geografia - orientação - bússola ii

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CEWK – Prof. Rosângela Menta Mello - http://cewk.pbwiki.com/ Metod. do Ens. da Geog. – 4º ano - http://estagiocewk.pbwiki.com/Met_do_Ens_%20de_Geografia 1 BÚSSOLAS E MEIOS DE ORIENTAÇÃO O mais importante em navegação é sabermos onde estamos indo e que mesmo sem bússola, podemos verificar a direção em relação ao caminho aparente do sol durante o dia e às estrelas durante a noite. 1. Usando o relógio e o sol: Posicione-se de frente para o sol ou, se estiver nublado, é possível obter uma indicação razoável alinhando com área mais brilhante do céu. No hemisfério sul aponte a marcação de meio-dia do seu relógio para o sol. O norte está entre o meio dia e o ponteiro das horas. No hemisfério norte aponte o ponteiro das horas para o sol. O sul está entre o ponteiro das horas e a marca do meio dia. 2. Navegação pelas estrelas no hemisfério sul: Trace uma linha imaginária a partir do pé do Cruzeiro do Sul, no mesmo sentido, cerca de quatro vezes e meio o seu tamanho. O Pólo Sul Celeste estará nesse ponto e o Pólo Sul Terrestre, encontra-se trançando uma linha perpendicular à linha do horizonte. Duas estrelas brilhantes próximas do Cruzeiro do Sul, podem ajudá-lo a encontrar o Pólo Sul Celeste. 3. O GPS e a navegação: O GPS (Sistema de Posicionamento Global), alterou a navegação radicalmente. Utiliza uma rede mundial de 24 satélites, cujos sinais de rádio podem ser recebidos virtualmente dos que se encontram acima da linha do horizonte, em qualquer ponto do Planeta, fornecendo um registro claro de seu posicionamento ou deslocamento. BÚSSOLA Uma bússola é essencial longe da cidade. Sem ela, é fácil ficarmos desorientados. Mas devemos tomar cuidados, pois objetos metálicos ou magnéticos próximos podem distorcer as leituras. Bússola visada: Esta é mais precisa. O mostrador luminoso e a escala travável a torna preferível para navegação ou orientação noturna. Quando tiramos a visada com a bússola de reflexão, a tampa é elevada verticalmente e a mira girada para a sua posição de leitura. Para usar a bússola de reflexão alinhamos a bússola com o ângulo magnético que queremos seguir. Então, com a tampa aberta alinhamos a agulha norte com o norte no mostrador. Quando estivermos andando, devemos manter os dois norte alinhados. - Com a bússola encostada na bochecha, olhamos pela mira e alinhamos a linha de visada na tampa ao objeto que nós escolhemos como ponto de referência. Olhando ligeiramente para baixo, lemos o ângulo magnético no disco contra o traço – este é refratado para o nosso olho pelo prisma do ocular. A ilustração mostra a posição. - Somamos ou subtraímos o número da variação magnética local de nossa leitura para obter uma posição precisa na grade do mapa. Calculamos a nossa posição no mapa com transferidor e lápis, alinhando o zero grau no transferidor para o norte. - Para ajustar a posição no mapa, subtraímos ou somamos a variação magnética. Em seguida ajustamos a visada na bússola e alinhamos os ponteiros norte para ver a sua direção. Os ajustes: orientar-se no solo requer encontrar o norte do mapa e então posicioná-lo de maneira a fazer com que o usuário e o mapa estejam olhando para o norte, ou girando o mapa para que ele aponte para a direção de nossa visada. Assim, nós podemos ajustar nossa bússola ao mapa. Agora podemos segurar a bússola e seguir a sete de direção. Mantendo alinhados a agulha norte no mostrador e o norte no disco magnético. Quando seguimos uma indicação, sempre deixamos a bússola nivelada para evitar que o disco magnético cole e nos dê uma falsa leitura.

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BÚSSOLAS E MEIOS DE ORIENTAÇÃO

O mais importante em navegação é sabermos onde estamos indo e que mesmo

sem bússola, podemos verificar a direção em relação ao caminho aparente do sol durante o dia e às estrelas durante a noite. 1. Usando o relógio e o sol: Posicione-se de frente para o

sol ou, se estiver nublado, é possível obter uma indicação razoável alinhando com área mais brilhante do céu. No hemisfério sul aponte a marcação de

meio-dia do seu relógio para o sol. O norte está entre o meio dia e o ponteiro das horas. No hemisfério norte aponte o ponteiro

das horas para o sol. O sul está entre o ponteiro das horas e a marca do meio dia.

2. Navegação pelas estrelas no hemisfério sul:

Trace uma linha

imaginária a partir do pé do Cruzeiro do Sul, no mesmo sentido, cerca de quatro vezes e meio o seu tamanho. O Pólo Sul Celeste estará nesse ponto e o Pólo Sul Terrestre, encontra-se trançando uma linha perpendicular à linha do horizonte. Duas estrelas brilhantes próximas do Cruzeiro do Sul, podem ajudá-lo a encontrar o Pólo Sul Celeste.

3. O GPS e a navegação: O GPS (Sistema de Posicionamento

Global), alterou a navegação radicalmente. Utiliza uma rede mundial de 24 satélites, cujos sinais de rádio podem ser recebidos virtualmente dos que se encontram acima da linha do horizonte, em qualquer ponto do Planeta, fornecendo um registro claro de seu posicionamento ou deslocamento.

BÚSSOLA

Uma bússola é essencial longe da cidade. Sem ela, é fácil ficarmos desorientados. Mas devemos tomar cuidados, pois objetos metálicos ou magnéticos próximos podem distorcer as leituras.

Bússola visada:

Esta é mais precisa. O mostrador luminoso e a escala travável a torna preferível para navegação ou orientação noturna. Quando tiramos a visada com a bússola de reflexão, a tampa é elevada verticalmente e a mira girada para a sua posição de leitura.

Para usar a bússola de reflexão alinhamos a bússola com o ângulo magnético que queremos seguir. Então, com a tampa aberta alinhamos a agulha norte com o norte no mostrador. Quando estivermos andando, devemos manter os dois norte alinhados.

- Com a bússola encostada na bochecha, olhamos pela mira e alinhamos a linha de visada na tampa ao objeto que nós escolhemos como ponto de referência. Olhando ligeiramente para baixo, lemos o ângulo magnético no disco contra o traço – este é refratado para o nosso olho pelo prisma do ocular. A ilustração mostra a posição.

- Somamos ou subtraímos o número da variação magnética local de nossa leitura para obter uma posição precisa na grade do mapa. Calculamos a nossa posição no mapa com transferidor e lápis, alinhando o zero grau no transferidor para o norte.

- Para ajustar a posição no mapa, subtraímos ou somamos a variação magnética. Em seguida ajustamos a visada na bússola e alinhamos os ponteiros norte para ver a sua direção.

Os ajustes: orientar-se no solo requer encontrar o norte do mapa e então posicioná-lo de maneira a fazer com que o usuário e o mapa estejam olhando para o norte, ou girando o mapa para que ele aponte para a direção de nossa visada. Assim, nós podemos ajustar nossa bússola ao mapa.

Agora podemos segurar a bússola e seguir a sete de direção. Mantendo alinhados a agulha norte no mostrador e o norte no disco magnético. Quando seguimos uma indicação, sempre deixamos a bússola nivelada para evitar que o disco magnético cole e nos dê uma falsa leitura.

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USO DA BÚSSOLA

Mede rumos ou azimutes e consequentemente variações angulares no plano horizontal.

Existem mais de um Norte.

1. Norte Verdadeiro (Nv) - Posição geográfica da interseção do eixo de rotação da terra, com a superfície no hemisfério Norte. Este é o Norte Geográfico.

2. Norte Astronômico (Na) – Aponta para a estrela Polar visível no hemisfério Norte. Tem um desvio de aproximadamente 0.7º em relação ao Norte Verdadeiro

3. Norte Magnético (Nm) – Ponto de convergência das linhas do campo magnético da terra. Tem um desvio de 10º para Leste.

Princípio de Funcionamento - agulha imantada que aponta para o N magnético permite medir por visadas horizontais o rumo em graus com relação ao N magnético (projetado no plano horizontal). A diferença angular entre N verdadeiro (Nv) e magnético (Nm) é a declinação magnética que varia com o ponto na superfície terrestre e com a data. Sendo conhecida a declinação, pode-se corrigir a medida angular do rumo somando-se ou subtraindo-se este valor para se ter o rumo verdadeiro.

Tipos de visadas para aferir o rumo:

1. Normal: visando o ponto dentro do alinhamento da linha central no espelho com a agulha da bússola apontando para o norte (não esqueça de alinhar zero grau de azimute com o norte da agulha).

