gerenciamento das urgências e emergências

50
Gerenciamento das Urgências e Emergências AMANDA SANTOS PEREIRA CARDIOLOGISTA PELA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA INTENSIVISTA PELA ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRA MEMBRO DA AMERICAN HEART ASSOCIATION INSTRUTORA DE ACLS E FCCS DA SOMITI CONTATO: [email protected]

Upload: leandro-carvalho

Post on 12-Apr-2017

53 views

Category:

Health & Medicine


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Gerenciamento das Urgências e Emergências

AMANDA SANTOS PEREIRA CARDIOLOGISTA PELA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

INTENSIVISTA PELA ASSOCIAÇÃO DE MEDICINA INTENSIVA BRASILEIRAMEMBRO DA AMERICAN HEART ASSOCIATION

INSTRUTORA DE ACLS E FCCS DA SOMITICONTATO: [email protected]

Page 2: Gerenciamento das Urgências e Emergências

"Situacao ou agravo a saude onde se faz necessario intervir rapidamente ou imediatamente devido ao risco de morte.” • Necessidade de atendimento correto;• Sem atraso; • Evitar o obito e sequelas adicionais;

Definicao de Urgência e Emergência

Page 3: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 4: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Perfil Médio do Atendimento na Emergência Geral*

23%

40%20%

17%

0 a 17 anos18 a 44 anos45 a 64 anos≥ 65 anos

20%

80%

Trauma

*Dados de Emergências secundárias e terciárias

M F0.0

25.050.075.0

100.0

46.1 53.9

Sexo

Page 5: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Perfil Mais Frequente?N* de Atendimentos

Hipertensão ou infecções respiratóriasLesão superficial, injúrias externas,

entorse e distensãoPatologias cardíacas ou respiratórias

crônicasQueixas gastrintestinaisTranstornos psiquiátricos

CefaleiaDor lombar, articular ou crônica

HiperglicemiaIntoxicação

Necessitaram de InternaçãoCardiopatia aguda ou crônica

agudizadaPatologias respiratórias agudas

ou crônicas agudizadasDesidratação, distúrbios

eletrolíticos ou metabólicosDoenças gastrintestinais agudas

Dor torácicaInfecções agudas

Doenças neurológicas agudasDiabetes mellitus

Transtornos psiquiátricosAnemia e neoplasias

Page 6: Gerenciamento das Urgências e Emergências

DAC-Doenças do Aparelho Circulatório DAR-Doenças do Aparelho Respiratório DIP-Doenças Infecciosas e ParasitáriasFonte: SIM/SVS/MS.

TRAUMA30% Atendimentos nas

Unidades de U/E

Alta morbimortalidade por violência, acidentes de trânsito e doenças do aparelho circulatório.

JUSTIFICATIVA DA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS

Faixa etária (anos)

<1 1-4 5-9 10-14 15-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60+ Total

1ª AfecçõesPerinatais25.637

CausasExternas1.578

Causas Externas1.528

CausasExternas2.431

Causas Externas13.595

CausasExternas37.306

CausasExternas24.057

DAC20.641

DAC40.436

DAC241.607

DAC314.506

2ª AnomaliaCongênita7.973

DAR1.162

Neoplasia669

Neoplasia681

Neoplasia899

DIP2.822

DAC7.016

CausasExternas17.816

Neoplasia30.047

Neoplasia108.857

Neoplasia166.317

3ª DAR2.363

DIP1.003

SistemaNervoso436

SistemaNervoso483

DAC659

Neoplasia2.665

DIP5.832

Neoplasia15.924

CausasExternas11.865

DAR81.926

Causas Externas133.644

Fonte: MS

Page 7: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Nova Portaria Rede de Atenção às Urgências

Revoga a Portaria GM/MS n° 1863, de 29 de setembro de 2.003, que instituiu a Política Nacional de Atenção

às Urgências.

Reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências definida pela Portaria GM/MS n° 1863, de 29 de setembro de 2.003 e institui a Rede de Atenção às Urgências em todas as regiões de saúde do país, respeitadas as competências das três esferas de gestão.

Portaria GM/MS n° 1600, de 07 de julho de 2.011.

