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POR UM TRÂNSITO MAIS HUMANO POR UM TRÂNSITO MAIS HUMANO JORNAL METAS Gaspar, 2 de Junho de 2018 Parceria entre o Jornal Metas, a Universidade Regional de Blumenau (Furb) e a Polícia Rodoviária Federal busca unir forças para investir em um amplo projeto de educação no trânsito. Para muito além do Maio Amarelo, a intenção é promover o senso ético e direcionar ações efetivas que ajudem a transformar o trânsito em uma prática realmente segura, através da educação de cinco condutas éticas fundamentais: +humana, +gentil, +confiável, +responsável e +prudente. Atitudes simples como respeitar a sinalização, ser cordial e educado evitam acidentes, melhoram o relacionamento nas vias públicas e são o primeiro passo para um trânsito mais seguro e mais humano.

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Page 1: Gaspar, 2 de Junho de 2018 POR UM TRÂNSITO MAIS HUMANO · são o primeiro passo para um trânsito mais seguro e mais humano. 2 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação

POR UM TRÂNSITOMAISHUMANO

POR UM TRÂNSITOMAISHUMANO

JORNAL METASGaspar, 2 de Junho de 2018

Parceria entre o Jornal Metas, a Universidade Regional de Blumenau

(Furb) e a Polícia Rodoviária Federal busca unir forças para investir

em um amplo projeto de educação no trânsito. Para muito além

do Maio Amarelo, a intenção é promover o senso ético e direcionar

ações efetivas que ajudem a transformar o trânsito

em uma prática realmente segura, através da educação de cinco

condutas éticas fundamentais: +humana, +gentil, +confiável,

+responsável e +prudente.

Atitudes simples como respeitar a sinalização, ser cordial e educado

evitam acidentes, melhoram o relacionamento nas vias públicas e

são o primeiro passo para um trânsito mais seguro e mais humano.

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2 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito

POR MAIS CONDUTAS ÉTICAS

Desafio para principiantes

O Projeto das Condutas Éticas no Trânsito começou de uma solicitação à PRF para palestrar, em 2017, sobre o tema “Ética no Trânsito” no I Curso de Multiplicado-res do Movimento Maio Amarelo, em Blumenau-SC.

Os ensinamentos sobre o tema, com foco comportamental, de autoconhecimento e de relacionamentos interpessoais, sempre foram bastante aplaudidos e reconheci-dos como verdadeiros. E a palestra continuou sendo dada e aperfeiçoada.

Assim, nasceu o interesse da PRF em fazer evoluir de tema de palestra para um Projeto de Educação Fundamental Continuada. Todavia, não havendo ainda uma disciplina específica, sendo raras matérias jornalísticas a respeito, então, buscou-se parcerias com as universidades, especialmente a Furb com o Curso de Jornalismo, para desenvolver conteúdo midiático sobre o assunto, que em sua essência foca o comportamento positivo no trânsito.

Percebeu-se uma dificuldade educacional, social e cultural de se abordar o trânsito por intermédio de pontos de vistas positivos, quase sempre sendo a educação para o trânsito abordada a partir de aspectos negativos, dos resultados violentos, acidentes e tragédias. Terapeuticamente, é como focar no combate à doença e seus sintomas, e não na conduta saudável que devemos promover para naturalmente prevenir o aparecimento da doença.

O Projeto das Condutas Éticas no Trânsito ainda está em desenvolvimento. A fundação já está bem profunda e se firmando. Agora, precisamos estruturar os pilares, vigas e lajes, até se estruturar como disciplina, dentro de um plano pedagógico, com bons materiais disponíveis, para quiçá entrar no currículo escolar de nossas crianças.

Convidamos educadores, pedagogos, psicólogos, artistas, estudantes e profissio-nais de todas as áreas que possuem este senso ético para colaborar e ajudar a trans-formar nosso trânsito em seguro, por meio da educação de cinco condutas éticas fundamentais: +humana, +gentil, +confiável, +responsável e +prudente.

Essas cinco condutas formam um ciclo criativo-positivo. Quando cultivamos uma conduta +humana, geram-se condições para o surgimento e desenvolvimento de uma conduta +gentil. A partir da conduta mais respeitosa e gentil, criamos condi-ções para comportamentos +confiáveis e previsíveis. O esforço em manter uma con-duta +confiável e honesta gera condições para uma conduta +responsável. E quando nos comprometemos mais com nossas responsabilidades e deveres sociais, familiares e particulares (o que aprofunda nossas reflexões para a tomada de decisões), geram-se condições necessárias para o surgimento e desenvolvimento de uma conduta +pru-dente, que por sua vez nos mantém mais humildes e menos agressivos, gerando con-dições para a conduta +humana... entrando o ciclo criativo-positivo numa espiral crescente.

Precisamos de parceiros e voluntários para realizar nessa grande obra. Venha co-nosco, nós somos o trânsito!

Em meio a uma crise que paralisou diversos setores da economia brasileira a partir da greve dos transportadores, finalizamos a terceira edição de uma pa-receria iniciada em 2017 entre o Jornal Metas e o curso de Jornalismo da Furb. O objetivo é, por meio de uma pauta positiva, contribuir com a educação no trânsito e para uma convivência mais humana nas cidades, rodovias e vias pú-blicas por meio de atitudes éticas.

O desafio dessa edição foi desenvol-ver esse importante trabalho de cons-cientização com alunos da primeira fase do Curso de Jornalismo. Por meio do planejamento, produção, apuração, escrita e divulgação de matérias que façam a comunidade refletir sobre suas práticas, a tarefa era reunir um grupo iniciante de estudantes em torno de um mesmo objetivo.

O resultado do que experimentamos nessa primeira atividade prática dos es-tudantes indica que há uma necessidade de discutir temas emergentes de uma maneira mais abrangente do que faz a grande imprensa. Mostra também que

há potencial de criatividade, capacidade de trabalho e competências suficientes em alunos iniciantes do curso de Jorna-lismo e que vão resultar em produtos de qualidade profissional ao longo de sua vida acadêmica.

Por outro lado, é necessário salien-tar o movimento fundamental realiza-do pela Polícia Rodoviária Federal, no intuito de aproximar a universidade de suas demandas em torno de uma melhor educação para o trânsito. Ao procurar a Furb com a intenção de divulgar ações efetivas que contribuam com uma me-lhor conscientização dos condutores, a PRF entende que a essencial mudança

de postura passa principalmente por um processo de reflexão e autoanálise de práticas cotidianas, que precisam ser modificadas para que o trânsito, de fato, seja mais humano, ético e responsável.

