fundamentos de economia aulas 7 a 10 + revisao das aulas 6 a 10

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Economia.

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Aula 7: Teoria da produo, funo de produo, produtividades mdia e marginal, custos de produo, equilbrio da firma

Nesta aula, voc ir:

1- Ter acesso teoria da firma com a abordagem de conceitos como funo de produo, produtividades mdia e marginal de um fator de produo e custos de produo;

2- Conhecer o critrio para determinao do equilbrio de uma empresa.Introduo

Para encerrar essa abordagem preliminar da microeconomia resta-nos estudar um pouco da teoria da firma, tambm conhecida como teoria da produo.Perceber como os fatores de produo so combinados no processo produtivo, aferir suas eficincias e definir critrios para determinar o equilbrio da empresa, sero temas dessa aula.

Teoria da Produo

A teoria da produo ou teoria da firma refere-se anlise:- Das quantidade produzidas

- Dos custos de produo envolvidos

- Dos lucros obtidos pelas empresas

Funo de produo

Observe-se que o nvel de produo de uma firma est diretamente relacionado com a combinao e a quantidade de fatores utilizados no processo produtivo.

Da, deriva-se o conceito de funo de produo como sendo:

uma relao que mostra qual a quantidade de produto que pode ser obtida a partir de uma dada quantidade de fatores de produo.

Mal comparando, como se estivssemos determinando as quantidades de tortas que um doceiro pode produzir dadas as quantidades de ingredientes e materiais que dispe.

Assim, pela definio, se y representar as quantidades produzidas do bem Y e a, b e c os fatores de produo, podemos representar a respectiva funo de produo como:

y= f(a;b;c)

Ou seja, dependendo da combinao das quantidades dos fatores de produo a; b e c a firma ir obter uma determinada quantidade y do produto Y.

Imagine, por exemplo, que uma confeco atue na moda praia produzindo biqunis e sungas. O processo produtivo adotado por ela para a obteno de seus produtos definido como sendo a sua funo de produo.

importante perceber que cada produto ter sua respectiva funo de produo e que a produo de um mesmo produto por firmas diferentes pode ter distintas funes de produo.

Produtividade mdia de um fator de produoO conceito de produtividade mdia de um fator de produo est ligado idia de quanto, em mdia, cada unidade dele utilizada produz. Certamente voc j percebeu que isso o mesmo que dividir a quantidade produzida pela quantidade empregada do fator que se esteja analisando.

Ou seja, se y = f(a; b), [diz-se: se as quantidades produzidas y so funo (dependem) dos fatores de produo a e b], ento, pode-se concluir que:

Na confeco mencionada, imagine que possuindo 6 costureiras (fator mo de obra) e 4 mquinas (fator capital), a empresa produza 36.000 peas por ms. As respectivas produtividades mdias dos fatores de produo ficam assim definidas:

Isso significa que, em mdia, cada costureira produz 6.000 peas por ms e que cada mquina, 4.000.

Produtividade marginal de um fator de produo

Custos de produo

de se supor que uma firma procurar sempre maximizar seus resultados. Cabe, ento, estudarmos o comportamento dos custos para os diversos nveis de produo.Inicialmente, cumpre observar que uma parte dos recursos utilizados pela firma varia de acordo com o volume de produo (recursos variveis) e outra parte no varia, independentemente do nvel de produo (recursos fixos).Como fixos, temos prdios, galpes, equipamentos, pessoal de direo e administrativo etc., e como recursos variveis, temos as matrias-primas, os operrios, a energia etc. Essas duas categorias de recursos acarretam, por sua vez, duas categorias de custos: os fixos e os variveis.Categorias de custos

CUSTO FIXO (CF)So aqueles em que a firma incorre independentemente do nvel de produo. So exemplos de custos fixos a imobilizao de prdios e equipamentos, os impostos prediais e territoriais, as despesas de gerncia e administrao etc.

CUSTO VARIVEL (CV)Decorrem das despesas da firma com pagamento de matrias primas , de mo de obra, energia, etc., que variam em funo do volume de produo.Custo Total (CT) : a soma dos custos fixos mais os custos variveis.Alm desses, importante conhecer outros conceitos de custos, essenciais para a anlise da atividade produtiva de uma empresa. So eles os custos mdios de produo e o custo marginal.CUSTO MDIO DE PRODUO (CM):

Como o nome indica, os custos mdios de produo indicam o que, em mdia, cada fator de produo custa empresa na produo d um determinado produto. Assim , se q for a quantidade produzida, tm-se...CUSTO FIZO MDIO (CFM) = CF / q:

Vem a ser a resultante da diviso do custo fixo pelas respectivas quantidades produzidas.CUSTO VARIVEL MDIO (CVM) = CV / q:

Obtido atravs da diviso do custo varivel pelas quantidades produzidas.

CUSTO TOTAL MDIO (CTM) = CT / q:

Resultante da diviso do custo total pelas respectivas quantidades produzidas)

Observe que o CTM tambm pode ser obtido atravs da soma do CFM com o CVM, ou seja: (CTM = CFM + CVM.Custo Marginal (CMg)

Vem a ser o custo em que incorre a empresa quando produzir uma unidade a mais do produto; ou seja, seu valor dado pelo acrscimo do custo total decorrente do aumento de uma unidade na produo.Para sua melhor compreenso, a Tabela 5 apresenta os dados hipotticos desses diversos conceitos de custos para vrios nveis de produo de uma determinada firma.REFLEXO:

A Tabela 5 mostra que mesmo quando a firma nada produz, ela incorre nos custos fixos. Assim, a uma produo de 0 unidade seu custo total ser igual ao custo fixo, ou seja, 50 (primeira linha).A partir do momento que h produo, ocorrem tambm os custos variveis que so aqueles que dependem da quantidade produzida. Neste caso, o custo total ter dois componentes: o custo fixo e o custo varivel.

