fundamentos da perícia contábil ii

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Perícia Contábil PERÍCIA CONTÁBIL Prof. Dr. JOÃO WANDERLEY VILELA GARCIA Material didático refletidor de conhecimentos teóricos e práticos da disciplina de Perícia Contabil, proporcionando aos discentes do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL, FINANÇAS E CONTROLADORIA EMPRESARIAL, ofertado pela EduCare MT habilidades para desempenhar as atividades de Perito e Auditor Contábil. CUIABÁ, março de 2009

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Page 1: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

PERÍCIA CONTÁBIL

Prof. Dr. JOÃO WANDERLEY VILELA GARCIA

Material didático refletidor de conhecimentos teóricos e práticos da disciplina de Perícia Contabil, proporcionando aos discentes do curso de Pós-Graduação Lato Sensu em AUDITORIA E PERÍCIA CONTÁBIL, FINANÇAS E CONTROLADORIA EMPRESARIAL, ofertado pela EduCare MT habilidades para desempenhar as atividades de Perito e Auditor Contábil.

CUIABÁ, março de 2009

Page 2: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Sumário

1.1 PERÍCIA X AUDITORIA ............................................................................................................................. 2

1.2 PROVAS JURÍDICAS .................................................................................................................................. 3 1.2.1 Prova Jurídica Pericial .............................................................................................................................. 5 1.2.2 Da Perícia ................................................................................................................................................ 5 1.2.3 Ônus da prova ........................................................................................................................................... 6 1.2.4 Modalidades da Prova Pericial ............................................................................................................... 6 1.2.5 Prova Pericial – Código Processo Civil .................................................................................................... 7 1.2.6 Produção antecipada de provas ............................................................................................................... 10 1.2.7 Quanto à avaliação dos bens do espólio ................................................................................................. 10

1.3 PERÍCIA ..................................................................................................................................................... 12 1.3.1 Objetivo e finalidade da perícia .............................................................................................................. 13 1.3.2 Características da perícia ........................................................................................................................ 14 1.3.3 Tipos de Perícias ..................................................................................................................................... 15 1.3.4 Perícia judicial ........................................................................................................................................ 16 1.3.5 Perícia Administrativa: .......................................................................................................................... 17 1.3.6 Perícia Especial ou Extrajudicial ........................................................................................................... 17 1.3.7 Perícia arbitral ........................................................................................................................................ 18

1.4 PERÍCIA CONTÁBIL ................................................................................................................................ 19 1.4.1 Áreas de conhecimentos específicos ...................................................................................................... 20 1.4.2 Justiça Federal e Cível ............................................................................................................................ 21 1.4.3 Conhecimentos em áreas afins ............................................................................................................... 22

1.5 RELATÓRIOS DA PERÍCIA ..................................................................................................................... 23 1.5.1 Tipos de Laudos e Pareceres .................................................................................................................. 23 1.5.2 Técnicas do trabalho pericial contábil .................................................................................................... 25 1.5.3 Laudo Pericial ......................................................................................................................................... 26 1.5.4 Parecer Pericial ....................................................................................................................................... 27 1.5.5 Relatório de Vistoria ............................................................................................................................... 29 1.5.6 Laudo de Louvação ................................................................................................................................ 30 1.5.7 Estrutura Do Laudo E Parecer ................................................................................................................ 31

1.6 QUESITOS .................................................................................................................................................. 32 1.6.1 Exemplos de Quesitos e Respostas ......................................................................................................... 34 1.6.2 Quesitos Suplementares .......................................................................................................................... 35 1.6.3 Respostas aos Quesitos ........................................................................................................................... 35 1.6.4 Parecer do Assistente Técnico ................................................................................................................ 35 1.6.5 Estética e Forma do Laudo ou Parecer ................................................................................................... 35 1.6.6 Sistemática .............................................................................................................................................. 35