O país que queremos, na mesma direção do que apontam as principais reivindicações de quem paralisou o país no bloqueio das rodovias, é um lugar em que os impostos sejam mais justos, que a corrupção seja coibida e punida com ri-gor. Entretanto, nossas práticas pessoais devem resultar em mudanças positivas na sociedade, a começar pelo respeito e pelos bons hábitos no trânsito e nos es-paços coletivos de convívio.

DIRETOR: José Roberto Deschamps | GERENTE ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO: Juliana P.Z. DeschampsCOMERCIAL/CRIAÇÃO: Débora R. N. Linhares e Thomas MadriganoPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Professor Sandro Galarça (MTB 8357/RS)COORDENAÇÃO DE REDAÇÃO: Alexandre Melo (MTB 6901/SC) e Kássia Dalmagro (MTB 3401 JP)CAPA: Sandro Galarça, com foto de exame.abril.com.br

REDAÇÃO (Alunos de Jornalismo/FURB): Ana Cláudia Kostetzer, Camila Ebele, Caroline Raiser Machado, Elena Bortoncello, Elisiane Roden da Silva, Fernanda Tenfen, Heloisa Helena Ristow, Ingrid Leonel de Souza, Jhulia Jansen, Júlia Beatriz dos Santos, Laura Frainer de Oliveira, Marcelo José Santiago, Mayara Cristina Korte, Paola Fernanda Dahlke, Rebeca De Paula Nogueira, Thiago José Moser Poletto, Vinícius Peyerl Vieira e Yasmim Cristine Ebele Cechelero

Gráfica e Editora Metas CNPJ 04.598.349/0001-82 email: [email protected] www.jornalmetas.com.br

NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE. É permitida a reprodução total ou parcialdo conteúdo deste encarte, desde que citados a fonte e os créditos das imagens.

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Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito 3

Projeto da FURB uneTrânsito e EDUCAÇÃO

Realizar produções jornalísticas com serialização temática a partir de demandas da comunidade. Esse é o objetivo do proje-to “Te Orienta – extensão informativa”, do Curso de Jornalismo da Universidade Re-gional de Blumenau (Furb), que em 2018 realiza com a Polícia Rodoviária Federal ações educativas sobre condutas éticas no trânsito. Uma das atividades planejadas é o presente caderno do Jornal Metas, parceiro da Furb por meio de práticas na disciplina Apuração e Escrita Jornalística.

O projeto “Te Orienta” pretende tra-balhar de forma prática alguns temas com-plexos, com base em realidades concretas da comunidade na região de atuação da universidade. A intenção é, alinhado com os termos do acordo extensionista, possi-bilitar que o jornalismo possa contribuir para melhorar o nível das versões dos fa-tos que muitas vezes são compartilhados de forma sensacionalista e que reforçam o senso comum.

A produção de matérias para o cader-no do Jornal Metas é um exemplo de que a questão do trânsito pode e deve ocupar páginas com sentido mais educativo do que apenas estatístico. Ao seguir alguns parâmetros voltados para a educação dis-ponibilizados pela PRF em seu trabalho

sobre condutas éticas no trânsito, as ações jornalísticas desenvolvidas pelos acadêmi-cos da Furb procuram acompanhar o coti-diano sob cinco dimensões: Humanidade, Cortesia, Honestidade, Responsabilidade e Prudência. São virtudes que se desdobram em dinâmicas diversas no dia a dia e que assumem expressões típicas no trânsito.

Com as experiências em sincronia do Curso de Jornalismo, da PRF e do Jornal Metas, a intenção é fazer com que o proje-to expanda os limites de cada organismo isolado. Com o caderno especial sobre o trânsito, o público de Gaspar e região tem a oportunidade de refletir sobre as atitu-des éticas para além dos ensinamentos pontuais em campanhas da PRF e escolas de trânsito.

No Curso de Jornalismo a ideia é am-pliar as ações, trabalhando em diversas disciplinas e mais adiante, possivelmente, expandir-se para outros setores da univer-sidade, em virtude das problemáticas que o trânsito apresenta para a sociedade con-temporânea.

Participam desta realização os profes-sores Roseméri Laurindo (coordenadora do projeto de Extensão “Te Orienta – ex-tensão informativa”), Sandro Galarça, estu-dante Ana Cláudia Kostetzer (extensionis-ta), Sérgio Rafael Melati (chefe do Grupo de Educação para o Trânsito da PRF em Santa Catarina), os jornalistas Alexandre Melo e Kássia Dalmagro do Jornal Metas e estudantes do primeiro semestre do Curso de Jornalismo.

Texto:Roseméri LaurindoCoordenadora do Curso de Jornalismo da Furb

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Entenda os efeitos doESTRESSE no trânsito

A Apostila de Formação dos Condutores

indica que os motoristas precisam adotar

uma direção cautelosa, o que reduz

drasticamente as situações limites que

desencadeiam o estresse.

Fonte: autoescolaonline.net

muns desse século, como obesidade, problemas cardiovasculares e transtornos imunológicos.

Apesar de existirem normas no trânsito que determinam o comportamento adequado a ser seguido pelos condutores - in-clusive os usuários das vias terrestres - há pessoas que não apre-sentam condições para vivenciar situações perigosas e estressan-tes como as que podem vir a ocorrer, como ressalta o psiquiatra Tiago de Salles Graffunder. “As manifestações do ‘Transtorno de Ansiedade Generalizada’ são diferentes para cada indivíduo. Uma pessoa ansiosa ou estressada pode reagir de maneira agres-siva no trânsito, de maneira impulsiva. Na verdade, a ansiedade vai exacerbar traços de personalidade do indivíduo, além de re-fletir seu nível cultural e educacional”, avalia o especialista.

“Uma pessoa ansiosa, que age calmamente no seu dia a dia, poderá tomar atitudes passivas, deixar outros motoristas passa-rem, agirá com medo, já alguém com características impulsivas, quando ansiosa, poderá tomar atitudes agressivas no trânsito, tais como acelerar em manobras arriscadas, não aguardar a sinaliza-ção dos semáforos, a ansiedade e o estresse somente elevam os níveis de competitividade destes indivíduos”, relata o psiquiatra.

Porém, existe um lado positivo para o estresse, como in-forma a Apostila para Formação de Condutores. “No trânsito, quando usada de forma correta, a ansiedade é a previsão, um elemento essencial da direção defensiva. Prevenir é antecipar-se para realizar algo que ainda não aconteceu, assim, reduzindo a possibilidade de envolvimento nos acidentes de trânsito”, explica o informativo.