2. Na altura dos olhos: visando o objeto através do orifício da tampa e da mira girada na posição de leitura (não esqueça de alinhar zero grau de azimute com o norte da agulha).

Declinação Magnética

Para que uma bússola possa apontar para o Norte Verdadeiro, é necessário fazer uma correção em seu círculo graduado. O valor em graus desta correção, é chamada “Declinação Magnética”.

Por que declinação e não inclinação? Simples, quem criou o termo foram pessoas do hemisfério norte, onde o campo magnético desvia-se Oeste, e por isso deve-se subtrair-se do Azimute alguns graus para fazer a correção. Por isso eles declinam à medida. Nós aqui acrescentamos alguns graus ao Azimute, mas (sempre querendo concordar com os primos do Norte), usamos o mesmo termo “declinar”.

FIGURA 1: INTENSIDADE TOTAL DE INCLINAÇÃO DO CAMPO MAGNÉTICO.

GRAUS DE AZIMUTE

Para sabermos em que grau de azimute está localizado o ponto cardeal, colateral, subcolateral, na visada desejada podemos utilizar a rosa dos ventos.

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Para uma medida aproximada apresentamos o esquema abaixo:

N

360° NNO 345° 15º NNE 330° 30° NO NE

ONO 300° 60 ° ENE 285° 75°

O 270° 90° L 255° 105° OSO ESE 240° 120° SO SE

210° 195° 165° 150° SSO 180° SSE

S GRAUS DE AZIMUTE

Para sabermos em que grau de azimute está localizado o ponto cardeal, colateral, subcolateral, na visada desejada podemos utilizar a rosa dos ventos. Para uma medida aproximada apresentamos o esquema abaixo: PONTO CARDEAIS: N NORTE S SUL E OU L ESTE OU LESTE

(NASCENTE) O OESTE (POENTE) PONTOS COLATERAIS: NE Nordeste SE Sudeste SO Sudoeste NO Noroeste

PONTOS SUBCOLATERAIS NNE Norte-nordeste ENE Este-nordeste ESE Este-sudeste SSE Sul-sudeste SSO Sul-sudoeste OSO Oeste-sudoeste ONO Oeste-noroeste NNO Norte-noroeste

Você posiciona o mapa na direção correta, posiciona a bússola sobre o mapa, deixando o norte da bússola com o norte do mapa, agora você irá verificar qual direção irá tomar rumo e marcar quantos graus de azimute tem esta direção em relação ao ponto em que está.

Alguns métodos de navegação: • Navegar consiste em tirar visadas estimar

distâncias. Podemos confirmar uma direção simplesmente com uma bússola, mas fatores como terreno acidentado, vegetação densa e obstáculos invisíveis podem fazer com que fique difícil manter o curso.

• Mirando ao largo: Seguir a leitura da

bússola só é possível com uma precisão de 10 ou 20 graus, menos em condições adversas.

• Se você apontar o braço direito para o Sol (nascente – leste) e o esquerdo para o Sol (poente – oeste), à sua frente estará o norte o às suas costas estará o sul.

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Referencial teórico: CANADÁ. Geomagnetismo. Disponível em http://gsc.nrcan.gc.ca/geomag/field/arctics_e.php em 28/10/2005. Como usar uma Bússola. Disponível em http://www.angelfire.com/vt2/besteiras em 28/08/2005. Imagens das bússolas disponíveis em http://www.libras.com.br/hachiya/bussolaprof.htm, acessado em 01/09/2005. MELLO, Rosângela Menta. Oficina Lições de Cidadania. Seminário Educação ComCiência 2005. WINGE, Manfredo. Instrumentação geológica básico. Disponível em http://www.unb.br/ig/cursos/igb/igb.htm#inicio acessado em 28/08/2005.

MAPA TOPOGRÁFICO DE TELÊMACO BORBA Curva de nível com eqüidistância de 10m

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Orientação, localização e representação da Terra

Como se localizar Introdução No sentido geográfico, orientação é o mesmo que rumo ou direção; assim, orientar-se significa determinar a nossa posição ou a posição de um lugar em relação aos pontos cardeais. Quando pretendemos nos dirigir a um determinado lugar, o primeiro procedimento é saber a direção em que se encontra esse lugar. A seguir, devemos proceder à determinação exata da sua localização. Para se deslocar de um lugar para outro, as pessoas necessitam de pontos de referência. No caso das áreas urbanas, não encontramos maiores dificuldades em localizar o que queremos (pessoas ou lugar) porque normalmente existe um endereço e dispomos de muitos pontos para orientação (mas, praças, avenidas, igrejas, edifícios etc.). No entanto, em outros tipos de ambientes, tais como oceanos, desertos, florestas etc. como não dispomos das mesmas facilidades, temos de recorrer a outros meios de orientação como, por exemplo, as estrelas, a bússola e as coordenadas geográficas. Determinação dos pontos cardeais Os pontos cardeais indicam quatro direções opostas, duas a duas: Norte (N) - Sul (S) Leste (L) - Oeste (O)

Essas direções são adotadas universalmente e foram estabelecidas a partir do movimento de rotação da Terra ou do chamado "movimento aparente" do Sol, Dizemos aparente porque, na realidade, não é o Sol que percorre a Terra de leste a oeste, mas é a Terra que gira sobre si mesma (rotação) diante do Sol (uma estrela fixa). Com base nisso ficou estabelecido que o lugar da Terra onde o Sol "nasce" diariamente chama-se leste e corresponde ao Oriente (daí, por exemplo, nos referirmos ao Japão como país oriental ou "país do Sol nascente"), e o lugar onde o Sol "se põe" denomina-se oeste e corresponde ao Ocidente (daí, por exemplo, Brasil, país ocidental). Assim, para determinarmos os quatro pontos cardeais basta estender o braço direito na direção do Sol nascente e estaremos indicando o leste: o esquerdo na direção do Sol poente e teremos o oeste: a nossa frente ficará o norte: e, às nossas costas, o sul. Veja a Fig. 28.2. Além dos quatro pontos cardeais existem o? pontos colaterais e subcolaterais, totalizando dezesseis direções, que formam uma figura chamada rosa-dos-ventos ou rosa-dos-rumos. Os pontos colaterais são: nordeste (SE), sudeste (SE), sudoeste (SO) e noroeste (NO).

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Os pontos subcolaterais são: norte-nordeste (NNE), este-nordeste (ENE), este-sudeste (ESE), sul-sudeste (SSE), sul-sudoeste (SSO). oéste-sudoeste (OSO). oeste-noroeste (ONO) e none-noroeste (NNO). Observe a rosa-dos-ventos. No entanto, para indicar uma direção exata, nem mesmo os pontos colaterais e subeolaterais são suficientes. Foi assim que surgiu a rosa-dos-ventos, dividida em 360 partes iguais, denominadas graus: cada grau tem 60 minutos e cada minuto tem 60 segundos. Com isso praticamente todos os pontos na linha do horizonte podem ser localizados com exatidão. “Cada quadran-te da rosa-dos-ventos corresponde a 90”. “O norte é o 0o, o leste 90°, o sul 180° e o oeste 270”.

Meios de orientação Desde os tempos mais remotos até os dias atuais, os homens utilizaram diversos meios de orientação. O homem do passado se orientava, por exemplo, pela simples observação dos astros, porém o homem moderno utiliza meios mais ou menos sofisticados, como o rádio, os radares e os computadores. De modo geral, podemos resumir os diversos meios de orientação utilizados ao longo do tempo da forma a seguir. Até o século XIII. Predominou a orientação astronômica simples baseada na localização e posição de astros como o Sol, outras estrelas, as constelações e a Lua. A orientação pelos astros só indica a direção aproximada, não sendo portanto uma orientação precisa. A determinação do lugar desejado era feita por estimativa. No hemisfério norte utilizava-se principalmente a estrela Polar, que indica a direção do pólo norte, enquanto no hemisfério sul utilizava-se o Cruzeiro do Sul, que indica a direção do pólo sul.

