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GEOGRAFIA GERALO Pioneirismo Ingls

REVOLUO INDUSTRIALSCULO XVIII A substituio das ferramentas pelas mquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produo domstico pelo sistema fabril constituiu a Revoluo Industrial; revoluo, em funo do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformao acompanhado por notvel evoluo tecnolgica. A Revoluo Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do sculo XVIII e encerrou a transio entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulao primitiva de capitais e de preponderncia do capital mercantil sobre a produo. Completou ainda o movimento da revoluo burguesa iniciada na Inglaterra no sculo XVII. Etapas da Industrializao Podem-se distinguir trs perodos no processo de industrializao em escala mundial: 1760 a 1850 A Revoluo se restringe Inglaterra, a oficina do mundo. Preponderam a produo de bens de consumo, especialmente txteis, e a energia a vapor. 1850 a 1900 A Revoluo espalha-se por Europa, Amrica e sia: Blgica, Frana, Alemanha, Estados Unidos, Itlia, Japo, Rssia. Cresce a concorrncia, a indstria de bens de produo se desenvolve, as ferrovias se expandem; surgem novas formas de energia, como a hidreltrica e a derivada do petrleo. O transporte tambm se revoluciona, com a inveno da locomotiva e do barco a vapor. 1900 at hoje Surgem conglomerados industriais e multinacionais. A produo se automatiza; surge a produo em srie; e explode a sociedade de consumo de massas, com a expanso dos meios de comunicao. Avanam a indstria qumica e eletrnica, a engenharia gentica, a robtica. Artesanato, Manufatura e Maquinofatura O artesanato, primeira forma de produo industrial, surgiu no fim da Idade Mdia com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela produo independente; o produtor possua os meios de produo: instalaes, ferramentas e matria-prima. Em casa, sozinho ou com a famlia, o arteso realizava todas as etapas da produo. A manufatura resultou da ampliao do consumo, que levou o arteso a aumentar a produo e o comerciante a dedicar-se produo industrial. O manufatureiro distribua a matria-prima e o arteso trabalhava em casa, recebendo pagamento combinado. Esse comerciante passou a produzir. Primeiro, contratou artesos para dar acabamento aos tecidos; depois, tingir; e tecer; e finalmente fiar. Surgiram fbricas, com assalariados, sem controle sobre o produto de seu trabalho. A produtividade aumentou por causa da diviso social, isto , cada trabalhador realizava uma etapa da produo. Na maquinofatura, o trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da mquina e gerncia direta do empresrio. Foi nesta etapa que se consolidou a Revoluo Industrial. 1

Quatro elementos essenciais concorreram para a industrializao: capital, recursos naturais, mercado, transformao agrria. Na base do processo, est a Revoluo Inglesa do sculo XVII. Depois de vencer a monarquia, a burguesia conquistou os mercados mundiais e transformou a estrutura agrria. Os ingleses avanaram sobre esses mercados por meios pacficos ou militares. A hegemonia naval lhes dava o controle dos mares. Era o mercado que comandava o ritmo da produo, ao contrrio do que aconteceria depois, nos pases j industrializados, quando a produo criaria seu prprio mercado. At a segunda metade do sculo XVIII, a grande indstria inglesa era a tecelagem de l. Mas a primeira a mecanizar-se foi a do algodo, feito com matria-prima colonial (Estados Unidos, ndia e Brasil). Tecido leve, ajustava-se aos mercados tropicais; 90% da produo ia para o exterior e isto representava metade de toda a exportao inglesa, portanto possvel perceber o papel determinante do mercado externo, principalmente colonial, na arrancada industrial da Inglaterra. As colnias contribuam com matria-prima, capitais e consumo. Os capitais tambm vinham do trfico de escravos e do comrcio com metrpoles colonialistas, como Portugal. Provavelmente, metade do ouro brasileiro acabou no Banco da Inglaterra e financiou estradas, portos, canais. A disponibilidade de capital, associada a um sistema bancrio eficiente, com mais de quatrocentos bancos em 1790, explica a baixa taxa de juros; isto , havia dinheiro barato para os empresrios. Depois de capital, recursos naturais e mercado, vamos ao quarto elemento essencial industrializao, a transformao na estrutura agrria aps a Revoluo Inglesa. Com a gentry no poder, dispararam os cercamentos, autorizados pelo Parlamento. A diviso das terras coletivas beneficiou os grandes proprietrios. As terras dos camponeses, os yeomen, foram reunidas num s lugar e eram to poucas que no lhes garantiam a sobrevivncia: eles se transformaram em proletrios rurais; deixaram de ser ao mesmo tempo agricultores e artesos. Duas conseqncias se destacam: 1) diminuiu a oferta de trabalhadores na indstria domstica rural, no momento em que ganhava impulso 0 mercado, tornando-se indispensvel adotar nova forma de produo capaz de satisfaz-lo; 2) a proletarizao abriu espao para o investimento de capital na agricultura, do que resultaram a especializao da produo, o avano tcnico e o crescimento da produtividade. A populao cresceu, o mercado consumidor tambm; e sobrou mo-de-obra para os centros industriais. Mecanizao da Produo As invenes no resultam de atos individuais ou do acaso, mas de problemas concretos colocados para homens prticos. O invento atende necessidade social de um momento; do contrrio, nasce morto. Da Vinci imaginou a mquina a vapor no sculo XVI, mas ela s teve aplicao no ,sculo XVIII. Para alguns historiadores, a Revoluo Industrial comea em 1733 com a inveno da lanadeira volante, por John Kay. O instrumento, adaptado aos teares manuais, aumentou a capacidade de tecer; at ali, o tecelo s podia fazer um tecido da largura de seus braos. A inveno provocou desequilbrio, pois comearam a faltar fios, produzidos na roca. Em 1767, James Hargreaves inventou a spinning jenny, que permitia ao arteso fiar de uma s vez at oitenta fios, mas eram finos e quebradios. A water frame de

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GEOGRAFIA GERALRichard Arkwright, movida a gua, era econmica mas produzia fios grossos. Em 1779, S Samuel Crompton combinou as duas mquinas numa s, a mule, conseguindo fios finos e resistentes. Mas agora sobravam fios, desequilbrio corrigido em 1785, quando Edmond Cartwright inventou o tear mecnico. Cada problema surgido exigia nova inveno. Para mover o tear mecnico, era necessria uma energia motriz mais constante que a hidrulica, base de rodas dgua. James Watt, aperfeioando a mquina a vapor, chegou mquina de movimento duplo, com biela e manivela, que transformava o movimento linear do pisto em movimento circular, adaptando-se ao tear. Para aumentar a resistncia das mquinas, a madeira das peas foi substituda por metal, o que estimulou o avano da siderurgia. Nos Estados Unidos, Eli Whitney inventou o descaroador de algodo. Revoluo Social A Revoluo Industrial concentrou os trabalhadores em fbricas. O aspecto mais importante, que trouxe radical transformao no carter do trabalho, foi esta separao: de um lado, capital e meios de produo (instalaes, mquinas, matria-prima); de outro, o trabalho. Os operrios passaram a assalariados dos capitalistas (donos do capital). Uma das primeiras manifestaes da Revoluo foi o desenvolvimento urbano. Londres chegou ao milho de habitantes em 1800. O progresso deslocou-se para o norte; centros como Manchester abrigavam massas de trabalhadores, em condies miserveis. Os artesos, acostumados a controlar o ritmo de seu trabalho, agora tinham de submeter-se disciplina da fbrica. Passaram a sofrer a concorrncia de mulheres e crianas. Na indstria txtil do algodo, as mulheres formavam mais de metade da massa trabalhadora. Crianas comeavam a trabalhar aos 6 anos de idade. No havia garantia contra acidente nem indenizao ou pagamento de dias parados neste caso. A mecanizao desqualificava o trabalho, o que tendia a reduzir o salrio. Havia freqentes paradas da produo, provocando desemprego. Nas novas condies, caam os rendimentos, contribuindo para reduzir a mdia de vida. Uns se entregavam ao alcoolismo. Outros se rebelavam contra as mquinas e as fbricas, destrudas em Lancaster (1769) e em Lancashire (1779). Proprietrios e governo organizaram uma defesa militar para proteger as empresas. A situao difcil dos camponeses e artesos, ainda por cima estimulados por idias vindas da Revoluo Francesa, levou as classes dominantes a criar a Lei Speenhamland, que garantia subsistncia mnima ao homem incapaz de se sustentar por no ter trabalho. Um imposto pago por toda a comunidade custeava tais despesas. Havia mais organizao entre os trabalhadores especializados, como os penteadores de l. Inicialmente, eles se cotizavam para pagar o enterro de associados; a associao passou a ter carter reivindicatrio. Assim surgiram as tradeunions, os sindicatos. Gradativamente, conquistaram a proibio do trabalho infantil, a limitao do trabalho feminino, o direito de greve. Processo Tecnolgico A inveno de mquinas e mecanismos como a lanadeira mvel, a produo de ferro com carvo de coque, a mquina a vapor, a fiandeira mecnica e o tear mecnico causam uma revoluo produtiva. Com a aplicao da fora motriz s mquinas fabris, a mecanizao se difunde na indstria txtil e na minerao. As 2 fbricas passam a produzir em srie e surge a indstria pesada (ao e mquinas). A inveno dos navios e locomotivas a vapor acelera a circulao das mercadorias. Empresrios e Proletrios O novo sistema industrial transforma as relaes sociais e cria duas novas classes sociais, fundamentais para a operao do sistema. Os empresrios (capitalistas) so os proprietrios dos capitais, prdios, mquinas, matrias-primas e bens produzidos pelo trabalho. Os operrios, proletrios ou trabalhadores assalariados, possuem apenas sua fora de trabalho e a vendem aos empresrios para produzir mercadorias em troca de salrios. Explorao do Trabalho No incio da revoluo os empresrios impem duras condies de trabalho aos operrios sem aumentar os salrios para assim aumentar a produo e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina rigorosa mas as condies de trabalho nem sempre oferecem segurana. Em algumas fbricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e frias no so cumpridos e mulheres e crianas no tm tratamento diferenciado. Movimentos Operrios Surgem dos conflitos entre operrios, revoltados com as pssimas condies de trabalho, e empresrios. As primeiras manifestaes so de depredao de mquinas e instalaes fabris. Com o tempo surgem organizaes de trabalhadores da mesma rea. Sindicalismo Resultado de um longo processo em que os trabalhadores conquistam gradativamente o direito de associao. Em 1824, na Inglaterra, so criados os primeiros centros de ajuda mtua e de formao profissional. Em 1833 os trabalhadores ingleses organizam os sindicatos (trade unions) como associaes locais ou por ofcio, para obter melhores condies de trabalho e de vida. Os sindicatos conquistam o direito de funcionamento em 1864 na Frana, em 1866 nos Estados Unidos, e em 1869 na Alemanha. Curiosidade Primeiro de maio - a data escolhida na maioria dos pases industrializados para comemorar o Dia do Trabalho e celebrar a figura do trabalhador. A data tem origem em uma manifestao operria por melhores condies de trabalho iniciada no dia 1 de maio de 1886, em Chicago, nos EUA. No dia 4, vrios trabalhadores so mortos em conflitos com as foras policiais. Em conseqncia, a polcia prende oito anarquistas e os acusa pelos distrbios. Quatro deles so enforcados, um suicida-se e trs, posteriormente, so perdoados. Por essa razo, desde 1894, o Dia do Trabalho, nos Estados Unidos, comemorado na primeira segundafeira de setembro. Consequncia do Processo de Industrializao As principais so a diviso do trabalho, a produo em srie e a urbanizao. Para maximizar o desempenho dos operrios as fbricas subdividem a produo em vrias operaes e cada trabalhador executa uma nica parte, sempre da mesma maneira (linha de montagem). Enquanto na manufatura o trabalhador produzia uma unidade completa e conhecia assim todo o processo, agora passa a fazer apenas parte dela, limitando seu domnio tcnico sobre o prprio trabalho.

