geoparque chapada dos guimarães

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GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARÃES (MT) Hamilcar Tavares Vieira Júnior CPRM - Serviço Geológico do Brasil Juliana Maceira Moraes CPRM - Serviço Geológico do Brasil Thiago Luiz Feijó de Paula CPRM - Serviço Geológico do Brasil 9 - proposta -

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descorre sobre o geoparque de chapada dos guimaraes Mato Grosso

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GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Hamilcar Tavares Vieira Jnior CPRM - Servio Geolgico do BrasilJuliana Maceira MoraesCPRM - Servio Geolgico do BrasilThiago Luiz Feij de PaulaCPRM - Servio Geolgico do Brasil9- proposta -Cachoeira Vu da Noiva em escarpa de arenito devoniano da Formao Furnas, na Sede Administrativa do Parque Nacional da Chapada dos Guimares.Foto: Carlos Schobbenhaus.285GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)RESUMO A Chapada dos Guimares, localizada na regio centro-sul do Estado do Mato Grosso, est inserida no Domnio Morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paran, compondo a unidade de relevo Planalto de Guimares, com cotas que atingem mais de 800 m. O proeminente relevo escarpado da borda da Chapada dos Guimares se desenvolveu em arenitos devonianos e juro-cretcicos das formaes Furnas e Botucatu, respectivamente. Alm do interesse geolgico-geomorfolgico e, tambm, paleontolgico e espeleolgico, a rea proposta para o Geoparque Chapada dos Guimares apresenta belezas naturais, tais como: mirantes de beleza cnica, morfologia ruiniforme, cachoeiras, cavernas, lagoas e outros aspectos de interesse turstico, em meio ao ambiente tpico do biomaCerrado. Esse contexto, associado ao clima ameno da regio e a seu patrimnio histrico-cultural, inclusive pr-histrico, delega regio um forte apelo turstico. Na proposta rea,queenvolvepartedoParqueNacionalChapadadosGuimares,foramelaboradosquatroroteiros para orientar a visitao pblica e para cada roteiro foram selecionados diversos geosstios.Os principais geosstios so Cachoeira Vu de Noiva, Morro So Gernimo, Balnerio da Salgadeira, Apirio, Mirante do Centro Geodsico, Cidade de Pedra, Caverna Aroe-Jari e Lagoa Azul, dentre outros que sero abordados nesta proposta. O conjunto desses atrativos, quando associados prtica de polticas pblico/privadas de investimentos em infraestrutura, tende a incrementar o potencial turstico da regio e beneficiar o aspecto socioeconmico da comunidade.Palavras-chave: Geoparque Chapada dos Guimares, Formao Furnas, Formao Botucatu, cachoeira Vu de Noiva, Cidade de Pedra, caverna Aroe Jari, geoturismo, relevo ruiniforme.ABSTRACTThe Chapada dos Guimares, located in the south-central part of the State of Mato Grosso, is included in the morphostructural domain of the Paran Sedimentary Basin, forming the Guimares Plateau relief unit, reaching elevations over 800 m. The steep edge prominent relief of the Chapada dos Guimares was developed in Devonian and Juro-Cretaceous sandstones of Furnas and Botucatu formations, respectively. Besides its geological and geomorphologicaland also paleontological and speleological interests, the area proposed for the Geopark Chapada dos Guimares has natural beauty, such as: observatories with extraor-dinary scenery, ruiniform features, waterfalls, caves, lagoons and other aspects of tourist interest in typical Cerrado biome environment. This context, associated with the pleasant weather of the region and its historic, prehistoric and cultural heritage, provides to the region a strong tourist appeal. In the proposed area, which involves the National Park of Chapada dos Guimares, four routes were prepared to guide public visitation and several geosites were selected for each route. The most important geossites are: Vu de Noiva Fall, So Jernimo Mount, Salgadeira Balneary, Apirio, Geodesic Center Belvedere, Cidade de Pedra, Aroe-Jari Cave and Lagoa Azul, among others that will be addressed in this proposal. All these attractions, when associated with the practice of public/private investment policy in infrastructure, tend to increase the tourism potential of the region and benefit the socioeconomic aspect of the community.Keywords:Chapada dos Guimares Geopark, Furnas Formation, Botucatu Formation, Vu de Noiva fall, Cidade de Pedra, Aroe Jari cave, geotourism, ruinform features.286GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IINTRODUOO Municpio de Chapada dos Guimares, cuja sede se insere na rea do Geoparque aqui proposto, dista 62 km da cidade de Cuiab e apresenta diversas belezas naturais, tais como; cachoeiras, cavernas, lagoas, feies geolgicas distintas e trilhas em meio natureza tpica de cerrado. Oclimaamenoeabelezacnicapresenteformamum contextoderelevanteatrativotursticonaregio,onde se destacam; a biodiversidade, a geodiversidade e o patri-mnio histrico.A regio da Chapada dos Guimares est inserida no domnio morfoestrutural da Bacia Sedimentar do Paran, constituindo a unidade de relevo Planalto de Guimares. Quatro domnios litolgico-estratigrficos principais so reconhecidos da base para o topo: rochas metassedimen-tares do Grupo Cuiab; rochas sedimentares da Bacia do Paran; coberturas detrito-laterticas e aluvies recentes.LOCALIZAOAreapropostaparaoGeoparque,comaproxima-damente 1.149 km, est localizada na regio centro-sul do Estado do Mato Grosso, abrangendo parte dos muni-cpios de Chapada dos Guimares, Campo Verde e Santo Antnio do Leverger e contm 11 vrtices (Figura 1). No desenvolvimentodoGeoparque,outrospontosdeinte-resse podero ser incorporados e, consequentemente, sua rea poder ser alterada. O Parque Nacional da Chapada dosGuimares(PNCG)estparcialmenteinseridona rea do proposto Geoparque (Figura 1).DESCRIO GERAL DO GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARESCaracterizao do Territrio do GeoparqueClimaOclimadeChapadadosGuimarestropicalde altitude ou subtropical, e se caracteriza pela presena mar-cante de uma estao chuvosa e uma seca. Na classificao de Kppen clima tropical de savana do tipo Aw (Ibama, 1995 in: ICMBio, 2009). No incio da primavera comea operodochuvosoqueseestendeatoinciodeabril, que o perodo onde comea a esquentar. A partir deste perodo, no outono, comea o perodo de estiagem, que se intensifica durante o inverno, onde ocorrem as incurses polares mais significativas. Raramente h ocorrncias de geadasetemperaturasnegativas.Amenortemperatura registrada na Chapada dos Guimares foi de (-)4 no dia 18 de julho de 1975.As temperaturas mdias anuais variam de 25 C (na Baixada Cuiabana) a 21,5 C (nos topos elevados da Cha-pada dos Guimares), sendo que as temperaturas mximas dirias, na Baixada Cuiabana, podem superar os 38 C e as mnimas, no topo da Chapada, caem a menos de 5 C. A precipitao mdia anual permanece entre 1300 e 1600 mm de chuvas na Baixada Cuiabana e chega a 2100 mm anuais nas pores mais altas da Chapada dos Guimares (Seplan, 2001 in: ICMBio, 2009). A relao das tempera-turas mdias mximas/mnimas e a pluviometria, podem ser melhor observadas nas Figuras 2 e 3.Tabela 1 - Dados Climatolgicos da Estao Chapada dos Guimares.Latitude: 15 28 8 S Longitude: 55 43 44 WMs Tmdia/mn(C) Tmdia/mx. (C) P(mm)/mdiaJan. 2432336,1Fev. 24 32 347,2Mar. 24 32 292,8Abr. 23 33 183,1Maio 21 32 89,4Jun. 18 31 32,7Jul. 17 31 29,1Ago. 19 34 21,1Set. 21 34 88,5Out. 23 34 185,5Nov. 24 33 249,8Dez. 24 32 332,6RelevoAs unidades morfolgicas presentes na rea proposta para Geoparque compreendem o Planalto dos Guimares (subunidade Chapada dos Guimares) e a Depresso do Rio Paraguai (Subunidade Depresso Cuiabana).OPlanaltodosGuimaresseestendeaolongoda extremidadenoroestedaBaciaSedimentardoParan, configurando-se como uma unidade contnua e alongada, atingindo cerca de 200 km no sentido leste-oeste e 120 km nosentidonorte-sul,correspondendoaumtrechodos planaltosdivisoresentreasbaciasdoPrataedoAma-zonas. caracterizado por um planalto conservado com superfcies cimeiras e formas de relevo do tipo chapadas, colinas amplas e patamar. H tambm a forma planalto 287GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)dissecadocomsuperfciesdemdiaafortedissecao, amplitudemdiaedeclividademdiaaalta,comvales fechados e crregos encachoeirados. Devido a caractersticas topogrficas e geomorfolgi-cas distintas possvel reconhecer, na regio da Chapada dos Guimares, trs compartimentos de relevo, definidos como:subunidadegeomorfolgicaChapadadosGui-mares, que se desenvolve predominantemente sobre as rochas das Formaes Furnas, Botucatu e Ponta Grossa epossuicotasquevariamde600a800m;Planaltodo Casca com cotas que vo de 300 a 600 m e o Planalto dos Alcantilados com cotas que oscilam entre 300 e 600 m de altitude (Radambrasil, 1982 in: ICMBio, 2009)(Figura 3), alm da depresso cuiabana.NareadopropostoGeoparqueestopresentes, sudeste, as bordas da subunidade Chapada dos Guima-res, que contorna a superfcie pediplanada da Depresso Cuiabana,pormeiodeescarpaseressaltos,marcando a transio entre a depresso e o planalto. Embora no ocorramnareadopropostoGeoparque,osdemais compartimentosderelevocitadossoimportantesdo contextogeomorfolgicodaregiodaChapadados Guimares.ADepressoCuiabanaumarearebaixadacom altitudede200a450mcomformasderelevovariadas eapresentatrsunidadesmorfolgicas:depressodis-secada,constitudaporformasdissecadasemcolinas morrotesemorros;depressopediplanada,constituda Figura 1 - rea proposta do Geoparque Chapada dos Guimares com indicao dos geosstios selecionados e localizao em relao s reas dos municpios (localizao e vrtices do polgono da rea do proposto Geoparque).288GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ipor pedimentos em forma de rampas com a presena de raros inselbergs; e a plancie de inundao do rio Cuiab, caracterizada por uma superfcie plana, sujeita inunda-o durante a poca das cheias.Estas formas de relevo foram modeladas em rochas de idade pr-cambriana do Grupo Cuiab, representadas