geologia geral

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551 P831g 6. edJ2012 Autor: Popp, José Henrique Título: Geologia geral. . 111111111I1111111111111111111111111111111111111111 ~; ~~5

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Geologia Geral

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  • 551 P831g 6. edJ2012

    Autor: Popp, Jos HenriqueTtulo: Geologia geral.

    . 111111111I1111111111111111111111111111111111111111 ~; ~~5

  • 1O-2796. CDD: 550CDU: 551

    o autor e a editora empenharam-se para citar adequadamente e dar o devido crditoa todos os detentores dos direitos autorais de qualquer material utilizado neste livro,dispondo-se a possveis acertos caso, inadvertidamente, a identificao de algum delestenha sido omitida.

    o responsabilidade da editora nem do autor a ocorrncia de eventuais perdas ou danosa pessoas ou bens que tenham origem no uso desta publicao.

    Apesar dos melhores esforos do autor, do editor e dos revisores, inevitvel que surjamerros no texto. Assim, so bem-vindas as comunicaes de usurios sobre correes ou su-gestes referentes ao contedo ou ao nvel pedaggico que auxiliem o aprimoramento deedies futuras. Os comentrios dos leitores podem ser encaminhados LTC - LivrosTcnicos e Cientficos Editora pelo [email protected].

    Direitos exclusivos para a lngua portuguesaCopyright 2010 by Jos Henrique PoppLTC - Livros Tcnicos e Cientficos Editora Ltda.Uma editora integrante do GEN IGrupo Editorial Nacional

    Reservados todos os direitos. proibida a duplicao ou reproduo deste volume, no todoou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrnico, mecnico, gravao,fotocpia, distribuio na internet ou outros), sem permisso expressa da editora.

    Travessa do Ouvidor, liRio de Janeiro, RJ - CEP 20040-040Tels.: 21-3543-0770/11-5080-0770Fax: [email protected]

    Capa: Christian Monnerat

    Imagens da capa (de cima para baixo): Arenito navajo (The Wave. Foto de Michael Connors);dobras atectnicas em sedimentos do Grupo Itarar (Foto de Jos Henrique Popp);turbidito proterozoico na SC-470, Santa Catarina (Foto de Jos Henrique Popp);turmalinas (Foto de Antonio Liccardo).

    Editorao Eletrnica: ya6i e Lucas Servios de 'lJatiJgrafia 'E. J'I. grfica Lta.-M'E

    1.a edio: 19792: edio: 1981 - Reimpresso: 19833." edio: 1984 - Reimpresso: 19854: edio: 1987 - Reimpresses: 1988, 1991, 1994 e 19955: edio: 1998 - Reimpresses: 1999,2002,2004,2007,2009 (duas impresses)6: edio: 2010 - Reimpresso: 2012

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    P866g6.ed.

    Popp, Jos Henrique, 1939-Geologia geral 1 Jos Henrique Popp. - 6.ed. - [Reimpr.]. - Rio de Janeiro: LTC, 2012.

    Contm glossrioInclui bibliografiaISBN 978-85-216-1760-0

    I. Geologia. L Ttulo.

  • o livro do Professor Jos Henrique Popp, que tenho a honra de apresentar, ao lado deoutras contribuies, desde a 1.a edio, vem preenchendo uma lacuna no ensino da Geolo-gia. A metodologia e a didtica empregadas realam a qualidade da obra, demonstrandohabilidade em transmitir conhecimentos geocientficos em linguagem acessvel. A preocu-pao do autor ade despertar no estudante o interesse pelas rochas, minerais, processos eagentes geolgicos. O texto claro e bem estruturado.

    O livro apresenta urna abordagem apropriada para o estudo e o ensino da Geologia emnvel de graduao, assim contribuindo para que os professores e estudantes disponham dematerial adequado.

    Esta ." edio apresenta uma valiosa profuso de ilustraes, tanto em figuras e fotografiasquanto em desenhos, seces geolgicas e blocos-diagramas que ilustram com preciso osassuntos tratados.

