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Page 1: geografia · litológicas e os arranjos estruturais antigos, de outro os processos mais recentes associados à movimentação das placas tectônicas e ao desgaste erosivo de climas

GEOGRAFIA - MÓDULO 5

RELEVO

Documento realizado por discentes do IFSul CampusCamaquã. Revisado por Edson Luis Oliveira, Doutor

em Geografia pela UFRGS.

QUALIFICAgeografia

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GEOGRAFIA - MÓDULO 5 REVISADO POR EDSON LUIS OLIVEIRA DOUTOR EM GEOGRAFIA 

  GEOGRAFIA - Módulo 5 

 

AS ESTRUTURAS E FORMAS DO RELEVO  

 1. A FISIONOMIA DA PAISAGEM 

 O relevo é o conjunto de formas que modelam a superfície da                       

crosta terrestre - camada mais externa da litosfera. Pode ser                   modificado por terremotos e movimentos tectônicos, pela erosão               causada por processos naturais (água da chuva e ventos, entre outros                     fatores) e ainda pela interferência humana. O relevo da superfície                   terrestre apresenta elevações e depressões de diferentes formas e                 altitudes. É constituído por rochas e solos diversos de diferentes                   origens. Observe abaixo um exemplo de relevo.  

 Imagem 1 - Exemplo de relevo. 

 1.1 MAPA-MÚNDI HIPSOMÉTRICO   

No mapa-múndi a seguir notamos que as altitudes do relevo                   1

variam bastante pela superfície do planeta. Os mapas que indicam                   altitude de relevo são chamados de hipsométricos .  2

   

1 Altitudes são elevações verticais de um ponto qualquer da superfície terrestre em relação ao nível dos oceanos. 2 A hipsometria é a técnica que trata da medida de altitudes.

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  Imagem 2 - Mapa-Múndi Hipsométrico 

 1.2 ENDÓGENOS E EXÓGENOS 

 O relevo resulta da atuação de agentes internos e externos à                     

crosta terrestre, sendo eles:   

● Agentes Internos: também chamados de endógenos , são aqueles               impulsionados pela energia contida no interior do planeta, as                 forças tectônicas ou tectonismo, que movimentam as placas e                 provocam dobramentos, falhamentos, terremotos e vulcanismo.  

● Agentes Externos: também chamado de exógeno, são             modeladoras e atuam de forma contínua ao longo do tempo                   geológico transformando as rochas, erodindo os solos e dando                 ao relevo o aspecto que apresenta atualmente. Os principais                 agentes externos são a temperatura; o vento e as chuvas; os rios                       e oceanos; as geleiras; os microrganismos; a cobertura vegetal e                   principalmente os seres humanos. Mineração, aterros,           desmatamentos, terraplanagem, canais e represas são exemplos             de ações humanas que alteram diretamente o modelado do                 relevo.  

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  1.2.1 INTEMPERISMO, TRANSPORTE E SEDIMENTAÇÃO 

 As forças externas ao agirem na superfície da crosta, provocam a                     

erosão e alteram o relevo por meio de suas três fases: intemperismo,                       transporte e sedimentação.   Intemperismo: é o processo de desagregação (intemperismo físico) e                 decomposição (intemperismo químico) sofrido pelas rochas. O principal               fator de intemperismo físico é a variação de temperatura (dia e noite;                       verão e inverno), que provoca dilatação e contração das rochas,                   fragmentando-as em tamanhos variados. Outro exemplo é o               congelamento de água nas fissuras das rochas, fato comum em regiões                     polares e de altitudes elevadas - ao congelar, a água dilata as fissuras                         das rochas e provoca sua fragmentação.   

 

 Imagem 3 - Fissuras em rochas.  

   

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 Já o intemperismo químico resulta sobretudo da ação da água                   

sobre as rochas, provocando lentamente, com o passar do tempo, sua                     decomposição. 

 

 Imagem 4 - Decomposição das rochas através da ação da água. 

 

 Imagem 5 - Perfuração de rochas com ação da água. 

  

Transporte e sedimentação: o material intemperizado - os fragmentos                 de rocha decomposta e o solo que dela se origina - está sujeito à                           erosão. A erosão é resultado da ação de algum agente, como chuva,                       vento, geleira, rio ou oceano, que provoca o transporte de material.                     Nesse processo, as águas e o vento desgastam a camada superficial de                       solos e rochas, removendo substâncias que são transportadas para                 outro local, onde se depositam ou se sedimentam. O material removido                     provoca alterações no modelado do relevo. O material que se deposita                     também modifica o relevo formando ambientes de sedimentação:               fluviais (rios), glaciário (gelo e neve), eólico (vento), marinho (mares e                     oceanos) e lacustre (lagos), entre outros.  

 

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Imagem 6 - Formação de ambientes de sedimentação.  