pormetagrauvacas,metarcseos,filitos,filitosarcose-anos,quartzitosemetaconglomerados,normalmente encobertos por coberturas detrticas relacionadas a cou-raas ferruginosas intemperizadas e solos rasos a pouco profundos, constitudos por material argilo-arenoso com ocorrncia comum de horizonte concrecionrio e casca-lheiras (CPRM, 2006).Figura2-PrecipitaoPluviomtricaMdiaMensalHistrica(1977 a2006)doMunicipioChapadadosGuimares/MT.Fonte:Atlas Pluviomtrico do Brasil - CPRM/2010: Estao 1555001.Figura 3 - Feies de relevo na rea do proposto Geoparque Chapada dos Guimares.289GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)VegetaoNaregiosoencontradasdiversasfitofisionomias, dentre as quais se enquadram a mata semidecdua, mata ciliar, Cerrado, Cerrado (embiruu, sucupira, pau-santo), Campo Sujo (pau-terra, Muricis,cambar), Campo Cer-rado (gramneas e ciperceas) e Campo Cerrado Rupestre (Orquidaceae e Bromeliaceae).A mata seca semidecdua (peroba, jacareba e jatob), secaracterizacomoumamatadeencostaouinterflvio e est associada s reas das cabeceiras dos rios perenes, como o Coxip e o Aric e a reas de relevo acidentado, chegando aos sops das morrarias, com altitudes mdias de 300 m. formada por rvores de 20 m de altura, formando dossel contnuo com rvores emergentes que podem che-gar a 30 m, constituindo, tipicamente, quatro estratos. H rvores de domnio da Floresta Amaznica, como guanandi (Calophyllumbrasiliense),copaba-vermelha(Copaifera langsdorffii) e jatob (Hymenaea spp.), alm de palmeiras como buriti (Mauritia flexuosa) e babau (Attalea speciosa).A mata ciliar ocorre em vales com canais de drenagem bemdefinidos.Algumasdasespciesmaisfreqentes so: ing-de-beira-de-rio (Inga uruguensis), gomeira-de--macaco (Vochysia pyramidalis), pindaba-preta (Xylopia emarginata) e pau-pombo (Tapirira guianensis). Nas reas de nascentes ocorrem os Buritis.Ocerrado(justacontas,olho-de-boi,pombeiros), tambmchamadosavanaarbreadensaousavanaflo-restada,surgeemcapesnasreasdecerradosentido restrito e nas bordas da mata semidecdua. Formado por rvores de 8 a 10 m de altura, com circunferncia rara-mente ultrapassando 1 m, possuindo caules tortuosos e ramificaoirregular.Haindatrsestratosinferiores: rvores de 5 a 7 m, arbustos de 2 a 3 m e estrato herbceo composto por gramneas, bromlias, arceas e plntulas de espcies lenhosas.So espcies de destaque nessa formao: carvo-de--ferreiro (Sclerolobium paniculatum), marmelada (Dios-pyros sericea), pau-terra-do-campo (Qualea grandiflora), faveiro (Pterodon sp.) e combaru (Dipteryx alata).O cerrado sentido restrito formado por elementos arbustivosearbreoscomcercade5mdealtura,com troncos finos e tortos, distribuindo-se de modo esparso sobre um estrato herbceo contnuo, entremeado de plan-tas lenhosas raquticas e palmeiras acaules.Dentre as rvores que compem o cerrado, destacam--se: faveiro (Pterodon sp.), abiu-carriola (Pouteria rami-flora) e pequizeiro (Caryocar brasiliense).O campo sujo, tambm conhecido por savana gram-neo-lenhosa, na qual prevalecem gramados entremeados por plantas lenhosas raquticas e palmeiras acaules. Esta formao altera-se gradualmente para campo limpo nos morrotes.Asherbceassoprincipalmentegramneas (famliaGramineae)eossubarbustos,principalmente dasfamliasCompositae,Myrtaceae,Melastomataceaee Malvaceae. Em reas de solo hidromrfico formam-se as vrzeas, com renques de buritis, orquidceas, brifitas e pteridfitas.Ocampocerradosecaracterizapelapresenade apenasdoisestratos(arbustivode1a4meherbceo), estaformao,tambmdenominadasavanaparque, composta por gramneas e ciperceas, entremeadas por acantceas, genitceas e convolvulceas.OCampocerradorupestreocorreacimade800m dealtitude.Avegetaonoultrapassa1mdealtura eabrange,principalmente,asfamliasEriocaulaceae, Bromeliaceae, Iridaceae, Melastomataceae e Orquidaceae (ICMBio, 2009).HidrografiaOs principais cursos dgua que compem a regio da Chapada dos Guimares integram a bacia do Alto ParaguaiesotributriosdorioCuiab,umdos principais formadores da Plancie Pantaneira. A rea do proposto Geoparque Chapada dos Guimares est inseridanabaciadorioCuiab,nocompartimento denominado, Alto Cuiab (ANA/GEF/PNUMA/OEA, 2003).Naporocentro-oestedareapropostapara Geoparque,oprincipalcursodguaorioCoxip, quetemsuasnascentesnolimitedazonaurbanizada dacidadedeChapadadosGuimares,formandoas quedas Cachoeirinha e Vu de Noiva. O crrego Inde-pendncia, afluente do rio Coxip, forma as cachoeiras Sete de Setembro, Sonrizal, Pulo, Degraus, Andorinhas e Independncia. Na poro centro-oeste da rea destaca-se o ribeiro do Forte e os crregos gua Fria e Estiva que participam daformaodorioQuilombinho,oqualtemrelevante importncia econmica, histrica/cultural para a regio, principalmente relacionado minerao de diamantes e colonizao (ICMBio, 2009). Destaca-se, tambm o rio do Casca e seus afluentes que formam a rede hidrogrfica na regio da Caverna Aroe-Jari, geosstio elencado neste trabalho. 290GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IHistriaSegundo o historiador Jorge Belfort Mattos Jr. a ocu-pao da regio da Chapada dos Guimares ocorre com a chegada dos primeiros bandeirantes ao Mato Grosso, em l7l8/19, poca em que era disputada pelos ndios Borros ouCaiaps.Nestemesmoperodoaregiodabaixada cuiabana era povoada pelos guerreiros Paiagus.O pioneiro desta ocupao foi o Bandeirante paulista Antnio de Almeida Lara que se estabeleceu por volta de 1722,criandoprimeirafazendadecanadeacardo MatoGrosso,afazendaBurityMonjolinho.Em1726, RodrigoCzardeMenezes,chefedaCapi taniadeSo Paulo, formalizou a doao destas terras atravs de uma carta de sesmaria, tornando Antnio de Almeida Lara um abastado produtor de mantimentos da regio, que recebia dia a dia leva de mineradores que se alastravam por toda baixada cuiabana.Nesta poca a economia no Estado do Mato Grosso era voltada para mercantilismo e dirigida por um grupo decomerciantesvidosemdominartodosospossveis caminhos econmicos. O interesse da Corte Portuguesa era focado principalmente na produo mineral deixando emsegundoplanoaagropecuria,nospelamelhor arrecadao,comotambmporqueabastecimentodos mineradores com alimentos era uma fonte de troca com o ouro.De 1731 a 1737 os ndios Paiagus, exmios guerreiros, confederaram-se com os Guaicurs, ndios cavaleiros que habitavam o sul do Pantanal, e fecharam a passagem do rio Paraguai para os brancos, impedindo o abastecimento feitopelasmones,esubmetendoapopulaositiada a ter que sobreviver da caa e dos produtos produzidos pelasfazendasclandestinas.Oisolamentoemonoplio teve posto seu fim quando da abertura da nova estrada ligandoCuiabatacidadedeGoisVelho,passando pelaChapadadosGuimares,possibilitandoachegada do primeiro gado vacum na regio.Em1751aCortePortuguesapercebendoqueno chegavam a Portugal os impostos que eram cobrados pelos bandeirantes,desmembraoMatoGrossodaCapitania de So Paulo e nomeia o primeiro Governador Capito General de Mato Grosso, Dom Antnio Rolim de Moura Tavares. Em sua comitiva, padres Jesutas com a clara inteno de criar misses Jesutas, estabeleceram no povoado um aldeamentoparacongregarosndiosdediversastribos que habitavam o local, na tentativa de impedir um choque com os garimpeiros e a depredao dos estabelecimentos civilizados.Caberessaltarque,osndiosnesteperodo eram importante fonte de renda para os Bandeirantes, se tornando um forte concorrente aos negcios portugueses de compra e venda de escravos negros.Este povoado recebeu em 1751 o nome de Chapada Nossa Senhora Sant Ana Aldeia Velha e sua administrao ficou por conta do padre jesuta Estevo de Castro, onde foi erguida uma capela. O responsvel pela misso reduziu alm de ndios Bororos, ndios Caiaps e ndios de toda a regio, inclusive Mochos e Chiquitos, j em territrio da Bolvia. No ano de 1778, no local desta capela, construda aIgrejaNossaSenhoraSantAna,padroeiradacidade Chapada dos Guimares (Ferreira, 2001).Durante anos a estrada que ligava Chapada a Cuiab eradenominadatrilhadoTopedeFitaeathoje permanecemarcadanamata,ondefeitaanualmente uma cavalgada de integrao. A trilha toda calada em pedra e tem 30 km de extenso. Foi por onde os ndios e escravos trouxeram material para a construo da igreja, que tombada pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN, 2010).PortantoacidadeChapadadosGuimaresjfoi SantAna da Chapada, nome da clebre misso dos jesu-tascomandadapelopadreEstevodeCastro.Algum tempodepois,onomefoialteradoparaChapadade Cuiab.Nodemoroumuitoeonomefoinovamente modificado,destafeitaparaSantAnadaChapadade Guimares.Nesta ocasio governava a Capitania de Mato Grosso o Capito General Luz Pinto de Souza Coutinho - Visconde de Balsemo, que, acatando sugesto de portugueses natu-rais da cidade de Guimares, acrescentou denominao de SantAna da Chapada o termo de Guimares. Outra fontedotermocomohomenagemaoDuquedeGui-mares, por imposio do mesmo Visconde de Balsemo (Ferreira, 2001). Em 1814, o povoado foi elevado categoria de Fregue-sia. Atravs da Lei Provincial n 219 de 11 de dezembro de 1848, a localidade transformou-se em Distrito Adminis-trativo. O Distrito de Paz de Chapada foi criado em 1875.O municpio, com o nome de Chapada dos Guima-res, foi criado em 15 de dezembro de 1953, atravs da Lei Estadual n 701. Porm, a data oficial de comemorao da fundao do ncleo 31 de julho de 1751, completando desta forma, 259 anos em 2010.291GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Em 1994, a Assemblia Legislativa de Mato Grosso pretendeuretornaradenominaodeChapadados Guimares para Chapada de Guimares. A lei foi vetada pelo executivo permanecendo Chapada dos Guimares.Quanto ao aspecto arquitetnico da cidade, destaca-se o estilo barroco colonial, que resiste ao tempo, e conduz ao presente, os sculos XVII e XVIII. As cumeeiras saem do centro, deslocadas para frente com paredes construdas de adobe (tijolos feitos de barro amassado) e os alicerces sodepedrasencaixadas.Opiso,emgeral,decho batido e as janelas e portas, com beirais de troncos grossos, lisaspordentro,sofechadascomtrancasdetravesso (Mesquita, 1940). Infra-Estrutura e Dados SocioeconmicosDe acordo com a contagem