    Os princpios gerais da Geologia desenvolveram -se consideravelmente no sculo XX,embora no tenham sido muito utilizados pela literatura no que diz respeito ao ensino ob-jetivo dessa cincia. Frequentemente destaca-se mais a importncia da obteno dos recur-sos minerais, como petrleo e gua subterrnea. Neste livro o autor apresenta no apenasos aspectos cientficos, mas tambm dados sobre os recursos minerais e energticos.

    Em nenhum compndio de Geologia Histrica, por mais completo que seja, o leitor en-contrar a evoluo geolgica das principais bacias de sedimentao, sua relao com atectnica de placas e a evoluo paleontolgica atravs do tempo.

    Jos Henrique Popp sempre foi um professor didata empolgado com o ensino da Geolo-gia nos cursos universitrios, alm de trabalhar na rea da pesquisa ao longo de dcadas.Procurando desvendar os segredos da Geologia, publicou inmeros trabalhos em revistascientficas.

    Sem dvida, esta obra vai desempenhar um papel importante no ensino da Geologia Geral.

    Apresentao

    Joo Jos Bigarella

  • o Autor

    Prefcio 6. aEdio

    o estudo da Geologia e das cincias afins no inclui apenas as estruturas rochosas e osminerais, mas sim todas as esferas de influncias que envolvem o planeta Terra, denomina-das atmosfera, biosfera, hidrosfera e a prpria geosfera. As Geocincias, ou Cincias da Terra,por sua vez, requerem o conhecimento de inmeras disciplinas de carter cientfico queauxiliam na formulao e na explicao dos complexos processos geolgicos que atuaram econtinuam atuando na natureza.

    A Geologia consiste no estudo da composio, das propriedades fsicas e estruturais, bemcomo na explicao das inmeras foras naturais que produzem constantes transformaesna Terra.

    A Geologia tambm uma cincia histrica que reconstitui, atravs de evidncias, a ori-gem e a evoluo da Terra, desde que se individualizou como um planeta do Sistema Solar,h 4,5 bilhes de anos.

    A compreenso desse sistema como um todo fundamental na formulao e na aplica-o de conceitos utilizados nas mais diferentes reas de atuao profissional, uma vez quea Geologia se caracteriza por sua natureza investigativa.

    Entender a origem, a histria e os processos que mantm o equilbrio natural da Terra saber utilizar com sustentabilidade os recursos naturais de que dispomos e os que podere-mos acrescentar para o bem-estar de todos.

    A histria do homem, que habita a Terra h apenas 130.000 anos, est profundamenteligada aos metais, s rochas, ao solo, atmosfera e a seu clima e at mesmo Lua. As con-dies climticas dirias e seus efeitos, s vezes devastadores; a qualidade da gua e do ar,de difcil controle; o acesso aos alimentos, sade e ao bem-estar de todas as formas devida do planeta so fatores determinantes para a sobrevivncia de todas as espcies. Todosesses fatores esto interconectados e precisam ser monitorados para que um pequeno dese-quilbrio no provoque uma reao em cadeia.

    Aps 30 anos da 1.a edio surge a 6.a edio, agora com nova roupagem, novo contedoatualizado e expandido, porm mantendo uma abordagem em nvel suficiente para a ne-cessria compreenso dos propsitos a que se destina, ou seja, contribuir para a aprendiza-gem e o ensino das Geocincias e suas reas afins para estudantes de todos os cursos querequerem conhecimentos bsicos sobre o nosso planeta.

    Neste espao, agradeo ao Prof. Dr. Joo Jos Bigarella pelas opinies, leitura e reviso,particularmente do captulo referente ao clima e solos, bem como pelas imagens cedidas.Ao Prof. Dr. Nelson Luiz Chodur, pelo apoio e texto sobre gemas. Ao Prof. Dr. AntonioLiccardo, pelas inmeras imagens que me foram cedidas. Ao Prof. Dr. Fernando Mancini,pelas sugestes e bibliografia disponibilizadas particularmente para o captulo sobre estra-tigrafia e mapas. Ao acadmico de geologia Gustavo Alexis Hinz; que muito se esforou nadigitalizao de textos e tratamento de imagens, bem como com o olhar e ideias de jovemestudante, em ltima anlise, a quem se destina este livro. s minhas filhas Gabriele eCaroline, que sempre me acudiram com a infraestrutura necessria realizao deste tra-balho. O autor no se exime de nenhuma falha ou incorrees que eventualmente podero serencontradas. Todos os esforos foram feitos para creditar os autores das imagens utilizadas.Em qualquer caso de omisses ou erros, estes sero corrigidos na prxima impresso.

