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GRATUIT O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa 04 Entrevista ao Conselheiro das Comunidades Portuguesas eleito em Bordeaux, Valdemar Félix, depois do plenário do CCP Edition nº 273 | Série II, du 13 juillet 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais PUB Lusa / Miguel A. Lopes Fr FRANCE Edition Ganhámos! PUB

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G R A T U I T

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

04Entrevista ao Conselheiro das Comunidades Portuguesas eleitoem Bordeaux, Valdemar Félix, depois do plenário do CCP

Edition nº 273 | Série II, du 13 juillet 2016 Hebdomadaire Franco-Portugais

PUB

Lusa / Miguel A. Lopes

FrF R A N C EEdition

Ganhámos!

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02 Opinião

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014 | Represéntée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, AntónioMarrucho, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz(Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Manuel dos Santos, José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel doNascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Nathalie de Oliveira, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patricia Valette Bas, Ricardo Vieira, RuiRibeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, LuísGonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves, 75014Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: juillet 2016 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

le 13 juillet 2016

Brexit ou como brincar às democraciasPadre Nuno AurélioReitor do Santuário de NossaSenhora de Fátima de Paris

[email protected]

Crónica de opinião

Criada pelos gregos na antiguidadeclássica, reinventada pelos inglesesna Idade Média (com a Magna Chartae a Bill of rights), a Democracia temconhecido formatos diferentes aolongo dos tempos.Aristóteles, o grande filósofo grego doséculo IV a.C., cuja filosofia moldouaté hoje o pensamento do Ocidente eas suas instituições, refletiu sobre asformas de governo da cidade (emgrego “pólis”, donde provem o termopolítica). Por cidade quer-se dizer acomunidade de cidadãos. E escreveassim: “Como constituição e governosignificam a mesma coisa, e o governoé o poder soberano da cidade, é ne-cessário que esse poder soberano sejaexercido por ‘um só’, por ‘poucos’ oupor ‘muitos’. Quando um só, poucosou muitos exercem o poder buscandoo interesse comum, temos necessa-riamente as constituições retas;quando o exercem no seu interesseprivado, temos desvios. (…) As dege-nerações das formas de governo pre-cedentes são a ‘tirania’ respeitante àmonarquia; a ‘oligarquia’, com relaçãoà aristocracia; e a ‘democracia’, noque diz respeito à ‘politia’. Na ver-dade, a tirania é o governo monár-quico exercido em favor do monarca[um só]; a oligarquia visa ao interessedos ricos [poucos]; a democracia, aodos pobres [muitos, a maior parte].Mas nenhuma dessas formas visa autilidade comum”.O termo democracia evoluiu bastante,mas não é considerado por Aristóteles,

o melhor e mais positivo das formasde governo. Para ele seria a “politia”a mais adequada, por se situar entreos extremos, isto é, entre oligarquia(governo dos ricos) e da democracia(governo dos pobres). E prefere a “po-litia” porque é um tipo de governo quese inclina para a democracia, massem cair no extremo de ser dominadopelos interesses de um grupo socialapenas, neste caso os pobres.Também Winston Churchill, o grandeestadista inglês do século XX e que li-derou o Reino Unido e a resistênciado Ocidente, durante a II guerra mun-dial, ao nazismo e depois ao comu-nismo (enquanto pode), se referiu àdemocracia de forma curiosa: “A de-mocracia é a pior forma de governo,salvo todas as demais formas que têmsido experimentadas de tempos emtempos” (discurso na Casa dos Co-muns, 11.11.1947). É portanto amelhor possível, sabendo que não for-mas perfeitas.

Terminado o referendo sobre a perma-nência ou não do Reino Unido (RU)na União Europeia (UE) com o resul-tado favorável à saída, começaram asurgir imediatamente “explicações”surpreendentes para o desfecho quepoucos esperavam ou queriam. Muitagente terá votado pela saída, não por-que o desejasse, mas como protesto.Alguns pediram a correção do seuvoto, porque só então se aperceberamque sair era mesmo sair. Segundo acomunicação social, quem votou afavor do Brexit admitia no dia se-guinte: “a realidade caiu-me emcima. Quem me dera ter a oportuni-dade de votar outra vez”. Outros vo-tantes reconheceram que, sesoubessem quais seriam as conse-quências a curto prazo, nunca teriamvotado a saída: “Estou chocado portermos votado ‘sair’ (‘exit’). Nuncapensei que isso fosse acontecer. Nãopensei que o meu voto fosse muitoimportante porque achei que íamos

ficar”.Pois, o nosso voto é mesmo muito im-portante e faz toda a diferença. Cor-roída por dentro, as nossasdemocracias definham por causadesta mentalidade individualista e rei-vindicativa que pensa ter a sua forçano protesto, apenas e sobretudo. Masnão! A força da democracia está,como dizia Aristóteles, na defesa dointeresse comum, de todos, sem ex-ceção, pela harmonia e o equílibrio,fundadas na virtude.Como justamente lembrava o PapaFrancisco no seu discurso aos Depu-tados europeus em Strasbourg: “Épreciso ter cuidado para não cair emalguns equívocos que podem surgir deum errado conceito de direitos huma-nos e de um abuso paradoxal dosmesmos. De facto, há hoje a tendên-cia para uma reivindicação crescentede direitos individuais - sinto-me ten-tado a dizer individualistas -, que es-conde uma conceção de pessoa

humana separada de todo o contextosocial e antropológico, quase comouma ‘mónada’ [=organismo muitosimples e pequeno] cada vez mais in-sensível às outras ‘mónadas’ ao seuredor. Ao conceito de direito já não seassocia o conceito igualmente essen-cial e complementar de dever, aca-bando por afirmar-se os direitos doindivíduo sem ter em conta que cadaser humano está unido a um contextosocial, onde os seus direitos e deveresestão ligados aos dos outros e ao bemcomum da própria sociedade”(24.11.2014).Nesta “pulverização” da sociedade, jánão nos vemos como comunhão depessoas, mas como simples justapo-sição - empilhamento - de indivíduoscegos e surdos aos outros. Diz aindaFrancisco: “Por isso, considero queseja mais vital hoje do que nuncaaprofundar uma cultura dos direitoshumanos que possa sabiamente ligara dimensão individual, ou melhor pes-soal, à do bem comum, àquele ‘nós-todos’ formado por indivíduos,famílias e grupos intermédios que seunem em comunidade social. Na rea-lidade, se o direito de cada um nãoestá harmoniosamente ordenado parao bem maior, acaba por conceber-sesem limitações e, por conseguinte,tornar-se fonte de conflitos e violên-cias”.Em crianças brincávamos em grupoàs casinhas e, agora, como adultosbrincamos egoistamente às “demo-cracias”.

‘Passar de cavalo para burro’ ou la part des anges du politiquement correct

José MarreiroArtiste peintre

[email protected]

Chronique d’opinion

Je pensais vous écrire pour ne rien vousdire…Ne rien vous dire de plus que ce qui adéjà été dit…Tout a été dit et pourtant, il reste tantde choses à dire...Dans mes pensées stochastiques, maraison s’étire plus que l’élastique…L’aphorisme serait plus approprié etpourtant, ce n’est pas le cas, «putainde statistiques»…!Pourquoi les plus belles choses quiexistent sur cette terre, sont-elles tou-jours les plus éphémères!?Portugais ou non, travailleurs d’ici oùd’ailleurs, je crois que la France part àvau-l’eau et nous avec…En effet on ne change pas un chevalqui perd, il a beau rebondir, finalementil ne fait que rouler, nous rouler dans lafarine par la même occasion, tel unpoisson que l’on va passer à la friture.

L’avenir s’annonce difficile et morosepour nous, comme pour nos enfants, laFrance s’émiette et le Portugal nousrenie...Dix ans de défiscalisation pour lesétrangers qui viennent vivre au Portugalet pour les Portugais…?Les «Avec» comme on nous appelle,rien n’est au planning… On n’est plusà ça près!!!!On est tiré à hue à dia, déchiré entredeux pays qui finalement ne désirentque notre argent ou nos votes, cela dé-pend du moment...Comment dire «Oui» à une mutuellequi remplace peu à peu la Sècu, com-ment dire «Oui» à une retraite qui sevaporise et qui va être bientôt rempla-cée par des fonds de pensions commela «BES». Oups désolé!Comment dire «Oui» à la loi «el conne-rie», comment dire «Oui» à des per-

sonnes, des politiques ou des sociétésqui planquent leurs pognons bien malacquis dans des paradis où seuls cesdeniers peuvent se permettre de boireune piña colada au bord d’une merbleue azur.Venin jeté à la face du mot «mondiali-sation» comme on nous fait croire!?Nivellement par le bas, modèles Euro-péens mal adaptés et qui ne correspon-dent en rien à ce qui avait été décidé ily a des années auparavant, mauvaisegestion mais où sont passés mes trente-sept ans et demi et mes dix meilleursannées de travail. Notre retraite fond avu d’œil et on ne peut pas incriminer lesoleil cette fois, ce doit être «la part desanges» comme dans ce vieux Porto…On les voit venir de loin et pourtant onse comporte toujours comme des mou-tons de Panurges.«On ne peut pas séduire et gouverner»

je crois que c’est quelqu’un de cheznous qui a dit «ça» et le mois de mai etpas loin du mois d’avril, attention!«Tabou» je vous laisse deviner…«Un homme est bien fort quand ils’avoue sa faiblesse» (pour le coup, onpeut le citer celui- là, Monsieur Balzac)moi je dirais «un homme est bien faiblequand il s’avoue sa force… Ce qu’il faitet démontre chaque jour».Le Bourget reste un musée et lui aussipassera à la postérité si j’ose diremais… Chez Madame Tussaud, «fautcroire»…«Grand coup de gueule» et je demandemille pardons à vos chers lecteurs, moiqui suis Apolitique, je crois que je viensd’attraper le virus du, du Comm… Non!Non! Je suis vacciné… Normalement!?Bref! Tout ça pour vous dire que, plusje vieillis, plus je deviens bête, cela mefait penser à mon grand-père qui disait

toujours «passar de cavalo para burronunca é bom» et c’est exactement cequi m’arrive, ce qui nous arrive…Là, je suis bien obligé de constater queles temps changent, comme le pré-voient d’ailleurs les météorologues, celava être chaud mais pas du même aca-bit et moi, l’idiot je dis «Oui» à toutça!?«Oui mais attention, vous n’êtes passeul, me disent-ils» Ah Bon?! Cela merassure! Et timidement, je devrais es-quiver un Merci, me retourner et metaire…Mais je réponds quand même et forte-ment «Non Merci»!«Quand le diable est addict, la néces-sité fait loi»…Ah!? Les aphorismes reviennent, c’estle printemps, un peu comme les hiron-delles où la pluie, c’est selon… Quevoulez-vous, on ne se refait pas… Zé.

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03Comunidade

emsíntese

Vamos de férias.Estaremos de regresso no fim de agosto

Esta é a última edição do LusoJornalantes das férias.Há 12 anos que assim é. Como osnossos leitores partem, de férias, nóspartimos também.Desde o ano passado editámos mais45 edições do LusoJornal. Na genera-lidade, o jornal parece agradar. Umassemanas mais à direita, outras mais àesquerda, umas semanas com maisdesporto, outras com mais cultura,umas semanas com mais política, ou-tras com mais associativismo... “é ne-cessário de tudo para fazer o mundo”diria a minha avó. E tinha razão.É difícil fazer um jornal como este, comas condições que são as nossas. Nãoo digo para me queixar, numa evidentemanifestação de falta de condições.Pelo contrário. Digo-o para agradecertodos os que colaboram neste projetoque continua a ser a minha paixãodesde o primeiro dia.Podíamos fazer melhor? Claro quesim. Mas dificilmente se faria melhorcom as nossas condições. Presto poishomenagem àqueles que semanal-mente dão o seu contributo para queeste projeto seja realidade. Bemhajam. Obrigado.Passem umas boas férias. E cá esta-remos no dia 31 de agosto, “se a tantonos ajudar engenho e arte”.

Por Carlos PereiraDiretor do LusoJornal

Reunião do Conselho Consultivo da áreaconsular de Toulouse

Realizou-se no passado dia 2 dejulho a reunião do Conselho Consul-tivo do Vice-Consulado de Portugalem Toulouse.A reunião contou essencialmentecom membros de várias associaçõesportuguesas, tendo estado tambémpresente a professora do Instituto deCamões e que tem a seu cargo váriasturmas de português na região, Cris-tina Graça, e o Conselheiro das Co-munidades Portuguesas, AntónioCapela.O Conselho fez um balanço das alte-rações verificadas após a última reu-nião deste órgão de consulta do postoconsular e discutiu alguns problemasque afetam a Comunidade portu-guesa na região, nomeadamente noque toca aos serviços consulares, aoensino do português e ao associati-vismo. No entanto, “o foco principalfoi, mais uma vez, a falta de pessoalno Vice-Consulado, que se reflete emlongos tempos de espera e na impos-sibilidade de se fazerem Permanên-

cias consulares” disseram os Conse-lheiros ao LusoJornal.No final, foram inaugurados os sani-tários remodelados do Vice-Consu-lado, para uso do público, depois deterem sofrido obras de requalificaçãohá muito reclamadas pelos utentes.Esta requalificação foi possível gra-ças à intervenção pro-bono de uma

empresa de origem portuguesa da re-gião, colmatando assim essa carên-cia do edifício.Finda a reunião e a inauguração,Paulo Santos, Vice-Cônsul de Portu-gal em Toulouse mostrou-se bastanteagradado: “Estas reuniões são muitoimportantes para a partilha de pro-blemas que atingem a Comunidade

portuguesa da região e de ideiaspara os tentar resolver. No entanto,estes encontros não encerram estapartilha, estando o Vice-Consuladosempre disponível para ajudar osPortugueses da região a solucionaros problemas que identifiquem nanossa Comunidade” concluiu aoLusoJornal.

Com inauguração dos novos sanitários públicos do posto consular

Por Vítor Oliveira

Paris também já tem novo Conselho consultivo da área consularO Cônsul Geral de Portugal em Paris,António Moniz, nomeou os membrosdo novo Conselho consultivo da áreade jurisdição deste posto consular,mas a primeira reunião ainda não foiagendada.Uma parte dos membros do Conse-lho consultivo já tinha sido nomeadapelo anterior Cônsul Geral Pedro

Lourtie, tendo agora sido reconduzi-dos por António Moniz que, segundoo Regulamento consular tinha 6meses após a sua chegada, paraconstituir o Conselho consultivo.Integram o Conselho o arquitetoPaulo Paixão, Maire Adjoint em Dam-marie-les-Lys, os animadores derádio Mário Bessa de Roubaix, Álvaro

da Conceição de Fleury-les-Aubrais eMaria de Fátima Sampaio de Reims,a empresária Beatriz Peixoto de Qui-berville-sur-Mer, o Provedor daSanta Casa da Misericórdia deParis, Joaquim Sousa, os dirigen-tes associativos Mário Castilho dePontault-Combault, Carlos Gomes deNantes, e Rita Furtado da AGRAFr, o

Padre Nuno Aurélio, Reitor do San-tuário de Nossa Senhora de Fátimade Paris, o Presidente do PortugalBusiness Club de Tours, Philipped’Almeida e o Diretor do LusoJornal,Carlos Pereira.Por inerência participa também Ade-laide Cristóvão, Coordenadora do En-sino Português em França.

le 13 juillet 2016

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Marcelo disse que este foi o 10 de Junhomais económico dos últimos 12 anosO Presidente da República afirmouque o 10 de Junho deste ano, apesarde passado em Portugal e em França,“terá sido o mais económico dos últi-

mos 12 anos”.Marcelo Rebelo de Sousa reagia a umanotícia do Correio da Manhã que apon-tava para uma despesa de 12.600 euros

com uma receção ao corpo diplomáticono âmbito do Dia de Portugal, de Ca-mões e das Comunidades Portuguesas.O Presidente da República disse que, no

que “no que respeita à receção ao corpodiplomático foram seguidos os procedi-mentos legais e ouvidas as duas entida-des e seguido o orçamento mais baixo”.

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04 Comunidade

lusojornal.com

Conselheiro das Comunidades diz que nãopodemos continuar a ser tratados comoPortugueses de Segunda

Valdemar Félix é Conselheiro das Co-munidades Portuguesas, eleito nas úl-timas eleições, pelo círculo eleitoral deBordeaux e Toulouse. Há muitos anosque é dirigente associativo e tambémé radialista, sendo até o Presidente daassociação Codix, a associação queanima programa em língua portuguesana rádio La Clé des Ondes, em Bor-deaux.Recentemente Valdemar Félix e os res-tantes membros do Conselho das Co-munidades reuniram em Lisboa.Decidimos iniciar aqui uma série deentrevistas com os diferentes membrosdo CCP eleitos em França.

Qual é o balanço que faz da reuniãoplenária do CCP?Foi realmente uma experiência muitointeressante, tive a oportunidade defalar com os nossos governantes no-meadamente com o Secretário de Es-tado das Comunidades Portuguesas,José Luís Carneiro, o levei a mensagemda Comunidade Portuguesa à Assem-bleia da República e foi para isso quefomos eleitos. É sempre bom poderdialogar diretamente com aqueles quenos dirigem, houve promessas que es-pero que se concretizem, promessasdo Secretário de Estado e até do Presi-dente da República. Falaram na cria-ção das Lojas do cidadão, aliás umaexperiência foi recentemente posta emprática em Paris e espero que seja alar-gada a outras cidades. Também foi in-teressante ter o contacto com os outrosConselheiros de outros países, porvezes de Continentes longíquos, e ficouno ar que há muita coisa a fazer.

Que tipo de especificidade há nestaárea consular de Bordeaux, que acheimportante que o Conselho se pronun-ciasse?Tive a oportunidade de intervir na As-sembleia da República para falar doConsulado de Portugal em Bordeaux,naturalmente que falei das coisas boase das coisas más, das necessidadesque há em termos de funcionamentodo Consulado, todos sabemos que como fecho do Consulado de Bayonne,houve um acréscimo de trabalho parao Consulado de Bordeaux e interpeleio Senhor Secretário de Estado das Co-munidades que era urgente que hou-vesse mais elementos para um melhoratendimento, porque é essa uma dasqueixas que sai muitas vezes. Tambémlevantei a questão de Toulouse. UmVice-Consulado é importante mas nãopode resolver todos os problemas dosPortugueses, tudo passa pelo Consu-lado Geral de Bordeaux, e portanto nãoé propriamente uma solução paraaquela cidade.

