geologia-resumo
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Geodinâmica:- Interna: Vulcanologia, Sismologia, Geotermia- Externa: Meteorização, Erosão
I - AI - AGENTESGENTES EXTERNOSEXTERNOS DEDE MORFOGÉNESEMORFOGÉNESE TERRESTRETERRESTRE
1) Meteorização: alteração/desgaste das formações rochosas no plano físico (mecânico) e químico. A meteorização não implica remoção ou transporte dos materiais.
2) Erosão: implica um transporte ou remoção das partículas; é também um desgaste mecânico e químico.
1) Meteorização: a. Física (mecânica) – Fragmentaçãob. Química (alteração da composição química dos minerais)
Meteorização mecânica: - Causas: actuação dos agentes de meteorização nas rochas - Processos:
o Água nas diáclases causa a gelivaçãoo Temperatura: termoclastia (estalamento da rocha devido às
grandes diferenças térmicas)o Descompressão das rochas magmáticas: planos de foliação,
esfoliação e disjunção esferoidal (granito) e colunar (basalto)o Seres vivos: Plantas e suas raizes; animais escavadores
Meteorização química:Alteração na composição química dos minerais já existentes na rocha e aparecimento de novos minerais (minerais de neo-formação)As principais reacções que provocam a meteorização química são:
- Hidrólise. Por exemplo, meteorização dos feldspatos (leva à formação de argila). Lixiviação (através da acção da água das chuvas os minerais são arrastados para camadas inferiores)
- Dissolução ou carbonatação. Dissoluções mais importantes: carbonato de cálcio (calcite) e carbonato de magnésio (dolomite). Quanto mais baixo for o pH da água, mais dissolvente é. Formações cársicas:
o Estalactiteso Estalagmiteso Grutaso Algareso Dolinas (depressão circular ou oval com secção afunilada)o Campos de lapiás (ranhura mais ou menos profunda que a erosão,
a dissolução e o revestimento vegetal causaram numa rocha calcária)
o Uvalas (conjunto de dolinas que se unem devido à erosão)- Oxidação. Consiste na combinação do oxigénio atmosférico com um
elemento do mineral para constituir um óxido. A taxa de oxidação
aumenta com a temperatura (oxidação mais intensa nos climas quentes e húmidos).
o Minerais ferro-magnesianos: Olivina, Angite, Piroxenaso Óxidos de ferro (hematite) conferem cores avermelhadas ao solo
Meteorização diferencial: depende da textura e composição mineralógica das rochas. Diferentes rochas irão ter diferentes graus de meteorização quando expostas aos mesmos agentes erosivos. Os elementos mais brandos são escavados, os mais duros são postos em relevo. Ocorre essencialmente nos penhascos.
- Granito:o Disjunção esferoidalo Esfoliação (placas)o Planos de foliaçãoo Arenização
- Basalto:o Disjunção colunaro Solos avermelhados (bagacina)
- Calcário:o Dolinaso Algares
Factores que influenciam o grau de meteorização:- Climáticos:
o Temperaturao Precipitaçãoo Vento
- Vegetação- Seres vivos- pH – quanto menor o pH, maior o grau de alteração- Topográficos – por ex, o declive- Tempo geológico- Textura (porosidade e permeabilidade) e composição mineralógica
(estabilidade dos minerais)
Consequências da meteorização:- escorregamentos (água; argila)- solifluxão (escorregamento por derretimento do gelo, em ambientes
frios)- creeping (por acção da gravidade; escorregamento muito lento)- derrocadas / desabamentos- detritos do talude (produtos acumulados na base da rocha que os
originou)
Meteorização e monumentos:- Causas: Poluição atmosférica resultante dos escapes dos automóveis e
das indústrias (poluentes). Gases libertados: Dióxido de Carbono, Monóxido de Carbono, Nitrogénio, Enxofre, etc.
- Consequências: chuvas ácidas, que reagem com as superfícies rochosas dos monumentos.
2) Água- Principal agente de meteorização, erosão, transporte e sedimentação.- A circulação da água no planeta constitui o “ciclo hidrológico” – fonte de
energia: energia solar- A distribuição da água na superfície terrestre é muito desigual- Diferentes formas ou aspectos da água originam diferentes modelados
rochosos:o Águas selvagens (torrentes)o Rioso Mareso Glaciares
Processos do ciclo hidrológico:- evaporação- transpiração- precipitação (queda de neve, granizo, pluviosidade)- glaciação- escorrência superficial- infiltração
Distribuição de água no planeta:- oceanos e mares....................97,1%- glaciares e calotes...................2,1%- água subterrânea.....................0,6%- rios e lagos..............................0,015%- vapor de água (atmosfera).......0,001%
a) Águas selvagens:- águas de escorrência superficial; resultam de fortes chuvadas e / ou
degelo- escorrem sem direcção definida porque não têm um leito próprio- a acção erosiva das águas selvages depende
o cobertura vegetal: quanto menor a vegetação, maior a acção erosiva e transporte
o declive do terreno: quanto maior o declive, maior a acção erosiva e transporte
o permeabilidade do terreno: quanto maior permeabilidade, maior erosão
Aspectos resultantes da sua acção em formações rochosas:- Graníticas – as águas penetram através de fissuras das rochas,
provocando a sua arenizaçãoo disfunção esferoidalo caos ou penhas (amontoado)o mares de blocos
- Maciço calcário – forma paisagens cársicas:o dolinaso campos de lapiás – sulcos no cimo de um terreno calcárioo calcários ruiniformeso algareso grutas
- Sedimentares (detríticos heterogéneos):
o abarrancamentos/ravinamentos: o escoamento superficial das águas selvagens, quando concentrado, pode escavar sulcos que se aprofundam rapidamente. Formam cristas estreitas que se rebaixam
o chaminés-de-fada ou pirâmides de terra: consiste no desgaste das rochas menos duras, devido à acção erosiva das águas selvagens, ficando no topo os calhaus ou blocos mais resistentes. Quanto maior o declive, maior a erosão vertical e maior a altura das chaminés.
o torrentes: curso de água da montanha com débito intermitente ou temporário, com leito próprio e forte declive
As torrentes têm 3 zonas: bacia de recepção (predomina a erosão e o transporte) canal de escoamento (predomina a erosão e o transporte):
sob o efeito da pressão da água e dos sedimentos transportados o canal de escoamento pode alargar-se, formando marmitas de gigante
cone de dejecção (à saída do canal de escoamento, onde se depositam os materiais. Predomina a sedimentação)
Causas: desflorestação, destruição da cobertura vegetal, má localização da pastagemMedidas a tomar: reflorestamento, correcto ordenamento do território, construção de paredões de betão
b) Rios- curso de água com débito (caudal) permanente e com leito próprio- são os principais agentes modeladores da superfície terrestre (no plano
da erosão, transporte e sedimentação)
Bacia hidrográfica ou fluvial: área onde as águas fluviais ou resultantes do degelo drenam ou confluem num curso principal através de afluentes
Rede hidrográfica: conjunto do curso principal e respectivos afluentes
Factores que influenciam a erosão, transporte e sedimentação de um rio:
- declive – inclinação do leito relativamente ao nível de base geral- velocidade das águas (m/s)- área de secção do leito: área = largura x profundidade- débito/caudal – volume de água transportado por segundo (m3/s)- competência – tamanho dos maiores sedimentos transportados, de
acordo com a sua velocidade- carga/ capacidade – volume total de sedimentos transportados por um
rio, independentemente do tamanho desses.
Acção geológica dos rios:- Nível de base:
o geral – nível médio das águas do mar. Nível em função do qual todos os rios regulam o seu leito, procurando atingir o perfil de equilíbrio.
Variação do nbg: descida ou subida do nível médio das águas do mar.
Causas: degelo (subida), glaciação (descida), movimentos de blocos litosféricos
Consequências: terraços fluviais (descida), planícies aluviais (subida) – ocorre uma intensa sedimentação
o local – obstáculo natural (ex: escoada lávida) ou artificial (barragem) em função do qual o rio passa a regularizar o leito troço a montante (para cima) ou a jusante (para baixo) desse obstáculo.
- Perfil de equilíbrio – meta ideal, ausência de irregularidades no leito. Erosão é quase nula. Transporte = sedimentação.
- Erosão regressiva – progressão no leito de um rio no sentido contrário ao da corrente (de jusante para montante). É responsável pelo progressivo desaparecimento das irregularidades de um rio, tais como: rápidos, cascatas e cataratas (cascatas de grandes dimensões)
Transporte de aluviões num rio:- rolamento (+) (granulometria do material transportado) - arrastamento- saltação- suspensão (lodo) ( -)
Zonas do rio (perfil transversal):- leito - leito de inundação- linha de água- margem
Zonas ou secções do leito de um rio:- curso superior – predomina a erosão- curso inferior – predomina a sedimentação
Quanto maior a:- largura, maior a descarga e menor a velocidade e declive- profundidade, maior a descarga e menor a velocidade e declive
Sedimentação de aluviões:- Bancos de areia: deposições de aluviões pouco vastas, ao longo do
leito do rio e resultantes de um abrandamento da velocidade.- Deltas e estuários: a confluência de um rio com o mar ou lago faz-se
através de uma região ou área designada por embocadura, que pode ser em forma de delta ou estuário.
o Deltas – intensa sedimentação (grande carga do rio e correntes marítimas fracas para a transportar). O meio continental avanç no meio marinho. Existência de várias ilhas. Tem forma de triângulo. (ex: Rio Niger, Rio Nilo)
o Estuário – menor sedimentação (menor carga sedimentar e correntes marítimas mais fortes, que removem os aluviões) Ex: Tejo e Sado
- Planície aluvial – áreas vastas e planas, resultantes da deposição de aluviões na sequência de inundações típicas de um rio no seu estado de velhice (declives pouco acentuados)
- Deposições aluviais:
o Cabedelo ou restinga – prolongamento da faixa litoral através da acumulação de sedimentos num cabo construído naturalmente, e com uma extremidade livre (Cabedelo do Porto)
o Tômbolo – união de uma pequena ilha ao litoral continental através da deposição de sedimentos de origem fluvio-marinha (Peniche)
o Half-delta – sistema lagunar no qual ocorre sedimentação de origem fluvio-marinha; os cordões litorais possibilitam águas calmas, nas quais se constituem ilhotas. (Ria Formosa de Aveiro)
o Cordões litorais – formados devido à sedimentação marinha litoral. São acumulações de calhaus que constituem uma barreira natural de alguns metros
o Praia em ponta – praia que apresenta uma zona mais avançada em relação ao mar. Se encontrar uma ilha constitui um Tômbolo. (Sines)
Evolução de um rio:- Formação de meandros- Formação de terraços fluviais- Ciclo fluvial - fases: juventude, maturidade, velhice ou senilidade
- Meandro – curva no leito de um rio resultante da contínua erosão das águas na margem côncava e sedimentação na margem convexa. Os meandros resultam do facto das rochas constituintes do leito terem diferentes resistências
o Meandros abandonados ou braços mortos – quando há uma deposição de sedimentos que separa o antigo meandro do curso do rio. Quando contém água, o meandro é designado por lago em ferradura.