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GEOGRAFIA GERALAcmulo de Capital Depois da Revoluo Gloriosa a burguesia inglesa se fortalece e permite que o pas tenha a mais importante zona livre de comrcio da Europa. O sistema financeiro dos mais avanados. Esses fatores favorecem o acmulo de capitais e a expanso do comrcio em escala mundial. Controle do Campo Cada vez mais fortalecida, a burguesia passa a investir tambm no campo e cria os cercamentos (grandes propriedades rurais). Novos mtodos agrcolas permitem o aumento da produtividade e racionalizao do trabalho. Assim, muitos camponeses deixam de ter trabalho no campo ou so expulsos de suas terras. Vo buscar trabalho nas cidades e so incorporados pela indstria nascente. Crescimento Populacional Os avanos da medicina preventiva e sanitria e o controle das epidemias favorecem o crescimento demogrfico. Aumenta assim a oferta de trabalhadores para a indstria. Reservas de Carvo Alm de possuir grandes reservas de carvo, as jazidas inglesas esto situadas perto de portos importantes, o que facilita o transporte e a instalao de indstrias baseadas em carvo. Nessa poca a maioria dos pases europeus usa madeira e carvo vegetal como combustveis. As comunicaes e comrcio internos so facilitados pela instalao de redes de estradas e de canais navegveis. Em 1848 a Inglaterra possui 8 mil km de ferrovias. Situao Geogrfica A localizao da Inglaterra, na parte ocidental da Europa, facilita o acesso s mais importantes rotas de comrcio internacional e permite conquistar mercados ultramarinos. O pas possui muitos portos e intenso comrcio costeiro. Expanso Industrial A segunda fase da revoluo (de 1860 a 1900) caracterizada pela difuso dos princpios de industrializao na Frana, Alemanha, Itlia, Blgica, Holanda, Estados Unidos e Japo. Cresce a concorrncia e a indstria de bens de produo. Nessa fase as principais mudanas no processo produtivo so a utilizao de novas formas de energia (eltrica e derivada de petrleo). Era das Invenes Nos sculos XVIII e XIX a tecnologia vai adquirindo seu carter moderno de cincia aplicada. As descobertas e invenes encontram rapidamente aplicao prtica na indstria ou no desenvolvimento da cincia. Os prprios cientistas, muitos ainda autodidatas, transformam-se em inventores, como Michael Faraday, Lord Kelvin e Benjamin Franklin. Benjamin Franklin (1706-1790), estadista, escritor e inventor americano. Nasce em Boston, em uma famlia humilde e numerosa - 17 irmos. Aos 10 anos, comea a trabalhar com o pai, um fabricante de sabo. Aos 12, emprega-se como aprendiz na grfica de um de seus irmos. 3 Em 1723, muda-se para a Filadlfia, quando comea a dedicarse s letras e s cincias. Autodidata, aprende diversas lnguas. Em 1730, j proprietrio de uma oficina grfica e da Gazeta da Pensilvnia. Membro da Assemblia da Pensilvnia, dedica-se poltica e pesquisa cientfica. Em 1752, inventa o pra-raios. Quinze anos depois, ajuda a elaborar a Declarao de Independncia dos EUA. Seu retrato aparece na nota de US$ 100. Eletricidade - Da primeira pilha, produzida em 1800 por Alessandro Volta, at a lmpada eltrica de Thomas Edison, em 1878, centenas de pesquisadores dedicam-se a estudar a eletricidade em vrias partes do mundo. Suas descobertas aceleram o desenvolvimento da fsica e da qumica e os processos industriais. Thomas Alva Edison (1847-1931) - um dos grandes inventores norte-americanos. Nasce em Ohio, filho de um operrio de ferro-velho. alfabetizado pela me e, aos 12 anos, comea a trabalhar como vendedor de jornais. Durante a Guerra de Secesso instala uma impressora num vago de trem e inicia a publicao do semanrio The Weekly Herald, o qual redige, imprime e vende. Dedica-se pesquisa cientfica e um dos primeiros a criar um laboratrio comercial especializado em invenes prticas. Emprega dezenas de cientistas e pesquisadores. At 1928, j havia registrado mais de mil invenes, como o fongrafo (1877), a lmpada incandescente (1878) e o cinetoscpio (1891).

GUERRA FRIA

A Guerra Fria tem incio logo aps a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a Unio Sovitica vo disputar a hegemonia poltica, econmica e militar no mundo. A Unio Sovitica possua um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido nico (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. J os Estados unidos, a outra potncia mundial, defendia a expanso do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrtico e propriedade privada. Na segunda metade da dcada de 1940 at 1989, estas duas potncias tentaram implantar em outros pases os seus sistemas polticos e econmicos. A definio para a expresso guerra fria de um conflito que aconteceu apenas no campo ideolgico, no ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. At mesmo porque, estes dois pases estavam armados com centenas de msseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois pases e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porm ambos acabaram alimentando conflitos em outros pases como, por exemplo, na Coria e no Vietn. Paz Armada Na verdade, uma expresso explica muito bem este perodo: a existncia da Paz Armada. As duas potncias envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exrcitos e armamentos em seus territrios e nos pases aliados. Enquanto houvesse um equilbrio blico entre as duas potncias, a paz estaria garantida, pois haveria o medo do ataque inimigo.

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GEOGRAFIA GERALNesta poca, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos pases membros. A OTAN - Organizao do Tratado do Atlntico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos Estados Unidos e tinha suas bases nos pases membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsvia era comandado pela Unio Sovitica e defendia militarmente os pases socialistas. Alguns pases membros da OTAN : Estados Unidos, Canad, Itlia, Inglaterra, Alemanha Ocidental, Frana, Sucia, Espanha, Blgica, Holanda, Dinamarca, ustria e Grcia. Alguns pases membros do Pacto de Varsvia : URSS, Cuba, China, Coria do Norte, Romnia, Alemanha Oriental, Albnia, Tchecoslovquia e Polnia. Corrida Espacial EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanos espaciais. Ambos corriam para tentar atingir objetivos significativos nesta rea. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potncias, com o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avanado. No ano de 1957, a URSS lana o foguete Sputnik com um co dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espao. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo pde acompanhar pela televiso a chegada do homem a lua, com a misso espacial norte-americana. Caa s Bruxas Os EUA liderou uma forte poltica de combate ao comunismo em seu territrio e no mundo. Usando o cinema, a televiso, os jornais, as propagandas e at mesmo as histrias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando o american way of life. Vrios cidados americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idias prximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas pessoas nos EUA. Essa ideologia tambm chegava aos pases aliados dos EUA, como uma forma de identificar o socialismo com tudo que havia de ruim no planeta. Na URSS no foi diferente, j que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e at matavam todos aqueles que no seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes pases, por exemplo, era praticamente impossvel. Um sistema de investigao e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionrios da KGB faziam os servios secretos soviticos. Cortina de Ferro Aps a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas reas de ocupao entre os pases vencedores. A Repblica Democrtica da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influncia sovitica e, portanto, socialista. A Repblica Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influncia dos pases capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro foras que venceram a guerra : URSS, EUA, Frana e Inglaterra. No final da dcada de 1940 levantado Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes : uma capitalista e outra socialista. a vergonhosa cortina de ferro. 4 Plano Marshall e COMECON As duas potncias desenvolveram planos para desenvolver economicamente os pases membros. No final da dcada de 1940, os EUA colocaram em prtica o Plano Marshall, oferecendo ajuda econmica, principalmente atravs de emprstimos, para reconstruir os pases capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. J o COMECON foi criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxlio mtuo entre os pases socialistas. Envolvimentos Indiretos Guerra da Coria : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coria foi palco de um conflito armado de grandes propores. Aps a Revoluo Maoista ocorrida na China, a Coria sofre presses para adotar o sistema socialista em todo seu territrio. A regio sul da Coria resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a diviso da Coria no paralelo 38. A Coria do Norte ficou sob influncia sovitica e com um sistema socialista, enquanto a Coria do Sul manteve o sistema capitalista. Guerra do Vietn: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a interveno direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnolgico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviticos) nas florestas tropicais do pas. Milhares de pessoas, entre civis e militares morreram nos combates. Os EUA saram derrotados e tiveram que abandonar o territrio vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietn passou a ser socialista. Fim da Guerra Fria A falta de democracia, o atraso econmico e a crise nas repblicas soviticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da dcada de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas so reunificadas. No comeo da dcada de 1990, o ento presidente da Unio Sovitica Gorbachev comeou a acelerar o fim do socialismo naquele pas e nos aliados. Com reformas econmicas, acordos com os EUA e mudanas polticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um perodo de embates polticos, ideolgicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos pases socialistas.

NOVA ORDEM INTERNACIONALA Globalizao Capitalista A integrao da economia mundial no uma tendncia psGuerra Fria: uma caracterstica do capitalismo que Karl Marx, o pai do socialismo cientfico, j havia identificado no sculo XIX. O que de fato muda com o fim da Guerra Fria, da corrida armamentista, da diviso bipolar do mundo entre os Estados Unidos e a Unio Sovitica que essa integrao ganhou dimenses nunca antes experimentadas. A globalizao, como se convencionou denominar essa integrao, no se d apenas no nvel da macroeconomia. Mas , sem dvida, a macroeconomia regida pelo grande capital, que no se submete ao pleito popular e muitas vezes impermevel democracia. Talvez seja a utopia do capital como bandeira antisocialista que une mundo central e mundo perifrico.