Outra observao relevante que o custo fixo mdio (coluna E) cai ininterruptamente medida que aumenta o volume de produo. Isso o mesmo que dizer que ele se dilui com a produo.

Conclui-se, da, que quanto menor a produo maior ser a importncia relativa do custo fixo, e vice-versa.No quadro voc observa que quando a produo de 10 unidades, o produtor ter que incluir 5 unidades monetrias ao preo do produto para cobrir o custo fixo de 50 unidades monetrias. Quando, entretanto, passa para 50 unidades produzidas, bastar apropriar 1 unidade monetria ao preo para cobrir os custos fixos. Nesse caso, o preo do produto ser menor e este, mais competitivo.Finalmente, com relao ao custo marginal, voc percebeu que os resultados foram obtidos da diviso de quanto variou o custo total pela variao da quantidade produzida. Isso fica explicitado ao compararmos a linha 3 com a linha 2. Observa-se que quando a quantidade produzida aumenta em 10 unidades o custo total se eleva em 12 unidades monetrias. Logo, a diviso de 12 por 10 resulta em 1,2.Comentrio: os conceitos de curto prazo e longo prazo em economia.

O conceito econmico que distingue curto prazo de longo prazo no est afeito ao tempo, e sim capacidade da empresa em modificar a utilizao de seus fatores de produo. Assim, enquanto a firma estiver atuando em um perodo de tempo que no seja capaz de, se quiser, alterar as quantidades de todos os fatores de produo, esse perodo ser considerado de curto prazo. Da mesma forma, a partir do momento que a empresa seja capaz de alterar todos os seus fatores de produo (mesmo que no o faa), ser considerado longo prazo. Por essa razo, como no longo prazo no existem fatores fixos, a firma ter apenas custos variveis.

Para que voc fixe melhor esse conceito, imagine que uma empresa situada numa loja possa alterar todos os seus fatores de produo em at 2, exceo da loja, cujo contrato de locao prev, ainda, um perodo de 10 meses para seu trmino. Nesse caso, para essa empresa o curto prazo seria de 10 meses. A partir da, longo prazo, onde todos os fatores poderiam se alterar. Caso o contrato seja renovado, o prazo que restar para seu trmino, o que ser considerado como de curto prazo.O equilbrio da firmaA questo conceitual de equilbrio da firma reside na constatao de que o mesmo no ocorrer com a produo mxima, e sim com o maior lucro.Como, em termos simplistas, o lucro vem a ser a diferena entre receita total e custo total, conclui-se que o empresrio, na busca do equilbrio da sua empresa, dever preocupar-se em produzir ao menor custo possvel, uma vez que, pela concorrncia, nem sempre poder influir no preo de mercado do produto.A expresso do lucro de uma empresa mostrada a seguir.

LUCRO TOTAL RECEITA TOTAL CUSTO TOTAL

QUE DEVE SER

MAXIMIZADO

QUAL CONCEITO DE FUNO DE PRODUO?

Podemos entender a funo de produo como sendo uma relao que mostra qual a quantidade de produto que pode ser obtida a partir de uma dada quantidade de fatores de produo.Nesta aula, voc:

Perceber como os fatores so combinados atravs da funo de produo;

Aprender como medir a eficincia de cada fator de produo atravs do conceito de produtividade;

Saber definir a condio para que determinada empresa esteja em equilbrio.

Na prxima aula, voc estudar sobre os assuntos seguintes:

Sistema Econmico: conceito, elementos, objetivos e tipos;

O fluxo circular da renda.REVISO DAS AULAS 6 A 10

A.Um produto que tenha um coeficiente de elasticidade preo maior do que 1 significa que:

1) Suas quantidades procuradas so pouco afetadas pelo preo.

2) Suas quantidades procuradas so muito afetadas pelo preo.

3) Seus preos so pouco afetados pelas quantidades procuradas.

4) Deus preos so muito afetados pelas quantidades procuradas.

B.Um Cartel opera como se fosse:

1) Um mercado de monoplio.

2) Um mercado de oligoplio.

3) Um mercado de livre concorrncia.

4) Um mercado de consumidores.

C.O mercado de concorrncia perfeita pressupe:

1) Poucos compradores e muitos produtores.

2) Poucos compradores e poucos produtores.

3) Muitos compradores e poucos produtores.

4) Muitos compradores e muitos produtores.

D.O custo fixo mdio:

1) fixo.

2) Independe do nvel de produo.

3) decrescente com o nvel de produo.

4) crescente com o nvel de produo.

E.O conceito de produtividade marginal pressupe:

1) Que o fator de produo seja varivel.

2) Que o fator de produo seja fixo.

3) Que o produto seja crescente.

4) Que o produto seja decrescente.

F.O custo varivel total ser:

1) Sempre maior do que o custo fixo total.

2) Sempre menor do que o custo fixo total.

3) Independente do nvel de produo.

4) Dependente do nvel de produo.

G.Entre cada par de agentes econmicos podem ser definidos:

1) Quatro fluxos, todos reais.

2) Quatro fluxos, todos monetrios.

3) Dois fluxos, um real e um monetrio.

4) Quatro fluxos, dois reais e dois monetrios.

H.O crescimento econmico pressupe:

1) Aumento do produto per capita.

2) Aumento das transaes com o exterior.

3) Melhoria na qualidade de vida.

4) Aumento nas exportaes.

I.A meta de estabilidade de um sistema econmico tem como objetivo cuidar:

1) Do nvel do produto e o combate inflao.

2) Do nvel do produto e do emprego.

3) Do nvel do emprego e do combate inflao.

4) Do nvel do emprego e da segurana.

J.A macroeconomia considera como questes estruturais:

1) O nvel de emprego e o combate inflao.

2) O nvel de emprego e o desenvolvimento econmico.