Fonte: MS

Page 8: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Rede de Atenção às Urgências

Fonte: MS

Page 9: Gerenciamento das Urgências e Emergências

SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA

Componente da rede de atenção às urgências, que objetiva ordenar o fluxo assistencial e disponibilizar atendimento e transporte adequado, rápido e resolutivo a vítimas acometidas por agravos à saúde de natureza clínica, cirúrgica, gineco-obstétrica, traumática e psiquiátricas, reduzindo a morbimortalidade.

Page 10: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Estado de Minas Gerais Cobertura Atual Samu-192

Total Municípios 853

Populacao Estado 19.159.260

Mun. cobertos 104 (12%)

Pop. coberta 38,46%

Total SAMU 192 15

FONTE: COORDENAÇÃO GERAL DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA - CGUE

Page 11: Gerenciamento das Urgências e Emergências

UPA – UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

As Unidades de Pronto Atendimento - UPA 24h são estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências.

O objetivo é diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos que possam ser resolvidos nas UPAS, ou unidades básicas de saúde, sejam encaminhados para as unidades hospitalares.

Page 12: Gerenciamento das Urgências e Emergências

COMPONENTE HOSPITALAR

O componente hospitalar da Rede de Atenção às Urgências será constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda clínicas e de longa permanência, pelos leitos de cuidados intensivos e pela reorganização das linhas de cuidados prioritárias.

Page 13: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Pronto Socorro• “ Área do hospital dedicada a oferecer um sistema organizado de assistência à saúde em situações de urgência e emergência. Esta área é composta por médicos e enfermeiros treinados e qualificados que possuem as condições e equipamentos para resuscitar, estabilizar, diagnosticar e tratar pacientes em situação de urgência e emergência”

Page 14: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Pronto-socorros em Belo Horizonte

HOBHC

João XXIIIJúlia Kubistchek

HRTNAlberto CavalcantiJoão Paulo II (CGP)

Page 15: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Problemas- “Superlotação” do PS = internação no PS- PS sobrecarregado- Precária condição de trabalho- Falta de capacitação- PS como “bico” - Alta rotatividade do profissional- Remuneração inadequada- Falta de vínculo institucional

Page 16: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 17: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Medicina Emergência – Uma crise mundial

• Departamentos de urgência(Pronto-socorros) sempre lotados • Dificuldade de internação dos pacientes • Recusa de recebimento de ambulâncias • Transporte fragmentado e desorganizado • Ausência de atendimento especializado • Atendimento e lotação nos serviços de urgência de

pacientes de baixo risco • Sistema despreparado para maxi-emergências ou aumento

da procura

Hospital-Based Emergency Care: At the Breaking Point http://www.nap.edu/catalog/11621.html

“Improved Emergency Medical Services: A Public Health Imperative”

Page 18: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Entrada SaídaThroughputCuidado de Emergência

Pacientes graves da comunidade Pacientes referidos em condições

de emergência

Cuidado de Urgência (não agendado)

Falta de capacidade do sistema de ambulatório em atender pacientes sem consulta agendada Desejo para atendimento

imediato (ex. conveniente, conflito no trabalho, tarefas familiares)

Rede de Cuidado de Segurança População vulnerável (oncologia,

hematologia, transplante) Barreiras de acesso (financeiro,

transporte, sem acesso ao sistema de saúde

Paciente chega no PS

Triagem e entrada no PS

Avaliação Diagnóstica e

Tratamento no PS

“Internação” no PS Falta de Leito

Hospitalar em Unidade de Internação

Falta de acesso ao follow-up care

Page 19: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Hospital das Clínicas - www.hc.ufmg.br

“Superlotação”

Page 20: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Gerenciamento das Urgências e Emergências – Problemas da saúde básicaProblemas da ausência de leitos

Atenção primáriaServiços de urgência e emergênca

Leitos hopitalares

Page 21: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Gerenciamento das Urgências e Emergências – Aumento progressivo da demanda

Page 22: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Gerenciamento das Urgências e EmergênciasPrimeiro passo – conhecer a realidade

local

Porém, existem picos de atendimento

Maior no período diurno até, 22 horas Maior às segundas e sextas Anual – relacionado às epidemias

Page 23: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 24: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 25: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Medicina EmergênciaPrincípios Básicos2. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E TRIAGEM PARA ALOCAÇÃO ADEQUADA DOS PROCESSOS

• Cuidado e Alta com orientação?