Em suas recomendações, a apostila ainda completa: ”cum-prir a lei capacita o condutor a dirigir com segurança. Assim, a prática de uma direção cautelosa deve ser contínua, para o con-dutor se aperfeiçoar e saber agir de maneira correta diante de situações surpresas”, indica o livro.

Jurandir da Silva, morador de Gaspar, tem 20 anos de expe-riência no trânsito e atualmente é motorista da empresa BluMob, companhia de transporte coletivo de Blumenau. Ele avalia que o maior problema de sua rotina no trânsito são as discussões entre motoristas e principalmente a imprudência. Ou seja, a falta de atenção e o descuido no trânsito, gerando desentendimentos que complementam o ambiente perigoso das ruas.

Dirigir em qualquer cidade brasileira está se tornando uma atividade fisicamente desgastante e cada vez mais perigosa, o que tem implicações que vão além do trânsito, refletindo-se na qualidade de vida da população. Uma consequência dessa si-tuação é o estresse, que se qualifica como uma condição nociva à saúde de quem enfrenta o trânsito e está ligado a doenças co-

CÉREBRO E NERVOSDores de cabeça, sentimento de desespero, falta de energia, nervosismo, problemas para se concentrar, irritabilidade, ataques de raiva

CORAÇÃOTaquicardia, palpitações, aumento da pressão sanguínea, chance de ataque ou parada cardíaca

ESTÔMAGONáusea, dor de barriga, aumento ou diminuição do apetite

PÂNCREASAumento do risco de diabetes e mal funcionamento do órgão

INTESTINOSDiarreia , constipação e outros problemas digestivos

ÓRGÃOS REPRODUTORESMULHERES: menstruação irregular, aumento nas cólicas e decaída dos desejos sexuaisHOMENS: impotência e desejo sexual reduzido

OUTRAS CONSEQUÊNCIASAcne e outros problemas de pele, dores musculares e tensão, aumento de risco no sistema imunológico (o que faz ficar mais difícil a recuperação de outras doenças)

FONTEbigodino.it

IMAGEMhttp://rcrio.narrolab.com.br/celulas-tronco/

COMO O ESTRESSE AGE NO ORGANISMO

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Fobia de direçãodesafia CONDUTORES

Desde que tirou a habilitação, Thailane Camargo Batista Ferreira dirigia normalmente. Porém, em meados de 2013, de-pois de uma leve batida que não gerou qualquer dano físico e um pequeno prejuízo material, iniciou-se nela um transtorno psicológico: a fobia. O caso de Thailane não é uma exceção. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), cerca de dois milhões de brasileiros sofrem com o medo de dirigir, sendo mais de 75% desse número constituído por mulheres. As causas são diversas, desde um trauma de in-fância até o medo de ser criticado. O medo de dirigir pode se desenvolver em qualquer pessoa, em qualquer momento de sua vida, inclusive a fobia pode atingir profissionais que trabalham na área e que dedicaram suas vidas ao trânsito.

A psicóloga Aline Merísio, a única especialista na área de fobias da região, explica que existem três grupos de pessoas que podem ser atingidas por essa aversão ao trânsito. O primeiro grupo é constituído por pessoas que não conseguem se aprovar, tendo um nível autocrítico muito alto. Muitas dessas pessoas não se permitem errar e, portanto, não conseguem dirigir sem algum tipo de medo. Outro é constituído por pessoas aposen-tadas, e em terceiro está o grupo de pessoas que sofreram um trauma, tanto no trânsito quanto na infância, o que tem influ-ência direta na sua formação.

Na visão da especialista, pessoas que sofrem do trauma de-vem procurar ajuda. “Há muitos outros fatores que influenciam na direção. Quando se inicia o processo de avaliação, procu-ramos identificar o medo que as pessoas têm. Sempre há um

medo ligado à outra coisa, nunca é um medo específico de dirigir”, afirma a psicóloga. Aline esclarece que o tratamento psicológico é essencial para que a fobia seja superada, porém a parte prática também deve ser conciliada no tratamento.

A quantidade de consultas varia de acordo com o grau da fobia e da confiança da pessoa após cada sessão. As aulas práticas tentam ambientar as pessoas ao local do seu maior medo. Segundo o Centro de Formação de Condutores Gas-parense (CFC Gasparense), é muito comum alunos pedirem por mais aulas por conta da insegurança para pegar o volante. O CFC informou que o instrutor normalmente identifica o aluno que tem medo de dirigir.

Depois de 12 sessões, Thailane conseguiu voltar ao volante com ajuda profissional. Além da psicó-loga, ela teve auxílio de uma instrutora, e hoje dirige com segurança e tranqui-lidade. Sempre é bom reforçar que a fobia no trânsito pode ser um sintoma para um transtor-no muito maior. Quando o condutor identificar que se sente descon-fortável na direção, o mais recomen-dado é procurar a ajuda de um psicólogo.

Conforme a Associação

Brasileira de Medicina de

Trânsito (Abramet), dois milhões

de brasileiros não dirigem por medo. As

mulheres são a maioria absoluta e somam

75% desse total. Neuza Corassa, que escreveu

o livro “Vença o medo de dirigir”, diz que a maior

parte desses condutores tem como característica ser

excessivamente responsável.

Fonte: segs.com

Thailane desenvolveu fobia de dirigir e procurou ajuda de profissionais para superar as dificuldades

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Escola do Bela Vista recebe o Projeto TRANSITOLÂNDIA

A escola de educação básica Arnoldo Agenor Zimmer-mann, no bairro Bela Vista, recebeu no início do mês de maio, dia 11, o projeto Transitolândia. O evento foi realizado pela Polícia Militar de Gaspar e contou com a participação do sar-gento Márcio Francisco Pires e do soldado Welinton Leandro Teixeira de Andrade. A Transitolândia existe desde 2013, mas em Gaspar o projeto começou a ser implantado na rede pública no ano passado e desde então, vem sendo muito bem recebido pela comunidade escolar.

O principal objetivo é instruir os estudantes sobre quais as melhores formas de se comportar no trânsito para a promo-ção de um ambiente mais seguro nas ruas. Este ano, as turmas contempladas para receber o projeto foram os dois 5º anos do ensino fundamental (período vespertino).

Inicialmente, os alunos contam com uma breve aula teó-rica, quando recebem orientação do que era o trânsito e quem eram os principais atores envolvidos (veículos, semáforo, pla-cas de advertência e regulamentação, entre outros). Também são abordados pontos importantes como o uso adequado dos equipamentos de segurança para quem dirige ou está na caro-na e os riscos causados pela imprudência ao volante.