1.7 PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS ....................................................................................................... 36 1.7.1 Técnica do Trabalho Pericial Judicial ..................................................................................................... 36 1.7.2 Justiça trabalhista: .................................................................................................................................. 37 1.7.3 Siglas ...................................................................................................................................................... 38 1.7.4 Abreviaturas ........................................................................................................................................... 38 1.7.5 Terminologias ......................................................................................................................................... 39

1.8 DO PERITO ................................................................................................................................................ 41 1.8.1 Perfil profissional ................................................................................................................................... 42 1.8.2 Responsabilidade do perito ..................................................................................................................... 43 1.8.3 Responsabilidade Social ......................................................................................................................... 43 1.8.4 Responsabilidade Moral ......................................................................................................................... 44 1.8.5 Responsabilidade Civil e Criminal ......................................................................................................... 44 1.8.6 Condições legais na atuação do perito contábil ...................................................................................... 44 1.8.7 Direitos e deveres funcionais do perito contábil ..................................................................................... 46

CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 53

REFERENCIAS ..................................................................................................................................................... 54

Page 3: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.1 PERÍCIA X AUDITORIA

Perícia contábil não é o mesmo que auditoria contábil, embora haja alguma

semelhança nos procedimentos - a auditoria e a perícia são bem diferentes quanto aos seus

objetivos e finalidades, variando quanto à natureza das causas e efeitos, de espaço e tempo.

A perícia serve a uma época, um questionamento, uma necessidade; enquanto que a

auditoria procura atender necessidades institucionais constantes, atingindo um número

maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos; a auditoria consagra a

amostragem e a perícia não a utiliza como critério habitual. A perícia é uma apreciação

global de todas as operações da empresa, prendendo-se à especificidade, tem caráter de

eventualidade, só aceita o universo completo para produzir opinião como prova e não

como conceito.

A auditoria tem como meta uma maior abrangência das operações da entidade, a

gestão como algo em continuidade, a formação do patrimônio, o atendimento do objeto

proposto, a satisfação dos indivíduos interessados, a importância social. A auditoria utiliza-

se de normas geralmente aceitas e da confiabilidade da estrutura de controles internos,

produz o relatório e parecer do auditor, pelo qual se refere a uma parte dos fatos e assume

que as evidências e as provas encontradas representam a universalidade das provas. O

parecer de auditoria traz a informação que, na opinião do auditor, as demonstrações

contábeis representam ou não, em todos os aspectos relevantes, a situação patrimonial e

financeira do auditado. Exemplo: exame dos registros contábeis e dos documentos de suas

operações; a verificação física dos bens ou valores da entidade; confirmação dos débitos e

créditos de terceiros que transaciona com a entidade com o fim de apurar. Na auditoria, a

decisão é sempre uma busca da qualidade, através do melhoramento dos processos.

A Perícia tem como referência os fatos praticados num período determinado, em

geral, constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à

instância decisória, elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio,

mediante laudo pericial ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas

jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. Na perícia judicial

a decisão é a sentença do juiz; na arbitral é a sentença do árbitro ou tribunal arbitral; na

extrajudicial a decisão é o acordo das partes.

Os processos que envolvem a perícia e auditoria representam sempre o resultado

considerável de um conjunto de transações complexas, com aspectos administrativos,

legais, tributários, operacionais, sociais, comerciais, econômicos, patrimoniais e

financeiros.

Page 4: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.2 PROVAS JURÍDICAS

É o conjunto de atos processuais praticados para averiguar a verdade e a convicção

do julgador. É o meio legitimo capaz de demonstrar a verdade de um fato ou alegação,

necessárias para o magistrado julgar a lide.

O juiz pode realizar gestões para dirimir dúvida, acrescentando ao processo,

elementos de convicção que lhes são apresentadas, sendo assistido por um perito em exame

e qualificação dos fatos que depender de conhecimentos técnicos e científicos.

A prova é a demonstração da verdade que esclarece fatos controvertidos, conduz as

partes ao acordo, o juiz, a sentença ou vice versa. Podendo ser aceita como verdade

absoluta ou mesma ser constatada com uma contra prova (que é negação da prova).