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GEOGRAFIA GERALImpossvel pensar, hoje, em dois ou trs mundos. equivocado pensar no mundo pobre e no mundo rico separadamente. So faces diferentes de um mesmo sistema, o capitalista. As crises nas bolsas de valores, na sia, nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil mostram isso. Sem exceo, nos pases atingidos pela crise na verdade todos, em maior ou menor proporo o Estado teve de intervir a fim de salvaguardar a estabilidade da economia, o que beneficiou a todos, com certeza, mas onerou significativamente a camada mais pobre da populao, que arcar, no mundo inteiro, com o nus do desemprego. O neoliberalismo, a, no valeu. claro que, se no houvesse a interveno do Estado na economia e isso aconteceu no s no Brasil, mas nos Estados Unidos, no Japo, na Alemanha, no Reino Unido, na Frana, nos Tigres Asiticos, enfim em um grande nmero de pases a crise teria sido pior. Mas tambm devemos nos ater ao fato de que, se toda crise nos possibilita pensar em solues e nos aprimorarmos, o Estado tem de estar de prontido. Se ante a ameaa de colapso do sistema o milagre neoliberal no funcionou, devemos ento pensar que ressuscitar essa prtica poltico-econmica fracassada no sculo passado no a soluo; ou ento teremos de arcar com as conseqncias da ressurreio de propostas que na prtica no surtiram o efeito desejado, criticadas atualmente at por aqueles que s conhecem fatos isolados da Histria. A nova ordem internacional do fim dos anos 80 parece no se ter consolidado, pelo menos do ponto de vista poltico. O fim da URSS A ordem que se estabeleceu com o fim da Guerra Fria e com a dissoluo do socialismo real, inicialmente no Leste Europeu, com a desintegrao da URSS, e depois no restante do mundo, colocou em xeque a situao vigente a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, caracterizada pela bipolarizao do mundo, sob o ponto de vista poltico-ideolgico, que tinha como expoentes os Estados Unidos, frente do mundo capitalista, dito Mundo Livre, e a URSS, no comando do mundo socialista, embora no de forma unnime, haja vista as dissidncias na postura de pases como a China, a Iugoslvia e a Albnia. A nova ordem multipolar. Nela, o mundo est dividido em reas de influncia econmica. As alianas militares perderam o sentido, pelo menos no que se refere oposio ao bloco poltico-ideolgico antagnico. Hoje, tem lugar a expanso das alianas econmicas: Unio Europia, Nafta, ALCA, Mercosul, APEC. No contexto da economia globalizada, os blocos econmicos so um grande impulso para a otimizao do crescimento econmico integrado. Os Estados-Nao perderam espao para a ao das transnacionais. Extinguiu-se o embate direita-esquerda, caracterstico do confronto leste-oeste que permeou a Guerra Fria. Se possvel identificar o incio dessas transformaes, sem dvida ele tem lugar em meados da dcada de 80, quando Mikhail Gorbachev assumiu o poder na URSS. Com o planejamento estatal em crise desde o fim dos anos 70, com a Guerra Fria absorvendo quase 1/3 de seu oramento, diante da no-adeso da populao aos planos qinqenais, e com o comprometimento da mquina estatal com a cultura que se criou ao redor da corrupo, Gorbachev entendeu serem necessrias mudanas no pas. Essas mudanas abrangeriam as esferas poltica e econmica. Era tambm necessrio acabar com a Guerra Fria e abrir a economia do pas aos investimentos externos, com os quais se poderia reorientar a tecnologia, sofisticada no setor militar, para o incipiente setor civil. A URSS tinha a capacidade de lanar msseis intercontinentais e de manter uma estao espacial em rbita, mas era absolutamente incapaz de produzir automveis ou eletrodomsticos de qualidade. 5 Diante dessas necessidades, Gorbachev deu incio a um amplo processo de abertura poltica glasnost e de reestruturao da economia perestroika. A abertura poltica, que possibilitaria populao manifestarse a respeito de suas necessidades, tornando-a co-autora da ao do Estado que efetivamente a representaria, possibilitou, no entanto, a ecloso de sentimentos nacionalistas, sufocados duramente durante a Guerra Fria. A reestruturao da economia, que redirecionaria a ao do planejamento estatal para o setor civil, fez vir tona o que de fato era sabido pelo governo e pela sociedade sovitica: que o planejamento estatal fora um fracasso, se no em sua totalidade, pelo menos devido consolidao da burocracia e da maquiagem dos resultados que o Estado procurou contabilizar politicamente. O caos econmico, associado instabilidade poltica, efeitos colaterais do processo de modernizao do pas, levaram a URSS ao fim em 1991. E diante da necessidade de manuteno da integrao econmica das ex-repblicas soviticas, visto que ainda no gozavam de autonomia nesse setor para se inserirem no mercado internacional, criou-se a CEI Comunidade dos Estados Independentes, que tinha tambm como atributo o monitoramento do arsenal da ex-URSS. Os Pases Ps-Socialistas Efetivamente a CEI nasceu morta. Do ponto de vista econmico, as ex-repblicas soviticas tomaram rumos no necessariamente concordantes. O fato que pouco resta hoje do que j foi a segunda maior economia do mundo. As crises se sucedem. A Rssia, detentora da maior parcela do arsenal da ex-URSS, vive uma crise sem precedentes. A incerteza na sucesso do presidente Boris Yeltsin torna os investidores externos temerosos. A poltica econmica do Estado russo no d conta das garantias exigidas pelo mercado internacional para a completa insero do pas. O rublo desvaloriza-se a cada dia. O Estado j pediu uma moratria. Alm disso, movimentos nacionalistas eclodem em constante tenso caso da Chechnia e, mais recentemente, do Daguesto. No resto do pases que outrora se admitiam socialistas, a situao no muito diferente. Na Europa, alguns como a Hungria, a Polnia e a Repblica Checa vislumbram a possibilidade de ingressar na UE Unio Europia; outros como as ex-repblicas soviticas Casaquisto, Uzbequisto e Quirguzia vem seus governos ameaados pela expanso do islamismo. A Coria do Norte e Cuba amargam embargos econmicos que impedem tentativas mais concretas de ingressar no mundo sem fronteiras. Enfim, implodiu-se o mundo socialista, ou mais propriamente o socialismo real, deixando rfos e sem orientao os partidos de esquerda; alguns at sucumbiram proposta neoliberal. O Neoliberalismo do Primeiro Mundo Na Europa Ocidental, o fim do socialismo significou a aparente vitria do neoliberalismo. No incio dos anos 90 a poltica da Europa do Oeste inclinou-se para propostas com menor participao do Estado, atribuindo ao mercado a soluo de muitos problemas. Afortunadamente, a populao desses pases entendeu muito rpido que essa poltica neoliberal traria o retrocesso, e as grandes perdas seriam sentidas na rea social. Na segunda metade da dcada de 90, a tendncia neoliberal foi desbancada politicamente na Alemanha, na Frana, na Itlia e na Inglaterra. A globalizao que derruba fronteiras poderia desestabilizar a economia da Europa unida e coloc-la merc do capital especulativo internacional, criando espao para a ao maior de capitais americanos.

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GEOGRAFIA GERALA nova ordem internacional acabou com um sem-nmero de conflitos diretamente ligados ao das superpotncias; mas fez surgir outros, na sua maioria de origem tnica, religiosa e nacional, que durante a Guerra Fria foram mantidos em estado latente, pois poderiam ameaar a hegemonia das superpotncias sobre determinados pases ou regies. Entre os pases capitalistas, a despeito de ter-se pronunciado ainda mais a diferena entre ricos e pobres, agora Norte-Sul, vale a abertura dos mercados, o fim de restries comerciais e a implantao de um comrcio mais amplo, sob a gide da OMC Organizao Mundial do Comrcio, que substituiu o GATT General Agreement of Taxes and Trading (Acordo Geral de Tarifas e Comrcio). A palavra de ordem a insero no mercado mundial. Os capitais esto cada vez mais livres e, perante uma variada gama de possibilidades de investimentos, deslocam-se facilmente de um pas para outro, de uma economia menos atraente para outra mais atraente, at que uma outra surja, num fluxo contnuo de investimentos que se movimentam ao sabor dos ventos da economia. O Neoliberalismo nos Pases Emergentes No entanto, os efeitos alucinantes do mercado livre, das mltiplas possibilidades de investimento e de integrao econmica acarretaram a atual crise mundial. Os pases emergentes, como os Tigres Asiticos, a Rssia, e o Brasil, sucumbiram mobilidade do capital internacional. Dependentes de investimentos externos, esses pases foram obrigados a abrir suas economias e seu mercado consumidor. No entanto, a concorrncia dos produtos importados frente aos nacionais abalou o parque industrial dos pases do sul, exceo feita aos Tigres Asiticos. Seus governos, por sua vez, no responderam ao chamado neoliberal de atribuir cada vez mais ao mercado o equacionamento das questes sociais. Endividadas e com mquinas administrativas inoperantes do ponto de vista poltico e monetrio, essas economias quebraram. O smart money o dinheiro esperto, ou seja, o capital especulativo internacional no v nesses pases amplas possibilidades de se reproduzir. Para evitar a fuga desses capitais, essenciais para a manuteno de seu tnue desenvolvimento, os pases do sul queimam suas reservas cambiais, elevam as taxas de juros, agravam seus problemas sociais internos, ampliam as desigualdades, mas mantm os investimentos externos, que no tardaro a exigir mais e mais capitais, em mero processo de especulao. O mundo sem fronteiras amplia as desigualdades. Isso est expresso no relatrio das Naes Unidas para o Desenvolvimento Humano. Os pases ricos enriquecem ainda mais, enquanto os pases pobres perdem suas reservas e so obrigados a se sujeitar cada vez mais s determinaes do mercado financeiro. Com a globalizao da economia, h a perspectiva de uma maior integrao no sentido de cooperao entre os pases; mas existem os excludos naes que no constituem Estados nacionais. A globalizao no d conta do nacionalismo, que surge na defesa de interesses de naes apartadas do direito a um territrio, o que faz eclodir inmeros conflitos polticos, tnicos, religiosos e at mesmo tribais. No mundo global no h espao para aquelas naes que, por mais justa que seja sua reivindicao, no se constituram como Estado e no so, portanto, economicamente viveis. A globalizao o que o capitalismo quer, independentemente do desenvolvimento, da integrao real e da mutualidade entre os povos. 6 As Crises Econmicas Capitalistas O processo de aprofundamento e alargamento das relaes capitalistas no mundo veio acompanhado de outro, igualmente drstico, para as populaes: o das sucessivas crises de superproduo, que passavam, a contar da dcada de 1870, a fazer parte da realidade econmica dos pases capitalistas desenvolvidos, cujas consequncias atuariam no sentido de contribuir, sensivelmente, para a promoo de alteraes profundas na estrutura das sociedades burguesas. A partir da consolidao do capitalismo na sua fase imperialista, percebem-se as crises econmicas como muito mais prolongadas, ao contrrio do que se podia sentir nas crises anteriores transio para o capitalismo monopolista, as quais teriam se caracterizado por serem explosivas e menos duradouras, causadas, principalmente, por ms colheitas e ausncia de produtos no mercado, provocando fome, misria e revoltas sociais de vulto, a canalizar o descontentamento imediato das massas. De fato, somente com a passagem para o capitalismo monopolista, a Europa continental passaria a sentir a plena expanso das relaes capitalistas no campo, transformando a antiga estrutura baseada no atendimento s necessidades de consumo dos produtores em uma economia voltada, essencialmente, produo de mercadorias. Neste momento, o carter das crises tambm se transforma. Hilferding, cujos estudos ajudaram Lnin a desenvolver suas anlises sobre o imperialismo, dizia que, na produo mercantil pr-capitalista, as perturbaes na economia eram decorrentes de catstrofes naturais ou histricas, como queda da colheita, secas, epidemias, guerras. Isto porque tal produo era dirigida a atender s necessidades prprias dos produtores, ligando produo e consumo como meio e fim, ao passo que somente o capitalismo plenamente consolidado passa a generalizar a produo de mercadorias, fazendo com que todos os produtos tomem a forma de mercadorias e tornando o produtor dependente do mercado, ao fazer da venda da mercadoria condio prvia para a retomada da produo. A dependncia do produtor em relao ao mercado, a anarquia na produo e a separao do produtor do consumo (o produto deixa de ser propriedade do produtor e, consequentemente, sua produo no tem mais como objetivo central o seu consumo) so caractersticas da produo capitalista, ou seja, da produo cujo objetivo a realizao e multiplicao do lucro. A possibilidade de crise no capitalismo nasce da produo desordenada e do fato pelo qual a extenso do consumo, pressuposio necessria da acumulao capitalista, entra em contradio com outra condio, a da realizao do lucro, j que a ampliao do consumo de massas exigiria aumento de salrios, o que provocaria reduo da taxa de mais valia. Tal contradio insanvel faz com que o capital busque compens-la atravs da expanso do campo externo da produo, isto , da ampliao constante do mercado. Quanto mais a fora produtiva se desenvolve, tanto mais entra em antagonismo com a estreita base da qual dependem as relaes de consumo. Portanto, a crise peridica inerente ao capitalismo, pois somente pode ser resultante das condies especficas criadas pelo prprio sistema. Segundo a teoria exposta originalmente por Marx no Livro III de O Capital, quanto mais se desenvolve o capitalismo, mais decresce a taxa mdia de lucro do capital. Esta ideia fundamenta-se no fato de que o processo de acumulao capitalista leva, necessariamente, ao aumento da composio orgnica do capital, a qual apontada como sendo a relao existente entre o capital constante (o valor da quantidade de trabalho social utilizado na produo dos meios de produo, matrias-primas e ferramentas de trabalho, ou seja, o trabalho morto representado, basicamente, pelas mquinas e pelos insumos necessrios produo) e o capital varivel (valor invertido

