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N° 60 Ano 4/2016 1ª Edição ESTUDO DA NATUREZA www.mundodasespecialidades.com.br Ministério dos Desbravadores Igreja Adventista do Sétimo Dia Fungos

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N° 60Ano 4/20161ª Edição

ESTUDO DA NATUREZA

www.mundodasespecialidades.com.br

Ministério dos DesbravadoresIgreja Adventista do Sétimo Dia

Fungos

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EXPEDIENTE

1ª Edição: Disponível em www.mundodasespecialidades.com.br Direção Geral: Khelven Klay de Azevedo Lemos Diagramação e Edição: Khelven Klay de A. Lemos Coord. de Guias das Especialidades: Thomé Duarte Editoração e Revisão : Aretha Stephanie Autor: Everton B. MouraImpressão: Servgrafica Editora SITE MUNDO DAS ESPECIALIDADES Telefones:(84)8778-0532 E-mail:[email protected] Site: www.mundodasespecialidades.com Facebook:Facebook.com/mundodasespecialidades DIREITOS RESERVADOS: A reprodução deste material seja de forma total ou parcial de seus textos ou imagens é permitida, des-de que seja referenciado o Mundo das Especialida-des e seus autores pela nova autoria ao fim de seu material. Todos os direitos reservados para Mundo das Especialidades UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA UNIÃO LESTE BRASILEIRA IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES Natal, RN, Novembro de 2016

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Bom Estudo!

QUEM ESCREVE

O que vem por aí /// por Mundo das Especialidades

Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariotas (com um núcleo celular), heterótrofos e, na biologia, fazem parte do Reino Fungi, dividido em cinco Fi-

los, a saber: quitridiomicetos, ascomicetos, basidiomicetos, zigomicetos e os deuteromicetos. Especialistas afirmam que cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos habitam o planeta Terra, como os cogumelos, as leve-duras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins: culinária, medicina, produtos domésticos. Por outro lado, muitos fungos são consi-derados parasitas e transmitem doenças aos animais e às plantas. Que tal conhecer mais sobre este curioso reino, aprendendo e aprimorando seus conhecimentos nesta nova especialidade?

EVERTON B. MOURA

Curto muito as especialidades. Dou um grande valor a esta ferra-menta de crescimento físico, mental e espiritual, principalmente porque foi através delas que me mantive fiel a Cristo e descobri

minha profissão!

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Guia das EspecialidadesESTUDO DA NATUREZA

Fungos * Estudo da Natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02www.mundodasespecialidades.com.br

Introdução

O Reino Fungi compreende organismos eucariontes, heteró-trofos, geralmente multicelulares. O modo de nutrição destes organis-mos é por absorção.

Embora existam fungos unicelulares, a maioria desses organismos são eucarióticos e heterotróficos, apresentando as paredes de suas células constituídas por quitina. São conhecidas aproximadamente 70 mil es-pécies de fungos, mas especialistas afirmam haver cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos.

Os fungos são divididos em cinco filos: Filo Cythridiomycota, Filo Zygomycota, Filo Ascomycota, Filo Basidiomycota e Filo Deute-romycota.

Filo Cythridiomycota: a maioria dos fungos reunidos nesse filo é aquática, e esses organismos apresentam flagelos em algum estágio de sua vida. Chamados de mastigomicetos (mastix = flagelo; myce-tos = fungo), ou citridiomicetos, esses fungos podem ser unicelulares ou filamentosos e não possuem quitina em sua parede celular, que é constituída apenas por celulose e glicanos (polissacarídeos). Os fun-gos citridiomicetos armazenam uma substância de reserva semelhante à das algas pardas e diatomáceas e, por esse motivo, muitos cientis-tas classificam esses fungos no mesmo grupo das diatomáceas, algas pardas e algas douradas. Esses organismos podem ser sapróbios (se alimentam de cadáveres de plantas e animais) ou parasitas (causam uma doença em batatas).