A função da prova é fornecer ao magistrado subsídio da decisão do mérito da

questão, podendo ser opinião, convicção, conclusões e respostas fundamentadas de forma

técnica e científica sobre o objeto que foi submetido a exame do Perito.

Em relação a exame pericial, Gonçalves (1968) assim se expressou: “é o exame

hábil de alguma coisa realizada por pessoas habilitando o perito para determinado fim,

judicial ou extrajudicial”.

a. Prova

Probare (demonstrar, reconhecer, formar juízo, certeza) é o meio de convencer o

juízo da existência do fato em que se baseia o direito do postulante. Pode ser feita: pela

confissão, pelos depoimentos, pelas perícias (exames, vistorias, arbitramentos), pelos

documentos (públicos e particulares); e pelas presunções.

b. Verdade

Veritas exprime o que é real, autêntico, legítimo, fiel, exato. Opondo ao sentido de

inexistente, falso, ilegítimo, infiel. É nos autos que se formará a verdade dando ao juiz a

convicção para decidir o feito sob a luz da lei, da verdade, aplicável ao fato.

Ao examinar isoladamente a petição do requerente (inicial) transcrita as razões de

fato e de direito, bem como a contestação do réu, tem a impressão que ambos são donos da

verdade. Todavia, são as provas que demonstram a verdade.

c. Dúvida

Dubitare (hesitar, vacilar e pôr em duvida), incerteza em que se está a respeito da

verdade de um fato ou de uma coisa. Caracteriza-se em não se saber o certo a respeito da

verdade de um fato ou coisa em debate.

Page 5: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

d. Indícios

Indicium (rastro, sinal, vestígio), prova relativa ou circunstancial. Somente um

conjunto de circunstâncias pode revelar, pelas conexões que relacionarem com o fato a sua

existência. É elemento sensível, real, formando juízos sobre a existência do fato. Exemplo:

inimizade, ameaças, manchas de sangue, arma do crime, arranhões e escoriações, objetos

da vitima, etc.

e. Presunção

Praesumptio (conjectura, idéia antecipada), exprime a dedução, a conclusão ou a

conseqüência da certeza obtida de um fato conhecido e provado para se admitir a

existência de um fato desconhecido ou duvidoso. Pela ilação tirada de outro fato, tido

como certo e verdadeiro, como por exemplo: “o empréstimo do sócio em dinheiro, sem

comprovação do ingresso ou origem do dinheiro, pressuposto de omissão de vendas”.

f. Convicção

Convictio, convincere (convencimento, capacitar, provar, demonstrar, por em

evidencia, inferir). Opinião formada, esclarecimento obtido, conclusão a que se chegou,

certeza resultante da apreciação das provas produzidas pelas partes ou determinadas pelo

juiz. Reconhecimento da verdade com base nas evidencias e nos fatos.

g. Justiça

Justitia é um ordenamento destinado a dar, na forma de um conjunto de normas, a

cada um aquilo que é seu. Existe diferença entre justiça e o Poder Judiciário, que é o poder

com competência para aplicar e administrar justiça com base na lei e na jurisprudência.

h. Instrumento

Recurso empregado para se alcançar um objetivo. É o documento ou ato escrito, em

forma convencionada e parametrizada, em que se registram os atos com base nos exames,

vistorias e indagação de um fato, com o objetivo de torná-lo formal de forma

sistematizada. O Laudo Pericial é um instrumento jurídico, utilizado como meio de prova,

quando o juiz necessitar da verdade sobre demanda afeta ao conhecimento de natureza

contábil.

i. Jurisdição

Procedimento pelo qual o Poder Judiciário se organiza para administrar a justiça. É

a comarca de domicilio do juiz, podendo abranger mais de um município, no qual o

magistrado exerce o seu poder jurisdicional sobre os cidadãos residentes e domiciliados,

Page 6: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

para decidir segundo o direito aplicável aos fatos, nas relações dos indivíduos entre si e

entre os indivíduos e a sociedade.