Após a aula teórica, os estudantes iniciam uma atividade prática em um espaço montado junto ao pátio da escola, con-tendo faixa, placas sinalizadas e carrinhos, onde podem viven-ciar as boas condutas de trânsito. Ele também têm a oportu-nidade de experimentar os dois lados, o do motorista e o do pedestre.

De acordo com o sargento Márcio Pires, investir na edu-

cação continua sendo a melhor maneira de prevenir e/ou di-minuir o número de acidentes no trânsito. “O aprimoramento no trânsito e essas dicas de que a gente passa, acho que vem a somar, juntamente com a fiscalização e a formar essa educação. Eu penso que a educação no trânsito é tudo hoje”, observa o militar.

Mazilde Roberto Mendonça, professora de Português, His-tória e Geografia, destaca a importância que esse tipo de ação tem na formação das crianças. “Acredito que seja importante porque desde pequenos aprendemos todas as coisas. Também temos a oportunidade de chegar em casa e passar para a famí-lia”, avalia. A aluna do 5º ano, Analú Aguiar de Amorim, 10, relata o que aprendeu e o que mais gostou nas atividades. “Eu gostei das placas, dos policiais e a gente aprendeu a respeitar o trânsito e a ser gentil”, enfatiza.

Talisson Oliveira dos Santos, 11, disse que aprendeu muitas coisas interessantes com o projeto. “Aprendi que não se pode ser um motorista imprudente, tem que respeitar as leis de trân-sito e sempre respeitar os passageiros. Eu gostei mais de pilotar os carrinhos, que foi muito legal.”

Segundo a diretora Dóris Ramos Garela, o projeto chega para suprir uma carência na questão da segurança dos alunos. “A vinda da Transitolândia é de suma importância porque as crianças têm um comodismo de andar no asfalto, eles não dão prioridade para a calçada. Esse projeto faz com que todos ob-servem a faixa de segurança, melhorando a prevenção contra os acidentes. Recebemos o projeto do Proerd, que é super bacana, e agora esse da transitolândia que foi show para nós”, conclui.

Os dias em que as escolas

gasparenses recebem

os policiais militares do

projeto Transitolândia

são, certamente,

diferentes para a

comunidade escolar. A

Polícia Militar monta

uma grande estrutura

para passar mais do

que regras de trânsito,

porque são formas de

boa convivência pelas

ruas da cidade. É um dia

de muito aprendizado

em que a educação fala

mais alto.

Fonte: pm.sc.gov.br

Aprender brincando é uma das vantagens desse projeto, que muda a rotina nas escolas

Texto:Marcelo José Santiago e

Foto:Arquivo/JM

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CIDADÃO CONSCIENTEprepara para o futuro

O Projeto Cidadão Consciente: Juntos Podemos Salvar Mi-lhões de Vidas é uma criação do Corpo de Bombeiros Militar de Gaspar, idealizado pelo sargento Gil Vicente Pereira e pelo bom-beiro comunitário Pedro da Silva. Iniciado em 2012, já atendeu nove escolas de Gaspar, totalizando 835 alunos formados nos oi-tavos e nonos anos. Atualmente, ocorre na Escola Estadual Básica Zenaide Schmitt Costa e na cidade de Itajaí. Blumenau e outras três cidades da região também já adotaram a ação.

A iniciativa tem como objetivo passar uma visão para as crianças de como se deve agir no trânsito, por meio da ética e da cidadania. São realizadas palestras, ministradas voluntariamente

pelo bombeiro Gil nas escolas públicas de educação básica, com a intenção de repassar a parte

teórica para as crianças. “O trânsito é feito para pessoas, animais e ve-

ículos, como diz no Código Brasileiro de Trânsito.

É isso que ten-to passar para os

alunos, que o trânsito não

é feito só de au-

tomó-veis,

é

composto por todos que o utilizam”, explica o instrutor.Também são aplicadas aulas práticas de teatro com encena-

ções de acidentes na rua, para que os alunos conheçam e saibam como agir diante das diversas situações que podem vir a ocorrer. Esse projeto acontece uma vez por semana e tem como pilares o meio ambiente, cidadania, ética, trânsito e primeiros socorros. Todos os cinco trabalham juntos e formam o trânsito que as pes-soas enfrentam todos os dias.

A formação dos alunos que participam do projeto tende a diminuir os acidentes, pois eles recebem instruções sobre erros que poderiam ser evitados. “Aprendi que um acidente envolve muita coisa. Muitas pessoas são acionadas para o socorro, muito dinheiro é gasto com a gasolina das ambulâncias e com medica-mentos. Não é simplesmente bater o carro”, afirma José Augusto Rodrigues, aluno do 8º ano B da EEB Zenaide Schmitt Costa.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), aciden-tes de trânsito são a principal causa de mortes de jovens entre 19 e 25 anos no mundo. Por isso é imprescindível que projetos como Cidadão Consciente ocorram em escolas, os adolescentes que hoje estão tendo acesso a esse material são os futuros moto-ristas de nossas rodovias. “É ótimo para instruir as pessoas sobre a necessidade de saber que o trânsito não é feito apenas de carros seguindo um atrás de outro. Depois do projeto comecei a con-siderar o trânsito como muitas vidas em uma linha, em que um pequeno deslize pode acabar gerando muitas consequências”, conta Marcos Kulkamp, aluno da primeira turma de 2012.

Texto:Jhulia Jansen eHeloisa Helena Ristow

Foto:Jhulia Jansen

Com mais

de 800 estudantes formados, o

projeto influencia nas decisões no trânsito

de participantes atuais da iniciativa, e também de

de quem já participou. A avaliação dos organizadores é

de que a aceitação é bastante positiva, tanto por parte dos

estudantes quanto das escolas que recebem o projeto.

Sargento Gil Vicente Pereira sente-se orgulhoso com os resultados do projeto, focado na educação das crianças

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8 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito

Maio Amareloleva EDUCAÇÃO paraas escolas

O mês de maio foi colorido novamente de amarelo em Gaspar e em todo o Brasil para as ações de conscientização e responsabilidade no trânsito. O tema deste ano, “Nós somos o trânsito”, propõe uma reflexão sobre as consequências de atitudes comuns, com a intenção de incentivar mais respeito e comportamentos passivos entre condutores e pedestres. Di-versos órgãos públicos e fiscalizadores, com o auxílio de vo-luntários da sociedade, estiveram envolvidos em atividades ao longo do mês, informando e trabalhando a importância da educação desde o início da escolarização e reforçando a participação da população nas mudanças.

