado para promover

compatibilidade com o sistema analogico japones de Primeira Geracao (JTAC).

Com a Segunda Geracao de celulares foi introduzida nova tecnologia na comunicacao de voz,

com maior qualidade e capacidade de transmissao, possibilitando atender um maior numero de

usuarios. E tambem, foi criado o SMS (Short Messages Service) para transmissao de pequenos

pacotes de dados.

Ainda no inıcio da decada de 90, surgiu a ideia da Terceira Geracao (3G) dos sistemas

celulares, como uma proposta para a padronizacao global das comunicacoes moveis. Estes

sistemas proveriam servicos de voz e, disponibilizariam altas taxas de transmissao de dados,

possibilitando o suporte a aplicacoes multimıdia e acesso a Internet [Dias and Sadok 2001].

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1.5.2 Sistema de Telefonia Movel Celular: Caracterısticas Gerais

Em todos os sistemas de telefonia movel, uma regiao geografica e dividida em celulas e,

cada celula utiliza um grupo de frequencias de transmissao nao utilizado nas celulas vizinhas.

O que garante grande capacidade aos sistemas celulares e o uso de celulas pequenas e, a reu-

tilizacao de frequencias em celulas nao adjacentes. Alem do aumento na capacidade, celulas

menores requerem menor gasto de energia, o que possibilita a existencia de dispositivos trans-

missores/receptores menores e mais economicos.

Em uma area em que o numero de usuarios cresce a ponto do sistema ficar sobrecarregado, a

potencia e reduzida e, as celulas sobrecarregadas sao divididas em celulas menores, denominadas

microcelulas, para permitir maior reutilizacao de frequencias. Em determinados momentos, as

empresas de telefonia criam microcelulas temporarias devido a necessidade, em ocasioes como,

eventos esportivos, shows de rock onde, um grande numero de usuarios de telefones celulares

se reune por algumas horas [Tanenbaum 2003].

No centro de cada celula ha uma BS (Base Station) que recebe as transmissoes de todas as

MSs (Mobile Stations) ou, telefones celulares, presentes na celula, atraves de sinais de radio.

As BSs convertem estes sinais e os transmitem, atraves de um enlace de comunicacao sem fio

ou com fio, para um MSC (Mobile Switching Center) ou, MTSO (Mobile Telephone Switching

Oflice), no qual estao conectadas. O MSC coordena e roteia as chamadas para outros telefones

moveis ou para telefones fixos conectados a rede publica de telefonia (PSTN - Public Switched

Telephone Network). Em um grande sistema, podem ser necessarios diversos MSCs, todos

conectados a um MSC de segundo nıvel, e assim por diante. Basicamente, os MSCs sao estacoes

finais e estao conectados a pelo menos, uma estacao final de um sistema telefonico. Os MSCs

se comunicam com as BSs, entre si e, com a PSTN, usando uma rede de comutacao de pacotes.

O HLR (Home Location Register) e uma base de dados de uma area de servico que, contem

informacoes sobre as MSs cadastradas naquela area. Nos HLRs sao armazenadas informacoes

como: MIN (Mobile Identification Number), ESN (Eletronic Serial Number) e, perfil do usuario

com dados como, call forward-to number, estado (ativo ou inativo) e ponteiro para o ultimo

VLR (Visitor Location Register) onde a MS se registrou. O VLR funciona em conjunto com

o HLR para suportar roaming automatico, ou seja, permitir que MSs saiam de sua area (rede

domestica, na qual estao registradas) e movam-se para outra area (rede visitada), automati-

camente, mantendo seus dados. Sendo assim, o VLR e um repositorio local, temporario, com

dados da MS que esta fora de sua area de servico [Dias and Sadok 2001]. A Figura 1.3 mostra

um sistema celular basico, com todos esses elementos.

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Figura 1.3: Arquitetura da Rede Celular [Dias and Sadok 2001]

Quando uma MS deixa fisicamente uma celula, sua BS detecta que o sinal da MS esta

enfraquecendo e verifica com as BSs vizinhas, quanto a quantidade de energia que estao re-

cebendo dela. Entao, a BS faz a transferencia para a celula que esta recebendo o sinal mais

forte, ou seja, celula em que a MS esta localizada no momento. Caso haja alguma chamada

em andamento, a MS e solicitada a passar para outro canal, ja que o antigo nao e reutilizado

em celulas adjacentes. Esse processo e chamado de handoff.

Os handoffs possuem as suas variacoes. Em um soft handoff [Tanenbaum 2003], o sinal do

telefone e adquirido pela nova BS antes da anterior se desconectar. Desse modo, nao existe

nenhuma perda de continuidade. Entretanto, o telefone precisa ter a capacidade de sintonizar

duas frequencias ao mesmo tempo. Os dispositivos de Primeira Geracao e de Segunda Geracao

nao realizam soft handoff.

No hard handoff [Tanenbaum 2003], a BS antiga libera o sinal da MS antes dela ser ad-

quirida pela nova BS. Se a nova nao for capaz de adquiri-la (por exemplo, porque nao existe

nenhuma frequencia disponıvel), a chamada sera desconectada de forma abrupta. Os usuarios

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notam essa interrupcao, mas ela e inevitavel com este metodo.

Ja no fast handoff [Dias et al. 2006], um roteador itermediario (que pode ser um agente

de mobilidade da estacao que deseja enviar pacotes) possui a informacao a respeito do handoff

que sera realizado, assim, enquanto a funcao estiver sendo executada, ele envia os pacotes da

estacao comunicante para a antiga e a nova BS (Base Station), da MS (Mobile Station) em

questao.

1.5.3 Primeira Geracao

Dentre os sistemas analogicos de Primeira Geracao desenvolvidos, pode-se citar: AMPS,

NMT e NTT (Nippon Telephone and Telegraph). A seguir, discute-se as caracterısticas basicas

do sistema AMPS.

AMPS

No sistema AMPS [Dias and Sadok 2001], as celulas possuem, em geral, de 10 a 20 km. Ele

utiliza 832 canais full-duplex, sendo que, cada um consiste em um par simplex. Os 832 canais

de transmissao simplex operam na faixa 824 a 849 MHz e, os 832 canais de recepcao simplex

operam na faixa 869 a 894 MHz. Cada um desses canais simplex, tem largura de 30KHz,

separados atraves da tecnica FDM.

Os 832 canais sao divididos em categorias de controle, localizacao, acesso e dados. Os canais

de controle e de localizacao sao da BS para a MS, usados para gerenciar o sistema e, alertar os

usuarios de chamadas destinadas a eles, respectivamente. Os canais de acesso e de dados sao

bidirecionais, sendo que o primeiro e utilizado para configuracao de chamadas e atribuicao de

canais e, o segundo, para transmissao de voz ou dados.

Como as mesmas frequencias nao podem ser reutilizadas em celulas vizinhas, o numero real

de canais disponıveis por celulas e de, aproximadamente, 45, e nao 832.

1.5.4 Segunda Geracao

O desenvolvimento de tecnicas de codificacao de voz digital e, o grande e contınuo aumento

dos dispositivos de circuito integrado tornaram os atuais sistemas digitais de Segunda Geracao

viaveis. A seguir serao discutidos os sistemas que mais se destacaram, e tiveram maior aceitacao.

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D-AMPS

Quando o D-AMPS [Dias and Sadok 2001] [Tanenbaum 2003] foi lancado, uma nova banda

de frequencia se tornou disponıvel para lidar com o aumento esperado de carga. Os canais

de transmissao operavam na faixa de 1850 a 1910MHz, e os canais de recepcao operavam na

faixa de 1930 a 1990MHz, tambem aos pares, como no AMPS. Porem, muitos telefones D-

AMPS podem usar bandas de 850 a 1900 MHz, a fim de obter uma faixa mais ampla de canais

disponıveis.

Em uma MS (Mobile Station) deste sistema, o sinal de voz captado pelo microfone e di-

gitalizado e compactado, por um circuito denominado vocoder. A compactacao leva a largura

de banda dos 56Kbps para 8Kbps. A compactacao e realizada no telefone, a fim de reduzir o

numero de bits transmitidos pelo enlace aereo. Assim, tres usuarios podem compartilhar um

unico par de frequencias usando TDM.

Utilizando-se melhores algoritmos de compactacao, e possıvel reduzir a voz a 4Kbps e,

assim, seis usuarios podem ser acomodados. Obviamente, a qualidade de voz a 4Kbps nao e

comparavel ao que pode ser obtido a 56Kbps.

Conceitualmente, o D-AMPS funciona como o AMPS. Quando uma MS e ligada, ela faz con-

tato com a BS (Base Station) para se anunciar e, entao, escuta um canal de controle em busca

de chamadas recebidas. Tendo captado uma nova MS, a MSC informa a BS inicial do usuario

onde ele esta, de forma que as chamadas possam ser roteadas corretamente [Tanenbaum 2003].

Uma diferenca entre o AMPS e o D-AMPS e a forma como o handoff e tratado. No AMPS,

a MTSO o administra completamente, sem ajuda dos dispositivos moveis. O D-AMPS utiliza

o tempo que nao esta transmitindo nem recebendo, ou seja, os slots ociosos, para medir a

qualidade da linha. Ao descobrir que o sinal esta diminuindo, ele reclama a MSC, que pode

entao interromper a conexao; nesse momento, a MS pode tentar sintonizar um sinal mais forte

de outra BS. Essa tecnica e chamada MAHO (Mobile Assistente HandOff ) [Tanenbaum 2003].

GSM

No GSM [Tanenbaum 2003], semelhantemente ao D-AMPS, e empregada a FDM, com cada

MS (Mobile Station) transmitindo em uma frequencia e recebendo em uma frequencia mais

alta. Um unico par de frequencias e dividido pela TDM em slots de tempo compartilhados por

varias MSs. Um sistema GSM possui 124 pares de canais simplex (teoricamente, sao 992 canais

admitidos em cada celula, mas muitos nao estao disponıveis, a fim de evitar interferencia com

celulas adjacentes). Os canais possuem largura de 200 KHz e admitem oito usuarios, ou seja,

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oito conexoes separadas; o que da ao GSM uma grande taxa de dados por usuario.

O GSM possui varios canais de controle usados para gerenciar o sistema, que sao: canal de

controle de difusao, canal de controle dedicado e, o canal de controle comum.

O canal de controle de difusao e usado pela BS, para transmitir seu identificador e o status

do canal. Todas as MSs monitoram a intensidade do sinal que estao recebendo desta BS, a fim

de verificar quando elas sao transferidas para uma nova celula.

O canal de controle dedicado e usado para atualizacao de local, registro e configuracao de

chamadas. Ou seja, cada BS mantem um banco de dados das MSs que estao sob seu controle.

E, as informacoes necessarias para manter esse banco de dados sao transmitidas atraves do

canal de controle dedicado.

Por fim, existe o canal de controle comum, dividido em tres subcanais logicos. O primeiro

deles e o canal de localizacao que, a BS utiliza para anunciar as chamadas recebidas as suas MSs

que, por sua vez, monitoram constantemente este canal para verificar se ha alguma chamada

destinada a elas. O segundo e o canal de acesso aleatorio que, permite aos usuarios solicitarem

um slot no canal de controle dedicado, a fim de configurar uma chamada. Se duas solicitacoes

colidirem, elas terao de ser repetidas mais tarde, caso contrario, o slot atribuıdo e anunciado

no terceiro subcanal, o canal de concessao de acesso.

Uma grande inovacao do sistema GSM e o modulo de identificacao do usuario, o SIM

(Subscriber Identification Module) que contem a identificacao completa do usuario e, chaves

de codigo de privacidade. O SIM apresenta-se sob a forma de um cartao que, e conectado

ao terminal GSM. Estes cartoes podem ser removidos de um telefone GSM e usados em um

outro, permitindo que o usuario utilize qualquer telefone GSM. Sem o SIM, o terminal torna-se

inoperante [Dias and Sadok 2001].

CDMA

Em sistemas CDMA [Dias and Sadok 2001] os usuarios transmitem, simultaneamente, utili-

zando toda a banda de frequencias e, seu canal digital prove tanto funcionalidade para controle

quanto, para voz. Neste sistema, o espectro de frequencia do sinal de informacao e espalhado

atraves de codigos pseudo-aleatorios, nao relacionados com o sinal. Como resultado, a ocupacao

de banda e bem maior.

O receptor, por sua vez, atraves da relacao entre o sinal recebido e o codigo pseudo-aleatorio

apropriado, referente a cada usuario, extrai o sinal transmitido a ele. Os sinais dos demais

usuarios parecerao ruıdo para o receptor em questao pois, seu codigo nao e relacionado com

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estes sinais.

1.5.5 Terceira Geracao

Em 1992, a ITU (International Telecommunication Union) apresentou um projeto deno-

minado IMT-2000 (International Mobile Telecommunications 2000), onde o 2000 tinha tres

significados: o ano em que o sistema entraria em servico; a frequencia, em MHz, na qual

deveria operar, e; a largura de banda, em KHz que, o servico deveria ter [Tanenbaum 2003].

Os servicos basicos que essa rede deveria oferecer a seus usuarios eram: transmissao de voz

de alta qualidade, servico de mensagens, multimıdia e, acesso a Internet; disponıveis em ambito

mundial, sempre ativos e, com garantias de QoS. Mas, esse valor apresentado pela ITU nao foi

alcancado em nenhum dos aspectos.

A ITU previu uma unica tecnologia mundial para o IMT-2000. Entao, varias propostas

foram feitas, das quais se sobressaıram duas: o W-CDMA (Wideband CDMA) e o CDMA2000

[Tanenbaum 2003].

O W-CDMA foi proposto pela Ericson, funciona em uma largura de banda de 5MHz e foi

projetado para interoperar com redes GSM, podendo efetuar handoff de chamadas para uma

celula GSM. Esse sistema foi adotado pela Uniao Europeia e chamado de UMTS

(Universal Mobile Telecommunications System), padronizado segundo a 3GPP (Third

Generation Partnership Project).

O CDMA2000 foi proposto pela Qualcomm e e basicamente uma extensao do IS-95. Ele

tambem utiliza uma largura de banda de 5 MHz, e nao interopera com o GSM.

Algumas operadoras desenvolveram sistemas intermediarios, chegando as redes 2.5G. Um

sistema desse tipo e o EDGE (Enhanced Data rates for GSM Evolution) [Tanenbaum 2003], que

e simplesmente o GSM com maior taxa de transmissao. O problema e uma taxa de transmissao

maior, tambem significa maior numero de erros e, assim, o EDGE tem nove esquemas diferentes

para modulacao e correcao de erros.

Outro sistema 2.5G e o GPRS (General Packet Radio Service) [Tanenbaum 2003], uma rede

de sobreposicao de pacotes em redes D-AMPS ou o GSM. Ele permite que MSs (Mobile Station)

transmitam e recebam pacotes IP em uma celula que executa sistema de voz. Quando GPRS

esta sendo executado, alguns slots de tempo, em algumas frequencias, sao reservados para o

trafego de pacotes. O numero e o local desses slots podem ser dinamicamente gerenciados pela

BS, dependendo da relacao entre o trafego de voz e dados na celula.