• Observação no PS?• Admitir?

• UTI?• CC?• Enfermaria?

• Alta com orientações?

Page 26: Gerenciamento das Urgências e Emergências

SOBRE OS RISCOS...

Page 27: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Chaves para manejo do fluxo•Adequar a capacidade à demanda;•Monitorar o fluxo dos pacientes em tempo real;

•Levar em conta que o serviço de urgência é parte de um sistema

Page 28: Gerenciamento das Urgências e Emergências

A estratégia do atendimento rápido

•Selecionar pacientes de baixo risco;•Local separado para atender urgência;•Equipe de médicos e enfermeiros dedicados;

•Acesso fácil ao serviço de urgência;•Médicos mais experientes

Page 29: Gerenciamento das Urgências e Emergências

R1– 22 PLANTÕES ( 18 Adulto, 2 Ped, 2 EMS) – procedim. urgência

R2 – 21 PLANTÕES: ( 17 adulto, 2 Ped, 2 EMS) – procedim. emergência/ múltiplos

atendimentos simultâneosR3 – 20 PLANTÕES ( 16 adulto, 2 Ped, 2 EMS) – gestão do

sistema como um todo. Liderança

Page 30: Gerenciamento das Urgências e Emergências

PS -Sala de Emergência

Cooper Hospital- NJ

Page 31: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Sala Emergencia - VaziaSala de Trauma - Vazia

Page 32: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 33: Gerenciamento das Urgências e Emergências

LEITO CHÃO?Hospital PúblicoFonte: internet

Page 34: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Hospitalização necessária?

● Quando decide que será admitido finaliza o papel do emergencista

● Estratifique risco e decida em que setor deverá admitir

NA DÚVIDA NÃO DE ALTANA DÚVIDA OBSERVE MAISSE ALTA E PACIENTE RETORNA OU TEM PROBLEMA COM MENOS DE 24HRS – INDEFENSÁVEL

Page 35: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Enfermaria Clínica de Retaguarda para Urgência

Criação de incentivo para os hospitais disponibilizarem enfermaria específica de leitos clínicos para retaguarda aos

atendimentos de urgência/emergência, após pactuação junto aos gestores.

Page 36: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Enfermaria Crônicos de Retaguarda para Urgência

Criação de incentivo para os hospitais disponibilizarem enfermaria específica de leitos crônicos para retaguarda aos atendimentos de urgência/emergência, após pactuação junto aos gestores.

Page 37: Gerenciamento das Urgências e Emergências
Page 38: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Custo-EfetividadeCusto-efetividade ao sistema de saúde

Williams RM. The costs of visits to emergency departments. New Eng J Med 1996, 334:642-646

Lateef F, et al. The short-stay emergency observation ward is here to stay. Am J Emerg Med 2000, 18:629-634

Mais de 30 estudos…

McCusker J, et al. Costeffectiveness of a brief two-stage emergency department intervention for high-risk elders. Ann Emerg Med 2003, 41:45-56

Magid D, et al. Emergency physician activation of the cath lab: saving time saving lives. Ann Emerg Med 2007, 50:535-537

Page 39: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Redução de Gastos Desnecessários

Emergencista bem treinado tem maior segurança, pede menos exames complementares, gasta menos e

dá alta hospitalar de forma mais segura e rápida:Indicação de internação mais precisa e rápida

Economia com internações desnecessáriasConsultas atendidas por emergencistas tem custo 3

vezes menor que as atendidas pelos não emergencistas

Baugh CW, et al. Emergency department observation units: a clinical and financial benefit for hospitals. Health Care Management Review 2011; 36 (1): 28-37

William R: The costs of visits to emergency departments -revisited. Ann Emerg Med 2005, 46:471-472

Northington WE, et al. Use of an emergency department By nonurgent patients. Am J Emerg Med 2005, 23:131-137