O Vice-Consulado de Toulouse faz exa-tamente todos os atos consulares,certo?Mas está dependente de Bordeaux. OVice-Cônsul não tem a possibilidade depoder responder a certos pedidos daComunidade em termos de documen-tação e há certos assuntos que têm de

ser tratados obrigatoriamente em Bor-deaux. Há documentos que têm de tera assinatura da senhora Cônsul de Bor-deaux, não posso expecificar quais exa-tamente, mas existem. Uma dassoluções seria delegar mais responsa-bilidades aos Vice-Cônsules e tambémos Cônsules honorários. Sabemos queem Pau há uma Cônsul honorária masque não tem nenhum poder para resol-ver os problemas da Comunidade. Eneste momento, o que me parece ur-gente é a falta de mão de obra no Con-sulado de Bordeaux. A senhora Cônsulestá a fazer um excelente trabalho, oConsulado por exemplo não fecha àhora do almoço, o que permite o aten-dimento de mais pessoas. É uma ex-celente medida que o Conselheiroaprova. Mas ainda há muitas carên-cias, há muitos Portugueses que fazem200 a 300 km para poder tratar de do-cumentos que exigem a presença físicada pessoa.

E as Permanências consulares? Sãoimportantes?São importantes mas insuficientes.Trata-se dum ponto estratégico e é im-portante que hajam permanênciasconsulares. O Conselheiro das Comu-nidades fez uma intervenção para quefosse aberta uma Permanência consu-lar em Fumel, por exemplo, conside-rando que é ums cidade estratégica, jáque há cidades vizinhas onde residemmuitos Portugueses. É uma excelenteideia que está a funcionar, cinco anosdepois, mas há outras cidades que pre-cisavam também duma Permanênciamas a resposta é sempre a mesma,que faltam meios para as pôr a funcio-nar.

Que outros assuntos é importante tra-balhar enquanto Conselheiro?Durante a minha campanha eleitoralfalei muito sobre a promoção da línguaportuguesa. É uma das nossas preocu-pações, tivemos a oportunidade de

criar aqui em Cenon, uma escola pri-vada de português, com 22 alunosneste momento, aos sábados, em duasturmas, uma de manhã e outra detarde, com um professor contratado, oque significa que são as associaçõesque estão a pagar este serviço. Tive aoportunidade de falar com o Secretáriode Estado nesse sentido, porque a faltade professores é importante que con-vém resolver rapidamente, porque senão nos preocuparmos com o ensinoda língua portuguesa é a cultura quemorre. E os pais estão extremamenteinteressados, podíamos ter muitosmais alunos, mas não temos condi-ções. Para um só professor é compli-cado. Podíamos ter até 50 alunos.Cada vez mais há motivação da partedos pais e dos alunos de aprender alíngua materna, mas tem que haveruma intervenção do nosso Governonesse sentido. Trabalhar assim é umaforma de carolice já que são as asso-ciações a contratar os Professores. Énecessário que o Governo tenha umaintervenção nesta área. Obviamenteque quando não há alunos não se jus-tificam mais professores, mas nestecaso estamos numa região onde háuma carência de professores flagrante.

A participação cívica foi também umdos pontos fortes da sua campanhaeleitoral...Sem dúvida que também foi um mo-mento forte da campanha, quando sevê que em Bordeaux, uma cidade im-portante, onde reside mais de 5.000Portugueses e onde apenas 50 vãovotar, por isso há muito trabalho a fazernesse sentido, sensibilizar as pessoas.

Mas o que faz concretamente o Con-selheiro?Através dos órgão de comunicação so-cial, por exemplo. Fiz porta-a-porta. Fuiter com os Portugueses não só parairem votar por mim mas lembrando aimportância que têm em participar na

vida política e social na área de resi-dência. Que direito temos nós de irmospedir ou nos queixarmos se não vota-mos? Não teremos peso nenhum senão votarmos. Esse é um aspeto quetrabalhei com a minha equipa, falarcom os Portugueses nas festas e emvários eventos, para se inscreverem noscadernos eleitorais das Câmaras e par-ticiparem também nas associações depais de alunos, é extremamenbte im-portante participar. Muitos dos nossoscompatriotas dizem-nos que não que-rem fazer política, mas nós não pode-mos alhearmo-nos a tudo o que sepassa à nossa volta, sobretudo na áreaem que residimos. Somos Portuguesescerto, mas pagamos impostos e temosdireito à palavra, temos o direito de es-colher os nossos representantes na Câ-mara e se quisermos podemos termuito peso em termos de município ede representação.

Alguma mensagem a enviar para os go-vernantes?Há uma questão que abordei tambémque é a maneira como são tratados osPortugueses no estrangeiro. Primeiro,eu disse que não concordo muito coma palavra emigrante, somos trabalha-dores na Comunidade Europeia, somosEuropeus, e a palavra Emigrante é de-preciativa, quanto a mim. Por issodisse abertamente aos nossos gover-nantes que não venham visitar-nos sóem tempo de eleições, que venhammais vezes ver a realidade da Comuni-dade portuguesa que, apesar de seadaptar bem no país de acolhimento,continua enraizada na sua cultura e porfavor não nos tratem como Portuguesesde segunda, se calhar ainda temosmais valor do que certos Portuguesesem Portugal. Foi uma das expressõesque utilizei na Assembleia da Repú-blica e é um protesto que me sai dofundo do coração.

Valdemar Camarinha Félix, eleito em Bordeaux

Por Carlos Pereira

O que é uma franquia?

Resposta:

A franquia é o valor que fica acargo do tomador do seguro emcaso de sinistro (definição da Au-toridade de Supervisão de Segurose Fundos de Pensões - ASF).Geralmente o consumidor é con-frontado com o termo franquiaquando contrata um seguro. Umaapólice do ramo automóvel, umapara proteger a casa ou um se-guro de saúde, por exemplo, cos-tumam ter franquia.A existência de uma franquia nocontrato de seguro apresenta van-tagens quer para a seguradora,quer para o segurado.Do lado do segurado a vantagemexiste porque o prémio fica maisreduzido pelo facto do tomador serresponsável por parte dos prejuí-zos. Do lado da seguradora a exis-tência da franquia permite-lhereduzir custos pois os danos demenor valor não são indemniza-dos, não chegando sequer a serparticipados.As franquias podem ter várias mo-dalidades e formas de funciona-mento as quais se encontramdefinidas nas condições particu-lares de cada apólice de seguro.Elas poderão ser obrigatórias ouser facultativas (no caso de seremnegociadas entre o tomador e acompanhia de seguros), ter umvalor fixo em euros ou ser umapercentagem do valor do capitalseguro ou do dano.Caso a franquia resulte da aplica-ção de uma percentagem, de2,5% por exemplo, e tendo o au-tomóvel um valor de 20 mil euros,o tomador do seguro suportará osprejuízos/danos até aos 500euros, isto é, até ao valor da fran-quia, montante acima do qual aresponsabilidade é da seguradora.

Rita RibeiroJuristaRua Principal, nº 150Granja2425-013 Monte RealInfos: +351.926.300.365Infos: +33 (0)6.12.601.427

Rubrica jurídica

le 13 juillet 2016

LusoJornal / Carlos Pereira

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06 Comunidade

emsíntese

Fórum MadeiraGlobal a 8 e 9 de agosto

A Secretaria Regional dos Assun-tos Parlamentares e Europeus rea-liza nos dias 8 e 9 de agosto, oFórum Madeira Global, com o ob-jetivo de dar voz às Comunidadesmadeirenses na definição da polí-tica regional destinada ao aprofun-damento dos laços que unemmadeirenses, independentementedo local onde residem.Este encontro decorrerá na Salade Conferências do Casino da Ma-deira, podem participar, facultativa-mente e dependente de inscriçãoprévia, no Fórum, os emigrantesmadeirenses e seus descendentes,maiores de 18 anos, residentes noestrangeiro ou regressados hámenos de dois anos.

Empresas e município da Lourinhã emDeuil-la-Barre

Uma delegação do município daLourinhã deslocou-se, de sexta asegunda-feira desta semana, aDeuil-la-Barre (95), para participarna Festa da Sardinha.O evento, com sardinhada e anima-ção musical por artistas portugue-ses, foi organizado pela AssociaçãoCordas e Tradição, que, todos osanos, reúne milhares de emigrantesportugueses, muitos deles naturaisdo concelho, em Deuil-la-Barre,município com o qual a Lourinhãtem acordo de geminação.Ao longo da Festa da Sardinha, eà semelhança do ano passado, foidada visibilidade a 10 empresasda Lourinhã.

Delegação deChampdeniersSt. Denis em Vila Real

Uma delegação do Comité de ge-minação de Champdeniers St.Denis, localidade geminada desde2014 com Vila Marim, deslocou-seàquela freguesia de Vila Real, eparticipou numa Semana culturalque teve lugar entre os días 25 dejunho e 3 de julho. A comitiva fran-cesa foi acolhida pelas famílias dafreguesia e o objetivo era “fortale-cer uma vez mais as relaçoesentre os habitantes destas duasfreguesias”. Aliás foram colocadasas placas de geminaçao generosa-mente cedidas pela vila francesa.

lusojornal.com

Cerejas do Fundão distribuidas em Paris

A cereja do Fundão foi distribuída emParis no passado 6 de julho para darsorte à Seleção portuguesa durante oCampeonato da Europa de futebol.Foram muitos os Portugueses e essen-cialmente os Franceses que se deleita-ram com aquela que foi declarada “amelhor marca agroalimentar em Portu-gal” este ano.A marca criada há 12 anos, aquandodo Euro que decorreu em Portugal, jáhavia dado sorte à Seleção que na al-tura chegou à final. Nesse sentido, aCâmara Municipal do Fundão quis

deslocar-se a Paris para promover a ce-reja do Fundão mas também paraapoiar a equipa portuguesa.E foi ao lado do stand do Turismo dePortugal, junto à Mairie de Paris, que12.000 cuvetes de cerejas foram dis-tribuídas, algumas também se podiamsaborear na Fan Zone junto à Tour Eif-fel e em cafés lusos onde precisamentenaquela noite foi projetada a meia-finalde Portugal com o País de Gales.Segundo o Presidente da Câmara,Paulo Fernandes, “a cereja que é dacor de Portugal, e tem uma expressãobonita para dar força à Seleção”.Também Abílio Laceiras da Associação

Beirões de França, regozijou-se comesta ação de promoção. “A cereja doFundão é um dos principais produtosda região que veicula a promoção daBeira e contribui à sua riqueza. A elaestão associados vários produtos deri-vados como as compotas, licores, ma-carrons e mesmo pastéis de cereja”,explicou ao LusoJornal.Vários produtores da cereja do Fundãoestiveram presentes nesta ação e ape-sar de terem perdido 60% da sua pro-dução este ano, por causa do mautempo, distribuíram gratuitamente nacapital francesa. “Foi um dia muito bo-nito, muitos até pensaram que os pro-

dutos estavam fora de data, por ser gra-tuito, mas obviamente que não era ocaso”, sublinhou Abílio Laceiras quemais uma vez se ocupou de toda a lo-gística desta ação e do transporte.“Através de um amigo consegui man-dar cerejas à nossa Seleção em Mar-coussis. Não sei se as comeram, maspelo menos receberam-nas lá”, acres-centou com orgulho.Uma vez mais o fruto vermelho deusorte à sua equipa, já que Portugalconseguiu mais um lugar na final doCampeonato e ‘cereja no bolo’, conse-guiu até levar pela primeira vez a pre-ciosa taça para Portugal.

No passado dia 6 de julho

Por Clara Teixeira

Alunos do Liceu Internacional de Saint-Germain-en-Laye no Grand Palais

Antes de partirem para férias, os alu-nos da Secção portuguesa das turmasde CE1 a CM2 da Escola Normandie-Niémen e do Liceu Internacional deSaint-Germain-en-Laye, ainda tiveramtempo para visitar a exposição deAmadeo de Souza-Cardoso no GrandPalais, em Paris.O Liceu Internacional de Saint-Ger-main-en-Laye integra 13 Secções deensino internacional. A Secção portu-guesa, criada em 1973, permite oacesso ao ensino público e gratuito amais de 400 alunos, dos 4 aos 18anos, repartidos em três pólos: o LiceuInternacional, o Collège Pierre etMarie e a Escola Normandie-Niémen,em Le Pecq. O seu objetivo é “propor-cionar aos alunos uma formação bilín-

gue e bi-cultural de excelente nível eo conhecimento aprofundado da lín-gua e literatura portuguesas e da his-tória de Portugal”, num percurso quese conclui no ano de “Terminale” coma realização dos exames da “OptionInternationale du Baccalauréat”(OIB).O funcionamento deste estabeleci-mento de ensino implica um convívioquotidiano entre os alunos de todas asSecções, realçado por alguns momen-tos festivos como esta visita escolarque decorreu no passado dia 24 dejunho.A Associação de Pais dos Alunos daSecção Portuguesa do Liceu Interna-cional (APASPLI) teve o apoio daagência da Caixa Geral de Depósitosde Saint-Germain-en-Laye, que con-tribuiu para a realização deste evento.

Por Alfredo do Nascimento

Sintra vai ter Gabinete de Apoio ao EmigranteO Governo vai criar um Gabinete deApoio ao Emigrante em Sintra, o pri-meiro na Área Metropolitana de Lis-boa, um espaço que ofereceacompanhamento aos cidadãos quesaem ou querem regressar e ondepodem tratar de assuntos.O Secretário de Estado das Comuni-dades Portuguesas, José Luís Car-neiro, e a Câmara Municipal deSintra assinam na semana passadao Protocolo para a criação do Gabi-nete de Apoio ao Emigrante (GAE),naquele que é o segundo concelho

mais populoso do país (a seguir aLisboa), com 378 mil habitantes,cerca de 4% da população total e13% da Área Metropolitana de Lis-boa.Com a criação do GAE de Sintra,sobe para 108 o número de municí-pios que proporcionam esta respostaaos cidadãos, fazendo “o acompa-nhamento dos processos de saída,mas também de regresso definitivoou temporário às suas terras de ori-gem, constituindo um importantesinal de sensibilidade dos autarcas

para com este fenómeno”, lê-senuma nota do Gabinete de José LuísCarneiro. O novo modelo de GAE, lançado emabril, procura “valorizar a dimensãoeconómica e empresarial”, atravésda relação com o Gabinete de Apoioao Investidor na Diáspora, refere amesma informação do Governo.Este gabinete funciona à seme-lhança da Loja do Cidadão, permi-tindo aos emigrantes tratar deassuntos como a Segurança Social,equivalência de estudos, investi-

mentos, duplas-tributações, entreoutros. “O Gabinete de Apoio aoEmigrante resulta de um Protocolode cooperação entre a Direção-Geraldos Assuntos Consulares e das Co-munidades Portuguesas (DGACCP),do Ministério dos Negócios Estran-geiros (MNE) e os Municípios Portu-gueses, tendo como destinatários osPortugueses ainda emigrados, aque-les que já regressaram ou que irãoregressar, bem como os que preten-dem iniciar um processo migrató-rio”, segundo o executivo.

le 13 juillet 2016

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08 Comunidade

lusojornal.com

emsíntese

Condutor português de acidente comcarrinha emFrança vai ser libertado

Pierre Gagnoud, Procurador da Re-pública de Moulins, em França, disseà Lusa que o condutor do veículo en-volvido no acidente de viação em quemorreram 12 Portugueses em marçovai ser libertado “nos próximos dias”.“O Juiz de instrução ordenou a liber-tação sob controlo judiciário que in-clui a interdição de deixar o territóriofrancês, a proibição de entrar emcontacto com os protagonistas destecaso, a obrigação de fixar a residênciaem França numa morada que foi de-terminada e a obrigação de entregaruma caução de onze mil euros. A li-bertação deverá acontecer nos próxi-mos dias”, declarou o Procurador.Pierre Gagnoud indicou que recorreuda decisão, mas que a justiça confir-mou a decisão do Juiz de instrução eque o jovem vai ser libertado. “Tinharecorrido da decisão porque conside-rei que o domicílio e o contrato de tra-balho em França entregues ao Juiznão eram suficientes para evitar orisco de fuga para Portugal ou Suíça.Depois, considerei que havia risco deconcertação fraudulenta com os pro-tagonistas deste caso porque sabe-mos que havia um segundo veículoque foi encontrado. Em terceiro lugar,considerei que havia riscos de pres-sões sobre as testemunhas”, expli-cou.O tio do condutor continua em prisãopreventiva, mas o período legal dessadetenção termina no final de julho ehouve pedidos de libertação sob cau-ção aos quais o Procurador se opôs.Pierre Gagnoud não pôde precisar adata do julgamento, mas disse que“não deverá acontecer antes do finalde 2017 e é possível que seja maistarde”.Doze Portugueses, com idades entreos 7 e os 63 anos, morreram na se-quência do choque frontal entre acarrinha em que seguiam e um veí-culo pesado, em março, na estradanacional 79, perto de Lyon, na locali-dade de Moulins.

Por Carina Branco, Lusa

Campanha “Sécur’été” da Cap Magellancomeçou na discoteca Mikado em ParisO lançamento da campanha de segu-rança rodoviária “Sécur’été 2016” foioficialemente feito na noite do dia 1de julho, na discoteca Le Mikado, emParis, onde a Cap Magellan desenvol-veu a primeira ação de sensibilizaçãodo ano. A noite foi animada, com apresença de cerca de 300 pessoas, econtou nomeadamente com a pre-sença e a colaboração ativa de JoséCarlos Malato, apresentador de televi-são e padrinho fiel da campanha “Sé-cur’été” desde 2012.Assim que os jovens chegavam a dis-coteca, eram convidados pelos volun-tários - que se vestiram a rigor com atee-shirt 2016 da campanha, patroci-nada pelo Banco BPI - a levar a já co-nhecida “pulseira bom condutor” dacampanha. O objetivo é designar, numgrupo, pelo menos uma pessoa que secompromete a respeitar o compro-misso de não ultrapassar o limite de ál-cool legal no sangue. Era colocada,então, uma “pulseira Sécur’été” a essapessoa para comprovar a sua motiva-ção e o seu compromisso e, na saídado grupo da discoteca, as pessoas coma pulseira sopravam no “balão”.Entre as 2h30 e as 6h00, a Cap Ma-gellan submeteu os portadores da pul-seira “Sécur’été” ao teste de álcool.Alguns jovens tinham respeitado o seucompromisso, mas outros não, sendoque a missão dos voluntários era de os

convencer, imediatamente, a não levaro carro e, em várias ocasiões, de con-vencer os acompanhantes a não seguircom este codutor. “A aposta foi sem-pre ganha!” diz uma nota da associa-ção.Na área de serviço de Bordeaux-Ces-tas, a Cap Magellan vai estacionar nosábado dia 16 de julho, para uma sen-sibilização dos 20.000 automobilistas

diários que param aí, com ateliersmassagens e áreas de descanso.Na RCEA (Route Centre Europe Atlan-tique), nos dias 16 e 17 de julho, aCap Magellan também está presentecom ateliers de massagens.Nas fronteiras de Vilar Formoso, VilaVerde da Raia e Valença em Portugalno fim-de-semana de 30 e 31 de julhoa associação vai “acolher” os emigran-

tes que chegam de carro. Depois, osvoluntários vão estar em algumas dis-cotecas da zona norte e centro nasduas primeiras semanas de agosto eno concerto Leiria Dancefloor no dia13 de agosto no estádio de Leiria.A Cap Magellan anuncia 150 voluntá-rios que vão estar ainda nas praias elugares turísticos de Portugal até ao dia15 de agosto.