Os sistemas 2.5G sao considerados servicos 3G para redes 2G, e conduz ao conceito de

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comunicacoes hıbridas (dados e voz).

Devido aos fracos e insuficientes resultados apresentados pelas redes 3G que, nem chega-

ram a ser plenamente desenvolvidas, as pesquisas estao se voltando para os sitemas de Quarta

Geracao. Algumas caracterısticas propostas incluem alta largura de banda, conectividade glo-

bal, integracao uniforme com redes fisicamente conectadas, em especial com o IP, gerenciamento

adaptavel de recursos e do espectro, radio por software e alta qualidade de servico multimıdia

[Tanenbaum 2003].

A Quarta Geracao sera abordada no capıtulo 2, devido a sua extensao e, importancia dentro

do escopo deste trabalho.

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Capıtulo 2Quarta Geracao

2.1 Redes 4G

Uma das visoes mais aceitas para a Quarta Geracao de sistemas moveis, envolve a inte-

gracao de tecnologias e redes sem fio heterogeneas, para proporcionar conectividade transpa-

rente ao usuario e, a melhor conexao (viabilizacao do conceito ABC - Always Best Connected)

[Gustafsson and Johnson 2003]. Com o desevolvimento acelerado das tecnologias, pode-se pre-

ver que os ambientes das futuras redes serao heterogeneos, em termos de infra-estrutura e

aplicacoes. A disponibilidade de varias dessas tecnologias de rede sem fio e, a integracao com

a Internet permitirao: usar equipamentos com multiplas interfaces, dispositivos sem fio basea-

dos na tecnologia Radio por Software (Software Defined Radio), selecionar a rede apropriada

para alcancar nıveis adequados de QoS e requisitos de custo, tudo isto, de forma transparente

[Dias et al. 2006].

Um diferencial, tambem importante, entre as tecnologias 3G e 4G, e o aumento das taxas

de transmissao de dados, assim como ocorreu entre as tecnologias 2G e 3G. A empresa japonesa

NTT-DoCoMo, importante companhia de servicos sem fio, testava em 2005, comunicacao 4G a

100Mbps enquanto a unidade se move, e 1Gbps enquanto a unidade esta parada. NTT-DoCoMo

planeja lancar a primeira rede comercial 4G, em 2010.

Espera-se que, a tecnologia 4G entregue versoes mais avancadas das mesmas melhorias

relacionadas a qualidade de servico, prometidas pela tecnologia 3G como, multimıdia de alta

definicao, conectividade global e, portabilidade entre todos os tipos de dispositivos; e, devido a

largura de banda, espera-se grande quantidade de informacoes e, aumento na personalizacao.

Entao, o inıcio das pesquisas em comunicacoes moveis 4G se deu, devido as limitacoes da

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3G [Hussain et al. 2006] [Sun et al. 2001]:

� Possibilidade: as fases de padronizacao e de distribuicao 3G ja ocorreram na Europa, e

sua instalacao no Brasil ja esta sendo realizada, como poderia ser previsto, baseando-se

nas indicacoes historicas;

� Necessidade: de acordo com os objetivos 3G, a mesma e necessaria, mas nao e suficiente

a estrategia de comunicacao movel pois, muitos problemas sao resolvidos parcialmente e

ainda existem muitos a serem resolvidos pela geracao seguinte, isto e, a 4G;

� Dificuldade na largura de banda continuamente crescente e na alta taxa de dados re-

queridos pelos servicos multimıdia, juntamente com a coexistencia de servicos diferentes

necessitando de QoS diferente;

� Limitacao do espectro de frequencias e de seu alocamento pois, apenas as bandas ISM

podem ser utilizadas, sendo dividas atraves da tecnica FDM e, podendo ocorrer inter-

ferencias;

� Dificuldade de mobilidade atraves de ambientes de servicos diferentes, em diferentes faixas

de frequencia.

O maior avanco entre a Segunda e a Terceira Geracoes, nao foi conduzido por novas tecnicas

ou, desenvolvimento tecnologico, uma vez que ambas sao fundamentadas em tecnicas digitais,

mas sim, na capacidade de suportar servicos avancados e com maior largura de banda, dando

assim, maior foco ao usuario. E este, nao se interessa pela tecnologia utilizada, suas expectativas

sao relacionadas a variedade de servicos e aplicacoes com uma alta qualidade de servico. Da

mesma maneira, a Quarta Geracao pode ser analisada sob a perspectiva do usuario.

Esta nova tecnologia tambem pode ser analisada sob a perspectiva do acesso a banda larga

com largura de banda por demanda, seja redes locais de banda larga sem fio, sistemas moveis de

banda larga (MBS - Mobile Broadband Systems) ou redes de broadcast interativas. E tambem,

sob a perspectiva da integracao de plataformas e sistemas operacionais heterogeneos, operando

em diferentes bandas de frequencia e, com capacidade de reconfiguracao da rede e dos termi-

nais, ocorrendo adaptacao contınua a carga do trafego, as condicoes dos canais e aos ambientes

de servicos; isso implicaria em novos protocolos de rede e algoritmos de controle de congestio-

namento, capazes de se adaptarem as mudancas das condicoes dos canais, dinamicamente.

Enfim, existem duas perspectivas gerais, a perspectiva do usuario e, a perspectiva da tec-

nologia.

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Diante de qualquer perspectiva, a Quarta Geracao devera prover: mobilidade, banda larga,

conectividade global, seguranca, QoS, acesso a Internet e, servicos de multimıdia como, conteudo

de audio e vıdeo, vıdeo interativo, transferencia de imagens em tempo real.

Entao, o acesso heterogeneo atraves de qualquer meio, provera maior conectividade ao

usuario e, devera fornecer os servicos tradicionais (com requisitos de custo e desempenho com-

paraveis aos das redes fixas), assim como novos que, por sua vez, dependerao da implementacao

de conceitos como QoS - para assegurar os requisitos das aplicacoes -, AAA (Authentication,

Authorization and Accounting) - para verificar a identidade e direitos de acesso dos usuarios -

e Gerenciamento de Mobilidade (MM - Mobility Management).

Existem diferentes tecnologias de acesso que aparecerao em um cenario 4G. Nao se trata

de tecnologias excludentes, assim, todas poderao coexistir, em funcao das necessidades dos

usuarios que, poderao optar, por exemplo, por alguma das seguintes [Cuevas et al. 2002]:

� W-CDMA (UMTS): se trataria do meio de acesso mais caro (infra-estrutura e consumo

do terminal), mas com maior capacidade de mobilidade. No princıpio ofereceria uma

largura de banda reduzida comparada com o resto das tecnologias, mas proporcionaria

grande cobertura e mobilidade.

� WLAN: a cobertura seria limitada devido aos pontos de acesso. Assim, seria adequada

para cobrir determinadas areas, com menor custo e, uma largura de banda consideravel.

� Ethernet: com esta tecnologia perde-se toda mobilidade mas, alcanca a maior largura de

banda. Seria adequada para acesso em areas com grandes requisitos de largura de banda.

2.2 Arquitetura Geral para Redes 4G

A ideia principal das redes 4G e, ter um nucleo comum de Internet para todas as redes

de acesso diferentes. Parte dos servicos e fornecida pelos proprios dispositivos moveis e, parte

pelo domınio de servico. Deve haver suporte a QoS, seguranca e gerenciamento de mobilidade

e, a comunicacao movel sera baseada na Arquitetura Sem Fio Aberta (OWA - Open Wireless

Architecture) [Hu and Lu 2003].

A OWA garante que um terminal podera se conectar, automaticamente e sem emenda (inte-

gracao uniforme), aos sistemas locais sem fio de alta velocidade (WLANs, Wireless Broadband,

Loop Local Wireless, HomeRF, ATM Wireless), quando os usuarios estiverem em locais onde

essas redes de acesso estao disponıveis (escritorios, shopping center, aeroportos). Quando os

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usuarios estiverem em movimento, o mesmo terminal podera se conectar as redes moveis sem

fio (GPRS, W-CDMA, CDMA2000). Esta convergencia da comunicacao sem fio pode prover

as seguintes vantagens [Hussain et al. 2006] [Hu and Lu 2003]:

� Aumentar a eficiencia no uso da banda;

� Assegurar uma maior taxa de dados ao terminal sem fio;

� Melhorar o compartilhamento dos recursos de rede e canais de utilizacao;

� Gerenciar com eficiencia, QoS e aplicacoes multimıdia.

Os modulos da arquitetura devem incorporar as seguintes entidades [Hussain et al. 2006]

[Sun et al. 2001]:

� Usuarios: O foco e o movimento do usuario, para permitir seu acesso a rede domestica

quando este se move, envolvendo gerenciamento de localizacao e uma comunicacao pes-

soal;

� Terminais: Permite acesso aos servicos em qualquer hora e em qualquer lugar. A mobili-

dade terminal reserva aos usuarios moveis, a movimentacao atraves dos limites geograficos

das redes sem fio. O desafio maior de fornecer mobilidade do terminal dentro de uma

infra-estrutura 4G e, encontrar e atualizar as posicoes dos terminais nos varios sistemas;

� Redes: A mobilidade da rede e a habilidade da rede de suportar roaming de uma sub-rede

inteira, estruturada ou ad hoc. A reconfiguracao da rede pode ser obtida pela reconfi-

guracao das pilhas de protocolo, e os recursos da rede podem ser dinamicamente alocados

para lidar com a carga de trafego, a condicao do canal e, a variacao do ambiente de

servico. De acordo com os tipos de servico, nıveis multiplos de QoS podem ser definidos;

� Aplicacoes: A aplicacao movel deve consultar o perfil do usuario de modo que os servicos

possam ser entregues de sua maneira preferida, ou seja, servicos personalizados baseados

em contexto.

A incorporacao de novas funcoes em protocolos e mecanismos de mobilidade existentes

nao resolve apropriadamente as demandas dos futuros cenarios de comunicacao. Consequente-

mente, a nova ”Arquitetura Movel”necessita ser definida, baseada em princıpios como diversi-

dade, adaptabilidade, harmonizacao entre camadas, gerenciamento de nome [Sun et al. 2001]

[Hussain et al. 2006].

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2.3 Visoes 4G

2.3.1 Visao 1: Integracao de Redes Sem Fio Infra-estruturadas

O primeiro passo rumo a Quarta Geracao e a integracao das redes sem fio infra-estruturadas

[Dias et al. 2006], nas quais as MSs (Mobile Station) se conectam as BSs (Base Station) ou

APs (Access Point) que, por sua vez, sao conectados as redes cabeadas e a Internet atraves de

roteadores e gateways. Estes sistemas infra-estruturados incluem WLANs, WMANs e WWANs.

Os principais aspectos considerados nesta integracao sao: selecao da rede, AAA e, rotea-

mento atraves da infra-estrutura fixa conectando os APs e a rede 3G [Dias et al. 2006].

Uma integracao 3G/WLAN seria importante por unir as melhores caracterısticas destes

dois tipos de rede. As WLANs fornecem cobertura em hot spots (areas publicas como, aero-

portos e hoteis, onde existem WLANs instaladas). A rede celular, por sua vez, proporciona

cobertura de longo alcance com suporte a mobilidade mas, com taxa de transmissao de dados

consideravelmente, menor.

A Figura 2.1 apresenta um cenario para esta integracao. A rede celular e conectada a

Internet atraves de suas BSs e, as WLANs e os hot spots, atraves de seus APs. Esta conexao

com o nucleo da rede (no caso, Internet) e realizada pelos gateways e roteadores. Assim, um

usuario que encontra-se em uma area de intersecao entre a rede celular e a WLAN 802.11b,

por exemplo, poderia decidir a partir de qual rede obteria acesso, ou entao, isso poderia ser

realizado automaticamente, dependendo do servico que o usuario fosse utilizar, baseando-se em

requisitos adequados e, de seu interesse.

Este tipo de cenario tem sido considerado por operadoras de redes celulares como uma

oportunidade para melhorar os servicos oferecidos aos seus clientes pois, eles teriam a opor-

tunidade de acessar a Internet atraves de WLANs, usando credenciais das redes celulares

[Dias et al. 2006]. Entretanto, desenvolver esta integracao de forma transparente ao usuario

ainda e uma difıcil questao pesquisada por orgaos como, a 3GPP e 3GPP2 (Third Generation

Partnership Project 2) e, pela industria.

2.3.2 Visao 2: Integracao com Redes Sem Fio Multi-Hop

Um segundo cenario, ainda mais complexo, e a integracao de redes sem fio infra-estruturadas

(por exemplo, WLANs e redes celulares) com as redes moveis ad hoc (MANET - Mobile Ad-hoc

NETwork), a qual permite a comunicacao entre MSs (Mobile Station) sem nenhuma infra-

estrutura fixa. A motivacao para integracao dessas plataformas de redes sem fio e a mesma das

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Figura 2.1: Cenario integrado Celular/WLAN [Dias et al. 2006].

demais integracoes que vem sendo investigadas: fornecer informacoes e servicos a dispositivos

portateis diferentes, em qualquer hora e em qualquer lugar. Mas a integracao de tais tecnolo-

gias, com potencialidades e funcionalidades diferentes, e uma tarefa extremamente complexa e,

envolve mudancas em todas as camadas da pilha de protocolo.

A primeira etapa para o fornecimento eficaz e eficiente de servicos de dados, e integrar

WLANs, WPANs, WMANs e WWANs, observando sua caracterıstica comum: o modo de

operacao one-hop (single-hop ou infra-estrutura), no qual o usuario acessa o sistema atraves

de uma BS (Base Station) ou um AP (Access Point). A segunda etapa e estender isto a um

ambiente de comunicacao multi-hop usando o paradigma de MANETs, em que, cada dispositivo

movel atua como um roteador e, usando o protocolo de roteamento multi-hop, os dispositivos

colaboram entre si para encaminhar os pacotes de dados ate o destino. O protocolo multi-hop

viabiliza conexoes alternativas dentro dos hot-spots e estende a cobertura do sistema para alem

daquela proporcionada pelas BSs ou APs [Dias et al. 2006] [Cavalcanti et al. 2005].

O cenario para esta integracao e apresentado na Figura 2.2. As redes infra-estruturadas sao

conectadas ao nucleo de rede (Core Network - CN) atraves de seus APs e BSs (da mesma ma-

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neira que no cenario anterior). Mas neste, existe uma segunda opcao para realizar comunicacao,

o modo ad hoc, em que, os dispositivos moveis comunicam-se, sem nehuma infra-estrutura. E,

considerando que, um destes dispositivos esta conectado a infra-estrutura, os demais podem

transmitir seus dados (e receber) ao CN, atraves deste.

Figura 2.2: Cenario integrado Celular/WLAN/MANET [Cavalcanti et al. 2005].