1.2.1 Prova Jurídica Pericial

Prova é o elemento material para demonstração de uma verdade.

É um dos meios de provas, admitido pela legislação brasileira, processada em juízo.

Milhomens (1992) sobre o assunto afirma:

A prova, no significado comum e geral, visa à demonstração da verdade, ao passo

que a prova específica processual civil limita-se à produção da certeza jurídica, é a

demonstração que se faz – o modo – da existência, autenticidade e veracidade de um

fato ou ato. Juridicamente, é o meio de convencer o juízo da existência do fato em

que se baseia o direito do postulante.

O art. 5º, LVI, CF; art. 136, CC/1916; art. 212, CC/2002, manifestam sobre provas,

consubstanciado O CPC, em seu art. 332 rege:

Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não

especificados neste código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se

funda a ação ou a defesa.

Art. 212 do Código Civil Brasileiro:

Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado

mediante:

I - confissão;

II - documento;

III - testemunha;

IV - presunção;

V - perícia.

1.2.2 Da Perícia

a) Correspondência: art. 136, VI e VII, CC/1916.

b) Arts. 231 e 232, CC.

c) Arts. 18, § 2°, 420 a 439, 606, 607, 627, §§ 1° e 2°, e 1.206, CPC.

A perícia contábil tem os seguintes objetivos primordiais: a) Levantar elementos de

prova; b) Subsidiar a emissão de laudo ou parecer.

O Processo Civil brasileiro admite como prova:

CPC Art. 332, “todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda

que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se

funda a ação ou a defesa”.

Page 7: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

CPC Art. 136 “Os atos jurídicos, a que impõe forma especial, poderão provar-se

mediante”: confissão; atos processados em juízo; documentos públicos e particulares;

testemunhas; presunções; exames e vistorias; arbitramento.

O art. 122 do Código Comercial preceitua.

Os contratos comerciais podem provar-se: por escritura pública; por escritos

particulares; pelas notas dos corretores, e por certidões extraídas dos seus

protocolos; por correspondência epistolar; pelos livros dos comerciantes; por

testemunhas.

A perícia realizada na fase preparatória do inquérito representa ato instrução do

processo, emanado do órgão auxiliar da justiça, a fim de mostrar a verdade à luz da justiça.

Transformar os fatos relativos à lide, de natureza técnica ou cientifica, em verdade

formal, em certeza jurídica. Milhomens (1982) considera que “para demonstrar incidência

de forma jurídica é mister provar a existência do fato da vida e que se ajusta à norma ou

princípio de direito”.

O Juiz, árbitro de um conflito é incumbido de julgar, segundo as provas que lhe

forem apresentadas ou por ele requisitadas.

1.2.3 Ônus da prova

O dever de provar compete a quem alega, afirma ou nega fatos da causa.

Textualiza o art. 333 do CPC. “O ônus da prova incumbe:”

I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo

do direito do autor.

1.2.4 Modalidades da Prova Pericial

Trabalho pericial, os procedimentos técnicos dependem de individualmente de

cada caso que a PROVA irá requerer, vejamos esclarecimentos sobra cada tipo de ato

pericial:

O CPC em seu art. 420 preceitua que: “A prova pericial consiste em exame, vistoria

ou avaliação”.

Como técnica aplica no trabalho pericial com a interveniência de perito, qualificada

no CPC, como prova pericial, divide-se em quatro modalidades:

a. Exame

É a análise dos elementos constitutivos da matéria; envolve a inspeção de pessoas ou

coisas com o objetivo de se verificar determinados fatos relacionados com o objeto da lide.