O movimento, que é nacional, surgiu em 2014 após a Or-ganização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado, em 2011, a Década de Ação para Segurança no Trânsito. Em 2018, che-ga à quinta edição e continua na busca pelo objetivo de mobi-lizar e conscientizar. Márcia Pontes, especialista em conduta e direito no trânsito, destaca a importância da união nos tra-balhos. “O objetivo é que a sociedade organizada e o poder público trabalhem juntos em busca de soluções ao longo de todo o ano”, diz.

Entre os trabalhos na região, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem se empenhado em intervenções que impactem os adultos e ajudem a preparar as crianças para o futuro. Sérgio Rafael Melati, policial rodoviário federal e chefe do Grupo de Educação para o Trânsito da PRF em Santa Catarina, expli-ca que entre as ações promovidas está o Cinema Rodoviário. Os policiais abordam veículos e, enquanto verificam a docu-mentação, convidam motoristas e passageiros a assistirem a um vídeo educativo. Outras ações educacionais para o trânsi-to são principalmente as palestras, onde os pais também são convidados a participar. As atividades acontecem atualmente nas cidades de Blumenau, Gaspar e Indaial, e conforme a de-manda de pedidos de escolas que consigam atender. Outra ação é o Festival Temático de Trânsito (Fetran) feito em todo o país, em que os professores são capacitados para desenvol-ver durante o ano a temática e preparar um peça teatral para participar dos concursos promovidos pelo governo.

A inserção de projetos educacionais efetivos nas escolas enfrenta dificuldades. Hoje Melati busca parcerias junto às universidades da região para que ajudem a inserir o trânsito no ensino. Márcia Pontes explica que o trânsito pode e deve ser inserido na educação e o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de-terminam que é para ser abordado desde a creche até a uni-versidade. “Trânsito é um tema transversal que pode ser tra-balhado dentro de qualquer disciplina. Então, o que estamos esperando para começar?”, questiona.

Texto:Mayara Cristina Korte eThiago José Moser Poletto

Fotos:Arquivo/JM e Thiago José Moser Poletto

Diretoria de Trânsito, Polícia Civil, Polícia Militar e PRF intensificam a realização de blitze educativas durante o Maio Amarelo

Estudantes de diversas escolas também participaram do movimento

Luciano Brandt concorda que a educação é o caminho para novos hábitos

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Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito 9

GASPAR INTENSIFICAAÇÕES PRÓ-ATIVAS

A cidade de Gaspar tem encarado, com seriedade, o Maio Amarelo e a necessidade de ações fixas durante o ano para mudar o comportamento. A Diretoria de Trânsito (Ditran), responsável pelas ações do movimento no município, passa por renovações em alguns de seus processos de trabalho para conseguir atender melhor a população e desenvolver projetos educacionais nas instituições de ensino e ações em pontos es-tratégicos.

E tem justificativa. Assim como em outras regiões, a ci-dade possui vários locais com problemas de sinalização e vias de alta intensidade de veículos, que, junto com as atitudes im-prudentes, trazem para o cotidiano preocupação. O excesso de velocidade, estacionamento irregular, dirigir sem cinto e condutores sem habilitação são algumas das irregularidades mais comuns na cidade.

Luciano Brandt, superintendente de trânsito de Gaspar, também acredita que a educação é o caminho para criar hábi-tos corretos nas crianças e mudar comportamentos dos adul-tos. Por isso, Gaspar reforçou em 2018 as atividades do Maio Amarelo, aumentando o número de palestras nas empresas e escolas do município. Os projetos acontecem ao longo do mês de maio, porém Brandt explica que a intenção é desenvolver uma programação de educação do trânsito que aconteça o ano

inteiro, principalmente na escolas. Para isso quer apresentar, no início de 2019, um projeto que faça parte do plano diretor de educação do município.

Outras ações, como a blitz educativa, continuam fazendo parte do planejamento educacional para o trânsito da Ditran, mas a ideia é que ocorram de duas a três vezes por mês, abor-dando um tema diferente mensalmente. O objetivo é informar e criar uma atitude mais consciente, com mais respeito, ética e humildade. “Temos o hábito de respeitar as regras de trânsito apenas quando sentimos no bolso”, afirma Brandt. Outra ação a longo prazo que a Ditran pretende desenvolver é um mapea-mento do município para saber, por exemplo, a quantidade de acidentes por ano, os pontos mais críticos da cidade etc. Com ele será possível mensurar e planejar práticas mais eficientes para o trânsito de Gaspar.

Apesar da necessidade de mudanças que dependem de órgãos governamentais, o superintendente ressalta a impor-tância não só dos órgãos públicos nas ações como também a participação da sociedade, afirmando que é um trabalho em conjunto e que é semeado aos poucos. Brand avalia que faz parte desse processo escutar as reivindicações da comunidade referentes ao trânsito de cada localidade e estudar a viabilida-de das propostas.

As atividades educacionais para o

trânsito que aconteceram durante o

movimento no mês de maio começam

a ganhar corpo para que ocorram o ano

todo nas escolas e rodovias de Gaspar

e no Vale do Itajaí. Outras ações, como

a blitz educativa, continuam fazendo

parte do planejamento educacional para

o trânsito da Ditran, mas o objetivo é

que ocorram de duas a três vezes por

mês, abordando um tema diferente em

cada edição. A intenção é informar e

criar uma atitude mais consciente, com

mais respeito, ética e humildade.

Diretoria de Trânsito, Polícia Civil, Polícia Militar e PRF intensificam a realização de blitze educativas durante o Maio Amarelo

Estudantes de diversas escolas também participaram do movimento

Luciano Brandt concorda que a educação é o caminho para novos hábitos

Page 10: Gaspar, 2 de Junho de 2018 POR UM TRÂNSITO MAIS HUMANO · são o primeiro passo para um trânsito mais seguro e mais humano. 2 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação

Texto:Fernanda Tenfen eIngrid Leonel de Souza

Foto:Ingrid Leonel de Souza

10 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito

Direção agressiva éreflexo das ATITUDES

É cada vez mais comum motoristas infringirem as leis de trânsito e avançar o sinal vermelho. O pedestre, antes de colo-car os pés na faixa, deve ficar atento e esperar alguns segundos para ter certeza que o veículo irá parar no semáforo. O com-portamento agressivo traz implicações para todos, o que au-menta a violência e deixa o trânsito mais perigoso.

