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Demografia do Brasil Unidade 05 – Pág. 38 – 49. [email protected]

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Demografia do Brasil

Unidade 05 – Pág. 38 – 49.

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Estrutura Étnica da PopulaçãoBrasileira

• Um dos traços mais marcantes da estruturaétnica da população brasileira é a enorme variedade de tipos, resultante de uma intensa mistura de raças. Esse processo vemorcorrendo há quase cinco séculos.

• Três grupos étnicos básicos deram origem àpopulação brasileira: o branco, o negro e o índio.

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• O contato entre esses grupos começou a ocorrer nos primeiros anos de colonização, quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproxomando-se dos índigenas(nativos) e trouxeram os escravos negros (escravos).

• A miscigenação ocorreu de maneira rápida jánesse período, dando origem aos inúmerostipos de mestiços que compõem a populaçãobrasileira.

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• Segundo os dois últimos recenseamentosfeitos, a população brasileira é composta por:

• 54% brancos;• 40,1% pardos;• 5,3% negros;• 0,60% outros (amarelos e índigenas).

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• Porém, esses dados devem ser analisadoscom cautela, já que devido à discriminaçãoracial que atingem alguns grupos étnicos, faz com que a resposta dos entrevistados sejamdiferentes da realidade. Não é raro umindivíduo negro ou índio se declare mestiço, assim como indivíduos mestiços respondamser brancos. A população brasileira torna-se cada vez mais miscigenada, diminuindo as diferenças mais visíveis entre os três grupos étnicos originais.

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Os grupos étnicos

• O índio: Os 2 milhões de índios(aproximadamente) que habitavam o atualterritório brasileiro no início do século XVI estão reduzidos hoje a apenas 250.000, ouseja, menos de 0,2% da população total do país.

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Qual a origem do índio americano?

• A questão da origem do índio americano (ameríndio) tem gerado muita polêmica, sendo que diversas teorias a respeito jáforam propostas.

• Para o naturalista Florentino Ameghino, o indígena americano seria autóctone, isto é, originário do próprio continente.

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• De modo geral, os antropólogos estão de acordo quanto à origem asiática do indígena americano; porém, tem havido divergênciasnum ponto: como chegaram à América? A esse respeito existem vária teorias, das quaisa mais aceita é a do antropólogo Paul Rivet, que admite quatro hipóteses ou correntes de povoamento da América, a saber:

• Corrente esquimó: migração de povosoriundos da região dos Montes Urais (URSS) para a América através do Ártico.

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• Corrente australiana: migração de grupos oriundos da Austrália para o sul da Argentina (Patagônia), através do pacífico, dando origemaos índios patagões.

• Corrente malaio-polinésia: migração de povosoriundos da Oceania (Melanésia e Polinésia) para o litoral do Peru e para a América Central, atravésda navegação pelo Pacífico.

• Corrente asiática: a mais aceita pelos antropólogos, admite que os grupos mongóis, provenientes do nordeste da Ásia, chegaram àAmérica, há cerca de 30.000 anos, atravessandoo estreito de Bering por ocasião dos períodos interglaciais (entre duas glaciações).

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Quantos índios vivem no Brasil?

• Saber quantos índios vivem atualmente no Brasil é uma questão difícil e controvertida, que decorre de vários problemas, tais como:

• a não referência da população indígena nos recenseamentos oficiais;

• a dificuldade de acesso aos locais ondevivem;

• a situação de marginalização étnico-social; • a própria definição do que seja um índio.

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• Esses problemas estão vinculados ao graude integração do índio à sociedade brasileiraou neobrasileira.

• As estimativas atuais, realizadas por órgãoscomo a Funai (Fundação Nacional do Índio), o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e o Cedi (Centro Ecumênico de DocumentaçãoIndígena), admitem a existência de aproximadamente 250.000 índios, concentrados quase totalmente na Amazônia.

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• O branco: em 1890, ano em que foi realizado o segundo recenseamento oficial do brasil, os brancos representavam 42% da populaçãobrasileira, contra 55% de mestiços e negros e 3% de índios.

• A intensificação do processo imigratório apósa proibição do tráfico de escravos (1850) e, principalmente, após a Abolição da Escravidão (1888) alterou profundamente a proporção étnica da população brasileira.

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• Entre 1884 e 1933, o Brasil recebeu quase 4 milhões de imigrantes, a grande maioriaformada por brancos. Em 1940, ano em que foi realizado o quinto recenseamento oficial, os brancos passaram a representar 63,5% da população do país, contra 35,8% de mestiçose 0,7% de amarelos.