3) O combate inflao e o crescimento econmico.

4) O crescimento econmico e o desenvolvimento econmico.

L.Voc j sabe que um aumento na taxa cambial do dlar:

1) Facilita as importaes.

2) Facilita as exportaes.

3) No afeta as exportaes.

4) No afeta as importaes.

M.Voc aprendeu que o governo, atravs da poltica fiscal, pode reduzir o consumo:

1) Com o aumento na taxa de juros.

2) Com o aumento de impostos.

3) Com a reduo da taxa de juros.

4) Com a reduo de impostos.

N.Ao comentar sobre o escambo, pode-se afirmar que:

1) um sistema de trocas indiretas entre bens.

2) um sistema de trocas indiretas entre servios.

3) um sistema de trocas diretas entre produtos.

4) No um sistema de trocas diretas entre produtos.

O.Antecedeu moeda papel:

1) O escambo.

2) O papel moeda.

3) A moeda mercadoria.

4) A moeda metlica.

P.Para que possa ocorrer criao ou destruio de moeda:

1) Os agentes da transao tm que ser do setor bancrio.

2) Os agentes da transao tm que ser do setor bancrio e do setor no bancrio.

3) Os agentes da transao tm que ser do setor no bancrio.

4) Os agentes da transao no podem ser dos setores bancrio e no bancrio.

Respostas: A)2 B)1 C)4 D)3 E)1 F)4 G)4 H)1 I)3 J)4 L)2 M)2 N)3 O)4 P)2Aula 8: Os sistemas econmicos e o fluxo circular da rendaAo final desta aula, o aluno ser capaz de:

1- Compreender o conceito de Sistema Econmico, seus elementos constitutivos, seus objetivos e principais tipos atuais;

2- Perceber, atravs do Fluxo Circular de Renda, como ocorrem os fluxos reais (produtos e fatores de produo) e os fluxos monetrios entre os agentes econmicos (famlias, empresas e governo) de uma economia.Introduo

Ol! Seja bem-vindo(a) a esta aula que trar para voc as abordagens dos sistemas econmicos e os fluxos reais e monetrios que ocorrem nas relaes entre os agentes econmicos.

A FBRICA DE QUEIJOS

Era uma vez uma vila de ratinhos que enfrentava problemas de abastecimento, o comrcio quase nunca tinha queijo disponveis, e os que haviam no mercado eram ruins e caros. Mesmo assim havia uma enorme demanda pelos poucos queijos que existiam no mercado.

Os queijos que abasteciam esse mercado eram conseguidos por ratinhos profissionais, esse ratinhos buscavam os queijos fora da vila realizando um trabalho rduo e por vezes arriscado e por esses motivos os queijos conseguidos eram vendidos por preos muitos elevados na vila. A situao continuou assim por algum tempo, at que um desses ratinhos profissionais, um dia teve uma idia, ele pensou que poderia fabricar queijos em quantidade suficiente para acabar com a crise em sua vila, e que poderia tambm ganhar um bom dinheiro com este investimento, no entanto antes de iniciar a fabricao pensou nos custos que teria.

O primeiro custo que analisou foi seu custo de oportunidade: O quanto deixaria de ganhar por seu trabalho como ratinho caador de queijo profissional enquanto trabalhava na sua prpria fbrica.

Em seguida o custo varivel: o quanto gastaria com a variao da quantidade produzida de queijos.

Depois seus custos fixos que no dependiam de nenhuma varivel, como luz, gua, aluguel, entre outros.

Depois seus custos explcitos, como gastos com insumos como ingredientes, salrio dos operrios, etc.

Em seguida analisou seus custos implcitos, como o quanto ele ganharia com os juros do dinheiro que ele aplicaria para abrir a fbrica se tivesse mantido o dinheiro aplicado em sua conta de poupana no banco.

Analisou depois os custos totais somando todos os custos anteriores. Em seguida fez uma estimativa da sua produo e calculou seu custo total mdio, que o custo dividido pela quantidade produzida obtendo o valor de custo por unidade de produo e por ultimo analisou o custo marginal que o custo que ele tem por unidade adicional da sua produo.

Depois de analisar todos esses custos ele percebeu que seria vivel o investimento e que teria um bom lucro.

Foi ento ao banco e pegou o dinheiro emprestado, contratou trabalhadores, comprou insumos e abriu sua pequena fbrica de queijos, com o passar do tempo devida a grande demanda por queijos ele obteve lucros cada vez maiores e teve de aumentar sua produo abrindo uma nova fbrica maior. Seus queijos eram melhores e mais baratos, e por isso logo ganharam espao no mercado da vila. Depois de um longo tempo sua produo aumentou e atingiu um equilbrio, atendendo a todos na vila.

Ele resolveu um problema de mercado e conseguiu um lucro considervel atravs do seu investimento bem feito levando em conta a anlise de custos assim a crise acabou e o comercio melhorou e todos foram felizes para sempre em Ratpolis. Fim!SISTEMAS ECONMICOS

Conceito

Em nossa primeira aula, ao abordarmos as questes fundamentais da economia, introduzimos o conceito de sistema econmico. De uma maneira bem elementar, pode-se conceituar sistema econmico como sendo a forma como uma economia administrada.

Repare que, assim como a nossa casa, a economia de um pas tambm precisa ser administrada de acordo com um conjunto de normas. Concorda?

Portanto, um sistema econmico vem a ser a forma social, poltica e econmica pela qual est organizada a sociedade. ele, em ltima anlise, que determina os rumos da economia para que as trs questes fundamentais (o que produzir, como e onde produzir e para quem produzir) possam ser atendidas a contento.

Elementos de um Sistema Econmico:

Caso voc esteja se indagando do que ele formado, ou seja, quais os componentes de um sistema econmico, ir perceber que a resposta simples e que consiste:

Ou seja, aquilo que a economia dispe para ser utilizado no processo produtivo.