Geralmente no momento da pressa são as más ações que predominam. As escolhas que cada indivíduo faz no trânsito têm influência direta na sua vida pessoal. É o que afirma a psi-cóloga Franciane Dal Pizzol, para quem os condutores agressi-vos estão de uma forma ou de outra sofrendo com algum tipo

de pressão no trabalho ou em casa, e é no trânsito o lugar em que extravasam.

A psicóloga explica também que esse comportamento é comum

em pessoas apressadas. Se-gundo ela, ninguém

adquire isso so-mente por causa

do trânsito. “Normal-

m e n t e e s s e s

c a -

sos são acompanhados de uma ansiedade”, esclarece Francia-ne. Dificilmente uma pessoa é agressiva somente quando está ao volante, geralmente ela possui esse tipo de atitude nas suas relações pessoais.

A especialista em terapia Cognitiva-Comportamental, Simone Ciotta, argumenta que a maioria das pessoas veem o trânsito como um problema, procurando alguém para culpar e inocentar. Por conta disso o comportamento agressivo vira uma desculpa para tudo. Simone lembra ainda que as rodovias e estradas são locais públicos como as praças e parques. Como na maioria desses locais, as pessoas transgridem ou infringem as leis. “O espaço do trânsito se transformou em lugar de nin-guém”, avalia. A especialista explica que é necessário pensar o trânsito como uma questão social, em que todos têm direitos e deveres.

O motociclista blumenauense Bruno Locatelli, 36, tem 18 anos de carteira de habilitação e relata que ao fazer o trajeto de cinco quilômetros da sua casa até o trabalho quase sempre é cortado por outros veículos. Na sua opinião, essa atitude é ocasionada por imprudência e excesso de velocidade. Nessas horas, o auxiliar de biblioteca escolhe ignorar e seguir seu ca-minho. É exatamente esta ação de Locatelli que as psicólogas Simone e Franciane aconselham a serem seguidas caso você se depare com uma situação parecida ou igual a de Bruno.

A psicóloga Franciane Dal

Pizzol explica que dificilmente uma

pessoa é agressiva somente quando está ao

volante. Geralmente, ela possui esse tipo de atitude

nas suas relações pessoais, o que acaba implicando em

outras ações de seu cotidiano. Quando cruzamos com esse

tupo de condutor, a alternativa é ignorar e seguir adiante.

Filas e congestionamentos frequentes podem despertar um comportamento agressivo; saída é não se contaminar com essas atitudes

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Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito 11

Alerta para BLITZ pode colocar vidas em RISCO

Texto:Camila Ebele eCaroline Raiser Machado

Foto:Camila Ebele

Com a invenção da internet, é pos-sível estabelecer uma comunicação instantânea com qualquer pessoa no mundo. Entretanto, algumas atitudes podem atrapalhar o trânsito quando outros motoristas são alertados sobre barreiras policiais por meio de grupos em redes sociais ou aplicativos. O Waze é um exemplo disso: com mais de sete milhões de downloads no Google Play, o aplicativo é uma espécie de GPS que ajuda o usuário a fugir de congestiona-mentos, acidentes e de blitze, o que aca-ba atrapalhando as ações policiais.

Segundo a Polícia Militar de Gas-par, já existem informações sobre esses grupos no município. “Com certeza atrapalha o trabalho desenvolvido pela PM, mas a principal prejudicada é a sociedade, pois essas ações evitam a prisão de pessoas envolvidas com cri-mes”, diz a Polícia em nota enviada por

email. Também é importante ressal-tar que obstruir atuação policial é crime conforme o Artigo 265 do Código Penal, com reclusão de 1 a 5 anos.

O chefe do Grupo de Edu-cação para o Trânsito da PRF em Santa Cararina, Sérgio Rafael Me-lati, admite que o órgão tem conhe-cimento da existência desses grupos, porém, a alternativa é estar à frente dessas situações. Em situações em que é necessário o elemen-to surpresa da polícia, outras táticas são utilizadas. “Quan-do usado para alertar sobre a diminuição de velocidade, os aplicativos podem até ser úteis, caso contrário, as pes-soas estão apenas pondo suas vidas e dos outros em risco”, explica o policial.

Auxiliar alguém a fugir

de uma blitz pode ter

consequências graves.

De acordo com o

Artigo 265 do Código

Penal, obstruir atuação

policial é crime, com

pena de reclusão de 1 a

5 anos.

Page 12: Gaspar, 2 de Junho de 2018 POR UM TRÂNSITO MAIS HUMANO · são o primeiro passo para um trânsito mais seguro e mais humano. 2 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação

12 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito

Mesmo com vias

exclusivas aos ciclistas,

algumas medidas

de segurança são

fundamentais, tanto

por quem usa a

bicicleta, como por

parte dos motoristas.

Ciclistas devem evitar

trafegar no mesmo

sentido dos carros,

quando não houver

ciclovia, ciclofaixa

ou acostamento. Os

motoristas também

devem respeitar a

distância regulamentar.

CIDADES brasileiras não foram feitas para ciclistas

O número de carros e motos nas cidades brasileiras cres-ceu expressivamente na última década. Em Blumenau, existem 255.686 veículos motorizados. Com tantos automóveis nas ruas, ciclistas e pedestres acabam sendo marginalizados e hos-tilizados. Não é seguro andar de bicicleta em ruas movimenta-das e o medo de sofrer acidentes faz com que muitas pessoas abandonem meios alternativos de locomoção para adquirir carro ou moto.

Apesar de ser um ambiente hostil para as bicicletas, um le-vantamento realizado pelo Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transporte de Blumenau (Seterb) mostra que o nú-mero de acidentes envolvendo bicicletas caiu 75% no período de 2005 e 2016. Em 2005 foram registrados 265 acidentes, índice que em 2016 despencou para 65, uma redução de 200 acidentes.

Um dos motivos para essa queda brusca dos acidentes en-volvendo ciclistas é o aumento das ciclovias e ciclofaixas na cidade, afirma Giovanni Seibel, coordenador-geral da ABC Ci-clovias e ciclista há 16 anos. No ano de 2010 eram 44 quilôme-

tros de vias exclusivas para bicicletas em Blumenau. Em 2017, saltou para 82 quilômetros, ou seja, praticamente o dobro. Ou-tro motivo é a mudança de registro de acidentes do Seterb em 2014, já que a partir desse período os guardas não contavam acidentes em que não haviam feridos, a não ser que fossem re-gistradas pela vítima no Seterb.