• Nos últimos 50 anos, embora tenhadiminuído a proporção de brancos (reduçãoda imigração e miscigenação interna), maisda metade da população brasileira é formada por brancos (55,2% em 1991).

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• Dentre os indivíduos de cor branca, predominamos de origem européia, destacando-se os seguintes grupos:

• Atlanto-mediterrâneos: é o grupo maisnumeroso e representa cerca de 75% do total de imigrantes que entravam no Brasil. É formado, principalmente, por portugueses, italianos e espanhóis.

• Germanos ou teutões: grupo representado por alemães (os mais numerosos), austríacosholandeses, suíços e outros.

• Eslavos: grupo representado por poloneses (os mais numerosos), ucranianos, russos e outros.

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• Além dos europeus, o Brasil recebeuindivíduos brancos de outras partes do mundo: Ásia (turcos, árabes, judeus, libaneses, sírios etc.), América do Norte, América do Sul etc.

• As regiões brasileiras que apresentam os maiores percentuais de indivíduos de corbranca são as regiões Sul (cerca de 80%) e Sudeste (cerca de 65%).

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• Além de predominar em número, o brancoexerce amplo domínio econômico, social e político no país. Comparado aos negros e aos pardos, os brancos levam enorme vantagem: têm os melhores empregos, ganham mais, estudam por um tempo maiore vivem mais e melhor. Os números a seguir, fornecidos pelo censo de 1980, confirmam a melhor situação sócioeconômica dos brancosem relação aos negros e pardos.

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• Dos trabalhadores que ganham dez ou maissalários mínimos, 86,6% são brancos, contra 9,9% de pardos e 0,7% de negros.

• 79% dos empregadores (patrões) sãobrancos, contra 16% de pardos e apenas 1% de negros.

• 58% dos empregados são brancos, contra 34% de pardos e 7% de negros, ou seja, para cada oito empregados brancos, há cinco pardos e um negro.

• O percentual de brancos que têm nove anos e/ou mais de estudos é de 16%, contra 6%de pardos e 4% de negros.

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• Com o fim da escravidão e a entrada maciçade imigrantes europeus, as elites criarammodelos discriminatórios e mecanismos de resistência à ascensão social das camadas não-brancas, marginalizando-as nos níveiseconômico, social e cultural.

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• Forçados a competir em pé de igualdade comos imigrantes, os pardos e os negros ex-escravos não se incorporaram ao novo modelo de desenvolvimento socioeconômico(o modelo urbano-industrial) e foram compora parcela de marginalizados. Entrava emcena o mito (difundido pelo colonizador) da incapacidade do negro para o trabalho.

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• Em 1893, os imigrantes já representavam79% do pessoal ocupado nas atividadesmanufatureiras e 85% nas atividadesartesanais, atividades essas que antes eramexercidas pelos negros e pelos pardos.

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• O negro: Capturados na África, os primeirosnegros escravizados chegaram ao Brasil naprimeira metade do século XVI, possivelmente em 1532. No continente americano, a chegada dos primeiros negros africanos escravizados data de 1502, em SãoDomingos, nas Antilhas.

• A vinda forçada dos negros para o Brasil éexplicada pelos lucros decorrentes do seutráfico e pela necessidade de se explorar a sua força de trabalho na nascente economiacanavieira.

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• Por vários séculos, desde o ciclo da cana-de-açúcar (séculos XVI e XVII) até o ciclo do café (séculos XIX e XX), o negro foi o braçosustentador da economia brasileira, estando presente em todas as atividades econômicasfundamentais do país:

• Na agroindústria açucareira do nordeste, iniciada no século XVI;

• Na atividade mineradora nos séculos XVII e XVIII em Minas Gerais e na Região Centro-Oeste;

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• Na lavoura algodoeira nos séculos XVII e XVIII no Maranhão;

• Na cultura cafeeira no século XIX na regiãoSudeste (Rio de janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo) e na atividadeindustrial.

• Para se dar uma idéia da importância da mão-de-obra escrava para a economiabrasileira, basta dizer que, entre 1820 e 1860, o Brasil recebeu 1.200.000 negros escravizados, mais que o dobro da quantidade recebida por toda a América espanhola no mesmo período.

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O tráfico negreiro e as áreas de procedência

• Capturados através de raptos, guerras ousimplesmente comprados ou trocados por mercadorias. Os negros eram em seguida transportados da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros. Aí eramamontoados, mal-alimentados, sofriamcastigos e eram mantidos em completa promiscuidade. Muitos morriam na viagem.