Embora os dispositivos em um MANET comuniquem-se, frequentemente, atraves das relacoes

de WLAN/WPAN, o seu modo de operacao multi-hop tem diferencas associadas que, nao sao

consideradas no modo de operacao single-hop. Entao, MANETs (que operam no modo multi-

hop) e WLANs/WPANs (que operam na modalidade single-hop), necessitam ser diferenciadas

nas solucoes dos projetos de integracao [Cavalcanti et al. 2005].

As arquiteturas de integracao pesquisadas pelo 3GPP e 3GPP2 consideram somente operacoes

no modo infra-estruturado e nao desenvolvem pesquisas referentes a comunicacao multi-hop. A

integracao com o paradigma MANETs e bem mais complexo, devido a natureza dinamica da

comunicacao multi-hop [Dias et al. 2006].

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2.3.3 Visao 3: Perspectiva do Usuario

A principal diferenca entre esta terceira visao e, as duas consideradas anteriormente e que,

esta, considera o usuario como o principal elemento no contexto 4G pois, se o sistema nao e

amigavel, o usuario nao podera se beneficiar dos aspectos tecnologicos da rede.

Assim, o sistema deve ser construıdo a partir da sensibilidade do usuario, que se encon-

tra no centro do processo, baseando-se na teoria Heliocentrica de Copernico [Dias et al. 2006]

[Frattasi et al. 2006]. As caracterısticas tecnologicas das redes 4G sao representadas pelos pla-

netas e, a sua distancia do centro e relativa a escala de sensibilidade do usuario (Figura 2.3).

Deste modo, considerando apenas os aspectos distantes do centro, tem-se um sistema base-

ado na tecnologia, onde a heterogeneidade da rede e mais importante do que o usuario e suas

necessidades.

Figura 2.3: Sistema centrado no usuario [Frattasi et al. 2006].

Esta representacao tambem mostra algumas interdependencias como, a personalizacao de

servico que, e um satelite da heterogeneidade do terminal que, por sua vez, possui satelites

relacionados a projeto e a transferencia da personalizacao.

Deste modo, para se construir sistemas 4G centrados no usuario, o projeto deve focalizar

a camada superior da pilha de protocolos, obtendo a maxima sensibilidade do usuario, antes

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de ampliar funcionalidades das camadas mais baixas, referentes a tecnologia heterogenea. As-

sim, o usuario podera se beneficiar dos servicos e da heterogeneidade das redes disponıveis,

selecionando a melhor opcao a partir de seus proprios requisitos, como custo, por exemplo.

Varias arquiteturas para redes 4G ja foram propostas, baseadas nas visoes 1 e 2. Estas, e

outros projetos para integracao de redes heterogeneas, serao abordados no capıtulo 3.

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Capıtulo 3Arquiteturas para Redes 4G

3.1 Arquiteturas

Algumas das principais arquiteturas para redes 4G sao descritas neste capıtulo, cujo ob-

jetivo e apresentar, de modo geral, o que vem sendo pesquisado nesta area, a fim de integrar

redes heterogeneas. Sao elas: arquitetura Moby Dick, Redes Ambiente, as arquiteturas para

integracao 3G/WLAN, Loose Coupling e Tight Coupling, e, as arquiteturas para integracao

de redes 3G/WLAN/MANET, UCAN (Unified Cellular and Ad-Hoc Networks architecture),

iCAR Integrated Cellular and Ad Hoc Relaying Systems), A-GSM (Ad-hoc GSM) e CAMA

(Cellular Aided Mobile Ad-hoc Network).

3.2 Arquitetura Moby Dick

O projeto europeu Moby Dick (Mobility and Differentiated Services in a Future IP Network)

[Dias et al. 2006], foi criado em 2000 e encerrado em dezembro de 2003. Seu principal objetivo

era prover suporte a mobilidade, QoS e AAA, em uma rede heterogenea composta por tecno-

logias UMTS, WLAN e LANs, baseando-se no IPv6. Deste modo, o projeto Moby Dick trata

essas tecnologias nas camadas fısica e de enlace e, as camadas superiores sao suportadas pelo

IPv6.

A arquitetura desenvolvida por esse projeto baseou-se em tres metas:

� Implementacao do maior numero possıvel de funcoes, baseando-se no IPv6;

� Provisionamento de servicos de tempo real com qualidade, pelo menos equivalente, as

atuais redes celulares;

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� Servicos proporcionados independente de rede de acesso e, sem interrupcoes causados por

handoffs.

Os principais elementos da arquitetura Moby Dick sao: dispositivos moveis equipados com

interfaces de diferentes redes (CDMA, WLAN e Ethernet), e roteadores de acesso (BSs 2G e

3G, com capacidades IP) conectando as interfaces sem fio com as cabeadas.

Cada roteador de acesso controla uma sub-rede IP, referente a uma celula. Para prover

mobilidade transparente adotou-se o fast handoff que, prepara o handoff na camada de rede

antes que o handoff da camada de enlace (dependente da tecnologia utilizada) seja realizado.

Quando um handoff esta prestes a acontecer, o roteador de acesso e avisado e, enquanto a

funcao estiver sendo executada, ele envia os pacotes destinados ao terminal em questao para

os dois pontos de acesso envolvidos no processo, reduzindo a perda de pacotes.

Alem desses elementos apresentados, sao utilizados servidores na parte fixa da rede para

provisao de, gerenciamento de mobilidade, AAA, QoS e paging (sua definicao encontra-se no

proximo capıtulo) [Dias et al. 2006].

Enfim, esse projeto foi um dos primeiros a analisar solucoes baseadas no IP para integracao

de redes heterogeneas. A arquitetura apresenta melhoramentos do MIP (abordado no capıtulo

seguinte) para a realizacao de fast handoff, suporta paging, QoS e, incorpora servidores AAA,

mas nao considera a integracao com redes ad hoc sem fio.

Algumas experiencias foram realizadas conectando os membros do projeto localizados em

Madri (Espanha) e Stuttgart (Alemanha), atraves de uma rede IPv6, trafegando dados e voz

e, os resultados foram satisfatorios [Dias et al. 2006].

3.3 Redes Ambiente

Redes ambiente (AN - Ambient Networks) [Dias et al. 2006], e um projeto europeu com

inıcio em 2004, cuja definicao e relativa a utilizacao de varias abstracoes a fim de combinar di-

ferentes metodos e protocolos, para a construcao de uma estrutura independente de tecnologias

de rede. E, esta cooperacao entre as redes deve ser, transparente (ou seja, sem incompatibilida-

des), sob demanda e, sem necessidade de pre-configuracao ou negociacao entre suas operadoras,

para que os assinantes possam ter acesso. Para isto, essa arquitetura possui um plano de con-

trole comum distribuıdo, apresentado na Figura 3.1, como um espaco de controle de redes

ambiente (ACS - Ambient Control Space).

Um ACS e composto por entidades que representam as funcionalidades da rede, como,

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acesso a radio, mobilidade, roteamento inteligente de mıdia, gerenciamento de contexto. O

ACS possui tres interfaces: ASI (Ambient Service Interface), ANI (Ambient Network Interface)

e ARI (Ambient Resource Interface) que, permitem a interacao com o ACS.

Os ACSs de diferentes ANs comunicam-se utilizando a interface ANI. A interface ASI prove

abstracao de conectividade para os servicos. E, a ARI, oferece abstracao de conectividade entre

o espaco de controle da rede e o AC (Ambient Connectivity), proporcionando mecanismos que

o ACS pode usar para gerenciar recursos que se localizam no AC, como, roteadores, filtros,

proxies ; ja que o AC, representa uma infra-estrutura qualquer de transferencia de dados.

Figura 3.1: Plano de controle de redes ambiente [Dias et al. 2006].

Um novo e importante conceito, em AN, e o de composicao de redes, que e o que propor-

ciona a cooperacao entre redes heterogeneas. Como esta composicao deve ser sob demanda,

ela tambem deve ser rapida o suficiente para redes em movimento. Quando acontece uma

composicao entre duas ANs, elas podem usar um novo identificador, constituindo entao, uma

nova rede, ou, uma pode ser agregada a outra, se tornando entao, uma extensao desta, que

passa a utilizar o seu identificador. Seus ACSs decidem quais servicos e dispositivos serao

compartilhados e, interagem de forma que, as ANs compostas sejam vistas como uma unica

AN.

As ANs sao tambem constituıdas por nos (nodes), enlaces (que conecta os nos independen-

temente do tipo de rede) e, caminhos (paths) (sequencia de nos pelos quais, o trafego flui em

um determinado momento; ele pode ser estatico ou dinamicamente estabelecido). As funcoes

de controle das ANs,entretando, nao trabalham em nıvel de nos, enlaces e caminhos. A in-

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terface ARI prove uma abstracao de conectividade chamada fluxo, sobre as quais o espaco de

controle opera. Fluxos sao transferencias de dados entre duas instancias da interface ARI, sao

unidirecionais e, retidos em uma unica tecnologia de rede, finalizando nos elementos de borda.

A estrutura de nomeacao das ANs segue um modelo em camadas, com o objetivo de prover

associacoes dinamicas entre entidades de diferentes nıveis. O modelo focaliza-se nas entidades

e nao em seus nomes, tornando a escolha do espaco de nomes, flexıvel e, os nomes das entidades

sem relacao com a sua localizacao, suportando os diferentes tipos de mobilidade, sem que seja

preciso implemementar mecanismos adicionais.

3.4 Arquiteturas para Integracao de Redes 3G e WLAN

Em um comparativo entre WLANs e sistemas celulares, pode-se verificar que as WLANs

possuem maiores taxas de transmissao de dados e que, as redes baseadas em sistemas celulares

possuem uma area de abrangencia geografica maior. Assim, as operadoras de redes celulares

podem verificar o uso de WLANs como complemento as suas redes de acesso, proporcionando

maiores taxas de transmissao de dados aos seus clientes, em hot spots.

Entao, as principais motivacoes para esta integracao sao: melhorar o pacote de servicos

oferecido aos clientes de operadoras de sistemas celulares e, aliviar o trafego de dados na banda

de frequencia da rede celular [Dias et al. 2006].

A integracao entre redes 3G e WLAN esta sendo pesquisada por varios grupos de padro-

nizacao como, 3GPP, 3GPP2 e ETSI (European Telecommunication Standards Institute).

Dentro deste contexto (3G/WLAN), foi definido, pelo 3GPP, varios nıveis de integracao,

os quais focam o tipo e, a qualidade de servico oferecidos aos usuarios. Cada um destes

nıveis habilitam uma capacidade especıfica e podem ser encontrados em [Dias et al. 2006] e

[Bresil 2004].

Este trabalho aborda requisitos de apenas um destes nıveis 3GPP: acesso aos servicos de

dados (Internet) tanto pelas redes WLAN como pelas redes celulares, sem perda na continuidade

do servico e, sem considerar QoS. Especificamente, sera abordado a integracao de sistemas

celulares GPRS e UMTS, com WLANs. Para isto, serao apresentadas a seguir, as arquiteturas

Loose Coupling e Tight Coupling. Como as redes 2,5G GPRS e 3G UMTS utilizam o mesmo

nucleo de rede (CN - Core Network) para trafego de pacotes [Bresil 2004], a nomenclatura CN

GPRS/UMTS sera utilizada para se referir a rede estruturada usando tecnologia GPRS ou

UMTS.

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3.4.1 Loose Coupling

A arquitetura Loose Coupling [Bresil 2004], foi desenvolvida para a integracao entre WLANs

e GPRS e, sua arquitetura e mostrada na Figura 3.2.

Figura 3.2: Integracao entre GPRS e WLAN utilizando-se a Loose Coupling [Bresil 2004].

A WLAN e integrada a rede GPRS atraves da rede IP da operadora de celular. Assim,

os dados da WLAN nao passam pelo CN GPRS/UMTS, eles vao diretamente para a Internet

ou, para a rede IP. O CN GPRS/UMTS e composto pelas entidades: CG (Charging Gateway),

GGSN (Gateway GPRS Support Node), SGSN (Serving GPRS Support Node), AuC

(Authentication Center) e, HLR que esta ligado ao servidor AAA; essas tres ultimas entidades

realizam, em conjunto, registro e autenticacao. A tradicional WLAN tambem, nao possui

entidades adicionais, sua conexao a rede GPRS ocorre atraves de um roteador de seu sistema

de distribuicao.

A mobilidade e o roaming entre as redes WLAN e GPRS podem ser suportados atraves de

[Bresil 2004]:

� Uma conexao dedicada entre a WLAN e a rede IP, indicada pela linha pontilhada na

Figura 3.2, ou;

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� Da Internet.

Caso a WLAN nao seja propriedade da operadora de celular, acordos de roaming sao ne-

cessarios.

Esta arquitetura usa os protocolos padronizados pela IETF (Internet Engineering Task

Force) para AAA e gerenciamento de mobilidade. A autenticacao baseada nos cartoes SIM

tambem pode ser suportada, para que o usuario ganhe acesso aos servicos das duas redes.

A Figura 3.3 apresenta a arquitetura Loose Coupling, em termos de componentes que a

integram.

A integracao entre os dois tipos de rede, acontece por intermedio do servidor AAA. Para

a rede WLAN, o servidor AAA e um servidor de autenticacao de usuarios e, para o sistema

celular ele requisita credenciais de usuarios para o AuC e o HLR (semelhante um VLR de uma

rede estrangeira), da PLMN (Public Land Mobile Network), onde o usuario esta registrado.

Estas requisicoes sao feitas atraves de sinalizacao SS7 (Signaling System 7) [Bresil 2004].

O STP (Signaling Transfer Point) e o SCCP Gateway (Signaling Connection Control Part)

tem a funcao de rotear as mensagens de sinalizacao para os nos de destino dentro das PLMNs,

utilizando os enderecos do SS7, denominados DPC (Destination Point Code).

Figura 3.3: Componentes de sistema da rede 3G/WLAN [Bresil 2004].

3.4.2 Tight Coupling

A arquitetura Tight Coupling [Bresil 2004], realiza integracao entre as redes WLANs e

o CN GPRS/UMTS. Deste modo, tanto o trafego de sinalizacao como os dados do usuario

passam pelo CN GPRS/UMTS e, entao, os servicos de infra-estrutura ja existentes no CN

GPRS/UMTS como, mobilidade, QoS e seguranca, sao aproveitados pela arquitetura. Sendo

a mesma apresentada na Figura 3.4.

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Figura 3.4: Integracao entre CN GPRS/UMTS e WLAN na arquitetura Tight Coupling[Bresil 2004].

Nesta arquitetura de integracao, a WLAN funciona como uma rede de acesso alternativa

e, o CN GPRS/UMTS nao pode identificar diferencas entre o acesso feito por uma WLAN e

por uma rede com tecnologia GPRS/UMTS. Isto ocorre devido a presenca de um elemento

chamado IWF (Inter Working Function).

O IWF e responsavel pela conexao da rede WLAN ao CN GPRS/UMTS. Ele conecta o

sistema de distribuicao da WLAN ao SGSN (Serving GPRS Support Node) atraves da interface

GPRS Gb ou UMTS Iu e, faz com que o SGSN considere a WLAN como sendo uma outra rede

de acesso com tecnologia GPRS ou UMTS. Entao, sua principal funcao e prover uma interface

padrao entre a WLAN e o CN GPRS/UMTS, ocultando, assim, as caracterısticas especıficas

das WLANs.