o Meandros encaixados – quando as suas sinuosidades correspondem às de um vale que corta um planalto
o Meandros livres ou divagantes – desenvolvem-se em planícies aluviais
- Formação de terraços fluviais: sequência de antigos leitos fluviais, os quais foram baixando porque o rio, através da erosão, foi baixando o seu leito para atingir um novo perfil de equilíbrio (causa: a descida do nível de base geral)
- Fases do ciclo fluvial- dependem essencialmente do grau de:o erosão e transporteo sedimentaçãoo decliveo irregularidades do leitoo granulometria dos aluviõeso meandroso vales
Fase juventudeFase maturidade
Fase velhice
Erosão/transporte
+ +- -
Sedimentação - +- +Declive + +- -Irregularidades + +- -
Aluviões Grosseiros ModeradosFinos; Bancos de areia, deltas, planícies aluviais
MeandrosEncaixados ou de vale
Divagantes ou divergentes, braços mortos, lagos em ferradura.
Vales Profundos Amplos
Ciclo fluvial: Fase juventude Maturidade VelhiceMas por rejuvenescimento do rio, devido à descida do nível de base geral, pode ocorrer Fase velhice maturidade juventude
c) Mares- acção geológica: transporte, erosão e sedimentação- o mar actua de diferentes formas: ondas (rebentação), correntes
marítimas e marés- orla costeira: falésias, escarpas, arribas
Consequências da rebentação:- “Ripple marks” – estruturas sedimentares caracterizadas por formas
onduladas no topo dos estratos (com alguns centímetros) e resultantes da ondulação marinha
- recuo da falésia – devido ao arrancamento de material diverso à falésia e ao efeito abrasivo desse na zona litoral. O recuo depende da litologia da falésia, da intensidade da rebentação e da estrutura dos sedimentos transportados
Plataforma de abrasão marinha – zona da plataforma continental, exposta durante a maré baixa e causada pela abrasão marinha (ondas e salpicos), que faz recuar a arriba. O material sedimentar fica seleccionado pela sua granulometria junto à falésia e o material mais fino (cascalho e areia), mais afastado da falésia.
Por vezes, durante o recuo da arriba, e devido à acção da rebentação contínua sobre a escarpa ocorre uma derrocada (desagregação da base de sustentação) e posterior sedimentação.
Zonas de sedimentação marinha:- Zona litoral ou costeira (até 10 metros)
o sedimentos de origem detrítica (rochas compostas por restos diversos detritos e cimentada por sílica ou calcite) com variadas dimensões (areias, argilas, cascalhos)
o sedimentos de precipitação – origem química (salinas, carbonatados)
- Zona nerítica (até 200 metros)o inclui plataforma continentalo sedimentos orgânicos e detríticos e de precipitação
- Zona batial (até 2.000 metros)o inclui talude continental (grande declive)o sedimentos tipo vasas (argilosas)
- Zona abissal (até 10.000 metros)o inclui grandes abismos e planícies abissais
o sedimentos essencialmente vasas organogénicas
Variação do nível de base e sedimentação:- Quando se dá uma subida do nível do mar:
o Avanço da linha da costa pelo continenteo Sequência estratigráfica (ou sedimentar)
positiva/normal/transgressiva (os sedimentos são mais grosseiros na base do que no topo. Há um aumento na sedimentação)
- Quando se dá uma descida do nível do mar:o Recuo da linha de costao Sequência estratigráfica negativa/inversa/regressiva (os
sedimentos são mais grosseiros no topo da sequência do que na base. Formam-se praias levantadas ou terraços marinhos)
d) Glaciares- massa de gelo deslizante, num leito com forte declive, pela acção da
gravidade- resulta da acumulação, compactação e cristalização do nevado (neve que
não funde), devido às contínuas e baixas temperaturas
Factores que influenciam a acção erosiva de um glaciar:- declive do leito glaciário- espessura da massa de gelo- fluxo de nevado- litologia das rochas do leito
Fendas existentes num glaciar:- fendas transversais ou “crevasses” (perpendiculares à língua glaciária) –
resultam do aumento brusco do declive do leito- fendas longitudinais – resultam do alargamento do leito
Tipos de glaciares:1) Alpino ou de Vale2) Pirenaio, Suspenso ou de Circo3) Polar ou Inlandesis4) Fiorde
1) Alpino ou de Vale:- Bacia de recepção ou acumulação do nevado;- Língua glaciária que desliza por um vale, enquanto se mantiver no estado
sólido;- Formação de vales glaciários (vales em U)
2) Pirenaio, Suspenso ou de Circo:- Depressões circulares onde se acumulam neves perpétuas;- Não há formação de línguas glaciárias;- As alterações de temperatura podem originar lagos.
3) Polar ou Inlandesis:- Calotes, que quando se fragmentam, junto ao oceano, originam icebergues
que se deslocam no oceano por influência das correntes marítimas e ventos.
- Icebergues:
- Árticos – irregulares e pequenos- Antárticos – tabulares e grandes
4) Fiorde:- A língua glaciária causa erosão no vale glaciário até a uma cota inferior ao
nível das águas do mar;- Devido ao aumento da temperatura global, o glaciar funde;- O mar avança e ocupa o antigo vale glaciário, constituindo um braço de
mar – fiorde. - Ex: Noruega, Gronelândia, Sul do Chile
Acção geológica nos planos da:a) Erosãob) Transportec) Sedimentação
a) Erosão:A massa de gelo deslizante tem um grande efeito erosivo no leito glaciário na medida em que as rochas, em contacto com o glaciar, ficam estriadas, polidas e pulverizadas. Os sedimentos resultantes da acção abrasiva do glaciar designam-se de moreias. Estas são transportadas pelo glaciar e depositadas quando há degelo. Têm granulometria variada. São materiais detríticos soltos.
Tipos de moreias (quanto à sua localização no glaciar):- Moreias laterais – resultam da erosão das margens do vale glaciário, são
detritos do talude- Moreia mediana ou média – resulta da confluência de duas moreias laterais
de outros glaciares- Moreias internas – detritos transportados no interior da massa de gelo e
que cairam nas “crevasses”- Moreias frontais ou terminais – material arrastado pelo glaciar na sua zona
frontal- Moreias de fundo – material resultante do efeito abrasivo do glaciar no
contacto com as rochas do leito glaciário; são resultantes do forte desgaste e causam profunda erosão
Alguns aspectos geológicos da morfologia glaciária:a) blocos erráticos;b) vales glaciários;c) lagos de barragem / lagoas glaciárias;d) rochas aborregadas ou arrebanhadas;e) torrentes glaciárias.
a) Blocos erráticos – são fragmentos rochosos transportados pelo glaciar, por vezes a longas distâncias do leito do local onde foram capturados ou gerados. Têm litologia diferente das rochas envolventes no local de deposição.
b) Vales glaciários – o trabalho erosivo dos glaciares cava vales em berço (vales de fundo chato em forma de U)
c) Lagos em barragem – lagos de origem glaciária, cuja água resultou do degelo do glaciar que ficou retida pela moreia frontal depositada e a qual delimita esses lagos
d) Rochas aborregadas – quando o glaciar desliza no leito glaciário, algumas rochas ficam com as suas arestas arredondadas, devido ao desgaste
e) Torrentes glaciárias – resultam do degelo
Algumas hipóteses relativas à formação de glaciares e de períodos glaciários:- Redução na taxa da radiação solar, devido a oscilações na órbita de
translacção da Terra em torno do Sol e no ângulo de rotação da Terra em torno do seu próprio eixo.
- Emissão de grandes quantidades de cinzas vulcânicas (que tapavam a luz solar)
- Redução da percentagem atmosférica de CO2
Alguns exemplos, em Portugal Continental, de glaciações quaternárias:(2 em 2 milhões de anos)
a) Glaciação Wurmiana, Serra da Estrelab) Vale glaciário em U, Zêzerec) Blocos erráticos, Poio do Judeud) Lagoas glaciárias, Serra da Estrela (Comprida, Escura e Redonda)e) Moreias, Penhas Douradas, Gerêsf) Circos glaciários
3) VentoVento – massa de ar em movimento cuja fonte energética é o Sol.
O vento como agente de:1) erosão2) transporte3) sedimentação
1) Processos da erosão eólica (abrasão eólica):a) Deflaçãob) Corrasão
a) Deflação – remoção e transporte de partículas (ex: areias e poeiras) pelo vento. Quanto maior for a energia do vento, maior a quantidade de materiais em suspensão.
b) Corrasão – embate das partículas em suspensão pela acção do vento (por deflação) e consequente desgaste mecânico das superfícies rochosas
a) Alguns aspectos resultantes da deflação:- Bacias de deflação – zonas deprimidas causadas pela deflação. Em regiões
desérticas, as bacias de deflação podem constituir oásis porque os níveis de humidade subterrânea ficam mais próximos da superfície devido à deflação.
- Regs – desertos pedregosos resultantes da remoção das partículas mais leves e finas enquanto que as maiores ficam a pavimentar o solo. É típico das regiões áridas e semi-áridas.
b) Alguns aspectos resultantes da corrasão:
- Penedo pedunculado – afloramento rochoso com forma de cogumelo devido ao facto da corrasão incidir mais na base desse (“escultura” do vento). É um caso de erosão diferencial.
- Ventifacto – seixo facetado deviso à corrasão. Encontra-se em regiões arenosas, áridas e semi-áridas.
2) Transporte:Transporte eólico – é mais amplo e abrangente do que o fluvial porque não está confinado a um leito.