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• Chegando ao Brasil eram vendidos a preçosque variavam de acordo com o sexo, a idade, a procedência etc.

• Com relação à quantidade de escravos que entraram no Brasil, 3,5 a 4 milhões é a cifra mais aceita pelos estudiosos. Quanto àsáreas de origem, dois grupos se destacam : Os sudaneses e os bantos.

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• Sudaneses: Provenientes de regiões próximas aoGolfo da Guiné (África ocidental), que correspondem atualmente a países como Guiné, Costa do Marfim, Burkina, Gana, Togo, Benin e Nigéria.

• Os sudaneses são descritos como mais altos e corpulentos que os bantos e de nível cultural maiselevado. Desembarcaram principalmente emSalvador, sendo que posteriormente muitos foramlevados para trabalhar na extração do ouro emMinas Gerais. Os sudaneses são divididos emdois grupos:

• Haúças, mandingas e fulas (islamizados); • Iorubas, nagôs, jejes e fanti-achantis (não

islamizados).

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• Bantos: Provenientes de Angola, do Congo e de Moçambique, são descritos como maisatrasados culturalmente e de feições maisrudes. Os principais portos de desembarque foram Recife, São Luís e Rio de Janeiro.

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• Maioria da população até por volta do início do século XIX, em 1890, dois anos após a Aboliçãoda Escravidão, os negros estavam reduzidos a menos de 15% da população total do país. Para isso contribuíram principalmente, a proibição do tráfico negreiro, a miscigenação, a elevada mortalidade dos negros e a imigração européia. Em 1988, no centenário da Abolição, os negros não ultrapassavam 5% da população do país.

• Se a proporção de negros na população total do país diminuiu de forma assustadora, a discriminação contra os negros em nada se modificou.

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• A discriminação não é apenas uma questãode cor. É, também, uma questão de qualidade de vida.

•• "O negro quando nasce tem 30% a mais de

chances que o branco de morrer antes de completar 5 anos de idade. Quando cresce, tem o dobro de chances (de um branco) de sair da escola sem aprender a ler nemescrever. Quando morre, chegou ao fim umavida cuja expectativa, ao nascer, era de apenas 50 anos. Se fosse branco, a expectativa de vida seria de 63 anos." (Revista Veja, 11-5-1988, p.22.).

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• Decorridos mais de cem anos desde a Abolição, e quase quinhentos anos desde a chegada do negro, o que se verifica de fato, hoje, no Brasil é a existência de duascidadanias: a branca e a negra.

• Essa é a dura realidade que nem mesma a tão propalada ideologia da "democracia racial" conseguiu esconder. Essa ideologiaadmite existir convivência harmoniosa entre brancos e não-brancos no Brasil.

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• O mestiço: São os mulatos, cablocloscafuzos.

• Mulato: brancos + negros. 20% populaçãobrasileira.

• Caboclo: brancos + índios. 16% populaçãobrasileira.

• Cafuzo: negros + índios. Pouco mais de 3% da população.

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O crescimento da populaçãobrasileira

• Poucos países conheceram um crescimentopopulacional tão grande e rápido como o que ocorreu no Brasil nos últimos 120 anos.

• De 1872 (primeiro censo) a 1991 (décimo censo), a população brasileira passou de quase dez milhões para pouco menos de 150 milhões de pessoas, um aumento de quinze vezes em menos de 120 anos.

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• Em apenas três décadas (período 1950-1980), a população brasileira teve umacréscimo de 67 milhões de pessoas: passoude 52 para 119 milhões. Esse acréscimo émuito superior à população atual de algunspaíses, como, por exemplo, a França, Itália e o Reino unido (cerca de 57 milhões, cada). Equivale, também, ao dobro da populaçãoatual da Argentina (33 milhões de pessoas).

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9.930.47814.333.91517.318.55630.653.60541.165.28951.941.76770.070.45793.139.037119.002.706147.053.940161.400.000

18721890 1900 1920 1940 1950 1960 19701980 1991 1995

População absolutaAno

Crescimento da população brasileira no período 1872-1995

IBGE, Anuários Estatísticos do Brasil; L’État du Monde, 1995.

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Como se explica o elevado crescimento populacionalocorrido no Brasil?

• Em qualquer país, o crescimento populacionalresulta de duas variáveis: as migrações externas (entrada e saída de pessoas do país) e o crescimento natural ou vegetativo da população(diferença entre as taxas de natalidade e as de mortalidade).