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GEOGRAFIA GERALna reproduo da fora de trabalho, o trabalho vivo dos operrios). O processo de acumulao resulta na tendncia substituio do trabalho vivo, a nica fonte de valor, por trabalho morto, que no incorpora s mercadorias nova quantidade de valor, mas apenas transmite s mesmas a quantidade de valor j incorporada nos meios de produo. Como a taxa de lucro depende da taxa de mais valia, cujo valor se reduz com a reduo do trabalho vivo, as taxas de lucro, a longo prazo, tendem a decrescer. Tal situao decorrente da prpria concorrncia inerente ao sistema capitalista, a qual obriga os capitalistas a buscar superar seus rivais atravs do investimento em meios de produo tecnologicamente mais avanados, para reduzir os custos da produo, alm de tentar economizar ao mximo na parcela relativa ao capital varivel, em funo do acirramento dos conflitos provocados pela luta de classes e pelo fortalecimento do movimento operrio. A queda da taxa de lucro, portanto, resultado, em ltima instncia, da tendncia substituio do trabalho vivo por trabalho morto, fazendo reduzir a fonte de mais valia, o que acaba por originar uma superacumulao de capital e de mercadorias, ao mesmo tempo em que promove uma restrio na capacidade de consumo da sociedade, por causa do desemprego que desencadeia. Com o desenvolvimento pleno do capitalismo, cresce a interdependncia internacional dos processos econmicos nacionais, situao que se reflete no carter das crises, fazendo da crise capitalista um fenmeno mundial. Ao mesmo tempo, porm, enquanto as firmas menores sofrem a falncia e a bancarrota em massa, o processo de concentrao do capital faz aumentar a capacidade de resistncia da grande empresa. Enquanto a produo artesanal e voltada para consumo prprio praticamente aniquilada com o progresso do capitalismo, a grande empresa, cuja produo passa a atingir amplos mercados e se diversifica, pode prosseguir durante a crise, mesmo tendo sido forada a reduzir parte da produo. A resistncia s crises tambm aumentada pela forma de organizao da sociedade annima, que, decorrente da crescente influncia dos bancos junto s indstrias, responsvel pela maior facilidade na captao de capitais e no acmulo de reservas na poca de prosperidade, alm de proporcionar um controle maior na gerncia do capital. Do quadro exposto no convm inferir que as empresas resultantes de processos de concentrao, fuso ou cartelizao sejam capazes de debelar os efeitos da crise, mas, sim, que possam encar-los de maneira menos traumtica, pois o peso maior da crise ser sentido pelas indstrias no cartelizadas. No que tange luta de classes, a concentrao de capital faz crescer o poder do empresariado no enfrentamento organizao crescente dos trabalhadores. A grande indstria tambm capaz de oferecer maior resistncia s greves operrias do que, antes, permitia a estrutura das pequenas e mdias empresas, isoladas entre si e competindo umas com as outras. Na fase imperialista, o poder industrial separa-se da fbrica e centraliza-se num truste, num monoplio, num banco, ou na burocracia de Estado, sendo ultrapassada a fase liberal na qual o proprietrio era, ao mesmo tempo, empreendedor, gerenciando uma propriedade individual ou familiar. A concorrncia clssica da poca da mo invisvel do mercado foi substituda pela concorrncia entre oligoplios, empresas mltiplas comandadas por gerncias que trocaram a gesto empirista e intuitiva do capitalismo liberal pelo planejamento estratgico. Ao contrrio do que parte da esquerda imaginou, a planificao gerencial das empresas no significou um passo na direo do socialismo, pois a competio 7 no deixou de existir, apenas tendo se transferido para novos patamares, assim como o planejamento oligopolista no alterou a estrutura da sociedade, mas contribuiu para o processo de renovao e ampliao da hegemonia burguesa. O Capitalismo Contemporneo As tendncias verificadas na passagem para o imperialismo aprofundaram-se durante a primeira metade do sculo XX, sendo responsveis pela ecloso de duas guerras mundiais, entremeadas pela grande crise econmica de 1929 e a ascenso do nazi-fascismo. Uma nova ordem econmica mundial foi erigida, no mundo capitalista, aps a Segunda Grande Guerra, muito em funo do surgimento de um poderoso bloco socialista capitaneado pela Unio Sovitica. A Conferncia de Bretton Woods, realizada nos EUA em 1944, estabelecia as bases da economia capitalista contempornea, com a definio das regras do sistema monetrio e financeiro internacional capitalista ao fim do conflito, visando impedir o excesso de moeda circulante e a inflao (conforme a ortodoxia liberal, o excesso de dinheiro circulando no mercado e altos salrios dos trabalhadores eram apontados como principais causadores da inflao e das crises econmicas). A conjuntura do ps-guerra apontava para o poderio inquestionvel dos Estados Unidos, que saam da guerra como a grande potncia econmica, financeira, poltica e militar, liderando o bloco capitalista e iniciando a Guerra Fria contra a Unio Sovitica e o bloco socialista. Duas naes poderosas, Alemanha e Japo, estavam derrotadas; Frana e Inglaterra debilitadas pela guerra. O dlar foi definido como moeda padro internacional (os EUA detinham 80% das reservas de ouro do planeta, e o Tesouro norte-americano garantia a conversibilidade do metal em troca de dlares). Foi o momento da criao do BIRD (Banco Internacional para Reconstruo e Desenvolvimento, o Banco Mundial), do FMI (Fundo Monetrio Internacional), que receberam dos EUA um capital de U$ 10 bilhes e do GATT (atual Organizao Mundial do Comrcio). Estas instituies foram criadas com o objetivo de administrar um sistema no qual o desenvolvimento econmico mundial passava a depender em larga medida da aceitao das condies impostas pelos Estados Unidos. O Plano Marshall encabeou a ajuda estadunidense aos pases capitalistas destrudos pela guerra. Foram destinados U$ 13 bilhes Europa, com desvalorizaes macias das outras moedas em relao ao dlar e politizando as relaes econmicas dos EUA com os demais pases, em funo do endurecimento com o Leste europeu. medida que crescia a participao dos EUA na defesa do chamado mundo livre (capitalista), os gastos militares desse pas passaram a representar o maior movimento de capitais para o exterior. A nova conjuntura internacional enterrava definitivamente a antiga ordem imperial baseada na colonizao direta. O novo imperialismo implicou que cada vez mais regies do globo se tornassem dependentes do mercado, fato que permitiria nova potncia imperial capitalista (EUA) penetrar muito alm do alcance da conquista militar e do domnio poltico direto. O capitalismo, que sempre foi capaz de gerar novas e crescentes necessidades de expanso permanente, demonstrava tambm ser capaz de produzir outra forma de dominao, diferente de qualquer uma que tenha existido no passado: a dominao no mais exclusivamente dependente do controle poltico e militar direto, mas realizada atravs de imperativos econmicos e da subordinao ao mercado, manipulado em benefcio do capital imperialista.