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Do século XIII ao século XV. Houve predomínio do uso da bússola, pois ela permitia traçar o rumo ou direção em qualquer momento da viagem. Uma vez indicado o rumo ou direção pela bússola, cabia ao navegador, de acordo com sua experiência, determinar o lugar ou ponto desejado. Juntamente com a bússola desenvolveram-se dois outros instrumentos de grande importância para a navegação: os portulancs (mapas com descrição dos portos) e as cartas náuticas (mapas contendo o traçado das rotas, profundidade dos mares, distâncias, perigos a evitar e outras informações). Do século XV ao século XVIII. Os navegantes portugueses introduziram um método mais aperfeiçoado de orientação: a navegação astronômica por latitudes. Eles navegavam do Atlântico norte para o Atlântico sul, seguindo determinado meridiano, e depois navegavam em latitude. Os instrumentos mais utilizados eram o quadrante e o astrolábio, que servem para medir a altura de um astro acima do horizonte. Século XIX. Evolui-se da navegação por latitudes para a navegação por latitudes e longitudes, que permite a localização muito mais precisa do ponto desejado. A latitude por si só não é suficiente para se obter uma localização precisa. A utilização desse método foi possível com a invenção e o emprego de cronômetros de grande precisão. Tempos atuais. Tanto a navegação ma quanto a aérea utilizam hoje meios bastante modernos de orientação, principalmente o sistema de rádio (radiogoràômetro), além de instrumentos de grande precisão e eficiência, como os radares e computadores. A BÚSSOLA E SEU FUNCIONAMENTO A bússola é um pequeno, prático e eficiente instrumento de orientação inventado pelos chineses há alguns milhares de anos. Ela é constituída basicamente de uma agulha imantada que gira sobre um eixo vertical. No fundo aparece um mostrador com a rosa-dos-ventos e os 360° da circunferência (bússolas modernas).

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Para entender o seu funcionamento precisamos considerar o seguinte: 1º - A agulha da bússola, que é imantada, apresenta as mesmas características de um imã, ou seja, possui dois pólos magnéticos, norte (N) e sul (S). Lembrando que pólos iguais se repelem e pólos contrários se atraem, entendemos por que o pólo norte (N) da agulha é atraído pelo pólo sul (S) do ímã. Observe a Fig. 28,7. 2º - No caso da Terra, que é considerada um gigantesco ímã, o pólo sul magnético situa-se próximo ao pólo norte geográfico e o pólo norte magnético encontra-se próximo ao pólo sul geográfico. Dessa forma podemos entender, então, por que o pólo norte da agulha da bússola aponta (é atraído) para o pólo sul magnético da Terra. Observe a Fig. 28.8. Partindo do fato de que a agulha da bússola não indica a direção dos pólos geográficos, e sim a direção dos pólos magnéticos, como vamos encontrar os pólos geográficos da Terra? Nesse caso, é preciso fazer a correção e, para tanto, os navegantes dispõem de mapas e outros recursos.

O ângulo correspondente à diferença (distância) entre o pólo geográfico e o pólo magnético da Terra é chamado de declinação magnética. O pólo sul magnético da Terra situa-se próximo à Ilha Príncipe de Gales (Canadá), cerca de 1.400 km a oeste do pólo geográfico norte. Observe a Fig. 28.9. Coordenadas geográficas Para localizar os acidentes geográficos naturais (rios. montanhas etc.) ou artificiais (estradas, cidades etc.) na superfície terrestre, não basta saber apenas a direção. São Petersburgo iex-Leningradot, por exemplo, situa-se r.a parte oeste da URSS. Entretanto nessa mesma região existem centenas de outras cidades. Como saber então a localização exata dessa cidade? A melhor alternativa é recorrer às coordenadas geográficas, que permitem a localização de um ponto com maior precisão e rapidez. No

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caso, as coordenadas geográficas de São Petersburgo são 60° de latitude norte e 30° de longitude oeste: assim podemos localizá-la facilmente no mapa.

As coordenadas geográficas são um conjunto de linhas imaginárias que servem para localizarmos um ponto ou um acidente geográfico na superfície terrestre. Essas linhas imaginárias são constituídas pelos paralelos e meridianos. Veja a Fig. 28.12. Os paralelos são as linhas imaginárias traçadas paralelamente ao Equador. Existem 180 paralelos, sendo 90 ao norte e mais 90 ao sul do Equador (círculo máximo • 0o). São identificados pela sua localização em graus a partir do Equador e cada um deles equivale a 1o (um grau). Apenas quatro possuem nomes especiais: Trópico de Câncer, Trópico de Capricórnio, Círculo Polar Ártico e Circulo Polar Antártico. Através dos paralelos determinamos a latitude de um lugar. O que é, então, latitude? Latitude é a distancia em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até a linha do Equador. A latitude varia de 0o a 90°, tanto para o norte como para o sul do Equador. A Suécia, por exemplo, é um país de elevada latitude: e o Brasil, um país de baixa latitude.

Os meridianos são semicírculos imaginários ' traçados sobre a Terra de pólo a pólo. Existem 360 meridianos, 180 a leste e 180 a oeste de Greenwich. Que é o meridiano de 0o ou de origem (cada meridiano corresponde a 1o). Veja a Fig. 28.11. Por meio dos meridianos determina-se a longitude. O que é, então, longitude?

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Longitude é a distância em graus de um lugar qualquer da superfície terrestre até o meridiano de Greenwich. Varia de 0o a 180°, tanto para leste quanto para oeste de Greenwich. As coordenadas geográficas correspondem, portanto, ã latitude e à longitude de um lugar. Verifique, por exemplo, o ponto P no mapa da Fig. 28.12. “Ele está situado no encontro do paralelo de 40° norte com o meridiano de 80° leste; nesse caso”, suas coordenadas geográficas são 40° de latitude norte (40° LN) e 80° de longitude leste (80° LE). Convém observar que todos os pontos ao longo de um mesmo paralelo ou meridiano têm, respectivamente, a mesma latitude e a mesma longitude.

Medições do tempo e fusos horários As medições do tempo começaram a ser feitas desde épocas bem remotas e, via de regra, baseavam-se nos movimentos da Terra. Assim:

• Chamou-se dia o tempo que a Terra demora para dar uma volta completa sobre seu eixo imaginário (movimento de rotação);

• Chamou-se ano o tempo que a Terra leva para percorrer sua órbita ao redor do Sol (movimento de translação).

Existem diversas maneiras de se medir o tempo, como, por exemplo, pelo tempo solar verdadeiro, pelo tempo solar médio, pelo tempo civil e por meio dos fusos horários. Tempo solar verdadeiro. Apesar das variações que apresenta foi utilizado até por volta do século XVIII, sendo obtido por meio dos relógios de sol. Constitui o intervalo de tempo decorrido entre duas passagens sucessivas do Sol pelo meridiano de um lugar. Sua duração não é sempre a mesma, podendo variar em um mesmo lugar de acordo com as épocas do ano (estações do ano) ou em função dos diferentes mo-vimentos executados pela Terra.

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Tempo solar médio. Com as maiores exigências da vida moderna e o rápido desenvolvimento das comunicações, tornou-se cada vez mais necessária a padronização do tempo. Assim, os astrônomos decidiram eliminar as variações naturais do tempo verdadeiro, substituindo o Sol verdadeiro por um Sol fictício, obtendo assim o chamado tempo solar médio, cuja duração é exata e sempre igual (24 horas). Foi a partir daí que começaram a surgir os relógios atuais (os de. pulso, por exemplo). Tempo ou hora civil. A partir de 1º de janeiro de 1925, os astrônomos passaram a utilizar o chamado tempo ávil ou hora civil, cuja duração é de 24 horas e a contagem é feita de 0 a 24 horas. Anteriormente a contagem era feita de meio-dia a meio-dia (dia astronômico). Fusos horários. A velocidade das comunicações acabou impondo a necessidade de unificação da hora em todo o mundo. Para tanto criou-se o sistema de fusos horários, cujos princípios foram propostos em 1884 na Conferência de Washington. Por esse sistema o globo terrestre foi dividido em 24 fusos horários, cada um deles equivalendo a 1 hora ou 15 meridianos ou 15° de longitude. Adotou-se como fuso de referência o de Greenwich, responsável pela hora oficial mundial ou hora GMT (Greenwich Meridian Time). Esse fuso é formado pela soma de 7,5° a leste e 7.5° a oeste do meridiano de 0o (meridiano inicial ou de Greenwich). A LINHA INTERNACIONAL DA DATA

Uma vez estabelecido o sistema de fusos horários, foi necessário determinar o meridiano a partir do qual se deveria começar a contagem do novo dia. O meridiano escolhido foi o de 180° (o antímeridiano internacional), que passou a ser a linha internacional da data, pois nela se processa a mudança de datas. Essa linha atravessa o Oceano Pacífico, apresentando vários desvios para não passar por nenhum lugar habitado. Passa pelo Estreito de Bering. pelo leste da Península de Kamtchatka e, em seguida, passa entre as ilhas Aleutafe e Samoa e daí até o pólo sul. Se um viajante cruzarjessa linha no sentido oeste-leste, deve subtrair um dia (24 horas) e, se cruzá-la no sentido leste-oeste, deve acrescentar um dia.

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FUSOS HORÁRIOS DO BRASIL A hora legal no Brasil, de acordo com o sistema de fusos, está em vigor desde 1º de janeiro de 1914. Devido à grande extensão leste—oeste do seu território, o Brasil possui quatro fusos horários, todos situados a oeste de Greenwich e, portanto, com horários sempre atrasados em relação a Londres. Atenção:

• O primeiro fuso horário brasileiro corresponde ao segundo fuso a oeste de Greenwich, estando assim com duas horas a menos em relação a Londres;

• O fuso horário do Brasil que determina a hora oficial do país (hora legal ou hora de Brasília), corresponde ao segundo fuso brasileiro ou ao terceiro fuso a oeste de Greenwich, portanto com três horas a menos em relação a Londres.