Page 8: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

b. Vistoria Pericial

É o ato de verificação do estado circunstancial do objeto pericial concreto; trabalho

desenvolvido pelo perito para constatar in loco o estado ou a situação de determinada

coisa, geralmente imóvel.

c. Arbitramento

É a técnica de determinar valores por procedimentos estatísticos e analógicos capaz

de fundamentar o valor encontrado e detectado; consiste na fixação de valor, determinando

pelo perito para coisas, direitos e obrigações. É a estimativa do valor em moeda corrente.

d. Avaliação

É a constatação do valor real das coisas, ou de sua determinação por critério

comparativo direto, como pesquisas, valor de mercado etc.; tem por finalidade a fixação de

valor.

1.2.5 Prova Pericial – Código Processo Civil

Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria e avaliação.

arts. 846, parte final, e 850, CPC. A prova pericial realizar-se-á conforme o

disposto nos artigos 420 a 439.

Parágrafo único: O juiz indeferirá a perícia quando:

I – a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico;

II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas;

III – a verificação for impraticável.

Arts. 846 e 850 CPC. (A produção antecipada da prova pode ... exame pericial).

Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do

laudo.

§ 1º Incumbe às partes, dentro de 5 (cinco) dias, contados da intimação do despacho

de nomeação do perito:

I – indicar o assistente técnico;

II – apresentar quesitos.

§ 2º Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na

inquirição pelo juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e

julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

Page 9: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

§ 2º com redação determinada pela Lei 8.455/1992.

Art. 422. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido,

independentemente de temo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da

parte, não sujeitos a impedimento ou suspeição.

Artigo com redação determinada pela Lei 8.455/1992; art. 850, CPC.

Art. 423. O perito pode escusar-se (art. 146), ou ser recusado por impedimento ou

suspeição (art.138, III); ao aceitar a escusa ou ao julgar procedente a impugnação, o juiz

nomeará novo perito.

Artigo com redação determinada pela Lei 8.455/199; art. 850, CPC.

Art. 424. O perito pode ser substituído quando:

Caput com redação determinada pela Lei 8.455/1992; art. 850, CPC.

I – carecer de conhecimento técnico ou cientifico;

II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi

assinado.

Inciso II com redação determinada pela Lei 8.455/1992.

Parágrafo único. No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à

corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em

vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.

Parágrafo único com redação determinada pela Lei 8.455/1992.

Art. 425. Poderá as partes apresentar, durante a diligência, quesitos suplementares.

Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte contrária.

Art. 426. Compete ao juiz:

I – indeferir quesitos impertinentes;

II – formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa.

Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e na

contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou documentos

elucidativos que considerar suficientes.

Artigo com redação determinada pela Lei 8.455/1992; V. art. 850, CPC.

Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à

nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se requisitar a

perícia.

Page 10: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Art. 429. Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes

técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo

informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou em repartições

publicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras peças.

Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou

indicados pelo perito para ter início à produção de prova.

Artigos acrescentado pela Lei 10.358/2001.

Art. 431-B. Tratando-se de perícia complexa, que abranja mais de uma área de

conhecimento especializado, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais

de um assistente técnico.

Art. 432. Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do

prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei 8.455/1992.)

Art. 433. O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo

menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Caput com redação determinada pela Lei 8.455/1992.

Parágrafo único. Os assistentes técnicos oferecerão seus pareceres no prazo comum

de 10(dez) dias, depois de intimadas as partes da apresentação do laudo.

Art. 434. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de um

documento, ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre

os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados. O juiz autorizará a remessa dos

autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento.

Parágrafo único. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e firma, o

perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições

públicas; na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa, a quem se atribuir a autoria

do documento, lance em folha de papel por copia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para

fins de comparação.

Art. 435. A parte, que desejar esclarecimento do perito e do assistente técnico,

requererá ao juiz que mande intimá-lo a comparecer à audiência, formulando desde logo as

perguntas, sob forma de quesitos.

Page 11: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Parágrafo único. O perito e o assistente técnico só estarão obrigados a prestar os

esclarecimentos a que se refere este artigo, quando intimados 5 (cinco) dias antes da

audiência.