Que so as famlias, as empresas e o governo, atores do cenrio econmico.

Cujo objetivo disciplinar as atividades da sociedade.

Esse conjunto de elementos e seus subgrupos mostrado no diagrama a seguir: Objetivos de um Sistema EconmicoNa poca em que fomos tricampees do mundo, no Mxico, a populao era de 90 milhes de brasileiros e, atualmente, somos um pas com 180 milhes de habitantes.Ou seja, em apenas 40 anos um novo Brasil teve que ser produzido. Pela lgica espera-se que as sociedades, na busca incessante de atender as necessidades dos indivduos, consigam funcionar de forma organizada e justa. Assim, todo sistema econmico deve possuir, pelo menos,trs objetivos bem definidos:

CRESCIMENTO ECONMICO - Para que as necessidades de uma populao cada vez maior possam ser atendidas

ESTABILIDADE ECONMICA - Para que haja equilibrio no desempenho da atividade econmica EQUIDADE OU IGUALDADE ECONMICA - Para que um maior nmero de pessoas se beneficie daquilo que foi produzido

Assim, numa definio simplista, considera-se que ocorrer crescimento econmico quando o valor da produo total da economia aumentar e que esse aumento, em termos percentuais, seja maior do que o aumento da populao. Isso o mesmo que considerar a ocorrncia de um aumento no produto per capita.

COMENTRIO:

O produto de uma economia expresso em valores pelo simples fato de que no se pode somar bananas com automveis mas sim, a soma dos valores de suas respectivas produes.

Desta forma, conclui-se que o produto de uma economia ser a soma dos valores das produes de todos os produtos produzidos em um determinado perodo de tempo (normalmente um ano).

J a estabilidade econmica est vinculada aos nveis de emprego, no sentido de se tentar manter, pelo menos, aqueles j alcanados pela economia, e aos nveis de preos, uma vez que qualquer processo inflacionrio algo totalmente indesejado, pois a queda constante do poder aquisitivo torna-se um tipo de imposto que incide principalmente no bolso das camadas mais pobres da populao.

O terceiro e ltimo objetivo vem a ser a equidade, obtida atravs de uma distribuio mais justa da renda, da reduo dos bolses de pobreza absoluta e da insero social gradativa dos contingentes de excludos .

Para que voc tenha melhor compreenso, ilustramos no quadro a seguir, os principais objetivos de um sistema econmico:Tipos de Sistema EconmicoNa atualidade, existe uma polaridade entre o sistema econmico socialista e o sistema econmico capitalista:

Sistema Socialista - No sistema socialista, pelo fato de o estado deter a maior parte dos fatores de produo, as decises so tomadas por um rgo central de planejamento que, em ltima anlise, define em nome da sociedade as respostas a essas questes.

Sistema Capitalista - J no sistema capitalista ou de livre iniciativa, as escolhas sero feitas, em geral, atravs das foras de mercado, isto , pelos consumidores e produtores, tendo como referncia o mecanismo de preos.

Para fins de anlise comparativa, se voc considerar os fatores de produo e o processo produtivo, as diferenas entre esses dois sistemas ficam facilmente definidas, como mostra o seguinte quadro comparativo:

O Fluxo Circular da Renda

Uma descrio da atividade produtiva deve considerar, inicialmente, dois tipos de agentes econmicos: de um lado, h os indivduos tambm denominados famlias que so os possuidores ou proprietrios dos fatores de produo e que demandam bens e servios que satisfaam suas necessidades; de outro lado, existem as empresas que demandam aqueles fatores de produo e fornecem bens e servios aos consumidores (famlias) e, por fim, o governo que absorve fatores de produo das famlias e produtos das empresas, recolhe impostos e oferece servios pblicos populao.

Esse processo de compra e venda de bens e servios e de fatores de produo melhor visualizado na figura a seguir que tenta retratar o funcionamento rotineiro do sistema econmico atravs do chamado fluxo circular na atividade econmica.

Observe que relacionando os agentes econmicos dois a dois, percebemos a ocorrncia de dois fluxos: um real e outro monetrio. O primeiro est associado aos fatores de produo e aos produtos e o segundo, aos pagamentos feitos na aquisio desses fatores e produtos.

ATENO: Observe que na relao entre cada par de agentes econmicos ocorrero, sempre, quatro fluxos: dois reais e os seus respectivos pagamentos, os fluxos monetrios.Considerando os agentes econmicos dois a dois, no fluxograma anterior, percebe-se a ocorrnciade dois tipos de fluxos: um real e outro monetrio.

FLUXO REAL - O primeiro est associado ao fornecimento dos fatores de produo e dos produtos

FLUXO MONETRIO - O segundo aos respectivos pagamentos feitos pelas aquisies desses fatores e produtos.

CONCLUSO:Quando analisamos as relaes entre as famlias e as empresas, constatamos que essas adquirem os fatores de produo daquelas e, com esses fatores de produo, geram produtos que sero fornecidos s famlias. A contrapartida a esses fluxos reais sero dois fluxos monetrios referentes a seus respectivos pagamentos.O mesmo raciocnio se aplica quando so consideradas as relaes entre as empresas e o governo ou as famlias e o governo.Nesses casos, pelos impostos pagos, as empresas e as famlias recebem em troca bens e servios pblicos alm do governo absorver fatores de produo das famlias e produtos das empresas, pagando por eles.Nesta aula, voc:

-Aprendeu o que um sistema econmico e seus objetivos e pde, atravs de uma comparao simplista, observar as principais diferenas entre o capitalismo e o socialismo;

-Percebeu como ocorrem os fluxos reais e monetrios entre os agentes econmicos e a que eles se referem.