Page 40: Gerenciamento das Urgências e Emergências

O Médico que atente Urgência e Emergência Deve:

Diagnosticar e tratar corretamente pacientes com manifestações agudas e potencialmente

gravesTer habilidade e treinamento em procedimentos

de emergênciaTer conhecimento crítico para solicitar e interpretar exames complementares

Conhecer as leis e a dinâmica da regulação e referenciamento em medicina de emergênciaSaber quando encaminhar ou solicitar a ajuda

de outras especialidades

Page 41: Gerenciamento das Urgências e Emergências

O Médico que atente Urgência e Emergência Deve:

Atender situações de emergência, com diversas apresentações, muitas vezes

indiferenciadasTempo é fundamental para o prognóstico

Necessita de raciocínio rápido, de treinamento e de conhecimento

específico

Page 42: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Diagnóstico de RH - UPA de BH

(Categoria Médica)

Evidência #2

Page 43: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Diagnóstico de RH - UPA de BH(Categoria Médica)

Evidência #3

Page 44: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Hospital das Clínicas - www.hc.ufmg.br

Diagnóstico de RH - UPA de BH

(Categoria Médica)

Evidência #4

Page 45: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Hospital das Clínicas - www.hc.ufmg.br

Consenso

O treinamento em medicina de emergência na graduação é de grande importância, embora insuficiente para formar o profissional que atenderá no departamento de emergênciaAmerican Board of Emergency Medicine

American College of Emergency PhysiciansAmerican Academy of Emergency MedicineCanadian Association of Emergency Physicians Royal College of Physicians and Surgeons of CanadaEuropean Society for Emergency MedicineThe Australasian College for Emergency MedicineCollege of Emergency Medicine (UK)Italian Society for Emergency Medicine

Associación Colombiana de Especialistas en Medicina de Urgencias y EmergenciasAssociación Mexicana de Medicina de UrgenciaAssociation des Medicins Urgentistes Hospitalieres de FranceSociedad Espanola de Medicina de Urgencias y EmergenciasSociete Francaise de Medecine d'UrgenceSociedad Mexicana de Medicina de EmergenciasSociedad Argentina de Emergencias

Evidência #5

Page 46: Gerenciamento das Urgências e Emergências

O médico que Atende na Emergência Não Deveria:

Subdividir o paciente:potencial demora no diagnóstico correto (o prognóstico de pacientes graves depende do diagnóstico rápido)

aumenta os gastos para o sistema de saúdeQual é a queixa?Neurologista?

Neurocirurgiao?Psiquiatra?Clínico?Infecto?

Cardiologista?Pneumologista?Cirurgiao?Clínico?Psiquiatra?Infectologista?

Cirurgiao?Gastroclínico?Gastrocirurgiao?Gineco?Obstetra?Endocrino?Nefro?Psiquiatra?

Ortopedista?Reumato?Clínico?Infecto?

Page 47: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Mudança no Perfil dos MédicosCriação do treinamento: passou a contar com

um profissional dedicado, empenhado, participativo e presente

Corpo clínico: passou a ser composto pelos emergencistas formados

A maioria deles com dedicação exclusiva e presença diária no PS

Houve grande redução dos médicos que apenas atuavam como “bico”

Jouriles NJ, et al. Faculty development in emergency medicine. Acad Emerg Med 1997, 4:1078-1086

Berk W, et al. The effect of clinical experience on the error rate of emergency physicians. Ann Emerg Med 2008, 52:497-501

Page 48: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Rede de Atenção ao IAM em Belo Horizonte

Rede de Atenção ao IAM em Belo Horizonte: • Implantação em 2011•Diagnóstico precoce

• Integrar portas de entrada de urgência com serviços de hemodinâmica

•Ampliar acesso a terapia de reperfusão•Melhorar a qualidade da assistência ao paciente

•Reduzir mortalidade

Page 49: Gerenciamento das Urgências e Emergências

Rede de Atenção ao IAM em Belo Horizonte

ECG digital instalado em sete Unidades de Pronto Atendimento

Equipes foram treinadas

Page 50: Gerenciamento das Urgências e Emergências