Na presença de José Carlos Malato

Ouverture des candidatures aux Boursesd’études Cap Magellan/ImpérioL’association Cap Magellan, en colla-boration avec Império Assurances, or-ganise pour le troisième annéeconsécutive un évènement destiné àoctroyer des bourses d’études auxjeunes étudiants les plus méritantsissus de la Communauté portugaiseou aux jeunes apprenant la langueportugaise, et résidant en France. Ceprojet s’adresse tout spécialement auxélèves qui sont en classe de Termi-nale, toutes sections confondues, ouen première année d’enseignementsupérieur, pour l’année scolaire 2015-2016, qu’il s’agisse d’un établisse-ment public ou privé en Francemétropolitaine.

La candidature aux Bourses a lieuentre les mois d’avril et de septembre,pour l’année scolaire 2015-2016 etconcerne douze bourses d’un montantde 1.600 euros chacune. L’attributionde ces bourses a pour objectif de “ré-compenser les étudiants les plus mé-ritants, dont le parcours scolairedémontre à la fois un grand sérieux etun intérêt marqué pour les études” ditune note de presse de l’associationportugaise.Le jury sélectionnera, parmi les can-didats, les étudiants “les plus bril-lants” et dont le parcours attirera enoutre son attention “par le caractèremodeste de leur situation sociale et/ou

de celle de leurs parents”.L’octroi de la bourse est toutefoisconditionné à la poursuite des étudesdans l’enseignement supérieur, sanscritères de voie ou de filière.Peuvent se porter candidats les jeuneslusodescendants ou lusophiles quiétudient le portugais, âgés de 15 à 20ans, et qui remplissent toutes lesconditions suivantes: résider enFrance métropolitaine; avoir son Bac-calauréat en France, avec mentionBien ou Très bien; être, pendant l’an-née scolaire 2015-2016, étudiant enTerminale ou en 1e année de l’ensei-gnement supérieur; ne bénéficierd’aucune autre bourse au titre de

concours privés ou publics, hormisune bourse d’études nationale (décer-née par l’Etat sur critères de revenus);ne pas faire partie de la famille (pa-rents ou enfants) des collaborateurs etdes organisateurs, ainsi que des per-sonnes qui y sont associées.Pour plus d’informations:Cap Magellan01.79.35.11.00info@capmagellan.orgwww.capmagellan.sapo.pt

Impé[email protected]

Bial rompe parceria com empresa francesaassociada a morte em ensaio clínicoA Bial suspendeu a parceria com Bio-trial na sequência do ensaio clínicoconduzido pela empresa francesa emque morreu um voluntário, disse oPresidente executivo da farmacêuticaportuguesa.Falando aos jornalistas no Porto du-rante uma apresentação de um novomedicamento para tratamento dadoença de Parkinson, António Portelaafirmou que a parceria com a Biotrialestá suspensa e referiu “largas deze-nas de milhões de euros” de prejuízosdevido ao sucedido.A fonte clarificou que não há atual-

mente nenhum projeto comum daBial e da Biotrial em curso, masambas estão a trabalhar em conjuntopara apurar o que se passou no ensaioclínico. O Presidente executivo da Bialdisse não ter “respostas cabais paradar sobre o assunto”, que levou o Mi-nistério Público de França a abrir umainvestigação.A 17 de janeiro, Guillaume Molinet,de 49 anos, morreu durante um en-saio clínico realizado em Rennes pelaempresa especializada Biotrial, en-quanto testava uma molécula queatuava sobre o sistema nervoso para o

laboratório português Bial. Outroscinco voluntários tiveram também deser hospitalizados, e alguns delesapresentam ainda sequelas neurológi-cas decorrentes dos testes comaquela substância que tinham sidovalidados pela Agência Nacional deSegurança do Medicamento (ANSM).Este foi o mais grave acidente algumavez ocorrido na Europa no âmbito deum ensaio clínico.Sublinhando que é “obrigação” daBial procurar explicações para o queaconteceu, António Portela disse quepara a farmacêutica subsiste uma in-

cógnita sobre o caso: “Por que é que(…) houve quase 100 pessoas quetestaram sem qualquer problema” amolécula e por que é que, “naqueleúltimo grupo de seis, há um que nãotem qualquer problema, há quatroque têm efeitos secundários e há umque veio a falecer”.A Bial, acrescentou, desconhece osresultados da autópsia do homem quemorreu no ensaio clínico da molécula,embora os dois relatórios já efetuadostenham confirmado que foram “cum-pridas as regras em termos de regula-mentação”.

le 13 juillet 2016

Cap Magellan

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10 Comunidade

emsíntese

França condecorou Nuno Vieira eBrito

No passado dia 8 de julho, na Em-baixada de França, em Lisboa,realizou-se a cerimónia de atribui-ção das insígnias de Commandeurde l’Ordre du Mérite Agricole aNuno Vieira e Brito, “pelos seusserviços relevantes à Agricultura”.O título de Comendador é o maisalto grau da Ordem de Mérito Agrí-cola, instituída em França pela pri-meira vez em 7 de julho de 1883,pelo Ministério da Agricultura,como forma de recompensar per-sonalidades nacionais e estrangei-ras que se tenham distinguido poraltos serviços prestados na agricul-tura.Nuno Vieira e Brito é Professor doEnsino Superior e Investigador,Doutorado em Ciências Veteriná-rias, especialista em questões agrí-colas e agroalimentares, tendosido Secretário de Estado da Ali-mentação e da InvestigaçãoAgroalimentar, no Ministério deAgricultura e Mar dos XIX e XX Go-vernos Constitucionais.Este é o reconhecimento do Go-verno Francês ao trabalho desen-volvido por Nuno Vieira e Britoenquanto governante nas áreas daagricultura, alimentação e agroali-mentar, “em particular pela suaação na área da cooperação inter-nacional e no seu empenho no for-talecimento das relações entrePortugal e França nesses domí-nios”.

Agência AigleAzur de Pariscom nova imagem

A companhia Aigle Azur efetuourecentemente uma renovaçãocompleta da sua agência pari-siense situada no Boulevard Saint-Martin, em frente à Place de laRépublique.Para a modernização da agênciafoi necessário encerrá-la duranteuma semana e, no total, 4 sema-nas de trabalhos para renovar e re-decorar as instalações da agência,bastante frequentada pelos seusfiéis clientes.Como explica Tiago Martins, Dire-tor Comercial Adjunto da AigleAzur: “Contrariamente a muitascompanhias aéreas, escolhemosdecididamente manter uma pre-sença física da Aigle Azur no cen-tro de Paris. E pretendíamosmelhorar as condições de rece-ção, com o objetivo de responderda melhor forma à procura eacompanhar os clientes nas suasiniciativas”.

lusojornal.com

Isabel Cruz Almeida procura mecenas em Françapara recuperar o Mosteiro dos Jerónimos

A Diretora do Mosteiro dos Jerónimose da Torre de Belém, Isabel Cruz Al-meida, esteve em Paris para solicitarapoios aos emigrantes portugueses,aos lusodescendentes e às empresasdirigidas por portugueses, para apoia-rem uma parte importante da renova-ção do Mosteiro mais visitado dePortugal.Em 1983, tanto o Mosteiro dos Jeró-nimos, como a Torre de Belém passa-ram para a tutela do Ministério daCultura, depois de terem sido clasifi-cados pela Unesco. Até essa data, edesde o século 19, estes dois monu-mentos pertenciam ao Ministério dasFinanças.Em janeiro de 1984 Isabel Cruz Al-meida assumiu a Direção dos dois mo-numentos, até hoje. Note-se quequando o atual Presidente da Repú-blica tomou posse, foi recolher-se noMosteiro, onde estão os túmulos deLuís de Camões e de Vasco da Gama.A recuperação do Mosteiro é uma mis-são constante. “Agora trata-se de umaparte importantíssima que é a da igrejaque tem as abóbodas mais importantesdos finais do século 15 e princípos doséculo 16. Não há no mundo ocidentalumas abóbodas tão vastas com aquele

entrançado que parecem palmeiras”explica a Diretora ao LusoJornal. “Esteé um trabalho de arquitetura notável.Depois das invasões franceses dá-setodo o movimento liberal e este localque era só especificamente para os reisvai ser também para os heróis nacio-nais, como Camões que está ali sepul-tado, assim como Vasco da Gama atéque o Panteão nacional acabou as suasobras em 1966 e então várias figuraspassaram para o Panteão, e aqui ficouCamões, Vasco da Gama, a famíliareal, Alexandre Herculano e mais re-

centemente Fernando Pessoa”.Há 500 anos Lisboa foi abalada porum terramoto, mas o Mosteiro foi pre-servado. “Repare que toda a partevelha de Lisboa teve que ser restau-rada. Foi uma situação terrível. A ver-dade é que o Mosteiro dos Jerónimosfoi pouco afetado, cairam algumas par-tes, e portanto houve necessidade deintervir, mas o grosso não foi afetado.Mas neste momento começa a haverperda de pedras e quando caem podefazer danos e isso é uma grande preo-cupação nossa”.

O Ministério da Cultura apenas suportauma parte dos cerca de 500 mil eurosnecessários para esta fase da restaura-ção. Mas o apelo exterior impõe-se.“Junto dos Portugueses, dos empresá-rios noemadamente. Se reparar doponto de vista simbólico a Torre deBelém está virada para a diáspora, con-trariamente à Estátua da Liberdade emNova York que está virada para a che-gada” explica Isabel Cruz Almeida.Participar na restauração do monu-mento mais visitado de Lisboa podeser um ato de filantropia, mas IsabelCruz Almeida garante que há incen-tivos fiscais para as empresas france-sas, através da World MonumentsFund, que é uma instituição mun-dial, que também está em França eque passa os devidos recibos paraque as somas doadas para a recu-peração do Mosteiro, sejam abati-das dos impostos em França. AliásIsabel Cruz Almeida é Vice-Presi-dente da ‘World Monument Fund’em Portugal.Quem ajudar tem outras vantagens quepodem ser interesantes. “Podemos pri-vatizar partes do Espaço, podemos or-ganizar visitas aos colaboradores, aosclientes, estamos abertos a qualquerproposta” explica ao LusoJornal a Di-retora do monumento.

Diretora do Mosteiro esteve em Paris

Por Carlos Pereira

Busto de Camões chegou agora ao Consulado Geral de Portugal em Paris

O Consulado Geral de Portugal emParis passa a ter um busto de LuísVaz de Camões numa oferta do es-cultor Mário Rodrigues de Castro, ra-dicado em Bruxelas. O original destebusto, em bronze, está numa rua deBruxelas, mas há mais algumas ré-plicas como esta que chegou agoraa Paris, na Embaixada de Portugalem Haia e no Instituto Camões, noLuxemburgo.Mário Rodrigues de Castro é naturalde Afife, terra de estucadores. “EmAfige temos os melhores estucadoresdo mundo” diz a sorrir. Depois esteveem Lisboa, onde estudou artes plás-ticas na Escola António Arroios.Muito cedo emigrou para Angolaonde começou a trabalhar, mas ondecriou também a sua própria empresade construção. Numa viagem pelaÁfrica, acabou por se radicar noCongo, onde criou também uma em-

presa, e onde parmaneceu até à in-dependencia do país. Antes de virpara Bruxelas, deixou aliás váriasobras em África, porque sempre de-dicou algum tempo à paixão da sua

vida: a escultura e o desenho.Na Bélgica criou também uma em-presa na área da construção préfa-bricada e foi cofundador daAssociação dos Empresários Portu-

gueses no reino da Bélgica. Hojeestá reformado, mas quer continuara dedicar tempo à escultura.“Tudo quanto faço, faço-o gratuita-mente. Por prazer. Ofereço estas es-truturas de gesso porque entendoque em cada instituição portuguesahavia de haver um busto de Luís deCamões. É o personagem que maisnos representa” diz ao LusoJornal.Mas Mário Rodrigues de Castro fezoutros bustos. Recentemente fezuma escultura de Pasteur para a suaterra natal, em Bruxelas está umbusto de Almeida Garrett numa dasruas da cidade, e agora sonha escul-pir um busto de Aristides de SousaMendes para colocar em Antuérpia,cidade onde o diplomata foi Cônsulde Portugal.O busto que foi oferecido ao Consu-lado Geral de Portugal em Paris, estáatualmente na sala de espera doCônsul Geral, António Moniz, no pri-meiro andar do edifício.

Por Carlos Pereira

Quem não pagou portagens nos anos anteriores…

Quem esteve de férias em Portugalnos anos anteriores e não pagouportagem das ditas “Scouts”, pa-rece que vai ter problemas esteano. Já que, segundo alguns dosleitores do LusoJornal, há medidas“severas” para aqueles que não pa-garam nos anos passados.

A família Andrade teve essa expe-riência ao chegar à fronteira deVilar Formoso. Dirigindo-se aoponto de recolha de identificaçãodo seu automóvel, com o cartãobancário, para efetuar os pagamen-tos das portagens durante as fériasdeste ano, um funcionário das Fi-nanças veio ao encontro do casal,com os elementos em mão, com fo-

tografias e também com os registosdas passagens nos pórticos emanos anteriores, que não tinhamsido pagos.O oficial propõe o pagamento ime-diato da dívida em suspenso, semagravamento de multa, em regimede aceitação. Após verificação eexplicações, a família Andradedevia cerca de 100 euros desde os

anos 2012 a 2015, soma real esem acréscimos, que deveria terpago nos correios ou outros pontosde pagamento nesses anos, antesde deixar Portugal, mas não o tinhafeito.Se não tivesse pago imediata-mente, a multa por não pagamentoseria acrescida de penalidades, eteria de a pagar mais tarde.

Oficial das finanças à espera na fronteira

Por Jorge Campos

le 13 juillet 2016

Isabel Cruz Almeida em ParisLusoJornal / Carlos Pereira

Cônsul Geral António Moniz com o busto de CamõesLusoJornal / Mário Cantarinha

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12 Cultura

lusojornal.com

Teatro bilingue de Miguel Torga apresentado em Parispela Companhia de teatro Cá e Lá

A companhia de teatro Cá e Lá apre-sentou na semana passada, no pátioda sede do CIC Iberbanco, em Paris8, bem próximo da Madeleine, um es-petáculo de teatro à volta da obra deMiguel Torga. O espetáculo bilingue,em português e francês, teve lugar noquadro do Festival “Parfums de Lis-bonne” organizado pelo Cá e Lá.O grupo é dirigido por Graça dos San-tos, que respondeu às perguntas doLusoJornal.

Como foi criado este espetáculo?Este espetáculo foi criado no ano pas-sado no âmbito do 20° aniversário dofalecimento de Miguel Torga e foi umacriação feita em bilingue, em francêse em português. Traduzimos parafrancês três textos do autor, “Terrafirme”, “Mar” e “Paraíso”. Hoje só te-remos os dois primeiros, que são aquiencenados num modo muito contem-porâneo, sóbrio, nada de regionalis-mos. Aliás Miguel Torga dizia que “ouniversal é o local sem as paredes”, enós quisemos dar também uma ver-são pluridisciplinar, com dança, mú-sica, nomeadamente aqui comGonçalo Cordeiro que toca guitarra.Toca composições de Fernando LopesGraça, que era um dos grandes músi-cos que o autor apreciava, por issotrata-se mesmo de uma homenagemao Miguel Torga.

O teatro de Miguel Torga não é muitoconhecido em França, pois não?Nem em Portugal! (risos) O Torga é

considerado o grande autor de 16 vo-lumes do Diário, da Criação do Mun-do, os contos, a poesia, não é defacto pelo seu teatro que é muito co-nhecido. Os especialistas do Torgaconsideram o teatro como a partemenos nobre e nós sabemos que não.Sabemos que o teatro de Miguel

Torga não foi explorado como deveser e parece interessante. É um tea-tro ainda por desbravar e pode serencenado de modos diferentes.

O que é exatamente o festival “Per-fums de Lisboa”?O festival foi criado por nós em junho

de 2007. Primeiro era só relacionadocom a poesia, e decorria no bairro del’Horlogerie, em Paris, perto do Cen-tro Georges Pompidou. Mas muitorapidamente introduzimos cinema,artes plásticas, dança, teatro, trans-formando-se em pequenos formatosabertos para a cidade, para os tran-

seuntes. O festival faz lembrar asfestas populares em Lisboa ou afesta da música em Paris, com aideia de cruzamentos culturais entreLisboa e Paris. Um cruzamento cultu-ral e linguístico, uma maneira de al-cançar um público a passear, depessoas que páram ali a ver. Tambémpropomos cinema, acabando sempreem Lisboa, na Casa Fernando Pessoa.

Quando foi criada a Companhia deteatro Cá e Lá?A Companhia Cá e Lá é profissionaldesde 1983 e foi a primeira compa-nhia a nível internacional, bilinguefrancês português. A sua constituiçãoestava muito relacionada com as mar-chas antiracistas do início dos anos80. As nossas primeiras apresenta-ções, ainda antes de sermos umacompanhia, eram muito fortes e ati-vas. E rapidamente transformou-sena voz duma geração, da segunda ge-ração - já que os nossos filhos já sãoa 3° geração. Éramos conhecidos porfazer um teatro de criação coletiva,que interpelava o público. Depois, co-meçámos a trabalhar com outros tiposde formatos, com poesia, textos quenão eram nossos, e a fazer um traba-lho com ateliers bilingues, nomeada-mente sobre a passagem duma línguapara a outra. Também sou professorana Universidade, em Nanterre, e tra-balho com estudantes que trabalhamaqui também, há uma vontade de pro-por um relacionamento aberto paraum público. A Companhia é pois ummovimento entre vários públicos, vá-rias ideias, várias culturas.