Na prxima aula, voc vai estudar:

-As Questes Fundamentais da Macroeconomia e os Instrumentos de Poltica EconmicaAula 9: Questes fundamentais da macroeconomia e os instrumentos de poltica econmica

Ao final desta aula, o aluno ser capaz de:

1- Conhecer as questes fundamentais de curto e longo prazo de que trata a macroeconomia;

2- Perceber os instrumentos de poltica econmica de que dispe o governo para conduzir a economia rumo s metas desejadas.

Introduo

Chegou o momento de nos atermos s questes fundamentais de que se trata a macroeconomia. Essas questes, definidas para o curto prazo (conjunturais) e para o longo prazo (estruturais), indicam que seu conhecimento de real importncia para o estudante na medida em que define as prioridades elementares de qualquer poltica econmica.Alm disso, voc ter contato com os instrumentos (ferramentas) de poltica econmica que o governo dispe para conduzir a economia de acordo com os objetivos que deseja alcanar.

QUESTES FUNDAMENTAIS DA ECONOMIA

Como vimos anteriormente, um sistema econmico (maneira como a economia administrada) se depara com algumas questes fundamentais. Essas questes denominam-se: Conjunturais (no curto prazo)

Estruturais (no longo prazo)1 QUESTES DE CURTO PRAZO (CONJUNTURAIS)

Definem-se questes conjunturais ou de curto prazo de uma economia o emprego e a inflao.

A justificativa econmica para que a administrao da economia se preocupe com essas duas variveis tem por explicao o seguinte:A A importncia do emprego dos fatores de produo

B A relevncia do controle de preos e combate a inflao

A) A importncia do emprego dos fatores de produo

O emprego dos fatores de produo de suma importncia na economia, pois gera: PRODUTO - (resultado do processo produtivo) RENDA - Renda (pela remunerao desses fatores) que, por sua vez, permite o consumo daquilo que foi produzido.Esse processo gera um fluxo virtuoso que deve ser perseguido por todos aqueles que tm a responsabilidade de conduzir os destinos da economia de uma sociedade.ATENO!!!

No difcil perceber, entretanto, que o oposto totalmente malfico e indesejvel, no sentido de que a falta de emprego gera diminuio de renda e, consequentemente, queda no poder de compra e reduo do consumo. Com isso, as empresas iro diminuir suas metas de produo e demisses devero ocorrer, gerando menos renda, menos consumo, e assim por diante.Esse fluxo virtuoso representado pelas setas externas (ou seu inverso) pode ser observado no fluxograma a seguir:

A observao desse fluxo permite a concluso de que o foco no emprego fundamental para se manter a economia no ritmo de atividade desejado.

A ttulo de comentrio, o Brasil, hoje, vem conseguindo obter as menores taxas de desemprego das ltimas dcadas.B) A relevncia do controle de preos e combate inflao

Considera-se inflao a elevao constante nos nveis de preos de uma economia. No , portanto, algo pontual como a alta do preo do pescado na Semana Santa que, logo aps o perodo religioso, regride aos valores anteriores. A importncia do combate inflao prende-se ao fato de que uma moeda estvel possibilita a manuteno do poder de compra do indivduo, o que de total importncia, principalmente para os assalariados.ATENO!!!

importante notar que a ocorrncia de um processo inflacionrio pode ser comparado a um tipo de imposto que incide, principalmente, sobre as camadas menos favorecidas da populao.Tecnicamente so considerados dois tipos de inflao: de demanda e de custo DEMANDA - A primeira, como o prprio nome indica, ocorre quando a oferta agregada no capaz de atender a um aumento na demanda agregada da economia. Sua origem, portanto situa-se no lado dos consumidores, e a escassez relativa que se instala pressiona os preos para cima, configurando a inflao. CUSTOS - J Inflao de custos origina-se pelo lado da oferta, atravs do aumento nos custos de produo. Assim, para evitar prejuzos, os produtores so obrigados a repassar esses aumentos de custos aos preos dos produtos. A continuidade desse processo resulta na inflao de custos.2 QUESTES DE LONGO PRAZO (ESTRUTURAIS)So questes estruturais ou de longo prazo de uma economia o crescimento econmico e o desenvolvimento econmico. Isso porque:A IMPORTNCIA DO CRESCIMENTO ECONMICO

O crescimento econmico de uma economia est relacionado ao aumento daquilo que ela capaz de produzir. A preocupao com a necessidade de elevao do produto explicada pelo fato de que, com o aumento populacional que se verifica a cada ano, as necessidades humanas se tornam cada vez maiores, mais sofisticadas e precisam ser satisfeitas. Para que uma economia consiga obter crescimento econmico, ter que aumentar em quantidade e qualidade o seu estoque de fatores de produo, alm de criar uma infra estrutura que seja capaz de absorver esse aumento de fatores. De que adiantaria, por exemplo, muitas carteiras universitrias ocupadas se no final do curso os alunos no fossem absorvidos pelo mercado de trabalho?EXEMPLO: Um exemplo da necessidade de crescimento de um pas pode ser mostrado comparando-se o Brasil de 1970 com o Brasil de hoje. Na poca em que fomos tri campees do mundo, no Mxico, a populao era de 90 milhes de brasileiros e, atualmente, somos um pas com 180 milhes de habitantes.

Ou seja, em apenas 40 anos um novo Brasil teve que ser produzido.