Processos:- suspensão- saltação- deslizamento
Características das areias eólicas:- arredondadas – múltiplos choques e longo transporte desgastam as suas
arestas- despolidas – os múltiplos choques entre as areias e com as superfícies
rochosas originam micro-impactos que retiram o polimento- bem calibradas – as partículas têm um tamanho aproximado, quando
sedimentadas, pois o poder selectivo do vento é maior, devido à maior duração do trasporte.Quanto maior a duração do transporte, maior selectividade, logo, melhor calibragem
3) Sedimentação:Quanto menor aenergia do meio Menor o SedimentaçãoMenor a veloci- transportedade do vento
Obstáculo: a vegetação
Dunas: sistemas de deposição eólicaPodem ser:a) Litorais (Consolidadas)b) Desérticas (Barkhanes, Transversais, Parabólicas, Longitudinais e
Assimétricas)
a) Dunas litorais:- o vento dominante sopra do lado do mar- as dunas avançam para o interior se o vento persistir e não houver fixação- as dunas litorais podem ser fixadas por vegetação e através de obstáculos
artificiais
a1) Consolidadas – devido à formação de um cimento, as areias ficam agregadas e essa duna consolida-se (rocha arenítica); o cimento forma-se porque os restos de conchas e carapaças existentes entre as areias dissolvem-se pela acção das chuvas e houve deposição de CaCO3 (carbonato de cálcio) entre as areias.
b) Dunas desérticas:- ocorrem em regiões áridas e semi-áridas
- factores importantes na deposição eólica desértica: velocidade e direcção do vento e quantidade de areia disponível
b1) Barkhanes – dunas existentes sobretudo em regiões com pouca areia (Regs). O centro deste tipo de duna avança mais lentamente que os seus bordos (com menos areia que o centro). Tem um aspecto crescente. As Barkhanes não ocorrem associadas – são independentes.
b2) Transversais – formam-se com areia abundante; são dunas perpendiculares à direcção do vento; deslocam-se sensivelmente à mesma velocidade, constituindo ondulações denominadas “ripples”.
b3) Parabólicas – típicas de climas semi-desérticos; a vegetação existente é destruída e da deflação resulta uma deposição de areia que confere um aspecto parabólico à zona.
b4) Longitudinais – são dunas com grande quantidade de areia e muito altas. São paralelas em relação à direcção do vento predominante. A sua associação origina grandes campos de areia – Ergs (ex: grande Erg da Argélia)
b5) Assimétricas – têm deposições de areia com várias orientações devido à mudança na direcção do vento.
Como se formam os desertos? Causas da desertificação (improdutividade do solo; aridez):a) amplitudes térmicas elevadas (oscilações da temperatura)b) destruição da cobertura vegetalc) pluviosidade muito reduzidad) agricultura e pecuária intensivas (excessiva criação animal)e) remoção da camada arável, devido a factores climáticos, topográficos e
humanos (utilização de maquinaria pesada, por exemplo)
4) Seres vivos – alterações que produzem na superfície terrestre:
Acções construtivas:a) Foraminíferos: ser microscópico, cuja carapaça ou concha tem natureza
calcária, formam a Cré ou Marga, rocha sedimentar organogénica resultante da acumulação e agregação das conchas e carapaças de seres.
b) Corais: são seres animais que vivem em colónias e que edificam formações rochosas calcárias, através da segregação de CaCO3, o calcário coralino, coralígeno ou recifal (sedimentar, organogénico)
Condições de vida coralina ou coralífera:- temperaturas das águas entre os 20 e os 25º c- águas límpidas, oxigenadas, calmas, iluminadas- águas pouco profundas- fundos rochosos que sirvam de substracto (que sirva de base)
Tipos de recifes coralinos:- costeiros – próximos da costa- barreira – ao longo da costa, os quais constituem um regime lagunar
- atol (ou anular) – geralmente com lagoa central
Nota: os corais podem ser valiosos testemunhos geológicos porque, quando fossilizados, demonstram as alterações climáticas ocorridas no nosso planeta
c) Calcários conquíferos: acumulação de restos orgânicosd) Diatomácea: alga unicelular com membrana rica em sílica, forma o
Diatomito, que é uma rocha sedimentar biogénica siliciosa – resulta da agregação das frústulas (membranas)
e) Radiolários: seres com carapaças siliciosas, formam o Radiolarito, que é uma rocha sedimentar de origem biogénica siliciosa
f) Espongiários: seres com espículas siliciosas (ex: esponja) que, quando se agregam, formam o Espongolito, rocha sedimentar biogénica siliciosa
Acções destrutivas:a) Seres litófagos (perfuram a rocha), ex: Fóladas, moluscos bivalvesb) Seres escavadores , ex: toupeiras, minhocasc) Seres tubículas , ex: Poliquetas (escavam a rocha)d) Plantas superiores : As raízes das plantas superiores aumentam de
espessura com o seu desenvolvimento e provocam o alargamento das diáclases
e) Líquenes (alga + fungo): Meteorização essencialmente química nas rochas onde se instalam.
Acções ou actividades humanas construtivas:a) Florestaçãob) Correcção dos leitosc) Diquesd) Dragagem e desassoreamento
Acções ou actividades humanas destrutivas:a) Grandes obras de engenhariab) Exploração mineirac) Destruição da cobertura vegetald) Poluição atmosférica (e consequentes chuvas ácidas)
II - A TII - A TERRAERRA COMOCOMO FONTEFONTE DEDE RECURSOSRECURSOS
1) Os solosSolo: produto resultante da meteorização das rochas; cobre superficialmente a crosta terrestre; o solo contém matéria inorgânica (mineral), orgânica (seres vivos e seres em decomposição), ar (CO2, O2, N2 e vapor de água) e água.
Elementos da Terra: Solo: Hidrosfera (água) ÁguaAtmosfera (ar) ArBiosfera (vida) .Matéria orgânicaLitosfera (rocha) Matéria inorgânica
Pedologia (solo/estudo)
a) géneseb) descriçãoc) classificação
EdafologiaEstuda a influência dos factores que condicionam a evolução de um
determinado solo
1) Formação do solo1.1) Processos
a) Meteorização da rocha-mãe (resulta a componente mineral)b) Instalação e ocupação dos seres vivos (resulta a componente orgânica)c) Migração dos elementos solúveis e coloidais (iões e argilas,
respectivamente), que são removidos e acumulados pelo processo de lixiviação (componente minaral)
1.2) Factoresa) Clima (temperatura e precipitação): temperaturas elevadas e
pluviosidade intensa criam boas condições para haver solos muito espessos e evoluídos devido à intensa meteorização química. Rochas diferentes perante condições climáticas semelhantes podem originar solos idênticos; rochas iguais perante condições climáticas diferentes podem originar solos diferentes.
b) Seres-vivos : - Microrganismos, ou seja, decompositores com funções muito importantes,
provocam a formação de ácidos orgânicos e aceleram a meteorização química (ex: bactérias e fungos)
- Macrorganismos: revolvem e misturam as componentes do solo (ex: minhocas)c) Rocha-mãe : é uma rocha sã ou inalterada; tem grande importância na
fase inicial da formação do solo; o tipo de rocha condiciona o tipo de minerais e elementos químicos presentes no solo; o grau de resistência da rocha-mãe condiciona a velocidade de formação do solo.
d) Tempo geológico : quanto mais tempo decorrer, maior será o processo de alteração da rocha-mãe e mais evoluído será o solo.
e) Relevo : quanto maior for o declive, menor será a espessura dos solos e maior será a erosão, devido à remoção pela escorrência superficial e menor será a infiltração da água
2) Caracterização das componentes (constituintes) do soloHúmus (matéria orgânica) – produto final resultante da decomposição da matéria orgânica; confere cor escura ao solo e é uma fonte indispensável de nutrientes
Matéria mineral: (por ordem decrescente de granulometria)Balastro (seixos, calhaus, cascalho, areão), Areia, Bilte ou limo, Argila, Ar
3) Características3.1) Físicas
a) Textura (Diagrama triangular): Relaciona-se com o tamanho e com a percentagem de ocorrência das partículas minerais. Os solos podem ser argilosos, limosos ou arenosos.
b) Estrutura: Forma como os constituintes do solo se dispõem e ordenam (arranjo)
Argilas (-) + Ácidos húmicos (+) = complexo argilo-húmico
Nota: Os complexos agregam-se na presença de catiões (Ca2+, Mg2+)A estrutura pode ser:
- Globular – o complexo argilo-húmico floculou e cimentou as partículas minerais maiores
- Compacta – o complexo argilo-húmico dispersou e originou uma massa argilosa
- Particular – o complexo argilo-húmico não se formou
A textura e a estrutura de um solo condicionam:- Porosidade – volume de espaços vazios entre as partículas, onde há ar,
água e raízes- Permeabilidade – capacidade do solo para se deixar infiltrar por água de
níveis superiores para níveis inferiores
3.2) Químicasa) Elementos minerais do solo:
- Elementos químicos nutritivos maiores (maior percentagem na terra): Azoto (N), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S) e Ferro (Fe)
- Elementos químicos nutritivos menores (Oligoelementos): Zinco (Zn), Alumínio (Al), Cobre (Cu), Manganésio (Mn)
Nota: estes elementos químicos são iões livres que se encontram em solução na água, ou estão retidos nos complexos argilo-húmicos.