IBGE 2010 o Municpio de Chapada dos Guimares tem 17.799 hab., tendo como principalatividadeeconmicaoturismoecolgico.O Produto Interno Bruto do Municpio per capita de 7.603 Reais (Tabela 2).Segundo o IBGE quanto ao aspecto scio-econmico, ondicedeDesenvolvimentoHumanoMunicipalde Chapada dos Guimares era de 0,711 no ano 2000. Pela classificaodoPNUD(ProgramadasnaesUnidas para o Desenvolvimento), o Municpio est entre as regi-esconsideradasdemdiodesenvolvimentohumano (IDH entre 0,5 e 0,8). Os indicadores utilizados para se calcular o IDH so: a esperana de vida ao nascer, o nvel educacional e a renda per capita. Atualmente a populao urbana representa aproximadamente 61 % da populao do Municpio.H uma razovel infra-estrutura de pousadas, hotis, campings e restaurantes que oferecem comidas tpicas da regio, tais como a mojica de pintado (espcie de enso-pado de peixe cortado em cubos, com mandioca cozida na mesma panela), os peixes pac e dourado fritos, com acompanhamentos de piro e farofa de banana.A cidade conta ainda com hospital, farmcias, agn-cia dos correios, lojas de artesanatos, agncias bancrias postos de gasolina e posto telefnico. Localiza-se a cerca de 62 km da capital Cuiab com via de acesso em rodovia pavimentada MT-251.Anualmente ocorre o festival de Inverno na Cidade ChapadadosGuimaresquebuscaproporcionarao pblico, atividades interativas, fortalecendo a cultura local epromovendoaesdemelhorianaqualidadedevida junto comunidade. Neste perodo de festividades ocorrem shows, even-tosartsticos,cientficos,ldicos,almdecampanhas educativas,feirasdenegcioseturismo.Oobjetivo transformarofestivalnumimportanteploderesgate da cultura regional.Tabela2-DadosscioeconmicosdoMunicpioChapadados Guimares. .Dados Scioeconmicos Chapada dos GuimaresPopulao (hab. ano 2010) 17.799rea da unidade territorial (km) 5.984PIB per capita (R$ - ano 2009) 7.603PIB a preos correntes (R$ 1.000) 132.122Valor adicionado bruto da agropecuria (R$ 1.000) 44.474Valor adicionado bruto da indstria (R$ 1.000) 12.493Valor adicionado bruto dos servios (R$ 1.000) 67.752Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Contas NacionaisParque Nacional da Chapada dos GuimaresOParqueNacionaldaChapadadosGuimares (PNCG)(Figura 4), criado em 12 de abril de 1989 (Decreto Lei n 97.656), possui rea de 32.630 ha e tem por objetivo protegeroecossistemalocal(biomacerrado),assegu-randoapreservaodosrecursosnaturaisedosstios arqueolgicos, atravs de um plano de manejo adequado para visitao, educao e pesquisa. A Lei 7.804 de 5 de dezembrode2002criouareadeProteoAmbiental Chapada dos Guimares (APA rea de 251.847.933 ha), englobando a mesorregio Centro Sul do Estado de Mato Grosso, onde se inserem os municpios de Chapada dos Guimares, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antonio do Leverger, Cuiab e Vrzea Grande.O PNCG envolve os municpios de Cuiab e Chapada dos Guimares, situando-se a 26 km da rea urbana de Cuiab e a 6 km de Chapada dos Guimares, com acesso pelaMT-251,rodoviaasfaltadaqueservedelimitee tambmpassadentrodareadoparque.OConselho Consultivofoicriadoemfevereirode2008eteveo primeiro Plano de Manejo aprovado em 5 de junho de 2009. Atualmente tem 24 cadeiras ocupadas por 28 ins-tituies, sendo, 13 instituies governamentais e15 no governamentais.O Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada dos Guimares foi elaborado pelos servidores da Unidade 292GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ide Conservao (UC), com apoio de tcnicos da Coorde-nao dos Biomas Cerrado e Pantanal do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio). Este Planovisadesenvolveraesquepossibilitemaefetiva participao da sociedade na gesto do Parque Nacional (ICMBio, 2009).H, tambm, um Centro de Visitantes junto a Sede AdministrativadoParqueNacionaldaChapadados Guimares(Figura5),comauditrio,sanitrioseuma sala de exposies, onde so mantidos painis informa-tivos e mapas das principais trilhas abertas visitao. O auditrio utilizado para atender grupos interessados em assistir palestras ou vdeos institucionais sobre o Parque edevemserpreviamenteagendadasjuntoaostcnicos da Sede.Caracterizao Geolgica RegionalNo contexto regional so identificadas trs unidades geolgicas maiores: Faixa Paraguai, Bacia Sedimentar do Paran e Coberturas Cenozicas (Figura 6). A Faixa Paraguai, entidade tectnica neoproterozica desenvolvida durante o Ciclo Brasiliano (1.000-500 Ma.), foiedificadanabordasuldoCrtonAmazonas,for-mando arco com extenso de 1.500 km e largura mdia de 300 km. caracterizada por uma seqncia de rochas metassedimentares que foram deformadas entre 550-500 Ma. e afetadas por magmatismo grantico ps-orognico (GranitoSoVicente)deidade5045Ma.(Lacerda Filho et al., 2004).Alvarenga et al., (2000) propem uma zonao sedi-mentar,tectnicaemetamrficaparaaFaixaParaguai, formada por trs compartimentos, de oeste para leste: 1 - Zona cratnica com estratos sub-horizontais; 2 - Zona pericratnica com dobras holomrficas de grande ampli-tude e extenso; e 3 - Zona bacinal profunda, metamr-fica, com dobras e empurres com vergncia para oeste eintrusesgranticas.Aregioaquienfocadainsere-se neste ltimo compartimento, representada, segundo Luz etal.,(1980),porunidadesdebaixograumetamrfico (fciesxisto-verde)doGrupoCuiabque,porsuavez, divide-seemoitosubunidades(1a7eumaindivisa), baseados em critrios litoestratigrficos. Dentre os diversos tipos de rochas que compem o Grupo Cuiab na rea em discusso podemos citar; filitos,filitosconglomerticos,margas,metaconglo-merados,metarcseos,metarenitos,quartzitos,dia-mictitos,mrmorescalcticosedolomticos,clorita xistos,metagrauvacasemicaxistos,pertencentess subunidades 3 a 7. De acordo com Luz et al., (op.cit.) assubunidades3,5e6apresentamcaractersticasde ambiente marinho, fcies flysch, exemplificado por uma alternnciartmicadeestratospsamticosepelticos. A instabilidade tectnica teria originado correntes de turbidez que por sua vez, provocaram fluxos de detritos representados pelas fcies conglomerticas. A deposi-o de turbiditos com intercalaes de rochas carbon-ticas representariam perodos de calma tectnica. Estes mesmos autores, baseados em dados e observaes de campo consideram as subunidades 4 e 7 como geradas emambienteglaciomarinho,relacionadoagrandes massasdegeloflutuante(icebergs).AsSubunidades 4e7socaracterizadaspormetaparaconglomerados Figura 4 - Porto de entrada principal do PNCG.Figura 5 - Vista da Sede Administrativa do PNCG.293GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)petromticos (metadiamictitos) com raras intercalaes de filitos e metarenitos.ABaciaSedimentardoParan,porsuavez,uma sinclise que cobre extensas reas nas regies sul, sudeste ecentro-oestedoBrasil,estendendo-seArgentina, Paraguai e Uruguai. Na parte brasileira cobre rea supe-rior a 1.000.000 km formada por rochas sedimentares e vulcnicasqueultrapassam7.000metrosdeespessura. Milani(1997)reconheceunoregistroestratigrficoda Bacia do Paran seis unidades de ampla escala ou super-sequncias na forma de pacotes rochosos materializando cada um deles intervalos temporais com algumas dezenas de milhes de anos de durao e envelopados por super-fcies de discordncia de carter inter-regional: Rio Iva (Ordoviciano-Siluriano), Paran (Devoniano), Gondwana I (Carbonfero-Eotrissico), Gondwana II (Meso a Neotri-ssico), Gondwana III (Neojurssico-Eocretceo) e Bauru (Neocretceo), (Figura 7).As trs primeiras supersequncias so representadas por sucesses sedimentares que definem ciclos transgres-sivo-regressivos ligados a oscilaes do nvel relativo do mar no Paleozoico, ao passo que as demais correspondem Figura 6 - Localizao do Geoparque no contexto geolgico regional.294GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ia pacotes de sedimentitos continentais com rochas gneas associadas. As unidades formais da litoestratigrafia, quais sejam os grupos, formaes e membros comumente uti-lizados na descrio do arranjo espacial dos estratos da bacia, inserem-se como elementos particularizados neste arcabouo aloestratigrfico de escala regional. A Supersequncia Rio Iva um ciclo transgressivo, relacionado fase rift da bacia, representado pelo grupo de mesmo nome e compreende arenitos depositados em ambientefluvial,transicionalecosteiro,diamictitosde origemglacialefolhelhos,hospedandoasuperfciede inundaomxima.ASupersequnciaParanrepre-sentada pelo grupo homnimo constitui um ciclo trans-gressivo-regressivo e composta pela Formao Furnas depositadaemambientefluvialetransicional(arenitos econglomerados,comabundantesicnofsseis)epela Formao Ponta Grossa, constituda principalmente por folhelhos e dividida em trs membros, dos quais o mais Figura 7 - Carta cronoestratigrfca da Bacia Sedimentar do Paran (Milani, 1997).295GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)inferior, marinho, corresponde superfcie de inundao mxima do Devoniano.A Supersequncia Gondwana I compreende as diver-sasformaescomponentesdosGruposItarar,Guat ePassaDois.omaiorpacotederochassedimentares da Bacia do Paran, sedimentologicamente heterogneo ecomplexoqueregistraasmudanaspaleoambientais contrastantes atravs do tempo que ocorreu no Continente Gondwana, do perodo glacial do Carbonfero Superior aostempossecoseridosduranteoTrissico.Aseo inferiordaSupersequnciaGondwanaIrepresentada por uma sequncia de depsitos glaciognicos includos no Grupo Itarar e na Formao Aquidauana, esta ltima representada no mapa geolgico regional aqui enfocado. OGrupoGuatformadoporrochasdepositadasem ambiente deltaico, litorneo e marinho. A parte superior, regressiva, est representada nas rochas marinhas e tran-sicionais do Grupo Passa Dois, registrando ao seu final o incio da instalao de clima desrtico na bacia.A Supersequncia Gondwana II no representada no contexto aqui enfocado. representada por red beds deambientelacustredeocorrncialocal,associadosa depsitos fluviais e elicos.ASupersequnciaGondwanaIIIcorrespondente abertura do Oceano Atlntico representada pelo Grupo So Bento que compreende a Formao Botucatu com-posta por arenitos elicos depositados em ambiente desr-tico e os derrames de basalto da Formao Serra Geral.A Supersequncia Bauru (Cretceo Superior) repre-senta um pacote de rochas sedimentares de origem alu-vionar, fluvial e elica que encerra a histria deposicional da Bacia do Paran.