• No caso do Brasil, apesar de a imigração tercontribuído de forma decisiva no aumento populacional, sem dúvida foi o crescimentovegetativo o fator principal do aumento populacional.

Page 36: Geografia   Demografia

• Entre 1872 e 1940, período em que o Brasil recebeu cerca de 80% do total de imigrantes, as taxas de crescimento populacionalsituaram-se em torno de 1,8% ao ano.

• A partir de 1940 e até 1980, período em a imigração foi insignificante, as taxas de crescimento populacional situaram-se sempre acima de 2,3% ao ano. Na década de 1950, a de maior crescimento, as taxassituaram-se próximas a 3%.

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• Assim, se até a década de 30 a imigração teveparticipação importante no crescimentopopulacional, a partir de então o crescimentopopulacional passou a depender, quaseexclusivamente, do crescimento vegetativo.

• O ritmo relativamente lento do crescimentopopulacional brasileiro no período 1872-1940 éexplicado pela combinação de elevadas taxasde natalidade (ausência de métodos e práticasanticoncepcionais) e altas taxas de mortalidadeprincipalmente a infantil, decorrente sobretudoda precariedade das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, da desnutrição, das doenças de massa, da diarréiainfecciosa, das doenças respiratórias, etc.

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• Essa situação demográfica, caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade(nascem muitos e morrem muitos) e crescimento populacional relativamente baixo, é típico de países muito atrasados e corresponde à primeira fase do ciclo demográfico.

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• No início da década de 1990, ainda existiamalgumas países nessa situação. Guiné-Bissau, país da África ocidental e um dos mais pobres do mundo, é um exemplo.

• As características demográficas atuais de Guiné-Bissau são semelhantes as que o Brasil apresentava na década de 30.

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O pós-guerra e a explosão demográfica

• No período pós-Segunda guerra Mundial, o Brasil ingressou na Segunda fase do ciclo demográfico, ou seja, na etapa de maiorcrescimento populacional.

• O explosivo crescimento populacionalocorrido no período situado entre a década de 40 e a de 80 resultou da seguintecombinação de variáveis demográficas: redução muito lenta da natalidade e a queda acentuada da mortalidade.

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• Entre 1940 e 1980, enquanto a taxa de natalidade passou de 44% para 33%, a taxade mortalidade passou desabou de 25,3% para 8,1%. Em conseqüência, a taxa de crescimento populacional que era da ordemde 1,8% em 1940, saltou para quase 2,5% em 1980. Na década de 50, a taxa de crescimento atingiu quase 3% ao ano, umadas mais elevadas do mundo, na época.

Page 42: Geografia   Demografia

• No período de 1940-1980, a taxa média de crescimento anual da população brasileirasituou-se em tono de 2,6%. Para se ter umaidéia do que isso significa em termos de aumento populacional, observe que:

• Para uma taxa de crescimento anual de 3%, a população duplica a cada 23 anos;

• Para uma taxa de 2,5%, a população duplica a cada 28 anos;

• Para uma taxa de 1%, a população duplica a cada setenta anos.

Page 43: Geografia   Demografia

• Em apenas trinta anos, por exemplo, no período de 1950-1980, a população brasileiramais que dobrou: passou de 51,9 para 119 milhões de pessoas (133% de aumento no período). Entre 1940 e 1980, a populaçãoquase triplicou: passou de 41 para quase 120 milhões.

Page 44: Geografia   Demografia

• Em apenas trinta anos, por exemplo, no período de 1950-1980, a população brasileiramais que dobrou: passou de 51,9 para 119 milhões de pessoas (133% de aumento no período). Entre 1940 e 1980, a populaçãoquase triplicou: passou de 41 para quase 120 milhões.

Page 45: Geografia   Demografia

• As razões dessa explosão demográfica ocorrida no terceiro mundo são aquelas jámencionadas no caso do Brasil: persistênciade elevadas taxas de natalidade e reduçãoacentuada das taxas de mortalidade.

• A rápida e acentuada queda das taxas de mortalidade no Terceiro Mundo resultou de várias causas, tais como: progresso mundial da medicina e da bioquímica, urbanizaçãodos países subdesenvolvidos, acompanhadada melhoria das condições médico-hospitalares e higiênico-sanitárias, combate às doenças de massas etc.

Page 46: Geografia   Demografia

• Por outro lado, a persistência de elevadas taxas de natalidade está relacionada a fatores que dificultam a adoção de métodos artificiais de controle da natalidade, como, por exemplo: influência religiosa, baixaescolaridade da população, pobreza, elevado contingente de população rural etc.