b) pH: é uma importante propriedade química dos solos. O grau de acidez do solo depende dos iões livres e do teor em cálcio, podendo os solos ser básicos, neutros ou ácidos
4) Perfil dos solos4.1) Horizonte: é uma camada com características próprias ao nível da cor, textura/estrutura, teor em matéria orgânica e presença de elementos químicos (óxidos)
Horizontes do solo: A – Eluvial ou de lixiviaçãoB – Iluvial ou de acumulaçãoC R – Rocha-mãe (inalterada; sã)
Horizonte A:- rico em húmus- cor mais escura- zona de fixação das raízes da maioria das plantas- horizonte superficial- dissolução e remoção de elementos químicos através da água de
infliltração e posterior acumulação nos horizontes inferiores
Horizonte B:- pobre em húmus- apresenta tonalidades avermelhadas quando há muita acumulação de
óxidos de ferro (hematite)
- só as raízes mais profundas conseguem fixar-se neste horizonte- há concentração de variados óxidos, tais como óxidos de alumínio, ferro,
etc, acumulados após lixiviação do horizonte A
Horizonte C:- não existe matéria orgânica (húmus)- pode haver algumas argilas e areias- presença de fragmentos rochosos resultantes da alteração da rocha-mãe
5) Tipos de soloCritérios para a classificação dos solos:
- Tipo de clima que condicionou a formação do solo- Tipo de vegetação que predomina e vive nesse solo
5.1) Pedalfer:
a) Elevada lixiviação e transporte de elementos solúveis para o Horizonte B
b) Típico de zonas climáticas temperadas húmidas (mais de 630 mm precipitação média anual)
c) Acumulação de óxidos de ferro no Horizonte B, o que lhe confere tonalidades avermelhadas (no caso da rocha-mãe ser melanocrata – escura)
d) Rica em minerais ferromagnesianose) Solos muito férteis
5.2) Pedocal:a) Solo típico de regiões temperadas secas (áridas e semi-áridas)b) Vegetação rasteira (estepe)c) Acumulação de CaCO3 no Horizonte B e no Horizonte C, devido à
deposição nos espaços vazios na sequência da ascensão da água por capilaridade e posterior evaporação
d) Se estas deposições endurecerem, formam-se crostas calcárias designadas de “Caliches” ou “Kunkur”
e) Solos pouco férteis: pouco húmus e pouca argila
5.3) Laterites:a) Solos típicos de climas tropicais (quentes e húmidos)b) Intensa lixiviação e intensa meteorização químicac) Grande acumulação no Horizonte B de óxidos de ferro e alumínio
(respectivamente hematite e bauxite)d) Tonalidade avermelhada no Horizonte B no caso de haver grande
concentração de óxidos de ferroe) Vegetação densaf) Reduzida fertilidade devido à enorme actividade bacteriana de
decomposiçãog) Quando secos, estes solos ficam muito endurecidos
6) Degradação do solo (perda de qualidade / destruição)6.1) Causas:
a) destruição da cobertura vegetalb) agricultura excessiva (excesso de fertilização química)c) monocultura e ausência de rotatividade no cultivod) pecuária intensiva (pisoteio)e) erosão torrencial
f) Instalação de actividades como a exploração mineira, urbanização, pedreiras, etc.
6.2) Consequências: Desertificação (perda de produtividade)
6.3) Medidas para proteger e conservar os solos:“Carta Europeia dos solos”
a) Correcta política de ordenamento de território b) Utilização de métodos que preservem a qualidade dos solosc) Os engenheiros civis devem avaliar as repercussões nas terras
vizinhasd) Planificação racional dos recursos do solo
2) Hidrogeologia:Ramo científico da geologia que estuda o armazenamento, a distribuição e a circulação das águas subterrâneas e tem como objectivo conhecer:- as suas propriedades físicas e químicas- as relações entre as rochas e as águas subterrâneas- as consequências da intervenção humana na quantidade e qualidade das
águas subterrâneas
Ciclo hidrológico: por acção da energia solar, ocorre constantemente um ciclo que se inicia com a evaporação da água do mar e da superfície terrestre. Após a precipitação, a água da chuva pode escorrer para os rios, infiltrar-se no solo ou voltar a evaporar-se (aproximadamente 2/3).A água infiltrada ou é absorvida pelas plantas ou vai alimentar as águas subterrâneas, que contituem os aquíferos.
Evapotranspiração: fenómenos de evaporação e transpiração dos seres vivos (desumificação exclusivamente biológica).
Factores que influenciam a infiltração:- clima:
o temperatura: quanto mais elevada a temperatura, maior a evaporação e menor a infiltração
o pluviosidade: quanto maior a pluviosidade, maior a infiltração- vegetação:
o quanta mais densa a cobertura vegetal, maior a escorrência. o desumifica o solo por transpiração
- tipo e estrutura das rochas:o porosidade – quanto maior a porosidade, maior o armazenamento.o permeabilidade – quanto maior a circulação da água, maior o
fornecimento de água- topografia: quanto maior o declive, maior a escorrência superficial e menor
a infiltração- tempo da precipitação: quanto maior a duração da precipitação, maior é a
infiltração
Zonas de infiltração da água:1) Zona de aeração – zona em que os espaços vazios das rochas estão
preenchidos com água e ar.
Divide-se em: - Zona de evapotranspiração (ZET):
o zona de fixação das plantas, de onde é retirada a humidade do solo pela transpiração
o zona superficialo evaporação por acção da temperaturao água ascende por actividade biológica
- Zona intermédia (ZI)o a água existente não pode ser utilizada para transpiração ou
evaporaçãoo recebe água da ZET por acção da força da gravidadeo serve de passagem para zonas inferiores
- Franja capilar ou Zona de capilaridade (ZC)o zona de transiçãoo não tem profundidade definida porque depende da água que recebe,
por ascensão, da zona saturadao maior profundidade na estação secao menor profundidade na estação chuvosa
2) Zona de saturação – todos os espaços vazios estão preenchidos com água, constituindo o aquífero. O movimento da água subterrânea dá-se por percolação (movimento lateral)
3) Nível freático (ou nível piezométrico ou nível hidrostático): corresponde ao limite superior da zona de saturação. Neste nível, a pressão da água iguala a pressão da atmosfera.
O movimento da água subterrânea é condicionado pelas propriedades das rochas, porosidade e permeabilidade:- porosidade:
o as rochas sedimentares, como as areias, os cascalhos, os arenitos e as argilas, apresentam elevada porosidade.
se os sedimentos tiverem tamanho semelhante, a porosidade é elevada
se o tamanho for diversificado, a porosidade diminui se ocorrer a cementação das partículas, a porosidade fica muito
reduzidao as rochas magmáticas e metamórficas, como o granito, basalto,
quartzito, xisto e mármore, apresentam baixa percentagem de porosidade, pois são apenas fissuradas.
- permeabilidade: propriedade de uma rocha se deixar infiltrar por um fluido. o depende dos tamanhos dos poros e das forças de atracção molecular:
se os poros forem grandes há maior facilidade na circulação se forem pequenos, as moléculas de água ficam retidas, devido
à acção das forças moleculares se os sedimentos forem argilosos, as cargas eléctricas
negativas presentes na superfície dos sedimentos irão atrair as moléculas de água, dificultando ou impedindo a circulação de água
Aquífero: formação rochosa armazenadora de água nos seus espaços vazios. Permite a circulação da água e a exploração rentável. A produtividade diz respeito ao volume diário extraído do aquífero, por unidade de superfície (m3/Km2).
Tipos de aquífero:a) Aquitardob) Aquiclusoc) Aquífero cativo, confinado ou artesianod) Aquífero livre, não confinado ou toalha livre
a) Aquitardo:- a formação rochosa armazena água, mas fornece com dificuldade- pouca permeabilidade- rochas constituintes: magmáticas ou plutónicas fissuradas; terrenos
argilososb) Aquicluso:
- há retenção de água, mas não há fornecimento- pouca permeabilidade- ex: um aquífero argiloso, porque os poros das argilas não são comunicantes
c) Aquífero cativo, confinado ou artesiano- camada rochosa porosa e permeável entre camadas rochosas
impermeáveis- zona de recarga lateral- furo de captação:
o repuxante, quando o nível topográfico é inferior à cota do nível freático
o artesiano, quando o nível topográfico é superior à cota do nível freático; ocorre bombeamento da água
d) Aquífero livre, não confinado ou toalha livre- zona de aeração contacta directamente com a atmosfera- quando existem fendas nas rochas, a água brota naturalmente
Qualidade da água:Condições para que uma água seja considerada potável (observação macroscópica)- incolor- sem cheiro- sem sabor- sem deixar depósito- sem alteração com o tempo
Vantagens do abastecimento público por águas subterrâneas:- em teoria, tem mais qualidade que a superficial- há maior quantidade de água subterrânea doce e potável que água
superficial nas mesmas condições- as águas subterrâneas resistem melhor a temperaturas elevadas (à seca)
Classificação das águas:- águas termais (superior a 5ºc relativamente à temperatura ambiental)- águas de nascente- águas minerais- águas medicinais
Factores que influenciam a qualidade ou o tipo de água:- superficiais:
o actividades humanas contaminanteso tipo de cobertura vegetalo poluição atmosférica
- geológicas:o tipo de rocha atravessadao geotermiao tempo de residência na rocha
Dureza das águas: quantidade de sais alcalino-terrosos (Calcário e Magnésio) existentes num litro de água- Dura: > 5% sais dissolvidos; rochas calcárias (ex: Lisboa)- Macia: < 5% sais dissolvidos; rochas vulcânicas, granito, gnaisse (ex:
Açores)
Poluição química e bacteriológica dos aquíferos:- Poluentes, relativamente à sua origem:
o Inorgânicos: elementos químicos. Ex: metais pesadoso Orgânicos: origem biogénica. Ex: derivados do petróleo, dejectos
animais- Poluentes, relativamente à sua decomposição:
o Biodegradáveis: decompostos por acção dos microrganismoso Não biodegradáveis: não se decompõem. Ex: metais pesados
Poluição ou contaminação dos aquíferos:- poluição industrial: efluentes não tratados; lixiviação das escombreiras
(minas)- poluição urbana: lixeiras a céu aberto, aterros sanitários mal localizados e
com mau funcionamento; saneamento básico inexistente ou esgotos a céu aberto
- poluição rural e agropecuária: fertilização excessiva; estrumeiras; lixo em cursos de água; pesticidas; inexistência de saneamento básico
- contaminação salina: quando há um consumo excessivo ou quando há má localização do furo de captação, a água do mar pode invadir o aquífero e atingir a zona de captação
Portugal e os seus recursos hídricos:- país globalmente favorecido a nível de recursos hídricos- maior precipitação a Norte e nos Açores- menor precipitação a Sul (Litoral Algarvio) e na Madeira
Disponibilidade dos recursos hídricos para consumo e actividades económicas:- captações de furo e de nascente- barragens- albufeiras (reservas estratégicas de água para consumo público, irrigação,
electricidade e turismo)- ETAR - Estação de Tratamento das Águas Residuais- reservatórios, estações de bombeamento, canalizações
3) Recursos energéticos:
a) CarvõesSão rochas:
- sedimentares – constituídas por restos de seres vivos, sobretudo vegetais, que sofreram profunda alteração
- combustíveis – ardem perante uma chama, libertando energia calorífica- fósseis – possuem restos de seres vivos (essencialmente plantas)- carbonáceas
Recurso – quantidade de carvão existente no subsolo, teoricamente disponível, mas que não está avaliado economicamente
Recurso renovável – o ritmo de consumo não implica o seu esgotamento
Recurso não renovável – o processo geológico gerador desse recurso é muito mais lento que as quantidades extraídas e consumidas. O ritmo do consumo é demasiado elevado para a sua renovação.