(Milani, 1997; Milani&Thomaz Filho, 2000; Lacerda Filho et al., 2004; Milani et al., 2007).AsCoberturasCenozicassorepresentadaspelas CoberturasDetrtico-laterticas(FormaoCachoeiri-nha), Formao Pantanal, provavelmente de idade pleis-tocnica e pelas Aluvies Recentes. GEOLOGIA DO GEOPARQUE O polgono proposto para o Geoparque Chapada dos Guimares engloba rochas metassedimentares dobradas do Grupo Cuiab, rochas sedimentares da Bacia do Paran e coberturas cenozicas. Morfologicamente, a rea de ocor-rncia do Grupo Cuiab relaciona-se Plancie Cuiabana. As unidades basais da Bacia do Paran foram depositadas em inconformidade sobre paleo-relevo do Grupo Cuiab e so representadas pelo Grupo Rio Iva, Grupo Paran e Grupo So Bento.(CPRM, 2006) (Figura 6).O Grupo Rio Iva (Siluriano-Ordoviciano), aflorante na poro leste da rea do Geoparque, composto pelas formaesVilaMariaeAltoGaras.AFormaoAlto Garas, basal, representada, no contato com as rochas do Grupo Cuiab, por um conglomerado de cor cinza-claro a branco, que grada para um arenito de granulao fina amdiaformadoporgrosdequartzobemseleciona-dos e arredondados, por vezes grosso a conglomertico contendoseixosdequartzo,deaspectomaciooucom estratificao cruzada tangencial com icnofsseis do tipo Skolithos linearis (icnofcies Skolithos) interpretadas como o registro de um sistema marinho raso arenceo (Borghi & Moreira, 2002; Moreira & Borghi, 1999).A Formao Vila Maria est posicionada estratigrafi-camente sobre a Formao Alto Garas em discordncia erosiva e sob os conglomerados da Formao Furnas em aparente discordncia angular. De acordo com Borghi & Moreira (op. cit.) a formao atinge uma espessura de 20 m nas proximidades da fazenda Nossa Senhora de Media-neira e na caverna Aroe Jari (Geosstio 14).Segundo Moreira & Borghi (1999) a Formao Vila Maria na regio apresenta complexidade faciolgica da baseparaotopo,nosquaissedescrevem:1.conglo-meradoscomestratificaocruzada(sistemafluvial); 2.conglomerados e arenitos intercalados em camadas tabularesearenitoscomArthrophycusalleghaniensis (icnofcies Cruziana) de um sistema marinho raso rud-ceo; 3. folhelhos com Chondrites isp. e Teichichnus isp. (icnofcies Cruziana), arenitos com laminao cruzada cavalgante e diamictitos de um sistema glcio-marinho; 4.arenitosemcamadastabulares,comestratificao cruzada ou com laminao cruzada ondulada, arenitos efolhelhosintercaladosemacamamentoflaser,wavy elinsen,arenitoscomArthrophycusalleghaniensise Palaeophycus isp. (icnofcies Cruziana), e arenitos com Skolithoslineari(icnofciesSkolithos)deumsistema marinho raso arenceo.O Grupo Paran (Siluro-Devoniano) representado, na rea, pelas formaes Furnas e Ponta Grossa. A For-mao Furnas aflora numa faixa estreita, com a borda sul escarpada, em contato com rochas dos grupos Cuiab e RioIvadesdeascabeceirasdorioBandeira,passando no Porto do Inferno a oeste da cidade de Chapada dos Guimares. Da base para o topo, representada por are-nitosconglomerticosquegradamparaarenitospuros, 296GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ide cor branca a amarelada, localmente arroxeados, com estratificaescruzadasdotipohummockyqueporsua vez passam a arenitos com estratificao cruzada oriundo de ondas. Em geral apresentam granulao mdia grossa com gros de quartzo subangulosos a subarredondados, friveis, imaturos e feldspticos na base. O contato infe-rior com as rochas do Grupo Cuiab por discordncia angular (inconformidade) e com as rochas do Grupo Rio Ivapordiscordnciaerosiva.Ocontatosuperiorcom aFormaoPontaGrossatransicional.Naregiosua espessura no ultrapassa os 100 m (CPRM, 2006).A Formao Ponta Grossa ocorre sobreposta aos areni-tos da Formao Furnas na regio da cidade de Chapada dos Guimares,contendosuasmelhoresexposiesnaparte leste.Litologicamenterepresentadaporsiltitoseareni-tos finos que quando inalterados so de tonalidade creme passando a avermelhadas e arroxeadas quando alterados. Nos siltitos so comuns conchas fsseis de braquipodes (Geosstio 6). Observam-se espessas capas ferruginosas no topodestasformaes,semelhantesaumalaterita,dife-rindo destas por apresentar fragmentos de rocha totalmente oxidados, mas ainda preservando a estruturao primria.O contedo fossilfero, tipos de estratificaes, inter-calaesdenveisdesiltitosearenitosfinossugerem queaFormaoPontaGrossatenhasedepositadoem ambiente marinho de guas rasas, com pulsos de fluxos de alta energia e deposio, sendo que no topo do pacote ocorreu uma regresso (CPRM, 2006).OGrupoSoBentorepresentadopelaFormao Botucatu,litologicamenteformadoporarenitosfinosa mdios, bimodais, vermelhos, com gros de quartzo bem arredondados, de boa esfericidade, superfcie fosca e reco-bertos por uma pelcula ferruginosa, sendo comum cimento silicoso ou ferruginoso. Apresentam estratificaes cruza-das acanaladas de grande porte, bem como estratificao cruzada tabular, tangencial na base e estratificao plano--paralela. O contato da Formao Botucatu com a Formao Furnas ocorre por discordncia erosiva (CPRM, 2006).Ascaractersticasdasestruturassedimentarespre-sentes, tais como; estratificao cruzada de grande porte, bimodalidadeevidenciadaporprocessosdegrainfalle grain flow, intercalaes pelticas, ripples de adeso, arre-dondamento e esfericidade dos gros, opacidade, carac-terizam um ambiente desrtico com depsitos de dunas e interdunas. Com base no contedo fossilfero (pegadas de celurossauros e ornitpodos e icnofsseis), atribuda uma idade juro-cretcea para a unidade (CPRM, 2006).Estes arenitos so caracterizados principalmente pelas estratificaesacanaladasdegrandeporte,colorao avermelhada e proeminentes estruturas ruiniformes visu-alizadas principalmente no Geosstio 11- Cidade de Pedra.AFormaoCachoeirinharepresentadaporare-nitos amarelados, mdio a grossos, argilosos, com nveis conglomerticos, alm de argilitos cinza-esverdeado com grosdeareiaesparsoseestratificaoincipiente.Estes sedimentos inconsolidados depositaram-se discordante-mente sobre todas as formaes subjacentes. Sua gnese estaria relacionada a processos gravitacionais, como fluxo de massa, retrabalhando antigos depsitos aluviais, haja vistaconteremseixosarredondadosimersosemmatriz lamtica, no compatveis com um nico ciclo sedimentar (Lacerda Filho et al., 2004).STIOS GEOLGICOS SELECIONADOSA regio de Chapada dos Guimares abrange diversos atrativos naturais de interesse turstico, que se destacam pela beleza cnica de crregos cristalinos e cachoeiras exu-berantes, associados a estruturas ruiniformes esculpidas na rocha. Afora estes aspectos, somam-se o contedo fossil-fero e histrico-cultural, h tempos pesquisado e estudado por paleontlogos e arquelogos do mundo inteiro.Levando em conta estas caractersticas e conjugando--as com as exposies geolgicas expostas na rea foram previamenteselecionados16geosstiosaolongode4 roteiros determinados.Outros roteiros e novos geosstios podero ser acrescentados, de acordo com a infraestrutura que a regio pode oferecer.Preliminarmente,sugerem-seosseguintesgeoss-tios: Cachoeira Vu de Noiva, devido ao apelo cnico e principal ponto turstico da regio; Rota das Cachoeiras; CasadePedraeTotemdePedraporsuasestruturas ruiniformes;MorroSoGernimo,peloaspectogeo-morfolgico;Fsseisdemoldesdebraquipodespelo interessepaleontolgico;BalneriodaSalgadeirapela ampla rea de lazer; Apirio, com trilhas que circundam estruturasruiniformes;MirantedoCentroGeodsico pelavistaemisticismo;CachoeiradaMartinhapelas belas corredeiras; Cidade de Pedra que impressiona pelo paisagismo; Casco de Tartaruga, pelas estruturas forma-das no arenito; Ponte de Pedra, por seu aspecto singular na morfologia; Caverna Aroe Jari e Lagoa Azul por seu contedoarqueolgico/espeleolgico;e,finalmente, Cachoeirinha (Figura 8).297GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)NGeosstio Latitude Longitude Altitude.(m) Roteiro1 Cachoeira Vu de Noiva 15 24 54 S 55 49 30W 592 PNCG2 Rota das Cachoeiras 15 28 48 S 55 41 16W 578 PNCG3 Casa de Pedra 15 21 25 S 55 49 46W 628 PNCG4 Totem de Pedra15 24 26 S 55 49 57W 675 PNCG5 Morro So Gernimo 15 25 46 S 55 50 05W 860 PNCG6 Fsseis de moldes de Braquipodes 15 26 25 S 55 50 18W 612 PNCG7 Balnerio da Salgadeira 15 24 59 S 55 50 30W 369 MT-2518 Apirio 15 18 06 S 55 50 30W 582 MT-2519 Mirante Centro Geodsico 15 36 04 S 55 28 49W 795 MT-25110 Cachoeira da Martinha 15 36 11 S 55 28 55W 615 MT-25111 Cidade de Pedra 15 36 39 S 55 29 25W 673 C. de Pedra12 Casco de Tartaruga 15 36 55 S 55 30 02W 776 Cav. Aroe Jari13 Ponte de Pedra 15 36 55 S 55 28 46W 758 Cav. Aroe Jari14 Caverna Aroe Jari 15 22 39 S 55 50 24W 761 Cav. Aroe Jari15 Caverna Aroe Jari - Lagoa Azul 15 30 27 S 55 24 16W 751 Cav. Aroe Jari16 Cachoeirinha 15 26 48 S 55 51 54W 659 Cav. Aroe JariObs.: a coordenada se refere ao centride do polgono que envolve a rea de interesse.A altitude a do ponto principal obtida com GPS baromtrico, 3m.Figura 8 -Mapa Geolgico da rea do proposto Geoparque Chapada dos Guimares e entorno comindicao dos geosstios (Fonte: modifcado de CPRM, 2006 e Lacerda Filho et al., 2004). 298GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume INeste trabalho foram observados outros locais como potenciais geosstios, que devero ser melhor analisados edetalhadosnodecorrerdaefetivaodestaproposta. Dentre estes pontos, alguns no geolgicos, que podero serlevantadosecadastradosparaseremincludosna estruturao do Geoparque, podemos citar os de interesse histrico/cultural,referentescidadesdeChapadados Guimares, Campo Verde e Santo Antnio do Leverger, bem como, os vestgios da Estrada Colonial e do Garimpo do Salvador.Quanto aos stios paisagsticos, destacam-se: o Vale doRioClaro,ondepossvelvislumbrarosparedes do Arenito Botucatu e aproveitar suas guas lmpidas; o ComplexodaMataFria;oMonjolodosPadres;oVale do Rio Jamac; Lagoinha; o Morro do Cambembe e seu contedo fossilfero de vertebrados; dentre tantos outros, que podero ser inseridos no decorrer desta proposta.Buscando facilitar e orientar a visitao destes geos-stiosforamelaboradosquatro(4)roteiros,nosquais descrevem-se: ROTEIRO PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARES - GEOSSTIOS NOS1 A 6Esteroteirofoielaboradopartindo-sedasadada cidade de Chapada dos Guimares pela rodovia MT 251 na direo oeste por aproximados 6,4 km at a entrada do ParqueNacionaldaChapadadosGuimares (PNCG)ondeseandamais730matasede administrativa.Junto sede (89 m), se encontra o Geoss-tio 1 - Cachoeira Vu de Noiva. Seguindo por estrada no pavimentada na direo sudoeste e distante 1,8 km, nos deparamos com o Geosstio 2 - Rota das Cachoeiras - que pode ser percor-rido por trilhas. Mais adiante, cerca de 3,2 km porestradanopavimentadaseencontrao Geosstio3-CasadePedra.Indonadireo sudoeste por mais 1,5 km encontramos o Geos-stio4TotemdePedra.Aindaseguindoem estradanopavimentada(veculotracionado 4x4) na direo sudoeste por aproximadamente 2,5 km encontramos uma trilha de quase 850 mqueconduzatoGeosstio5MorroSo Gernimo.Retornandopelamesmaestrada por 7,2 km e j prximo a Rodovia MT 251 est localizado o Geosstio 6 Fsseis de Moldes deBraquipodes.Oacessoaestegeosstiopoderser modificado de acordo com o plano de manejo do ICMbio (InstitutoChicoMendesdeBiodiversidade)noParque Nacional da Chapada dos Guimares , pois h percurso mais curto via rodovia MT-251 (Figura 9).GEOSSTIO N 1: CACHOEIRA VU DE NOIVALatitude: 152454SLongitude: 554930WA Cachoeira Vu de Noiva uma das mais exuberantes atraes da Chapada dos Guimares. Est localizada junto sede do Parque Nacional da Chapada dos Guimares, tendo seu acesso visitao permitido na parte de cima, emgruposdenomximo100pessoasecomentrada franca.Soaproximadamente730mdecaminhadada entrada do Parque at o geosstio.O Crrego Piedade, formador da Cachoeira Vu de Noiva, afluente do rio Coxip, um dos principais cursos dgua da regio. Atualmente, o acesso base da cachoeira interditado visitao, pois h risco de desplacamento de rocha, haja vista acidente ocorrido em 2009 (Figura 10).NocontextogeolgicoosparedesdaCachoeira Vu de Noiva so constitudos pelos arenitos friveis de granulometria fina a mdia e colorao esbranquiada da Formao Furnas. Atrs da Sede Administrativa possvel Figura 9 - Roteiro Parque Nacional da Chapada dos Guimares. Fonte: Imagem do Google Earth.299GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)observar tambm a passagem gradacional dos sedimentos daFormaoFurnasparaossedimentosdaFormao Ponta Grossa que so representados na rea por folhelhos cinza escuros fossilferos.OGeosstioCachoeiraVudeNoiva,porsesituar junto sede administrativa do Parque Nacional da Cha-pada dos Guimares, est bem estruturado para visitao pblica e apresenta comodidades, tanto de acesso ao local, quanto da presena de restaurante com comidas tpicas da regio e uma loja de artesanato (Figura 11).A beleza cnica deste geosstio associa-se a existncia de um exuberante mirante sobre o vale do Crrego Pie-dade entalhado em arenitos da Formao Furnas. Nesse vale se observa uma densa e variada vegetao, conside-rada a maior rea florestal contnua do PNCG, com cerca de 30 ha (Figura 12). Devido difcil separao entre matas de galeria e de encosta, essa vegetao melhor definida como floresta de vale e representa importante proteo aos mananciais hdricos (Pinto & Oliveira-Filho, 1999).GEOSSTIO N 2: ROTA DAS CACHOEIRASLatitude: 152848SLongitude: 554116WEssegeosstiopartedoconhecidoCircuitodas guas ou Sete Cachoeiras, sendo utilizado como rea de recreao pelos visitantes do parque. O circuito engloba ascachoeirasSetedeSetembro,Sonrisal,Pulo,Degrau, Prainha, Andorinhas e Independncia. O crrego Inde-pendncia a drenagem que alimenta essas formaes.Almdabelezacnica,essascachoeirassoimpor-tantes no contexto geolgico, pois ao longo do trajeto, possvel observar discordncia angu-lareerosivaentreaFormaoFurnas(rocha sedimentar) e o seu embasamento representado por rochas do Grupo Cuiab (rochas metamr-ficas). A distncia total a percorrer para visitar Figura 10 e 11 - Vista lateral da Cachoeira Vu de Noiva encaixada nos arenitos da Formao Furnas e prximo a Sede Administrativa do Parque. Em detalhe, restaurante e loja de artesanato junto a sede.Figura 12 - Vista do vale encaixado junto a Cachoeira Vu de Noiva.300GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Iessas cachoeiras de aproximadamente 1,5 km de ida e volta em terreno irregular, mas de fcil acesso.Cachoeira do Pulo Esta queda dgua de aproximada-mente 2,5 metros de altura est entalhada em arenitos da Formao Furnas (Figura 13).Cachoeira do Degrau e da Prainha So duas cachoeiras pequenas prximas entre si que representam local agradvel de lazer ao visitante do Parque Nacional da Chapada dos Guimares (Figura 14). No contexto geolgico, conforme j mencionado, possvel observar nitidamente o contado entre os arenitos conglomerticos da Formao Furnas com os filitos (metassedimentos) do Grupo Cuiab (Figura 15).Mirante do Contato Litolgico O contato da Formao Furnas com as rochas do Grupo Cuiab torna-se evidente quando se vislumbra a paisagem por onde corre o rio Inde-pendncia.Amorfologiapraticamentetraaumalinha imaginria de contato, que caracteriza a inconformidade entre essas duas unidades (Figura 16). Esse mirante est localizado na trilha que conduz s cachoeiras Andorinhas e Independncia, sendo de fcil acesso e permite visualizar ampla beleza cnica.CachoeirasdasAndorinhaseIndependnciaEstas cachoeiras so as ltimas cachoeiras deste roteiro abertas visitao. A vachoeira das Andorinhas tem aproximada-mente 20 m de queda dgua. Seu acesso se d por trilha dentro da rota das cachoeiras at uma escada que conduz base. um local aprazvel e de excepcional vista cnica. considerada a melhor cachoeira do Roteiro das guas doParqueNacionaldaChapadadosGuimaressobo ponto de vista recreativo. Figura 13 - Cachoeira do Pulo. Figura 14 - Cachoeira da Prainha.Figura15-ContatoentreaFormao Furnas e o Grupo Cuiab.Figura 16 - Vista regional do contato por discordncia angular e erosiva entre os metassedi-mentos do Grupo Cuiab e os arenitos da Formao Furnas.301GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Seguindo a jusante do rio, 100 m adiante, vislumbra-se o salto da Independncia com cerca de 45 metros de altura, cercadoporumadensamatadegaleria.Oacessoaesta cachoeira liberado s na parte de cima, devido falta de infraestrutura para receber turistas. O local apropriado para observao de arenitos e conglomerados da Formao Furnas e suas formas de eroso (Figuras 17, 18 e 19).Figura 19 - Ponte de acesso s cachoeiras das Andorinhas e Independncia. Figura 18 - Vista frontal da cachoeira das Andorinhas.Figura 17 - Cachoeira Independncia vista de baixo.GEOSSTIO N 3: CASA DE PEDRALatitude: 152125SLongitude: 554946WA Casa de Pedra uma gruta esculpida pela ao do rioIndependncianosarenitosdaFormaoFurnas, comvestgiosdeinscriesrupestres,aindaquequase inteiramente depredadas. Seu acesso se d por estrada no pavimentada dentro do Parque, por aproximadamente 3, 5 km at a escada que conduz gruta (Figura 20).Historicamente este lugar serviu de abrigo para povos primitivos que viviam na regio, posteriormente, durante suas viagens pelos sertes do Brasil, bandeirantes e tro-peirostambmusufruramdesselocal.Hoje,agruta habitada por morcegos e outros pequenos animais.A visitao a esse geosstio deve ser agendada previa-mente e sempre com a presena de um guia cadastrado juntoaoParqueNacionaldaChapadadosGuimares. Essasmedidastomadaspelaadministraodoparque visampreservaodoecossistemaedopatrimnio pr-histrico.GEOSSTIO N 4: TOTEM DE PEDRALatitude: 152426SLongitude: 554957WPara chegar a esse geosstio se percorre, por caminho arenoso de fcil deslocamento, cerca1,5 km, partir do GeosstioCasadePedra.Nopercursopossvelobser-varaexubernciadavegetaoqueocerradopropicia, associado s belas estruturas ruiniformes observadas nos arenitos da Formao Furnas que afloram em ambos os lados da trilha (Figura 21).Os afloramentos mais imponentes desse geosstio com nomes populariza-dospeloshabitanteslocaisso:Mesa do Sacrifcio, Totem de Pedra e Altar dePedra.Soestruturasruiniformes derivadasdaassociaodeprocessos erosivoscomcaractersticaspreexis-tentes da rocha, gerando formas varia-das e que aguam a imaginao. Alm das feies ruiniformes, observam-se tambm,estratificaosedimentar plano-paralela e fraturas verticais com freqente preenchimento de xido de ferro e/ou mangans (Figuras 22 e 23).302GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IGEOSSTIO N 5: MORRO SO GERNIMOLatitude: 152546SLongitude: 555005WOGeosstioMorroSoGernimoopontomais extremodesteroteiro,estandodistantedasedeadmi-nistrativa do Parque cerca 7,5 km em estrada no pavi-mentada,mais850mdetrilhasemmeiovegetao. Apresenta um aspecto morfolgico singular em resposta aosprocessoserosivosaoqualfoisubmetidoaolongo dotempogeolgicoesedestacaentreasserrasqueo circundam. Aorigemdeseunomeestligadasoraesfeitas pelosbandeirantesSantaBrbaraeaSoJernimo. Conta histria que as bandeiras chefiadas por Antonio Pires de Campos e Bartolomeu Bueno se encontraram na regio e juntos no sop do morro clamavam pelo santo catlicoprotetordosraiosetroves.consideradoo ponto mais elevado do Parque Nacional da Chapada dos Guimares,comaproximadamente860mdealtitudee oferece uma exuberante vista da regio (Figura 24).Quanto ao aspecto geolgico constitudo por are-nitosdaFormaoFurnas,evidenciandocontatobasal por discordncia angular com o Grupo Cuiab e contato erosivoemseutopocomaFormaoFurnas,ondese observaumacrostaferruginosacommoldesdefsseis de conchas (braquipodes) completamente substitudos por xido de ferro.Figura 20 - Geosstio Casa de Pedra. Gruta esculpida em arenitos da Formao Furnas com vestgios de inscries rupestres.Figura 21. - Caminho arenoso de acesso Casa de Pedraat a Mesa de Sacrifcios, Totem de Pedra e Altar de Pedra.Figura 22 - Geosstio Totem de Pedra: Mesa de Sacrifcio (esquerda) e Totem de Pedra (direita).Figura 