  • Como professor titular do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Para-n, lecionou nas cadeiras de Geologia Geral e Estratigrafia. Pesquisador, publicou dezenasde trabalhos cientficos em revistas especializadas, artigos e dois livros didticos. Doutorem Geocincias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi coordenador do cursode Geologia e Pr- Reitor de Pesquisa e Ps-Graduao da UFPR. Foi Diretor- Presidente daMineropar S.A., empresa de minerao do Estado do Paran. Como membro do IGCP -lnternational Geological Correlation Programme, patrocinado pela Unesco, elaborou e apre-sentou trabalhos de correlao geolgica, organizou e conduziu excurses por diversos pa-ses da Amrica do Sul.

    Sobre oAutor

  • Sumrio

    Apresentao v

    Prefcio vii

    Introduo 1

    Captulo 1 OEstudo da Terra 31.1 Consideraes Gerais 3

    1.1.1 Forma, Tamanho, Peso eDensidade 5

    1.1.2 Composio da Terra 61.1.3 Relevo Atual 71.1.4 A Crosta Terrestre 8

    Captulo 2 Tectnica Global 92.1 Magnetismo e Calor 92.2 ATeoria da Tectnica de Placas 10

    2.2.1 Deriva Continental 112.2.2 O Mosaico de Placas 112.2.3 Resumo 14

    2.3 Orognese e Crton 15

    Captulo 3 Vulcanismo e Terremotos 173.1 Vulcanismo 17

    3.1.1 Estrutura Vulcnica 193.1.2 Atividades Vulcnicas 203.1.3 Produtos Vulcnicos 203.1.4 Cones Vulcnicos 223.1.5 Vulces Submarinos 223.1.6 Giseres 223.1.7 Vulcanismo no Brasil 233.1.8 Distribuio Mundial elos

    Vulces 243.2 Terremotos 27

    3.2.1 Distribuio dos Terremotos 273.3 Origens e Tipos de Montanhas 27

    Captulo 4 OMovimento das Placas e aFormao das BaciasSedimentares 294.1 Generalidades 294.2 Classificao das Bacias

    Sedimentares 304.2.1 Bacias Continentais em A.reas

    eleMovimentos Divergentes 304.2.2 Bacias Continentais em reas

    eleMovimentosConver~entes324.2.3 Bacias Ocenicas em Areas ele

    Placas Convergentes 344.2.4 reas eleMovimentos ele

    Placas Divergentes 34

    4.3 Tectnica de Placas eComposio dos Sedimentos 34

    4.3.1 Provncia do BlocoContinental 35

    4.3.2 Provncia dos ArcosMagmticos 35

    4.3.3 Provncias OrogenticasRecicladas 36

    4.4 Bacias Sedimentares Brasileiras 374.4.1 Plataforma 374.4.2 Bacias Intracratnicas 384.4.3 Bacias Marginais Brasileiras 41

    Captulo 5 Minerais e Gemas 445.1 Conceito de Mineral 445.2 Os Elementos e os Cristais 445.3 AForma Cristalina 445.4 Sistemas Cristalinos 455.5 Propriedades Fsicas dos

    Minerais 455.6 Propriedades Eltricas dos

    Minerais 475.7 Propriedades Qumicas dos

    Minerais 475.8 Descrio dos Minerais Mais

    Comuns 475.9 Reconhecimento dos Minerais 515.10 Prtica de Identificao

    Macroscpica 525.11 Tabelas para Classificao dos

    Minerais 525.12 Gemas 52

    Captulo 6 Clima, Intemperismo e Solos 626.1 Consideraes Climticas e

    Paleoclimticas 626.2 Sistemas de Circulao

    Atmosfrica 626.3 Mudanas Climticas 636.4 Zonas Climticas 656.5 Clima e Intemperismo 656.6 Intemperismo 66