Art. 436. O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção

com outros elementos ou fatos provados nos autos.

Art. 437. O juiz poderá determinar de oficio ou a requerimento da parte, a

realização de nova perícia, quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida.

Art. 438. A segunda perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a

primeira e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta

conduziu.

Art. 439. A segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira.

Parágrafo único. A segunda perícia não substitui a primeira, e ao juiz apreciar

livremente o valor de uma e outra.

1.2.6 Produção antecipada de provas

CPC Art. 846 Caput - A produção antecipada da prova pode consistir em

interrogatório da parte, inquirição de testemunhas e exame pericial.

CPC 849 Caput - Havendo fundado receio de que venham a tornar-se impossível ou

muito difícil as verificações de certos fatos na pendência da ação, é admissível o exame

pericial.

CPC 851 Caput - Tomado o depoimento ou feito exame pericial, os autos

permanecerão em cartório, sendo licito aos interessados solicitar as certidões que quiserem.

1.2.7 Quanto à avaliação dos bens do espólio

CPC Art. 1003 Caput - Findo o prazo do art. 1000, sem impugnação ou decidida a

que houver sido aposta, o juiz nomeará um perito para avaliar os bens do espólio, se não

houver na comarca avaliador judicial.

CPC Art. 1003, Parágrafo único - No caso previsto no art. 993, parágrafo único, o

juiz nomeará um contador para levantar o balanço ou apurar haveres.

CPC Art. 1004 Caput - Ao avaliar os bens do espólio, observará o perito, no que for

aplicável, o disposto nos artigos 681 a 683.

Page 12: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

CPC Art. 1011 Caput - Aceito o laudo ou resolvidas as impugnações suscitadas a

seu respeito lavrar-se-á em seguida o termo de últimas declarações, no qual o inventariante

poderá emendar, aditar ou completar as primeiras.

Quanto à perícia, arbitramento, responsabilidade e avaliação

CPC Art. 1071 § 1º - Ao deferir o pedido, nomeará o juiz perito, que procederá à

vistoria da coisa e arbitramento de seu valor, descrevendo-lhe o estado e individuando-a

com todos os característicos.

CPC Art. 1206 - O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos

bens far-se-á por perito nomeado pelo juiz.

Page 13: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.3 PERÍCIA

A palavra perícia vem do latim peritia que significa experiência, habilidade, saber e

na linguagem jurídica tem o sentido lato, de diligência realizada por peritos (pesquisa,

exame, acerca da verdade de fatos, efetuados por pessoa com muita habilidade ou

experiência na matéria investigada).

Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será

assistido por perito.

Nas normas brasileiras de contabilidade (NBC–T/13) editada pela Resolução

858/99 em 21/10/99, conceitua a perícia contábil como:

A perícia constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a

levar à circunstância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa

solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil,

em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação específica

no que for pertinente.

A Perícia Judicial estará sempre voltada para a matéria de fato e não de direito, haja

vista que o fato é capaz de provocar alteração patrimonial, este forma o objeto de estudo da

contabilidade, por isso, deve esquivar de quesitos cuja resposta possa configurar tentativa

de julgar a lide, pois esta é competência do Julgador e não do Perito do Juízo. Esclarece

que a Perícia Contábil Judicial é um serviço de extremo relevo social prestado pela classe

contábil como elemento de auxilio ao juiz na sua árdua tarefa de distribuição de Justiça.

Conceitos expressados por autores, emanados de textos na forma citada:

Lopes de Sá (1997) afirma:

Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado

visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se

exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma

todo e qualquer procedimento necessário à opinião.

Gonçalves (1968) discorre que:

Perícia é um modo definido e delimitado, é um instrumento, portanto, e, este, por

sua vez é especial porque se concretiza por uma peça ou relatório com características

formais, intrínsecas e extrínsecas, também definidas (o laudo pericial). Esta peça

contém, por outro lado, o resultado materializado, fundamentado científica ou

tecnicamente, dos procedimentos utilizados para constatação, prova ou

demonstração conclusiva sobre a veracidade do estado do objeto sobre o qual recaiu

(a situação, coisa ou fato).