23 - Geosstio Totem de Pedra com estratifcao plano- paralela nos arenitos a Formao Furnas e fraturas diversas.303GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)GEOSSTIO N 6: MOLDES DE BRAQUIPODESLatitude: 152625SLongitude: 555018WO acesso a esse geosstio feito via Parque Nacional da Chapada dos Guimares em estrada de terra com veculo 4x4apropriado,percorrendo-seumadistnciaaproxi-mada de 5,3 km, desde a Sede Administrativa do Parque.Esse geosstio se caracteriza pela presena de fsseis de invertebrados marinhos Tropidoleptus carinatus (bra-quipodes),elementodeligaopaleobiogeogrficada BaciaSedimentardoParan(FormaoPontaGrossa) com a Bacia Sedimentar do Parnaba, durante um mximo transgressivo (Fauna da Provncia Malvinocrfica). Secun-dariamente ocorrem fsseis de tentaculites, gastrpodes, lamelibrnquios e trilobitas (Figura 25).A litologia da Formao Ponta Grossa predominan-temente constituda por pelitos e subordinadamente por arenitos finos, que ocorrem no meio e topo da seqncia (Figura 26). A presena de xidos de ferro disseminados em todo o pacote auxilia na forma de preservao destes fsseis, facilitando o processo de litificao e individua-lizao na matriz. A forma mais comum de fossilizao encontradaomolde(internoe/ouexternoecontra-molde), podendo ocorrer tambm substituio da concha porxidodeferroemoutrosafloramentosdentrodo Parque Nacional da Chapada dos Guimares.ROTEIRO MT - 251 GEOSSTIOS NOS 7 A 10EsteRoteirocomeanoGeosstio7-Balnerioda Salgadeirasituada a 14,1 km da cidade da Chapada dos Guimares pela rodovia MT 251. Seguindo pela rodovia percorre-se 4,5 km na direo de Chapada dos Guimares at encontrar o Geosstio 8 - Apirio. Nesta mesma rodovia, e aps cruzar a cidade da Chapada dos Guimares, cerca de 4,2 km a direita encontra-se o Geosstio 9 -Mirante do centro Geodsico. Deste ponto at o Geosstio 10 Cacho-eira da Matinha - so mais 33,9 km via MT-251. Todos geosstios so de fcil acesso e junto rodovia (Figura 27).GEOSSTIO N 7: BALNERIO DA SALGADEIRALatitude: 152459SLongitude: 555030WOBalneriodaSalgadeirafoienquadradocomo geosstioporserumcomplexoscio-turstico,possuir Figura 24 - Morro So Gernimo mostrando morfologia de arenitos da Formao Furnas com estratifcao plano-paralela bem marcada.Fonte: www.chapadaexplorer.com.br.Figura25-Moldesdebraquipodesentreosestratos pelticos da Formao Ponta Grossa.Figura 26 - Siltitos da Formao Ponta Grossa fossilfero. 304GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Irepresenta um importante mirante que permite vislum-braraescarpadabordadaChapadadosGuimares, esculpida em arenitos vermelhos da Formao Botucatu.O geosstio proposto tem ampla rea de lazer e recre-ao, com restaurante, quadras de esporte e locais para banhistas.Situadonabasedaescarpa,recebegrande nmero de turistas e habitantes locais, que so atrados pelas cachoeiras do crrego da Salgadeira e da Pacincia (Figuras 30 e 31).Infelizmente, nos ltimos anos a ocupao desordenadadesteespaovemacarretando problemasambientaissignificativos,decor-rentes, principalmente, do aumento da taxa de eroso e assoreamento das drenagens, associa-dos retirada da cobertura vegetal e vegetao rasteira de suas margens.Figura 27 - Roteiro MT-251. Fonte: Imagem do Google Earth. Figura 28 - Prtico de entrada do Balnerio da Salgadeira.Figura 29 - Vista dos paredes escarpados da Chapada dos Guimares mostrando arenitos da Formao Botucatu.facilidade de acesso, alm da existncia de belas paisagens e presena de cachoeiras. Local conhecido como caminho dos antigos viajantes tropeiros, onde estes paravam para charquear carne. Da advm uma das explicaes do nome do local (Figuras 28 e 29).AreadenascentedocrregoSalgadeirasecarac-teriza por possuir relevos com formas tabulares de topo ruiniforme e relevo ondulado, em forma de cristas, de topo convexo, formando vales de fundo plano. Esse geosstio 305GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Figura 30 - Restaurante do Balnerio salgadeira antes da interdio.Figura 31 - Crrego da Salgadeira cortando rochas da Formao Furnas.Figura 32 - Arenito conglomertico basal da Formao Furnas.Devidoaosfatosacimamencionados,aoqualse somam problemas relacionados deposio de resduos acuaberto,sistemadetratamentodeesgototomado pela vegetao, ausncia de gerenciamento de resduos e licena ambiental, tubulaes de esgoto de pia de cozinha em drenagem pluvial, dentre outros, em outubro de 2010 oMinistrioPblicoEstadualsolicitouofechamento definitivo da rea, devido a irregulares quanto legislao ambiental. Apesardosaspectosnegativosdaocupaodesor-denada,obalnerio,seadequadamenteadministrado, pode se tornar um local de forte apelo turstico e aberto visitao pblica, uma vez que, j h uma infraestrutura bsica de trilhas e atrao para o lazer.Geologicamente,nareadoBalnerioSalgadeira afloraaFormaoFurnas,representadaporarenitos conglomerticosaarenitospuroscomestratificao emarcasdeonda.Emgeralapresentamgranulao mdiagrossacomgrosdequartzosubangulososa subarredondados,friveis,imaturosefeldspticosna base (Figura 32).GEOSSTIO N 8: APIRIOLatitude: 151806SLongitude: 555030WOs afloramentos rochosos do tipo ruiniforme so carac-tersticos desse geosstio e representam importantes funes hidrolgicaseecossistmicasemrazodadensidadeda rede de fraturas que possuem. No aspecto geral este tipo de estrutura facilita a infiltrao e escoamento pluvial nos interstcios da rocha, conferindo aos afloramentos a condi-o de zonas de recarga de aqfero. Afora isto, a presena 306GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ide gua nos interstcios das rochas favorece o intemperismo e o aparecimento de espcies endmicas da flora e da fauna tpicas da tipologia vegetal de campo de cerrado rupestre, natural deste tipo de ambiente. Estas formaes tambm constituem um importante patrimnio arqueolgico, pois funcionam como mantenedores de registros de ocupao antropognica em pocas da pr-histria, evidenciados pela presena de inscries rupestres.Esse geosstio est localizado junto MT-251, cerca 9,5kmdasadadacidadedeChapadadosGuimares. A entrada ocorre junto a um conhecido Apirio, onde se comercializa produtos alimentcios artesanais e diversas especiarias.Apartirdestepontocomeaacaminhada portrilhasdecerrado,circundandoasmaisvariadas geoformas que o Arenito Botucatu adquiriu em resposta aos processos erosivos. Os principais pontos de interesse selecionados so: Mirante; Coluna Bizantina; Cabea de Tartaruga;EstratificaoCruzada;ValedosGigantese Portal do Cu. A trilha toda do percurso tem aproxima-damente 6,5 km em ida e volta, sendo importante dispor detempoparapercorrertodootrajeto.Nestamesma trilhahoutrastantasfeiesgeolgicas,tantoporseu interesse cientfico ou didtico, quanto por sua rara beleza esttica, que com o aprimoramento do roteiro podero ser descritos e inseridos como novos geosstios.Mirante Este stio tem em seu topo um mirante de onde possvel observar ao fundo as serras escarpadas e algumas estruturas ruiniformes (Figura 33). O acesso portrilhasinuosaemmeiodensavegetaodo cerradocomaproximadamente750mdesdeasede do Apirio.O afloramento rochoso tem caractersticas peculiares darespostadarochaaosprocessosintempricos.Esta feioobservadaprincipalmentenosarenitosdaFor-mao Furnas, mas ocorre tambm no arenito Botucatu gerandohexgonosperfeitosnasuperfciedarocha,os quais lembram um casco de tartaruga (Figura 34). Estas feies ocorrem em diversos afloramentos ao longo deste perfil e so melhores descritas no Geosstio 12 (Casco de Tartaruga).Coluna Bizantina A Coluna Bizantina est localizada a cerca de 150 m do Mirante da Tartaruga. A escolha do nomesedeveaestruturaembasecirculareformade espiral, esculpida pela eroso no arenito Botucatu e que lembra a arte da cultura Bizantina (Figura 35). CabeadeTartarugaEstesafloramentosrochosos produzemformasqueinstigamaimaginao.Esto localizados numa clareira que surge no meio da trilha e se encontra distante aproximados 800 m do ponto Coluna Bizantina.Onomeprovmdasimilaridadeadquirida pela forma em que esto preservados, lembrando as mais variadasfiguras,dentreasquaissedestacaacabeade uma tartaruga (Figuras 36 e 37).Figura 33 - Mirante onde possvel observar as escarpas da serra e algumas feies ruiniformes.Figura 34 - Vista do aforamento com rede de juntas poligonais.307GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Figura 35 - Coluna Bizantina.Figura 36 - Aforamento no Arenito Botucatu com estrutura de estratifcao cruzada, que lembra a forma da cabea de tartaruga.Figura 37 - Aforamento no Arenito Botucatu prximo ao da cabea de tartaruga, tambm com estratifcao cruzada.Estratificao Cruzada Este afloramento est localizado a aproximadamente 100 m da Cabea de Tartaruga. Alm das estruturas ruiniformes geradas, o Arenito Botucatu tem comocaractersticapeculiarapresenadeestratificao cruzadatangencialdemdioagrandeporte,geradapor paleodunas (ao elica) em ambiente desrtico. consti-tudo por arenitos quartzosos de granulao fina a mdia, decoloraopredominantevermelha,bemselecionados e maturos.SegundoSalamunieBigarella(1967)aFormao Botucatu considerada um dos maiores depsitos elicos contnuodomundo,estendendo-senaBaciadoParan, desde o Mato Grosso, passando pelo Rio Grande do Sul, Uruguai, Argentina, chegando at o Paraguai (Figura 38).Vale dos Gigantes Este Vale impressiona pelo paisagismo, onde as estruturas ruiniformes associadas s estratificaes cruzadasdegrandeportetornamacaminhadanatrilha contemplativa e agradvel. Estes afloramentos esto cerca de 500 m do stio estratificao cruzada (Figuras 39 a 42).Figura 38 - Estratifcao cruzada de grande porte no Arenito Botucatu.308GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IFigura 43 - Vista dos paredes da Chapada Portal do Cu.Figura 44 e 45 - Vista da Depresso Cuiabana com as rochas metassedimentares do Grupo Cuiab em primeiro plano. direita, vista da escarpa dos arenitos da Formao Furnas.Figura 41 - Vista da paisagem ruiniforme com estratifcao cruzada marcanteno Arenito Botucatu.Figura 40 - Tpica estrutura ruiniforme esculpida no Arenito Botucatu.Figura 42 - Paisagem ruiniforme e