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GEOGRAFIA GERALNovos mtodos de sujeio foram desenvolvidos, permitindo s principais potncias capitalistas e aos Estados Unidos, em particular, direcionarem os Estados a agirem em benefcio do grande capital, sem a necessidade de a todo momento exercer o domnio militar direto. Ilustrao significativa desta mudana foi a emergncia da Alemanha e do Japo aps a guerra, com a ajuda de seus antigos adversrios, como os maiores competidores econmicos dos EUA, numa relao contraditria de concorrncia e cooperao. Nos anos seguintes guerra, os Estados Unidos e as principais economias capitalistas viveram um longo boom econmico. Em tais condies, havia interesse real no desenvolvimento das economias nacionais, tendo em vista que isso significava a expanso dos mercados consumidores. Tal situao favoreceu a emergncia do Welfare State (Estado de Bem Estar Social), caracterizado pela aplicao de um conjunto de medidas e leis de proteo aos trabalhadores adotadas pelos Estados europeus a partir de 1945. Em pases como Inglaterra, Frana, Sucia, Alemanha e outros, o Estado passou a ser responsvel pela previdncia social, pela assistncia mdica universal, estabelecendo, ainda, seguros sociais que garantiam o amparo velhice, invalidez, maternidade e aos desempregados. Alm disso, o Estado passava a controlar os setores estratgicos da economia (energia, comunicaes, transportes, servios pblicos, etc). A emergncia do Welfare State foi consequncia de uma srie de fatores conjugados, para alm da conjuntura de crescimento econmico aps a Segunda Grande Guerra: a conquista de direitos sociais e trabalhistas pelo movimento operrio europeu, aps mais de um sculo de embates; o receio de novas crises econmicas aps o crack da Bolsa de Nova York, em 1929; a experincia keynesiana anterior nos Estados Unidos, com o New Deal, durante o governo Roosevelt; a ascenso ao poder de partidos social-democratas, trabalhistas ou socialistas; o fortalecimento dos partidos comunistas aps a guerra, graas participao destacada na resistncia ao nazifascismo em seus pases e ao prestgio conquistado pela Unio Sovitica em funo de sua decisiva atuao para a derrota da Alemanha nazista e para a libertao dos territrios sob domnio alemo; a presso poltico-ideolgica exercida pelo bloco socialista. Os primeiros sintomas de uma nova crise capitalista de grandes propores, porm, foram sentidos na dcada de 1960, quando o passivo externo, isto , o dlar circulante fora dos Estados Unidos, era exatamente igual s reservas norte-americanas em ouro. Se todo mundo chegasse com dlar e exigisse do governo dos EUA a troca por ouro, as reservas cairiam a zero. Da para a frente, o distanciamento entre o passivo externo e o ouro nos EUA s tendeu a aumentar. A conjuntura internacional era marcada pela crescente recuperao das economias europias e do Japo, resultando na maior concorrncia das empresas destes pases com as norte-americanas, acompanhada de um processo acirrado de lutas de libertao nacionais na frica e na sia (1958/1963) e da expanso da Guerra Fria. A participao direta dos EUA em conflitos regionais, como as Guerras da Coria e do Vietnam aprofundaram os gastos militares e a corrida armamentista. Da que a crise do petrleo, em 1973, tenha sido apenas a gota dgua de um processo de crise de superproduo j h tempos anunciado. 8 Neoliberalismo e Globalizao O boom econmico terminava nos anos 1970, em grande parte porque a competio entre as grandes potncias capitalistas produzia uma crise de superproduo e queda de lucros. Comeava um novo movimento descendente na economia capitalista globalizada. Paralelamente, a crise poltica vivenciada nos anos 1980 pelos pases socialistas do Leste Europeu e, com maior dramaticidade, pela Unio Sovitica da era Gorbatchev, possibilitou a ofensiva do grande capital na fase neoliberal, marcada pela ascenso ao poder de grupos de direita, por meio das eleies, em diversos pases ocidentais (Margaret Thatcher, 1979, Inglaterra; Ronald Reagan, 1980, EUA; Helmut Khol, 1982, Alemanha; Schluter, 1983, Dinamarca). As origens do pensamento neoliberal esto ligadas ao livro O Caminho da Servido, do economista Friedrich Hayek (1944), atravs do qual atacava a social-democracia e o keynesianismo, buscando resgatar as bases tericas do liberalismo clssico, s vsperas das eleies na Inglaterra, vencidas pelos trabalhistas, logo aps a guerra. Em 1947, uma reunio de intelectuais contrrios poltica keynesiana, em Mont Plerin, na Sua, inaugurava a francomaonaria neoliberal. Hayek e seus companheiros argumentavam que o novo igualitarismo do perodo, promovido pelo Estado de Bem Estar Social, destrua a liberdade dos cidados e a vitalidade da concorrncia, da qual dependeria a prosperidade de todos. Somente cerca de quarenta anos depois o pensamento neoliberal encontrava campo frtil para sua difuso, sendo adotado pelos grupos econmicos que hegemonizaram os Estados nacionais com polticas de desmonte dos sistemas de bem estar e de ataques s conquistas dos trabalhadores, visando inaugurar uma nova fase de acumulao capitalista. As razes da crise dos anos 1970, segundo os neoliberais, estaria no poder excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira geral, do movimento operrio, que havia corrodo as bases da acumulao capitalista com suas presses reivindicativas sobre os salrios e com sua presso parasitria para que o Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais. Tais processos teriam sido responsveis pela reduo dos nveis necessrios de lucros das empresas e pelo desencadeamento de movimentos inflacionrios, provocando a crise econmica. As solues propostas para enfrentamento da crise centravam-se na conformao de um Estado forte para romper com o poder dos sindicatos e para controlar a circulao do dinheiro, ao mesmo tempo em que se apresentava como um Estado mnimo na interveno direta na economia e nos gastos sociais. As metas supremas dos governos neoliberais passavam a ser a estabilidade monetria; a conteno dos gastos com o bem estar social; a restaurao da taxa natural de desemprego, ou seja, o aumento do exrcito de reserva de mo-de-obra, para reduzir salrios e quebrar o poder de presso dos sindicatos; as reformas fiscais para incentivar agentes econmicos; a reduo dos impostos cobrados aos mais ricos e s grandes fortunas (setor dinmico da sociedade capitalista). Uma nova e saudvel desigualdade voltaria a dinamizar as economias avanadas.

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GEOGRAFIA GERALDentre as principais polticas adotadas pelos governos neoliberais estavam os programas de privatizaes de empresas estatais nos setores estratgicos e de servios pblicos, favorecendo o avano dos processos de oligopolizao e monopolizao do capital. O desmonte do Estado de Bem Estar se deu atravs do corte nos gastos sociais e da mercantilizao dos direitos sociais duramente conquistados pelas classes populares, os quais foram convertidos em bens ou servios adquirveis no mercado (sade, educao, seguridade social transformam-se em mercadorias). A ideologia dominante promove a exaltao do mercado: competir a regra; cidadania vira sinnimo de possibilidade de acesso ao consumo dos bens no mercado. Desenvolvem-se novas formas de dominao dos trabalhadores, associadas crescente deteriorao e precarizao dos direitos trabalhistas, com a necessria depreciao do valor de uso da mais importante das mercadorias no sistema capitalista: a fora de trabalho. O aumento do desemprego industrial nos pases de capitalismo desenvolvido, a adoo de novas tcnicas de gerenciamento da produo e de controle da fora de trabalho, sob a gide do toyotismo, os processos de terceirizao e fragmentao das unidades produtivas (a reestruturao produtiva), a expropriao do contrato de trabalho e dos direitos sociais, como forma de tornar o emprego descartvel e a mo de obra plenamente disponvel para o capital, tudo isso contribui para a perda do sentido de classe e da capacidade de organizao e de resistncia explorao por parte dos trabalhadores. Uma das principais teses propagadas pelas correntes neoliberais a de que a chamada globalizao contempornea, alm de caracterizar uma nova poca histrica marcada pelo triunfo final do capitalismo, o que teria fechado as portas para outras alternativas polticas e sociais, promoveria uma crescente unidade e integrao do capital internacional. A transnacionalizao do capital significaria no a intensificao da concorrncia, mas, ao contrrio, o declnio da competio entre os grandes capitalistas e a interpenetrao dos capitais de origens nacionais, por meio de uma crescente colaborao entre as empresas. Haveria, assim, uma relao inversa entre globalizao e competio. Quanto mais globalmente integrado ficasse o capitalismo, menos concorrncia haveria. Na verdade, a globalizao moderna significa justamente o contrrio. No podemos esquecer jamais que a competio e sempre ser o corao do sistema capitalista e que ser sempre uma lei da concorrncia que o capital busque caminhos para vencer ou evitar a competio. Sendo assim, uma das conseqncias da competio capitalista o fato de que os perdedores podero ser absorvidos pelos vencedores. Portanto, a tendncia concentrao e centralizao do capital uma das expresses da concorrncia, no sua anttese. A competio envolvendo grandes corporaes transnacionais intensifica-se medida que novos e cada vez mais agressivos competidores participam da guerra pelos mercados. A revoluo das comunicaes e a introduo da automao, que em um primeiro momento reduziu a capacidade de negociao da classe operria, possibilitaram a concentrao da produo em unidades produtivas especializadas e capazes de abastecer o mercado mundial. A criao de mercados comuns e a queda de barreiras tarifrias facilitaram o fluxo de mercadorias. Tericos anunciaram a sociedade ps-industrial e a era dos servios. Na esquerda, virou moda dizer que o tempo do trabalho se foi e seria a vez dos excludos. O proletariado no diminuiu, ao contrrio, cresceu em termos mundiais. 9 O capitalismo incorporou regies e populaes inteiras produo de mercadorias. Desorganiza a economia camponesa da China e da ndia, separando os trabalhadores dos seus meios de produo. Cerca de um bilho e meio de trabalhadores foram incorporados produo capitalista de mercadorias. Com novos trabalhadores e novos consumidores, o capitalismo garantiu mais um ciclo de expanso. Cento e cinquenta anos de conquistas sociais dos trabalhadores da Europa e dos EUA, o Estado de Bem Estar Social e a concorrncia do bloco socialista encareceram o preo da fora de trabalho. A produo manufatureira, em grande parte, migrou da Europa, dos EUA e do Japo para outras regies norte do Mxico, Malsia e Indonsia, sul da China e ndia. Esse processo persiste, na busca de menores custos de reproduo da fora de trabalho. Pela primeira vez, a maioria da populao mundial est submetida ao processo de produo de mais valia, vivendo no assalariamento, vendendo sua fora de trabalho aos detentores de meios de produo. Mais do que nunca, a contradio capital-trabalho a principal em nosso tempo, no apenas como figura de retrica. O impulso inicial do grande crescimento chins foi dado pela produo para exportao de manufaturas de baixa qualidade. Multinacionais de todos os setores eletroeletrnicos, brinquedos, autopeas se instalaram na China ou terceirizaram a produo em empresas locais. Os custos baixos da fora de trabalho e o controle cambial por parte do governo chins permitiram a prtica de preos bem abaixo dos padres ento vigentes. Mas a China tem diversificado a sua matriz industrial, dependendo cada vez menos da exportao de manufaturas de baixo valor agregado. Seu vigoroso crescimento industrial e a consequente elevao do nvel de vida de parte da sua populao tm demandado quantidades cada vez maiores de combustveis, minrios e alimentos no mercado mundial. Em contrapartida deflao das manufaturas, assiste-se a uma inflao de produtos primrios. No mundo neoliberal e imperialista, os pases e Estados nacionais continuaram a desempenhar um papel central, a despeito do muito que j se falou sobre a globalizao. Em muitos aspectos, o poder estatal foi reforado. o caso das polticas monetrias que visam estabilidade dos preos, a despeito do desemprego que geram. o caso das polticas econmicas e sociais visando reduzir o custo do trabalho. No plano internacional, os Estados foram os vetores da mundializao da ordem neoliberal, pela eliminao das barreiras circulao de bens e capitais e da abertura dos pases ao capital internacional, principalmente, pela venda, a baixos preos, das empresas pblicas mais rentveis. Para exercer o seu alcance global, o capitalismo precisa dos Estados nacionais para manter as condies vitais ao sucesso de suas operaes, ou seja, todo um aparato legal, poltico, administrativo e coercitivo capaz de prover a ordem necessria manuteno do sistema de propriedade numa situao de cada vez mais violenta desigualdade. Alm disso, o capital global se beneficia do desenvolvimento desigual e da diferenciao existente nas diversas economias do mundo, que proporcionam fontes baratas de trabalho e de recursos, ao mesmo tempo em que controlam a mobilidade da mo de obra. A forma poltica do capitalismo global, portanto, no um Estado global, mas um sistema global de mltiplos Estados locais. O capitalismo no criou o Estado nao, mas no casual o fato de este instrumento da dominao burguesa ter praticamente se tornado a forma poltica universal no perodo em que os imperativos do mercado capitalista se difundiram at abranger todo o globo. Acima de tudo, no mercado globalizado, o capital necessita do