Observe a Fig. 28.16 (na página anterior), que mostra os fusos horários brasileiros. Chamamos a atenção ao fato de que existe uma linha correspondente ao limite teórico e outra correspondente ao limite prático. Trata-se de um artifício ou recurso mundialmente utilizado para se obter maior uniformização dos horários no sentido de evitar que pequenos territórios (países ou estados) tenham horários diferentes. Observe também a Tab. 28.2.

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Como representar a Terra Considerações gerais Dentre as várias maneiras de representar a Terra (mapas, plantas, fotógrafas, globo terretre etc.), o mapa é sem dúvida a mais utilizada, embora não seja a mais perfeita, isto é, a que mais se aproxima da realidade. A confecção de mapas é uma atividade tão antiga que se confunde com a própria historia da humanidade. Isso mostra a importância que o mapa sempre teve para o homem. O mapa mais antigo que se conhece, cuja idade é calculada entre 2.500 e 3.000 anos a C. foi encontrado nas minas da cidade de Ga-Sur (Mesopotâmia, atual Iraque. Nele esta representada a parte norte da Mesopotâmia com o Rio Euirates entre os montes Zagros e o oeste do Líbano. Os povos primitivos utilizavam rapas para registrar elementos territoriais ou da paisagem, acontecimentos históricos, itinerários etc.

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Hoje em dia, mapas e plantas são amplamente utilizados por estudantes, turistas, homens de negócios, engenheiros, professores, estadistas, militares, estrategistas e naturalmente pelos geógrafos. Entretanto cabe observar que os mapas utilizados pelos militares, estadistas e estrategistas, enfim peles detentores do poder, não são os mesmos que estudantes, professores e público em geral utilizam. Acontece que a Cartografia evoluiu tanto que acabou tomando-se um importantíssimo instrumento de poder, principalmente no caso das grandes potências mundiais. Sabemos que os mais modernos meios de investigação existentes (sensoriamento remoto por satélites, por exemplo) são capazes de registrar diariamente, e até mesmo de hora em hora, a evolução de inúmeros fenômenos da superfície da Terra. Sabe-se também que os Estados Unidos já fotografaram praticamente o mundo todo e con-seqüentemente já possuem os mais variados tipos de mapas (estratégicos, náuticos, de recursos naturais etc.). É claro que esses e outros tipos de mapas, na maior parte dos países e, sobretudo nos socialistas, não estão ao alcance do grande público, que normalmente só tem acesso aos mapas gerais (mapas geográficos de pequena escala ou então a informações fragmentadas ou ultrapassadas. No Brasil quase todos os Atlas escolares mostram a vegetação natural como se ela ainda estivesse intacta, quando na verdade extensas formações vegetais como a Mata Atlântica e a Mata dos Pinhais já foram quase total-mente devastadas. Da Floresta Amazônica já foram devastados cerca de 350 mil km5. Globo terrestre Apesar de não ser a mais utilizada, o globo ler-retírt constitui a melhor representação, a que mais se aproxima da realidade. Trata-se de uma representação extremamente reduzida (uma mj-rjaiura) e simplificada da Terra, porém apresenta as seguintes vantagens:

• sua forma é semelhante ao objeto real, a Terra: • mostra os conánentes, oceanos e outros importantes acidentes geogrances (cadeias mon-

tanhosas, rios principais etc): • traz as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos): • possibilita a simulação dos movimentos ca Terra e a conseqüente compreensão da sucessão dos

dias e das noites, estações do ano, fusos horários etc. • No entanto o globo terrestre apresenta alguns inconvenientes, como por exemplo: • suas dimensões muito reduzidas não perro-tejn maior riqueza de detalhes e de informações: • se construídos em tamanho mui* grande, tornam-se de elevado custo e de diíioD manuseia

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Cartografia, a arte de compor mapas A Cartografia tem por finalidade básica a elaboração de cartas ou mapas a partir de um conjunto de operações científicas, técnicas e artísticas. As cartas ou mapas, por sua vez, nada mais são do que superfícies planas onde a Terra se acha total ou parcialmente representada. Embora o mapa e a carta tenham quase tudo em comum, sendo inclusive considerados sinônimos, no Brasil costuma-se diferenciá-los. Emprega-se entre nós a expressão mapa para as representações mais simples, generalizadas ou de escala muito pequena. Exemplos: mapa do Brasil (escala 1:5.000.000 ou menos), mapa da América do Sul e mapa-múndi. Já a expressão cana é utilizada para as representações mais detalhadas, mais precisas ou de grande escala. Exemplos: cartas topográficas, cartas cadastrais ou urbanas (escalas de 1:500 a 1:10.000) e cartas de navegação marítima e aérea (canas náuticas e cartas aeronáuticas). O desenvolvimento da Cartografia moderna decorreu principalmente das grandes navegações oceânicas (séculos XV e XVI) e em particular da contribuição dada pela Escola de Sagres (formação de pilotos e cartógrafos, aperfeiçoamento das caravelas, do astrolábio e das cartas de navegação). Entretanto o impulso definitivo ao desenvolvimento da Cartografia deu-se a partir de 1569, com a criação da famosa projeção cilíndrica de Mercátor (Fig. 29.10). De acordo com a finalidade ou tipo de usuário a que se destinam os mapas ou cartas podem ser classificados em:

• Gerais. Quando se destinam ao público em geral, isto é, quando atendem a diversos tipos de usuários. Geralmente são mapas de pequena escala. Por exemplo: mapas de grandes regiões, de países, de continentes e mapas-múndi.

• Especiais. Quando se destinam a determinadas pessoas ou grupos (profissionais), isto é, são mapas mais específicos ou técnicos e geralmente de grande escala. Por exemplo: mapas políticos, econômicos, científicos, cartas náuticas, aéreas e cadastrais.

• Temáticos. Quando se destinam ao estudo, análise e pesquisa de determinados temas como Geologia. Pedologia. Demografia etc.

• De acordo com a escala, os mapas ou cartas podem ser: • Cartas cadastrais ou plantas. Quando se destinam à representação de pequenas áreas, cidades,

bairros, fazendas, conjuntos residenciais etc, porém com elevado grau de detalhamento e de precisão. E o caso das plantas urbanas, de grande utilidade para as autoridades governamentais na administração (cadastramento) e planejamentos urbanos. São cartas de grande escala, normalmente de 1:500 até 1:10.000.

• Mapas ou cartas topográficas. Quando mostram as características ou os elementos naturais e artificiais da paisagem com um certo grau de precisão ou de detalhamento. Podem mostrar uma determinada parte de uma região ou estado (relevo, acidentes naturais, obras realizadas pelo homem etc.). São de média escala, normalmente de 1:25.000 a 1:250.000.

• Mapas ou cartas geográficas. Quando mostram as características ou elementos geográficos gerais de uma ou mais regiões, país ou continente ou mesmo do mundo, o que exige o emprego de escalas pequenas (de 1:500.000 a 1:1.000.000 ou menos).

ELEMENTOS DE UM MAPA A confecção de um mapa é uma tarefa de certa complexidade. Abrange um conjunto de operações que vão desde os levantamentos no próprio terreno e a análise de documentação (fotos aéreas, por exemplo: até o estudo de expressões gráfica legendas etc.) e outros aspectos. Os mapas modernos são elaborados com o auxílio de instrumentos e recursos muito avançados, tais como fotografias aéreas, satélites arti-ficiais e computadores. Os elementos de um mapa são: escala, projeções cartográficas, símbolos ou convenções e título. Observe o mapa da Fig. 29.3.