Filo Zygomycota: chamados de zigomicetos ou ficomicetos, os fun-gos pertencentes a esse filo não formam o corpo de frutificação durante a reprodução sexuada. Alguns desses fungos são utilizados na produ-ção do molho de soja (molho shoyu), hormônios anticoncepcionais e medicamentos anti-inflamatórios. As espécies de fungos desse filo são de vida livre, como, por exemplo, o Rhizopus, bolor negro que se de-senvolve sobre a superfície úmida de alimentos como frutas, verduras e pães. Outras espécies de zigomicetos parasitam protozoários, vermes e insetos, além de espécies que se associam à raízes de plantas, as micorrizas.

Bolor crescendo no pão (zigomiceto)

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Filo Ascomycota: os organismos reunidos nesse filo são chamados de ascomicetos e abrangem a metade de todas as espécies descritas de fungo. Esses organismos formam o asco (hifas em forma de saco), justificando o nome do filo. O ascomiceto mais conhecido é o leve-do (Saccharomyces cerevisae), também conhecido como fermento de padaria, muito empregado na produção de bebidas alcoólicas, álcool e pão. Outros exemplos de ascomicetos são Neurospora crassa, que é muito utilizado em pesquisas genéticas; algumas espécies de Peni-cillium, dos quais se produzem a penicilina e certos queijos; e alguns que parasitam plantas, como o Aspergillus flavus. O ascomiceto Clavi-ceps purpúrea ataca cereais, e a ingestão de alimentos contaminados por ele causa ergotismo, um envenenamento que provoca alucinações, convulsões, espasmos nervosos e morte. A substância que causa esse quadro se chama ergotina e é utilizada em alguns medicamentos por causar vasoconstrição e contração muscular. Essa substância também é utilizada para se produzir o LSD, uma droga bastante perigosa. Algu-mas espécies de ascomicetos vivem associadas a algas ou cianobac-térias formando os líquens.

Filo Basidiomycota: chamados de basidiomicetos, os fungos perten-centes a esse filo são mais conhecidos como orelhas-de-pau e cogu-melos. Alguns basidiomicetos, como o Agaricus (champignons), são comestíveis, enquanto que outros, como o Amanita muscaria, são tão venenosos que a ingestão de um pequeno pedaço pode levar à morte. Há ainda espécies de basidiomicetos que são tóxicas e contêm subs-tâncias alucinógenas, como o Psilocybe mexicana; e outras que ata-cam vegetais como cereais e café causando as chamadas ferrugens.

Filo Deuteromycota: os fungos pertencentes a esse filo são chama-dos de deuteromicetos ou fungos imperfeitos, por não apresentarem reprodução sexuada. Muitos fungos que foram classificados como sendo deuteromicetos foram ou estão sendo reclassificados em outros filos, como é o caso do Penicillium (fungo do qual de extrai a penicilina), da Candida albicans (fungo que parasita mucosas) e do fungo Tricho-phyton (causadores do pé-de-atleta e frieiras), que eram classificados como deuteromicetos e agora são classificados no filo dos ascomice-tos.

Fungo basidiomiceto orelha-de-pau.

Você sabia?

Atenção!

Você já comeu fungos

Cerca de duzentos tipos de cogumelos são usados na alimentação humana. Algumas es-pécies são largamente cultivadas, como é o caso do basidiomiceto Agaricus campestris; ascomicetos como a Morchella esculenta, de-pois de secos, constituem finíssima iguaria.

Manuseio com fungos

Quando você for estudar, manusear ou trans-portar qualquer tipo de fungo, lave bem as mãos após o manuseio. Apesar de muitos serem comestí-veis, nunca coma o que não conhecer com 100% de certeza. Não carregar fungos sem estarem fechados em algum recipiente para evitar espalhar os esporos, (você não vai que-rer que as coisas comecem a mofar dentro de casa!). Não colocar a mão, nas mucosas do corpo, sem antes lavá-las. Tenha higiene!