A atuação do intemperismo é acentuada ou atenuada conforme                 características do clima, da topografia, da biosfera, e do tipo material                     que compõem as rochas, os minerais, e do tempo de exposição. Os                       minerais apresentam maior ou menor resistência a ação do                 intemperismo e da erosão. Rochas com quantidades significativas de                 quartzo, por exemplo, tem mais resistência. Já o calcário e o arenito                       são mais suscetíveis ao intemperismo e a erosão. Em ambientes mais                     quentes e úmidos o intemperismo químico é mais intenso, enquanto em                     ambientes mais secos predomina o intemperismo físico.   

2. A CLASSIFICAÇÃO DO RELEVO BRASILEIRO   

O território brasileiro possui uma grande diversidade de formas e                   estruturas de relevo, como serras, escarpas, planaltos, planícies,               depressões, chapadas , tabuleiros , cuestas e muitas outras.  2.1 AS ESTRUTURAS E AS FORMAS DO RELEVO BRASILEIRO  

No território brasileiro, as estruturas e as formações litológicas                 são antigas, mas as formas do relevo são recentes. Estas foram                     

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 produzidas pelos desgastes erosivos que sempre ocorreram e               continuam ocorrendo, e com isso, estão permanentemente mudando               de forma. Desse modo, as formas grandes e pequenas do relevo                     brasileiro têm como mecanismo genético, de um lado, as formações                   litológicas e os arranjos estruturais antigos, de outro os processos                   mais recentes associados à movimentação das placas tectônicas e ao                   desgaste erosivo de climas anteriores e atuais.  2.1.1 PLANALTOS E PLANÍCIES  2.1.1.1 Aroldo de Azevedo 

Aroldo de Azevedo Professores do Departamento de Geografia da                 Universidade de São Paulo, que, considerando as cotas altimétricas                 3

definiu planaltos como terrenos levemente acidentados , com mais de                 4

200 metros de altitude, e planícies como superfícies planas, com                   altitudes inferiores a 200 metros. No Brasil os planaltos ocupam 59% do                       território e as planícies, os 41% restante.  

 2.1.1.2 Aziz Ab’Sáber 

Em 1958, Aziz Ab’Sáber, também professor do Departamento de                 Geografia da USP, publicou um trabalho propondo algumas alterações.                 A partir de então, foram consideradas as seguintes definições: 

● Planalto - Área em que os processos de erosão superam os de                       sedimentação.  

● Planície - Área mais ou menos plana em que os processos de                       sedimentação superam os de erosão, independente das cotas               altimétricas. 

Adotando-se essa classificação, os planaltos correspondem a             75% da superfície do território e as planícies, a 25%.  

3 As cotas altimétricas são números que representam a altitude acima do nível médio do mar. 4 Que tem acidentes, saliências, irregularidade.

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2.1.1.3 Jurandyr Ross Em 1989, Jurandyr Ross, outro professor do Departamento de                 

Geografia da USP, divulgou uma nova classificação do relevo brasileiro,                   com base nos estudos de Aziz Ab’Sáber e na análise de imagens de                         radar. Esse projeto constitui num mapeamento completo e minucioso                 do país, no qual se desvendam as potencialidade naturais do território                     como minérios, madeiras, solos férteis e recursos hídricos. Observe no                   mapa a seguir que, além dos planaltos e planícies, foi detalhado mais                       um tipo de compartimento:  

● Depressão - relevo aplainado, rebaixado em relação ao seu                 entorno; nele predominam processos erosivos.  

 

 Imagem 7 - Classificação dos relevos de Jurandyr Ross. 

 Observe os cortes esquemáticos referentes às linhas AB, CD e EF                     

da imagens acima nas imagens a seguir:  

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Imagem 8 - Linha AB. 

 

Imagem 9 - Linha CD.  

 

Imagem 10 - Linha EF. 

 2.1.2 BACIA SEDIMENTAR E PLANÍCIE 

Não devemos confundir bacia sedimentar, denominação que se               refere à estrutura, com planície, que se refere à forma. A estrutura                       geológica sedimentar indica a origem, a formação e a composição do                     terreno, ocorrida ao longo do tempo geológico. Durante sua formação,                   enquanto a sedimentação supera os processos erosivos, a bacia                 sedimentar é sempre uma planície.  

No entanto, uma bacia sedimentar que no passado foi uma                   planície pode estar atualmente sofrendo um processo de desgaste e,                   portanto corresponde a um planalto ou a uma depressão, como as da                       Amazônia. Em contrapartida bacias sedimentares que hoje estão em                 processo de formação correspondem a planícies. O trecho do                 Pantanal, no Mato Grosso do Sul é um exemplo típico de planície em                         

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 formação, uma vez que durante as inundações anuais ocorre intensa                   sedimentação. 