No pátio da sede do Banco CIC Iberbanco

Por Carlos Pereira

A propos de «Mademoiselle Chambon», d’Eric Holder

Des romans sur les Portugais, il enexiste quelques uns. Celui d’Eric Hol-der, «Mademoiselle Chambon», pu-blié en 1996, a ceci de particulierqu’il est recommandé par le catalogueBordas «Etonnants classiques», des-tiné aux enseignants.Voici la présentation: «Montmirail,dans la Marne. António, un maçonportugais, croise Véronique Chambon,l’institutrice de son fils. Histoire deleur idylle secrète et inavouée, leroman est aussi une chronique de lavie provinciale. Dans le dossier du vo-lume, des articles de critique littérairepermettent de travailler sur la récep-tion de l’œuvre. Le roman a été adaptéau cinéma par Stéphane Brizé en2009 (avec Vincent Lindon et San-drine Kimberlain)».Livre de littérature de jeunesse, «Ma-demoiselle Chambon» semble doncpouvoir servir à former notre progéni-ture dans le cadre scolaire. Il est parconséquent intéressant à plus d’untitre de voir quelle image du Portugaisle roman construit.António, le personnage principal, estprésenté dès le deuxième chapitre, vupar le regard de sa femme Anne-Marie, comme «le beau maçon portu-gais». Van Hamme «vend âmes», son

paternaliste de patron vient chez luiet essaie encore et toujours de l’attirervers le parti d’extrême droite auquel ilappartient. Mais le maçon et safemme résistent, ils ont envie de réus-sir, toute leur vie est tournée vers l’ac-quisition de biens matériels, mais lesdescentes orchestrées par VanHamme auxquelles Mallard, le col-lègue de travail d’António participe,plongent le couple dans la méfianceet le malaise. «Un jour tu viendras,António, tu en auras marre de ta petitevie, tu voudras me tutoyer» lance VanHamme à son ouvrier.Cependant, la résistance d’António vavoler en éclats à la suite de son his-toire d’amour avec MademoiselleChambon. Le maçon la rencontrepour faire le point sur la scolarité deson fils Kévin parce qu’Anne-Marie,malade, n’a pas pu aller à la réunion.Les deux sont troublés. L’institutricequi demande à António de lui poser,au noir, une fenêtre, joue du violon. Ason contact, António est plongé dansun tourbillon de sentiments et de pen-sées. L’attirance est condamnée car laloyauté envers l’épouse et la familleconstruite empêche l’union des corps,mais l’esprit, lui, s’en donne à cœurjoie. António va s’ouvrir sur le monde:«Il lui semblait jusqu’à présent avoirété atteint d’une sorte de myopie». Sa

lutte est d’autant plus ardue que Vé-ronique Chambon accepte de se frot-ter au monde portugais du maçon: lemouton rôti ou le cochon de lait, labonbonne de vinho, le père d’Antónioqui, tel «un roi abyssin» trône au mi-lieu d’une grande tribu, les bals, lesmariages entre Portugais qui s’y font,une vision de l’amour pragmatiqueservant les intérêts du groupe, toutcela, la jeune femme l’intègre en ac-ceptant de jouer une sonate au violonpour l’aïeul lors de la fête d’anniver-saire de ce dernier. Etonnant pour VanHamme qui lui jette un «Qu’est-ceque vous fichez là?» Tout va se préci-piter lorsqu’Anne-Marie apprendqu’elle attend un second enfant, l’amiGeorges, appelé à la rescousse, vafaire entendre raison à Véronique quiquitte Montmirail sans laisserd’adresse. De retour de vacances dansle village de Véronique où il avait en-trainé Anne-Marie pour tenter de re-voir l’institutrice, António se retrouveface à son univers qui lui parait main-tenant étriqué, sans intérêt. Non seu-lement son attitude envers sa femmechange, mais de plus il intègre la fac-tion de Van Hamme. Le «Bienvenuparmi nous» qui clôt le récit fait froiddans le dos. Et Van Hamme de pavoi-ser «J’ai patienté longtemps, mais jesavais bien que tu nous rejoindrais».

Plus qu’une histoire d’amour entredeux êtres que leur milieu sépare, ceque traite Eric Holder c’est le proces-sus qui va mener António à donnerson âme au diable. Cet amour auquelil renonce par manque de courage oupar courage justement, met à vif unsentiment de rejet causé par l’imper-méabilité des classes sociales. Toutela détermination d’António qui lui per-met de construire sa maison, d’y avoirdes objets achetés sur cataloguen’empêcheront pas le mépris sournoisdes «possédants de droit», mais setransformeront justement et curieuse-ment en cause de ce mépris. Ainsi,lorsqu’il conduit Kévin au mini-golf,António y reconnaît le fils de Borniaud«avec qui il avait été à l’école, dans letemps, qui était entré ensuite au Cré-dit Agricole, qui était devenu sous-di-recteur de l’agence, et qui ne disaitplus bonjour que du bout des lèvres,quand on le croisait en ville». Le nar-rateur ajoute un peu plus bas «Untype déjà un peu fat, à l’époque,comme s’il savait d’instinct qu’unjour, le destin ferait bien la part deschoses, les banquiers d’un côté, lesmaçons portugais de l’autre».Eric Holder tenterait-il par son romand’expliquer les causes de l’attraitexercé par l’extrême droite sur la po-pulation issue de l’immigration portu-

gaise?Toujours est-il que le film du mêmenom, réalisé par Stéphane Brizé, avecVincent Lindon et Sandrine Kiberlain,gomme complètement cet aspect es-sentiel du roman de Holder, toutcomme il gomme aussi les originesd’António. Le maçon change de nomdans le film. Il s’y prénomme «Jean».Quant à son fils, il ne porte plus ceprénom de «Kévin» qui fait l’objet demoqueries dans les salles de profes-seurs car il vient tout droit des sériesaméricaines, il porte le beau prénombiblique de Jérémie ou peut-être Jé-rémy, ce qui revient au même. On neretrouve plus rien du monde portugaisvu par Holder. Ce n’est plus qu’une fa-mille d’ouvriers dans laquelle unejeune femme va entrer menaçant dela faire s’écrouler. Brizé met ainsi l’ac-cent sur la fragilité des choses, desêtres. Contrairement aux maisons quele maçon construit, dont la solidité re-pose sur de bonnes fondations,l’union de deux êtres quels qu’ilssoient se construit au jour le jour etn’a rien de pérenne.Les raisons qui ont déterminé leschoix de Brizé lui appartiennent. Onne peut que déplorer l’effacement del’origine du maçon qui empêche de seposer certaines questions que pour-tant il serait nécessaire de poser.

La disparition d’António

Par Odile Silva

CIC Iberbanco / Leslie Perpere

le 13 juillet 2016

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Cultura

Tony Cardoso lança “Soif de Libert锓Soif de Liberté” é o nome do pri-meiro romance de Albert de Morais, opseudónimo de António de MoraisCardoso e é também o primeiro passode um novo projeto editorial daqueleque é mais conhecido por Tony Car-doso do que propriamente por Albertde Morais.Com efeito, o lançamento do livro,que recorreu, em parte, ao financia-mento participativo, marca também olançamento de uma nova editora,chamada Editions Douro, criada pelopróprio autor. Durante a campanha,Tony Cardoso tinha escrito que, se ofinanciamento para a edição do livrofosse atingido, e até ultrapassado,este financiamento serviria para lan-çar a editora, o que acabou por acon-tecer. A Editions Douro tem sede emChaumont (52), onde reside atual-mente Tony Cardoso, depois de mui-tos anos passados em Paris.Natural de Alijó - o que justifica a fo-tografia de capa, que é uma paisagemdo Douro, e até o nome da editora -deixou a escola cedo e começou a tra-balhar com apenas 13 anos de idade.Mora em Paris desde 1973 e adquiriua nacionalidade francesa em 1981.António de Morais Cardoso foi nomea-damente gerente de vários restauran-tes em Paris, foi cofundador daAssociação Luso Francesa do Audio-

visual, a rádio Alfa, juntamente comFernando Silva, Artur Silva, Rogériodo Carmo, Jaime Mendes e HelenaMachado, editou durante vários anoso jornal Encontro das ComunidadesPortuguesas e também a revista VidaLusa, e, mais recentemente, foi o im-pulsionador do Canal de Língua Por-tuguesa CLP TV, um canal detelevisão criado com o financiamentode cerca de 30 empresários portugue-ses de Paris, mas que já não existe.Albert de Morais diz ter começado aescrever este romance “há muitotempo”. “Tinha 16 anos quando de

repente me veio a ideia de escrevereste romance. Lembro-me do mo-mento exato: repetia numa aula deteatro, em Lisboa. O professor re-preendeu-me à frente de toda a genteporque ‘eu não respeitava o seu textoe estava de cabeça no ar’. Tinha razão,acabava de perceber que não tinhavocação nem jeito para o teatro e jáestava pensar no livro que gostaria deescrever”. 44 anos depois surge entãoa obra começada realmente em 2002e terminada em 2015.Mas escrever sobre quê? Sem desven-dar o enredo, este anda à volta de li-berdade e, nota-se, da história dopróprio autor que diz ter sido “contes-tatário do regime fascista e a favor daindependência das colónias portugue-sas”. Escreve nas notas biográficasque “a GNR da Amadora foi buscá-loa casa às 7 da manhã do dia em quefazia 18 anos. Foi prevenido que devia‘ter cuidado com quem convivia, queera perigoso meter-se na política’ e li-bertado no final do dia, depois de al-gumas ameaças, nomeadamente deespancamento”. Foi quanto chegoupara vir para França. E foi quanto bas-tou para o inspirar nesta primeiraobra.Mas o livro não é uma obra biográfica.Pelo menos não transparece. “O en-redo inicial do romance permanecefiel a fatos reais e reflexões de umadolescente do início dos anos 70, é

no entanto natural e óbvio que o con-junto não poderia deixar de ser in-fluenciado pela evolução do autor,nomeadamente por causa ou graças àexperiência adquirida, às suas múlti-plas viagens pelo mundo e às perso-nagens que lhe serviram de modelo ouque o inspiraram”.Em 1996 viveu nos Estados Unidos eentre 2010 e 2014 foi consultor nosetor imobiliário e de construção civilna América do Sul, por conta de em-presas francesas, portuguesas e bra-sileiras.Estas viagens influenciaram-no, ins-piraram-lhe locais, detalhes que pas-sarão despercebidos a quem nãoconhece a fronteira entre os EstadosUnidos e o México, mas que estão re-pletos de dados que tornam o ro-mance mais “real”.A história não deve ser contada, deveser descoberta - até porque está cheiade suspense e de enredo - mas fala deJacques Whitehead, um agente britâ-nico do M16, em fim de carreira, quemora em Los Angeles há 30 anos,numa história cruzada com o ex-jor-nalista e célebre escritor transmon-tano Adrien Mesquita, que viaja decarro desde Los Angeles para festejaro aniversário da esposa em Ensenada,no Mexique. Só que, depois de passara fronteira de Tijuana, não volta a servisto.Um livro que se recomenda.

Um romance editado com o pseudónimo de Albert de Morais

Por Carlos Pereira

Livre de Manuel do Nascimento dans leTOP 10 des Éditions l’Harmattan

Les livres qui se trouvent dans le Top10 des meilleures ventes des Edi-tions l’Harmattan, sont tous surl’Histoire et Actualité du Portugal.1) «Histoire du Portugal» d’Albert-Alain Bourdon; 2) «Histoire du Por-tugal et de son empire colonial: desorigines à l’indépendance» d’A. H.de Oliveira Marques-Karthala; 3)«Histoire du Portugal» de Jean-Fran-çois Labourdette; 4) «Henri le Navi-gateur et les grandes découvertes duPortugal» de Michel Vergé-France-schi; 5) «Vasco de Gama: Légende et

tribulations du vice-roi des Indes» deSanjay Subrahmanyam; 6) «Histoiredu Portugal» de Manuel do Nasci-mento; 7) «La dictature de Salazarface à l’émigration: l’État portugaiset ses migrants en France (1957-1974)» de Victor Pereira; 8) «L’Em-pire portugais d’Asie: 1500-1700»de Sanjay Subrahmanyam; 9) «His-toire du Portugal» de Berstein &Milza; 10) «Le tremblement de terrede Lisbonne: 1755» de Jean-PaulPoirier.Dans son ouvrage, Manuel do Nasci-mento démarre les relevés en l’an923 avant notre ère - d’une façon ex-

plicite et pratique pour transmettreson message au plus grand nombre,sans se limiter au public acadé-mique, ce qui a emmené au constatde la non-existence d’aucune œuvrede cette envergure dans toute l’his-toriographie faite sur l’histoire duPortugal.Les Éditions de L’Harmattan, aprèstrente-cinq ans d’existence, comp-tent plus de 100 collaborateurs et400 directeurs de collection etd’après le classement 2010 des mai-sons d’édition françaises, en fonctiondu chiffre d’affaires, elles se placenten cinquante-quatrième position.

Par Maria Fernanda Pinto

L’université de la Sorbonne et l’université deKyoto ouvrent une station d’observation éthologique scientifique au Nord du PortugalL’Université de La Sorbonne Paris III,représenté par Carlos Henriques Pe-reira, Maître de conférences spécia-liste de la communication inters-pécifique et l’Université de Kyoto, re-présentée par le Pr. Satoshi Hirataviennent d’ouvrir une station d’obser-vation scientifique pour étudier les po-neys sauvages portugais. L’éthologieéquine sera étudiée par une équipeinternationale. La ville de Viana doCastelo et l’association du poney Gar-rano dirigée par Lourenço Almada,soutiennent activement le projet. LeMaire José Maria Costa considère le

projet comme fondamentale pour lapréservation des écosystèmes, la pro-tection des équidés sauvages et l’édu-cation.Carlos Pereira a été le premier à intro-duire cette race équine en France. Lesponettes portugaises Garrano ont étéprésentées cette année au CSI d’Her-mès au Grand Palais. L’Institut ducheval et de l’équitation portugaisedevient aujourd’hui un lieu d’accueilde cavaliers professionnels apprentiset d’étudiants. Cette année le Centrede recherche recevra 3 élèves vétéri-naires de Maisons Alfort, un vétéri-

naire du Brésil, université de Belém.Des étudiants de la Sorbonne vien-dront aussi sur le terrain pour étudierles économies écologiques et les cul-tures locales. Le poney portugais vitavec le loup ibérique. La Sorbonne estdésormais la seule université offrantdes enseignements sur les arts éques-tres et une ouverture sur la rechercheautour des équidés dans une ap-proche pluridisciplinaire. Carlos Pe-reira a ainsi développé l’étude del’équitation, la recherche en cognitiondes équidés et l’éthologie des raceslocales portugaises.

le 13 juillet 2016

«Bernarda Soledade - Tigresse du Sertão», de Raimundo Carrero

Dans sapréface,A r i a n oSuassuna(poète etr om a n -cier brési-l i e n ,1 9 2 7 -2 0 1 4 )classe lep résen troman de

Raimundo Carrero, «Bernarda So-ledade - Tigresse du Sertão» (éd.Anacaona, 2014, traduction de Hu-bert Tézenas et illustrations de Fer-nando Vilela) dans la littératurearmoriale, car, dit-il, «ce roman re-gorge de signes et d’insignes, deformes concrètes qui l’apparententnon seulement à ces monstres sa-crés de la poésie, mais aussi à lagravure, à la tapisserie, à la sculp-ture et à l’héraldique armoriales,toutes traversées par un espritépique», utilisées notamment dansles spectacles populaires du Nor-deste brésilien, rejoignant ainsi cer-taines valeurs et figures médiévalesencore vivantes dans cette région.L’auteur lui-même, à propos de ceroman, affirme qu’en vérité il voulait«écrire un texte sur le pouvoir - lepouvoir suprême, le pouvoir absolu.Un livre à la fois politique et armo-rial». Et il précise: «Mais je ne sou-haitais pas recourir à des générauxet à des colonels, je préférais desmétaphores. Voilà pourquoi je suisallé chercher ces personnages fé-minins - Bernarda, Gabriela et Inès,qui n’ont jamais cessé de me pas-sionner».L’action de «Bernarda Soledade» sedéroule dans la fazenda Puchi-nãnã, dans le Sertão, par une nuitd’orage, où ces trois femmes sontles dernières à résister à la déca-dence de cette grande propriétéspécialisée dans le dressage deschevaux sauvages, désormaisabandonnée et envahie par desplantes rampantes. On assiste alorsà un western brésilien, avec unedose de réalisme magique, avecvengeances, embuscades, bataillesde bandes rivales armées jusqu’auxdents, luttes pour le pouvoir et lecontrôle des territoires.Raimundo Carrero, né en 1947, aparticipé dans les années 1970 auMouvement artistique armorial, quimêle les arts littéraires, plastiqueset scénographiques. Il a publié unequinzaine d’ouvrages et a été ré-compensé notamment, en 2000,par le Prix Jabuti, le prix littérairebrésilien le plus prestigieux.

Um livro por semana

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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14 Cultura

emsíntese

Visites guidées cet été à Royan: le souffle du Brésil

Reprise comme chaque été des vi-sites guidées les dimanche 17 et 31juillet, 14 et 28 août sur l’influence del’architecture brésilienne des années1940 à Royan, lors de sa reconstruc-tion aux lendemains de la II Guerremondiale.Formes courbes, couleurs vives, miseen relation intérieur/extérieur par desterrasses, loggias, brise-soleil ou claus-tras pointées du doigt par des confé-renciers officiels issus des universitésde la région Nouvelle Aquitaine.Rendez-vous au Royan Tourisme Ac-cueil, face à la Poste, à 10h00, pourune promenade instructive d’unedurée de 2 heures.Info: 05.46.23.00.00.

Charles Aznavouratua em Lisboa a10 de dezembro

O cantor Charles Aznavour, intérpretede êxitos como “La bohème”, e quecompôs para Amália Rodrigues “Aïemourrir pour toi”, atua no dia 10 dedezembro, em Lisboa.Charles Aznavour, de 92 anos, atua naMeo Arena, no sábado, dia 10 de de-zembro, no âmbito de uma digressãoque este ano já o levou a 11 palcos,de Amesterdão, na Holanda, a Tóquioe Osaka, no Japão, passando por Bu-careste, Praga, Dubai ou Barcelona, eque prevê ainda a passagem por ci-dades como Verona, Marbella e An-tuérpia, antes de Lisboa. Charles Aznavour atuou em 2008 emPortugal, ano em que recebeu a Me-dalha de Honra da Sociedade Portu-guesa de Autores. Em 2007, gravoucom a caboverdiana Mayra Andradea canção “Je danse avec l’amour”.De origem arménia, o músico fundoua organização não-governamental Az-navour For Arménia, como respostaao terramoto naquele país, em 1988.Tanto em França, onde apoiou Jac-ques Chirac contra Jean-Marie le Pen,nas presidencias de 2002, como noParlamento Europeu, Aznavour “par-ticipou em várias iniciativas em defesados direitos dos artistas e da lei dos di-reitos de autor”.