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Uso dos fungos

Produção de pães: As leveduras são fungos microscópicos, utilizados desde a Antiguidade na preparação de alimentos e bebidas fermenta-das. O levedo Saccharomyces cerevisiae, empregado na fabricação de pão e de bebidas alcoólicas fermenta açúcares para obter energia, liberando gás carbônico e álcool etílico. Na produção do pão é o gás carbônico que interessa; as bolhas microscópicas desse gás, elimina-das pelo levedo na massa, contribuem para tornar o pão leve e macio.

Produção de bebidas alcoólicas: A produção dos diferentes tipos de bebida alcoólica varia de acordo com o substrato fermentado, com o tipo de levedura utilizada e com as diferentes técnicas de fabricação. Por exemplo, a fermentação da cevada produz cerveja, enquanto a fer-mentação da uva produz vinho. Depois da fermentação, certas bebidas passam por processos de destilação, o que aumenta sua concentra-ção em álcool. Exemplos de bebidas destiladas são a aguardente, ou pinga, obtida a partir de fermentado de cana-de-açúcar, o uísque, ob-tido de fermentados de cereais como a cevada e o centeio, e o saquê, obtido a partir de fermentados de arroz.

Você sabia?

Fungos e remédios

Foi do ascomiceto Penicillium chrysogenum que se extraiu originalmente a penicilina, um dos primeiros antibióticos a ser empregado com sucesso no combate a infecções causadas por bactérias.

Certos fungos produzem toxinas poderosas, que vêm sendo objeto da pesqui-sa farmacêutica. Muitos fungos produzem substâncias denominadas ciclopeptídios, ca-pazes de inibir a síntese de RNA mensageiro nas células animais. Basta a ingestão de um único corpo de frutificação (cogumelo) do basidiomiceto Amanita phalloides, por exem-plo, para causar a morte de uma pessoa. Um fungo muito estudado do ponto de vista far-macêutico foi o ascomiceto Claviceps purpu-rea, popularmente conhecido como ergotina. Foi dele que se extraiu originalmente o ácido lisérgico, ou LSD, substância alucinógena que ficou famosa na década de 1970.

A ergotina cresce sobre grãos de cereal, principalmente centeio e trigo. Cere-ais contaminados por ergotina causaram, no passado, intoxicações em massa, com muitas mortes. Desde o século XVI as parteiras já co-nheciam uma propriedade farmacêutica da ergotina: se ingerida em pequenas quantida-des, acelerava as contrações uterinas durante o parto.

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Produção de queijos: Certos fungos são empregados na produ-ção de queijos, sendo responsáveis por seu sabor característico. Os fungos Penicillium roqueforti e Penicillium camemberti, por exemplo, são utilizados na fabricação de queijos tipos roquefort e camembert respectivamente.

Fungos parasitas

Os fungos parasitas vivem à custa de outros seres vivos, provocam doenças em plantas e animais. Nas plantas, algumas das doenças mais conhecidas são a “ferrugem” do café, do feijão e do trigo o “carvão” da cana-de-açúcar; e a “murcha” do algodão. Os agricultores usam fungicidas para eliminar os fungos das plantas. Atualmente, é comum selecionar para o plantio plantas ge-neticamente resistentes aos fungos. Os fungos são capazes de penetrar na camada de celulose que protege as plantas. Alguns destroem a substância responsável pelo enrijecimento do tronco e do caule das plantas.

Micoses

As doenças provocadas por fungos são conhecidas como micoses. Entre as que podem acometer o ser humano, podemos citar o “sa-pinho”, comum na boca de bebês, e as frieiras nos pés. Há micoses que atacam órgãos internos, por exemplo, os pulmões, e podem provocar a morte do indivíduo. Os fungos podem infectar a nossa pele e multiplicar-se cau-sando as micoses. Para ocorrer essa multiplicação, são necessárias condições que favoreçam a ação dos fungos: a umidade e o calor, comuns nas virilhas, entre os dedos (principalmente os dos pés) e no couro cabeludo; dessas regiões os fungos podem espalhar-se por outras áreas do corpo.

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Penicillium roqueforti (visto em microscópio eletrônico, colo-rido artificialmente) e na outra foto queijo Roquefort

micoses na pele na região dos dedos.