Reserva – quantidade de carvão existente no subsolo e teoricamente disponível e avaliada economicamente (por exemplo, reserva de Lenhite, no Rio Maior)
Energia calorífica – A energia solar permite a realização da fotossíntese pelas plantas que produzem compostos orgânicos energéticos que, por decomposição e alteração anaeróbia (ao abrigo do ar), irão formar compostos ricos em carbono (incarbonização), resultando numa energia química (sob forma de calor).
Génese de carvões:1) Deposição e acumulação de detritos vegetais.2) Incarbonização
1) Duas hipóteses de formação das bacias carboníferas:- autóctone (modo de deposição):
o os detritos vegetais não sofreram transporte e depositam-se no mesmo local onde viveram e cresceram.
o o tipo de bacia carbonífera é a límnica ou intra-continental: são zonas lacustres ou pantanosas (águas calmas); vegetação muito densa; os troncos encontram-se na vertical; há um afundimento lento do pântano
- alóctone (local de deposição):o os detritos vegetais são transportados e depositados num local
diferente daquele onde viveramo são transportados pelo vento (folhas, esporos) e pela água (troncos,
raizes)o o tipo de bacia carbonífera é a parálica ou marinha e localiza-se em
zonas costeiras, deltas ou estuários
Sequências/sucessões rítmicas: alternância de camadas carboníferas e não carboníferas (estéreis). À camada mineral que fica por baixo da carbonífera, dá-se o nome de muro e à que fica por cima, tecto.
2) Incarbonização: processo bioquímico que envolve uma decomposição anaeróbia dos restos vegetais, com progressivo enriquecimento em carbono e perda de voláteis. Divide-se em fase externa e fase interna.- fase externa (superficial)
o ambiente anaeróbioo decomposição por acção dos microrganismoso processos fermentativoso ex: formação turfa
- fase interna (profunda)o afundimento do material orgânicoo processos termodinâmicos (pressão + temperatura)o processos bioquímicos (aumento densidade; perda voláteis)o longa duração
Consequências no material vegetal depositado:- diminuição volume- aumento densidade- enriquecimento em carbono (> poder calorífico)- perda de voláteis; perda de água (> poder calorífico)
Interesse industrial: poder calorífico, teor em cinzas, teor em sulfuretos
Propriedades dos carvões:- Físicas: cor, densidade, brilho, dureza- Químicas: poder calorífico, percentagem em carbono, voláteis e água
Classificação geológica e genética dos carvões:1) Sapropélicos (vasa com matérias gordurosas, típicas de lagoas):- carvões de algas- carvões de esporos2) Carvões húmicos
a) Carvões de cutina: apresenta folhas conjuntamente com esporos e pólenes
b) Carvões lenho-celulósicos- Turfa
o matéria-prima do carvão, incarbonização incompletao forma-se nas turfeiras (sucessão de camadas de musgo e graminhas,
as mais superficiais ainda vivas, as mais profundas em decomposição anaeróbia)
o constituído por plantas herbáceas, reconhecidas macroscopicamenteo combustível pobre, liberta pouca energia calorífica, <60% de carbono
- Lenhite ou Lignitoo aspecto madeirao alto teor em águao entre 50 e 70% de carbonoo arde facilmente, chama fuliginosa, pouco interesse económico
- Hulha ou carvão betuminosoo terrenos hulhíferoso lenho-celulósicos, com bandas baças e vítreas alternando, e ricos em
voláteis (hulha gorda)o não apresenta elevado teor em voláteis e a sua % em carbono (de 80
a 90%) torna-o um óptimo combustível (hulha magra)
o forma alcatrãoo intenso processo de incarbonização
- Antraciteo processo de incarbonização completo ou quase completo (> 90% em
carbono)o apresenta brilho metálicoo grande poder calorífico, mas difícil combustãoo fractura conchoidal
Exploração de carvões em Portugal:- Hulha: Grândola (esgotada)- Antracite: Bacia Carbonífera do Douro: Mina de S. Pedro da Cova (esgotada)
e Pejão (esgotada)Formaram-se na Era Paleozóica, Período Carbónico, de 370 a 280 Ma
b) Petróleo- Rocha sedimentar combustível e fóssil, o petróleo pode ter um sentido mais
vasto, ou seja, misturas complexas de hidrocarbonetos sólidos, líquidos e gasosos, ou um sentido mais restrito: hidrocarboneto líquido, rocha líquida, combustível e fóssil
Hidrocarbonetos naturais – compostos químicos constituídos exclusivamente por átomos de carbono e hidrogénio; são misturas complexas e variáveis.
Hidrocarbonetos:- Gasosos – metano, etano, propano, butano- Sólidos – asfalto / alcatrão (resíduo), isolantes exteriores, fibras sintéticas, e
parafina- Líquidos – petróleo e seus derivados: gasolina, gasóleo, óleo lubrificante,
óleo medicinal, queresone, fuelóleo, tintas. Petróleo bruto = nafta = crudeOs hidrocarbonetos naturais são, na sociedade industrial, a primeira fonte de energia.
Génese do petróleo:Teoria inorgânica (ultrapassada): energia dos vulcões + pressão e temperatura = petróleo (C + H)
Teoria orgânica: o petróleo resulta da decomposição anaeróbia dos seres vivos
Fases da formação do petróleo:- Betuminização – decomposição anaeróbia de matéria orgânica (o plâncton
divide-se em microrganismos vegetais – fito-plâncton – e animais – zooplâncton), que se encontram nas vasas (sedimentos muito finos), sobretudo em águas calmas
- Formação de querogénio ou cerogénio – hidrocarboneto sólido, com macromoléculas orgânicas resultantes da desagregação de lípidos, glícidos e prótidos dos organismos em decomposição
- “Janela do petróleo” – temperatura entre os 60 e 150ºc e profundidade entre 1500 e 4500 m.
- “Janela do gás” – quando a temperatura ultrapassa os 150ºc, deixa de se formar petróleo e passa a formar-se gás natural
Algumas das condições para a formação de hidrocarbonetos:
- abundância de plâncton- pressões e temperaturas elevadas- ambiente redutor, anaeróbio (pouco oxigénio)- zonas com águas calmas (costeiras, lagunares, deltas, estuários, mares
interiores)- formações rochosas sedimentares adequadas
Características dos jazigos petrolíferos- rocha-mãe – rocha onde se geram os hidrocarbonetos por decomposição
anaeróbia dos organismos; rocha sedimentar com granulometria fina (vasas, arenito fino)
- rocha armazém/reservatório – contém os hidrocarbonetos ns seus poros e fissuras; é uma rocha sedimentar, porosa e permeável (arenitos, calcários, etc)
- rocha de cobertura ou selante – impede a migração vertical do petróleo; é uma rocha impermeável (argila, xistos argilosos) onde se dá a retenção do petróleo
Retenção do petróleo:- deve-se normalmente a alterações estruturais (dobras e falhas) ou a
condições estratigráficas especiais.- é condicionada por:
o rocha de cobertura – se for muito porosa e permeável há migração dos hidrocarbonetos, podendo atingir a superfície; se for impermeável, os depósitos de hidrocarbonetos ficam protegidos das oxidações
o armadilhas: estruturais: falhas, dobras, domos salinos estratigráficas (discordâncias): alteração na ordem normal de
deposição sedimentar; há uma série de camadas com diferente orientação de outra série
Tipos de jazigos petrolíferos:- estruturais – com armadilhas estruturais- estratigráficos – com armadilhas estratigráficas- misto – armadilhas estruturais e estratigráficas
Prospecção e extracção de petróleo:A perfuração de poços para a extracção de petróleo é muito cara, portanto, antes de a iniciar, os geólogos procedem a um estudo detalhado do terreno:- prospecção geológica – geologia de campo, análise das rochas e dos
acidentes tectónicos, fotogeologia, elaboração de cartas geológicas- prospecção geofísica – método da reflexão sísmica (a onda de choque que
resulta, propaga-se através das rochas de diferente modo, conforme a constituição do terreno atravessado)
- furos de pesquisa – se o furo for produtivo, é analisada uma amostra de petróleo e é medida a pressão
Formações que apresentam melhores características para a formação do petróleo em Portugal:As principais manifestações naturais de ocorrência de hidrocarbonetos em Portugal registam-se na Bacia Lusitana (idade Mesozóica), sobretudo na parte terrestre. Não se encontraram acumulações de petróleo rentáveis.
Além da Bacia Lusitana, há a registar a Bacia Porto-Galiza, a Bacia do Alentejo e a Bacia do Algarve.
c) Energia Nuclear: UrânioA desintegração controlada dos minerais radioactivos (neste caso o urânio),
desenvolve grande quantidade de calor que, aplicado à produção de vapor, move as turbinas que produzem energia eléctrica.
Urânio – elemento químico radioactivo; emite neutrões e energia calorífica quando se desintegra (fissão nuclear). A desintegração nuclear liberta neutrões.
Minério – mineral com grande valor económico porque possui um elemento químico ou elementos muito rentáveis.
Minérios de urânio – combustível inorgânico (não fóssil) não renovável. É uma alternativa aos combustíveis fósseis.U235- único isótopo de urânio (em 14 isótopos) que se encontra na Natureza e que é espontaneamente fissurável.
Produção de energia eléctrica a partir de combustível nuclear:- Urânio U235
- fissão nuclear- libertação de neutrões + energia calorífica- neutrões desintegram núcleos de Urânio (U238)- transformação em Plutónio (Pu239)- libertação de neutrões + energia calorífica- vaporização de água- faz girar as turbinas- produção de energia eléctrica
Minérios de urânio – Uraninite, que, por alteração, pode originar:1) Autonite (amarela)2) Tobernite (verde)
Regiões uraníferas portuguesas:- Douro e Trás-os-Montes- Beiras e Centro (Urgeiriça/Viseu) – mina intragranítica- Alto Alentejo (Nisa) – mina perigranítica
Vantagens da utilização da energia nuclear:- alternativa aos combustíveis fósseis- elevado potencial energético
Desvantagens da utilização da energia nuclear:- em caso de acidente numa central nuclear, a libertação de radioactividade
pode pôr em risco a vida de milhares de pessoas e seus descendentes (Ex: acidente Chernobyl, 1986)
- ainda não se arranjou solução definitiva para os resíduos radioactivos – muito poluentes e prejudiciais à saúde
d) Energia geotérmicaGeotermia: calor interno da Terra.