Giovanni afirma que a violência do trânsito em Blumenau vem aumentando desde 2002. Mesmo com os números do Se-terb, que registram uma redução de 75% nas ocorrências desse tipo, o coordenador-geral tem dúvidas sobre a redução da vio-lência. “Para fazer um boletim de ocorrência sobre o acidente tem um preço de R$ 40,00”, alega. Ele acredita que esse novo método de contagem de acidentes acaba inibindo obter com mais precisão os dados de acidentes envolvendo bicicletas.

Giovanni diz que as cidades brasileiras não foram feitas para bicicletas e observa que o desenvolvimento de países do hemisfério norte se dá justamente pelo uso de bicicleta, que além de ser saudável para o corpo humano e para o meio am-biente economiza combustível, poupa dinheiro, diminui o es-tresse e proporciona um exercício físico. Ele complementa lem-brando que o uso de bicicleta melhora o trânsito e a qualidade de vida das pessoas. “O investimento nesse transporte é um dos caminhos para o crescimento da economia de um país”, conclui Giovanni.

Texto:José Antônio Suski De Oliveira

Foto:Arquivo/JM

Ruas cada vez mais ocupadas por automóveis e motocicletas são um desafio para o convívio e harmonia entre pedestres e ciclistas

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Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito 13

Uma vida ao VOLANTE“Os motoristas são responsáveis por

cada vida dentro do ônibus”. A frase faz brilhar os olhos de Alfonso Hoppe, 71 anos. De cabelos grisalhos e bigode bem aparado, o aposentado fala com entu-siasmo da profissão de motorista que exerce há 40 anos.

A sua Carteira Nacional de Habilita-ção (CNH) é datada de 1972; dois anos depois ele obteve a carteira tipo C. Na-quela época, tirar a CNH era bem mais simples. Alfonso comprou uma cami-nhonete e passou a utilizar o automóvel para a entrega de produtos agrícolas em Presidente Getúlio, no Alto Vale do Ita-jaí, sua cidade natal. Em 1977, ele mu-dou-se para Gaspar, onde oficialmente entrou para a profissão de motorista ao ser contratado pela Viação Verde Vale, empresa gasparense fundada dois anos antes da contratação de Alfonso. O mo-torista mais antigo da empresa fala da alegria que é fazer parte da história da Verde Vale. “A gente se sente em casa, é como se fosse uma família”, afirma.

No começou, Alfonso trabalhou como taxista em um período e de mo-

torista de ônibus em outro. Pai de oito filhos, ele conta que todos seguiram lu-tando por aquilo que queriam, alguns com diplomas, outros não. “Todos os meus filhos começaram a trabalhar mui-to cedo, então eles sempre batalharam muito pra conseguir o que tem hoje. Um tirou diploma em Direito, outro é pro-fessor na Furb, outro abriu uma empresa em São Paulo”, relata, orgulhoso, o apo-sentado.

Para ele, a responsabilidade de um motorista vai muito além de zelar pela se-gurança dos passageiros. “Cada um que está dentro do ônibus, tem pelo menos dois ou três familiares o esperando em casa”, lembra. Em meio ao tráfego intenso das ruas e rodovias da região, é até difí-cil para alguns motoristas manterem um comportamento mais humano no trânsi-to, porém, para Alfonso estar atrás de um volante é um aprendizado diário. “No co-meço da empresa eu fiz bastante cursos, e isso é bom porque a gente vai se aperfei-çoando, né”. Há cada cinco anos, os mo-toristas da Verde Vale precisam renovar o curso de transporte de passageiros, caso contrário ficam proibidos de dirigir.

Ele conta que muitos passageiros o reconhecem de anos atrás. “Eles me abra-çam e dizem ‘olha eu ia pra escola com o

senhor, hoje é o meu filho que pega o seu ônibus pra ir pra escola’”. O trânsito de hoje e o da época em que ele começou na profissão são bem diferentes. “Não existia congestionamentos. Já no trânsito de hoje tem muito semáforo e lombadas eletrônicas, isso vai estressando não só o motorista de ônibus, mas os motoristas em geral”, observa Alfonso.

No passado, os coletivos também tinham cobradores. O motorista dirigia enquanto o cobrador recebia o valor da passagem, porém, a tecnologia também chegou ao transporte coletivo. Há mais ou menos três anos, a Verde Vale im-plantou o sistema de bilhetagem eletrô-nica. Alfonso não teve problema para se adaptar, embora seja um dos poucos motoristas, entre os 23 registrados na empresa, que ainda conta com o auxílio do cobrador. Ele digita no painel eletrô-nico do coletivo o destino do passageiro e o cobrador recolhe o dinheiro e entre-ga o cartão.

Se é perigoso trabalhar como moto-rista? Sim, principalmente por causa dos assaltos. Em uma noite de outubro, épo-ca de festas em Blumenau, Alfonso con-duzia o ônibus de Gaspar para Blume-nau. O ônibus estava lotado, de repente um dos passageiros pediu para encostar

o ônibus. “Ele disse que o ônibus esta-va sendo assaltado e que havia jogado a carteira pela janela pra não ser mais uma vítima”. Em meio a risadas seu Alfonso conta que outra pessoa veio para per-to dele exigindo que o ônibus parasse. Como ele já estava encostando, sentiu-se no direito de chamar a atenção do rapaz. “Eu disse pra ele: olha aqui seu folgado... Quando virei meu rosto dei de cara com o revólver. Ele pediu o dinheiro, mas eu disse que não tava comigo. Quando o cobrador veio pra frente, eu já tava qua-se parando o ônibus, o assaltante só pe-gou uma quantia que tava no bolso da camisa do cobrador e saiu correndo com o seu comparsa”, relata o motorista. O susto foi grande, mas hoje o aposentado dá muitas risadas do fato. “O rapaz que jogou a carteira pela janela conseguiu achá-la”, complementa.

Em meio às turbulências que podem ocorrer no trânsito, Alfonso diz que é preciso saber contornar as situações. Ser gentil é uma opção muitas vezes ignora-da pelas pessoas, mas para os motoristas profissionais é fundamental. “Tem coi-sas que a gente precisa tolerar, sempre com calma e respeito porque o mosto-rista está ali também representando a empresa”, finaliza.

Texto e foto:Ana Cláudia Kostetzer

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14 Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito

Pais buscam segurançano TRANSPORTE ESCOLAR

Em Gaspar, existem 18 vans cadastradas exercendo o ser-viço de transporte escolar. A cada seis meses, todas passam por vistorias e devem seguir as exigências do Código de Trânsito Brasileiro. A Superintendência de Trânsito (Ditran) tem o de-ver de cuidar da sinalização do município e com isso manter a segurança das crianças e adolescentes ao entrarem e saírem das escolas. Luciano Amaro Brandt, superintendente de trânsito, afirma que a conscientização, respeito e educação de todos é fundamental para um trânsito seguro, não só para o transporte escolar, mas para todos os usuários das vias.