Alberto (1996) conceitua e define: “É o exame hábil de alguma cousa realizada por

pessoa habilitada ou perito, para determinado fim, judicial ou extrajudicial”.

Page 14: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

D'Áuria (1962) apresenta:

A perícia contábil se caracteriza como incumbência atribuída a contador, para

examinar determinada matéria patrimonial, administrativa e de técnica contábil, e

asseverar seu estado circunstancial.

Perícia é o conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, portanto,

aquela pela qual uma pessoa conhecedora e experimentada em certas matérias e

assuntos examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre

as causas, essência e efeitos da matéria examinada.

Ornelas (1995) conceitua.

A perícia Contábil inscreve-se num dos gêneros de prova pericial, ou seja, é uma das

provas técnicas à disposição das pessoas naturais ou jurídicas, que serve como meio

de prova de determinados fatos contábeis ou de questões contábeis controvertidos.

Magalhães, et. Al. (1995) comunga “Entende-se por Perícia o trabalho de notória

especialização feito com o objetivo de obter prova ou opinião para orientar uma autoridade

formal no julgamento de um fato”.

Alonso, sobre as normas e procedimentos de perícia judicial, enfatiza:

A perícia judicial, quando pertinente a profissões regulamentadas, será exercita por

profissionais legalmente habilitados, com título registrado nos órgãos fiscalizadores

do exercício de suas profissões, requeridas ainda, reconhecida idoneidade moral,

capacidade técnica e experiência profissional.

Para Alberto, “Perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou

demonstração, científica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos”.

Perícia é a manifestação técnica-científica de qualquer dos ramos do conhecimento

humano e seu objetivo é o fato, característico e peculiar, que ocorre dentro do âmbito de

qualquer ciência, com a finalidade de estudar os contornos, bem como sua origem e

reflexos que produz no mundo interior e exterior da ciência em questão.

A perícia envolve a sensibilidade, a destreza e a habilidade de quem a praticam. É

um levantamento detalhado, devidamente fundamentado nos fatos alegados nos autos,

elaborado por profissional habilitado, que emite o Laudo Pericial devidamente instruído e

fundamentado com as provas e anexos pertinentes.

1.3.1 Objetivo e finalidade da perícia

A Perícia Contábil tem por objetivo resolver pendências (lide, demanda, briga,

desavença, intrigas, etc.) de ordem material ou moral envolvendo duas ou mais partes.

A busca da solução dessas pendências pode ser por via ou meios:

Page 15: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Judicial, quando o Juiz, buscando elementos de convicção para julgar, determina,

quando for o caso, a realização da perícia de ofício ou por requerimento das partes

litigantes, ou

Extrajudicial, quando a perícia é livremente pactuada ou convencionada entre as

partes, para resolver determinado assunto, como exemplos citam-se a reavaliação e

partilhas de bens.

A perícia tem por finalidade esclarecer dúvidas sobre o assunto em questão, ficando

adstrita ao objeto sub-judice, a serem verificadas mediante procedimentos técnicos.

O Juiz determina a realização de perícia para esclarecer dúvida, quando a lide

depender de conhecimento técnico ou científico. Qualquer das partes pode requerer a

perícia, mas, é o magistrado que decide da necessidade ou não da mesma. A escolha do

perito recai sobre profissional de confiança do Juiz, desde que habilitado para o exercício

de tais funções.

A perícia contábil é a concretização de uma prova pericial e geralmente envolve a

justiça, quanto a este fato, Jesus (2.000), expõe o seguinte:

O objetivo de fazer prova pericial é a procura da demonstração da verdade, através

do conhecimento do juiz, que possuirá a certeza plena após a dialética da discussão

entre as partes, para que seja realizada a justiça, como as pessoas, de forma

idiossincrática.