Causas: proximidade de magma e câmara magmáticas; calor original do planeta; radioactividade (libertação de energia calorífica)
Grau geotérmico: número de metros necessários em profundidade para que a temperatura suba um grau celsius. Unidade: m / ºc. Média: 33 m / ºc
Gradiente geotérmico: aumento da temperatura com a profundidade. Por cada metro, a temperatura sobe um determinado nº de graus celsius. Média: 0,03 ºc /m
Nota: nas regiões vulcânicas, o grau está abaixo da média e o gradiente acima da média.
Condições óptimas para uma exploração geotérmica:- fonte de calor intensa (proximidade de uma câmara magmática)- aquífero apropriado, constituindo um reservatório permeável - materiais impermeáveis (base e tecto)- zona de recarga no aquífero – no caso da Ribeira Grande proximidade da
lagoa, que lhe serve de recarga
Aproveitamentos dos campos geotérmicos:- vapor de água (fins medicinais e secagem de sementes) - vapor de água e água quente (para aquecimento de estufas)- água de baixa entalpia (60-70 ºc), aquecimento doméstico- água de alta entalpia (> 150 ºc)- calor seco ou hot dry rock
- Aproveitamento do hot dry rock e seu funcionamento:1- a água fria é injectada no poço2- ao contactar com a rocha quente, aquece rapidamente3- a água quente e o vapor de água saem de um segundo poço,
circulando através de fracturas artificiais4- o vapor de água movimenta a turbina, gerando electricidade
Vantagens da energia geotérmica:- não poluente- renovável- várias aplicações já referidas- produção de energia geotérmica
Desvantagens da energia geotérmica:- elevado custo no investimento inicial- limitação na potência instalada- reduzido número de áreas de qualidade no país- eventual contaminação do aquífero com lubrificantes usados na perfuração- corrosão do material
Outras energias alternativas:- Hídrica (das ondas)- Eólica- Solar- Biogás- Biomassa (animal e vegetal)
4) Jazigos mineraisConceitos fundamentais:
a) Jazigo:a1) geomineralógico – concentração elevada de um ou vários minerais (independentemente do valor)a2) geoquímico – concentração elevada de um ou vários elementos químicos (geralmente metálicos) que têm grande valor económico
b) Minério – mineral com grande valor económicoc) Ganga / Estéril – minerais que estão associados ao minério, que não têm
valor económicod) Clarke – abundância média na crosta terrestre de um determinado
elemento. Unidade: parte por milhão (ppm) ou g/ton. Ex: 99% da crosta terrestre assenta só em 11 elementos químicos
e) Lei:e1) média – conteúdo médio do jazigoe2) mínima – conteúdo de um jazigo abaixo do qual este deixa de ser
rentável. Varia com factores políticos, económicos e técnicos. f) Metalogénese – processos geoquímicos (acidentes) responsáveis pela
formação de jazigos minerais. Ocorreram circunstâncias geológicas especiais que determinaram a maior concentração, numa dada região, de um ou vários elementos
g) Paragénese – quando, no mesmo jazigo, há associação de minerais diferentes, dos quais se podem explorar vários minerais do mesmo metal ou de diferentes metais
h) Época metalogénica – período de tempo geológico, durante o qual se constituiram jazigos minerais, devido à ocorrência de acidentes geoquímicos.
i) Província metalogénica – conjunto de todos os jazigos minerais que se formaram durante uma época metalogénica. Ex: Faixa Piritosa Alentejana.
j) Província metálica – conjunto de todos os jazigos metálicos de uma determinada região. Não importa em que época geológica se formaram. Ex: província metálica de cobre do Arizona.
Génese dos jazigos mineraisProcessos:
a) hidrotermaisb) magmáticosc) metamórficosd) sedimentares
a) Hidrotermais: circulação de águas quentes, que transportam elementos químicos dissolvidos, sob forma de iões, provenientes das rochas e minerais onde essas águas circulam; deposição devido a alterações físico-químicas dissolvidas nos espaços vazios das rochas. Originam-se assim jazigos metalíferos de vários tipos e origema1) Veios ou filões hidrotermais – as águas quentes circulantes e resultantes da consolidação magmática, escapam-se da câmara magmática e permitem a deposição de valiosos elementos químicos em fendas e fracturas (filões); são muito rentáveis; permitem elevada concentração de minério, apesar da área de deposição ser pequena.
a2) Depósitos disseminados – circulação lenta da água quente, com iões dissolvidos, através de grandes massas rochosas permeáveis; há um preenchimento das suas vasas pela deposição de elementos químicos. A área de dispersão é grande, mas a concentração de minérios é menor.a3) Jazigos hidrotermais submarinos – a água oceânica penetra nas fendas das rochas quentes da crosta oceânica (zonas de rifte, por exemplo), e aquece; há dissolução de elementos químicos dessas rochas e formação de fontes hidrotermais (jactos de água quente), as quais, quando em contacto com a água fria do oceano, permitem a deposição de elementos químicos metálicos. (Ex: Black Smockers)
b) Magmáticos – cristalização fraccionada no interior da câmara magmática; à medida que o magma arrefece, podem formar-se jazigos no interior da câmara magmática, devido a fenómenos de precipitação gravítica.
c) Metamórficos:c1) Metamorfismo de contacto – uma intrusão magmática liberta calor e modifica as rochas encaixantes. A pressão e circulação de fluidos também influencia as modificações na estrutura dos minerais. Formam-se novas rochas e, consequentemente, novos minerais. c2) Metassomatismo – troca iónica entre os minerais da intrusão magmática e os minerais das rochas encaixantes. Ex: troca de ferro por cálcio pode originar jazigos de magnetite.
d) Sedimentares - ocorrem através de:d1) Placers – concentrações de minerais e elementos químicos valiosos em aluviões. Ex: ouro, diamantes, estanho. Esta deposição ocorreu devido à selecção granulométrica e gravítica por redução da velocidade da corrente dos rios, em meandros, estuários, deltas, etc... d2) Oxidações – produção de variados óxidos (ex: óxido de alumínio e ferro – bauxite e hematite, respectivamente), os quais foram gerados ao longo de muito tempo geológico, quando a Terra tinha condições atmosféricas oxidantes.d3) Evaporações – ocorrem em lagos, bacias oceânicas, interior da crosta terrestre, mares interiores, formam evaporitos (rochas salinas). Ex: Halite, Gesso.d4) Meteorização – processo que pode originar jazigos do tipo sedimentar pois, ao remover o material solúvel, concentra o material mineral. Logo, pode haver concentração nesse local de sedimentos valiosos ou serem transportados para outro lado. A selectividade é granulométrica e gravítica (peso, densidade)
Alguns jazigos minerais portugueses:- Faixa Piritosa Alentejana (Aljustrel e Castro Verde). Minério: Pirites.- Panasqueira – Minérios: volframite e cassiterite. Elementos químicos
metalíferos: volfrâmio e estanho- Serra do Marão – Minério: magnetite. Elemento químico: magnésio
Impacto ambiental da extracção de minérios:- muito poluente: as escombreiras, quando lixiviadas, contaminam os
aquíferos e os solos com metais pesados.- destruição da paisagem- emissão de poeiras- destruição da vegetação
- chuvas ácidas- poluição atmosférica (tratamento do minério para obtenção do
concentrado)
III - OIII - OSS GRANDESGRANDES ACONTECIMENTOSACONTECIMENTOS DADA HISTÓRIAHISTÓRIA DADA T TERRAERRA
1) Fósseis
Paleontologia – ramo científico que estuda e analisa o passado da Terra através de fósseis
Fóssil – vestígio, resto ou marca de seres vivos, em rochas sedimentares, os quais viveram em épocas geológicas anteriores à actual
Fossilização – conjunto de processos físicos, químicos e biológicos responsáveis pela formação de um fóssil
Condições de fossilização:- Inerentes ao meio:
o deposição e cobertura do ser com sedimentos finos e impermeáveiso temperatura baixao reduzida humidadeo ambiente anaeróbio
- Inerentes ao ser vivo:o existência de partes duras ricas em cálcio ou sílicao esqueletos (endo e exo) – peças ósseaso conchas e carapaças
Processos de fossilização:- conservação total (ex: mamute no gelo, insecto em âmbar) ou parcial
(peças ósseas)- mineralização – águas muito mineralizadas contactam com o material
orgânico; substituição gradual da matéria orgânica pela matéria mineral, partícula a partícula. O aspecto externo das peças fossilizadas mantém-se. Ex: troncos fossilizados.
- incrustação – quando há alterações a nível de temperatura, pressão, teor em CO2, pH, pode ocorrer a precipitação de CaCO3 (carbonato de cálcio), formando-se uma fina película calcária que envolve e cimenta os restos orgânicos. Ex: calcário conquífero.
- moldagem:o molde interno e externo – impressões das partes endurecidas nas
camadas sedimentares. No molde interno há o preenchimento da cavidade oca de certos seres com sedimentos
o contramolde interno e externo – réplicas mineralizadas do molde. Conservam o seu formato e aspecto. Constituem-se na sequência da substituição gradual do material orgânico fossilizado por material mineral.
- incarbonização – processo que está na origem dos carvões:o decomposição anaeróbia do material vegetalo enriquecimento em carbono e perda de voláteiso alteração dos restos orgânicos de origem vegetal
- marcas ou impressões – passagem de um animal sobre camadas sedimentares, as quais registam essa passagem com pegadas ou pistas (no caso dos animais rastejantes). Conjunto de pegadas = trilhos. Também é uma marca a impressão das folhas em sedimentos.
Tipos de fósseis:- Fósseis de idade / estratificados / característicos
o têm valor geocronológico pois viveram durante um determinado intervalo de tempo (têm curta longevidade; são aplicados na datação relativa)
o distribuição vertical curtao grande distribuição geográfica ou horizontalo evolução biológica rápidao ex: amonites (Jurássico - Cretácico); trilobites (Câmbrico – Pérmico)
- Fósseis de fácies (fácies – conjunto de características litológicas e paleontológicas que existem nas camadas sedimentares, onde se encontram os fósseis):
o não têm valor geocronológicoo caracterizam os ambientes de sedimentação em que se constituiram
as camadas sedimentareso longa distribuição estratigráfica ou verticalo curta distribuição geográfica ou horizontal (seres de ambientes
específicos)o evolução biológica lentao ex: braquiópodes, corais, nautilídeos
- Fósseis vivos:o seres com reduzido número de representantes na actualidade o conservam praticamente o mesmo aspecto morfológico daquele que
possuíam há muitos milhões de anoso ex: náutilos (moluscos com concha)
2) Avaliação do tempo em GeologiaPode-se avaliar o tempo em geologia através dos fósseis ou através dos estratos sedimentares.