Par Gracianne Bancon

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Anselmo Ralph é cabeça de cartaz do Leiria Dancefloor

A 2° edição do Leiria-Dancefloor voltaa ocupar o estádio municipal daquelacidade do centro de Portugal, no pró-ximo 13 de agosto. Com um cartazprometedor, a promotora 2M Event di-rigida por Tiago Martins, espera sedu-zir o público. Anselmo Ralph, HugoTabaco, Masticksoul e os Djs RFMRich & Mendes vão estar aos coman-dos da cabine do Leiria Dancefloor.Segundo o organizador residente emFrança, o objetivo passa por fazer umagrande festa de verão para os Portu-gueses e para os Emigrantes que alivão gozar as suas férias. “No ano pas-sado foi um ano zero que nos permitiuanalisar a situação e trazer este anoartistas que agradem tanto aos Portu-gueses de lá como aos de cá”.Em 2015, o cantor português DavidCarreira e o dj francês Bob Sinclareram os dois cabeças de cartaz, masnão foi o suficiente para atrair maisgente. “Tivemos cerca de 6.500 pes-soas, o que foi pouco para cobrir asdespesas, decidimos este ano apostarno elenco artístico, com AnselmoRalph que para mim é o 2° melhor ar-tista em Portugal neste momento”.Mas também foi preciso investir emcampanhas publicitárias na rádio, jor-nais e televisão, “de forma a trazer

este ano cerca de 10.000 pessoas”.Tiago Martins evoca um “montantecolosal” para organizar este evento, decerca de 250.000 euros. “Desde osartistas, o aluguer do estádio, a equipade segurança, seguros ou ainda a pu-blicidade, é um ano a trabalhar paraeste evento e nós queremos investir

em Portugal de forma a contribuir umpouco para a economia portuguesa”,afirmou com orgulho.Tiago Martins acrescentou ainda queem Paris já havia muitos festivais eque seria mais difícil poder organizareste tipo de espetáculos. Mas tam-bém está consciente que em Portugal

o nível está elevado, alegando que emPortugal já há vários festivais musicaise “até as próprias festinhas da aldeiatêm as suas vedetas de modo que onosso público-alvo é misto com os delá e os lusodescendentes que estãofora do país, mas não só de França,como também todos os que estão nosoutros países e é essa a nossa força”,explicou ao LusoJornal.Não obstante ser oriundo do Porto,Tiago Martins que também é respon-sável pela linha de Portugal na AigleAzur, deixou-se convencer pelo dina-mismo e o potencial da cidade deLeiria.Falta assim um mês exatamente paraabrir a pista de dança mais portu-guesa do mundo. “Já vendemos maisdo que o ano passado na mesma al-tura, estamos convictos de que vai serum ótimo espetáculo, só falta esperarque o tempo esteja do nosso lado”. Apromotora quer repetir o Leiria Dan-cefloor no próximo ano, e quem sabepoder dar-lhe uma vertente aindamais gigante, transformando-o emfestival durante 2 ou 3 dias nos próxi-mos anos.Os bilhetes já estão à venda no site daorganização e em diversos locais emPortugal. Em pré-venda a 10 euros.

www.leiriadancefloor.com

Organizado por Tiago Martins

Por Clara Teixeira

Editora Pierre von Kleist nos Rencontres d'ArlesA “Pierre von Kleist editions” vai apre-sentar vários livros de autores portu-gueses nos Rencontres d’Arles, emFrança, um dos eventos de fotografiamais importantes do mundo, que foiinaugurado na segunda-feira da se-mana passada e decorre até 29 de se-tembro deste ano.

De acordo com a editora portuguesa,especializada em livros de fotografia,estará presente na Cosmos, feira de li-vros de fotografia inserida no programaoficial e que decorre na semana inau-gural dos Rencontres d’Arles.Entre os livros disponíveis vão estar“Lisboa, Cidade Triste e Alegre”, de

Victor Palla e Costa Martins, “TokyoDiaries”, de André Príncipe e MarcoMartins, “One’s Own Arena”, de JoséPedro Cortes, e “This Business of Li-ving”, de Daniel Blaufuks.Também serão apresentadas as pri-meiras cópias do mais recente livro“Família Aeminium”, do cineasta

Pedro Costa e do escultor Rui Cha-fes. Este livro, apresentado em Tó-quio, no final de junho, reúne umconjunto de imagens captadas du-rante a exposição “Família”, feitapelos dois artistas, em 2015, noCriptopórtico do Museu NacionalMachado de Castro, em Coimbra.

le 13 juillet 2016

Exposição de Annabelle Moreau e María Roldán Uma exposição conjunta das artistasAnnabelle Moreau e María Roldán, in-titulada Laboratoire Experimental, estápatente até 16 de julho no Museu Na-cional de História Natural e da Ciência,em Lisboa.

A exposição está dispersa por três lo-cais do Museu: átrio, Laboratório Chi-mico e Laboratório de QuímicaAnalítica, que recebe pela primeira vezuma exposição, segundo o Museu.É composta, entre outras obras, por

“Reflexion Réversible”, com uma pin-tura a óleo, de Annabelle Moreau, e“Desfocado”, com duas peças deMaría Roldán.Annabelle Moreau, francesa, formou-se em 1999 na City and Guilds of Lon-

don Art School e, até 2004, especiali-zou-se em Filosofia Moderna na Lite-ratura e na Arte e em Fine Art, tambémem Londres. María Roldán Ruiz é umaartista plástica colombiana que se for-mou em Belas Artes em Barcelona.

Tiago Martins, organizadorDR

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Associações 15

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1er Santoinho d’Alegria: Un défi, un pari réussi

Les frères Cunha créent en mai 1972le village de Santoinho, lieu de dé-monstration ethnographique, cultu-relle et gastronomique dans la régionde Viana do Castelo. Deux jeunes del’association Alegria portugaise de Gi-ronde, Luís Gomes et Lionel Rochacréent à Cenon, “O Santoinho d’Ale-gria”, le 2 juillet 2016, au Parc duLoret, à Cenon (33). Appuyés par lesdirigeants de l’association et une dou-zaine de jeunes de 15 à 30 ans decette association, ils lancent ce défiréussi, avec une décoration issue dudéveloppement durable sous la hou-lette d’Audrey Fernandes.Pendant un mois et demi les jeunesvont travailler d’arrache-pied pour réa-liser la décoration des tables avec desmatériaux de récupération, potsd’yaourts, morceaux de bois, vieilleschutes de tissu ou cartolines pour réa-liser bougeoirs, bouteilles décoréesportes noms, cerceaux, les fameuxcœurs de Viana…

Des produits venus directement du PortugalLa décoration extérieure était venuedirectement du pays, les fameusesguirlandes colorées utilisées dans lesfêtes et les guirlandes électriques en

forme de cœur, emblème de Viana.Pour boire, les convives avaient à dis-position des pichets et bols en terrecuite de Barcelos, vaisselle qu’ils ontramenée chez eux après la fête. Unecharrette transportée également de-puis le Portugal servait de présentoirpour les deux tonneaux, celui du vinet celui du champarrião, fameuseboisson du nord réalisée avec du vinvert rouge mélangé avec de la bière etdu sucre. Le pain de maïs, la fameusebroa, était également venue du pays.Bordeaux n’est finalement pas si loin

du Portugal!

Une animation tout au longde la soiréeCette fête a accueilli plus de 350 per-sonnes qui s’étaient inscrites pourpasser une soirée bien remplie entreles hommes qui ont reconstitué le bat-tage du maïs avec des fléaux, legroupe folklorique Vila Rosa de Tou-louse, les Marches d’Alegria avec descerceaux colorés, les cabeçudos de OSol de Portugal, le Bruninho Show etle lâcher de ballons vers minuit, les

invités avaient de quoi s’occuper pen-dant cette longue soirée commencéevers 19h00 et qui s’est achevée à1h00 du matin.Pour les inconditionnels du football,un grand écran retransmettait lematch.Il y en avait donc pour tous les goûts,pour les petits et les grands, une soi-rée intergénérationnelle où se mê-laient la tradition et la modernité.

Un repas comme là-basLe repas n’était pas en reste, après

l’apéritif, sardines, grillades à volonté,desserts, champarrião et caldo verdeavaient de quoi ravir les invités.Les propos recueillis auprès d’unjeune convive de 16 ans, Mathias Fer-reira, originaire de Viana, en disaientlong sur cette soirée: «Je me croisvraiment à Viana, c’est incroyable!»N’était-ce pas le souhait des organi-sateurs de ramener un petit morceaude Santoinho dans cette belle régionde Bordeaux? La remarque de cejeune parle d’elle-même. Une belleréussite!

Dans la région de Bordeaux

Par Isabel Vincent Pereira

le 13 juillet 2016

Petit Quevilly: Associação ACLPAR tem novas instalaçõesA Association Culture Loisirs desPortuguais de l’agglomérationrouannaise (ACLPAR), festejoueste ano os seus 41 anos de exis-tência, e é considerada como uma“associação importante para a Co-munidade portuguesa”, pois alémdas atividades que apresenta, é umelo de ligação entre Portugueses eFranceses.Recentemente a Associação mudoude instalações, para um edifício res-taurado com a ajuda dos sócios eamigos e claro, da Mairie de PetitQuevilly, cidade dos arredores deRouen.

A associação está aberta essencial-mente aos sábados e domingospara os sócios confraternizarem etambém se deliciarem com umasreceitas tipicamente portuguesas.“Temos diferentes eventos para di-vulgar a cultura portuguesa, umrancho folclórico, onde com grandeagrado se podem ver muitos elemen-tos jovens” explica ao LusoJornal oPresidente Manuel Nogueira Pineu.“Dos vários momentos importanteseste ano até a data podendo-se des-tacar as comemorações do 25 deAbril que além da Comunidade por-tuguesa contou com a presença de

representantes das Mairies mais pró-ximas. Festejou também o São João,com a habitual sardinhada, sem dizerque se encontra aberta para que osPortugueses juntos possam assistiraos jogos da Nossa Seleção”.Recentemente a ACLPAR organi-zou um jantar para todos os quecontribuiram com materiais, mãode obra e todos os que semanal-mente trabalham para que sejapossível a sua continuidade. “Ob-rigada a todos, pois realmente jun-tos somos mais fortes e tudo épossível!” diz Manuel NogueiraPineu.

Nelson Costa lança “Chegou o Verão”

“Chegou o Verão” é o título do 12°álbum de Nelson Costa que já está àvenda em França desde há 3 semanase como diz o nome, está diretamenterelacionado com as férias em Portu-gal.Apesar do verão só parece ter chegadoagora a França, o autor espera comeste novo trabalho animar os seus fãse dar-lhes desde já um cheirinho aoverão português. “Aqui o tempo estácomplicado mas em Portugal estábom tempo e daqui a pouco a maioriados emigrantes tomam rumo a Portu-gal para ali gozar das suas férias”, co-meçou por declarar o jovem artistaquando chovia na região parisiense.Com 2 convidados especiais - TiagoMaroto e Ricardo Ferreira - conheci-dos pelo seu talento na concertina,

Nelson Costa aposta uma vez mais naqualidade dos seus temas e na alegriadas suas letras. “São 13 temas meus,

um deles que me faz recordar as mi-nhas férias, porque estamos sempre àespera que chegue o verão para irmos

passar um mês a Portugal, e inspirei-me assim desse tema para trabalharneste projeto”. Outro tema que en-controu bastante sucesso foi “AlezAllez Portugal”, “decidi encorajadopor um amigo ao ver um jogo frente àtelevisão, em apoiar a nossa Seleçãoatravés de uma música e agora sófalta mesmo ganhar o Campeonato”,confiou uns dias antes da final doEuro.Já com 12 trabalhos editados, NelsonCosta começou com 12 anos de idadea interessar-se pela música e recordaque foi com uma simples cassete quea aventura começou. “Corri as festastodas e as pessoas aderiram de ime-diato ao meu trabalho”. O jovem lu-sodescendente integrou o meioassociativo e foi responsável de umgrupo folclórico. Hoje pela falta detempo já não frequenta o grupo de fol-

clore mas não esquece o caminho quepercorreu. Sempre com o chapéu aocontrário, o tocador de concertinaoptou este novo estilo para se destin-guir dos outros.Editado apenas há 3 semanas, “Che-gou o verão”, vendeu-se mais de-pressa do que os outros em váriosmeses. “O que mostra que as pessoasestão a gostar”. Dois temas que sedestacam “Chegou o verão” e “Sau-dade de emigrante”. Segundo NelsonCosta “só os emigrantes sabem a dore o sofrimento que é estar longe dopaís durante o ano todo e ir só lá du-rante as férias de verão”.À venda através da internet, ou aindanas feiras em Portugal, o jovem toca-dor de concertina tem já uma agendapreenchida este verão em Portugalcom muitos espetáculos a começarpor Amarante.

Por Joaquim Pereira

LusoJornal / Isabel Vincent Pereira

LusoJornal / Joaquim Pereira

LusoJornal / Isabel Vincent Pereira

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16 Associações

lusojornal.com

emsíntese

Seleção interpretavontade de vencerdos Portuguesesem França

O Secretário de Estado das Comuni-dades, José Luís Carneiro, afirmouque a Seleção nacional de futebol in-terpreta a vontade “muito forte” devencer dos mais de um milhão dePortugueses que vivem em França.“Esta expressão de apoio à Seleçãonacional significa uma grande forçade vontade de vencer como, aliás, foia vida de muitos daqueles que vivemem França”, disse à Lusa o Secretáriode Estado.José Luís Carneiro esteve em Parisonde veio assistir à final do Cam-peonato europeu de futebol entrePortugal e a França. “Muitos dosPortugueses que aqui vivem sãoexemplo muito concreto de venci-mento sobre grandes adversidadese a vontade que a Seleção tem vindoa demonstrar corresponde muito e éa expressão muito viva da vontade devencer” da Comunidade portuguesaem França e no resto do mundo, pre-cisou o Secretário de Estado.

Passos Coelho felicita “equipafantástica” quedeu “uma grandealegria” aos Portugueses

O Presidente do PSD felicitou a“equipa fantástica” de Portugal quevenceu o Europeu de futebol, consi-derando que este “é o momento dosjogadores e técnicos” que “deramuma grande alegria” aos Portugue-ses.Pedro Passos Coelho - que no do-mingo esteve em Saint-Denis e emParis, para assistir à final doEuro2016 - afirmou que “É realmenteum momento fantástico que espera-mos que se repita. Esta equipa foifantástica”, acrescenta ainda.

Família de Cristiano no estádio

Euro2016: Dolores Aveiro regozija no"twitter" pela vitória de Portugal A mãe do avançado Cristiano Ro-naldo, Dolores Aveiro, deu conta dasua alegria pela vitória de Portugal emfrente à França. “Nós ganhámos. PorPortugal. Pelos portugueses. Pela Se-leção Nacional”, escreveu DoloresAveiro, que remata, escrevendo: “Ob-rigada, obrigada”.“O meu filho abandonou o campo,mas a nossa Seleção pode ganhar.Confio que vamos poder levantar ataça”, escreveu Dolores Aveiro.

Festival de folclore em Feyzin

No domingo, dia 3 de julho, a Asso-ciação dos Portugueses de Feyzin(69), nos arredores de Lyon, organi-zou o seu Festival anual de folclore.O Parc do Château de Feyzin acolheunessa tarde os participantes e um pú-blico muito numeroso. Os gruposconvidados para este Festival foramEstrelas do Minho de Vaulx-en-Velin,os Campinos de Meyzieu, Juventudedo Alto Minho de St Priest e o grupofolclórico de Lyon 6. O convidadopara o espetáculo de variedades in-ternacionais foi o autor compositorGérard Addat que animou o decorrerdesta tarde apresentando grandeparte do seu repertório de cançõespopulares brasileiras, francesas e por-tuguesas, acompanhado das suasbailarinas.

O público aplaudiu com entusiasmotoda esta organização onde se mistu-rou folclore com cultura musical ecancioneiro. A sonorização esteve a

cargo de Mário Ribeiro assim como aanimação Dj para o baile que se pro-longou pelo fim de tarde e noite.“A nossa próxima atividade será sim-

plesmente cultural, onde estamos aprever pôr em foco parte da nossa li-teratura lusófona” explica a Presi-dente da Associação Delphine daRocha. O evento vai ter lugar no fimde semana dos dias 21, 22 e 23 deoutubro, e vão ser apresentadas obrasde autores contemporáneos. “No sá-bado haverá uma conferência com oautor português Mário Máximo queserá o convidado nesta edição dosEncontros Lusófonos 2016” explicouao LusoJornal a Presidente Delphineda Rocha.Para mais tarde, a Associação já estáa prever organizar o S. Martinho.A Associação dos Portugueses daFeyzin promove e anima também umprograma semanal na rádio Plurielle,que vai para o ar aos domingos, das12h00 às 14h00, com a participaçãode Delphine, José, Rito e Luís.

Nos arredores de Lyon

Por Jorge Campos

Vice Cônsul de Toulouse visitou Rui Costa

No passado dia 7 de julho, o Vice-Cônsul de Portugal em Toulouse,Paulo Santos, e Carolina Amado,em representação do Conselheirodas Comunidades Portuguesas naárea consular de Bordeaux e Tou-louse, António Capela, visitaram ociclista português Rui Costa.O ciclista, natural de Aguçadoura,na Póvoa de Varzim, e que já foiCampeão do mundo de ciclismo daUCI, ganhou etapas do Tour deFrance ou na Volta à Suíça, entreoutras e participa na atual ediçãodo Tour de France.A visita teve como objetivo “ende-reçar os melhores cumprimentos”ao ciclista e “felicitá-lo pela expo-sição do nome de Portugal, pelaforma como o tem feito e como oestá a fazer nesta edição do Tour”.

Rui Costa é um dos “representan-tes portugueses” nesta prova de ci-clismo, talvez a mais conceituadaa nível mundial. Durante a tarde dequinta-feira os ciclistas do pelotãopassaram a noite em Toulouse, de-pois de terem terminado a etapaem Montauban. A equipa de RuiCosta, a italiana Lampre Mérida,pernoitou no hotel Palladia, ondefoi visitado pelo comitiva portu-guesa.O ciclista mostrou-se disponível esimpático para receber a presençaportuguesa, agradecendo a forçaque lhe foi transmitida.No final da conversa lembrou queno final da Volta à França terá oseu foco na próxima edição dosJogos Olímpicos que decorrerão noBrasil durante o próximo mês deagosto e onde se espera uma exce-lente prestação do português.

Por Vítor Oliveira

Portugueses de Lyon vibraram com a Seleção

A Comunidade portuguesa na região deLyon teve a possibilidade de viver porperto duas fases do Europeu 2016onde a nossa Seleção de futebol jogouno estádio “Parque OL” em encontroscom a Hungria, a 22 de junho, e de-pois com a Polónia, no dia 6 de julho.Durante estes dias a Comunidade resi-dente nesta região - cerca de quarentamil Portugueses estão aqui recensea-dos - e outros que por aqui chegaram,puderam aplaudir e acompanhar os jo-gadores da nossa Seleção.No primeiro dia tiveram a possibilidadede acompanharem a equipa no seupasseio matinal onde aliás o nosso me-lhor jogador mundial, Cristiano Ro-naldo se destacou ao atirar com omicrofone do repórter da CMTV aolago, e depois em campo na compa-nhia dos seus colegas Nani, Quaresma,Pepe e todos os outros.No segundo dia, para o encontro coma Polínia, a equipa foi bem mais dis-creta, pois o passeio inicialmente pre-visto foi anulado e mesmo a sessão deautógrafos não foi possível. Em campo

e no exterior, a Comunidade aplaudiucom alegria a vitória final de 2-0.Foram múltiplas as associações queexcecionalmente abriram neste serãoonde o jogo pode ser visto em écransgigantes ou TV.A “FanZone” da praça Bellecour, emLyon, foi também ponto de encontropara centenas de Portugueses de cá ouvindos de Portugal, que marcaram pre-

sença e festejaram no final a vitória atéaltas horas da manhã, com cortejos decarros com buzinões e com a bandeiranacional portuguesa a voltear nos ares.Por exemplo, a associação ACRJPLOde Ste Consorce convidou os seus ade-rentes e amigos para a projeção do jogono estádio “Bouliste” de Ste. Con-sorce, onde se reuniram e festejarameste acontecimento cerca de uma cen-

tena de pessoas.“Quisemos viver este jogo todos juntos,e então organizámos este encontro quefoi de agrado de todos e que teve umfinal feliz. Para o domingo 11 finalvamos certamente recomeçar” decla-rou nesse dia, ao LusoJornal, o Presi-dente Serafim Pacheco. E assim foi.Mas desta vez, a festa foi ainda maisanimada.