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GEOGRAFIA GERALEstado para manter as condies de acumulao e competitividade de vrias formas, preservando a disciplina do trabalho e a ordem social em face das crescentes polticas de expropriao (de direitos, contratos, postos de trabalho, conquistas sociais, etc). Toda corporao transnacional se erige sobre uma base nacional que depende de um Estado local para manter sua viabilidade, assim como necessita que outros Estados lhe proporcionem o acesso a novos mercados e a novos contingentes de trabalhadores. Processos histricos nacionais de conquista da hegemonia na sociedade e no Estado por parte das fraes burguesas locais associadas aos capitais transnacionais garantiram a efetiva expanso da ordem neoliberal em diversos pases. A globalizao como uma forma de imperialismo necessita da desigualdade entre as economias nacionais e regionais, pois o capital se fortalece na diferenciao da economia mundial, tendo liberdade para se deslocar com o propsito de explorar regimes de mo de obra mais barata. Ao mesmo tempo, a relao entre poder econmico e poder poltico, entre capital e Estado, no sendo uma relao mecnica, mas contraditria e complexa, pode ser fonte de instabilidades para o domnio do capital globalizado. As realidades locais, onde efetivamente acontecem os processos de luta de classes, a todo momento sofrem mudanas em funo das contradies histricas e dos conflitos sociais, como pode ser verificado na conjuntura de amplos movimentos de massas e ascenso de governos de corte popular nos ltimos anos na Amrica Latina, assim como nas explosivas e massivas revoltas recentes na Grcia. Diante deste quadro de instabilidade poltica e social permanente, o imperialismo, com seu centro hegemnico nos Estados Unidos, buscou aplicar, sob o governo Bush, a doutrina da guerra permanente, elegendo o terrorismo como inimigo central a ser abatido, com o real objetivo de sustentar a hegemonia do capital global estadunidense numa economia mundial administrada por muitos e diferenciados Estados locais. A poltica belicista do governo Bush foi adotada em funo da necessidade de manuteno da indstria blica. O Pentgono garante o funcionamento da indstria no nico setor que no exportado nem terceirizado: o complexo industrial militar. verdade que o complexo no est imune crise da indstria americana, porm, consegue polpudos lucros, com a inveno de guerras e pagamentos vista e com altos sobrepreos. Para a ao global imperialista, o funcionamento deste complexo industrial militar, por meio da demonstrao de um poder militar macio, tem fundamentalmente a pretenso de exercer um efeito intimidatrio em todo o planeta, com os EUA assumindo o papel de polcia do mundo em favor do capital. Como o poder militar estadunidense no consegue estar em todo lugar o tempo todo, nem impor um sistema de Estados plenamente subservientes, a ao imperialista dos EUA se utiliza do efeito demonstrao, atacando alvos fragilizados e previamente escolhidos, justamente por no oferecerem ameaa real imediata, como ocorre no Iraque e no Afeganisto. A Crise Econmica Atual Nos ltimos anos, o capitalismo tem vivido ciclos de crise e expanso cada vez mais curtos e constantes. Desde o crash da bolsa americana, em 1987, o capitalismo assistiu aos seguintes choques: crise imobiliria no Japo, no incio dos anos 1990, seguida pela estagnao dessa economia por mais de uma dcada; crise asitica, em 1997, com a quebra do mercado de capitais e de cmbio e perda 10 de dinamismo da Coria e demais tigres asiticos; a crise dos fundos, em 1998; crise cambial na Rssia, em 1999; crise cambial no Brasil, Mxico e Argentina, em 2001; estouro da bolha da internet, em 2002; crise do mercado imobilirio estadunidense e crise de liquidez bancria na Europa e nos EUA. O aspecto financeiro dessas crises reflexo da perda de dinamismo das economias da Unio Europia, EUA e Japo. A crise do subprime em 2007 foi resultado direto da diminuio da renda do trabalhador americano e do desemprego. Na esteira da crise de 1987, os mecanismos de controle dos bancos centrais se sofisticaram, bem como a coordenao entre esses bancos. Existe uma rede internacional da liquidez, na qual participam o Federal Reserve, dos EUA, o Banco Central Europeu, o Banco da Inglaterra e o Banco Central Japons. Ao mesmo tempo, a busca por ganhos maiores trouxe um desenvolvimento constante da tecnologia financeira, com o surgimento de novos fundos, securitizao, diversificao de portflios e derivativos. A garantia da liquidez fez os detentores de riqueza assumirem riscos maiores, criando um risco moral, em funo do papel garantidor de ltima instncia dos bancos centrais. Mecanismos de governana bancria e de disciplina da liquidez, como os acordos da Basilia, viraram letra morta, com a autonomia dos gestores de fundos, autonomia esta estimulada pelos grandes bancos, em busca de ganhos extras e diluio de riscos. Avelocidade das comunicaes, casada com a desregulamentao geral dos mercados de dinheiro e ativos, permitiu a atuao dos detentores de riqueza por todo o planeta. A flexibilidade de atuao dos detentores de riqueza intensificou a concorrncia por capitais. Empresas e governos ofereceram aos aplicadores remuneraes acima das taxas de inflao e de crescimento real da economia, aumentando os volumes de recursos nas mos dos detentores de riqueza. Isso gerou uma superabundncia de liquidez (dinheiro disponvel para investimentos reais e financeiros), que, em consequncia, levou a uma inflao de ativos. A globalizao das finanas decorrente da universalizao do capital. Essa universalizao nada mais do que a universalizao da extrao da mais valia, da explorao da fora de trabalho. A estagnao da economia estadunidense um fenmeno claro desde a dcada de 1970. Mesmo entremeado de perodos de grande crescimento, como na segunda metade dos anos 80 e de meados dos anos 90, a tendncia para o baixo crescimento constante. Os EUA assistiram a migrao de vrias de suas indstrias para Mxico, China, Leste Asitico e a desnacionalizao de muitas de suas empresas. A indstria automobilstica, carro chefe da economia nos EUA, enfrenta uma crise sem precedentes, com fortes prejuzos das trs maiores montadoras. A infraestrutura sofre com o abandono e a falta de investimentos. O peso dos EUA no PIB global diminui ano a ano. Importador universal, os EUA geram um imenso dficit externo, casado com um dficit fiscal de similar magnitude. Para fazer frente a estes dficits, o capitalismo estadunidense depende do endividamento, endividamento do governo, das empresas e das famlias. Para sustentar esse endividamento, os EUA se tornaram os maiores importadores de capital. Vendem ttulos de governo, aes, obrigaes privadas, ttulos de todo o tipo, empresas, tudo para sustentar o servio das dvidas pblica e privadas. Os EUA so o centro da especulao financeira, atraindo todo o tipo de dinheiro, dos fundos soberanos da sia e do Oriente Mdio aos lucros das mfias de todo o tipo. O cassino global vital para o financiamento do capitalismo nos EUA. A crise financeira a crise da economia real estadunidense.