Geocronologia – estabelece a ordem e atribui uma datação aos acontecimentos geológicosPode ser: relativa (paleontologia ou estratigrafia) e absoluta
Paleontologia – ramo científico da geologia que estuda e analisa o passado da Terra através dos fósseis
Estratigrafia – estudo das sequências de estratos, tendo como objectivo a determinação da sua ordem de deposição (datação relativa) e condições de deposição.
Geocronologia absoluta: processa-se através de métodos radioisotópicos ou radiométricos – utilização de isótopos radioactivos com períodos de semi-transformação, no geral, muito longos.
Período de semi-transformação – consiste na desintegração para metade de um determinado isótopo, a uma taxa constante.
Os isótopos podem ter períodos de semi-transformação muito longos e outros muito curtos
Para que a datação seja absoluta é necessário que:- o período de semi-transformação ocorra a uma taxa constante- haja possibilidade de registar cumulativamente esse processo
Geocronologia relativa: a datação revela que as rochas estão colocadas na sequência ou ordem em que ocorreu a sua génese
Princípios estratigráficos:a) da sobreposiçãob) da continuidadec) do actualismo / uniformitarismod) da identidade paleontológicae) da horizontalidade originalf) da relação intrusão – fracturag) da inclusão
a) Sobreposição – numa série sedimentar normal (não deformada), qualquer camada é mais recente do que a camada que lhe serve de base (muro) e mais antiga do que a que a cobre (tecto)Excepções – dobras, falhas, depósitos sedimentares em grutas e algares, intrusões magmáticas e terraços fluviais
b) Continuidade – em séries idênticas, os estratos apresentam correspondência e são a continuação uns dos outros, logo, têm a mesma idade (mesmo que o bloco rochoso se encontre interrompido)
c) Actualismo – os processos geológicos que ocorrem actualmente, ocorreram de igual modo no passado geológico
d) Identidade paleontológica – os extractos que apresentam a mesma associação de fósseis, são da mesma idade. Nota: só é aplicável com fósseis característicos.
e) Horizontalidade original – os sedimentos depositam-se sempre em camadas horizontais: os fenómenos geológicos que alteram essa horizontalidade são sempre posteriores às actuais camadas horizontais.
f) Relação intrusão-fractura – o corpo rochoso intrusivo e a falha são sempre mais recentes que as rochas atravessadas ou fracturadas. Quando as rochas são atravessadas pelas falhas podemos concluir que são mais antigas que as falhas. O mesmo se aplica com filões, diques, fracturas e conglomerados.
g) Inclusão – a rocha que contém a inclusão é mais recente do que a rocha a que pertence a inclusão/encrave.
Discordância: uma discordância corresponde a um período do tempo durante o qual não ocorreu sedimentação. Houve erosão das rochas previamente formadas e iniciou-se uma nova sedimentação. O seu reconhecimento permite calcular os intervalos de tempo que não se encontram representados pelos estratos.
a) Discordância simples / lacuna – quando uma camada existe numa região, mas não existe noutraa1) lacuna de sedimentação – quando a camada depositada (de cima) não cobre completamente a de baixo, sendo posteriormente ambas cobertas
a2) lacuna de erosão – quando uma camada cobre outra parcialmente erodida
b) Discordância angular – ocorre após a formação de relevo, em que os estratos são expostos à erosão. A superfície erodida torna-se plana e, sobre ela são depositados novos sedimentos.b1) estratos dobrados sob estratos horizontais (dobra dos estratos de baixo) b2) estratos inclinados sob estratos horizontais (flexura, descontinuidade)
3) Escala estratigráfica
Calendário geológico:
ÉON ERA PERÍODO Ma PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
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Quaternário2
- mamíferos dominantes- espécie humana
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Cretácico130
- extinção em massa- aparecimento das
angiospérmicas
Jurássico
Triássico
250
- fracturação da Pangeia- aparecimento dos dinossauros
Pérmico 290
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anos)
Carbónico 360
Devónico 400
Silúrico 430
Ordovícico 500
Câmbrico
570
PROTE-ROZÓICO
PRÉ-CÂMBRICO Proterozóico
2600
- inexistência de fósseis- rochas erodiram-seArcaico
Éon Proterozóico, registo fóssil muito fraco porque:- inexistência de fossilização, porque os seres eram desprovidos de
esqueletos- as rochas, devido à sua antiguidade, erodiram-se- a atmosfera redutora tornou-se oxidante devido à libertação de O2 pelos
seres autotróficos- a vida unicelular evoluiu para pluricelular
Éon Fanerozóico:- maior biodiversidade (maior nº de espécies diferentes)- aumento populacional- aparecimento de esqueleto- aumento do tamanho dos seres- rochas mais jovens, menos erodidas, com melhores condições para a
fossilização
Aparecimento da espécie humana:
Género: HomoEspécie: SapiensSubespécie: sapiens
O primeiro ancestral surgiu há cerca de 4,5 Ma, em África
Hominídeos (família):- Australopithecus- Homo
- Australopithecus afarensis; 4,5 Ma (Lucy)- Australopithecus africanus; 2,5 Ma- Australopithecus robustus; 2 Ma (extinção)
foi contemporâneo de- Homo habilis; 2 Ma- Homo erectus; 1 Ma- Homo sapiens; < 0,5 Ma
o Homo sapiens neanderthalensis, surgiu há 70.000 anos e extinguiu-se há 30.000 anos. Poderá ser de uma espécie paralela. (ainda não está provado que pertence à espécie sapiens)
o Homo sapiens sapiens, surgiu há 35.000 anos (homem actual)
IV - TIV - TECTÓNICAECTÓNICA DEDE PLACASPLACAS – – UMUM MODELOMODELO UNIFICADORUNIFICADOR
1) Teoria da deriva dos continentes:Wegener, em 1912, estabeleceu bases de uma nova hipótese, a Deriva dos Continentes.Para sustentar a sua teoria, recolheu dados:- cartográficos, topográficos ou morfológicos
o semelhanças nas costas dos continenteso o super continente era designado por Pangeia e o mar, Pantalassao a parte norte da Pangeia era Laurásia e a parte sul, Godwanao terá existido há cerca de 200 Ma
- paleontológicoso fósseis característicos foram encontrados na América do Sul e em
África (vivem em condições climáticas específicas)o outros foram encontrados na Antárctida, África, Austrália, América do
Sul e Índiao vendo os lugares onde esses fósseis se encontravam, verificou que se
encontravam na mesma região, segundo o mapa da Pangeia- paleoclimáticos
o estudo dos climas antigoso determinados tipos de rocha só se formam em zonas específicas da
Terrao rochas sedimentares reflectem as latitudes a que se formaramo zonas actualmente tropicais e subtropicais encontravam depósitos
glaciários. No mapa da Pangeia verificou que ficavam situados próximo do Pólo Sul
- geológicoso nas costas Africanas e Sul-Americanas encontravam-se formações
rochosas semelhantes
Mas Wegener não conseguiu interpretar nem avaliar o mecanismo (“motor”) causador dessa derivaAs suas explicações estão erradas, a crosta continental não flutua sobre o oceano nem atravessa a oceânica, como Wegener argumentou.
2) Teoria da Tectónica de placasTectónica de placas (parte do manto, toda a crosta; porção de litosfera sólida e rígida) - Estuda o movimento das placas litosféricas e suas consequências (sismos, vulcões, orogenias, deformações estruturais, deriva dos continentes)A Terra encontra-se dividida em placas que se movimentam (divergem, convergem e transformam-se), deslizando sobre a astenosfera.Tal como a Deriva de Wegener, explica que os continentes estiveram juntos num supercontinente, que se fragmentou no período Triássico.
Os argumentos para o movimento das placas devem-se ao desenvolvimento da ciência. Alguns dos contributos científicos foram:
a) Magnetismo terrestreb) Sismologiac) Expansão dos fundos oceânicos
a) Magnetismo terrestre:- Paleomagnetismo – a orientação dos campos magnéticos existentes na
história da Terra fica registado de forma permanente nas rochas com minerais com ferro, que, perante o campo magnético terrestre, adquirem uma orientação magnética paralela à orientação do campo magnético desse momento, no momento da formação da rocha. A magnetização dos minerais de ferro pode indicar a direcção e intensidade do campo magnético e a latitude e origem da rocha
o rochas com polaridade normal: rochas cuja formação ocorreu numa época em que o campo magnético era nomal, ou seja, idêntico ao actual
o rochas com polaridade inversa – magnetizaram-se quando o campo magnético estava orientado de forma oposta à actual
b) Sismologia (falhas e dobras: ver “Deformações na crosta terrestre”)c) Expansão dos fundos oceânicos – o estudo do paleomagnetismo terrestre
veio explicar a orientação geomagnética nos diferentes períodos da história da Terra, ficando as rochas com polaridade normal ou inversa conforme a orientação magnética da época em que foram formadas. Sendo os fundos oceânicos ricos em basalto (que é rico em minerais ferro, que se magnetizam), pode-se determinar, através da análise das polaridades das rochas, quando começou a expansão oceânica.
Sete principais placas tectónicas:- euro-asiática- africana- indiano-australiana- antárctica- pacífica- sul-americana- norte-americana
Cratão: núcleo rochoso no interior de uma placa onde há estabilidade tectónica
Há um equilíbrio entre a construção da crosta oceânica e a sua destruição (respectivamente nos riftes e zonas de Benioff)
Limite: fronteira da placa onde há grande instabilidade, é uma falha que separa uma placa da outra. É uma zona tectonicamente activa.