Por Jorge Campos

le 13 juillet 2016

LusoJornal / Jorge Campos

LusoJornal / Jorge Campos

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17Euro’16

emsíntese

Pelo menos umadepto portuguêsferido

O Secretário de Estado das Comuni-dades, José Luís Carneiro, repudiou asagressões ocorridas domingo emParis, depois da final do Europeu defutebol, que envolveu, pelo menos, umadepto português, que está ferido.“Repudiamos todas e quaisquer ma-nifestações de violência, considerandoque o que se passou ontem (domingo)corresponde a uma festa do desporto,que é por excelência uma das melho-res formas de integração social e deprojeção daquilo que os povos têm demelhor”, afirmou José Luís Carneiro àLusa.O Secretário de Estado das Comuni-dades disse também que os “serviçosconsulares e diplomáticos estão aacompanhar o assunto”.“Mal tenhamos informação mais fide-digna sobre os factos e a natureza dosfactos nós procuraremos manter os fa-miliares informados e com o acompa-nhamento devido por parte dasautoridades portuguesas”, salientou.A polícia de Paris disse à Lusa que“um grupo de pessoas foi agredido porum grupo de indivíduos com armasbrancas” na capital francesa, no do-mingo à noite, depois de Portugal terconquistado o título de Campeão eu-ropeu de futebol. “Foi por volta dasduas da manhã, no 15º bairro deParis, que um grupo de pessoas foiagredido com armas brancas e há umferido grave, que seria um adepto por-tuguês. Os autores da agressão estãoem fuga. Os serviços judiciários foramcontactados”, disse à Lusa fonte dapolícia de Paris.Na noite de domingo foram ainda re-gistadas “cerca de 50 detenções pro-visórias” em Paris na sequência devários desacatos, mas a polícia nãoprecisou se há portugueses entre osdetidos.

Vivas a Ronaldo nas ruas de Paris

O Bistro de Longchamp, em Paris, foipequeno demais para acolher os portu-gueses que quiseram ver a final doEuro2016, com a maioria a concentrar-se na rua de onde viram, em três ecrãs,a concretização do “sonho” português.Centenas de pessoas pararam a rua deLongchamp, onde franceses e portu-gueses puxavam pelas respetivas Sele-ções e até o café francês ao lado dorestaurante luso abriu para poder aco-lher todos os que queriam ver o jogo,numa partida de “fairplay” em que osque vestiam verde e vermelho gritavammais alto que os que estavam de azul,branco e vermelho, mas os ânimos che-garam a exaltar-se ao intervalo.Para Luís Lopes, imigrante da Serrado Caramulo, ser Campeão da Eu-ropa “é um sonho” e “uma felici-dade” e “viu-se o verdadeiro jogoportuguês”.“Somos os Campeões, somos osmelhores! É Nossa”, gritou no final

Vítor Teixeira, de Felgueiras e a viverem Paris.Sílvia Barreira nasceu em França há 43anos, mas disse ter “sangue português”e com um sotaque francês afirmou àLusa estar “muito feliz”.“Feliz, estou feliz! A taça é nossa!”, gri-tou a lusodescendente Sandra Barbosa,de Ponte da Barca. “Eu nasci aqui maso meu coração é português!”, comple-tou.Os adeptos sofreram até ao fim e no

prolongamento gritaram e ouviram-seos ecos em toda a rua de Longchamp,com muitas outras ruas a repetirem amesma alegria.O Bistro de Longchamp, perto do Arcodo Triunfo e da Praça do Trocadero, éum local histórico junto da Comuni-dade portuguesa quando há jogos im-portantes e, mais uma vez, não faltou adecoração para apoiar Portugal e todosse vestiram a rigor para assistir ao jogo,desde o gerente, aos funcionários e aos

clientes. Horas antes da final, houvemesmo uma sessão de maquilhagemcom as cores de Portugal, com grandeparte das pessoas a desenharem umabandeira francesa numa bochecha eum coração português na outra.Entre os cânticos entoados, ouviu-se “ORonaldo levanta a taça, o emigra invadea praça e as francesas vão com os tugaspara casa” e até se ouviram palmas àmoda da Seleção islandesa e muitosvivas a Ronaldo, que saiu lesionado noinício do jogo.Também se cantou, de forma irónica,“On est dégueulasse” em referência aotítulo do diário francês 20 Minutes queassim tinha classificado a Seleção e in-dignado a Comunidade portuguesa emFrança.O restaurante foi um local tático paramuitos porque fica a dez minutos a pédo Arco do Triunfo e dos Champs Ely-sées, o que facilita o acesso à avenida,já que a polícia proibiu a circulação deautomóveis e motos a partir das22h00.

Muitos adeptos no Bistrot de Longchamps

Por Carina Branco, Lusa

Milhares de portugueses e franco-portuguesesnos Champs Elysées

O Arco do Triunfo foi o palco da festade milhares de portugueses e defranco-portugueses que festejaram avitória de Portugal contra a França e aconquista do primeiro título de Cam-peão europeu para a seleção.A quatro dias do desfile militar francêsna festa do 14 de Julho, foram os por-tugueses que marcharam na Avenidados Champs Elysées, já que o tráfegofoi proibido devido ao reforço de segu-rança e para evitar a concentração gi-gantesca de carros como a que se viraapós a vitória de Portugal na meia-final. No entanto, a festa na avenidafoi “estragada” com o arremesso de

objetos contra as forças de segurança,como disse à Lusa Maria da Luz, deFafe, e há cerca de 30 anos emFrança. “Está-se a estragar a festapor causa desses franceses que sãofalsos franceses e querem armar aconfusão porque não gostam quenós tivéssemos levado a taça. Vêmpara aqui provocar-nos e não nosdeixam fazer a nossa festa tranqui-los”, declarou.Junto ao Arco do Triunfo, um casalcelebrava a vitória, ela com umabandeira portuguesa, ele vestidocom o azul do equipamento fran-cês. “Estou triste pela França, masmuito feliz por Portugal”, disseThomas Deboq, enquanto a namo-

rada lusodescendente Maria Bar-bosa disse estar “muito feliz”.Também Luísa Mendes se deslocou aoArco do Triunfo e disse à Lusa ter “ocoração a reventar”, enquanto o ma-rido Luís Mendes manifestou “muitaalegria” após 23 anos em França aouvir os franceses “a darem semprecabo” dos portugueses.“Queria que Portugal ganhasse e ga-nharam. Estou muito feliz por elesterem ganhado. Valeu a pena vir-mecansar, ver cenas de guerra lá em baixona Torre Eiffel, mas estou muito con-tente de estar aquí”, disse ConceiçãoLobato enquanto a irmã Maria José su-blinhou que “Portugal tinha que ga-nhar para calar a boca a muita gente”.

Em digressão, a Tuna Universitária doMinho veio festejar a Paris a participa-ção de Portugal no Euro2016 e aca-bou por celebrar no Arco do Triunfo avitória de Portugal, explicou PedroBarbosa, acompanhado de vários es-tudantes.A festa fez-se com muitas bandeiras,tendo-se cantado o hino e entoado no-vamente a frase “On est dégueulasse”em resposta irónica ao jornal francês20 minutes que assim classificara aSeleção.Muitos disseram que já eram Cam-peões antes da final porque eram bi-nacionais, mas a vitória das Quinasteve um sabor histórico que decorouParis de verde e vermelho.

Por Carina Branco, Lusa

le 13 juillet 2016

PatrickKzero

Journalista e animadorLembrei-mequando tinha11 anos, es-tava em Bra-

gança com pai,irmão e amigos. Em

84, no Europeu em Marseille, perde-mos nas meias-finais, com um golode Platini. Vimos também com aGrécia, em casa, os nossos a “morrerna praia”, após uma bela campanha.Mas desta vez sentia uma serenidadee uma crença enormes. Portugalsoube contornar todas as adversida-des e quebrar o enguiço. Consegui-mos alterar o refrão do fado jáensaiado por muitos franceses, e sa-grar-nos Campeões. Ok, é somentefutebol. Mas isto tem uma dimensãosocial importante, que se agigantaquando vives fora do país. Para adiáspora portuguesa e para os ami-gos desta bela comunidade, tem umvalor muito especial!

Roméo deAmorim

Conseiller municipal de Saint-MaurLe Portugal a of-fert une Couped’Europe aux Por-

tugais etbeaucoupde fierté aux Portu-

gais de France. Cette équipe n’est pasflamboyante, elle n’est pas virulente,elle est respectueuse, solidaire et sur-tout elle a travaillé dur pour réussir. J’aitoujours cru que cette équipe du Por-tugal pouvait réaliser cet exploit tantattendu par les 1,5 millions de Portu-gais car c’était une équipe qui a ducœur. J’ai donc participé à cettegrande fête avec toute l’émotion d’unfranco-portugais qui voyait se réaliserlà un grand rêve: gagner une Coupedes nations et gagner le respect dumonde entier. Obrigado.

SandrineMiranda

Delegação de Por-tugal na OCDENasci em Fran-ça, de pais por-tugueses, tenhoorgulho em ser

“ lusodescen-dente”, porque é

quem eu sou! Vivo desde sempre emFrança mas trabalho para o nosso belopaís. Rodeada dos meus colegas de tra-balho, da minha família portuguesa, ouaté dos meus amigos franceses, o meucoração bate ao ritmo da minha duplanacionalidade, mas confesso que a por-tuguesa aperta sempre mais forte. Umafinal França-Portugal em Paris é umsonho de muitas gerações. Ontem vi omeu filho chorar de tristeza e de alegria.Obrigada Seleção por lhe teres contadoesta linda história antes de ir dormir.Amo-te Portugal.

Valérie doCarmo

Académie de Fado, ParisJe ne suis pasune fervente ade-pte du foot maisj’aime le côté fes-

tif, surtout que l’Eurose déroulait en France et

nous étions en plein dedans. J’ai autant suiviles matchs de la France comme du Portugalde manière égale, cela faisait surmonter laquestion du choix, mais je n’ai pas vouluchoisir. Pour moi choisir c’était dire mal del’autre et cela ne m’apporte rien. Le Cham-pionnat a réveillé un côté patriotique in-croyable chez les Portugais mais aussi desvieilles blessures. J’ai regardé cette finaleavec plaisir chez Lusofolie’s et à la fin envoyant toute cette joie, car le coeur parle plusque le reste j’ai été heureuse et j’ai sauté dejoie aussi. La meilleure réponse de notre Se-leção aux mauvaises critiques était cettebelle victoire!

Lusa / Miguel A. Lopes

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18 Euro’16

lusojornal.com

emsíntese

Três «franceses»são Campeõesda Europa

Portugal sagrou-se Campeão daEuropa de futebol no passado do-mingo com 21 dos 23 jogadoresconvocados a serem utilizados,entre eles três “franceses” ou“franco-portugueses”.O lateral-esquerdo Raphaël Guer-reiro, que trocou o Lorient (França)pelo Borussia Dortmund (Alema-nha), o médio Adrien Silva, quejoga no Sporting Clube de Portu-gal, e o guarda-redes AnthonyLopes, que atua no Lyon (França).No fim do encontro entre Portugale a França, com a vitória por 1-0após prolongamento com o únicogolo a ser apontado pelo avançadoÉder, o LusoJornal teve a oportuni-dade de falar com Raphaël Guer-reiro.

Como se sente após esta vitória?Estou ainda no meu sonho. Aindanão consigo acreditar. Habitual-mente jogo no Lorient e agoraestou a ganhar um Europeu, é in-crível para mim. Em França éainda mais espetacular. Espero éque vamos fazer ainda melhornuma outra competição.

Portugal foi muito criticado masacabou por vencer…Não vimos as críticas, passaram-nos ao lado, porque estávamosconcentrados nos jogos que tínha-mos pela frente. Concentrámo-nosem cada jogo e o objetivo era ven-cer o Euro. Conseguimos vencê-lodessa maneira. Podemos agrade-cer o nosso Treinador, a equipatécnica e os jogadores. Trabalhá-mos muito fora e dentro das qua-tro linhas. É um bela recompensa.

É o melhor momento da sua car-reira?Claro que até agora é o melhormomento da minha carreira semdúvida.

De referir que dos três jogadores,apenas Anthony Lopes não jogoudurante o torneio enquanto Rap-haël Guerreiro e Adrien Silva con-seguiram impor-se como titularese estavam no onze incial frente àFrança (1-0 a.p.).

Por Marco Martins

Campeões despediram-se de MarcoussisA Seleção portuguesa de futebol des-pediu-se na segunda-feira dos emi-grantes e lusodescendentes quedurante 32 dias mostraram o seuapoio em Marcoussis com novo le-vantar da Taça de Campeões Euro-peus à porta do Centro Nacional deRâguebi.Já vestidos de fato e gravata e comNani a transportar o troféu, toda a co-mitiva lusa apareceu junto à porta docomplexo e com palmas agradecerama presença dos cerca dos 800 adep-tos que se despediram no local parase despedirem da Seleção nacional.Cristiano Ronaldo, com notórias difi-culdades em andar, foi o primeiro alevantar a taça, imitando o gesto feitono domingo no Stade de France. Se-guiram-se os restantes 22 jogadores

que representaram Portugal noEuro2006, o Selecionador FernandoSantos e alguns membros da equipatécnica.Os novos Campeões europeus entra-ram depois no autocarro oficial daSeleção nacional e seguiram para oaeroporto de Orly, para o regresso aLisboa.O avião, batizado de Eusébio, quetransporta a comitiva lusa aterrou emLisboa e a equipa foi recebida peloPresidente Marcelo Rebelo de Sousa,no Palácio de Belém.O Chefe de Estado anunciou a inten-ção de condecorar os 23 jogadores daSeleção nacional com o grau de co-mendador da Ordem do Mérito, dis-tinção que vai decorrer dentro dealguns dias.

Voltaram a erguer a Taça

Sagna a commencé aux Portugais de Sens

Bacary Sagna, le défenseur de l’équipede France, qui a pris part à la finale dela Coupe d’Europe, dimanche dernier,a commencé tout petit à jouer au bal-lon avec le Club des Portugais de Sens(89).L’actuel Secrétaire du club, EuricoNogal, se souvient bien du petit fran-çais d’origine sénégalaise qui habitaità l’époque à Sens et qui avait intégréle Club pendant une année pour s’ini-tier au foot. «Il était trop petit pour ob-tenir une licence mais il venait joueravec ses deux frères dans le Club en1987/88». Très vite il intègre l’EveilSenonais où il obtiendra sa première li-cence de football puis au FC Sens.Il gravit tous les échelons et se faitcourtiser par le club voisin, l’AJAuxerre. Avec 57 sélections et une pre-mière cape qui remonte à 2007, Ba-cary Sagna s’impose naturellementcomme un des cadres respectés del’équipe de France. Pourtant, à 33 ans,

le latéral des Citizens a disputé sonpremier Euro (il a disputé les Mondiaux2010 et 2014). «Quand je fais lebilan, c’est sûr que j’aurais aimé parti-ciper à plus de compétitions et appor-ter plus à cette équipe. Mais c’est ledestin».Eurico Nogal a affirmé ne plus avoir denouvelles ni de contact avec le joueurfrançais mais avoue connaître bien son

père qui habite toujours la ville et avecqui il avait joué au FC Sens. «Je le voisde temps en temps et je me souviensbien qu’il a toujours fait en sorte queson fils, même s’il est né en France,demeure Sénégalais et Africain».Il y a quelques années, le Club des Por-tugais de Sens a fait appel au joueurfrançais pour un tournoi et n’ayant paspu se déplacer, «Bakary Sagna a en-

voyé un maillot signé ce qui nous apermis de faire une loterie et tout lemonde a voulu l’avoir».Bakary Sagna s’est aussi déplacédans sa ville natale pour se marieravec Ludivine Kadri, d’une ville voi-sine, en juillet 2010. Des milliersde gens ont assisté devant la Mairieet «tout le monde parlait de la cé-rémonie».Eurico Nogal a reconnu aimer regar-der jouer Bacary Sagna. «Cela me faitpenser au Club et à tous ces petitsdont on ignore encore leur potentiel».Cette belle finale entre la France etle Portugal était très symbolique sur-tout avec la victoire pour l’équipe por-tugaise», dit-il très fier en portant lemaillot rouge et vert, le lendemain dela finale de l’Euro. Aujourd’hui le Clubdes Portugais de Sens compte encoreavec beaucoup de lusodescendants etbeaucoup de français. Originaire deBragança, Eurico Nogal s’y rend régu-lièrement pour se ressourcer et profi-ter de son beau pays.

Par Clara Teixeira

le 13 juillet 2016

Luís Gonçalves

Gerente de ProfilgazSou um verda-deiro apaixo-nado de fute-bol e da nossa

equipa. Assisti atodos os jogos ex-

ceto em Marseille. Para mim esta vi-tória arrepiou-me completamente esaboreei cada momento com prazer.Aproveitei para filmar-me a mim pró-prio e comentar a evolução do Euro.Todos os vídeos tiveram muito su-cesso. Precisávamos deste título, deforma a não sermos olhados porcima, e fizemos calar muitas bocas,mesmo se não tenho nada contra osFranceses, os meus filhos estão ca-sados com franceses e francesas eassistiram aos jogos na alegria e norespeito independentemente dequem ganhasse.

Luísa Semedo

Presidente CCPFA seleção, ver-são Euro 2016,rompeu com atradição do fu-tebol fado, ou

seja aquele fute-bol bonito feito de

vitórias morais mas de lágrimas detristeza. O futebol fado voltou com afalta grave sobre o Ronaldo. Choreiquando ele saiu mas no fim tivemosdireito a lágrimas de alegria. Alegriapor uma vitória merecida e justa ealegria por todos os Portugueses emtodo o mundo. O futebol é um exce-lente exemplo da força da união nadiversidade, e a nossa equipa é umaexcelente embaixadora desse ideal.Viva Portugal!

OdeteFernandes

Fadista e anima-dora rádio AlfaEstou muitofeliz como amaioria dos Por-tugueses. Ape-

sar de não seruma perita na área do

futebol, estou perdidamente apaixo-nada pelo ambiente positivo, cheio deesperança que consegue proporcionaressas competições . Em França com oEuro 2016 Portugal conseguiu mostrarque juntos podemos ser grandes! OsPortugueses não temeram as dificul-dades e lutaram para alcançar a metaprincipal, trazer a taça para Portugal!Foi uma linda lição de vida para osnossos filhos. Agora sim podemoscontinuar a sonhar e acreditar no lema‘Querer é poder’! Afinal, o dia 10 dejulho foi com um mês de atraso umalinda maneira de celebrar o Dia de Por-tugal e das Comunidades Portuguesas!