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GEOGRAFIA GERALA economia dos EUA vtima do prprio expansionismo. As grandes empresas procuram outros pousos, onde o custo da reproduo da fora de trabalho mais baixo. A revoluo tecnolgica elevou a composio orgnica do capital, aumentando as taxas de mais valia e reduzindo as taxas de lucro. Isso forou a uma concentrao de capital em propores nunca vistas, com fuses e aquisies que se espalham pela produo capitalista no mundo todo. A oligopolizao da economia, inclusive do comrcio varejista, destruiu a pequena e mdia indstria dos EUA. Mas a mais recente crise econmica global no se restringe esfera financeira ou ao mercado estadunidense. Trata-se de uma crise de superacumulao, tendo rapidamente se alastrado por todo o sistema capitalista e todos os pases do mundo. Pelos volumes de recursos que envolve, uma crise maior que a de 1929 e, como o capitalismo est globalizado, seja no comrcio de bens e servios, nas cadeias produtivas, no carter mundial das grandes empresas ou na movimentao financeira, ela atinge, simultaneamente, o centro do sistema, ou seja, Estados Unidos, Europa e Japo, e impacta os chamados mercados emergentes, como China, Rssia, ndia e Brasil. Muitos outros pases, cujas economias dependem de suas exportaes para os grandes centros do capitalismo, j sofrem os efeitos da crise, uma vez que, assim como a China, reduziram suas compras no exterior. A sada de capitais para as matrizes das empresas e bancos outra fonte de abalo para estes pases. A origem deste processo o estouro do mercado de crdito imobilirio dos EUA, onde empresas construtoras e compradores aliaram-se na inadimplncia, oferecendo e aceitando crditos sem garantias, combinando ganncia pelos ganhos fceis com aplicaes financeiras e operaes sem lastro (apostas, como num cassino) com a imprudncia gerada por um padro de consumo exacerbado. Mas este apenas um aspecto superficial da crise. Se levarmos em conta que as taxas de lucro das grandes empresas mundiais principalmente as de matriz nos EUA esto em queda desde os anos 1960, fica evidente que a busca por ganhos financeiros de investidores diversos, alm do movimento especulativo em si, uma tentativa das empresas de manter o nvel de suas taxas de lucro. Em funo da crescente expropriao dos trabalhadores e da reduo de sua capacidade de compra em nvel mundial, as empresas produzem mais do que os mercados em retrao podem absorver. Assim, a onda sucessiva de compra e venda de papis acaba por criar um castelo de cartas, que facilmente desmorona por no ter vnculos com a economia real, da produo. Ocorre, assim, a superacumulao de capitais e a impossibilidade de valoriz-los na esfera da produo. Ainda cedo para que os efeitos e a durao da crise sejam estimados com preciso, pois se, por um lado, o montante de capital envolvido muito alto, tambm correto afirmar que hoje, ao contrrio de 1929, os Estados esto mais aparelhados para fazer frente a problemas econmicos. H instituies mais fortes, articulao internacional e uma aliana entre os Estados capitalistas, para os quais a debelao da crise uma necessidade. As receitas disponveis, do ponto-de-vista do capital, so a receita keynesiana com mais gastos pblicos na produo e base fiscal e a receita monetarista, com a liberao de mais dinheiro para produtores privados e consumidores, na forma de crdito, com juros baixos. Outra sada, a sada natural do sistema, ou seja, simplesmente deixar que as empresas quebrem, ou que haja fuses e incorporaes para que empresas mais fortes surjam, para que o capitalismo se renove e volte mais forte, tem sido descartada pelos principais lderes do governos dos pases centrais, como os presidentes Sarkozy, da Frana, e Obama, dos EUA. 11 As primeiras respostas oferecidas pelos governos dos pases centrais combinaram elementos de ajuda e de estatizao de bancos e socorro a empresas de grande porte, alm de baixas nas taxas de juros. A evoluo da crise depende, portanto, da combinao de medidas a serem tomadas e o peso dado a cada uma delas. No momento, os sinais claros so de recesso, que poder prolongar-se, tornando-se uma depresso, ou convergir para um perodo de alguns anos sem crescimento, ou seja, de estagnao, trazendo consigo o desemprego e grandes tenses sociais no centro e na periferia do capitalismo. Neste quadro, a ofensiva contra os salrios, direitos e garantias dos trabalhadores e at mesmo a vigncia de modelos autoritrios de exerccio de poder so uma possibilidade a mais. A reunio do G-20, realizada em Washington ao final de 2008, apontou para algumas aes voltadas para estimular a demanda, como medidas fiscais, mudanas na poltica monetria, mais recursos para o FMI ajudar as economias emergentes, empenho para romper o impasse na Rodada de Doha neste ano, reforma das instituies de Bretton Woods para dar mais voz s economias emergentes, entre outras medidas, no que parece ser um passo no sentido de reforar os aspectos regulatrios e de ao coordenada dos principais pases do mundo. A crise representa o fim de um perodo marcado pela presena hegemnica do projeto neoliberal, que propiciou uma forma de acumulao, pela qual a sada do Estado das esferas da produo com a privatizao de empresas pblicas e do planejamento, a desregulamentao das economias, o fim dos sistemas de proteo produo interna, a retirada dos direitos dos trabalhadores, o desmonte dos sistemas de bem estar pblicos e outras medidas deram a tnica, objetivando oferecer toda a liberdade aos capitais e aumentar a taxa de explorao do trabalho. Ganhou enormemente com o neoliberalismo o setor financeiro, gerando uma proporo de 10 dlares girando na esfera financeira para cada 1 dlar aplicado na produo. A crise significa tambm uma derrota poltica do capitalismo e a quebra de todos os mitos criados pelo grande capital para endeusar o neoliberalismo, como o mito do mercado autorregulador das relaes econmicas, o mito da retirada do Estado da economia e das privatizaes, o mito da desregulamentao, alm do mito da credibilidade das agncias de risco e do fim da histria. No terreno poltico, a crise marca o que pode ser o incio do fim do Imprio estadunidense, uma vez revelada a sua debilidade interna, refora a multipolaridade e abre espao para a retomada da ofensiva do campo socialista, mesmo que, com a crise, os trabalhadores continuem ainda desorganizados e precarizados. A crise pe em cheque, diretamente, o sistema de organizaes multilaterais, como a ONU, e exige uma nova ordem institucional mundial. No devemos cultivar a iluso de que esta crise apenas mais uma crise do capitalismo e que este modo de produo, ao final do processo, sair mais forte e seguir o seu rumo num patamar superior, como ocorreu em outros momentos da histria. Tampouco devemos cair na armadilha de acreditar que esta ser a crise final do capitalismo. O desenrolar da crise depende, fundamentalmente, da sua conduo poltica e da correlao de foras nos embates sociais que viro. As dimenses da crise e as dificuldades de sua superao sinalizam para o acirramento da luta de classes e para a retomada do movimento de massas em carter mundial, abrindo reais possibilidades de enfrentamento no sentido da transformao e da derrocada do sistema capitalista.

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GEOGRAFIA GERALAssim, cabe s foras revolucionrias lutar para que as classes trabalhadoras assumam, organizadamente, a conduo, o protagonismo do processo, garantindo solues que, ao mesmo tempo em que combatem os efeitos imediatos da crise, criem as condies para que se acumule, na contestao da ordem burguesa, na defesa de seus direitos e na obteno de novas conquistas, na organizao e na conscincia dos trabalhadores, a fora necessria para assumir a direo poltica da sociedade no caminho da superao revolucionria do capitalismo. Mais do que nunca, est na ordem do dia a questo do socialismo. - Embora grande parte da vegetao europia tenha sido devastada com o passar dos anos, ainda encontramos muitas formaes vegetais neste continente. As principais so: Taiga ou Floresta de Conferas (regio norte), Tundra (extremo norte), Floresta Temperada (centro), Vegetao Mediterrnea (sul) e Estepes (leste). - A Europa possui uma fauna bem diversificada. Os animais mais comuns no continente so: rena, urso pardo, raposa, lontra, lebre, javali, lebre, lince, perdizes e faises. - A Europa formada por 49 pases: Irlanda, Frana, Reino Unido, Pases Baixos, Blgica, Alemanha, Malta, Luxemburgo, Sua, ustria, Rssia, Belarus, Polnia, Repblica Tcheca, Ucrnia, Eslovquia, Hungria, Romnia, Moldvia, Srvia, Crocia, Montenegro, Bsnia-Herzegovina, Eslovnia, Bulgria, Macednia, Albnia, Espanha, Portugal, Andorra, Liechtenstein, Itlia, Grcia, Turquia, Islndia, Noruega, Dinamarca, Sucia, Finlndia, Armnia, Letnia, Estnia e Litunia. - Lnguas mais faladas no continente: russo, francs, alemo ingls, italiano e polaco. - Luxemburgo considerado o pas mais rico da Europa. A renda per capita neste pas de, aproximadamente, 43 mil dlares por ano. A Moldvia o mais pobre com uma renda per capita de, aproximadamente, 400 dlares por ano. - Os dois menores pases da Europa so: Vaticano (0,4 km2) e Mnaco (1,95 km2). O continente europeu um dos menores continentes, superando somente a Oceania, diante disso, ocupa uma rea territorial de 10.530.751 quilmetros quadrados que corresponde a 7% das terras emersas do planeta, esse continente possui uma particularidade, est fisicamente ligado sia, juntos so conhecidos como Eursia. Outros definem a Europa no como um continente mais sim como uma imensa pennsula, devido o seu litoral recortado. A Europa est localizada no oeste da eursia, seu territrio permanece quase em sua totalidade no oriente, acima do paralelo do Equador, ou seja, no hemisfrio norte. O territrio desse continente se limita ao Oceano Glacial ao norte, com os mares Mediterrneo e Negro ao sul, Oceano Atlntico a oeste e com os Montes Urais, o Rio Ural e o Mar Cspio no leste. No continente europeu existem muitos pases, dentre esses o de maior territrio a Rssia, com 40% da rea total, o restante abriga 40 pases, na maioria pequenos. Apesar de muitos pases europeus possurem territrios relativamente restritos, tornaram-se verdadeiras potncias polticas e econmicas mundiais, tais como Reino Unido, Alemanha, Frana e Itlia, que fazem parte do G-8 (grupo dos pases mais ricos do mundo). Quanto s caractersticas fsicas ou naturais, a Europa apresenta uma srie de particularidades, diante disso apresentamos os principais aspectos do relevo, hidrografia, clima e vegetao. Relevo O relevo europeu constitudo basicamente por duas unidades de relevo que so as plancies e os macios antigos, ocupando especialmente o centro e o norte do continente. Existem tambm os dobramentos modernos que so compostos por reas montanhosas, provenientes do pouco tempo de processo erosivo, portanto sofreu pouco desgaste, essa caracterstica comum desde o sul at a Pennsula Ibrica. 12

EUROPAA Europa um continente situado no hemisfrio norte do globo terrestre. Ao norte do continente europeu situa-se o Oceano Glacial rtico; ao sul os mares Mediterrneos, Negro e Cspio, a leste os Montes Urais e a oeste o Oceano Atlntico. Do ponto de vista econmico o continente mais rico e desenvolvido do mundo. - A rea do continente europeu de 10.498.000 km. - A populao da Europa de 744,7 milhes de habitantes (estimativa 2006). - A moeda mais importante da Europa o Euro (moeda oficial da Unio Europia), que circula em 16 pases. - A densidade demogrfica da Europa de 101 habitantes por quilmetro quadrado. - O nome do continente tem sua origem na mitologia grega, pois Europa era uma mulher muito linda que despertou o interesse de Zeus (deus dos deuses). - No geral, a economia dos pases bem desenvolvida, sendo que as mais fortes so: Alemanha, Gr-Bretanha, Frana, Itlia e Espanha. - Existe no continente um forte bloco econmico chamado Unio Europia (UE), que envolve 27 pases. Quinze destes pases utilizam uma mesma moeda, o euro. Existem tambm leis comuns que facilitam a circulao de cidados integrantes da UE. - Em geral, a qualidade de vida dos europeus muito boa. Os ndices sociais esto entre os melhores do mundo. Nos pases mais desenvolvidos da Europa (regio centro-oeste), o analfabetismo baixo, a expectativa de vida alta e a criminalidade pequena. - H, neste continente, cinco grandes pennsulas: Itlica, Ibrica, Jutlndia, Balcnica e Escandinava. - As ilhas europias mais importantes so: Crsega, Islndia, Ilhas Britnicas, Creta, Siclia e Sardenha. - O relevo da Europa bem diversificado. Por ser um terreno de formao antiga, predominam as plancies. Encontramos tambm planaltos de baixas altitudes e cadeias montanhosas desgastadas (Crpatos, Pirineus, Apeninos e Blcs). - O litoral europeu muito recortado, facilitando a instalao de portos e a navegao. - Existem sete tipos de climas na Europa: temperado ocenico, temperado continental, mediterrneo, subpolar, semi-rido, frio continental e frio de altitude. - H vrios rios na Europa, sendo que os mais importantes so: Danbio, Reno, Volga, Douro, Tibre, Tejo, Sena, , Elba, Tamisa e P e Ebro.