Você sabia?

Doenças fungicas

Tinea do corpo: micose superficial da pele, caracterizada por machas arredondadas com presença de coceira.

Tinea da cabeça: micose superficial que se de-senvolve no couro cabeludo, formando falhas no cabelo. Contagiosa, é muito comum em crianças. Tinea da virilha: micose superficial que causa bastante coceira. Atinge pernas e virilhas. Pitiríase versicolor: micose superficial que atinge principalmente áreas com grande ole-osidade. Formam manchas brancas com pre-sença de descamação.

Candidíase: doença causada por fungos que pode afetar tanto a pele quanto as membra-nas mucosas. Dependendo da região afetada ela poderá ser classificada como candidíase oral, intertrigo, vaginal, onicomicose ou pa-roníquia. Histoplasmose: infecção fúngica. Onimicose (micose das unhas): infecção cau-sada por fungos e que atinge as unhas.

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Partes de um cogumelo (Basidiomiceto)

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Se ligue!

Evite doenças com os fungos

Em geral, para evitar o aparecimento de doen-ças causadas por fungos, devemos seguir alguns procedimentos básicos:

Usar roupas frescas e bem limpas, leves e claras, principalmente na época de altas temperaturas;

Não andar descalço em locais úmidos e de gran-de circulação de pessoas (vestiários, saunas, etc.);

Não compartilhar instrumentos de manicure;

Evitar usar meias de tecidos sintéticos. As de algodão são as mais recomendadas. Devem ser claras, limpas e bem secas.

Evitar contato físico com pessoas que estão com doenças de pele (muitas micoses são con-tagiosas);

Em caso de suspeita, procurar rapidamente um dermatologista ou médico clínico geral. Identi-ficar e tratar com rapidez doenças deste tipo é fundamental para que ela não aumente e possa se espalhar pelo corpo.

Lavar-se com água e sabão, pois a higiene é a melhor maneira de prevenção.

Evitar calor e umidade em áreas de dobra de pele: enxugá-las bem após o banho; não ficar muito tempo com roupas de banho úmidas (maiô e calção, por exemplo).

Evitar o uso contínuo de tênis, calçados de bor-racha ou sapatos apertados.

Manter as unhas curtas e limpas.

chapéu ou píleo: o chapéu é a parte mais importante do cogumelo, pois na sua superfície inferior encontramos o himénio, onde estão os esporos repro-dutores sa espécie.

parte inferior do chapéu: com lâminas, tubos ou poros, agulhas ou dentes e pregas ou pseudolâminas

volva: a volva é o resto de um véu que cobre a parte inferior do chapéu do co-gumelo no estado jovem. O chapéu ao abrir-se rompe o véu, podendo ou não, formar um anel, deixando uma volva que envolve a base do pé.

anel: o anel ( quando existe) não é na rea-lidade uma parte do pé, mas o resto de um véu que cobre a parte inferior do chapéu do cogumelo no estado jovem. O chapéu ao abrir-se rompe o véu que pode ficar aderen-te ao pé formando o anel

pé ou estipe: o pé do cogumelo pode adquirir diferentes formas

micélio

hífas

estruturas produtorasde esporos

estruturas reprodutora

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Importância ecológica dos Fungos

Os fungos apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos, quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas, quando se alimentam de subs-tâncias que retiram dos organismos vivos nos quais se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além des-ses modos mais comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que capturam pequenos animais e deles se alimentam. Em todos os casos mencionados, os fungos liberam en-zimas digestivas para fora de seus corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se instalam, degra-dando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como uma solução aquosa. Os fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as bactérias saprófagas, eles compõem o grupo dos organismos decompositores, de grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica con-tida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente utilizada por outros organismos.Apesar desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de construções, de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.

Em muitos casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios – que penetram nas células do hos-pedeiro usando os estomas como porta de entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a sua alimen-tação. Dentre os fungos mutualísticos, existem os que vivem as-sociados a raízes de plantas formando as micorrizas (mico= fun-go; rizas = raízes). Nesses casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para viver.