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Escala Como o mapa é infinitamente menor que a Terra, necessitamos de uma escala para indicar a proporção entre ele e o nosso planeta. A escala nos informa quantas vezes o objeto real (no caso a Terra ou parte dela) foi reduzido em relação ao mapa. Em outras palavras, escala é a relação entre a distância ou comprimento no mapa e a distância correspondente na Terra. Por exemplo: um mapa do Brasil na escala 1:5.000.000 significa que as distâncias (ou proporções) reais do Brasil sofreram uma redução de 5 milhões de vezes em relação ao mapa, ou seja, nessa escala 1 cm no mapa corresponde a 5 milhões de cm (ou 50 km) no lugar real. Quando vamos elaborar um mapa devemos primeiramente determinar em que escala ele será construído. Se quisermos, por exemplo, construir um mapa do Brasil numa folha de papel de 1 m2, a escala mais apropriada será a de 1:5.000.000, porém, se a folha de papel for de 20 cm2, a escala mais adequada será a de 1:25.000.000. Entretanto devemos lembrar que a riqueza de detalhes do mapa é diretamente proporcional à escala, ou seja, quanto maior for a escala, maior será a riqueza de detalhes. A Fig. 29.4 mostra o Brasil em três escalas diferentes. Nesse caso, quanto menor for a escala, menor o tamanho do mapa e conseqüentemente menor a riqueza de detalhes. Existem os seguintes tipos de escalas:

• Numérica. Trata-se de uma fração ou proporção que estabelece a relação entre a distância ou comprimento no mapa e a distancia correspondente no terreno. Por exemplo: se um de-terminado mapa estiver na escala 1:200.000 (um por duzentos mil), isso significa que cada uni-dade de distância no mapa (1 cm, por exemplo) corresponde a 200 mil unidades (200 mil cm, no caso) no terreno, ou seja. 1 cm no mapa é igual a 200 mil cm no terreno. A escala numérica po-de ser apresentada de três formas diferentes:

___1___ ou 1:200.000 ou 1/200.000 200.000 • Gráfica. Apresenta-se sob a forma de um segmento de reta graduado. Por exemplo: • Nesse caso, a reta foi seccionada em cinco partes iguais, cada uma medindo 1 cm. Significa que

cada uma dessas partes no mapa (1 cm) corresponde a 200 mil partes (200 mil cm ou 200 km) no terreno.

Projeções cartográficas Projeção cartográfica é a representação de uma superfície esférica (a Terra) num plano (o mapa), ou seja, trata-se de um "sistema plano de meridianos e paralelos sobre os quais pode ser desenhado um mapa" (Erwin Raisz. Cartografia geral. p. 58). 0 grande problema da Cartografia consiste em ter de representar uma superfície esférica num plano, pois, como é sabido, a esfera é um sólido não desenvolvivei, isto é, não achatável ou não planificável. Assim, sempre que achatarmos uma esfera, necessariamente ela sofrerá alterações ou deformações. Experimente, por exemplo, cortar uma laranja ao meio e depois pressionar (achatar) uma dessas partes sobre uma superfície plana (observe a Fíg. 29-5). Isso quer dizer que todas as projeções apresentam deformações, que podem ser em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Assim, cabe ao cartógrafo escolher o tipo de projeção que melhor atenda aos objetivos do mapa. A maior parte das projeções hoje existentes deriva dos três tipos ou métodos originais, a saber: cilíndricas, cônicas e planas ou azimutais (Fig. 29.6).

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A projeção cilíndrica (Fíg. 29.7) resulta da projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Esse tipo de projeção:

• Apresenta os paralelos retos e horizontais e os meridianos retos e verticais; • Acarreta um crescimento (deformação) exagerado das regiões de elevadas latitudes; • É o mais utilizado para a representação total da Terra (mapas-múndi).

A projeção cênica (Fig. 29.8) resulta da projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. Esse tipo de projeção:

• Apresenta paralelos circulares e meridianos radiais, isto é, retas que se originam de um único ponto:

• É usado principalmente para a representação de países ou regiões de latitudes intermediárias, embora possa ser utilizado para outras latitudes.

A projeção azimutal (Fig. 29.9) resulta da projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). De acordo com Erwin Raisz (famoso cartógrafo americano), as projeções azimutais são de três üpos: polar, equatorial e oblíqua. Elas são utilizadas para confeccionar mapas especiais, principalmente os náuticos e aeronáuticos. Vejamos, a seguir, alguns dos mais conhecidos upos de projeção cartográfica. Projeção de Mcrcálor Idealizada no século XVI, a projeção cilíndrica de Mercátor tomou-se a preferida dos navegantes por ser a única em que as direções podiam ser traçadas em linha reta sobre o mapa. Nessa projeção, os paralelos e os meridianos são linhas retas que se cruzam formando ângulos retos. Pertence ao tipo chamado conforme, porque não deforma os ângulos. Em compensação, as áreas extensas ou situadas em latitudes elevadas aparecem nos mapas com dimensões exageradamente ampliadas. Observe a Fig. 29.10. Projeções de Mollwcidc e Aitoff Essas projeções são do tipo equivalente, isto é, conservam a proporção ou equivalência das áreas representadas, em detrimento da forma. Nelas, os paralelos são horizontais e estão de tal modo espaçados que cada área limitada por dois deles conserva a mesma proporção da área real, embora possa variar muito no tocante à forma. Elas têm formato elíptico e são muito utilizadas para a confecção de mapas-múndi. Pnojeção interrompida de Goode A projeção interrompida ou descontínua do professor norte-americano Paul Goode é um tipo diferenciado de projeção idealizado pelo autor com a finalidade principal de mostrar a equivalência das massas continentais e oceânicas. Para tanto, os mapas que apresentam esse tipo de projeção trazem as referidas massas interrompidas ou descontínuas. Na Fig. 29.13, o mapa mostra a representação das massas oceânicas e, na Fig. 29.14, temos as massas continentais. Símbolos ou convenções Considerando-se que o mapa não é uma reprodução da realidade terrestre e sim, uma representação dessa realidade, o cartógrafo recorre a símbolos e convenções que auxiliam na leitura ou interpretação dos mapas. Os símbolos são, portanto, a linguagem visual dos mapas. Existe uma grande variedade de símbolos e de cores utilizadas pelos cartógrafos nos diferentes tipos de mapa, apesar de ainda não existir uma padronização total e universal. Quanto às cores, as principais convenções são as seguintes: azul (hidrografia); verde (vegetação); castanho (relevo e solos); preto ou vermelho (acidentes geográficos artificiais, como rodovias, ferrovias etc.). Observe na Fig. 29.15 alguns exemplos de símbolos ou convenções.

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Sensoriamento remoto e Cartografia A partir do momento em que, pela primeira vez, uma pequena porção da superfície terrestre foi fotografada com a ajuda de um balão em 1858 (na França), o sensoriamento remoto apresentou um espetacular desenvolvimento. Recentemente, com o emprego do radar e dos satélites artificiais, o sensoriamento remoto tem contribuído enormemente para o desenvolvimento de diversos campos do conhecimento, tais como Geologia, Geografia, Geomorfologia, Oceanografia, Meteorologia, Cartografia e outros. O sensoriamento remoto nada mais é do que "um recurso técnico para ampliar os sentidos naturais do homem", ou seja, é "um dispositivo ou equipamento [câmara fotográfica, radar] que capta e registra, sob a forma de imagens, a energia refletida ou emitida pelas áreas, acidentes, objetos e acontecimentos do meio ambiente, incluindo os acidentes naturais e culturais" (Cêurio de Oliveira. Curso de Cartografia moderna, p. 83). Quanto à fonte de radiação (fonte emissora de energia), os sensores são classificados em assivos e ativos. São passivos quando dependem de uma fonte de radiação externa ou natural, como o Sol e a Terra. Nesse caso estão, por exemplo, os radiômetros, que registram a radiação emitida pelas diferentes superfícies e substâncias (solo, água etc.) e as câmaras fotográficas, que captam a radiação solar refletida. São do tipo ativo quando não dependem de fonte de energia externa, isto é, são sensores que possuem sua própria fonte de energia. É o caso, por exemplo, dos radares, que emitem fluxos de energia em direção a determinados alvos e, a seguir, captam de volta a energia refletida por eles. AEROFOTOGRAMETRIA Como dissemos no inicio, a câmara fotográfica foi o primeiro tipo de sensor remoto utilizado pelo homem. Hoje em dia, as câmaras fotográficas encontram-se bastante aperfeiçoadas, sendo que as câmaras aéreas empregadas em sensoriamento remoto dispõem de mecanismos ou dispositivos que permitem combinar simultaneamente o movimento do filme com o deslocamento do avião. As diversas vantagens oferecidas pela aerofotogrametria tais como boa orientação espacial, faculdade de interpretação e elevado nível de precisão e rapidez, explicam o largo uso da fotografia aérea em todo o mundo. No caso da Cartografia, o seu emprego é fundamental, pois quase toda a produção cartográfica atual utiliza seus recursos. A fotografia aérea oferece também, através da fotointerpretação, um amplo campo de trabalho a diversos profissionais, como urbanistas, geólogos, geógrafos e outros. O princípio da aerofotogrametria O principio usado pela aerofotogrametria pode ser descrito assim, resumidamente:

1. De um avião devidamente equipado e mediante condições de tempo apropriadas, são feitas, ao longo de uma linha (reta) de vôo, sucessivas exposições fotográficas de uma extremidade a outra da área, até cobri-la totalmente.

2. Ao longo de cada faixa ou linha de vôo, as exposições são feitas de tal modo que, entre duas fotos sucessivas, haja uma superposição de aproximadamente 60%, ou seja, a primeira e a segunda fotos cubram uma área comum de 60%.