Page 47: Geografia   Demografia

Perfil demográfico atual do Brasil

• Os dados fornecidos pelo último censo demográfico, realizado pelo IBGE em 1991, indicam que o Brasil continua realizando suatransição demográfica. Transiçãodemográfica é a fase intermediária, que se caracteriza pelo máximo crescimentopopulacional dentro do ciclo evolutivo demográfico.

• As três fases do ciclo demográfico são as seguintes:

Page 48: Geografia   Demografia

• Primeira fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e mortalidade, originando baixo crescimento populacional. O Brasil abandonou essa fase no início do século XX.

Page 49: Geografia   Demografia

• Segunda fase: caracterizada por elevadas taxas de natalidade e declínio das taxas de mortalidade, gerando elevado crescimentopopulacional. É a transição demográfica propriamente dita, que antecede a última etapa do ciclo, a da estabilidade. Os países desenvolvidos concluíram essa fase nasprimeiras décadas do século XX. O Brasil atingiu o auge dessa fase na década de 50, quando as taxas de crescimento populacionalse aproximaram de 3% ao ano.

Page 50: Geografia   Demografia

• Terceira fase: caracterizada por baixas taxasde natalidade e de mortalidade, gerandobaixíssimo crescimento populacional, estagnação e até mesmo taxas negativas de crescimento. O Brasil só deverá ingressarnessa fase no início do século XXI. Por volta do ano 2050, o Brasil estará completando o seu ciclo demográfico.

Page 51: Geografia   Demografia

• A queda na taxa de fecundidade é uma das principais características da transiçãodemográfica brasileira. Taxa de fecundidadeé o número médio de filhos nascidos vivos que cada mulher tem ao longo de seuperíodo reprodutivo. No Brasil, essa taxa caiude 6,2, em 1940, para 2,6, no final da década de 80. Além de ter menos filhos, as mulherespassaram a participar mais da vida econômica do país.

Page 52: Geografia   Demografia

• As principais característica da populaçãobrasileira, reveladas pelo censo de 1991, são as seguintes:

• Redução do ritmo de crescimento anual, que passou de 2,4%, no período 1971-1980, para 1,9% no período 1980-1991, devido à queda das taxas de natalidade.

• O total de habitantes ou população absoluta do país (147 milhões em 1991) classifica o Brasil como país populoso (com elevada populaçãoabsoluta), situando-o em 6º lugar entre os maispopulosos do mundo. Em 1995, com umapopulação de 161,4 milhões o Brasil ultrapassoua Rússia e passou a ocupar o 5º lugar mundial.

Page 53: Geografia   Demografia

• Aumento da idade mediana ouenvelhecimento da população. Por idademediana entende-se a linha divisória entre os 50% mais velhos e os 50% mais novos da população. Na Região Sudeste, por exemplo, a idade mediana passou de 22 anos, em1980, para 25 anos, em 1991. Isso significa que a metade mais nova da população do Sudeste já não tem mais 22 anos, e sim 25 anos. Em todas as regiões brasileirasaumentou a parcela de adultos (15 a 64 anos) e de idosos (acima de 65 anos). Emsíntese, pode-se dizer que a populaçãobrasileira está envelhecendo.

Page 54: Geografia   Demografia

• As mulheres, que já eram a maioria desde o censo de 1940, continuam crescendo emnúmero e em importância econômica (maiorparticipação no mercado de trabalho). Comexceções das regiões Norte e Centro-Oeste, o número de homens diminuiu em todas as demais regiões do país. A menor proporçãoocorre no Nordeste: são 95 homens para cada 100 mulheres. No Sudeste, essaproporção baixou de 99 para 97 homens para cada 100 mulheres.

Page 55: Geografia   Demografia

• A Região Sul, que em 1980 possuía 100,3 homens para cada 100 mulheres, passou a ter , em 1991, apenas 98,5 homens para cada 100 mulheres. A participação da mulherno mercado de trabalho passou de 27% em1980 para 35,5% em 1991. Funções que antes eram quase exclusivas dos homensestão sendo cada vez mais exercidas por mulheres. Por exemplo, a chefia da família. No nordeste, onde é muito comum o homemmigrar para outras regiões, ocorre a maiorproporção de mulheres que exercem a função de chefes de família: 19,5% em 1991, contra 16,6% em 1980.