COMENTRIO: Voc certamente no esqueceu do que leu em aula passada onde ficou claro que a produo total de um pas representada em valor (moeda). No se esquea disso. Assim, utilizando-se uma mesma moeda, pode-se at comparar produtos de diversos pases. A RELEVNCIA DO DESENVOLVIMENTO ECONMICO

O desenvolvimento econmico pressupe a melhoria de vida da populao como um todo. Esse ganho social precisar ser mais atuante nas camadas menos favorecidas da populao. Assim, se as faixas mais pobres obtiverem uma taxa de melhora maior do que a dos mais ricos, a diferena entre elas diminuir, configurando, desta forma, uma melhor distribuio de renda, e esse deve ser o objetivo de uma poltica voltada para o social.Para se atingir o to desejado (e pouco obtido) desenvolvimento econmico, a economia dever promover medidas que impactem numa melhor distribuio de renda tais como a reduo da mortalidade infantil e do analfabetismo, a pulverizao do saneamento bsico, a elevao no nvel de renda per capita, e tantos outros, indicadas em ndices como o IDH ndice de Desenvolvimento Humano.Alm disso, faz-se necessria a eliminao dos bolses de pobreza absoluta (famlias que vivem em condies sub humanas)e insero social gradativa dos excludos (mendigos, moradores de rua, etc.).OS INSTRUMENTOS DE POLTICA ECONMICA

Aps a abordagem dessas questes fundamentais de que deve tratar qualquer sistema econmico, cabe indagar de que ferramentas dispe o governo para atingir seus principais objetivos. A essas ferramentas d-se o nome de instrumentos de poltica econmica e so definidas como: poltica fiscal, poltica monetria, poltica de juros e crdito e poltica cambial e comercial.

preciso entender que esses instrumentos de poltica econmica no so excludentes, ou seja, podem e devem ser usados ao mesmo tempo. A utilizao com maior nfase em um ou outro depender de cada objetivo do governo.Veremos, agora, como o governo, atravs da utilizao combinada dessas ferramentas procura alcanar seus objetivos.POLTICA FISCAL RECEITA - A tica da receita diz respeito aos impostos que os governos, municipal, estadual e federal cobram das famlias e das empresas. O que deve ser taxado e suas respectivas alquotas fruto de uma deciso de poltica econmica.

DESPESAS - Da mesma forma as despesas pblicas, financiadas pelos impostos cobrados, sero definidas mediante escolha daquilo que deva ser prioritrio para a economia.

Dois exemplos ilustram como o governo brasileiro, atravs da poltica fiscal, pde influir, recentemente, na economia: o primeiro deles diz respeito renncia de receita, via reduo de imposto, utilizada logoaps o surgimento da crise econmica internacional de 2008. Na ocasio, o governo, para que o setor de autopeas (setor que emprega um grande contingente de mo de obra) no sofresse queda nas vendas, promoveu a reduo do IPI (imposto sobre produtos industrializados) dos automveis em 10%, com a condio de que essa reduo fosse repassada ao consumidor, via reduo no preo dos veculo. Foi um sucesso. O governo perdeu receita, mas as vendas continuaram aquecidas e no houve desemprego. Provavelmente a queda de receita do IPI foi compensada pelos impostos cobradosnos produtos cujo consumo s foi possvel pela renda oriunda da manuteno do emprego. Outro exemplo refere-se reduo de impostos dos materiais de construo, cujo setor emprega grande contingente de trabalhadores de baixa renda. A medida possibilitou reduo de preos, garantindo os nveis de emprego e o setor em pleno funcionamento.POLTICA MONETRIAComo o prprio nome indica, a poltica monetria auxilia o governo no dimensionamento adequado do volume de moeda que deve circular na economia.E como o governo consegue realizar essa interferncia? Basicamente atravs de trs artifcios. O primeiro deles a emisso de moeda pela Casa da Moeda. Nesse caso, s possvel a manuteno (no emisso) ou a expanso de moeda (emisso). A reduo no se consegue por esse meio por motivos bvios. A segunda alternativa diz respeito taxa do depsito compulsrio (obrigatrio), que vem a ser a taxa percentual que define a parte dos depsitos a vista que os bancos comerciais tm que recolher compulsoriamente ao Banco Central. O terceiro artifcio refere-se venda e recompra de ttulos do governo, garantidos pelo Tesouro Nacional,atravs do mercado aberto (open market). Atravs do mercado financeiro o governo poder, com a emisso e venda de ttulos pblicos,reduzir o volume de moeda em circulao, uma vez que ao compr-los, o pblico troca moeda por papel.O oposto (aumento de moeda em circulao) ocorrer quando o governo resgatar esses ttulos ou recompr-los antes do vencimento. POLTICA DE TAXA DE JUROS

Em primeiro lugar precisamos entender que a taxa de juros vem a ser o preo do dinheiro, cujo mercado, como qualquer bem, possui naturalmente foras de demanda (procura) e oferta. Desta forma, relembrando o que vimos anteriormente, fcil concluir que se o preo do dinheiro (taxa de juros) estiver baixo haver muita procura e pouca oferta. Por outro lado, caso a taxa de juros estiver em patamares elevados a oferta de moeda ser maior que a procura.

A partir desse entendimento pode-sedeterminar as consequncias de medidas que venham a ser adotadas pelo governo, quando intervmna economia atravs da taxa de juros e do crdito. Imagine, por exemplo, que o interesse seja o de estimular a atividade econmica. Nesse caso, a deciso recomendada para gerar aumento da produo e do consumo ser reduzir os juros e/ou aumentar o crdito. Por outro lado, altas taxas de juros faro com que os empresrios adiem decises de investimento evitando, momentaneamente, aumentos na produo. Da mesma forma, a reduo do crdito (reduo do prazo de financiamento, por exemplo) inibir o consumo.EXEMPLO: Hoje em dia, por exemplo, os prazos do crdito direto ao consumidor so bastante amplos, chegando a 72 meses, bem diferentes de pocas passadas em que no ultrapassavam 24 meses.POLTICA CANABIAL E COMERCIAL