3. Colocadas todas as fotos uma ao lado da outra, e obedecendo-se à orientação correta (linhas de vôo, superposição etc.), teremos uma visão total da área. Para obtermos a visão tridimensional, recorremos ao estereoscópico, um instrumento ótico binocular que permite ver as imagens em terceira dimensão (em relevo). Veja a Fig. 29.16.

RADAR

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O radar é um sensor ativo que, para obter a imagem de uma determinada superfície, emite fluxos de energia (ondas eletromagnéticas) através de uma antena que é simultaneamente transmissora e receptora, isto é, envia e depois recebe de volta a energia refletida pela superfície. A seguir, essa energia é processada e transformada em imagens por outros instrumentos do radar (receptor, amplificador e detector), e estas, finalmente, são registradas em fitas magnéticas ou em filmes. Veja a Fig. 29.17. O Brasil iniciou, a partir de 1970, um amplo levantamento da Amazônia através de radar (Projeto Radam ou Radambrasil) com a finalidade de elaborar um mapeamento da região abrangendo diversos aspectos, tais como geológicos, geomorfológicos, de vegetação, hidrográficos, dos solos e do uso da terra. O trabalho de levantamento das imagens da região foi feito em cerca de doze meses, sendo que posteriormente outras regiões do país passaram a usar os serviços oferecidos pelo Radar. SATÉLITES ARTIFICIAIS O sensoriamento remoto por meio de satélites artificiais teve inicio no final da década de 50, logo após o lançamento do primeiro satélite artificial pelos soviéticos, o Sputnik, em 1957. No caso dos satélites artificiais, as primeiras imagens da Terra foram obtidas através de câmaras fotográficas, passando-se posteriormente a empregar outros tipos de sensores mais avançados e eficientes. Hoje, o sensoriamento remoto por meio de satélites representa o mais importante e eficiente recurso tecnológico de observação da Terra de que o homem dispõe. Dentre os vários programas ou sistemas de sensoriamento por satélites (Tiros, Nimbos, Apoio, Spot etc.), o mais importante é, sem dúvida, o Landsat, desenvolvido pela NASA (National Aeronautics and Space Administration). Esse sistema compreende uma série de cinco satélites, sendo que o Landsat 1 foi lançado em 1972 e o Landsat 5, em 1984. O esquema básico de funcionamento do sistema Landsat é o seguinte: os dados obtidos pelos satélites são transmitidos para uma estação terrestre, sendo depois processados e utilizados pelos especialistas interessados. As informações a seguir referem-se aos satélites Lãndsat 4 e Landsat 5:

• Suas órbitas ao redor da Terra são circulares e encontram-se a 705 km de aJütude; • Cada satélite demora cerca de 98 minutos para completar sua órbita; • Cada satélite demora dezesseis dias para cobrir toda a Terra.

O Brasil utiliza informações do sistema Landsat desde 1973. Para tanto, o país conta com uma estação terrestre de rastreamento e de recepção de dados, situada em Cuiabá (MT), e outra para processamento e distribuição dos dados, localizada em Cachoeira Paulista (SP). O trabalho de rastreamento feito em Cuiabá abrange 90% da área da América do Sul. Além dos programas Landsat, o Brasil já recebe dados do programa espacial francês Spot, iniciado em 1986. Os serviços prestados ao Brasil pelo sistema Landsat são inúmeros, indo desde o levantamento dos recursos minerais, desmatamentos (queimadas), poluição, ocupação agropecuária da terra etc. até a ocupação do solo urbano, compreendendo aqui diversos estudos (através das imagens obtidas) relativos ao crescimento das regiões metropolitanas, diversificação do uso do solo urbano (residencial, industrial etc.), estimativas populacionais, poluição etc. As atividades espaciais, nesse caso, são da competência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Vejamos a seguir alguns exemplos de aplicação do sensoriamento remoto:

• Em Geologia. Mapeamento geológico e pesquisa mineral. • Em Geotnorfologia. Mapeamento das formas de relevo, estudos de impactos ambientais (erosão,

inundações etc.) e estudos ou interpretações geomorfológicas totais ou parciais do relevo. • Em agricultura. Principalmente os estudos e pesquisas relacionadas ao uso da Jerra. • Em Meteorologia. Principalmente no fornecimento de dados para fins de previsão do tempo. • Em Ecologia. Estudos relacionados à poluição, aos incêndios em florestas etc.

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NOVA GEOGRAFIA Chega ao pais a produção de mapas por computador Os milhares de mapas e plantas gráficas que abarrotam os arquivos das repartições públicas de Brasília vão para o lixo. Dentro de. no máximo, oito meses, a Codeplan, estatal que faz o processamento de dados para o DF, terá implantado o Geoprocessamento — um sistema informatizado capaz de produzir mapas, atualizá-los instantaneamente. Entre os cartógrafos que balançavam a bordo de caravelas, traçando rotas há 500 anos. e o sistema que chega agora ao Brasil, com tecnologia IBM. a distância é enorme. Trata-se, apesar disso, de uma solução extremamente simples: sobre os mapas físicos são lançadas informações sócio-econômicas e os mapas se tornam retratos perfeitos da realidade, com a vantagem de poderem ser atualizados com a rapidez permitida pela informática. A Codeplan espera vender os serviços do Geoprocessamento para várias das estatais e secretarias de Estado brasilienses. A primeira delas é a da Fazenda, que já contratou um mapeamento do IPTU. Atualmente o cadastro do IFTU é feito manualmente, o que certamente produz erros. Quando os dados sobre o imposto forem sobrepostos aos mapas dos vários setores, o governo saberá exatamente onde estão e quais são os imóveis cadastrados corretamente. As informações no Geoprocessamento são cumulativas Num mesmo mapa será possível ter uma radiografia completa da cidade: onde estão os imóveis, qual a sua área, onde estão as redes de água, luz e telefone. Jogando-se no computador dados estatísticos, por exemplo, se poderá saber, instantaneamente, número de habitantes e faixa socioeconômica das áreas residenciais. "Quando uma empresa quiser dados sobre uma área em que pretenda lançar um novo projeto imobiliário, é possível informar imediatamente os detalhes sobre a infra-estrutura da região, por exemplo, diz o diretor-presidente da Codeplan. Paulo Zimbres Na área de segurança, a utilidade do novo sistema é ainda mais visível. "Numa situação de incêndio, por exemplo, poderemos fornecer ao Corpo de Bombeiros, a partir da localização exata, a planta do edifício que está pegando fogo. qual o melhor caminho para chegar ao local, onde estão os hidrantes e até a presença ou não de material inflamável nas redondezas", explica Zimbres. Em uso já há alguns anos nos Estados Unidos e em países da Europa, o Geoprocessamento foi utilizado, por exemplo, em outubro do ano passado em São Francisco, nos EUA, quando um terremoto de 6,9 graus na Escala Richter pôs abaixo vários prédios. Em dois dias a cidade já linha quase que retomado á normalidade graças à rapidez na localização e no atendimento aos feridos. Segundo Cristina Gobbi, coordenadora do projeto brasiliense, um mapa com cruzamento de informações não leva menos de três dias para ser confeccionado, com a tecnologia disponível hoje Com o novo sistema, é possível mapear praticamente iodos os aspectos socioeconômicos, políticos e Físicos de qualquer área. “O sistema oferece ainda a possibilidade de se testar novas idéias Poderemos simular impactos de novos loteamentos sobre o espaço urbano, ou ainda informar a empresas comerciais quais são as áreas mais adequadas, do ponto de vista de renda do consumidor”, diz Zimbres. Por enquanto, o custo do projeto é bastante baixo A Codeplan comprou da IBM duas estações de processamento por CrS 6 milhões e está treinando pessoal para lidar com o software, o programa que alimentará os computadores No futuro, o pagamento dos serviços dará o retomo esperado por Paulo Zimbres Não e só o setor público que pode usar os serviços de geoprocessamento. Com a prestação de serviços à área privada a Codeplan poderá ter, inclusive, lucro', garante ele. Em outra estação do projeto, o Workstation, será possível fazer mapeamentos por temas, através do Spans, um sistema de análise de informações especiais — um retrato dos resultados da ocupação do solo em determinada área, com relatório de impacto ambiental, por exemplo. Paralelamente, a Codeplan vem, há dois anos. recebendo e analisando fotografias de satélite, num convênio com o laurif — Instituto de Planejamento e Urbanismo da Região de ile-de-France A região entre o Gama, uma das cidades-satélites do DF, e Luziânia, uma cidade