Entao, o que difere a arquitetura Tight Coupling de Loose Coupling e que, nesta, o sistema

de distribuicao da WLAN esta conectado diretamente ao CN GPRS/UMTS da rede celular,

atraves da interface GPRS Gb ou UMTS Iu, proporcionando uma real integracao de arquite-

turas, e nao de servicos.

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3.5 Arquiteturas para Integracao de Redes 3G, WLAN

e MANETs

Alem da integracao entre as rede infra-estruturas 3G e WLAN, a integracao destas, com as

redes ad hoc sem fio tambem tem sido considerada, a fim de aumentar a capacidade e a area

de cobertura.

Assim, varias arquiteturas vem sendo propostas, para suportar a integracao entre redes

infra-estruturadas que, utilizam o modo de comunicacao single-hop e, as que utilizam paradigma

multi-hop, e estas, devem resolver problemas adicionais, relativos a esta forma de comunicacao

como, sobrecarga de controle para descobrir e manter rotas validas. A seguir, serao apresentadas

algumas dessas arquiteturas propostas: a UCAN, iCAR, A-GSM e CAMA.

3.5.1 UCAN

As MSs (Mobile Station) na arquitetura UCAN (Unified Cellular and Ad-Hoc Networks

architecture) [Luo et al. 2003], devem possuir uma interface para rede celular CDMA/HDR e

uma interface para WLAN (802.11b, operando no modo ad hoc).

HDR (High Data Rate - Taxa de dados elevada), e uma parte integrada do CDMA2000, o

qual fornece uma taxa de dados maxima de 2.4Mbps para downlink e para uplink, 153.6Kbps.

Usuarios que compartilham o downlink HDR usam TDM com slots de tempo de 1,67ms cada.

A cada instante de tempo, os dados para um cliente especıfico sao transmitidos, e a taxa de

dados e determinada pela condicao do canal do cliente. A duracao da transmissao para cada

cliente e determinada por um algoritmo que realiza escalonamento de downlink.

O objetivo primordial da arquitetura UCAN e melhorar a vazao quando o sinal entre a

MS e a BS (Base Station) estiver fraco, utilizando o roteamento multi-hop. Para descobrir as

condicoes do canal de downlink, as MSs monitoram as mensagens enviadas pela BS. Assim,

quando o sinal entre a MS e a BS estiver fraco, os pacotes destinados as MS sao enviados

atraves de um gateway, no modo ad hoc. Deste modo, as MSs necessitam realizar duas tarefas:

� Descobrir os gateways que trabalham como uma interface entre a rede celular e a forma

de comunicacao ad hoc e;

� Decidir quando executar handoffs entre a conexao com a BS (modo single-hop) e o modo

ad hoc.

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Isso ocorre da seguinte maneira: a BS envia quadros de dados as MSs no canal de downlink

do HDR. Quando uma MS percebe uma degradacao na taxa de dados que esta recebendo, ela

envia um pedido de rota pela interface da WLAN (ad hoc). A propagacao desse pedido tem um

tempo de vida, relativo ao numero de saltos. Apos isso, uma nova rota pode ser estabelecida,

usando um gateway para enviar os dados da BS.

Assim, a arquitetura UCAN proporciona apoio a rede celular, atraves da WLAN e, ela pode

ser aplicada a um cenario hot spot.

3.5.2 iCAR

A arquitetura iCAR (Integrated Cellular and Ad Hoc Relaying Systems) [Wu et al. 2001],

dirige-se ao problema de congestionamento, devido ao trafego desequilibrado em um sistema

celular e, fornece interoperabilidade para redes heterogeneas. Para isto, usa estacoes ARS (Ad

hoc Relaying Stations) para balancear o trafego entre celulas, evitando sobrecargas. As ARSs,

operam em dual-modo, com uma interface realizando comunicacao com as BSs do sistema

celular e outra, baseada em WLAN, para realizar comunicacao com outros ARSs, em modo ad

hoc. E, elas tem sua mobilidade controlada pelo MSC da rede celular, embora o RNC (Radio

Network Controller) nos sistemas 3G, tambem possam realizar este trabalho.

Em um sistema celular atual, se uma MS A realiza uma nova chamada em uma celula

congestionada X, esta nova chamada sera obstruıda. No sistema proposto, a chamada nao pode

ser obstruıda. Para isto, as ARSs desviam o trafego de uma celula congestionada para uma nao

congestionada, ou seja, apesar da MS de origem e da MS de destino estarem localizadas em

celulas congestionadas, a ARS em uma celula adjacente (nao congestionada) realiza a conexao.

Tres metodos de transmissao podem ser utilizados quando uma nova chamada e realizada em

uma celula congestionada: transmissao primaria, transmissao secundaria e, transmissao em

cascata.

Quando uma MS A inicia uma chamada na celula congestionada X e, pode conectar-se

diretamente a uma ARS, a ARS desvia a chamada da MS A para uma celula adjacente Y,

constituindo uma transmissao primaria.

Caso nao haja nenhuma ARS disponıvel para A, uma chamada em andamento de uma MS

B, na celula X, e transferida para uma celula adjacente usando outro ARS. Assim, um canal e

liberado e pode ser usado pela MS A, ocorrendo entao, uma transmissao secundaria.

Se as duas solucoes anteriores nao forem possıveis, uma chamada originada pela MS C, na

celula Y, e desviada para uma terceira celula, Z, para que a chamada da MS B, na celula X,

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possa ser transferida para Y e, a nova chamada, iniciada pela MS A, ser aceita na celula X.

Isto constitui, uma transmissao em cascata.

Alem do balanceamento da carga de trafego, esta arquitetura expande a area de cobertura

da rede celular pois, as MSs que nao estiverem sendo alcancadas por uma BS, podem acessar

o sistema atraves das ARSs.

3.5.3 A-GSM

A arquitetura A-GSM (Ad-hoc GSM) [Aggelou and Tafazolli 2001], prove conectividade em

areas onde o sinal da rede celular esteja muito fraco, realizando as transmissoes no modo ad hoc.

Os terminais possuem uma interface para GSM (uma rede infra-estruturada) e uma interface

para A-GSM (uma MANET). Uma interface e usada, enquanto a outra indica uma forma de

conexao alternativa.

Os terminais possuem uma unidade interna denominada DIMIWU (Internetworking Unity)

que, executa todas as adaptacoes requeridas para as interfaces GSM e A-GSM. Na camada de

enlace, o modo A-GSM utiliza uma adaptacao do GSM que, transmite quadros de controle,

para anunciar a capacidade da estacao de ser usada como no de transmissao em modo ad hoc.

A mensagem de anuncio pode incluir a identificacao da BS (Base Station) com a qual ela pode

se conectar, e tambem, o numero de saltos necessarios para alcanca-la.

Os terminais tambem tem um gerenciador de recursos que, decide quais pedidos de trans-

missao serao aceitos.

Assim como a UCAN, a principal vantagem em utilizar a arquitetura A-GSM e prover apoio

a rede celular (desta vez, GSM), atraves de uma MANET. Apesar desta arquiteura ter sido

projetada para redes GSM, seus prıncipios podem ser aplicados em um ambiente que possua

outra rede celular.

3.5.4 CAMA

A CAMA (Cellular Aided Mobile Ad-hoc Network) [Bhargava et al. 2004] [Dias et al. 2006]

nao e uma arquitetura generica para redes sem fio heterogeneas, mas, tem como objetivo,

melhorar o desempenho das MANETs, utilizando a infra-estrutura celular.

A rede celular e usada por essa arquitetura, apenas para controlar as operacoes da MANET

proporcionando autenticacao, roteamento e seguranca. Apenas dados de controle transmitidos

atraves da rede celular, ou seja, os canais da rede celular sao usados para sinalizacao pelas MSs

(Mobile Station), para conectarem-se com agentes CAMA, presentes na infra-estrutura celular.

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Os agentes CAMA fazem descoberta de rota atraves do MSGPR (Multi-Selection Greedy

Positioning Routing). Neste roteamento baseado em posicionamento, as MSs possuem GPS

(Global Positioning System) e, anunciam sua posicao para o agente CAMA usando os canais

da rede celular.

Diferentemente das arquiteturas anteriores, nesta, a rede celular e que e usada para melhorar

o desempenho das MANETs, mas, uma observacao importante e que, a carga de sinalizacao

aumenta na rede celular, e isto, pode interferir no QoS oferecido aos usuarios desta.

As altas taxas de dados das MANETs poderia torna-las apropriadas para os servicos mul-

timıdia, entretando, devido a sua alta mobilidade, o QoS necessario para tais servicos nao e

garantido, podendo haver grandes atrasos e interferencias.

Nos capıtulos posteriores, protocolos tradicionais de gerenciamento de mobilidade serao

discutidos e avaliados, a fim de se concluir a respeito de sua utilidade e adequacao as novas

redes, a 4G.

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Capıtulo 4Protocolos de Gerenciamento de Mobilidade

4.1 Gerenciamento de Mobilidade

Gerenciamento de mobilidade e o metodo que permite que as estacao moveis se comuniquem

de forma transparente, mesmo quando estao em movimento ou, mudam seu ponto de acesso. O

gerenciamento de mobilidade tradicional, usado atualmente pelas redes 2G e 3G, suporta apenas

a mobilidade da estacao final. Assim, o gerenciamento de mobilidade tradicional consiste em

duas estapas: gerenciamento de localizacao e gerenciamento de handoff [Dias et al. 2006].

O gerenciamento de localizacao consiste em registro e atualizacao de localizacao (LU -

Location Update) e, paging, usadas para descobrir o atual ponto de acoplamento da MS (Mobile

Station) com a rede, a fim de permitir a continuidade na entrega dos dados. Em determinados

instantes (apos mudar de sub-rede, por exemplo), a MS informa a rede, a sua localizacao atual;

assim, o processo de busca de uma estacao que se move e chamado de LU; ele pode ser realizado

atraves de, por exemplo, um temporizador que expira ou, em funcao da distancia percorrida

pela MS. Quando uma estacao inativa precisa ser encontrada, a rede realiza uma busca atraves

do metodo de paging.

Ja o gerenciamento de handoff permite a continuidade na conexao de uma MS, mesmo

quando esta se move e muda seu ponto de acoplamento com a rede. O gerenciamento de

handoff consiste em tres etapas: iniciacao, geracao da conexao e controle do fluxo de dados

[Dias et al. 2006]. Quando uma MS muda seu ponto de conexao, ela envia um pedido de inıcio

do processo de handoff para a BS da sub-rede atual que, se comunica com a BS (Base Station)

da sub-rede de destino e, entao, o seu controle e transferido para a BS da sub-rede de destino.

A fase de geracao da conexao consiste na mudanca do endereco da MS, adquirido atraves da

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nova sub-rede. O envio e recebimento de dados pode ser iniciado apos a obtencao do novo

endereco (registro), concluindo assim a terceira etapa.

Devido as caracterısticas dos novos cenarios tecnologicos proporcionados por redes 4G, em

especial, o aumento nos requisitos dos usuarios, novos tipos de mobilidade estao emergindo.

Sao elas [Dias et al. 2006]:

� Mobilidade pessoal: o usuario pode conectar-se globalmente usando um unico identi-

ficador pessoal, podendo originar e receber uma sessao atraves de qualquer terminal

autorizado;

� Mobilidade de sessao: o usuario pode manter uma sessao em andamento enquanto troca

de terminal. De um telefone celular para um notebook conectado, por exemplo;

� Mobilidade de servico: o usuario pode obter servicos personalizados de forma consistente,

mesmo conectado a uma rede estrangeira.

A mobilidade da estacao (semelhante a mobilidade de servico) pode ser, ainda, classificada

em: micromobilidade e macromobilidade [Dias et al. 2006]. A micromobilidade permite que a

estacao (e seu usuario) se movimente entre sub-redes distintas que estao sob o mesmo domınio

administrativo. A macromobilidade permite a movimentacao entre sub-redes de domınios ad-

ministrativos diferentes.

O procedimento de handoff pode ser classificado como soft e hard, e tambem como horizontal

e vertical [Dias et al. 2006]. O handoff horizontal ocorre entre pontos de acesso da mesma

tecnologia de rede, por exemplo, entre celulas de uma rede UMTS. E o handoff vertical, ocorre

entre pontos de acesso de diferentes tecnologias de rede como, por exemplo, celulas UMTS e

WLAN.

4.2 IP e a Mobilidade

O desenvolvimento das redes sem fio causou grande conflito com a estrutura existente na

Internet. O fato das estacoes poderem estar ligadas a rede sem possuir um suporte de conecti-

vidade cabeado, podendo, portanto, movimentar-se livremente, e muito importante, sobretudo

no contexto das novas aplicacoes. Mas, do ponto de vista tecnologico, representaram um desafio

significativo, uma vez que ainda nao existiam mecanismos de suporte necessarios.

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Contudo, a estrutura da rede permitia que fossem criados novos protocolos que forneces-

sem os requisitos desejados, podendo assim, estender-se as novas funcionalidades, mantendo a

compatibilidade com toda a estrutura e protocolos ja existentes.

O problema com o enderecamento IP e que, ele foi desenvolvido de uma forma simples, na

qual cada endereco esta associado a uma unica rede IP. Os algoritmos usados na transmissao

de pacotes na Internet, enviariam cada pacote IP (datagrama) de no em no, passando por

diversas redes ate chegar a rede de destino onde, a MS (Mobile Station) de destino deveria

estar localizada. Desta forma, as MSs nao poderiam se mover entre redes, mas apenas no

interior de sua rede de origem, para que sua localizacao fısica coincidisse com seu endereco IP

(Figura 4.1, movimentos 1, 2, 3 e 4).

Assim sendo, caso a MS saısse da rede de origem, a sua conectividade seria interrompida

(Figura 4.1, movimento 4). Entao, todos os pacotes a ele destinados seriam entregues em sua

rede de origem, e nao na rede visitada, sendo perdidos.

Figura 4.1: Mobilidade possıvel utilizando-se protocolo IP.

4.3 Macromobilidade e Micromobilidade

A separacao da rede em domınios hierarquicos divide o problema do gerenciamento de mobi-

lidade em dois subproblemas diferentes: macromobilidade e a micromobilidade [Dias et al. 2006].

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A macromobilidade refere-se a movimentacao de estacoes entre domınios administrativos

distintos. Assim, os domınios e a rede global devem colaborar para garantir conectividade

transparente ao usuario enquanto ele se movimenta. Esta categoria inclui as solucoes: MIPv4

(Mobile IPv4) [Perkins 2002a] e MIPv6 (Mobile IPv6) [Perkins and Johnson 1996]

[Johnson and Perkins 2004].