PauloDentinho

Diretor de informação RTPHoje, todos aque-les que sabem oque é sofrer pe-quenas humilha-

ções quotidianas,como essa, expressa

sempre em tom condescendente e sor-ridente, com a superioridade dequem sente que nos pode reduzir aocliché das porteiras e porteiros, dosmotoristas de táxi, dos pedreiros, dasmulheres a dias, é tempo de revertero gozo. Pode-se dizer agora que o paipedreiro nos ensinou a construir, econstruímos a equipa, que o pai por-teiro deu-nos a técnica de saberguardar bem a baliza, que a mãemulher-a-dias nos ensinou a lim-peza, e assim limpámos o Campeo-nato, e, por fim... o pai motoristadeu-nos a indicação do “chauffeur”francês que nos foi levar a Taça aoaeroporto para a trazermos para Por-tugal.

Eurico NogalLusoJornal / Carlos Pereira

Lusa / Miguel A. Lopes

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19Euro’16

Cristiano Ronaldo: “Faltava-me algo pela Seleção,graças a Deus consegui”Cristiano Ronaldo exultou com a con-quista do título de Campeão europeude futebol, lembrando após a vitóriana final do Euro2016 que já ganhoutudo a nível de clubes e que lhe fal-tava o êxito com Portugal. “São mo-mentos muito felizes na minha vida,em termos de carreira. Chorei, festejeicom a minha família, os meus ami-gos, os que me estão próximos. Sem-pre disse que ganhei tudo o que tinhapara ganhar a nível de clubes, a nívelindividual, nas faltava-me algo pelaSeleção, graças a Deus consegui”,afirmou.O Capitão da Seleção lusa, três vezesvencedor da Bola de Ouro, não escon-deu o “grande desgosto” por ter aban-donado o relvado no Stade France, emSaint-Denis, aos 25 minutos, devidoa uma lesão que o obrigou a ver dobanco o golo da vitória sobre a anfitrãFrança, marcado por Éder no prolon-gamento, aos 109 minutos. “Não eradesta forma que queria ganhar, masdestaco a minha participação noCampeonato, aquilo que eu ajudeiPortugal, aquilo que os meus compa-nheiros e o Treinador fizeram. Portugaljá merecia. Foram muitos anos de sa-crifício, ninguém acreditava em nós.Tivemos alguma sorte, com o RealMadrid ganhámos a Liga dos Cam-

peões e também tivemos algumasorte, não há Campeões sem sorte”,disse Ronaldo.O avançado do Real Madrid, de 31anos, lembrou as palvaras do Sele-cionador, Fernando Santos, “há trêssemanas, antes de jogar contra aCroácia, quando dizia que só ia dia11 para Portugal e que ia ser rece-bido em festa”, sublinhando quemuitos não acreditaram. “Via muitagente a duvidar e a gozar com as pa-lavras dele, isso marcou-me muito e oque eu tentei fazer como Capitão foidemonstrar aos meus companheirosque tudo é possível, e seguimos os in-tuitos do nosso Treinador”, disse Cris-tiano Ronaldo.A “estrela” lusa contou ainda que“previu” que seria Éder a dar o títuloa Portugal, como viria a acontecer.“Sou muito de ‘feelings’ e senti queera o Éder que ia resolver o prolonga-mento. Se lhe perguntarem, ele sabeaquilo que eu lhe disse. Não sou ne-nhum vidente, mas sigo os meus ‘fee-lings’ e senti que o Éder ia marcar ogolo da vitória, estou feliz por ele, pelomeus companheiros e pelo Treinador,a pessoa mais importante na con-quista do Europeu”, sublinhou.Éder considerou “muito merecido” otítulo de Campeão europeu de futebol

conquistado por Portugal, confes-sando efetivamente que, antes de en-trar em jogo, Ronaldo lhe assegurouque seria ele a marcar o golo da vitó-ria. O jogador do Lille confessou queRonaldo, que abandonou o jogo aos

25 minutos por lesão, lhe disse antesde entrar em campo: “Cristiano Ro-naldo disse-me que seria eu a fazer ogolo da vitória. Passou-me essa força,essa energia dele, foi importante mar-car o golo, mas foi muito trabalhado

pela nossa equipa. Desde o início doEuropeu fomos espetaculares. Achoque o povo português merece”, sa-lientou.Éder destacou ainda a confiança queo selecionador nacional, FernandoSantos, depositou em si. “Desde oprimeiro dia, desde que FernandoSantos me convocou, ele sabe dasminhas qualidades, o grupo sabe,confiou em mim. Trabalhei para daro meu contributo e hoje foi possível,estou muito contente pelo que fize-mos”, comentou.A concluir, Cristiano Ronaldo disseque tentou “liderar a equipa da ma-neira que mais correta, por vezesmenos bem, mas pelo melhor para aSeleção e para o país. Agradeço aenergia que os Portugueses nosderam, em Portugal e os emigrantes.Este titulo é também para vocês. Es-tamos juntos”, frisou.O futebolista português Cristiano Ro-naldo igualou o francês Michel Platinicomo melhor marcador da história dosEuropeus de futebol na edição de2016. Michel Platini (Fra) marcou 9golos no Europeu de 1984 e CristianoRonaldo (Por) marcou 9 golos em2004 (2), 2008 (1), 2012 (3) e2016 (3). Com 7 golos está AlanShearer (Ing).

Igualou Michel Platini com 9 golos marcados nos Europeus

le 13 juillet 2016

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Lusa / Miguel A. Lopes

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20 Euro’16

emsíntese

Declarações daSeleção francesa

SissokoAcho que foi um bom jogo, em quetivemos muitas hipóteses. Mostrámoscoisas boas, mas faltou um pouco desorte. É dececionante, mas é assim,temos de aceitar e felicitar Portugalpor este sucesso. A vitória estendeu-nos os braços mas faltou qualquercoisa. Vamos digerir esta derrota nopresente e voltar mais fortes. Foi umabela aventura, uma competição mag-nífica em casa. Falhámos, mas é o fu-tebol. Mais uma vez, felicidades paraPortugal.

MatuidiÉ muito triste perder uma final emque tínhamos argumentos, temosque recuperar, ir de férias e preparar-mos 2018. É muito cedo para falar-mos de hoje, a deceção impera,temos que esquecer. Tivemos a bolae estamos fatigados no final. Os Por-tugueses têm o mérito de acreditarematé ao fim. É de lamentar quando seperde uma final, mas também esta-mos orgulhosos, foi bom ter o povofrancês e o entusiasmo à nossa volta.

GignacPenso que dominámos durante 90minutos e tivemos azar. Isto é o fute-bol, é a realidade… Esperaram pornós, deram-nos um ritmo falso e ma-taram-nos no final. É terrível, é umpesadelo, é duro. Tivemos as oportu-nidades, atirámos ao poste, aos 92minutos, é futebol, mas é terrível.

GiroudHá uma grande deceção. Estoumuito desiludido por este grupo, quemerecia ir mais além. (...) Fizemosum Euro muito bom, de que os Fran-ceses se podem orgulhar, é uma belaequipa que continua a progredir, masesperávamos este título. Tivemosoportunidades, mas caímos peranteum guarda-redes, Rui Patrício, quefez uma grande final. (...) Eles deram-nos um golpe a 12 minutos do fim, asduas equipas estavam muito cansa-das. Quem merece é aquele queganha, não vamos ficar a rever o jogodurante 15 anos, eles ganharam, de-vemos felicitá-los, mesmo que sejaduro.

GriezmannDemos tudo, queríamos verdadeira-mente esta vitória, mas não tivemossorte para ser Campeões: o guarda-redes deles fez belas defesas e tive-mos outras oportunidades quepassaram um pouco ao lado. Eles jo-garam bem, marcaram a 10 minutosdo fim, foi complicado... é frustrante,triste, mas é futebol. Eu tive váriasocasiões, mas não tive sorte.

lusojornal.com

Johnny sonhou com vitória de Portugal ecompôs música para a Seleção

Johnny Gama, filho de emigrantesportugueses, compôs uma músicapara a Seleção nacional, depois de tersonhado com vitória de Portugal. “Éuma coisa que aconteceu desde o iní-cio do euro. Eu tive um sonho e isso émesmo real. Sonhei que Portugal ga-nhava o Euro2016 contra a França. Osonho parecia real e a partir daí sem-pre acreditei. Quanto mais Portugalganhava, mais eu acreditava”, contouà Lusa Johnny Gama, de 33 anos.Dois dias depois, o cantor escreveu aletra da canção intitulada “Todos Jun-tos”, que fez “a pensar em todo opovo português” e que “fala em todosos Portugueses espalhados pelo

mundo, sendo também uma músicade apoio à Seleção”, contou. “Foitudo muito rápido. Fiz a canção e crieium evento no Facebook a convidar aspessoas a participarem no videoclipda música de apoio à Seleção e váriosPortugueses vieram”, contou.Depois de “mais ou menos treze anosa tocar com o órgão em restaurantes”,o cantor gravou dois discos, o pri-meiro, “A minha história”, há trêsanos, e o último, “Renascer”, há ummês, tendo, agora, o videoclip deapoio à Seleção sido visto no Youtubequase 138.000 vezes.No filme, Johnny aparece rodeado deapoiantes da Seleção, junto a um au-tomóvel descapotável vermelho, can-tando no refrão: “Nós queremos a

vitória e todos juntos a cantar/ Está achegar a nossa hora de poder vibrarcom Portugal”.Johnny nasceu em Paris, é filho de

emigrantes do Sabugal e do Pinhel,no distrito da Guarda, tendo dupla na-cionalidade portuguesa e francesa,mas sente-se “muito mais Portuguêsque Francês” e, por isso, torceu porPortugal e não por França, até porque“a Seleção nunca teve muita sorte”.“Torço por Portugal porque eu souPortuguês, os meus pais são Portu-gueses, são emigrantes que vierampara cá há muitos anos e sinto-memuito mais Português que Francês.Sempre fui habituado a cantar emportuguês, a falar português, a ir aPortugal duas, três vezes por ano enão consigo explicar a paixão quetenho por Portugal. Só lá vivi um anoe meio e o meu sonho é voltar a viverlá”, concluiu.

“Todos Juntos”

Por Carina Branco, Lusa

le 13 juillet 2016

AnnaMartins

Presidente daCap MagellanNão houvenem um se-gundo em quenão acreditá-

mos na vitória,lá em casa. De cer-

teza que da minha pequena gaioladourada, ouviram-se os nossos gri-tos até Chaves, onde torcia o restoda família... Chorei de tristeza noprincípio, de esperança do meio ede alegria ao vê-los abraçar essaTaça. A nossa Taça. Alegria tão,mas tão merecida, para eles e paranós aqui em França. Viva Portugalet Vive la France!

Layla Fernandes

Joueuse de footOlympique MarseilleL’équipe portu-gaise était uneéquipe un peu

poussive dès ledébut de l’Euro et

petit à petit elle est montée en puis-sance avec Ronaldo décisif dans unmacht important et un esprit d’équipequi a su convaincre les Portugais. Lorsde la finale, en voulant écarter Ro-naldo, cela a eu l’effet inverse et arenforcé l’équipe en lui donnant desailes. Je me trouvais à la FanZone deMarseille et j’ai éclaté de joie avecmes larmes fières de mes couleursportugaises jusqu’au fond de monêtre, car moi je suis Portugal.

Franciscoe Cunha

HumoristeC’était unecompétition« p r e s q u e »n o r m a l e !Comme lors de

la Coupe dumonde de 1998

l’équipe vainqueur est celle qu’ona le plus dénigré, sous-estimé,moqué, quelques fois de façonpresque «Dégueulasse». Il n’en fal-lait pas plus pour aider la Selecãoà réveiller «o orgulho Luso». DuTimor au Brésil, en passant parl’Afrique et l’Europe. Le Portugalest «presque» trop petit pourl’Amour des Portugais du monde.Tournons notre regard vers laCoupe du Monde 2018... Car on yest presque!!!! Somos Portugal.

PaoloCepa

Gérant Gaz Technic, St MaurJ’ai suivi depuisle début cetteéquipe du Por-tugal. J’ai même

eu la chance d’as-sister à quelques

matchs et malgré ce que l’on disait surle Portugal qu’il n’y avait que 3 bonsjoueurs, j’ai pu constater qu’il y en avaitbeaucoup plus et qu’ils ont su donnerle meilleur d’eux mêmes et emporterla victoire. J’étais déjà au Portugal lorsde la finale et j’ai vécu ici quelquechose d’exceptionnel, tout le mondes’est arrêté pour le match, comme unedeuxième apparition de Fátima! Nousavons mérité cette victoire, cela achangé la vie de tout un pays! Vive lePortugal!

DulceDias

Jornalista Euronews, LyonNão sou espe-cialista de fu-tebol mas ten-tei ver todos os

jogos de Portugale da França. Tenho

um filho com 5 anos de pai francêse éramos todos pelos 2 países. Eu jáera Campeã antes da final, ganhassequem ganhasse, lá em casa foi umaverdadeira confraternização lusofran-cesa, mas confesso que tive um es-pecial prazer pela vitória de Portugal.Contudo achei violento algumas crí-ticas de jornalistas franceses como‘dégueulasse’, a nossa equipa nãomerecia isso. Espero que de algumaforma os Portugueses e os lusodes-cendentes por esse mundo fora sin-tam mais orgulho na Pátria deles.

ElisabethOliveira

Porteira, ParisSenti sempreque iria seruma final Fran-ça/Portugal.Talvez por se-

rem os meusdois países: o de

acolhimento e o de sangue. Tambémsempre achei que iria ficar divididana final pelas mesmas razões... Fi-quei entristecida quando reparei naagressividade dos jogadores france-ses para com os portugueses equando um deles aleijou proposita-damente o Ronaldo sem que algumasanção tenha sido aplicada, o meucoração já não se questionou: só tor-cia por Portugal.A vitória foi justa! Fico feliz por per-tencer a este povo português quesabe estar, tanto na tristeza como nafelicidade.

FilipeMartins

Porteiro e músico,DijonDepuis 1984que j’attendaisimpatiemmentavec mon père,

un fervent fana-tique, cette victoire

de la Seleção. J’avais vu le Portugalperdre contre la France et j’ai beau-coup pleuré. J’avoue que je n’étais pasconvaincu du jeu des Portugais quiavaient déjà eu du mal à se qualifierpour l’Euro mais au fur et à mesure j’aivu qu’ils jouaient de mieux en mieuxet je me suis régalé avec cette bellevictoire, surtout au moment où je fêtaismes 40 ans. Cela dit je n’oublie pas laFrance, ce pays qui m’a accueilli etpour lequel j’ai beaucoup de respectainsi que pour tous les grands joueursfrançais. L’Euro va au delà du foot, celareflète l’état d’esprit des gens et sur-tout de la presse qui au lieu d’unir lescommunautés les provoquent et créentdes tensions.

João Heitor

Gerente Lusofolie’sVi uma comu-nhão de espíri-tos do mundolusófono fabu-

loso. Portuguesescomo Brasileiros,

Caboverdianos e muitos mais apoia-ram ao longo do Campeonato a Sele-ção portuguesa. Era importantevalorizar uma Comunidade simples etrabalhadora neste país que teve porvezes atitudes pouco corretas, ali-mentadas pelo chauvinismo dos me-dias. Lia jornais todos os dias ePortugal era sempre desvalorizado,como se não pudesse ser Campeão.Ora os Franceses já se julgavamCampeões antes da hora e é difícilpara eles engolir esta derrota frentea Portugal. Esta vitória dedico-a àminha mãe que vai ter brevemente96 anos.

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O estádio onde Portugal ganhou oEuro2016, tem 80 mil metros qua-drados de pavimento e 7,8 quilóme-tros de escadas construídos por 50trabalhadores Portugueses numa em-preitada comandada por uma em-presa portuguesa.“O Stade de France foi uma obraonde estivemos dois anos e meiocom uma média de 50 trabalhado-res, 90% dos quais Portugueses. Fi-zemos o pavimento de oitenta milmetros quadrados à volta do estádioe 7,8 quilómetros de escadas. Foium número que me ficou sempre nacabeça porque foi a última obra quefiz como engenheiro”, descreveu àLusa Arthur Machado, Presidente da

Central Pose, a empresa responsávelpela obra.O estádio, com capacidade para 80mil espetadores, foi inaugurado emjaneiro de 1998 e, antes do jogo, oempresário esperava que as mãosportuguesas que o ajudaram a cons-truir, em Saint Denis, dessem sortea Portugal. “Era bom que dessesorte. Para nós, a sorte foi de traba-lhar naquela obra. Foi já umagrande honra e se a gente pudesseganhar lá a final, era uma obra queia ficar ainda mais gravada na nossahistória”, afirmou. E o sonho con-cretizou-se.O português, de 50 anos, acrescen-tou que “é sempre uma honra dizer”que se trata de uma obra feita porPortugueses, considerando que “é

bom para a imagem saber que a Co-munidade portuguesa em Françatem um grande papel no enriqueci-mento do país que é a França”.À medida que mostra fotografias dasobras junto ao estádio, tiradas háquase vinte anos, na década de 90,o português conta que um dos epi-sódios que mais o marcou nessa al-tura foi ter trocado umas palavras“com Ronaldo, o brasileiro”. “Tive aocasião de encontrar o Ronaldo, o bra-sileiro, que veio visitar o estádio antesda final do Mundial de 1998, que per-deu com a França. Veio visitar a relva,ver se estava boa. Foi uma coisa en-graçada porque estávamos em reuniãoe eu comecei a olhar e disse: ‘Conheçoaquela pessoa, mas não sei quem é’,e aproximei-me e era o Ronaldo, o bra-sileiro”, recordou.Entre as fotografias que desfilamsob os dedos no telemóvel, váriastestemunham as obras emblemáti-cas em que participou, como a Ave-nida dos Campos Elísios, onde,

depois da meia-final contra o Paísde Gales, na quarta-feira, milharesde portugueses desfilaram de carrocom bandeiras de Portugal. “OsCampos Elísios foi em 89. A gentefez toda a avenida de um lado e dooutro e até foi uma das obras quelançou a empresa. Fizemos os pas-seios e alguns bocados da estrada”,explicou, acrescentando que fez ou-tras obras em zonas bem conheci-das como a Eurodisney ou a Praçada República, em Paris, “hoje con-siderada a praça da paz” e onde dei-xou “uma marca com os nomes detodos os Portugueses que trabalha-ram na obra”.Chegado a França com apenas seismeses, vindo de Santa Catarina daSerra, no concelho de Leiria, hoje asua empresa tem um volume de ne-gócios de 38 milhões de euros eemprega uma média de 380 pes-soas, fazendo parte de um grupochamado “Machado et Fils Hol-ding”, com 54 milhões de euros devolume de negócios.Arthur Machado é também o Presi-dente da SAD do Lusitanos Saint-Maur, um clube fundado por imigran-tes portugueses que celebra, este mês,50 anos e conquistou, em junho, a su-bida ao quarto escalão do futebol fran-cês, conhecido como CFA. O USLusitanos subiu de escalão depois dachegada, em 2015, do antigo jogadordo FC Porto e da Seleção portuguesaCarlos Secretário, depois de na tem-porada 2014/15 a equipa ter sidoCampeã da Divisão de Honra.Além do clube profissional, o Lusi-tanos de Saint-Maur tem 27 equi-pas e 800 jovens a treinar, sendo,de acordo com Arthur Machado, “oClube português mais português emFrança”, em referência à históricarivalidade com o Créteil/Lusitanos.