Caracterização das placas quanto ao seu movimento:a) Placas convergentes (limites destrutivos)b) Placas divergentes (limites construtivos)c) Placas transformantes (limites conservativos)
a) Placas convergentes: a convergência de placas ocorre nas zonas de subducção, onde a placa mais antiga, logo, mais densa, mergulha sob a placa mais recente, pertencendo posteriormente às camadas inferiores da litosfera. Ocorrência de sismos profundosa1) oceânica-oceânica – vulcanismo submarino (arcos insulares), ex: ilhas Aleutas, próximas do Alasca a2) oceânica-continental – a placa oceânica afunda sob a placa continental; há subducção por fusão parcial da placa oceânica (zona de Benioff)- sismos, vulcões, orogénese (Ex: Nazca, América do Sul)a3) continental-continental – após a absorção, pelo manto, da placa oceânica, há uma colisão entre blocos litosféricos continentais que origina cavalgamentos, enrugamentos e cordilheiras (Ex: Himalaias – colisão entre Índia e Ásia)
b) Placas divergentes: Rifte ou centro de expansão – limite entre placas, através do qual há ascensão de magma; após arrefecimento e consolidação forma-se nova crosta oceânica. Sismos superficiais. De cada lado da zona fracturada há cristas ou dorsais (grande extensão com relevo nos fundos marinhos associados a um vale de rifte na sua região média). Quanto maior a distância em relação ao rifte, maior será a idade das rochas do fundo oceânico e maior será a espessura de deposição sedimentar. Há arquipélagos de origem vulcânica constituídos num contexto de divergência tectónica. Podem haver riftes continentais (ex: Quénia, Rift Valley)
c) Placas transformantes: placas deslizam uma em relação à outra. Grandes sismos e muito frequentes. Não há actividade vulcânica. Falhas e deformação de montanhas (Ex: falha de Santo André, limite da placa pacífica é transformante relativamente à norte americana)
Mecanismos do movimento das placas litosféricasHipóteses (modelos interpretativos)
a) Correntes de convecção – fluxos de magma ascendentes e descendentes, confinados à astenosfera ou a todo o manto e que são responsáveis pelo movimento das placas. A convecção seria causada pelo calor do núcleo.
b) Declive da placa litosférica desde o rifte até à zona de subducção – deslizamento da placa sobre a litosfera pela força da gravidade (tendo em conta que a inclinação da placa é superior a 0,03%), causaria a convecção pelo atrito provocado na astenosfera.
c) Plumas térmicas (Hot Spots) – colunas verticais de magma muito quente, que atravessa o manto e atinge a base litosférica, originando um ponto quente (hot spot). Nos locais onde atinge a litosfera, o fluxo torna-se horizontal, alastrando em todas as direcções (origem do centro de expansão ou rifte). As plumas térmicas estariam na origem do
arquipélago hawaiano (cuja idade vai aumentando no sentido SE-NW). Pensa-se que a origem das plumas possa ser o impacto meteorítico.
3) Deformações na crosta terrestreDeformações nas rochas – alteração na forma e no volume, devido às pressões
Factores de deformação:- pressão litostática ou confinante (pressão uniforme; semelhante em todas
as direcções – peso e pressões das rochas sobreadjacentes)- pressão diferencial
o tensão (alongamento)o compressão (estreitamento)o cisalhamento (deslizamento)
- temperantura (quanto maior a temperatura, maior a deformação das rochas)
- fluidos nos poros das rochas – alteração das propriedades físicas e químicas das rochas, favorecendo a deformação
- tempo geológico
1) Alterações plásticas: Dobras2) Rupturas: Falhas
1) Dobrasa) características gerais – resultam de forças tectónicas de compressão:
após a compressão, há uma diminuição da distância entre os elementos constituintes das rochas envolvidas. Ocorrem, geralmente, associadas (diclinais)
b) orientação tridimensional – coordenadas geológicas de um estrato de uma dobra:o direcção – linha de intersecção do estrato com o plano horizontalo inclinação – ângulo formado pelo estrato com o plano horizontal
(0-90º)c) elementos geométricos
o charneira – linha que une os pontos de máxima curvatura de uma dobra. Cada estrato dobrado tem uma.
o plano axial – superfície definida pelo conjunto das charneiraso flanco – zona lateral da dobra
d) tipos de dobras- monoclinal (flexura)- diclinal:
o anticlinal: flancos para baixo, concavidade para baixo, camadas mais antigas no interior
o sinclinal: flancos para cima, concavidade para cima, camadas mais recentes na parte interna
o completa: anticlinal + sinclinalo simétrica – plano axial na verticalo inclinada – plano axial inclinadoo deitada – plano axial = 0º; cavalgamento dos flancoso isopaca – espessura dos estratos constanteo anisopaca – espessura não se mantém constante
e) sistemas de dobras associadas (estruturas regionais):- anticlinório
- sinclinório
2) Falhas – fractura ao longo da qual há movimento de blocos rochosos.a) elementos geométricos:
- plano de falha – superfície ao longo da qual há deslocamento de um bloco rochoso em relação ao outro
- espelho da falha – se esse plano tiver uma superfície mais ou menos polida- blocos ou lábios:
o superior ou muroo inferior ou tecto
- linha de falha – linha de intersecção do plano de falha com a superfície do bloco inferior
- caixa de falha – espaço existente entre os blocos deslocados- rejecto – desnível da falha. Pode ser nulo no plano vertical ou horizontal
b) tipos de falhasb1) Normalo plano de falha oblíquoo forças distensivaso alongamento da superfície inicialo típico das zonas de rifteo rejecto nulo no plano horizontalb2) Inversao plano de falha oblíquoo forças compressivaso estreitamento da superfície inicialo típico das zonas de Benioffo rejecto nulo no plano horizontalo cavalgamento do tecto sobre o murob3) Deslizanteo plano de falha vertical ou sub-verticalo forças de cisalhamentoo típico das zonas transformantes (Ex: falha de Santo André)o rejecto nulo no plano verticalo deslizamento horizontal
c) sistemas de falhas associadas:- falhas distensivas associadas (Horst – Graben) - falhas compressivas associadas (Horst – Graben)
Nota: Graben = depressão situada entre sistemas de falhas Horst = elevação situada entre sistemas de falhas
Orogénese – formação de montanhas:
Teoria do Geossinclinal:Sedimentação no geossinclinal (bacia de sedimentação) – o peso dos sedimentos causou a subsidência (afundimento) do geossinclinal. A aproximação dos continentes provoca o enrugamento e consequente formação de montanhas.
Sistema de três fases:- sedimentação no geossinclinal e consequente subsidência- compressão e erosão- elevação e deformação
Tipos de geossinclinais:- Miogeossinclinais – adjacente à plataforma continental. Águas pouco
profundas; sequência miogeoclinal (areias, xistos e calcários); sedimentos resultam da erosão continental. Podem ser encontrados em arcos insulares
- Eugeossinclinal – situada nas planícies abissais; águas profundas; sequência rochosa eugeoclinal; arenitos vários, xistos, rochas vulcânicas
Sequências:- miogeoclinal – areias, xistos, calcários (erosão continental)- eugeoclinal – arenitos, detritos, xistos, rochas vulcânicas- ofiolítica – lavas basálticas e sedimentos marinhos formados nos fundos
oceânicos (crosta oceânica) – rochas formadas a partir do magma que vem da zona de subducção (ascendem através de fracturas)
Tipos de actividade orogénica (compressão)- Oceânica-Oceânica (arcos insulares do Pacífico como o Japão, as Aleutas)- Oceânica-Continental (Rochosas, Andes)- Continental-Continental (Himalaias)
Consequências das orogenias:- deformações estruturais- metamorfismo- magmatismo (actividade ígnea)- movimentação de magma
Fases orogénicas (períodos alongados de tempo em que se formaram as montanhas):- Hurónica (Pré-Câmbrica)
o pensa-se que terá originado os Pirinéus- Caledónica (Câmbrico – Devónico)
o Afectou muito a Europa- Hercínica (Devónico – Pérmico)
o Maciço Hespérico/Meseta Ibérica (Buçaco, Marão, Valongo), Urais, Apalaches
- Alpina (Mesozóica – Cenozóica)o Relevos calcários das serras d’Aires e Candeeiros
Ciclo sedimentar:Período compreendido entre o iníncio de uma transgressão marinha e o fim da regressão marinha seguinte. Constituem-se séries de sedimentos cíclicas nas quais se alternam séries normais e inversas.- Normal ou transgressiva – granulometria diminui da base para o topo da
série (nível do mar sobe)- Inversa ou regressiva – granulometria aumenta da base para o topo da
série (nível do mar baixa)
Causas da variação do nível do mar- alterações climáticas
o degelo (transgressões)o glaciações (regressões)
- movimentos litosféricos verticais- movimentos horizontais da placa litosférica
o dorsais em formação (ex – Dorsal Médio-Atlântica)
4) Geologia de PortugalUnidades geológicas fundamentais
a) Maciço Hespérico ou Meseta Ibéricab) Orlas Mesocenozóicas:
- Lusitana / Ocidental- Algarvia / Meridionalc) Bacias Cenozóicas do Tejo e do Sado
a) Maciço – é a maior unidade geológica (ocupa mais de metade do território)
- acentuado relevo (Marão e Buçaco)- afloramentos rochosos Pré-Câmbricos e Paleozóicos
o Pré-Câmbricos: - “série negra”, xistos escuros, gnaisses, magnetites – Alto Alentejo e
Vale do Tejo- complexo “xisto-grauvático” – Vale do Douro e Beiras
o Paleozóicos:- jazigos de ferro na Serra do Marão- intrusões magmáticas no Norte- bacia carbonífera Búrico-Beirão
b) Orlas Mesocenozóicas:- rochas predominantemente sedimentares (margas, calcários, argilas,
arenitos, etc)- regressões e transgressões marinhas- intrusões magmáticas em Sintra e Monchique- aspectos vulcânicos na região de Lisboa
c) Bacias Cenozóicas:- sofreram afundimento no início do Terciário- preenchimento com material marinho, fluvial e lacustre- presença de arenitos, calcários conquíferos, conglumerados- quaternário – vários níveis de terraços fluviais e praias levantadas
Açores:- ponto triplo (confluência das placas NA, EA e Afr)- falhas transformantes que atravessam as ilhas- directriz compressiva Açores – Gibraltar- rifte placa NA – EA- afastamento das ilhas das Flores e Corvo- geomorfologia:
o crateras vulcânicas (caldeiras)o cones vulcânicoso escoadas lávicas (Aa, Pahoehoe, Pillow lava)
- litologia:o Rochas magmáticas vulcânicas: basalto, traquito, ignimbrito, pomitos,
brechas, bagacinaso Rochas sedimentares: calcários fossilíferos (Santa Maria), arenitos,
argilas, areias
Madeira:- sismicidade muito reduzida- placa africana
- litologia:o basaltoso traquitoso calcários recifados
- origem vulcânica