A micromobilidade esta relacionada com a mobilidade dentro de um unico domınio adminis-

trativo. Em geral, os protocolos de micromobilidade pertencem a um dos dois grupos a seguir

[Dias et al. 2006]:

� Abordagem baseada em tunel hierarquico: os protocolos deste grupo utilizam varios

agentes estrangeiros (FA - Foreign Agent) que, mantem parte do banco de dados de

localizacao, em estrutura de arvore. Uma determinada entrada do banco de dados, contem

o endereco do proximo FA no caminho para atingir uma MS (Mobile Station) especıfica.

Pacotes de dados destinados a esta MS sao entregues encapsulados para o FA raiz da rede

visitada e, cada FA nos nıveis inferiores da estrutura em arvore, desencapsula os pacotes,

busca em seu banco de dados pela entrada correspondente e, encaminha-os para outro FA

em um nıvel hierarquico mais baixo, ate que a MS em questao seja alcancada. Quando a

MS desloca-se, ela realiza atualizacao de localizacao (Location Update - LU) informando

um no da arvore localizado entre o novo e o antigo. A partir deste no da rede, cria-se um

novo tunel ate o AP (Access Point) atual da MS. Um exemplo deste grupo e o HMIPv6

(Hierarchical Mobile IPv6) [Soliman et al. 2005];

� Abordagem baseada em roteamento explıcito da MS: esta categoria, ao contrario da an-

terior, nao mantem bancos de dados de localizacao, cada no da rede (BSs e roteadores)

mantem uma de tabela de roteamento que, contem um ındice para o proximo salto no

caminho, ate o ponto de acesso da MS. Quando a MS desloca-se, mensagens de atua-

lizacao de localizacao sao enviadas ate o FA raiz ou, ate um no ancora localizado entre

o antigo e o novo caminho. Esta solucao nao requer uma estrutura em arvore, mas acar-

reta problemas de escalabilidade em funcao do numero de informacoes de roteamento

armazenadas, para cada MN (Mobile Node). Exemplos desta categoria sao: Cellular

IP [Campbell et al. 2000] [Allen et al. 1999] e, HAWAII (Handoff-Aware Wireless Access

Internet Infrastructure) [Ramjee et al. 2002].

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4.4 Protocolos de Macromobilidade

Esta classe de protocolos considera os movimentos das MSs (Mobile Station) entre domınios

administrativos distintos, detectando estes movimentos e criando os mecanismos necessarios

para que as MSs continuem a enviar e receber pacotes de dados normalmente. Assim, estes

domınios estao, geralmente, afastados geograficamente, ou mesmo, baseados em tecnologias di-

ferentes; entao, essas transicoes acontecem, normalmente, com menor frequencia, o que significa

que, esta classe de mobilidade nao tem um requisito muito rigoroso em relacao a velocidade do

handoff, admitindo-se breves interrupcoes na conexao.

A seguir, detalhes dos protocolos de macromobilidade: MIPv4 [Perkins 2002a]

[Perkins 2002b], MIPv6 [Perkins and Johnson 1996] [Johnson and Perkins 2004], MSCTP

(Mobile SCTP) [Dias et al. 2006], SIP (Session Initiation Protocol) [Handley et al. 1999]

[Rosenberg et al. 2002] [Donovan 2000] serao apresentados.

4.4.1 MIPv4

O IP movel (MIP - Mobile IP) [Perkins 1996], e a proposta da IETF (Internet Engineering

Task Force) como solucao para prover mobilidade na camada de rede, sendo a proposta mais

antiga para lidar com o gerenciamento de mobilidade na Internet.

O protocolo MIPv4 [Perkins 2002a] [Perkins 2002b], define tres novas entidades em sua

arquitetura para prover suporte a mobilidade: a estacao movel, chamado nesta arquitetura

de no movel (MN - Mobile Node), um agente domestico (HA - Home Agent), que trata a

mobilidade do movel em sua rede de origem (HN - Home Network), e um agente estrangeiro

(FA- Foreign Agent), que esta presente na rede estrangeira (FN - Foreign Network) para onde

o no movel deslocou-se. A seguir, uma analise mais detalhada das entidades MIPv4, ou seja,

seus componentes.

Entidades MIPv4

MN: um terminal que muda seu ponto de conexao de uma sub-rede para outra. Quando um

MN muda sua localizacao, ele adquire um novo endereco IP e, continua a se comunicar

com outros nos na Internet, assumindo a conexao atraves de um novo ponto de conexao

disponıvel.

HA: um roteador em uma HN de um no movel, ou seja, aquela em que o MN esta registrado.

Sua funcao e entregar os datagramas (pacotes IP) ao MN e, manter informacao sobre a

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localizacao atual deste MN. Mesmo quando o MN encontra-se em uma rede estrangeira

(ou rede visitada), os pacotes enviados a ele por um dispositivo que esteja realizando

comunicacao, denominado CN (Correspondent Node), sao capturados pelo HA, colocados

em um tunel e entregues.

FA: um roteador na rede visitada pelo MN, que prove servicos de roteamento a este, enquanto

estiver registrado. O FA retira os datagramas do tunel - enviados pelo HA - e, os entrega

ao MN. Para datagramas enviados pelo MN, o FA serve como um roteador padrao para

envia-los aos CNs.

Funcionamento do MIPv4

Quando um MN (Mobile Node) se desloca para uma FN (Foreign Network), ele recebe um

novo endereco IP. Este endereco local e administrado da mesma forma que um endereco IP

permanente, quando dado a um terminal estacionario. Este endereco, associado ao MN, reflete

seu atual ponto de conexao com a rede. A este tipo de endereco e dado o nome de CoA (Care-of

Address).

O funcionamento do MIP consiste em tres etapas principais: localizacao de agentes, registro

junto ao agente estrangeiro e roteamento indireto [Kurose and Ross 2006].

A localizacao de agentes se inicia quando o MN chega a uma rede estrangeira (ou rede

visitada), e pode ser realizada de duas maneiras: via anuncio de agente ou via solicitacao

de agente. No primeiro caso, os agentes que podem servir como Agentes Estrangeiros (FAs),

enviam mensagens periodicas em broadcast (por difusao), em todos os enlaces aos quais estao

conectados. Com a solicitacao de agente, o MN nao espera mensagens de anuncio, ele envia

uma mensagem de solicitacao, em broadcast e, ao receber esta mensagem, o agente emite um

anuncio unicast diretamente ao MN. Uma vez obtido o endereco IP que sera utilizado naquela

rede, o MN o registra com o seu HA. Isso pode ser feito diretamente pelo MN, ou atraves

do FA, caso o endereco utilizado pertenca ao FA. Pode-se obeservar que, o MIPv4 apresenta

esta necessidade de registro e autenticacao cada vez que o MN se movimenta e, tres nıveis de

autenticacao sao necessarios: o MN deve autenticar-se com o FA, o FA com HA, e o MN com

o HA; para que usuarios ilegais nao possam adquirir servicos do sistema usando ataques.

Apos as fases de localizacao e registro, uma entrada para o novo endereco do MN e inserida

na tabela de roteamento do HA e todos os pacotes que forem enderecados a ele serao enviados

atraves de um tunel mantido entre o HA e o detentor do CoA (que pode ser o FA ou o proprio

MN). Esses pacotes sao encapsulados, por exemplo, dentro de outro pacote IP, tendo como

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endereco de destino o CoA. Deste modo, serao roteados atraves da rede ate o final do tunel.

E importante ressaltar que, existem duas alternativas para aquisicao do care-of adress : o

foreign agent care-of adress adquirido pelo FA e, o co-located care-of adress, que e o care-of

adress adquirido pelo MN como um endereco IP local. E, se um tunel e criado somente ate o

FA, entao todos os nos moveis servidos pelo mesmo FA podem compartilhar o mesmo care-of

adress ; se o tunel e criado ate o MN, entao todo MN precisa ter seu proprio CoA [Perkins 2002a].

A Figura 4.2 ilustra o roteamento de datagramas de um CN (Correspondent Node), desti-

nados a um MN (Mobile Node) que se deslocou de sua HN (Home Network). Primeiramente, o

MN se registra com a FN (Foreign Network), e envia seu novo CoA para o HA (Home Agent).

No passo 1, o CN envia os pacotes para a HN. No passo 2, o HA intercepta estes datagramas

e, tendo a informacao de que o MN nao esta presente em sua HN, envia os datagramas para

o CoA do MN. No passo 3, os datagramas sao encaminhados para o MN pelo FA (Foreign

Agent). No passo 4, o MN envia um datagrama para o CN; para isto, ele utiliza seu proprio

endereco IP da HN no campo de fonte do cabecalho IP e no campo de destino, o endereco do

CN, capturado ao receber datagramas deste. O roteador no qual o FA esta presente encaminha

o datagrama da mesma forma que faria com os datagramas de qualquer outro MN pertencente

a FN.

Figura 4.2: Roteamento no MIPv4 [Dias et al. 2006].

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Problemas e solucoes

A primeira falha do MIPv4 refere-se a perda de pacotes nos filtros de entrada, encontrados

nos roteadores de borda das redes visitadas (FNs). Esses filtros descartam pacotes IP destinados

a terminais externos (CNs), cujo endereco de origem do pacote nao tenha um prefixo igual ao

prefixo da rede em que se encontra o filtro. Pelo fato do MN (Mobile Node) utilizar seu endereco

(Home Adress) como endereco de origem dos pacotes enviados para um CN, os seus pacotes sao

descartados pelo filtro. Uma solucao para esse problema e o tunelamento reverso, cujo objetivo

e criar um tunel do MN para o HA; assim o MN envia os datagramas para o HA usando o

CoA. Ao chegar ao HA, os pacotes sao desencapsulados e entregues ao CN com o Home Adress

como seu endereco de origem [Oliveira 2005]. Mas isso geraria sobrecarga no processamento do

HA e, grande carga de sinalizacao na Internet.

A tecnica de tunelamento foi proposta para suportar roaming sem interrupcao na conexao

[Oliveira 2005], pois, problemas ocorreriam quando houvesse a troca de rede por um MN,

ja que cada rede esta relacionada a um endereco IP especıfico, e o endereco do MN ja nao

coresponderia ao endereco de sua HN. Porem, o tunelamento gera um outro problema no

MIPv4, o roteamento triangular [Dias et al. 2006], ou seja, um CN, conhecendo apenas o home

address do MN, enviara os datagramas para sua HN. Como o MN deslocou-se, o HA intercepta

os datagramas e realiza seu tunelamento para o MN em sua FN. Assim, todos os pacotes serao

tunelados para o MN em outra rede, o que gera sobrecarga de processamento no HA, grande

carga de sinalizacao na Internet e, ate mesmo, atrasos no processo de registro. Para resolver

este problema foi proposta uma solucao denominada otimizacao de rota, realizada atraves do

envio do CoA atual do MN para o CN, para que este possa enviar os datagramas diretamente

para o MN, sem a necessidade da interceptacao pelo HA; isto resolve tambem o problema da

perda de pacotes nos filtros de entrada das FNs, nao havendo necessidade de tunelamento

reverso. Isso e possıvel atraves de mensagens BU (Binding Updates) enviadas pelo HA aos

CNs, informando a nova posicao (CoA) do MN. Esta solucao exige um agente de mobilidade

para o CN.

4.4.2 MIPv6

O IP Movel versao 6 (MIPv6 - Mobile IPv6) [Johnson and Perkins 2004]

[Perkins and Johnson 1996], e a evolucao natural do MIPv4, projetado para fornecer suporte a

mobilidade em redes IPv6 [Deering and Hinden 1995]. Apesar das semelhancas com o MIPv4,

o MIPv6 possui caracterısticas adicionais voltadas para redes IPv6.

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A principal mudanca e consequencia do maior numero de enderecos IP fornecido pelo IPv6.

Com esse numero maior de IPs, todos os MNs podem usar um CCoA (Co-located Care-of

Address), indicando sua localizacao corrente, ou seja, seu ponto de conexao atual com a Internet.

Uma outra caracterıstica e a ausencia de FAs (Foreign Agent) nas redes visitadas. Os mo-

vimentos sao detectados usando as novas caracterısticas do IPv6: descoberta de vizinhanca

[Narten et al. 1998], auto-configuracao de endereco [Thomson and Narten 1998] e, a capaci-

dade dos roteadores enviarem mensagens de anuncio de roteador.

Alem disso, a otimizacao de rota e agora parte integrante do protocolo MIPv6. As men-

sagens de BU (Binding Updates) sao enviadas diretamente pelos MNs aos CNs, retirando essa

funcionalidade do HA. Tambem nao e mais necessario realizar o tunelamento reverso pois, o

home address associado ao care-of address do MN sao indicados no cabecalho dos pacotes envi-

ados para um CN, diferente do MIPv4 que usava apenas o home address. Como o MN usa seu

CoA como endereco de origem no cabecalho IPv6, o datagrama atravessa os filtros de entrada

da FN sendo visitada.

4.4.3 MSCTP

O MSCTP (Mobile SCTP) [Dias et al. 2006], e o SCTP (Stream Control Transmission

Protocol) [Stewart et al. 2000] [Stewart et al. 2006], em conjunto com sua extensao, denomi-

nada ADDIP (Dynamic Address Reconfiguration) [Stewart et al. 2007], cuja funcao e realizar

reconfiguracao de enderecos dinamicamente.

O SCTP e um protocolo que atua na camada de transporte e, foi proposto para conduzir

a sinalizacao de telefonia sobre a rede IP, uma rede nao confiavel. Portanto, o SCTP e um

protocolo de transporte confiavel, orientado a conexao e que, oferece novas caracterısticas, como

multi-streaming (que permite a existencia de diversos fluxos de dados independentes sobre a

mesma conexao) e, multi-homing (que permite o acesso a determinado destino por multiplos

enderecos IP). Atraves do multi-homing um protocolo pode oferecer suporte a mobilidade sem

a necessidade de agentes para este proposito nos roteadores da rede. Outras caracterısticas

encontradas no SCTP sao: tolerancia a falhas atraves do uso de multi-homing, prevencao de

pacotes duplicados e ataques de inundacao [Dias et al. 2006].

Na terminologia do protocolo, associacao (Figura 4.3) significa conexao e, as associacoes sao

estabelecidas atraves de handshakes em 4 vias, na camada de rede (onde atua o IP), provendo

assim, enderecamento ao SCTP, que atua na camada de transporte.

Um protocolo suporta multi-homing se a estacao puder ter mais que um endereco da camada

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Figura 4.3: Uma associacao SCTP.

de rede. A mobilidade ocorre atraves do fato dos enderecos IP poderem ser trocados mantendo-

se a conexao fim a fim ativa. O problema no uso do SCTP para prover mobilidade era realizar

esta reconfiguracao de enderecos dinamicamente, ou seja, enquanto a conexao se mantem ativa.

E, para isto, foi utilizada a extensao ADDIP.