Page 56: Geografia   Demografia

• A taxa de analfabetismo, embora elevada, está diminuindo. Passou de 25,5% em 1980 para cerca de 20% em 1991. Os estados campeões em analfabetismo, por região, sãoos seguintes: Alagoas, no Nordeste (45,6% de analfabetos); Acre (na Região Norte, 34,9%); Mato Grosso, no Centro-Oeste (18,2%); Minas Gerais, no Sudeste (17%) e Paraná, no Sul (13,4%). Atualmente esta taxa está em torno de 13,3%.

Page 57: Geografia   Demografia

Estrutura etária e desenvolvimentosocioeconômico

• A estrutura etária é um importante indicador do nível de desenvolvimento socioeconômicodo país. Por exemplo:

• Estrutura etária com elevado predomínio de adultos e idosos é característica de países de maior desenvolvimento socioeconômico.

• Estrutura etária com predomínio de populaçãojovem caracteriza países com menor desenvolvimento socioeconômico.

Page 58: Geografia   Demografia

• Os maiores percentuais de população jovem, assim como as famílias mais numerosas, sãoencontrados nos países mais pobres. Nos países desenvolvidos ocorre o contrário.

• A estrutura etária e o tamanho das famíliasestão diretamente relacionados à taxa de fecundidade (média de filhos por mulher).

• Em 1991, as taxas de fecundidade maiselevadas do mundo eram da ordem de 7,5 (Etiópia, Níger e Uganda). As mais baixaseram de apenas 1,3 (Itália, Espanha e Alemanha).

Page 59: Geografia   Demografia

• O reflexo dessas taxas de fecundidade naestrutura etária é visível: Uganda, por exemplo, possui 49% de jovens, contra apenas 16% na Alemanha. Emcompensação, enquanto Uganda possuiapenas 2,7% de idosos, a Alemanha possui16%.

• Além de ser um indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico, a estruturaetária exerce grande influência no própriodesenvolvimento socioeconômico dos países. Isso porque:

Page 60: Geografia   Demografia

• Uma elevada proporção de jovens napopulação exige elevados investimentos emsetores como, por exemplo, educação e saúde.

• Uma elevada proporção de idosos napopulação exige elevados gastos comaposentadorias e assistência médica e social.

Page 61: Geografia   Demografia

2,74,35,76,26,26,2Taxa

fecundidade,

em nº de

filhos por

mulher

26,033,037,744,043,544,0Taxa

natalidade,

por 1.000

65,56053524643Expectativa

de vida, em

anos

7,0 / 7,56,5 / 6,55,0 / 5,04,5 / 5,04,0 / 4,04,0 / 4,0% de velhos

(60 anos ou

mais)

48,0 / 58,045,0 / 55,542,0 / 53,042,5 / 52,543,5 / 54,042,5 / 53,5% de adultos

(20 a 59/15 a

59 anos)

45,0 / 34,548,5 / 38,053,0 / 42,053,0 / 42,552,5 / 42,053,5 / 42,5% de jovens

(0 a 9/0 a 14

anos)

199119801970196019501940Dados/Ano

Brasil: dados demográficos no período 1940 - 1991

IBGE, Anuário Estatístico do Brasil, 1994

Page 62: Geografia   Demografia

76,015,967,916,2Alemanha

65,57,558,034,5Brasil

46,02,748,648,7Uganda

Expectativa de

vida, emanos

% de idosos

(60 anos oumais)

% de adultos(15 a 59

anos)

% de jovens(o a 14 anos)

País

Estrutura etária: dados comparativos (1991)

Banco Mundial/FGV, Relatório Sobre o Desenvolvimento Mundial, 1993

Page 63: Geografia   Demografia

33.61015,667,516,9Suíça

18.52015,268,616,2Itália

23.65015,967,916,2Alemanha

1702,748,648,7Uganda

3401,849,448,8Quênia

2700,550,648,9Ruanda

Renda per

capita, em

dólares

% de idosos

(60 anos ou

mais)

% de adultos

(15 a 59

anos)

% de jovens

(0 a 14 anos)

País

Estrutura etária e renda per capita de alguns países subdesenvolvidos e de

alguns países desenvolvidos (1991)

Banco Mundial/FGV, Relatório Sobre o Desenvolvimento Mundial, 1993

Page 64: Geografia   Demografia

Bibliografia

• SEM AUTOR. Unidade 05 – Divisão político-administrativa e regional. Material doProfessor – Geografia 2ªsérie. Maringá: Liceu. Pág. 38 – 49.

• http://www.frigoletto.com.br