 

 Imagem 11 - Trecho do Pantanal. 

 2.1.3 OUTRAS FORMAS DE RELEVO  

Ao estudarmos as formas do relevo brasileiro, encontramos ainda                 outras categorias:  

● Escarpa - declive acentuado que aparece em bordas de planalto.                   Pode ser gerada por um movimento tectônico, que forma                 escarpas de falha, ou ser modelada pelos agentes externos, que                   gera escarpas de erosão.  

● Cuesta - forma de relevo que possui um lado com escarpa                     abrupta e outro com declive suave. Essa diferença de inclinação                   5

ocorre porque os agentes externos atuará sobre as rochas com                   resistências diferentes. 

5 Que tem grande inclinação.

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 Imagem 12 - Cuesta de Botucatu (SP). 

 ● Chapada - tipo de planalto cujo topo é aplainado e as encostas                       

são escarpadas. Também é conhecido como planalto tabular. 

 Imagem 13 - Chapada dos Guimarães (MT). 

 

● Morro - em sua acepção mais comum é uma pequena elevação                     de terreno, uma colina.  

 Imagem 14 - Mar de morros em Cunha (SP). 

 

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 ● Montanhas - cadeia orogênica , como a Cordilheira dos Andes,                 6

do Cenozóico. Na estrutura do atual território brasileiro               existiram, há bilhões de anos, montanhas que ao longo do tempo                     geológico foram modeladas pelos processos exógenos,           constituindo o que hoje conhecemos como serras e planaltos. No                   dia a dia, costuma-se chamar de montanha qualquer grande                 elevação do relevo. 

 Imagem 15 - Pico da Neblina, na Serra do Imeri (AM). 

 ● Serra - esse nome é utilizado para designar um conjunto de                     

formas variadas de relevo, como dobramentos antigos e recentes,                 escarpas de planalto e cuestas. Sua definição e uso não são                     rígidos, sofrendo variação de uma região para outro do país.  

 Imagem 16 - Ao fundo, escarpa da Serra de Mantiqueira e, abaixo, o Vale do Paraíba (SP). 

 

6 Também conhecido como Dobramentos Modernos, as Cadeias orogênicas são estruturas geológicas que se originaram em virtude das ações do tectonismo e correspondem a formação de cadeias montanhosas apresentando as maiores altitudes do planeta.

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 ● Inselberg - saliência encontrada em regiões de clima árido e                   

semiárido. Sua estrutura rochosa foi mais resistente à erosão que                   o material que estava em seu entorno.  

 Imagem 17 - Inselberg em Itaberaba (BA). 

 3. O RELEVO SUBMARINO 

Assim como a superfície dos continentes, o fundo do mar possui                     formas variadas, resultantes da ação de agentes internos e do intenso                     intemperismo químico. As terras submersas, ao contrário das emersas,                 acima do nível do mar, não sofrer a ação dos agentes atmosféricos. O                         único agente externo que atua no modelado do relevo submarino é o                       movimento das águas. Esse movimento ocorre por uma associação de                   diversos fatores, como ventos, ação do Sol, da Lua, da temperatura e                       da salinidade. Os principais componentes do relevo submarino são a                   plataforma continental, o talude e a região pelágica (ou abissal).  

● Plataforma Continental: é relativamente plana e constitui a               continuação da estrutura geológica do continente abaixo do               nível do mar, composta predominantemente por rochas             sedimentares. Por apresentar profundidade média de 200 metros,               recebe luz solar, o que propicia o desenvolvimento de vegetação                   marinha e de muitas espécies animais. Por isso, nas plataformas                   

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 continentais há grande concentração de cardumes, o que               favorece a pesca. Além dessa atividade, as plataformas são áreas                   favoráveis à exploração de petróleo e gás natural. As ilhas da                     plataforma continental são chamadas ilhas costeiras e podem               ser de origem vulcânica, sedimentar ou biológica (como é o caso                     dos atóis ). 7

 ● Talude - é a borda da plataforma continental, marcada por um                     

desnível abrupto de até 2 mil metros, na base do qual se                       encontram a crosta continental e a oceânica. Quando a talude se                     localiza em área de encontro de placas convergentes, ocorre a                   formação de fossas marinhas , como podemos observar na figura                 8

abaixo, que mostra a margem continental ocidental             sul-americana. 

 Imagem 18 - Margem continental sul-americana no Oceano Pacífico. 

 

● Região Pelágica (ou Abissal) - corresponde à crosta oceânica                 propriamente dita, que é geologicamente distinta da crosta               continental. Nessa região há diversas formas de relevo, como                 depressões (chamadas bacias), dorsais, montanhas tectônicas,  

7 Atol é uma ilha oceânica formada por corais e caracterizada por ter um formato oval. 8 Fossas marinhas são os locais mais profundos dos oceanos.