Ao ser iniciada uma associacao entre duas estacoes, os enderecos de transporte (numeros

de portas e enderecos IP) sao trocadas entre as estacoes envolvidas. Estes enderecos IP sao

utilizados como pontos finais de fluxos distintos. O SCTP considera cada endereco IP do seu

par como um possıvel caminho de transmissao para o ponto final, mas apenas um e selecionado

como o caminho primario, podendo ser mudado posteriormente, caso seja necessario. Esta

reconfiguracao dinamica de endereco e realizada pela extensao do STCP. Como mostrado na

Figura 4.4, a MS (Mobile Station) inicia uma associacao SCTP com o CN. Posteriormente, a

MS se move da rede A para a rede B e, em algum ponto de sobreposicao entre estas redes, a MS

obtem um novo endereco IP de um servidor (que pode ser DHCP - Dynamic Host Configuration

Protocol [Droms 1997], por exemplo). Este novo endereco e enviado pela MS ao CN e, quando

esta se encontra totalmente na rede B, o antigo endereco IP e desativado e ela envia uma nova

mensagem para o CN que, remove este endereco de sua tabela (local onde sao armazenados os

enderecos trocados inicialmente).

O MSCTP pode ser utilizado para viabilizar o handoff vertical entre UMTS e WLAN

[Ma et al. 2004]. O multi-homing permite que o usuario tenha dois enderecos IP, um da rede

UMTS e outro da WLAN. A MS e o Servidor (FS - Fixed Server) (representado na Figura

4.4 por CN) devem implementar o protocolo e, a MS deve ter suporte das camadas fısica e de

enlace para as duas tecnologias. O procedimento consiste em tres passos [Dias et al. 2006]:

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Figura 4.4: MSCTP - Mobile Stream Control Protocol [Dias et al. 2006].

� Adicao do endereco IP;

� Disparo do handoff vertical;

� Remocao do endereco IP.

O FS e configurado com um endereco IP (FS-IP), e a MS e configurada com enderecos

IP para a rede UMTS (UMTS-IP) e para a WLAN (WLAN-IP). Quando a MS se move para

uma celula da WLAN (onde existe tambem cobertura UMTS), ela adquire um novo endereco

IP (WLAN-IP) atribuıdo via mensagem de anuncio de roteador da WLAN e, utiliza uma

mensagem ASCONF (Address Configuration) para informar seu novo IP (Figura 4.5). O disparo

do handoff vertical depende de algumas regras de decisao e, julgando que a decisao de handoff

vertical do UMTS para WLAN foi tomada, a MS dispara o handoff enviando uma mensagem

ASCONF com a indicacao de que deseja configurar o caminho primario com o endereco WLAN-

IP. O FS envia, entao, uma mensagem de confirmacao ACK (Acknowledgement) e, a WLAN

torna-se a escolha primaria para rotear o trafego. O handoff vertical da WLAN para UMTS

e disparado quando a MS envia uma mensagem ASCONF indicando que o endereco primario

sera o UMTS-IP. Apos a confirmacao, o trafego entre a MS e o FS sera roteado pela rede

UMTS. Caso ocorra a perda do sinal da WLAN, a MS remove o endereco WLAN-IP enviando

uma mensagem ASCONF solicitando esta remocao da tabela de roteamento do FS. Com o

recebimento do ACK enviado pelo FS, a MS remove o WLAN-IP de sua tabela de enderecos,

rompendo, entao, a associacao.

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Figura 4.5: Procedimento de handoff vertical utilizando o MSCTP [Ma et al. 2004].

4.4.4 SIP

O SIP (Session Initiation Protocol) [Handley et al. 1999] [Rosenberg et al. 2002]

[Donovan 2000] e um protocolo que atua na camada de aplicacao usado para gerenciar (ini-

ciar, alterar e finalizar) sessoes. Esse protocolo atua em sessoes como, Instant Messenger,

gerenciamento de notificacao de eventos, gerenciamento de jogos distribuıdos e, principalmente

aplicacoes multimıdia, como VoIP e conferencias.

O SIP tem a finalidade de criar sessoes entre usuarios identificados por numero telefonico,

endereco eletronico ou, qualquer terminal com endereco valido. Deste modo, as mensagens

enviadas para o estabelecimento de conexao contem informacoes como origem e urgencia da

conexao. As principais entidades responsaveis por acessar essas informacoes, fazer registro e

roteamento, sao: UA (User Agent), registrador, servidor proxy e servidor de redirecionamento.

O papel destas entidades e apresentado a seguir:

� UAs: iniciam as conexoes e estabelecem as sessoes SIP. Um aplicativo de VoIP e um

exemplo de UA;

� Registradores: sao servidores que mantem informacoes sobre os usuarios que estao em seu

domınio. Durante um registro, um UA comunica ao seu registrador o nome do usuario

SIP que usa o dispositivo (chamado AoR (Address of Records)) e o endereco onde ele pode

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ser encontrado. O endereco IP do registrador e pre-configurado e assim, e previamente

conhecido pelo UA. As informacoes de contato, mantidas como enderecos IP, tambem

podem ser armazenadas como numeros de telefone ou outro tipo de informacao;

� Servidores proxy : sao roteadores da camada de aplicacao que encaminha requisicoes e

respostas, ou seja, sua funcao e encaminhar as mensagens SIP. O usuario SIP que deseja

estabelecer uma sessao, conhece apenas o AoR (identificador de usuario) de seu contato

e nao possui a informacao completa do sistema final chamado, assim, os servidores proxy

sao usados para encaminhar as mensagens diretamente para o UA ou para outro servidor

que conheca a localizacao do contato;

� Servidores de redirecionamento: retornam a localizacao do UA de destino.

Geralmente, registrador, servidor proxy e de redirecionamento sao localizados no mesmo no

da rede. A sessao SIP e estabelecida da seguinte forma: o UA inicia uma conexao, contatando

seu servidor proxy que, encaminha o pedido para o proxy no domınio do UA de destino. O

proxy de destino recupera do registrador, a associacao (AoR e endereco de contato) com o UA

de destino. O SIP tambem pode realizar a conexao entre UAs diretamente, usando o servidor

de redirecionamento para informar ao UA que iniciou a conexao, para onde enviar a mensagem

de convite para inıcio da sessao [Dias et al. 2006].

As aplicacoes SIP se registram com o registrador aproximadamente uma vez a cada hora ou,

sempre que mudar de sub-rede. O registro consiste em tres partes: endereco de rede atual, pro-

priedades do dispositivo e um ou mais elementos de configuracao do usuario [Dias et al. 2006].

Quando o usuario se move para uma sub-rede estrangeira durante uma sessao ativa, ele

obtem um endereco IP via DHCP (ou similar) [Droms 1997] e, entao, envia uma nova mensagem

(de convite), para o sistema final com o qual esta se comunicando, informando seu novo endereco

IP, para que as mensagens possam ser enviadas para o novo domınio. Esta mensagem de convite

e usada para atualizar as informacoes armazenadas sobre a sessao em andamento.

O SIP implementa nao so esta tradicional mobilidade de terminal, mas tambem suporta as

mobilidades de sessao, pessoal e, de servico.

A mobilidade de sessao permite que o usuario mantenha a sessao em andamento e mude

de terminal. Isto e implementado usando transferencia de chamada. Assim, um terminal A

que deseja transferir sua sessao para um terminal B, deve informar a estacao comunicante

C que ela devera contatar B; entao C envia uma mensagem de convite para B. De maneira

oposta, A (estacao que esta se comunicando com C) poderia contatar B, e entao B enviaria

uma mensagem de convite (inıcio de sessao) para C.

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A mobilidade pessoal permite identificar um usuario localizado em diferentes terminais,

usando o mesmo endereco logico. E, estes terminais podem ser utilizados ao mesmo tempo ou

de forma alternada. Mesmo no caso de e-mails ou numeros telefonicos diferentes, pertencentes

a um mesmo usuario, heurısticas podem ser usadas para que estes sejam entendidos com uma

unica entidade logica que, se refere ao usuario em questao.

A mobilidade de servico permite que o usuario mantenha uma sessao aberta, mesmo quando

se movimenta, muda de terminal ou de provedor de servico. Informacoes sobre o servico devem

ser mantidas em formatos independentes de dispositivo, como os cartoes SIM do GSM, que

podem ser vistos como um exemplo primitivo de mobilidade de servico.

O SIP suporta os diferentes tipos de mobilidade conceitualizados e demandados por siste-

mas 4G. E e, tambem, o protocolo de sinalizacao escolhido pelo 3GPP para o IMS (Internet

Multimedia Sub-system) que, permite o fornecimento de servicos multimıdia para a Internet,

estando associado, em especial, a aplicacoes VoIP [Dias et al. 2006].

4.5 Protocolos de Micromobilidade

Protocolos de micromobilidade sao desenvolvidos para domınios onde, as estacoes moveis

mudam seus pontos de conexao de forma tao frequente que, o mecanismo basico do MIP

provoca significativo aumento no atraso, na sinalizacao e perda de pacotes. Aplicacoes de

tempo real, por exemplo, nao podem ser suportadas por esse mecanismo devido a degradacao

gerada por handoffs frequentes. O estabelecimento de novos tuneis tambem introduz atrasos e,

torna o desempenho especialmente fraco quando o no movel esta se comunicando com um no

correspondente proximo pois, o menor caminho nao e utilizado. A otimizacao de rota melhora

a qualidade do servico, mas o desempenho ainda se mantem fraco quando o MN movimenta-se

enquanto esta se comunicando com um CN distante.

A seguir, serao apresentados os protocolos de micromobilidade: CIP (Cellular IP)

[Campbell et al. 2000] [Allen et al. 1999], HAWAII [Ramjee et al. 2002], HMIPv6

[Soliman et al. 2005], TeleMIP (Telecommunication Enhanced Mobile IP) [Das et al. 2000],

IDMP (Intradomain Mobility Management Protocol) [Misra et al. 2002] [Das et al. 2002].

4.5.1 CIP

CIP (Cellular IP) [Campbell et al. 2000] [Allen et al. 1999] e um protocolo baseado no

paradigma IP. Quando os terminais saem da rede, transitando assim, de domınio, o CIP suporta

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o MIP como protocolo de macromobilidade para a manutencao da conectividade dos terminais

entre diferentes redes. CIP herda alguns princıpios dos sistemas celulares para gerenciamento de

mobilidade, sao eles: conectividade passiva, paging e handoff. Serao detalhados posteriormente,

os processos de roteamento, semi-soft handoff, hard handoff, conectividade passiva e, paging,

do Cellular IP.

Entidades CIP

A arquitetura da rede Cellular IP e composta por no movel (MN - Mobile Node), estacao

base (BS - Base Station), roteadores internos (IR - Internal Router) e gateway (GW).

MN: e o dispositivo final que utiliza os servicos e recursos da rede; ele e identificado, dentro

da rede CIP, atraves de seu Home Address.

BS: e um ponto de acesso sem fio para o MN e, realiza algumas funcoes relacionadas ao

roteamento de datagramas.

IR: sua unica funcao e o roteamento. Os datagramas (pacotes IP) sao roteados sem tunela-

mento ou conversao de endereco.

GW: conecta a rede CIP a Internet; recebem, desencapsulam e enviam os pacotes para a BS

onde se encontra o MN. Todos os pacotes enviados a um terminal externo a rede CIP sao

roteados para o GW e, so entao, transmitidos para o terminal de destino.

Funcionamento do CIP

Na rede CIP, o gerenciamento de localizacao e de handoff sao integrados ao roteamento.

Para minimizar as mensagens de controle, pacotes de dados transmitidos pelos MNs, sao usados

para informar sua localizacao.

No CIP, todos os pacotes enviados pelos MNs a um terminal, seja ele interno ou externo a

rede CIP, devem passar pelo GW e, so entao, serem entregues. Sendo assim, as BSs e os IRs

devem possuir a informacao de qual interface de saıda devem enviar os pacotes dos MNs, para

que alcance o GW. Essa informacao e obtida atraves de mensagens de controle - contendo o

endereco IP do AP (Access Point) e o endereco IP da rede - enviadas periodicamente pelos

GWs para toda a rede CIP.

Quando os pacotes passam pelos nos da rede (BSs e IRs) em direcao ao GW, um registro que

mapeia o endereco IP do MN emissor e a interface de entrada na qual foi recebido o pacote, sao

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armazenados, em uma tabela chamada routing cache. Assim, ao receber um pacote enderecado

a um MN especıfico, o no em questao consulta sua tabela, encontra o mapeamento referente

ao endereco IP do MN e, retorna a de saıda correspondente. Esse processo e realizado ate que

o MN seja atingido pelo no da rede (BS ou IR) num processo de multi-hop. Esse mapeamento

continua valido por um perıodo de tempo, chamado route-timeout e, e atualizado a cada pacote

recebido na mesma interface de entrada, emitida pelo mesmo MN.

Quando nao possuir dados a serem transmitidos, o MN envia pacotes de route-update para

o GW, para que as tabelas de mapeamento, em todos os nos da rota, sejam atualizadas. Esses

pacotes sao enviados em um intervalo de tempo, chamado route-update-time.

No CIP, a solicitacao de handoff e feita pelo MN, para a BS que possui a maior potencia

de sinal, descoberta pelo MN atraves de mensagens de controle emiditas pela BS, por difusao.

Existem dois tipos de handoff : o hard handoff e o semi-soft handoff.

No hard handoff, quando o MN (Mobile Node) recebe uma mensagem de controle de uma

BS, com um sinal mais forte do que a BS com a qual ele esta conectado, ele envia um pacote

de route-update para a esta BS e passa a usa-la. Isso cria um novo mapeamento na routing

cache dos nos da rota entre o MN e o GW. O mapeamento associado a BS antiga nao e

desfeito automaticamente, ele e mantido ate que o route-update-time expire. Durante a latencia

de handoff - intervalo de tempo entre o handoff e a chegada do primeiro pacote - pacotes

direcionados para o MN podem, ser enviados para a antiga rota e, consequentemente, serem

perdidos. Essa caracterıstica do hard handoff implica em uma solucao simples de suporte a

handoff rapido mas, sacrifica alguns pacotes.

No semi-soft handoff, ao receber uma mensagem de controle de uma BS com sinal mais

forte que de seu ponto de acesso atual, o MN envia para essa BS um pacote de route-update

mas, continua recebendo pacotes pela BS anterior. Assim, o MN se conecta a dois pontos de

acesso, o que, minimiza a perda de pacotes mas, consome o dobro de recursos da rede, durante

esse perıodo de semi-soft delay. Apos o isso, o MN passa a utilizar somente a nova BS.

Paging e a habilidade da rede de encontrar um MN em uma area geografica pequena,

quando precisar enviar dados a ele. Sendo assim, o MN pode ficar em modo ocioso, ou seja,

sem consumir recursos da rede e do proprio dispositivo, quando nao possuir dados para enviar.

O fato do MN estar ocioso mas, ter a capacidade de ser alcancado pela rede ou se conectar a

ela em determinado momento, e denominado conectividade passiva.

Quando um MN (Mobile Node) nao recebe pacotes por um intervalo de tempo, chamado

active-state timeout, ele muda seu estado para ocioso e, assim, os mapeamentos routing cache

sao desfeitos. Para que possa ser localizado, o MN envia, em intervalos definidos pelo paging-

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update-time, pacotes de paging-update, para o GW.