    6.6.1 Processos Fsicos 666.6.2 Processos Qumicos 676.6.3 Processos Biolgicos 69

    6.7 Manto de Intemperismo 706.8 Movimentos de Massas 70

    6.8.1 Tipos eleMovimentos 716.9 Os Solos 73

    6.9.1 Formao do Solo 746.9.2 Classificao dos Solos 75

  • X SUMRIO

    Captulo 7

    Captulo 8

    Captulo 9

    Captulo 10

    6.10 Intemperismo, Geomorfologia eTipos de Solos 76

    6.11 Solos e Clima 766.11.1 Solos de Regies Tropicais,

    Subtropicais eMediterrneas 77

    6.11.2 Solos de Regies TropicaisSecas 78

    6.11.3 Solos de Regies Tropicaismidas 79

    6.11.4 Solos de Regies Frias eTemperadas midas 79

    Sedimentos: Processos eEstruturas Deposicionais 817.1 ONascimento do Sedimento 817.2 OTransporte das Partculas

    Sedimentares 817.3 ATextura dos Gros 847.4 Os Sedimentos eo Meio 857.5 Os Sedimentos Clsticos e os

    Precipitados Qumicos 867.6 ADisposio das Partculas, a

    Formao das EstruturasSedimentares eSeu Significado 91

    Rochas Sedimentares 988.1 Rochas Sedimentares Clsticas 998.2 Rochas Carbonticas 1028.3 Rochas de Origem Qumica 102

    AVida e o Meio: Restos eVestgios Fsseis 1049.1 Formas de Vida 1049.2 AUtilizao dos Registros das

    Atividades de Vidas doPassado 109

    9.3 Ichnologia 1119.4 O Estabelecimento dos Sistemas

    Geolgicos 1169.5 AColeta de Informaes e as

    Formas de Representao 119

    Rochas gneas ou Magmticas12210.1 Generalidades 12210.2 Origens e Tipos de Magmas 12310.3 Tipos de Atividades

    Magmticas 12310.4 Classificao das Rochas

    gneas 12710.4.1 Modo de Ocorrncia 12710.4.2 Textura 12710.4.3 Estruturas 12810.4.4 Composio Mineralgica e

    Qumica 12910.5 Principais Rochas gneas 130

    Captulo 11 Rochas Metamrficas 13411.1 Conceito de Rochas

    Metamrficas e Metamorfismo 13411.2 Tipos de Metamorfismo 13411.3 Estrutura e Textura das Rochas

    Metamrficas 13611.4 Graus de Metamorfismo 13611.5 Principais Tipos de Rochas

    Metamrficas 13711.6 A Importncia das Rochas e

    Minerais 139

    Captulo 12 Feies Estruturais nas Rochas -Falhamentos e Dobramentos 14312.1 Generalidades 14312.2 Falhamentos 143

    12.2.1 Elementos das Falhas 14412.2.2 Classificao das Falhas 14512.2.3 Sistemas de Falhas 14612.2.4 Efeitos de Falhamentos na

    Topografia 14612.2.5 FeiesGeolgicasDecorrentes

    dos Falhamentos 14712.3 Dobramentos 148

    12.3.1 Componentes das Dobras 14812.3.2 Classificao das Dobras 149

    12.4 Medindo a Atitude dasCamadas 153

    Captulo 13 Distribuio das guas eRecursos Hdricos 15513.1 Consideraes Gerais 15513.2 Agua Subterrnea 15613.3 Carste 15813.4 Poos Artesianos 15913.5 Aguanas RegiesLitorneas 15913.6 Fontes 160