presena de juntas poligonais no Arenito Botucatu.Figura 39 - Paisagem ruiniforme na forma de 2 taas.PortaldoCuOPortaldoCuoltimoponto datrilhaeestsituadoacercade700mdoValedos Gigantes.Olocalderarabeleza,sendopossvelem dias de tempo aberto contemplar os paredes da Cha-pada (Figura 43). GEOSSTIO N 9: MIRANTE DO CENTRO GEODSICOLatitude: 153604SLongitude: 552849WEstegeosstioestlocalizadojuntorodoviaMT 251, cerca de 4,2 km da cidade da Chapada dos Gui-mares na direo de campo Verde. Trata-sedeummirantenaturalde onde se vislumbra a imensa Depres-soCuiabanaeacidadedeCuiab (Figuras 44 e 45).Nestemiranteexisteummarco geodsicoondemuitoscredenciam comooCentroGeodsicodaAm-ricadoSul.SegundooGegrafo Anibal Alencastro este apenas um marcodealtitude,estandoomarco que representa o centro da Amrica do Sul, na cidade de Cuiab.309GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)GEOSSTIO N 10: CACHOEIRA DA MARTINHALatitude: 153611SLongitude: 552855WOGeosstioCachoeiradaMartinhaestlocalizado juntorodoviaMT-251nadireodeCampoverde, distante aproximadamente 33, 8 km do Geosstio Mirante do Centro Geodsico. O rio da Casca forma a seqncia dequedasdguaqueatraicentenasdeturistasdurante os finais de semana. Trata-se de um rio de alta energia e um dos que apresenta maior volume dgua na regio da Chapada (Figuras 46 e 47).GEOSSTIO N 11: ROTEIRO CIDADE DE PEDRA Latitude: 153639SLongitude: 552925WOGeosstioCidadedePedratemseutrajetoviaMT -251partindodacidadedaChapadadosGuimaresem direo a Cuiab. No acesso do Distrito da gua Fria entra direitaepercorre-seemestradanopavimentadapor aproximadamente 18 km, at a entrada do estacionamento (Figura 48). Saindo do estacionamento, segue-se em trilha de fcil acesso por cerca de 400 m, onde se observam belas estruturas ruiniformes (Figura 49 e 50). Chegandoaolimitedopenhasco,setemumadas mais exuberantes paisagens deste Geoparque. So canyonssutentadospeloArenitoBotucatucom cerca de 350 m de espessura, gerando labirintos rochosos que mais parecem runas de uma cidade medieval.DaadvmonomeCidadedePedra (Figura 51).A bela paisagem contemplada tambm pela fauna e flora presente no alto do canyon. comum observarararasvermelhasemseusninhosnas encostas dos paredes. Na parte de baixo, no vale, nascem alguns crregos e rios da regio; como o rio Claro, o crrego da Porteira e o crrego Mutuca.ROTEIRO CAVERNA AROE JARI GEOSSTIOS 12 A 16O Roteiro Caverna Aroe Jari parte da cidade de Chapada dos Guimares em direo a Campo Verde por aproximadamente 25,5 km at entrada adireitaemestradanopavimentadaondese Figuras 46 e 47 - Cachoeira da Martinha suas piscinas naturais formadas entre as quedas dgua.Figura 48 - Roteiro Cidade de Pedra (Geosstio 11). Fonte: Imagem do Google Earth.310GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume Ipercorre cerca de 11,8 km para chegar ao Centro de Visi-tantes. Deste local em diante o trajeto feito por trilhas com aproximadamente 4,5 km (Figuras 52, 53 e 54).Do ponto de vista histrico a caverna Aroe Jari (tambm conhecida como gruta das Almas ou caverna do Francs) foi possivelmente freqentada em diversos momentos por indgenas. Entretanto, o nico registro fsico dessa ocupao so cemitrios mais recentes dos ndios Bororo e Caiap, que habitavam a Chapada dos Guimares quando da colonizao da regio pelo europeu (Borghi & Moreira, 2002).Geologicamente,Borghi&Moreira(1998b),mape-aram a rea da Caverna Aroe Jari como pertencentes as rochas do Grupo Rio Iva, de acordo com o proposto por Assine et al., (1994) para identificar a sucesso de arenitos da Formao Alto Garas, diamictitos da Formao Iap, e folhelhos e arenitos da Formao Vila Maria. Figura 49 e 50 - Estruturas ruiniformes tpicas no Arenito Botucatu.Figura 51 - Vista do alto da Chapada dos Guimares dos paredes formados no Arenito Botucatu.GEOSSTIO N 12: CASCO DE TARTARUGALatitude: 153655S Longitude: 553002WEstegeosstioestlocalizadocercade 300mdoCentrodeVisitantes,sendode fcilacessoejuntotrilha.Osarenitosda FormaoAltoGarasapresentamasmes-masfeieshexagonaisencontradasnos arenitos da Formao Botucatu no Roteiro do Apirio. Segundo Melo (2002) este processo depoligonaoresultantedarespostada rocha quando submetida a sucessivas dilata-es e contraes promovidas por insolao, associadoaointempricaaolongodassuperfcies deruptura,queatuanorealcedestasfeies.Aforma hexagonal peculiar se deve a mnima energia de ruptura exigida (Figura 55, 56 e 57).GEOSSTIO N 13: PONTE DE PEDRALatitude: 153655SLongitude: 552846WEstegeosstioestlocalizadoacercade320mdo anterior,sendodefcilacessoeprximoatrilha.Se caracterizaporapresentaraspectomorfolgicosimilar a uma ponte em meio vegetao do cerrado, esculpida nosarenitosdaformaoAltoGaras,evidenciandoo comportamentodiferenciadodarochaaosprocessos intempricos. (Figura 58 e 59). 311GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Figura 52 - Roteiro Caverna Aroe Jar (Geosstios 12 a 16). Fonte: Imagem do Google Earth.Figura 53 e 54 - Sede Administrativa da entrada e trilha que conduz Caverna Aroe Jari.Figura 55 - Juntas poligonais formadas no Arenito Furnas que lembra um casco de tartaruga.Figuras 56 e 57 - Exposies junto trilha de arenitos da Formao Furnas similares s mostradas na fgura anterior.312GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IFigura62-InteriordaCavernaAroeJari,onde possvel observar no teto da caverna a maior resistnciadosdiamictitosdaFormaoVila Maria eroso superfcial. Figura 60 - Arenito da Formao Alto Garas, onde possvel observar a alternncia de camadas de arenitos macios, arenitos com laminao planoparalela e arenitoscom Skolithos linearis.Figura 58 e 59 - Processo de eroso ao qual foram submetidos os arenitos da Formao Alto Garas, esculpidos na forma uma Ponte de Pedra.GEOSSTIO N 14: CAVERNA AROE JARILatitude: 152239SLongitude: 555024WSeguindopelatrilhapercorre-seaproximadamente 2,3 km do Geosstio Ponte de Pedra at a entrada principal do Geosstio Caverna Aroe Jari. A trilha de fcil acesso ediversificada,iniciandocomavegetaotpicadocer-rado, com arbustos retorcidos e rvores de cascas grossas, passando por veredas, campos midos e matas de galeria, comrvoresdegrandeporte,retornandonovamenteao cerrado at chegar entrada principal da caverna. No trajeto possvel observar o afloramento de arenito da Formao AltoGaras,caracterizadopelafciesdearenitomacio, arenito com laminao planoparalela em camadas tabula-res e arenitos com Skolithwos linearis (icnofcies Skolithos) interpretadas como o registro de um sistema marinho raso arenceo. (Moreira & Borghi, 2002) (Figura 60).AcavernaAroeJariumraroexemplodecaverna formadaemrochassedimentaressiliciclsticas,sendo considerada a maior caverna esculpida em arenito cadas-tradanoBrasil,deidade ordovcio-siluriana,na BaciadoParan,emsua borda Noroeste (Figura 61).SegundoBorghi & Moreira(2002)agnese dessas cavernas atribuda maior resistncia dos dia-mictitos da Formao Vila Maria eroso superficial, os quais sustentam o relevo localecaracterizamoteto da caverna, associado eroso por piping dos arenitos e conglomerados das formaes Vila Maria inferior e Alto Garas superior, os quais caracterizam as paredes e piso das cavernas (Figura 62).Figura61-EntradaPrincipaldaCavernaAroeJari. Vista de dentro.313GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)Ainda, conforme Borghi & Moreira (2002) o meca-nismo de piping conseqncia da alta friabilidade das rochasdessasformaes,associadoaumcondiciona-mentoestruturalregional(N70oE),edescompactao dessas unidades mais basais da Bacia do Paran.GEOSSTIO N 15: CAVERNA AROE JARI LAGOA AZULLatitude: 153027SLongitude: 552416WO acesso a Lagoa Azul (Figuras 63 e 64) por trilha em meio vegetao do cerrado, em solo arenoso, por vezes com concrees laterticas, num percurso aproximado de 1,6 km da entrada principal da caverna. Este geosstio caracterizado pela coloraoazuladadaguaque acumulanagrutaquandoilu-minada pelos feixes da luz de sol.GEOSSTIO N 16: CACHOEIRINHALatitude: 152648S Longitude: 555154WEstegeosstioestloca-lizadohaproximadamente 2,9kmdasedeadministrativa ondehoestacionamento.O trajetoocorreemestradano pavimentada, mas de fcil acesso para veculos de passeio. Chegando ao local, se percorre uma trilha ngreme at a base da cachoeira, onde possvel desfrutar a queda dgua que se forma nos arenitos do Grupo Rio Iva (Figura 65).CADASTRO E QUANTIFICAO DE GEOSSTIOSArelaodegeosstiosselecionadosnapresente proposta de Geoparque apresentada de forma resumida na Tabela 3, com base no aplicativo web desenvolvido pela CPRM (Lima et al., 2010) para o cadastro e quantificao de stios do patrimnio geolgico denominado GEOSSIT, que dever ser utilizado para o inventrio de geosstios em mbito nacional. Oaplicativopossibilitaumaquantificaoautomticados geosstios,definindo, entre outros atributos,o seu nvel de importncia (regional-local, nacional e internacional) .Figura 64 - Interior da gruta que abriga a lagoa Azul, onde possvel observar os arenitos com Skolithos linearis da Formao Alto Garas nas paredes que a circundam.Figura 63 - Lagoa Azul nos arenitos com Skolithos linearis da Formao Alto Garas na parede ao fundo.INFORMAES ADICIONAIS SOBRE A PROPOSTAAPropostaaquielaboradaadveioimportnciade complementar ao cenrio paisagstico da regio Chapada dosGuimaresinformaesquepromovampreservaro patrimnio geolgico e ambiental da regio, assegurando odesenvolvimentosustentvelatravsdogeoturismoe polticas pblico-privadas de estmulo a atividade scio--econmica pela criao de empreendimentos locais, inds-trias de hospedagem e gerao de novos empregos. Segundo oIPHAN(InstitutodoPatrimnioHistricoeArtstico Nacional), o Municpio de Chapada dos Guimares tem em seus registros cerca de 45 stios arqueolgicos registrados.Figura 65 - Vista lateral do Geosstio Cachoeirinha.314GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IAlmdetodoocontextogeolgicoeambiental,h um amplo potencial histrico-cultural na regio, na qual se destaca o festival de Inverno na Cidade de Chapada dos Guimares,quepodeserconsideradoumdosmelhores eventos deste tipo do pas. Ocorrem shows, oficinas de