O paging cache possui um tempo de vida, chamado paging-timeout, maior do que o route-

timeout e, os mapeamentos paging caches sao atualizados por qualquer pacote enviado por um

MN, incluindo paging-updates. O mapeamento paging cache e utilizado quando o GW ou as

BSs nao encontram um mapeamento para um MN no routing cache. Se uma determinada BS

nao possuir uma entrada no paging cache para o MN especıfico, ela envia o pacote recebido

para todas as suas interfaces, exceto aquela pela qual recebeu o pacote.

4.5.2 HAWAII

HAWAII (Handoff-Aware Wireless Access Internet Infrastructure) [Das et al. 2000]

[Ramjee et al. 2002] e uma solucao de micromobilidade para o MIP. Assim como o CIP, HAWAII

foi proposto para minimizar a interrupcao de conexao e a latencia de handoff. Uma aborda-

gem comum para proporcionar mobilidade transparente e dividir a rede em hierarquias, entao o

HAWAII utiliza uma estrategia semelhante, a separacao da rede em uma hierarquia de domınios.

A arquitetura do HAWAII e composta por MN (Mobile Node), BS (Base Station), roteadores

e roteador raiz do domınio.

Os MNs sao terminais que utilizam os recursos da rede HAWAII. As BSs, tem funcao

de ponto de acesso para os MNs, e tambem, funcionam como um tradutor entre o MIP e o

HAWAII. Os roteadores sao as entidades que executam o protocolo HAWAII. E, o roteador raiz

do domınio conecta a rede com a Internet, ou seja, tem a funcao de gateway.

O gerenciamento de mobilidade e realizado atraves de esquemas de configuracao de rota

que, constituem em metodos para atualizar os nos (BSs, roteadores e, roteador raiz) da rede,

para que a conexao do MN seja mantida, enquanto estiver ocorrendo um handoff.

HAWAII utiliza mensagens de atualizacao de rota para estabelecer e atualizar entradas de

roteamento, nos roteadores do domınio, a fim de que, os pacotes que chegam ao roteador raiz

do domınio, possam ser entregues ao MN de destino.

Os MNs, conectados a uma BS, enviam mensagens de atualizacao de rota para ela, perio-

dicamente, para manterem suas entradas na tabela de roteamento e, nao serem removidos por

ela. A BS, por sua vez, envia uma mensagem para atualizar as tabelas dos roteadores que se

encontram na rota, atraves de multi-hop, ate alcancar o roteador raiz.

Existem dois tipos de esquemas de configuracao de rota: Forwarding e Non-Forwarding. O

Forwarding e voltado para redes sem fio nas quais os MNs nao sao capazes de receber/transmitir

por mais de uma BS e, o Non-Forwarding, para redes onde o MN pode receber/transmitir por

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duas ou mais BSs, simultaneamente, e, por um perıodo curto de tempo.

O MN possui, dentro de seu domınio de origem, um Home Address e, os pacotes enderecados

a ele sao, primeiramente, entregues ao roteador raiz do domınio. Posteriormente, esses pacotes

sao redirecionados para o MN atraves de rotas estabelecidas pelos esquemas de configuracao

de rota.

Quando o MN se move para um domınio estrangeiro, o protocolo MIP e utilizado. Caso o

domınio estrangeiro suporte o protocolo HAWAII, o MN recebe um CCoA atribuıdo por esse

domınio e, assim, o movimento do MN e transparente para o HA. Esse endereco permanece

inalterado enquanto o MN se manter no mesmo domınio. Mensagens de configuracao de rota

sao usadas para estabelecer e atualizar entradas de roteamento para MNs em alguns roteadores

especıficos dentro do domınio; os outros roteadores do caminho sao mantidos no escuro sobre

os novos CCoAs dos MN. Quando um CN envia pacotes para um MN que esta fora da sua area,

este usa o home addres do MN. O HA intercepta os pacotes e enviam os pacotes encapsulados

para o roteador raiz corrente do MN. O roteador raiz desencapsula e, outra vez, encapsula o

pacote para passar para qualquer um dos dois intermediarios: roteador ou BS, que desencapsula

o pacote e, finalmente, entrega para o MN.

4.5.3 TeleMIP

O Telecommunication Enhanced Mobile IP (TeleMIP) [Das et al. 2000], propoe uma gene-

ralizacao no conceito do FA (Foreign Agent) por introduzir um novo no, chamado MA (Mobility

Agent), na camada de rede, reduzindo assim, a geracao de atualizacoes globais de localizacao.

As definicoes da maioria do elementos da arquitetura TeleMIP sao identicas as definicoes

do MIP. Entao, possui as funcoes de HA (Home Agent), CN (Correspondent Node), HN (Home

Network), FN (Foreign Network) e CoA (Care-of Address) ja apresentadas. Serao abordados,

apenas os elementos que tiveram suas funcionalidades acrescentadas e, o elemento extra.

O MA (Mobility Agent) e um terminal da internet que e associado dinamicamente pela rede,

na rede visitada pelo MN (Mobile Node). Ele prove um CoA mais persistente para o MN que o

CoA que o FA prove. Todos os pacotes que chegam e saem, sao roteados pelo MA que, assim,

age como um proxy para o MN na rede estrangeira.

MN (Mobile Node) e um terminal que muda seu ponto de conexao com uma rede ou sub-rede

para outra. Ele pode mudar sua localizacao sem mudar seu endereco IP. O MN na arquitetura

TeleMIP tem que gerenciar seu CoA local e global (MA). Pacotes que saem podem ser tunelados

para o MA usando o CoA local como uma outra fonte de endereco, eles sao desencapsulados

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no MA e repassados para a Internet.

Um FA (Foreign Agent) esta presente na sub-rede visitada pelo MN e prove parametros

de configuracao a ele. Em geral o FA associa dois enderecos ao MN: um CoA gerado pelo

MA e um CoA gerado pelo FA (este pode ser o proprio endereco do FA). O FA repassa o

datagrama ao MN e, tambem pode servir como roteador local para datagramas enviados pelos

MNs registrados.

O DHCP server(ou simplesmente server) e um terminal que retorna parametros de confi-

guracao ao MN [Droms 1997]. Em geral, ele associa dois enderecos diferentes ao MN: o endereco

do MA e o CoA da sub-rede.

No TeleMIP, a rede e dividida em varias sub-redes dependendo da extensao da area

geografica (Figura 4.6). MAs sao distribuıdos por todo domınio e sao responsaveis por provi-

denciar CoAs, globalmente alcancaveis por MNs registrados no domınio. Cada sub-rede tem,

no mınimo, um FA ou DHCP server e, eles devem estar associados a, pelo menos, um MA.

Quando um MN se registra em um novo domınio, ele recebe um CoA do MA via FA ou DHCP

server. Esta associacao pode ser feita por um algoritmo de balanceamento de carga. Sendo

assim, MNs em uma unica sub-rede, podem ser associados a MAs diferentes (isto e, usando

diferentes esquemas hash).

Figura 4.6: Arquitetura funcional do TeleMIP.

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4.5.4 HMIPv6

HMIPv6 (Hierarchical Mobile IP) [Soliman et al. 2005] e um esquema hierarquico de geren-

ciamento de mobilidade, cujo objetivo e diminuir o tempo gasto para um MN realizar handoff

entre redes de acesso, realcando o desempenho do MIPv6. Ele foi desenvolvido para reduzir a

quantidade de sinalizacao entre o MN (Mobile Node), os CNs (Correspondent Node), e o HA

(Home Agent).

Para alcancar esse objetivo, HMIPv6 propoe uma funcao nova, o MAP (Mobility Anchor

Point), que e essencialmente um HA (Home Agent), localizado hierarquicamente superior aos

FAs (Foreign Agent) das redes que ele abrange; e, extensoes menores a operacao do MN. O CN

e a operacao do HA nao sao afetadas.

Agindo como um HA local, o MAP recebe todos os pacotes destinados MN, os encapsula

e envia ao FA raiz da rede visitada. Se o no movel mudar seu endereco atual dentro de um

domınio local MAP, necessita somente registar o endereco novo com o MAP, diminuindo com

isso, o tempo gasto no processo de registro.

Assim como MIPv6, esta solucao e independente da tecnologia de acesso, permitindo a

mobilidade entre tipos diferentes de redes de acesso.

4.5.5 IDMP

A separacao, micromobilidade de macromobilidade, permite que um protocolo de micromo-

bilidade possa coexistir com varias alternativas para gerenciamento de mobilidade global, como

SIP ou MIP. Sendo assim, o protocolo IDMP (Intradomain Mobility Management

Protocol) [Misra et al. 2002] [Das et al. 2002], foi desenvolvido como solucao para micromobi-

lidade e, nao assume o uso do MIP para gerenciamento de macromobilidade.

O IDMP oferece micromobilidade usando varios CoAs. O MA prove redirecionamento de

pacote. Um SA (Subnet Agent), similar ao FA (Foreign Agent) do MIP, prove servicos de

mobilidade especıficos a sub-rede. Sob o IDMP, um MN (Mobile Node) obtem dois CoAs

concorrentes [Das et al. 2002]:

� LCoA (Local Care-of Address): Este identifica a conexao do MN com a sub-rede. Dife-

rente do CoA do MIP, o LCoA no IDMP tem somente um escopo local (abrangendo o

domınio). Atualizando seu MA com qualquer mudanca no LCoA, o MN garante que os

pacotes sao repassados corretamente dentro do domınio;

� GCoA (Global Care-of Address): Este endereco resolve a localizacao atual do MN somente

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em nıvel de domınio e, portanto, mantem-se imutavel enquanto o MN permanece dentro

de um domınio simples. Por distribuir BU globais que contem o GCoA, o MN garante

que os pacotes sejam roteados corretamente para seu domınio atual.

Quando o MN se move para uma sub-rede especıfica, usando o IDMP, e se registra, ele

obtem um LCoA, que e o endereco do SA corrente (Figura 4.7). Entao, o SA corrente associa-

se, dinamicamente, ao MN durante o processo de registro nesta sub-rede. O MN, entao, executa

uma LU intra-domınio ao comunicar seu LCoA atual ao MA encarregado. O MA inclui seu

endereco ou, um GCoA separado, na resposta de LU. Entao, o MN fica responsavel por gerar

uma LU global aos nos remotos necessarios (ou seja, referente ao protocolo de macromobilidade

usado, mas isto, no entanto, independe das especificacoes do IDMP).

Figura 4.7: Elementos logicos e arquitetura do IDMP [Misra et al. 2002].

Sempre que o MN muda de sub-rede dentro do domınio, ele executa um novo registro com

um novo SA e, realiza uma LU, informando ao MA sua nova localizacao. O GCoA nao muda

e, nenhuma mensagem global e gerada.

Sob o IDMP, pacotes enviados por um CN (Correspondent Node) sao repassados (com ou

sem tunelamento) para o GCoA e, interceptados pelo MA. Como mostrado na Figura 4.7, o

MA entao, envia estes pacotes (com tunelamento) para o LCoA atual do MN.

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Desde que BUs (Binding Updates) globais sejam geradas somente quando o MN muda de

domınio e obtem um novo GCoA, a carga de sinalizacao global e reduzida drasticamente, com

este protocolo.

Todos estes protocolos apresentados, serao avaliados a fins comparativos, no capıtulo 5.

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Capıtulo 5Protocolos de Gerenciamento de Mobilidade:

Analise e Comparacao

5.1 Protocolos de Macromobilidade

5.1.1 Analise

MIPv4

Este protocolo foi desenvolvido para prover mobilidade na camada de rede.

Devido a caracterısticas do proprio IPv4, seu espaco de enderecamento e de 32 bits. Os

endrecos podem ser multicast e unicast. O tamanho maximo do datagrama, teoricamente, e

65535 bytes, mas eles raramente sao maiores que 1500 bytes [Kurose and Ross 2006].

O MIPv4 possui tres nıveis de autenticacao: do MN com FA, FA com HA e, do MN com HA.

E, um algoritmo de autenticacao pre-estabelecido (default), e explicitado em sua especificacao.

O protocolo e robusto pois, os MAs podem se reinicializar a qualquer instante, apos um

erro ou falta de energia. Existem mecanismos que garantem recuperacao de falhas, nao com-

prometendo assim, o servico de mobilidade.

E escalavel, pois a medida que o numero de MNs cresce, MAs podem ser acrescentados para

dar suporte a estas novas entidades participantes.

Apresenta tres ineficiencias basicas:

� Possui um ponto de falha unico, o HA. Se ele falha, todos os MNs assistidos por ele,

perdem sua conectividade, e deixam de receber pacotes;

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� Os pacotes enviados nao percorrem o caminho otimo, todos passam pelo HA antes de

alcancarem seu destino. Assim, e acrescentado um retardo adicional, constantemente;

� Todas as movimentacoes entre sub-redes requerem um novo endereco IP, que deve ser

repassado ao HA (Home Agent), e apenas quando o HA obtem o novo endereco IP do

MN (Mobile Node), e que este muda seu tunel para o novo FA (Foreign Agent), ficando

sem conectividade durante este processo de handoff, podendo haver perda de pacotes.

Esta situacao se verifica em todos os casos, sendo particularmente grave quando o MN

esta longe do seu HA, pois dessa forma, o handoff e concluıdo depois de um tempo

grande (pelo menos, o tempo gasto na ida e volta do HA e o tempo de processamento do

protocolo nos agentes). Movimentacoes frequentes passam a ser notadas pelos usuarios,

o que invalida sua utilizacao em aplicacoes de tempo real.

MIPv6

O MIPv6 atua na camada de rede. Opera em redes IPv6, ou seja, todo no IPv6, movel ou

estacionario, pode se comunicar com MNs.

Devido a caracterısticas do IPv6, como capacidade de enderecamento de 128 bits

[Kurose and Ross 2006] e, a escalabidade e garantida, pois cada MN pode usar seu propio CoA

(o CCoA). Os movimentos sao detectados, tambem, devido a nova caracterıstica do IPv6, de

descoberta de vizinhanca. Auto-configuracao de enderecos e, roteadores enviando mensagens

de anuncio, desprezam o uso do FA (Foreign Agent). Sendo assim, muitas das caracterısticas

do proprio IPv6, colaboram para a implementacao da mobilidade, desprezando a necessidade

de alguns MAs.

Otimizacao de rota e parte integrante do MIPv6, assim, nao existe roteamento triangular.

Como o home adress e o CCoA sao enviados no cabecalho de cada pacote, eles atravessam os

filtros de entrada das sub-redes.

A especificacao do MIPv6, apresenta um algoritmo de criptografia.

MSCTP

MSCTP e um protocolo da camada de transporte, que trabalha sobre IP (camada de rede).

Assim, sua escalabilidade e garantida pelo enderecamento IP.

Alem do handoff horizontal, ele realiza handoff vertical entre UMTS e WLAN, viabilizando

entao, a conexao de uma estacao tanto por um ponto de acesso da rede celular UMTS, como

por um AP (Access Point) da WLAN.