    Captulo 14 Rios: Processos Fluviais eAluviais 16314.1 Rios 161

    14.1.1 O Transporte de Materiais 16214.2 Padres de Drenagem e

    Depsitos 16314.2.1 Rios Entrelaados 16314.2.2 Rios Meandrantes 167

    14.3 Deltas 17114.3.1 Deltas Antigos Brasileiros 176

    14.4 Leques 17914.4.1 Leques Aluviais 17914.4.2 Leques Deltaicos 18014.4.3 Inunditos 181

    Captulo 15 Ao Geolgica do Gelo -Ambientes e Depsitos 18415.1 Neve e Gelo 18415.2 Geleiras 18415.3 AEroso Glacial 185

  • 15.4 Depsitos Glaciais 18715.5 Glaciaes 190

    Captulo 16 Regies Desrticas - Ambientese Depsitos 19416.1 OVento 19416.2 Regies ridas e Semiridas 19416.3 Regies do Deserto 19416.4 Transportes e Eroso Elica 19616.5 Caracteres dos Depsitos e

    Ambientes Sedimentares 19616.6 ODeserto Mesozoico do Sul do

    Brasil 20016.7 A Importncia Econmica dos

    Depsitos Elicos 201

    Captulo 17 Oceanos - Ambientes Marinhose Costeiros 20317.1 Dinmica dos Oceanos 20317.2 Regies Marinhas: Ambientes

    Costeiros 20417.3 Praias 20717.4 Bacias de Circulao Restrita,

    Lagoas e Lagunas 21617.5 Plataforma Continental 22017.6 APlataforma Continental

    Brasileira 22217.7 Recifes 22417.8 Talude 22717.9 Regio Abissal233

    Captulo 18 Princpios de Estratigrafia 23818.1 Generalidades 23818.2 Processos de Datao 24018.3 Sequncias Deposicionais 241

    SUMRIO xi

    18.4 O Carter Episdico do RegistroSedimentar 243

    18.5 AOrganizao dos Estratos nasSequncias 245

    18.6 Interrupo de Sequncias(Discordncia) 249

    18.7 Classificaes Estratigrficas 25118.8 Fcies 25918.9 Correlao Geolgica 262

    Captulo 19 Mapas de Atributos 26819.1 Mapas de Contorno Estrutural 26819.2 Mapas de Ispacas 26819.3 Mapas de Litofcies 26819.4 Mapas de Biofcies 274

    Captulo 20 Recursos Energticos 27720.1 O Carvo 27720.2 OXisto Betuminoso 28020.3 O Petrleo 28120.4 OUrnio e a Energia Nuclear 28620.5 Energia Geotrmica 28720.6 Energia Elica 288

    Captulo 21 Breve Histria da Terra 29021.1 Pr-Cambriano (4.600 m.a.-

    542 m.a.) 29221.2 on Fanerozoico (542m.a. -

    2.000 Anos) 29221.2.1 Era Paleozoica 29221.2.2 Era Mesozoica 29621.2.3 Era Cenozoica (65 m.a. -

    1.800.000 Anos) 299

    Glossrio Geolgico 301

    ndice 305

    I

  • ...

    Introduo

    A Geologia e Suas Esferas deInfluncia

    A Geocincia, ou Cincia da Terra, inclui todos os es-tudos cientficos dedicados a entender e explicar os pro-cessos geolgicos inter-relacionados de nosso planeta. AGeologia uma dessas cincias da Terra que se ocupa doestudo da composio, das propriedades fsicas, foras,estrutura geral e histria. Entretanto, outras disciplinas estoestreitamente relacionadas com a Geologia, como Astro-nomia, Biologia, Qumica, Climatologia, Oceanografia,Fsica etc.

    Mais especificamente, objeto da Geologia Geral o es-tudo dos agentes de formao e transformao das ro-chas e da composio e disposio das rochas na crosta ter-restre.

    A Petrologia a cincia das rochas no sentido estrito,constituindo a base das cincias geolgicas. A Paleontolo-gia descreve e classifica os antigos seres viventes que seencontram nas rochas. A Geologia Histrica descreve oseventos biolgicos e estruturais dentro de uma cronologia.A Estratigrafia ordena as rochas estratificadas, sistemati-zando-as a partir das mais antigas.