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goiana próxima ao DF, utilizada como teste para o projeto, já indica que é possível retratar com objetividade a ocupação irregular do solo. desmatamento e erosão de grandes proporções. "No futuro os dois projetos poderão convergir e Brasília contará com grande agilidade nas respostas necessárias para o planejamento urbano", comemora o presidente da Codeplan. As imagens usadas em 3rasilia são produzidas pelo satélite francês Spol-2 e lidas a cada dezesseis dias. O objetivo da Codeplan é cobrir todos os 5.800 km2 do Distrito Federal. Glossário Amplitude térmica - Diferença entre máximas e mínimas de temperatura. Pode ser diária, mensal e anual. Ano bissexto - É o ano que tem duração de 366 dias e o mês de fevereiro com 29 dias. Ocorre de quatro em quatro anos. Artesanato - Atividade em que o produtor executa sozinho todas as etapas da produção e até mesmo a comercialização do produto. Não há divisão do trabalho nem o emprego de máquinas, só ferramentas simples. Atmosfera - É a camada de ar que envolve a Terra. Subdivide-se em troposíera (0 a 12 km), estratosfera (12 a 70 km), ionos-fera (70 a 400 km) e exosfera (acima de 400 km). Biosfera - Camada biológica da Terra ou a camada onde se encontram os seres vivos. Cartel - Associação entre empresas, as quais, embora conservando a autonomia interna, se unem para dominar o mercado. Chitemenê - Uma espécie de agricultura itine-rante ou sistema de roça que ocorre na África. Climatologia - Ciência que estuda o clima, ou seja, examina estatística, científica e prolongadamente o clima (tipo, características, comportamentos etc.) Clivagem - Propriedade que os minerais possuem de se dividir em planos. Por exemplo, a mica divide-se em placas paralelas como se fosse "massa folheada". Comecon - Conselho de Assistência Econômica Mútua, organismo criado pelos soviéticos para se defenderem da pressão econômica capitalista e exercerem a liderança do bloco socialista. Nasceu como resposta ao Plano Marshall, criado pelos EUA. Comércio - Significa o mesmo que permuta troca, compra e venda de bens e serviços. Commuting - Migração diária de pessoas que se deslocam da periferia (subúrbios) em direção ao centro, retornando a seus lares após a jornada de trabalho. É típica das grandes metrópoles mundiais. Conglomerados - Grupos de empresas que atuam em diferentes setores ou ramos da economia, sendo que normalmente nenhuma delas fornece elementos à linha de produção das demais. Conturbação - Significa a superposição ou o encontro de duas ou mais cidades próximas em conseqüência de seu crescimento. Crescimento vegetativo - Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

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Eclíptica - Trajetória da Terra em seu movimento ao redor do Sol. Também chamada de órbita terrestre. Efeito estufa - Elevação da temperatura terrestre devido à presença de certos gases na atmosfera. Esses gases bloqueiam e enviam de volta parte da radiação infravermelha irradiada pela Terra. Emigração - É a saída de pessoas de um país para outro. Equinócios - Correspondem às épocas em que os hemisférios terrestres recebem igual quantidade de insolação. Ocorrem em 21 de março e 23 de setembro. Ergs - São desertos de areia. Os mais extensos encontram-se na África. DEFINIÇÃO DE GEOGRAFIA A geografia é a ciência que estuda o espaço físico e suas relações com as sociedades. Ela precisa tanto das ciências naturais - a geologia (que estuda os solos), a oceanografia, a climatologia e a ecologia (que descreve o meio ambiente) - como das ciências sociais - economia, sociologia (o estudo das comunidades), a política (que busca entender o poder) e a história. A geografia é dividida em: Geografia Astronômica, que descreve os astros do espaço cósmico e a posição da Terra; Geografia Física, que analisa o relevo (geomorfologia), a hidrografia (oceanos, mares, lagos e rios) e também os climas do espaço terrestre (climatologia) e a biogeografia (que estuda a vida no planeta Terra, dividida em zoogeografia - que descreve os animais que fazem parte da paisagem - a fitogeografia, interessada em estudar a vegetação). Geografia Econômica tem por objetivo estudar como o homem produz bens para seu consumo; Geografia Social quer entender como a humanidade vive no espaço físico, tanto no campo quanto na cidade; Geopolítica quer estabelecer as relações entre o espaço físico e o poder político; Geografia Regional, que divide o espaço terrestre em partes, interessada em compreender as ligações entre a natureza, a sociedade, e a produção econômica de uma região. AS ORIGENS DA GEOGRAFIA A geografia nasceu no século XIX. As nações mais, importantes do mundo precisavam de uma ciência que explicasse a sua posição no mundo e permitisse sua expansão por todo o planeta. Necessitavam de uma descrição precisa da Terra. A geografia surgiu como uma ciência militar, pois para conquistar um terreno é preciso conhece - Io. O primeiro passo para o desenvolvimento da geografia foi a expansão européia pelo mundo, iniciada no século XV e conhecida como as "Grandes Navegações", que permitiram uma visão mais clara da Terra. A geografia nasceu, principalmente em dois países: na Alemanha, que politicamente dividida até o século XIX e desejando sua unificação nacional, precisava de uma ciência que justificasse este projeto; e na França que, interessada em conquistar a Ásia e a África, necessitava de uma disciplina que descrevesse estas regiões. Os alemães acreditavam que o espaço físico determinava os comportamentos sociais: as ações políticas de uma nação se explicam pela sua ação geográfica ("Escola Determinista"); os franceses acreditavam que o homem, sendo livre, pode alterar as condições do espaço físico ("Escola Possibilista"). LEMBRE - SE: A geografia é a ciência que estuda a paisagem, isto é, as coisas que existem e podem ser vistas tanto no espaço cósmico - "céu" - como no planeta Terra. AS PRIMEIRAS ESCOLAS GEOGRÁFICAS

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A Escola Geográfica Determinista Alemã defendia a tese de que o homem é determinado pela natureza. ESCOLA DETERMINISTA ALEMÃ ALEXANDER VON HUMBOLDT (1769 - 1859) - formulou uma filosofia da natureza "baseada na geografia experimental. Seu método era a pesquisa empírica racional, isto é, a observação do meio ambiente era o fundamento de sua pesquisa. Na sua opinião, o geógrafo deveria levar adiante uma observação racional c sistemática da natureza como forma de explicação dos fenômenos, suas_^ajiSj^sJ_çon^ei|^ncias_e_çonexões. Foj__ele ocriadorjJa Biogeografia. KARL RITTER (1779 - 1859) - aplicando os princípios de Humboldt, criou a Geografia. Humana. Segundo sua opinião, o papel do geógrafo era compreender as relações entre o homem e o meio ambiental. Friederich Ratzel (1844 - 1904) - influenciado pela teoria da evolução de Charles Darwin (1809 - 1802) e pelo ambientalismo ecológico de Haeckel, Ratzel elaborou o conceito de que a geografia deveria explicar a influência do meio ambiente sobre a formação das idéias e das comunidades. Acreditava que o homem era determinado pelas forças da natureza, criando espaços onde se organizavam as sociedades e os Estados. O homem, assim, era determinado pelo meio; o Estado e as comunidades também o seriam. Dessa maneira, chegou a conclusão de que o espaço geográfico é fundamental para a criação e a permanência do Estado. Sua teoria acabaria sendo um dos mais importantes fundamentos ideológicos da expansão neocolonialista da fase imperialista do capitalismo. Em oposição ã Escola Determinista Alemã, a França desenvolveu a Escola Possibilista, que defendia o conceito de que o ser humano, dotado de razão, pode transformar o meio ambiente. Portanto, o homem não é um ser passivo em relação à natureza, mas ativo, adaptando-se às condições naturais e podendo modificá-las pela tecnologia. Os partidários dessa escola acreditam que o homem, um ser agente, escolhe, dentre as múltiplas possibilidades que a natureza lhe oferece, aquelas que melhor se adaptam ás suas necessidades. ESCOLA POSSIBILISTA FRANCESA VIDAL DE LA BLACHE - professor da Universidade de Sorbonne, em Paris, afirmava que o espaço geográfico "não tem fatalismos, mas apenas possibilidades". Seu método empírico baseado na coleta de dados, sistema criado pela geografia alemã, mas sua teoria do conhecimento geográfico fundamentou-se nas idéias positivistas do sociólogo Émile Durkheim, que defendia a idéia dá sociedade como um todo orgânico, formado por partes que interagem de maneira harmônica e estável. GEOGRAFIA MODERNA Durante o século XX, inúmeras outras correntes geográficas se desenvolveram. Na década de 1950, logo após a Segunda Guerra Mundial, nasceu nos Estados Unidos a New Geography, mais tarde conhecida como Geografia Quantitativa ou Teorética. Baseada na teoria dos sistemas e modelos, essa escola serviu para análise e_fJo_rnjnação do espaço e_ foi utilizada como instrumento de apoio para o expansionismo norte-americano. Paralelamente à evolução da New Geography. desenvolveu-se a Geografia Nova ou Marginal. Recebendo influências do socialismo e do terceiromundismo (movimentos anticolonialistas nascidos em 1955), ela se opôs à New Geography, apontando-a como a Geografia do Imperialismo. Seus maiores teóricos foram os franceses, destacando-se Pierre George, que rompeu com a metodologia tradicional e analisou os sistemas econômicos (socialismo e capitalismo) c as relações de dominação e subordinação (desenvolvimento e subdesenvolvimento). Para essa escola, a Geografia de cada pais depende de seu