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Controle de congestionamento e uma de suas funcoes basicas, operando em condicoes adver-

sas. Na ausencia de congestionamento na rede, algoritmos de prevencao de congestionamento

sao usados e, nao causam impacto na performance do protocolo.

Existem consideracoes de seguranca em sua especificacao. E, uma caracterıstica nativa de

seguranca e o handshake em 4 vias.

SIP

Este protocolo atua na camada de aplicacao. E escalavel pois, qualquer terminal com

endereco valido pode ser usuario em uma sessao SIP.

Prove a tradicional mobilidade da estacao final, bem como os novos tipos de mobilidade

definidos e necessarios as redes 4G: a mobilidade pessoal, de servico e, de sessao.

As aplicacoes SIP sao registradas, aproximadamente, uma vez a cada hora, ou sempre

que mudar de sub-rede. Este processo de registro consiste em tres partes: endereco atual,

propriedades do dispositivo e, um ou mais elementos de configuracao do usuario.

Contem arquitetura de seguranca. E, a criptografia e baseada em chave publica.

5.1.2 Comparacao

Os parametros utilizados na comparacao dos protocolos MIPv4, MIPv6, MSCTP e SIP,

foram: gerenciamento de handoff ; gerenciamento de localizacao, atraves de LU e suporte a

terminais inativos na forma de paging ; tipo de mobilidade; escalabilidade; suporte a QoS;

seguranca e multi-homing.

Todos os protocolos de macromobilidade analisados oferecem handoff horizontal. Apenas

o protocolo MSCTP oferece, tambem, handoff vertical. Assim, uma estacao movel MSCTP

pode obter acesso atraves de um ponto de acesso UMTS ou, WLAN.

Os protocolos MIPv4 e MIPv6 realizam LU (Location Update) atraves do HA (Home Agent)

e do FA (Foreign Agent). O SIP realiza LU atraves do registrador e do servidor de redireciona-

mento. O MSCTP nao realiza gerenciamento de localizacao, mas, como ele e um protocolo que

atua na camada de transporte, ele pode ser usado em conjunto com um protocolo da camada

de rede que, suporte gerenciamento de localizacao.

O protocolo SIP prove mobilidade da estacao, pessoal, de sessao e, de servico. Os demais

oferecem apenas mobilidade da estacao final.

Todos estes protocolos tem a escalabilidade garantida por enderecamentos validos, ou seja,

qualquer estacao com endereco valido pode obter acesso a rede que utiliza um desses protocolos.

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Na analise dos requisitos, suporte a QoS e, seguranca, e avaliado se o projeto do protocolo

por si (e sua especificacao), incluem tecnicas para sua provisao. Sendo assim, as vantagens e

desvantagens dos metodos, algoritmos e, protocolos (de seguranca e QoS), propostos (ou, agre-

gados) pelos protocolos de gerenciamento de mobilidade, nao sao considerados pois, fugiriam

ao escopo deste trabalho.

Sendo assim, nenhum dos protocolos analisados incluem tecnicas para provisao de QoS,

em suas especificacoes. E, todos, fazem consideracoes a respeito de seguranca como, forma de

registro, algoritmos de criptografia e, extensoes a protocolos.

Apenas o MSCTP oferece multi-homing. Assim, um mesmo destino pode ser atingido

atraves de varios enderecos IP e, a mobilidade e garantida sem a necessidade de agentes es-

pecıficos para realizacao desta tarefa.

Pode-se observar que, a partir dos parametros utilizados, nao haveria diferenca entre os pro-

tocolos MIPv4 e MIPv6, mas, as vantagens do MIPv6 sao relevantes e devem ser consideradas.

Observa-se tambem que, o MSCTP e o SIP sao os protocolos que se adequam melhor as

redes 4G. O MSCTP por oferecer multi-homing e suportar handoff vertical; e o SIP por oferecer

todos os tipos de mobilidade requeridos pelas rede 4G, se apropriando aos servicos multimıdia

mais recentes. Mas, e importante frisar que as solucoes de mobilidade nao sao excludentes,

portanto, protocolos que atuam em diferentes camadas podem ser utilizados em conjunto, a

fim de se complementarem e viabilizarem conceitos 4G (muitos deles, ainda hipoteticos).

As caracterısticas dos protocolos comparados sao encontrados, resumidamente, na Tabela

5.1.

5.2 Protocolos de Micromobilidade

5.2.1 Analise

CIP

O CIP atua na camada de rede em que, todas as aplicacoes IP se beneficiam da mobilidade

sem quaisquer modificacoes, ou seja, e compatıvel com os nos que executam IP.

Oferece suporte a paging e LU, hard handoff e semi-soft handoff. Durante o hard handoff

ha grande perda de pacotes, o que e minimizado durante o semi-soft handoff, entretanto, esse

processo consome o dobro de recursos da rede.

O proprio protocolo oferece seguranca durante o processo de handoff.

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MIPv4 MIPv6 MSCTP SIP

Camada de rede rede transporte aplicacaoatuacaoEscopo da macro macro macro macromobilidadeGerenciamento horizontal horizontal horizontal horizontalde handoff e verticalGerenciamento LU LU nao LUde localizacaoTipo estacao estacao estacao estacao, pessoalde mobilidade sessao, servicoEscalabilidade sim sim sim simeficienteQoS nao nao nao naoSeguranca sim sim sim simMulti-homing nao nao sim nao

Tabela 5.1: Comparacao entre protocolos de gerenciamento de macromobilidade.

E importante que um protocolo suporte um numero elevado de clientes, isto e, seja escalavel.

Como os recursos (largura de banda, capacidade de processamento) da rede CIP sao limitados,

e necessario aumentar o numero de BSs (Base Station) proximas a medida que o numero de

clientes aumenta, para distribuir a carga. Entretanto, o CIP gera um problema de escalabilidade

pois, todos os MNs tem uma entrada nas tabelas de encaminhamento do GW, que e unico.

Assim essa tabela deve ser consultada sempre, para extrair o proximo no de um percurso, o

que sobrecarrega o GW.

Como o GW e o unico que contem informacoes sobre todos os nos, ele e tambem, um grande

ponto falho.

Alem disso, todos os pacotes passam sempre pelo GW, entao nao percorrem o caminho mais

curto, mesmo se as estacoes que estiverem se comunicando estiverem proximas, o que gera um

custo adicional.

O CIP estende ao MIP como solucao a macromobilidade. Mas, isso requer que os MNs

(Mobile Node) suportem ambos os protocolos em simultaneo, de forma a ter dois tipos de

mobilidade. Em relacao aos demais nos da rede CIP, somente o GW e que tem que suportar

MIP; ele e o unico agente de mobilidade MIP nesta rede, funcionando como HA para os MNs

pertencentes a esta rede e, como FA (Foreign Agent) para os MNs de outras redes que possam

visitar.

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HAWAII

HAWAII e um protocolo de gerenciamento de mobilidade que atua na camada de rede e,

ele usa o MIP para realizacao de macromobilidade.

Realiza gerenciamento de localizacao (LU e paging), atraves de mensagens de renovacao de

registro apos realizar um handoff ou ser ligado.

A hierarquia de agentes e uma tecnica comum para tentar melhorar a escalabilidade, pois

isso diminui o numero de atualizacoes para uma unica entidade. No HAWAII, especificamente,

o roteador raiz permite que as atualizacoes sejam locais, dimininuindo o numero de atualizacoes

do HA do MIP. Entretanto, todos os pacotes destinados aos MNs de um domınio sao enviados,

primeiramente, para o roteador raiz, o que gera problemas de escalabilidade. Alem disso, o

numero de informacoes na tabela de roteamento do roteador raiz e tambem, das BSs (Base

Station), para estabelecer rotas para todos os MNs, no esquema de configuracao de rotas, gera

problemas ainda maiores de escalabilidade.

Nao projeta novos mecanismos de suporte a QoS mas, permite eficiente adaptacao a alguns

mecanismos como RSVP (ReSerVation Protocol) [Kurose and Ross 2006], por exemplo.

TeleMIP

Este protocolo de micromobilidade atua na camada de rede.

Existem varios MAs por todo domınio que, providenciam os CoAs, e estes, sao entregues

aos FAs ou Server. Assim, varias entidades dividem o processamento, evitando sobrecarga e,

garantindo a escalabilidade.

Os MNs em uma sub-rede podem ser associados a diferentes MAs, proporcionando um

rapido LU, baixa latencia de handoff e, menor perda de pacotes.

O TeleMIP nao prove QoS fim a fim pois, protocolos baseados em QoS nao funcionam bem

se o endereco de destino (CoA) muda frequentemente; seu funcionamento e melhor quando o

CoA e estavel.

HMIPv6

HMIPv6 atua na camada de rede. Sua abordagem de micromobilidade e baseada em tunel

hierarquico. Sendo assim, varias entidades FAs em uma estrutura em arvore mantem parte

do banco de dados de localizacao, nao sobrecarregando uma unica entidade e, garantindo a

escalabilidade.

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O MN (Mobile Node) registra-se com o MAP e, informacoes de localizacao sao mantidas

pelos FAs (Foreign Agent), portanto, HMIPv6 possui LU (Location Update).

Este protocolo estende ao MIP. E, sua especificacao contem consideracoes de seguranca, que

envolvem: autenticacao mutua, protecao da integridade e protecao contra ataques de repeticao.

Tres diferentes relacionamentos sao considerados para autenticacao [Soliman et al. 2005]: 1)

MN - MAP; 2) MN - HA; 3) MN - CN.

IDMP

IDMP e um protocolo da camada de rede que, reduz a latencia de handoff atraves das

sub-redes no mesmo domınio e tambem, diminui a carga de sinalizacao, assim como em outros

esquemas de gerenciamento de mobilidade hierarquico.

Realiza fast handoff. E, nao assume o uso do MIP para gerenciamento de macromobilidade.

E escalavel pois, usa enderecos IP para encaminhamento de pacotes e, e baseado em tunel

hierarquico. Os CNs conhecem apenas o GCoA do domınio e, o MA envia os pacotes ao LCoA

correto, adquirido atraves do SA que, por sua vez, conhece o endereco IP do movel.

Realiza LU, informando seu LCoA ao MA; e paging. O MN executa LU intra-domınio ao

comunicar seu LCoA atual ao MA.

5.2.2 Comparacao

Os protocolos de micromobilidade operam em um domınio administrativo restrito, man-

tendo a sinalizacao, a perda de pacotes e, a latencia de handoff, baixas.

Estes protocolos foram comparados a partir dos mesmos parametros utilizados para os

protocolos de macromobilidade, incluindo, suporte ao MIP para gerenciamento de macromobi-

lidade.

Todos os protocolos suportam handoff horizontal. O numero de pacotes perdidos pelo CIP

durante o hard handoff e significante. O IDMP, por sua vez, e capaz de minimizar a perda de

pacotes durante o fast handoff.

Os protocolos HMIPv6 e TeleMIP realizam apenas LU (Location Update). CIP, HAWAII e

IDMP realizam LU e paging, assim, suas MSs (Mobile Station) podem operar em modo ocioso,

economizando recursos da rede e, seus proprios recursos.

Apenas o IDMP nao assume o MIP como protocolo para gerenciamento de macromobili-

dade, podendo suportar este ou outro protocolo, como o SIP, mas isto e independente de sua

especificacao.

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Todos estes protocolos suportam apenas mobilidade da estacao final, nao possuindo os

requisitos necessarios para as mobilidades 4G.

HMIPv6, TeleMIP e IDMP, sao protocolos baseados em tunel hierarquico, garantindo a

escalabilidade. CIP e HAWAII, no entanto, nao possuem uma escalabilidade eficiente, devido

a problemas de sobrecarga gerados pelo roteameneto explıcito do movel.

Apenas o HAWAII faz consideracoes a respeito do suporte a QoS.

Apenas CIP e HMIPv6 fazem algum tipo de consideracao relativa a seguranca.

Estes resultados podem ser observados na Tabela 5.2, onde verifica-se a superioridade do

IDMP, especialmente pela sua caracterıstica de nao estender ao MIP, podendo assim, ser usado

em conjunto com outro protocolo de macromobilidade.

CIP HAWAII TeleMIP HMIPv6 IDMP

Camada de rede rede rede rede redeatuacaoEscopo da micro micro micro micro micromobilidadeGerenciamento horizontal horizontal horizontal horizontal horizontalde handoffGerenciamento LU e LU e LU LU LU ede localizacao paging paging pagingExtensao sim sim sim sim naoao MIPTipo estacao estacao estacao estacao estacaode mobilidadeEscalabilidade nao nao sim sim simeficienteQoS nao sim nao nao naoSeguranca sim nao nao sim naoMulti-homing nao nao nao nao nao

Tabela 5.2: Comparacao entre protocolos de gerenciamento de micromobilidade.

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Conclusoes

A Terceira Geracao de sistemas moveis, surgiu com o intuito de desenvolver uma tecnologia

mundial unica, que oferecesse a seus usuarios, alta qualidade na transmissao de voz, servico de

mensagens, multimıdia de alta definicao, acesso a Internet, conectividade global e, portabilidade

entre varios tipos de dispositivos. No entanto, a 3G nem chegou a ser plenamente desenvolvida,

alguns pesquisadores a consideraram encerrada e, alguns ate mesmo, fracassada. Assim, as

pesquisas se direcionaram as redes de Quarta Geracao.

Seu objetivo e prover ao usuario, todos estes servicos prometidos pela 3G, bem como novos,

integrando os diversos tipos de rede existentes, em especial, as redes moveis sem fio. Isto

depende de requisitos como, banda larga e, adaptabilidade, para que uma integracao uniforme,

ou seja, sem emenda, aconteca.

Tudo isto, a fim de satisfazer as necessidades de usuarios que, desejam obter servicos per-

sonalizados com, qualidade, seguranca, conectando-se em qualquer rede, a partir de qualquer

dipositivo, possibilitando assim, sua mobilidade, sem interrupcoes em sua conexao, com total

disponibilidade a qualquer momento.

As pesquisas relativas as redes 4G estao no ınicio, tendo algumas arquiteturas ja propostas,

mas, como nenhuma rede comercial foi ainda apresentada, nao e possıvel prever ate onde esta

tecnologia se desenvolvera e, o que sera implantado.

Quanto aos protocolos de gerenciamento de mobilidade analisados, o MSCTP mostra-se

superior em relacao aos demais, para provisao de macromobilidade, devido a sua caracterıstica

de multi-homing e, consequentemente, suporte a handoff vertical. Para os protocolos de micro-

mobilidade, o IDMP demonstra sua superioridade devido as caracterısticas de paging, escalabi-

lidade eficiente e, principalmente, por nao ser uma extensao do MIP para suportar mobilidade

intra-domınio. Num ambito geral, os protocolos que melhor se adequariam as redes 4G sao,

o MSCTP e o SIP, por possuırem requisitos essenciais para este tipo de rede, sendo handoff

vertical, no caso do MSCTP e, mobilidade pessoal, de sessao e, de servico, alem da tradicional

mobilidade da estacao, suportados pelo SIP.

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