Para se tornar condutor de transporte escolar algumas re-gras devem ser seguidas, conforme exige o Código de Trânsito Brasileiro. Todo motorista deve possuir mais de 21 anos, habi-litação de categoria D, curso de formação de condutor de trans-porte escolar e conter matrícula específica no Detran. Mas, além dos motoristas seguirem essas exigências, os pais devem sempre estar atentos às condições do veículo e do motorista.

O Colégio Uni, pensando na segurança das quase 90 crianças que utilizam esse transporte, criou um sistema em

que os alunos da educação infantil até o 5° ano do ensino fundamental desembarcam e embarcam em suas vans no próprio pátio escolar onde os motoristas esperam as crian-ças. Os estudantes maiores esperam seu transporte na recep-ção em frente ao estacionamento. Mesmo com essas medi-das, a diretora pedagógica Sandra Maria de Aguiar reforça que os motoristas devem ter atenção redobrada em áreas escolares, evitando acidentes com alunos. “Julgamos impor-tante, também, a fiscalização por parte dos órgãos compe-tentes”, cobra a diretora.

Kátia da Silva é mãe de Maria Eduarda, 10, e de José Adol-fo, 4, que utilizam o transporte escolar. Ela pede paciência aos motoristas. “É preciso ter paciência, nem todos os motoristas respeitam as paradas das topics e mesmo com as sinalizações não compreendem a necessidade do respeito. São os famosos apressados”, relata a mãe. Kátia comenta que mesmo sem o res-peito de alguns motoristas, os alunos ainda chegam a tempo e em segurança na escola.

Alexandre Maciel, policial da Polícia Rodoviária Federal, afirma que a fiscalização por parte do poder público municipal e do Deter (Departamento de Transporte e Terminais) do esta-do ainda é muito precária. O transporte escolar deixa a desejar muitas vezes na segurança. Por exemplo, não é necessário o uso da cadeirinha e muitas vezes as crianças não utilizam cinto de segurança. “É preciso melhorar a fiscalização para aumentar a segurança do transporte escolar,” acredita o policial.

Preocupação com segurança no transporte faz com que escolas busquem alternativas para sistema de embarque e desembarque

Para o superintendente

de Trânsito de Gaspar,

Luciano Amaro Brandt,

a conscientização, o

respeito e educação de

todos é fundamental

para um trânsito seguro,

não só para o transporte

escolar, mas para todos

os usuários das vias.

Enquanto ter consciência

não é uma unanimidade,

escolas buscam

alternativas para

garantir a segurança das

crianças.

Texto:Paola Fernanda Dahlke eJúlia Beatriz dos Santos

Foto:Alexandre Melo/JM

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Jornal Metas | 2 de Junho de 2018 - Especial Educação no Trânsito 15

Autoescolas têm a tarefa de PREPARAR e EDUCAR

As autoescolas são responsáveis pela formação diária de novos condutores. Muitas vezes, essa formação não ocorre de maneira apropriada e deixa a desejar quanto ao ensinamento de como transitar em vias públicas.

Rafael Mello, 30, instrutor da autoescola Bela Vista de Gas-par há cinco anos e meio, é responsável pelas aulas teóricas. Ele afirma que depois atuar na área se percebe que a formação, em sua grande maioria, nem sempre é a ideal. Segundo ele, pode-se notar que muitos condutores circulam nas vias e que deveriam reciclar seus conhecimentos, porém não há o que fazer neste momento. “Em relação aos alunos novos, tentamos ao máximo demonstrar a importância de uma boa educação no trânsito, para contribuir com a cidadania e diminuir futuros acidentes e complicações por infrações’’, explica o instrutor.

A condutora Thaís Bitar, 19, habilitada há um ano, conta que ficou nervosa quando dirigiu pela primeira vez sozinha. Entretanto, a partir da segunda aula prática, na própria autoes-cola, já estava dirigindo e foi pegando o jeito. “Acho que não é necessário um maior aprofundamento, pelo menos para a au-toescola que eu fiz. Sobre as outras, não posso opinar, só sei que

aproveitei ao máximo minhas aulas para absorver tudo. Para mim, foi suficiente”, avalia a condutora.

O que se observa na prática é que nem todos os alunos se dedicam como deveriam. Também as autoescolas não têm preparado motoristas conscientes para encarar uma rotina no trânsito. De acordo com o site de informações G1, em matéria publicada em dezembro de 2017, em 24 horas, ao menos oito pessoas morrem em acidentes de trânsito em Santa Catarina.

Joel Nogueira, 51, habilitado desde 1986, afirma que a imprudência reside na falta de consciência no trânsito e não na falta de experiência. Segundo ele, a maioria dos aciden-tes ocorre pela imprudência de jovens recém habilitados. “As autoescolas não são responsáveis pela formação de caráter, o seu papel é ensinar pessoas a dirigir’’, avalia. Paulo Cortes, 23, dirige há seis anos e discorda de Joel. Para ele, sua prepara-ção na autoescola foi muito precária, já que as aulas práticas que recebeu não o prepararam para a rotina movimentada do trânsito.

Mesmo considerando que existem condutores iguais a Thais, que se dedicam e conseguem absorver o necessário para se tornar bons motoristas, essa não é uma regra universal. Mui-tas autoescolas falham com aulas práticas e teóricas, e é neces-sário que o interesse em aprender tem que partir do futuro con-dutor, tendo em mente que receber uma carteira de motorista é uma grande responsabilidade. A rotina do trânsito traz tam-bém preocupações, agitação e coloca a vida de outras pessoas em risco, como pedestres e até mesmo outros motoristas.

Texto:Laura Frainer de Oliveira eRebeca De Paula Nogueira

Foto:Dimas Freitas/JM

O que acaba sendo

verificado, na prática,

é que nem todos os

alunos se dedicam como

deveriam. Também as

autoescolas não têm

preparado motoristas

conscientes para

encarar uma rotina

estressante no trânsito.

De acordo com o site

de informações G1, em

matéria de dezembro

de 2017, em 24 horas,

ao menos oito pessoas

morrem em acidentes

de trânsito em Santa

Catarina.

O instrutor Rafael Mello diz que alguns condutores precisariam reciclar seus conhecimentos para melhorar a qualidade do trânsito

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