Toda economia, em maior ou menor grau, mantm relaes comerciais com os demais pases. Uma dessas relaes so as compras (importaes) e vendas (exportaes) de produtos (bense servios) atravs de uma moeda forte de aceitao internacional. Ao longo de dcadas, a mais utilizada nas transaes entre pases tem sido o dlar norte americano (US$).Por definio, a taxa de cmbio vem a ser o preo da moeda estrangeira em termos da moeda nacional. Considerando o Brasil, a taxa de cmbio do dlar ser, portanto, o preo da moeda americana em termos do real. Assim, se a relao for de 1,75, por exemplo,significar que ser necessrio R$ 1,75 para adquirir US$ 1,00.Do que j foi exposto, conclui-se que taxas de cmbio elevadas representam fator de inibio das importaes e estimulam as exportaes. No caso inverso, as reaes sero opostas.A poltica comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas transaes com o exterior. As tarifas alfandegrias cobradas sobre os produtos importadosretratam bem essa interferncia. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornaro as importaes e mais protegida da concorrncia externa estar a indstria nacional e, consequentemente, seus empregados. A taxao que incide sobre os veculos importados um bom exemplo da interveno do governo atravs da poltica comercial que, em ltima anlise, preserva o emprego de milhares de trabalhadores brasileiros.COMENTRIO:

1- comum que empresas exportadoras solicitem ao governo medidas que resultem na elevao da taxa de cmbio. O objetivo seria tornar seus produtos mais competitivos no exterior, uma vez que o preo em dlar poderia ser reduzido, mantendo a mesma receita em reais.

2- Protees alfandegrias costumam ser questionadas internacionalmente pelos pases exportadores que encontram dificuldades de colocao para seus produtos.

Marque Verdadeiro ou Falso nas afirmativas que se seguem. Em seguida, justifique a sua resposta.

A macroeconomia considera como questes estruturais o nivel de emprego e o combate inflao.

R:A afirmativa FALSA. A macroeconomia considera como questes estruturais o crescimento e o desenvolvimento econmico.Nesta aula, voc:

Conheceu as questes fundamentais a curto prazo (conjunturais) e a longo prazo (estruturais) de que trata a macroeconomia;

Teve contato tambm com os instrumentos de poltica econmica (ferramentas) de que dispe o governo para conduzir a atividade econmica de acordo com seus objetivos.Na prxima aula, voc vai estudar:

Moeda: Definio, evoluo, tipos e funes;

Indicadores Monetrios; Conceito de Criao e Destruio de Moeda.Aula 10: Moeda; indicadores monetrios e conceitos de criao ou destruio de moeda

Ao final desta aula, o aluno ser capaz de:

1- Ter contato com o conceito de moeda, sua evoluo, tipos e funes;

2- Conhecer os principais Indicadores Monetrios divulgados diariamente pelo Banco Central;

3- Perceber em que circunstncias ocorrer criao ou destruio de moeda na economia.

INTRODUOOl! Seja bem-vindo(a) a esta aula!Aqui voc aprender sobre a MOEDA. Saber o seu conceito, evoluo, tipos e funes. Conhecer tambm os principais Indicadores Monetrios e as condies necessrias para que ocorra criao ou destruio da moeda na economia.

DEFINIO DE MOEDA

Conceitualmente, o termo moeda usado para denominar tudo aquilo que geralmente aceito como meio de trocas de bens e servios. Significa dizer, portanto, que a condio necessria para que algo possa ser aceito.O SISTEMA DE TROCAS E A EVOLUO DA MOEDA

DIFICULDADES DA ECONOMIA DE ESCAMBO

fcil imaginar as dificuldades para um razovel funcionamento dessa economia de escambo:1 - Primeiro, exige uma permanentecoincidncia de interesses(o indivduo A dispe de arroz e quer trocar por carne; para se realizar essa troca, imprescindvel que ele encontre um indivduo B que tenha carne e queira arroz!).2 - Segundo h a dificuldade de se estabelecer as relaes ou preos de troca (valores entre dois bens bastante diferentes).REFLEXO:Por tudo isso, esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As mudanas requeridas se realizaram lentamente. importante perceber que mesmo s vezes constando na literatura como tal o escambo, tecnicamente, no pode ser considerado moeda pois representa uma troca direta.O prximo passo foi o surgimento de um sistema de trocas indiretas: uma mercadoria qualquer, que tivesse aceitao geral, passa a ser usada como meio de pagamento. Tem-se aqui a introduo da moeda no sistema econmico e que, passando por um processo evolutivo natural, d origem a todo o sistema monetrio moderno.No desenvolvimento desse novo sistema de trocas indiretas, a moeda assumiu as mais diferentes formas, nos mais diferentes pases e pocas. Numa ordem quase cronolgica de seu aparecimento, podemos registrar, sinteticamente, formas e tipos de moeda. Vejamos a seguir.EVOLUO DA MOEDA

Moeda mercadoria:

Geralmente escolhia-se uma mercadoriaque fosse relativamente escassa e no facilmente perecvel (nem sempre possvel). A histria registra que, em diferentes locais e pocas, foram usados como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros.Moeda metlica:

Sem dvida, de todas as mercadorias, a preferncia maior recaa, geralmente, sobre os metais, no s pela sua relativa escassez, mas, tambm, pela sua durabilidade e fcil divisibilidade. Muito embora o ferro, o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominncia do uso dos metais preciosos, notadamente a prata e o ouro.