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GEOGRAFIA GERALDentre os dobramentos modernos e de relevo mais elevado os principais so: os Pireneus, ocupa uma rea de 450 quilmetros entre os limites territoriais da Frana com a Espanha, em alguns pontos as altitudes podem atingir 3.000 metros. Os Alpes, ocorre em uma extenso de 1.100 quilmetros e atravessa o territrio da Frana, Itlia, Alemanha, Sua e ustria; e o ponto mais elevado o Monte Branco com 4.807 metros. Os Apeninos se encontram na Itlia e percorrem o territrio de norte a sul, em pelo menos 1.500 quilmetros, essa regio abriga vulces sendo que alguns so ativos. Crpatos ocorre nas terras da Eslovquia, Polnia, Ucrnia e Romnia e o Cucaso est situado entre o Mar Negro e o Mar Cspio nos territrios da Rssia, Gergia, Armnia e Azerbaijo. Hidrografia Devido composio climtica existente na Europa os rios presentes no continente so relativamente pequenos quanto a seu curso e volume, apesar das limitaes, esses mananciais foram sempre muito importantes para as atividades desenvolvidas na regio, especialmente por se tratar de rios navegveis. Nesse sentido, os rios principais do continente europeu so: rio Reno (1.300 km de extenso) que nasce nos Alpes; Sena (770 km de extenso), sua nascente est localizada ao sudeste de Paris; Rdano (800 km de extenso), nascente nos Alpes suos; Volga (3.531 km de extenso), nasce a noroeste de Moscou e Danbio (mais de 2.800 km de extenso), nasce nos Alpes alemes. Clima A Europa est localizada na zona temperada da Terra, dessa forma, apresenta climas de temperaturas mais amenas, dentre as particularidades de cada regio podem ser identificados diversos tipos de climas, sendo que os principais so: Clima de montanha: ocorre especialmente em reas de relevo de grandes altitudes, como os Alpes e Pireneus, nessas reas as chuvas so bem distribudas durante todo o ano, essas se desenvolvem de forma mansa e rpida, os invernos so extensos e rigorosos, constitudos por nevadas e geadas. Temperado ocenico: formado por um elevado ndice pluviomtrico, especialmente na primavera e no inverno, e temperaturas amenas. Temperado continental: ocorre no centro e leste da Europa, as chuvas desenvolvem com menos incidncia que no temperado ocenico e amplitudes trmicas mais elevadas. Subpolar: predomina em reas prximas regio rtica, constituda por duas estaes bem definidas, sendo que o inverno extremamente rigoroso e longo, com temperaturas que atingem -50C e vero com perodo bastante restrito, com temperaturas que variam entre 16C e 21C. Mediterrneo: esse tipo de clima tpico do sul da Europa com veres quentes e invernos mais amenos em relao a outras regies do continente, nesse h duas estaes bem definidas, seca no vero e chuvosa no inverno. Vegetao A composio vegetativa da Europa variada devido os diferentes solos e climas, desse modo, podem ser identificados diversos tipos de vegetaes, dentre elas esto: 13 Tundra: essa cobertura vegetal comum em regies de clima subpolar, vegetao constituda por musgos, gramneas, arbustos e liquens, flora proveniente da juno de fungos e algas. Floresta conferas: composio vegetativa constituda por pinheiros em reas do sul. Floresta temperada: composta por pinheiros, alm de rvores como a faia e o carvalho, esses vegetais tm caracterstica de perder as folhas no inverno, conhecidos por floresta caduciflia. Estepes: vegetao composta por herbceas ou gramneas provenientes dos solos frteis. Vegetao mediterrnea: composta por xerfilas, plantas tpicas de regies secas, tais como maquis e garrigues. Europa, um Continente em Transformao O continente europeu conhecido como Velho Continente, esse nome dado em razo de ter sido ocupado e organizado como sociedade h muito tempo. Em resposta a tudo isto ele sofreu muitas mudanas ao longo dos anos devido s guerras e conflitos gerados em seu territrio. Porm, uma das transformaes polticas mais surpreendentes que ocorreram foi o fim da Guerra Fria (1989). Em conseqncia das duas Grandes Guerras (1 e 2 Guerras Mundiais) terem ocorrido em solo europeu, este continente teve que ser, muitas vezes, redesenhado para se atualizar com as mudanas entre as fronteiras dos pases. Com a queda do regime socialista na ex-URSS (Unio das Repblicas Socialistas Soviticas), atual Rssia, gerou a criao e demarcao de mais seis naes na Europa. Sem contar as divises que houve entre os pases que acompanharam o regime sovitico. Com o passar dos anos ficou cada vez mais difcil compreender e saber ao certo como estava realmente o mapa europeu. Suas alteraes fizeram com que os atlas fossem atualizados mais de uma vez ao ano. Isto refletiu numa busca pelo entendimento claro sobre a Europa e suas novas configuraes. Pases como: Estnia, Letnia, Litunia, Belarus, Ucrnia e Moldvia vieram tona como novas naes europias e conhece-las se tornava essencial para acompanhar as mudanas do mundo, pois com a queda do Muro de Berlin, smbolo do final da Guerra Fria, registrava-se uma significativa alterao nas questes polticas da Europa. Tambm no podemos nos esquecer que nesta mesma poca houve a diviso da Thecoslovquia em dois pases: a Repblica Theca e Eslovquia, bem como a integrao das duas Alemanhas (Ocidental e Oriental) em uma apenas. Ocorrido s transformaes depois de 1989, surge outro conflito regional para desmembrar e redimensionar o territrio iugoslavo. Como este pas mantinha o regime de ditadura at 1989 e com o fim deste sistema de governo que comandava o Estado com mos de ferro, as diferenas internas comearam a se agitar, houve, ento, um grande colapso entre os grupos tnicos, onde esta guerra ficou conhecida mundialmente como a Guerra da Iugoslvia (1991 -1995). Este conflito gerou grandes conseqncias tanto em baixas civis (e posteriormente a formao de campos de refugiados nos pases vizinhos), bem como uma nova configurao regional na Iugoslvia, dividindo-a em cinco naes: Eslovnia, Crocia, Bsnia, Macednia e a prpria Iugoslvia, fazendo uma remodelao poltica nas Blcs. Essas mudanas vieram para confirmar que o dinamismo no continente europeu sempre ocorreu. As novas divises regionais e organizao interna na Europa comprovam que as transformaes esto bem compreendidas atualmente, sendo que hoje vigora uma

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GEOGRAFIA GERALnova alterao no espao europeu: a formao da Unio Europia, que est em constante mudana e a cada ano se desenvolve e caracteriza uma viso totalmente indita sobre a organizao do continente e suas relaes com as outras naes do mundo. Ou seja, acompanhar e entender suas alteraes so de suma importncia para ver um mundo dinmico e coadunado com o espao atual. Relevo A Amrica do Norte apresenta basicamente trs tipos, como ocorre em grande parte de todo continente americano. Poro ocidental: abriga uma srie de cadeias de montanhas, muitas dessas so vulces que se encontram em atividade e, pois isso, h uma grande ocorrncia de terremotos. Dentre as muitas montanhas presentes as principais so: Cadeias da Costa, Sierra Nevada e as montanhas Rochosas. Poro oriental: corresponde a regies onde se encontram planaltos e montanhas de idade geolgica antiga e que, devido a isso, sofreu diversos e longos processos erosivos. Os principais planaltos so: Labrador (Canad) e Monte Apalache (Estados Unidos). Poro central: essa regio abriga extensas reas compostas por plancies, abrangendo tambm rios e lagos, as mais conhecidas so: as plancies de Lacustre (Canad), do Mississipi (Estados Unidos) e a plancie dos Grandes Lagos. Hidrografia A hidrografia da Amrica do Norte bastante diversificada, no territrio canadense os lagos predominam, existem pelo menos 150 mil lagos, grande parte de origem glacial. A maior concentrao de lagos da Amrica do Norte est localizada entre as fronteiras dos Estados Unidos e do Canad, diante disso, os maiores e mais importantes so: Superior, Michigan, Huron, Erie e Ontrio, o primeiro possui 84 mil km2. Quantos aos rios, no Canad o que se destaca o rio So Loureno, isso por que serve como hidrovia entre os Grandes Lagos e o Oceano Atlntico. Nos Estados Unidos, o mais importante quanto capacidade de navegao o rio Mississipi, outros importantes so Colorado e Columbia, ambos utilizados na irrigao e na gerao de energia eltrica. Clima e vegetao da Amrica do Norte Devido dimenso territorial, na Amrica do Norte so desenvolvidos diversos tipos de composio vegetativa e climtica, os principais so: Tundra: Tipo de vegetao que desenvolve a partir do degelo, composto por liquens, musgos, ervas e arbustos de baixa estatura, isso proveniente do clima frio com invernos longos e rigorosos. Floresta Temperada: esse tipo de vegetao ocorre em regies onde predomina o clima temperado, caracteriza-se por apresentar as estaes do ano bem definidas com invernos frios e veres quentes, as florestas temperadas so compostas por rvores caduciflias e musgos, e presena de cedros, carvalho e pinheiro. Estepe e Pradaria: ocorre em reas que possuem clima semirido, com temperaturas elevadas e longos perodos de estiagem, devido a essa adversidade, a composio vegetativa bastante restrita com a presena de gramneas e ausncia de rvores. Vegetao desrtica: desenvolve em regies desrticas no sul dos Estados Unidos, na fronteira com o Mxico, e tambm na regio do rio Colorado. O clima desrtico, por isso seco durante todo o ano. Savana: ocorre em lugares onde h incidncia de chuvas regulares durante o ano e temperaturas sempre abaixo de 10C nas estaes do outono e inverno. Vegetao de montanhas: Devido altitude a temperatura tende a cair, assim, apresenta clima parecido com o clima frio, quanto cobertura vegetal existem poucas formas presentes. 14

AMRICA ANGLO-SAXNICAConvencionou-se chamar de Amrica Anglo-saxnica ao conjunto dos pases: Canad e EUA, em oposio ao termo Amrica Latina que denomina os pases da Amrica do Sul e Central, e em algumas definies, tambm o Mxico e o Caribe. Essa denominao deve-se ao fato de que estes pases tiveram sua colonizao realizada majoritariamente por pases de origem anglo-saxnica: anglo-saxes a denominao dada aos habitantes da Inglaterra aps a vitria dos saxes, povo germnico, sobre os bretes. Entretanto, essa diviso um pouco controversa, visto que no engloba alguns pases e outros territrios caribenhos que tem com ngua oficial o ingls ou outras lnguas de origem germnica, e esto ou estiveram sob domnio dos ingleses (a maior parte das ilhas caribenhas foi colonizada por espanhis, porm passaram ao domnio dos ingleses, posteriormente). Outro ponto de controvrsia est no fato de que o Canad durante o perodo de sua colonizao esteve ora sob domnio francs, um povo latino, ora sob domnio ingls, povo germnico, e tem como lnguas oficiais o francs e o ingls. E na regio de Quebc (antiga Provncia do Canad, junto com Ontrio) o francs a lngua oficial, visto que as leis canadenses permitem que cada provncia eleja seu idioma oficial. A Amrica do Norte est localizada no extremo norte das Amricas, composta por apenas trs pases: Estados Unidos, Canad e Mxico, alm de territrios de domnios europeus, como a Groenlndia (pertencente ao Reino da Dinamarca, com representao no parlamento) e Bermudas (dependncia britnica). Os dois primeiros so os nicos do continente americano que esto inseridos no grupo dos pases mais importantes poltico e economicamente, especialmente o primeiro, que possui a condio de maior potncia mundial, j o terceiro configura-se como um pas em desenvolvimento, ou seja, emergente. Um fato determinante na atual condio dos pases citados o fator histrico, assim como todas as naes das Amricas, os Estados Unidos e o Canad tambm foram colonizados por Europeus, entretanto, o modo como foi desenvolvido foi diferente, pois enquanto o centro e o sul das Amricas foram colnias de explorao, as naes em questo viveram um processo de povoamento. A Amrica do Norte tambm conhecida por Amri