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sistema econômico, sendo a história a determinadora da forma e do modo de relação do homem com o meio. Yves Lacoste, discípulo de Pierre George, foi mais adiante e mostrou que o que distingue os homens são as condições econômicas de sua existência, sendo a História a base da Geografia. • Após a Segunda Guerra Mundial, era comum encontrar, em diferentes partes do mundo, a convivência dessas duas correntes geográficas e de outras. Nessa época, alguns geógrafos, especialmente os franceses, passaram a denominar o conjunto das concepções geográficas de Geografia Tradicional e a propor sua renovação. Na década de 1970, esses renovadores ganharam força, ampliando o debate e buscando novos caminhos metodológicos. Isso, praticamente, encerrou o período da Geografia tradicional, criando perspectivas muito diferentes e a busca de novos caminhos. A Geografia Critica passou a defender a transformação da realidade, usando o conhecimento geográfico como ferramenta. Evidentemente, essa postura deu um caráter político para o conhecimento cientifico geográfico, colocando-o como um meio de luta para uma sociedade mais justa. "A Geografia serve, antes de mais nada, para fazer a guerra", escreveu o francês Yves Lacoste, em 1975. Em sua obra ele aponta a Geografia dividida em dois campos: - Geografia dos Estados-Maiores - seria a parcela do conhecimento geográfico utilizada como instrumento do poder, manipulada por grandes conquistadores, pelos Estados Imperialistas e pelas grandes empresas transi (acionais. Ela visa o estabelecimento de estratégias para a dominação do espaço, sendo realizada na prática e raramente definida em teorias. Quem pratica esse conhecimento tem uma visão integrada do espaço geográfico mundial, pois atua em diferentes lugares ao mesmo tempo. Cria-se, assim, uma Geografia útil para certos grupos, instrumento de dominação, dotada de elevado potencial prático e ideológico. - Geografia dos Professores - é a parcela do conhecimento geográfico que denominamos anteriormente de Geografia Tradicional. Seu papel é ocultar a existência da Geografia dos Estados maiores, fazendo uma ciência aparentemente sem utilidade e completamente sem interesse. Enquanto isso, na verdade, ela recolhe os dados e informações necessários para a construção de um saber geográfico que será manipulado por uma minoria. Nessa Geografia, forma-se uma visão fragmentada e local do espaço geográfico, já que ela se baseia no conhecimento que o indivíduo tem, criado na sua vivência cotidiana desse espaço. As concepções da Geografia Critica entraram em confronto- com a Geografia Tradicional, criando uma verdadeira guerra política, já que os geógrafos críticos buscavam uma ação transformadora da realidade e uma renovação completa do estudo e do ensino da Geografia. Lacoste defendia a necessidade de criar uma visão integrada do espaço, socializando-o em um instrumento de luta e transformação social. Ainda no campo da Geografia critica, o geógrafo brasileiro Milton Santos trouxe importante contribuição. Ele argumenta que o espaço geográfico é produto da ação humana, que cria uma natureza socializada, e que pode ser explicado a partir do estudo da produção. Toda a atividade econômica produtiva que a humanidade realiza determina ações e transformações na superfície da Terra. Assim, cria-se e transforma-se constantemente o espaço geográfico. Evidentemente, o grau de tecnologia social e política de cada agrupamento humano criará diferentes espaços geográficos, manifestando diferentes combinações da relação capital-trabalho-tecnologia, Milton Santos chama a atenção sobre o papel dos Estados nessa construção do espaço geográfico. Segundo ele, o Estado nunca c passivo. Ele atua como intermediário entre as forças internas e externas cm seu território, ocorrendo por seu intermédio a transformação do espaço e a difusão da modernização. A modernização, no entanto, não atinge todos os lugares ao mesmo tempo, seguindo uma lógica que é a do capital, e não a dos interesses, criando hierarquizações e diferentes níveis de desenvolvimento, que o capital atende a seus interesses, e não os interesses da sociedade em que se reproduz. Ainda segundo Milton Santos, a superfície do planeta estava, até recentemente, dividida em partes, que os geógrafos denominam regiões, criadas pela ação da natureza ou pela ação do homem e que formavam a base da vida econômica e cultural. Hoje, com a aceleração dos meios de transportes e de comunicação, a esse território de regiões foi sobreposta uma ampla rede de pontos interligados, com diferentes graus de densidade. Essas redes tornaram-se a base da modernização, facilitando os processos de globalização cultural e econômica. O

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grau de densidade e de qualidade dessas redes diferencia os lugares, garantindo aos mais bem dotados um lugar de relevância e mantendo os demais sob sua subordinação. O melhor exemplo de um local de complexas e densas redes de informação e de comunicação é a metrópole, local privilegiado no comando da economia e da sociedade globalizada. Embora na Geografia Critica haja um conjunto de concepções bastante amplo e propostas, muitas vezes, até antagônicas, há uma unidade ética importante nela: a postura de oposição à criação e à manutenção de um espaço geográfico contraditório e injusto. A Geografia Critica torna-se, assim, um instrumento de análise e de tomada de consciência da realidade, contribuindo para a construção da cidadania. PRINCÍPIOS E MÉTODOS O estudo da Geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. A partir do século XIX, como vimos, a Geografia passou a desenvolver seus princípios científicos básicos. Eles nortearam o desenvolvimento das pesquisas geográficas e servem ainda hoje para orientação no estudo dessa ciência. Os princípios científicos da Geografia, que servem de base para sua pesquisa, seu ensino e seu estudo são:

1. Princípio da Extensão - É o principio desenvolvido por Ratzel. Determina a necessidade de localizar, dentro do espaço geográfico, os fatos a serem estudados. Aponta também a necessidade de mensuração, ou seja, a medição do fato (área, tamanho e outras dimensões). Outro aspecto fundamental do seu uso é a qualificação dos fatos geográficos, que requer a interpretação de tabelas e gráficos. A boa aplicação do Principio da Extensão faz uso da interdisciplinaridade, recorrido aos recursos da cartografia, da estatística e da geodésica.

2. Princípio da Analogia - Foi desenvolvido por Riller. Estabelece a necessidade de comparar os fatos para criar a percepção de suas diferenças e semelhanças. Graças a isso, firma-se generalizações, úteis ao aprendizado, pois permitem a formação de leis geográficas e o estabelecimento de relações entre os conhecimentos específicos de Geografia do Brasil e de Geografia Geral.

3. Princípio da Causalidade - Desenvolvido por Humboldl- Aponta a necessidade do estabelecimento de causas e conseqüências dos fatos geográficos. É a base da geografia moderna, mais analítica e menos descritiva que a tradicional, uma geografia explicativa, que procura estabelecer uma hierarquia entre causas e conseqüências dos fatos.

4. Princípio da Conexidade - introduzido pelo francês Juan Brunhes (1869 - 1930). Afirma que os fatos geográficos nunca ocorrem isoladamente, já que estão inseridos em um sistema de relações complexas, não apenas com fatos locais, mas também com outros mais distantes. Indica a necessidade de interligados conhecimentos geográficos às ciências circunvizinhas, ou seja, todo fato geográfico tem ligações com outras áreas do conhecimento humano. Trabalha, portanto, com a interdisciplinaridade, fundamental à Geografia moderna.

5. Princípio da Atividade - Também desenvolvido por Brunhes, demonstra que os fatos geográficos estão em constante mutação e que seu entendimento depende de uma análise do passado para compreender o presente. O entendimento do presente sob a perspectiva histórica permite analisar as tendências de evolução dos fatos e contribuir para o planejamento do futuro. Um lugar qualquer não pode ser analisado simplesmente pela observação do presente. O espaço e a paisagem geográfica não são produto apenas da interação das forças naturais e sociais da atualidade. Reconhecer o presente como um aeroduto ou uma herança do passado e analisar as transformações ocorridas ao longo do tempo constituem importantes bases da Geografia moderna.

Para estudar Geografia, o aluno deve responder as seguintes questões:

O ESTUDO DA GEOGRAFIA Saber localizar, medir e quantificar os fatos geográficos.

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Conhecer as causas e as conseqüências dos fenômenos geográficos. Estabelecer as relações entre os diversos fenômenos geográficos. Estabelecer as relações entre os fenômenos geográficos aprendidos c os que já são do seu conhecimento. Conhecer os antecedentes históricos dos fenômenos geográficos e projetar suas tendências futuras.