artes, exposies, peas teatrais e exibio de filmes, com amplo intercmbio cultural e integrao junto comunidade. QuantoainfraestruturaareapropostaparaGeo-parquecontacomarodoviaMT-251(Figura3)queliga as cidades de Cuiab e Chapada dos Guimares. H uma razovel rede de pousadas, hotis, campings e restaurantes, hospital, farmcias, agncia dos correios, lojas de artesa-natos, agncias bancrias, postos de gasolina e telefnico.Noquetangeombitoturstico,noanode2009foi lanado o projeto do telefrico, avaliado em R$ 6 milhes, a fim de impulsionar o turismo da regio da Chapada dos Guimares. Em maro de 2011 o Instituto Chico Mendes deBiodiversidade(ICMBio)deuparecerfavorvelesem condicionantes ao processo de licenciamento ambiental da obra que implantar o telefrico de Chapada dos Guima-res. O equipamento ser instalado no mirante da serra do Atim (Ponta do Campestre) e contar com trs torres com aproximadamente um quilmetro extenso. No momento, Geos. NNome do GeosstioValor CientfcoInformaes Adicionais1 CachoeiraVu de Noiva Geom Nac/Gtur/PN/Fb/Npb/Mir2 Rota dasCachoeiras Estr Reg-Loc/Gtur/PN/Fm/Npa3 Casa de PedraEspReg-Loc/Edu/PN/Fa/ Npa /Arqp/Histc4 Totem de Pedra Geom Reg-Loc/ Gtur/PN/Fm/ Npa5 MorroSo GernimoGeom/EstrReg-Loc/Gtur/PN/Fb/Npb/Mir6Fsseis de Moldesde Braquipodes PaleoReg-Loc/Edu/Cien/PN/Fa/Npa/Histg7 Balnerio SalgadeiraGeom Reg-Loc/Gtur/PN/Fm/Npa8 Apirio GeomReg-Loc/Gtur/Edu/PN/Fa/Npa/Mir9Mirante doCentro GeodsicoGeom/EstrNac/Gtur/Edu/Np/Fb/Npb/Mir10 Cachoeira da Martinha Reg-Loc/Gtur/Np/Fm/Npa11 Cidade de Pedra GeomNac/Gtur/Edu/PN/Fm/Npa/Mir12 Cascode Tartaruga Geom Reg-Loc/Gtur/Np/Fb/Npb13 Ponte de Pedra Geom Reg-Loc/Gtur/Np/Fm/Npa14 Caverna Aroe Jari EspNac/Gtur/Edu/Np/Fa/Npa/Arqp15Caverna Aroe Jari Lagoa AzulEspNac/Gtur/Edu/Np/Fa/Npa/Arqp16 Cachoeirinha Reg-Loc/Gtur/Np/Fm/NpaTabela 3 - Cadastro e quantifcao de geosstios.Tema Categoria AbreviaturaValor cientfcoAstroblema AstEspeleologia EspEstratigrafa EstrGeomorfologia GeomMetalogenia MetMineralogia MinPaleontologia PaleoPaleogeografa PlgPetrologia gnea PigPetrologia metamrfca PmetSedimentologia SedTectnica TectRelevnciaInternacional IntNacional NacRegional/Local Reg-LocUso PotencialEducao EduGeoturismo GturCincia CienEconomia EconEstado de proteoParque Nacional PNParque Estadual PEParque Municipal PMMonumento Natural MNOutra Unidade Conser-vaoOucAcordo com proprietrios AcpNenhuma proteo NpFragilidadeAlta FaMdia FmBaixa FbNecessidadede proteoAlta NpaBaixa NpbOutras informaesMirante MirHistria da Geologia HistgArqueologia mineira ArqmArqueologia Pr-histrica ArqpHistrico-cultural HistcTabela 4 - Abreviaturas usadas.o projeto aguarda a emisso de Licena Prvia (LP) para poderserexecutado.Paraisso,foirealizadoumEstudo e Relatrio de Impacto Ambiental (EIA/Rima) que j foi exposto sociedade em audincia pblica e que ser ava-liado pela sesso ordinria do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) (Fonte: Dirio de Cuiab - 30/03/2011).315GEOPARQUE CHAPADA DOS GUIMARES (MT)reaatquesejaconcludooprojetoderevitalizao, que contemplar a recuperao das reas degradadas, o ordenamento territorial, a regularizao das atividades e o uso racional dos espaos pelos turistas (Fonte: Jornal da Chapada 17/03/2011).Fora dos domnios do Parque Nacional da Chapada dos Guimares, o Geosstio Cachoeira da Martinha (10) o que apresenta a situao menos favorvel em plano de manejo, estrutura visitao e condies ambientais de preservao e conservao. Por ser junto rodovia MT-251 este geos-stiotambmenfrentaproblemasdecorrentesdotrfego deveculos,umavezque,oestacionamentoestsituado do lado oposto do acesso cachoeira, acarretando risco a integridade fsica dos turistas quando estes vo atravessar a rodovia. Foi observado tambm, ampla presena de lixo e resduos diversos na trilha que conduz as cachoeiras e em seuentorno,evidenciandoodescasoambientalepouco comprometimento do poder pblico em resolver a situao, alm da escassa sinalizao e um centro de informaes.OGeosstioMirantedoCentroGeodsico(9)est localizadonareaurbanadacidadeChapadadosGui-mares e apesar do fcil acesso e amplo estacionamento, enfrentaalgunsproblemasdeseguranaaosvisitantes. Sugere-se a instalao de grades de proteo limitantes de acesso ao penhasco, bem como um centro de informaes geotursticas com placas de sinalizao.Os demais geosstios (12 a 16), situados na trilha da Caverna Aroe Jari, apresentam boa organizao. H um centro informaes e restaurante, onde o visitante, sempre acompanhado de um guia, recebe material de segurana, como perneiras e lanternas. Sugere-sedeformaextensiva,sempreumplanode manejo que englobe; estabelecimento de roteiros, coloca-o de placas, treinamento de guias, adoo de vigilncia e educao ambiental (preservao e conservao).REFERNCIASALVARENGACarlosJosdeSouza;MOURACandido AugustoVeloso;GORAYEBPauloSrgiodeSousa.Para-guay and Araguaia belts. In: CORDANI, Umberto Giuseppe; MILANI, Edison Jos; THOMAZ FILHO, Antnio; CAMPOS, DigenesdeAlmeida(Ed.).TectonicEvolutionofSouth America. Rio de Janeiro: 31st International Geological Con-gress, 2000. p.183-193.ASSINE,MarioL;SOARES,PauloC;MILANI,disonJ. Sequncias Tectono-Sedimentares Mesopaleozicas da Bacia do Paran, Sul do Brasil. Revista Brasileira de Geocincias, So Paulo, v. 24, n. 2, p. 77-89, 1994.MEDIDAS DE PROTEOApropostadeGeoparquefoiexplanadaemagosto de2010aoChefedoParqueNacionaldaChapadados Guimares(PNCG),quetomouconhecimentodocon-ceito e dos princpios que envolvem este trabalho. Cabe ressaltar que na rea do PNCG esto inseridos nove (09) dos dezesseis (16) geosstios propostos, sendo favorveis, portanto, ao monitoramento e geoconservao, pela atu-ao do sistema gestor do Parque. O Parque Nacional da ChapadadosGuimaresteveseuConselhoConsultivo criadoemfevereirode2008eseuprimeiroPlanode Manejo aprovado em 5 de junho de 2009. Os geosstios presentes na rea do PNCG so: Cacho-eira Vu de Noiva, Rota das Cachoeiras; Casa de Pedra; Totem de Pedra; Morro So Gernimo; Fsseis de moldes debraquipodes;BalneriodaSalgadeira;Apirioea Cidade de Pedra.Aindaquepresentedentrodoslimitesdareado PNCG,oGeosstioCidadedePedra(11)mereceuma ateno especial quanto estrutura de visitao, acesso e plano de manejo. O acesso a este geosstio via MT - 251 partindo da cidade da Chapada dos Guimares em direoaCuiab.NoDistritodaguaFriaentra-se direita e percorre-se em estrada no pavimentada (veculo 4x4) por aproximadamente 18 km, at o estacionamento. Este trajeto realizado entre propriedades particulares, cruzando porteiras com cadeados e de pssima sinaliza-o, alm da presena de animais silvestres que podem acarretar em algum acidente. Nas trilhas necessria a colocaodeplacas,treinamentodeguiaseadoode vigilncia, bem como, sistema de comunicao caso haja algumaemergncia,poisnohsinalparaaparelhos celulares.OutrogeosstiodentrodareadoParqueNacional da Chapada dos Guimares que precisa de um plano de manejo o Geosstio Apirio (8). Sugere-se uma estru-turaojuntoentrada,umavezque,sesituajunto rodovia MT-251, de fluxo intenso de veculos. necessrio implantar sinalizao e organizao do estacionamento. A trilha de acesso aos pontos de interesse deve ser conduzida por guias especializados e bem sinalizada, com informa-es geolgicas, de flora e fauna, assim como, colocao de lixeiras em todo o seu percurso.OComplexoTursticodaSalgadeira(geosstio7), conformedescritonotextosupracitadofoiinterditado aoacessolocalpordeterminaojudicialemsetembro de 2010. Em 17 de maro de 2011 a Secretaria de Estado deAdministrao(SAD)determinouoisolamentoda 316GEOPARQUES DO BRASIL / PROPOSTAS volume IMILANI, Edison Jos. Evoluo Tectono-Estratigrfica da Bacia do Paran e Seu Relacionamento com a Geodinmica Fanerozica do Gondwana Sul-Ocidental. 1997. 2.v. 254 f. Tese (Doutorado em Cincias)-Universidade Federal do Rio GrandedoSul,CursodePs-GraduaoemGeocincias, Porto Alegre, 1997.MILANI,EdisonJos;THOMAZFILHO,Antnio.Sedi-mentary Basins of South America. In: CORDANI, Umberto Giuseppe; MILANI, Edison Jos; THOMAZ FILHO, Antnio; CAMPOS, Digenes de Almeida (Ed.). Tectonic Evolution of South America. 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Desde maio de 2010 trabalha na CPRM - Servio Geolgico do Brasil, onde tem atuado em projetos de ge-ologia aplicada. hamilcar.junior@cprm.gov.brJulianaMaceiraMoraes-GraduadaemGeologia pelaUniversidadedoEstadodoRiodeJaneiro (UERJ) em 2006 e mestre em anlise de bacias e faixas mveis pela mesma universidade em 2008. Atuouemanlisestecnolgicasderochasorna-mentaisjuntoaoCentrodeTecnologiaMineral CETEM.Desdede2007trabalhanaCPRM- Servio Geolgico do Brasil, onde tem atuado em projetos de geologia aplicada. [email protected] Luiz Feij de Paula - Graduado em Geologia pelaUniversidadeFederaldePernambuco (UFPE) em 2008, e no mesmo ano ingressou na CPRM - Servio Geolgico do Brasil, onde tem atuado em projetos de hidrogeologia e de geologia aplicada(informaesparagestoterritorial). [email protected], Leonardo; Moreira, Mrcio Ivan Carvalho. Um pos-svel intervalo estratigrfico sob a Formao Alto Garas (bacia do Paran), no Estado de Mato Grosso. Anais da Academia Brasileira de Cincias, Rio de Janeiro, v. 70, n. 1, p. 152, 1998.BORGHI, Leonardo; MOREIRA, Mrcio Ivan Carvalho. Caverna Aroe Jari, Chapada dos Guimares, MT: raro exemplo de caverna em arenito. In: SCHOBBENHAUS, Carlos; CAMPOS, Digenes de Almeida; QUEIROZ, Emanuel Teixeira de; WINGE, Manfredo; BERBERT-BORN, Mylne (Ed.). Stios Geolgicos e Paleonto-lgicos do Brasil. Braslia: DNPM; CPRM; Comisso Brasileira de Stios Geolgicos e Paleobiolgicos SIGEP, 2002. P. 481-489.CPRM-SERVIOGEOLGICODOBRASIL;MATO GROSSO (Estado). Secretaria de Indstria, Comrcio, Minas e Energia. Sistema de informao geoambiental de Cuiab, Vrzea Grande e entorno. [S.l.], 2006. 1 CD-ROM. FERREIRA, Joo Carlos Vicente. Mato Grosso e seus Muni-cpios. Cuiab: Ed. Buriti, 2001. 660 p.ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodi-versidade. Encartes. In:_. Plano de Manejo do Parque Nacio-nal de Chapada dos Guimares. Chapada dos Guimares, abr. 2009. p. 1-178. 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