Moeda papel:

Com o crescimento do volume e valor das transaes, o manejo de grandes quantidades de metais preciosos tornou-se problemtico pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a pouco, nota-se o aparecimento de casas de custdia desses metais em diversos pontos. Essas casas passaram a receber em depsito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominao de moeda papel e era generalizadamente aceito nas transaes. Sua caracterstica principal era possuir lastro integral (100%) em ouro, isto , a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir casa de custdia emissora e reconvert-lo em ouro ou prata. Da sua crescente aceitabilidade como meio de pagamento em substituio aos prprios metais preciosos.Papel moeda:

Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custdia passaram a emitir certificados cujo valor global em circulao excedia o valor total dos metais preciosos ali depositados. A experincia acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes resgatavam, ao mesmo tempo, seus depsitos. Alm do mais, enquanto alguns vinham para reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metlico menor, era possvel garantir a liquidez dos certificados, isto , garantir as reconverses que, em mdia, na semana ou no ms, correspondia a apenas uma frao do total dos certificados em circulao.Ocorreu, assim, um novo marco histrico na evoluo das formas de moeda: a passagem da moeda papel para os certificados emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram a ser chamados de papel moeda. Pouco a pouco o papel moeda passou a ter uso generalizado como meio de pagamento nas transaes pelo simples fato de que sua aceitao era geral, no se questionando sobre a possibilidade de convert-lo ou no em ouro.Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emisses exageradas, o passo seguinte foi a proibio de emisso de papel moeda pelos bancos privados (antigas casas de custdia), limitando-se o direito de sua emisso a uma instituio oficial que, pouco a pouco, se transformou nos atuais bancos centrais de cada pas. O quadro a seguir retrata como se desenvolveu o sistema de trocas e a evoluo da moeda.TIPOS DE MOEDA

Numa classificao didtica, temos, hoje, as seguintes espcies ou formas de moeda:

MOEDA MANUAL - Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cdulas e moedas metlicas em circulao.

MOEDA ESCRITURAL OU BANCRIA - Representada pelos depsitos vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das chamadas moedas fiducirias (isto , em que se tem f ou se acredita), j que no possuem valor intrnseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque tm aceitao generalizada nas transaes econmicas.

FUNO DA MOEDA

De uma forma geral, a cincia econmica reconhece as seguintes funes desempenhadas pela moeda: INSTRUMENTO DE TROCA - Tendo aceitao generalizada como meio de pagamento nas transaes, a moeda exerce sua funo mais cristalina e fundamental que servir como instrumento ou intermediria de trocas entre os indivduos para satisfao de ambas as partes. PADRO DE REFERENCIA DE VALOR - Nesse caso, a moeda possibilita que todos os fatores de produo e os produtos (bens e servios) possam ter seus valores expressos em unidades monetrias, propiciando a fcil avaliao e comparao de todos os recursos e produtos disponveis na Economia. RESERVA DE VALOR - A moeda desempenha, tambm, a funo de reserva de valor no sentido de que o indivduo pode manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um perodo de tempo, sabendo que, amanh ou depois, esse ativo ser aceito em qualquer transao por ter liquidez absoluta. Trata-se, no entanto, de uma funo que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivduo prefere manter sua riqueza sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si no gera rendimentos; segundo, e ao contrrio, em perodos inflacionrios o indivduo perde com a desvalorizaoda moeda.INDICADORES MONETRIOS

Diariamente, o Banco Central do Brasil divulga uma estatstica da evoluo do saldo de diversos conceitos de moeda, a saber:

PAPEL MOEDA EMITIDO (PME) - Trata-se do total de dinheiro autorizado (isto , produzido ou fabricado) pelas Autoridades Monetrias. PAPEL MOEDA EM CIRCULAO (PMC) - Equivale ao total do papel moeda emitido (PME) menos o dinheiro que se encontra no caixa do Banco Central. PAPEL MOEDA EM PODER PBLICO (PMP) - Deduzindo-se do papel moeda em circulao (PMC) o dinheiro em caixa dos bancos comerciais, tem-se o total de dinheiro em poder do pblico, isto , todos os indivduos e empresas (exclusive, claro, os bancos comerciais).MEIOS DE PAGAMENTO

Tecnicamente, consideram-se meios de pagamento (M) todos os haveres possudos pelo setor no bancrio e que podem ser utilizados a qualquer momento para liquidao de qualquer compromisso em moeda nacional. Ou seja, so haveres que possuem liquidez absoluta e imediata. Dois haveres preenchem essas condies: o papel moeda em poder do pblico (PMP) e a moeda escritural, representada pelos depsitos a vista nos bancos comerciais pblicos e privados (DVBC).Assim, o total de meios de pagamento (M) definido pela expresso:M = PMP + DVBC (moeda escritural)

As estatsticas mostram que, no Brasil, o pblico vem mantendo cerca de 20% de seus meios de pagamento sob a forma de dinheiro no bolso (PMP) e os restantes 80% como depsitos em conta corrente nos bancos comerciais (DVBC).CONCEITO DE CRIAO E DESTRUIO DA MOEDA

Diariamente, o pblico, isto , os indivduos e as empresas, realiza operaes com o setor bancrio comercial, operaes essas traduzidas em depsitos, saques, pagamentos diversos (luz, telefone), tomada ou quitao de emprstimo etc. Dependendo da natureza dessas operaes, o total de meios de pagamentos poder ou no se reduzir ou aumentar. Se o resultado for um aumento dos meios de pagamento, tm-se a uma criao de moeda; se ocorrer uma reduo dos meios de pagamento, tem-se uma destruio de moeda.

No processo de criao de moeda, o pblico entrega ao setor bancrio um haver no monetrio (por exemplo, uma nota promissria) e recebe deste um haver monetrio (por exemplo, um emprstimo). No caso de destruio de moeda, o pblico entrega ao banco um ativo monetrio (digamos, dinheiro em espcie para pagamento da nota promissria) e recebe um ativo no monetrio (a promissria vencida).

Importante notar que para que haja criao ou destruio de moeda a transao dever ser feita entre um agente do setor bancrio e outro do setor no bancrio. Nesta aula, voc:

Aprendeu o que vem a ser moeda e a condio bsica para que algo possa ser considerado como tal;

Teve contato com a evoluo da moeda ao longo dos tempos, seus tipos atuais e funes;

Conheceu os principais indicadores monetrios;

Teve acesso ao conceito de criao e destruio de moeda.