lusojornal.com

21Euro’16

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Suzanna de la Fuente diz ser “Portuguesa e Francesa”por isso já era Campeã antes da final

A lusodescendente e política local Su-zanna de La Fuente considerou que acidade de Saint-Denis estava preparadapara ser “a capital do futebol europeu”no domingo, na final do Euro2016entre Portugal e França. “Estamos pre-parados para ser a capital do futeboleuropeu como já fomos a capital do fu-tebol no Mundial de 98. É uma cidadejovem, com muitos desportistas e esta-mos muito felizes por acolher esteCampeonato europeu”, afirmou à LusaSuzanna de La Fuente, Maire Adjointeencarregue do bairro Plaine, onde estálocalizado o Stade de France.Saint-Denis é uma cidade ondemoram imensos Portugueses e o Stadede France foi um dos alvos dos ata-ques terroristas de 13 de novembro doano passado, mas para Suzanne de LaFuente “em termos de segurança estátudo pronto para que as pessoas fi-quem seguras”.“Claro que o risco zero não existe, masestive na Fan Zone de Saint-Denis eas pessoas estavam felizes. Estamosconfiantes e as pessoas procuram não

pensar muito no que se passou edizem que vai tudo correr bem. EsteEuro teve um dispositivo de segurançamuito rigoroso, com perímetros de se-gurança muito largos e o dispositivoestá ainda mais reforçado”, explicouantes da final, quando questionadasobre se o facto de a França jogar nafinal não constitui um fator de riscosuplementar. Além de ter sido palco de um dosatentados de 13 de novembro - emque morreu um português quandoum ‘kamikaze’ se fez explodir juntoao estádio - foi em Saint-Denis quese escondeu aquele que tinha sidoapresentado como um dos presumí-veis cérebros dos atentados de 13 denovembro, Abdelhamid Abaaoud, oqual morreu durante o assalto dapolícia, a 18 de novembro, aoapartamento onde ele e outros seescondiam. “Em termos mediáti-cos, os habitantes de Saint-Denisforam estigmatizados porque osterroristas estiveram escondidos nacidade. Mas entre os terroristas nãohavia residentes da cidade, eles limi-taram-se a usar a cidade como um

local de passagem”, sublinhou Su-zanna de La Fuente.A franco-portuguesa assistiu ao jogona Fan Zone da cidade, junto dos re-sidentes - ainda que o filho e o maridotenham decidido ver o jogo no Stadede France, “a dez minutos de casa” -e prometeu “vestir uma t-shirt de Por-tugal e colocar maquilhagem com ascores de França” porque é “francesae portuguesa”.Suzanna nasceu em Aubagne, no sulde França, e o apelido espanhol - deLa Fuente - vem do marido, mas asraízes familiares estão em Espinho, deonde emigrou a mãe, no início dosanos 1970. Por isso, considerou quejá era Campeã europeia antes do jogo,quer ganhasse a França, quer ga-nhasse Portugal. “Tenho filhos quegostam muito de futebol e me ensina-ram muito. Desde o início que elesdizem que França e Portugal iam estarjuntos na final. Os meus filhos estãocomo eu, contentes por França e porPortugal. Domingo estaremos damesma maneira: com as cores de Por-tugal e de França”, concluiu a franco-portuguesa antes da Final.

Saint-Denis, “capital do futebol europeu”

Por Carina Branco, Lusa

le 13 juillet 2016

Stade de France, um estádio com mão de obra portuguesaPor Carina Branco, Lusa

Obras da Centrale Pose no Stade de FranceDR

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22 Desporto

lusojornal.com

Treinador Celso Martins distinguido

Radicado em Paris há muitos anos,Celso Martins que foi um grandeatleta de judo em França, tendo pas-sado por diversos clubes franceses,tornou-se treinador da modalidade, eno Sainte-Geneviève-des-Bois (Es-sonne), para além de conquistar títu-los sobre títulos, vai formandoCampeões que serviram e continuama servir a Seleção de França, foi con-vidado pela Federação Portuguesa deJudo para se deslocar recentemente aLisboa, afim de ser homenageado edistinguido na Gala da Federação Por-tuguesa de Judo. Não só pelo seuprestígioso curriculo como judoca etreinador, mas também por estar sem-pre à disposição da nossa Seleçãoquando a mesma se desloca a Françapara competições.Contatado pelo LusoJornal, CelsoMartins uma vez mais se mostrou dis-ponível para nos narrar como é queesta distinção aconteceu.

“Antes de mais, o meu mais sincéroe grato reconhecimento ao bem co-nhecido jornal das Comunidades por-tuguesas - o LusoJornal -, por mereceber e felicitar a distinção quevenho de receber” diz Celso Martins.“Quanto à questão que me coloca,francamente, não contava. O quepara mim, foi uma grande surpresaquando recebi o convite para me des-

locar à sede da Federação Portu-guesa de Judo, sem saber porquemotivo estava a ser convidado. Foientão na receção que surpreendente-mente fui homenageado, e distingui-ram-me com um prestigioso trofeu,mais um que levo para a minha vi-trina, pelo que me sinto muito orgu-lhoso e feliz”.Certamente algo mais está por detrás

da distinção, interrogou-se o LusoJor-nal. “Provavelmente. Como se sabe,tenho dado todo o meu sacrifício esaber em prol da modalidade. E temsido com o Sainte-Geneviève-des-Bois, clube que está sob a minha al-çada já há muitos anos, e a dar-me omaior apoio, reconhecendo constan-temente o meu trabalho ao formaratletas campeões e internacionais,conquistar títulos sobre títulos, o quelevou a Federação Francesa de Judoem 2012 considerar-me o melhortreinador de França” explicou CelsoMartins. “Penso que todo este meutrabalho, foi naturalmente um fatorimportante para a homenagem que aFederação Portuguesa de Judo meconcedeu, o que é muito importantepara a minha carreira”.Celso Martins regressou a Sainte-Ge-neviève-des-Bois para continuar atrabalhar com a modalidade quemais gosta, fazer campeões, e paraalém da França, honrar Portugal, por-que é português.

Gala da Federação Portuguesa de Judo

Por Alfredo Cadete

Décimo quinto Torneio Internacional de Futebol de Praia de Balaruc-les-Bains

No fim de semana dos dias 2 e 3 dejulho, teve lugar a 15º edição do Tor-neio Internacional de Futebol de Praiaem BalarucCerca de 700 jovens entre os quaisimensos lusodescendentes integra-vam quase todas as equipas que seafrontaram num ambiente desportivoe rico em fair-play, durante estes doisdias.Este Torneio de futebol de praia foi or-ganizado pelo Clube Stade Balarucois,em parceria com a Cidade de Balaruc-les-Bains e teve lugar no areal dassuas praias e junto ao Lago de Thau,respeitando todas as regras da FFF.Afrontaram-se um total 32 equipas lo-cais de séniors e 12 equipas femini-nas oriundas de toda a França entreas quais a equipa Campeã nacionalfrancesa. Todos comungáram duranteum fim de semana completo, compe-tindo em harmonia desportiva semolhar a diferenças.Este torneio anual foi criado há 15anos pelo Clube Stade Balarucois jun-tamente com a cidade de Balaruc-les-Bains, tornando-se num evento anual,que hoje atrai milhares de pessoasapaixonadas pelas praias e pelo seutorneio de futebol de praia e transfor-mou-se num acontecimento incontor-nável.Este ano Portugal foi representado,

pela primeira vez por uma equipa delusodescendentes vindos de Nîmes(Gard). Esta equipa - cujo nome ésimplesmente “Lusos” - foi criada es-pecialmente para participar nesta edi-ção do Torneio. Contando com apreciosa colaboração de André de SáArtilheiro e Hélder Amorim, realizadore animador do programa “Cantona-live”, da Rádio Luso Europeu deNîmes, bem como a do seu corres-pondente Filipe Dantas.A Rádio Luso Europeu sediada emNîmes e em colaboração com a RádioLando Music, em Portugal, transmi-tiram em direto de França e em si-

multâneo para o mundo inteiro, estegrande evento, em contínuo durante48 horas.A “Lusos” chegou aos 16 avos definal, o que se pode considerar-se ex-celente, dado que é a primeira vezque esta participa. “Foi um grandeencontro e um grande sucesso vertodos estes jovens de culturas diferen-tes, divertirem-se assim” disse-nos oPresidente do Stade Balarucois, M.Alain, com alguma emoção na voz. Aequipa “Lusos” e todos os seus cola-boradores, agradeceram à associaçãoStade Baluracois e a todos os organi-zadores que permitiram que este Tor-

neio tivesse sido realizado nas melho-res das condições.Todos estes jovens e os seus coorde-nadores deixaram a promessa de vol-tar e terminarem no topo da edição2017.Ponto alto e muito emocionante foiver jogar a equipa francesa «Les Bam-boulas» da cidade de Gigean, vestidacom a camisola e as cores de Portu-gal, as mesmas da Seleção NacionalPortuguesa.Na final masculina, o Wonderbrasvenceu por 3-2 o Clube Stade Balaru-cois e na final feminina, Muret venceua Seleção francesa por 1-0.

Por Tony Inácio

Portugal vence a França no último testeantes do Europeu de hóquei em patinsPortugal venceu na semana pas-sada a França (2-1), no último jogode preparação antes do arranque do52º Campeonato da Europa de hó-quei em patins.Os gauleses mostraram o bom mo-mento que o hóquei francês atra-

vessa, criando algumas dificulda-des à Seleção lusa, que, neste en-contro, se deparou com a realidadeque virá a encontrar durante o Eu-ropeu.Henrique Magalhães colocou a for-mação portuguesa na frente do

marcador, com aquele que seria oúnico golo da primeira parte. Naetapa complementar, João Rodri-gues ampliou para 2-0, ainda assimos Franceses orientados por FabienSavreux reagiram e reduziram paraa diferença mínima a cerca de sete

minutos e meio do final.A Seleção nacional orientada porLuís Sénica teve um descanso dedois dias, e o Campeonato da Eu-ropa arrancou no dia 11, no Pavi-lhão Dr. Salvador Machado, emOliveira de Azeméis.

emsíntese

Rui Costa foi segundo numaetapa do Tour

O português Rui Costa (Lampre-Me-rida) assumiu felicidade pelo segundolugar na nona etapa da Volta a Françaem bicicleta, que terminou na cidadeandorrana de Arcalis, mas realçou asua ambição. “Estou feliz e queromais. Até Paris ainda temos muitasetapas e mais oportunidades. Vamosdar luta”, escreveu Rui Costa, no seudiário ‘online’.O corredor poveiro terminou a etaparainha dos Pirinéus a apenas 38 se-gundos do holandês Tom Dumoulin(Giant-Alpecin), vencedor da tirada, eadmitiu que o segundo posto foi posi-tivo. “Que dureza que foi esta etapa.Aquela subida final parecia interminá-vel! Foi um dia super complicado, masa vontade de vencer era maior. Um re-sultado que me anima. Não foi umavitória, mas depois de tanto esforço etantas tentativas que eu fiz, acho quefoi uma boa recompensa”, frisou.

Rio2016: EleonorTavares apuradano salto com vara

Eleonor Tavares alcançou mínimo paraos Jogos Olímpicos Rio2016, ao ga-nhar na quarta-feira da semana pa-sada o concurso de salto com vara doMeeting de Franconville, em França,com a marca de 4,50 metros.A atleta do Sporting, residente emFrança, foi a vencedora da prova epassou à primeira tentativa sucessiva-mente 4,10 metros, 4,30 e 4,50, jánão tentando outras alturas. ElenonorTavares igualou a sua melhor marcapessoal, obtida em 2011 e que foi re-corde nacional até ao inverno passado,quando Marta Onofre passou 4,51 empista coberta, um registo que lhe as-segura presença no Rio de Janeiro.

Les femmes de laBanque BCP participent à LaParisienne

Pour la 6ème année consécutive, laBanque BCP s’associe à la lutte contrele cancer du sein en participant à lacourse «La Parisienne 2016» qui setiendra le dimanche 11 septembreprochain.

le 13 juillet 2016

LusoJornal / Tony Inácio

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23Tempo livre

Jusqu’au 18 juillet Exposition d’Amadeo de Souza-Cardoso, uneco-organisation de la Fondation Calouste Gul-benkian et de la Réunion des musées natio-naux, au Grand Palais - Galeries nationales,3 avenue du Général Eisenhower, à Paris 8.

Jusqu’au 28 août Dans le cadre des Rencontres d’Arles de pho-tographie, exposition “Opération Condor”, deJoão Pina. Commissaire: Diógenes Moura. Enpartenariat avec l’Ambassade du Portugal enFrance / Centre culturel Camões I.P. De10h00 à 18h00. Musée départementalArles Antique, avenue 1ère division de laFrance Libre, Presqu’île du Cirque romain,à Arles (13).

Jusqu’au 28 août Exposition «Shifting Boundaries» com AriannaArcara, Pierfrancesco Celada, Marthe AuneEriksen, Jakob, Ganslmeier, Margarida Gou-veia, Marie Hald, Dominic Hawgood, RobinHinsch, Eivind H. Natvig, Ildikó Péter, MarieSommer et Christina Werner. Fondation Ca-louste Gulbenkian, Délégation en France, 39boulevard de la Tour Maubourg, à Paris 7.

Jusqu’au 29 août «Les universalistes: 50 ans d’architectureportugaise», une co-organisation de la Fon-dation Calouste Gulbenkian et de la Cité del'architecture et du patrimoine, à la Cité del’architecture et du patrimoine, 1 place duTrocadéro et du 11 Novembre, à Paris 16.

Jusqu’au 4 septembre Double proposition d’Ana Pérez-Quiroga (car-nets de voyage photographiques) et RodrigoOliveira (sculptures), Silvia Guerra étant laCommissaire de l’exposition. Villa Savoye, 82rue de Villiers, à Poissy (78). En partenariatavec l’Ambassade du Portugal en France /Centre culturel Camões I.P.

Jusqu’au 11 septembre Exposition de l’artiste portugais Costa. MAAP-Vessuna-Visitation, Musée Gallo-Romain,Parc de Vésone, 20 rue du 26ème Régimentd’Infanterie, à Périgueux (24).

Jusqu’au 18 septembre Exposition de l’artiste portugais Costa. Le Ga-rage, 19-21 avenue Edouard Herriot, à Brive-la-Gaillarde (19).

Le samedi 6 aôut Journée «Emigração: Memória e gratidão - Aemigração no concelho de Amares, memó-rias, números e factos», organisée par la Villed’Amares et le Conseil des communautésportugaises (CCP). Galeria de Artes e Ofícios,Praça do comércio, Ferreiros, Amares.

Jusqu’au 30 juillet, 17h00 «Voyage dans les mémoires d’un fou», de et

avec Lionel Cecílio, au Théâtre Pixel, à Avi-gnon (84). Dans le cadre du Festival d’Avi-gnon 2016.

Les 13 et 14 août «Voyage dans les mémoires d’un fou» de etavec Lionel Cecílio, dans le cadre de la 5èmeédition du Festival du solo tout seul devanttout le monde, à Blangy-le-Château / Lisieux.

Jusqu’au 18 juillet Dans le cadre du Fid Marseille, projection dufilm “How I fell in love with Eva Ras”, d’AndréGil Mata. En compétition dans la catégorieCompétition international. Le réalisateur por-tugais Daniel Hui présente, dans le cadre duFidLab, le film “A short film for the dead”. ÀMarseille (13). En partenariat avec l’Ambas-

sade du Portugal en France / Centre culturelCamões I.P.

Le mercredi 13 juillet, 21h30 Concert Além Fado avec Lizzie accompagnéepar Filipe de Sousa et Nuno Estevens, auSentier des Halles, 50 rue d’Aboukir, à Paris2. Infos: 01.42.61.89.90.

Le mercredi 3 août Concert de Mísia, dans le cadre du FestivalLes soirées d’été, Terrasses de Gordes, àGordes (84).

Le samedi 13 août, 20h30 Concert de Gisela João avec «A la folie…»,dans le cadre du Festival Bourg à Bourg-en-Bresse. Monastère Royal de Bron (2èmecloître), 63 boulevard de Brou, à Bourg-en-Bresse (01).

Le samedi 3 septembre Concert de António Zambujo qui chanteChico Buarque (invités: Carminho et MarceloCamelo). Le Trianon, 80 boulevard de Roche-chouart, à Paris 18.

Le mercredi 13 juillet, 20h00 Soirée Europe Latine au Lusofolie’s, à la veillede la Fête Nationale française, mêlant chant,poésie et gastronomie, et qui fait la part belleaux langues latines: français, italien, espagnolet portugais. Chansons de Roberto Giordi,poésies d’Aline Cresci (en français et en ita-lien), d’Alice Machado (en français et en por-tugais), et de Cristina Branco (en français).Présentation du livre «La morue, dix façonsde la préparer». Au Lusofolie’s, 57 avenueDaumesnil, à Paris 12. Infos: 09 84 39 61 21

Le samedi 16 juillet, 17h00 Fête d’été portugaise organisée par O’FadoMarket et CCIFO PACA, avec le groupe BandaAlmeida. O Fado Market, 250 route du plande la tour, à Sainte Maxime (83). Infos: 04.94.45.54.30.

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Marta e Maria

No evangelho do próximo domingo,dia 17, encontramos a famosa res-posta que Jesus dá ao “ralhete” dasua amiga Marta: «Senhor, não Teimportas que minha irmã me deixesozinha a servir? Diz-lhe que venhaajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta epreocupada com muitas coisas,quando uma só é necessária. Mariaescolheu a melhor parte, que não lheserá tirada».O que será que se passou a seguir...?Será que Marta ficou de mauhumor? Carrancuda durante todo oserão por Jesus não ter concordadoe, ainda por cima (que surpresa!) terdefendido a sua irmã?Se foi este o desfecho, é fácil perce-ber porque o evangelista Lucas inter-rompe abruptamente o relatobíblico... Um serão assim, com umambiente pesado e duas irmãs zan-gadas, é coisa que ninguém recordacom gosto, quanto mais colocá-lopor escrito!Mas talvez tudo se tenha passado deuma outra forma...Jesus conhecia muito bem Marta eMaria, irmãs do seu grande amigoLázaro e, com certeza, não teve difi-culdade em “pilotar” a situação demaneira a não criar um serão demau ambiente. Marta queria tantoagradar ao seu amigo que acaboupor se “esquecer” de estar com Ele.A frase de Jesus (provavelmente ditacom um sorriso) recorda-lhe (e a nóstambém) que a coisa mais preciosaque podemos oferecer a alguém é anossa atenção e companhia. Alémdisso, quem escuta e acolhe a Pala-vra de Jesus, não pode não colocar-se ao serviço dos irmãos. É por issoque tenho esta certeza: naqueleserão em Betânia, depois de ter es-cutado os ensinamentos de Jesus,Maria levantou-se e ajudou a suairmã.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:

Paroisse Saint Jean Baptiste deNeuilly158 avenue Charles de Gaulle92200 Neuilly-sur-SeineDomingo às 9h30

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le 13 juillet 2016

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