    A Geografia, cujos campos de ao esto na superfcieda Terra e seus habitantes, quando se ocupa da conforma-o da crosta e de sua evoluo (Geografia Fsica) passa aser um campo especial da Geologia. Estas so algumas dasramificaes da Geologia entre inmeras outras, notada-mente no sentido prtico e aplicado pesquisa de mineraisou s obras de engenharia.

    Nosso planeta consiste num ecossistema complexo e deprecrio equilbrio, sujeito influncia de diversas forasda natureza. A atmosfera, a biosfera, a hidrosfera e ageosfera constituem, na verdade, um sistema nico einseparvel, pois resultam da ao combinada da energiado Sol e do calor, da radiao e das foras que emanam dointerior da Terra. Este delicado equilbrio mantm a quali-dade do ar, da gua, a produo de alimentos, enfim, o bem-estar de todas as formas de vida do planeta e a sobrevivn-cia de todas as espcies.

    IHistrico da GeologiaConceitos primitivosAt meados do sculo XVIII persistiu um "obscurantis-

    mo" com relao ao interesse pelos fenmenos geolgicosnaturais. provvel que esse desinteresse tenha sido influ-enciado pelas ideias dominantes na poca, provenientes deuma observncia do livro do Gnesis, que considerava quetodo o tempo geolgico no ultrapassava alguns poucos mi-lhares de anos. Segundo tais ideias, as rochas sedimentarestiveram origem na ao do dilvio bblico, e os fsseis eraminterpretados como uma evidncia de seres de invenesdiablicas afogados pelo dilvio.

    No havia at ento estmulos especulao pela crostaterrestre, exceto na busca de minerais teis. Nessa poca,alm das observaes esparsas de filsofos gregos, haviamsurgido publicaes de manuais de Mineralogia que tra-tavam de mtodos de minerao e metalurgia escritos porAgrcola (1494-1555).

    Na segunda metade do sculo XVIII, as observaescientficas de Steno, na Itlia, e Hooke, na Inglaterra, pro-duziram interpretaes corretas do significado cronolgi-co da sucesso de rochas estratificadas.

    Arduno, em 1760, classificou rochas de uma regio daItlia em primrias, rochas cristalinas; secundrias, rochasestratificadas com fsseis; e tercirias, rochas pouco con-solidadas com conchas.

    James Hutton (1726-1797) recusou-se a imaginar a cri-ao da Terra a partir de um dilvio, ou seja, um eventorepentino e nico. Examinando as rochas estratificadas,encontrou vestgios de repetidas perturbaes nas rochasem alternncia com longos e calmos perodos de sedimen-tao. Em muitos lugares constatou que uma sequnciade estratos assenta sobre camadas revolvidas, enquanto,em outros, corta camadas inclinadas. Explicou que inici-almente ambas as camadas eram horizontais, porm ainferior foi erguida e erodida antes da deposio da ca-mada seguinte. Dessa forma, a histria da crosta terrestreera a da "sucesso de mundos anteriores". Suas contesta-es foram resumidas na clebre frase "no encontramos

    --

  • 2 INTRODUO

    nenhum sinal de um comeo, nenhuma perspectiva de umfim".

    O ponto de vista de Hutton veio a ser chamado "uni-formitarismo", pois seus argumentos baseavam-se nasobservaes da eroso nos rios, vales e encostas, conclu-indo que todas as rochas se formaram de material levadode outras rochas mais antigas e explicando a formao detodas as rochas com base nos processos que esto agoraoperando, no se exigindo, para isso, outra coisa seno otempo.

    Abraham G. Werner (1749-1815), um dos mais persua-sivos e influentes mestres europeus, defendia ardorosamen-te uma doutrina denominada "netunista", a qual se coadu-nava melhor com a histria bblica. Tal doutrina sustenta-va que todas as rochas haviam sido formadas a partir deum oceano primitivo nico que no passado cobriu toda aTerra. As rochas calcrias, granticas e baslticas forma-vam-se a partir de precipitados qumicos. Quando a guarecuou, ficaram expostas todas as rochas com a configuraoque hoje se encontra por sobre toda a superfcie terrestre.