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Você sabia?

A ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo; as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja, ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.

+CONHECIMENTO

Algumas plantas que formam as micorrizas na-turalmente são o tomateiro, o morangueiro, a macieira e as gramíneas em geral. As micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo po-bre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro. Nesses casos, elas re-presentam um fator importante de adaptação, melhorando as condições de nutrição da planta. Certos grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias ou com algas verdes, dando origem a organis-mos denominados líquens.

Fungos apodrecendo os morangos.

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Líquens Os líquens são associações simbióticas de mutualismo en-tre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua gran-de maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobac-térias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associa-ção. A natureza dupla do líquen é facilmente demonstrada atra-vés do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isola-dos, grande parte do corpo do líquen é formado pelo fungo.

Morfologia do Líquen: Normalmente existem três tipos de talo: Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato. Folioso: o talo é parecido com folhas. Fruticoso: o talo é parecido com um arbusto e tem posição ereta.

Reprodução do Líquen: Os líquens não apresentam estruturas de re-produção sexuada. O micobionte pode formar conídios, ascóspo-ros ou basidiósporos. As estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados pelos fungos do líquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea ou cianobactéria. O fotobionte se reproduz vegetativamente. O líquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são pro-jeções do talo, parecido com verrugas. O líquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.

Habitat do Líquen: Os líquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões. Normalmente os líquens são organismos pioneiros em um local, pois sobrevivem em locais de grande estres-se ecológico. Podem viver em locais como superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos, etc. Existem líquens que são substratos para outros líquens. A capacidade do líquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se à sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os líquens apresentam baixa taxa de crescimento.

Importância Econômica do Líquen: Os líquens produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo, tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também possuem ação citotóxica e antibiótica. Quando a associação é com uma cianobactéria, os líquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo. Os líquens são extremamente sensíveis à poluição, servindo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.Algumas es-pécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais. De maneira geral, as condições para os fungos poderem viver bem, variam de espécie para espécie, mas vão de temperatu-ras que variam de 60 °C a -10 °C. Desenvolvem-se bem em lugares úmidos, com pouca luz e com matéria orgânica que usam para se alimentar.

Fungos * Estudo da Natureza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08www.mundodasespecialidades.com.br

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Pesquise!

Os fungos na Bíblia

Analisando o livro de Levítico, no capítulo 13 e verso 47, temos as seguintes traduções nas três versões a seguir:

Bíblia Viva: Quando alguém desconfiar que pe-gou lepra em alguma peça de roupa, de lã ou de linho,...

Bíblia NTLH: Quando aparecer mofo numa roupa feita de lã ou de linho,...

Bíblia NVI: Quando aparecer mancha de mofo em alguma roupa, seja de lã, seja de linho,...

Aqui a Nova Versão Internacional é a mais pre-cisa priorizando o conceito de mancha, e com-pletando ao especificar uma entidade biológica que indica umidade, nas paredes, nas roupas, formando manchas de diversas formas, texturas, cores, velocidade de dispersão. A confusão com a Hanseníase é porque a pala-vra “lepra” significa “mancha”, assim as outras versões estão corretas, pois os bolores produ-zem manchas, lepras... A NVI ao especificar mancha de bolor mostra discernimento e capacidade vernácula coloquial.

líquen crostoso

líquen folioso

líquen fruticoso

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AtividadePesquise os fungos abaixo e escreva nos espaços reservados um pouco sobre cada um deles:

Geastrum saccatumNo Brasil, é chamado de estrela-da-terra

Orelha-de-pauPycnoporus sanguineus

Amanita muscaria

Fungo taça: Cymatoderma

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Fungo-orelha-de-JudasO Auricularia auricula-judae

Orelha de pauGanoderma lucidum

Cogumelo: Suillus luteus

Cogumelo: Suillus granulatus

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Phallus indusiatus

Lactarius deliciosus

Cogumelo: Macrolepiota

Fungo guarda-chuva: Marasmius

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Lycoperdon atropurpureum

Russula

Ramaria flava