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 planaltos e fossas marinhas. As ilhas aí existentes são chamadas                   ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, de origem               vulcânica, e o Atol das Rocas, de origem biológica. 

 Imagem 19 - Margem continental sul-americana no Oceano Atlântico.   

 4. MORFOLOGIA LITORÂNEA 

Na faixa de contato do continente com o oceano - o litoral -, o                           movimento constante da água do mar exerce forte ação construtiva ou                     destrutiva na formação de relevo. Atuando no intemperismo,               transporte e sedimentação de partículas orgânicas e minerais, a                 dinâmica das correntes marinhas, das ondas e das marés é                   responsável pela formação de praias, mangues e cordões arenosos                 chamados restingas. 

 Imagem 20 - Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ). 

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➔ A Lagoa Rodrigo de Freitas é uma lagoa costeira formada por                     uma restinga onde se formaram as praias e se desenvolveram os                     bairros do Leblon e de Ipanema (à direita). 

 A mais notável ação erosiva do movimento das águas oceânica                   

no litoral é a que origina as falésias, paredões resultantes do impacto                       das ondas diretamente contra formações rochosas cristalinas ou               sedimentares (conhecidas como barreiras), comuns no nordeste             brasileiro. 

 Imagem 21 - Falésias na Praia de Pitinga, em Arraial D’Ajuda (BA). 

 De morfologia litorânea, podemos destacar:  BARRA: saída de um rio, canal ou lagoa para o mar aberto, onde ocorre                           intensa sedimentação e formação de bancos de areias ou outros                   detritos.  

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 Imagem 22 - Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC). Faz ligação da Lagoa da Conceição com o 

oceano. 

SACO, BAÍA E GOLFO: assemelham-se a uma ferradura ou arco quase                      fechado que se comunica com o oceano. O que muda é o tamanho: o                           saco é o menor e o golfo, o maior. Ao longo do tempo, a comunicação                             dessas formações com o oceano pode ser diminuída por causa da                     constituição de uma restinga. Se essa restinga continuar a aumentar,                   pode ocorrer fechamento do arco, formando-se uma lagoa costeira.  PONTA, CABO E PENÍNSULA: são formas que avançam do continente                   para o oceano. A diferença entre elas é a dimensão. Pontas são menos                         que cabos, que por sua vez, são menores que penínsulas.  ENSEADA: praia com formato de arco. Por possuir configuração aberta,                   diferencia-se do saco, cuja configuração é bem mais fechada. 

 

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 Imagem 23 - O Golfo do México é delimitado por duas penínsulas: a de Iucatã e a da Flórida. 

 RECIFE: barreiras próxima á praia que diminui ou bloqueia o                   movimento das ondas. Pode ser de origem biológica, quando                 constituída por carapaças de animais marinhos, ou arenosa, quando                 formada por uma restinga que se consolida em rocha sedimentar.  

 Imagem 24 - Praia de Boa Viagem, em Recife (PE). À direita podemos observar os recifes de 

arenito que originaram o nome da capital de Pernambuco.  

FIORDES: profundos corredores que foram cavados pela erosão glacial e posteriormente rebaixados, o que provocou a invasão das águas do mar. Formaram-se em regiões litorâneas de latitudes elevadas, como a 

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 costa da Noruega, da Groenlândia e do sul do Chile, entre outros. Seu leito tem forma de “U”. 

 Imagem 25 - Noruega (2007). 

     

  

EXERCÍCIOS:  

1. O relevo terrestre é formado pelo choque de dois conjuntos de                     forças: as endógenas e as exógenas. Diferencie-as. 

2. O que são e como se originam as formas do relevo? 

3. Qual a diferença entre estrutura e forma de relevo? 

4. Defina planalto, planície e depressão. 

5. Caracterize o relevo brasileiro, segundo a classificação de               Jurandyr Ross. 

6. O que é plataforma continental e qual é a sua importância                     econômica? 

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REFERÊNCIAS:  CORREIA, Nuno. “Geo 13 ambientes sedimentares”. Disponível na internet                 em: https://pt.slideshare.net/nunocorreia/geo-13-ambientes-sedimentares . Acesso em 24 de setembro de 2019; 18h:31 min.  AZEREDO, Thiago. “Intemperismo ”. Disponível na internet em:             http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/intemperismo.html. Acesso em 20 de setembro de 2019; 19h:12 min.  Escola Educação. “ Relevo - O que é relevo?”. Disponível na internet em:                       https://escolaeducacao.com.br/relevo/ . Acesso em 20 de setembro de             2019; 16h:37 min. 

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  SENE, Eustáquio; MOREIRA, João Carlos. “Geografia geral e do Brasil:                   espaço geográfico e globalização”. Scipione, 5° edição 2013.