    A tese de Hutton sobre o uniformitarismo, embora mui-to popular, no conseguiu suplantar a de Werner naquelapoca, s logrando liderana efetiva com Charles Lyell(1797-1875).

    William Smith (1769-1839), modesto engenheiro ingls,prestou pouca ateno s controvrsias existentes na po-ca entre os "netunistas" e os "uniformitaristas", se querealmente teve notcias da existncia de tais discusses.

    Trabalhando com movimentao de terras, escavaesde canais e construo de estradas, foi incorporado a umaequipe que trabalhava na construo do canal de Somerset.Para isso, havia sido enviado inicialmente para o norte daInglaterra a fim de estudar mtodos de construo de ca-nais. Aproveitando a viagem para examinar as rochas ex-postas, cada vez mais se confirmavam suas suspeitas: asmesmas formaes que conhecia no sul da Inglaterra seestendiam pelo norte, e dentro da mesma ordem. Smith tra-balhou cinco anos no canal de Somerset, quando descobriuque, entre diversas formaes j conhecidas, primeiravista muitas eram semelhantes, porm tinham uma carac-terstica que as diferenciava: os fsseis que continham noeram os mesmos. Descobriu, ento, que os sedimentos decada poca tinham seus fsseis especficos. Smith divul-ga, nessa ocasio, o primeiro mapa geolgico, com divi-ses estratigrficas baseadas nos fsseis.

    Outras investigaes cientficas realizadas posteriormen-te na Europa por Cuvier e Lamark, entre outros, termina-

    ram por afastar a doutrina do netunismo. Com a publica-o da obra Princpios de Geologia, de Charles Lyell, osconceitos de Hutton passaram a ser a ideia dominante. Emsua obra, Lyell exps com clareza os conhecimentos cien-tficos da poca com apoio na doutrina de que o presente a chave do passado. As unidades geolgicas foram dispos-tas em ordem cronolgica por "grupos", e estes foram sub-divididos em "perodos".

    A grande obra de Lyell teve substancial influncia nopreparo do terreno para o florescimento das ideias deCharles Darwin, desenvolvidas no sculo XIX a respeitoda evoluo dos seres vivos.

    As pesquisas pioneiras no BrasilO primeiro trabalho cientfico realizado no Brasil (pu-

    blicado em 1792) foi da autoria de Jos Bonifcio deAndrada e Silva e seu irmo, Martim Francisco Ribeiro deAndrada, sobre os diamantes, no Brasil.

    Jos Bonifcio devotou-se mineralogia brasileira e, naAlemanha, assistiu a aulas proferidas por Werner, chegan-do a lecionar na Universidade de Coimbra.

    Em 1833, o alemo Wilhelm L. von Eschwege, enge-nheiro de minas, publica Pluto Brasiliensis, reeditado pos-teriormente, sobre geologia e mineralogia brasileiras.

    Von Martius publica, em 1854, um mapa geolgico da .Amrica do Sul.

    As primeiras pesquisas no campo da Paleontologia fo-ram realizadas pelo dinamarqus Peter Wilhelm Lund,descrevendo as ossadas de vertebrados pleistocnicos en-contradas nas cavernas de Minas Gerais. Em seguida,Agassiz estuda peixes fsseis do Cear enviados porGardner, botnico ingls que visitara o Brasil.

    Em 1875, foi organizada a primeira Comisso Geolgi-ca do Imprio do Brasil, objetivando o estudo da estruturageolgica, da Paleontologia e das minas do Imprio, cujadireo coube ao gelogo canadense Charles FrederickHartt, que j vinha trabalhando no Brasil desde 1865 e em1870 havia publicado a obra Geology and Physical Geo-graphy of Brazil.

    Em 1878, Orville A. Derby publica uma obra sobre a Geo-logia e a Paleontologia do Paran. Os brasileiros Joo Martinsda Silva Coutinho e G. S. Capanema foram os pioneiros nainvestigao geolgica da Amaznia e da faixa atlntica.

    Com a fundao da Escola de Minas de Ouro Preto, apartir de 1876 tem o Brasil iniciada a formao de gelogosque viriam a trazer grande impulso pesquisa e ao ensinode Geologia no Pas.