Portanto, a perícia é um exame hábil relatado como meio de prova em um relatório

denominado de laudo pericial. Peça chave relatada pelo Perito do Juízo e o relatório do

Perito Assistente, denominado de parecer pericial, ou seja, o especialista do assunto

examina e relata o seu instrumento expondo as provas evidenciadas e que servirá de

embasamento para que o juiz tenha subsídio técnico suficiente para a decisão final da lide.

Por se tratar de matéria específica, a especialidade pericial tem como seus usuários:

a) Juizes das diversas varas em que se divide a Justiça Brasileira;

b) Litigantes em processos judiciais;

c) Litigantes em processos de juízo arbitral;

d) Governo, empresários, sócios e administradores em casos de perícia extrajudicial

ou administrativa.

1.3.2 Características da perícia

A característica predominante na perícia é sua requisição formal, que decorre de um

conflito de interesses com relação a um direito pleiteado, pode ser realizada através de um

ato oficial (quando é determinada e requisitada por autoridades como de Juizes,

Page 16: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Promotores e Delegados), estas são chamadas perícias Judiciais. As perícias privadas são

chamadas de perícias extrajudiciais, administrativas e as especiais (quando os serviços

contratados são oferecidos a entidades privadas ou as partes envolvidas no litígio).

A perícia judicial se expressa pelas seguintes características essenciais:

a) É realizada sob direção e autoridade do juiz, que pode deferir ou indeferir se

requisitada pelas partes, ou determinar por sua própria iniciativa;

b) Permite a participação e a presença das partes na produção da perícia; e

c) Visa ao convencimento do juiz.

d) Limitação da matéria a ser examinada ou objeto da lide;

e) Pronunciamento restrito à questão, ou questões propostas, ou questinonado;

f) Meticuloso e eficiente exame do campo prefixado ou;

g) Escrupulosa referência ao objeto do material examinado;

h) Imparcialidade absoluta de pronunciamento ou manifestação;

i) Ter capacidade de preparar laudo pericial claro, conciso e definitivo.

1.3.3 Tipos de Perícias

Podemos resumir os diferentes tipos de perícia em:

Judicial

Feita a comando do juiz, visando esclarecer fatos ou produzir provas sobre a

questão. Exemplo: O juiz solicita ao perito contábil o cálculo da apuração de

haveres de sócio excluído em sociedade limitada, em demanda pleiteada pelos

demais sócios.

Arbitral

Feita a comando do árbitro ou da parte que a solicitou, visando subsidiar elementos

para a arbitragem. Como exemplo de perícia arbitral, aquela em que 2 empresas

solicitam ao árbitro nomeado de comum acordo entre as partes a determinação de

haveres numa rescisão de contrato, cuja cláusula previa arbitragem com base na Lei

9.307/1996.

Administrativa ou Extrajudicial

Feita a comando de uma ou mais partes interessadas, visando produzir as

constatações necessárias. Como exemplo de perícia administrativa, aquela em que

um sócio solicita ao perito que levante o fundo de comércio da empresa, para

basear uma proposta de aquisição de quotas de capital de outro sócio.

Page 17: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Quanto os tipos de perícia, citamos como exemplos os tipos classificados nos

textos:

Alberto (1996) menciona ser a perícia de quatro tipos: perícia judicial, perícia semi

judicial, perícia extrajudicial e perícia arbitral.

Dáuria (1962) enfatiza três tipos que se distinguem pelas suas finalidades e

situações:

Diante dos conceitos apresentados pelos autores citados e outros, conclui-se que as

perícias são:

1.3.4 Perícia judicial

Tem sua origem em ação posta em juízo; na perícia judicial é toda investigação ou

demonstração da verdade relatada em LAUDO ou PARECER que pode ter serventia para a

Justiça pertencente ao Estado, entendo que enquadra a semi judicial tanto nesta como na

extrajudicial – depende da questão em evidência;

As perícias judiciais podem ser também classificadas internamente quanto a

determinação da realização da perícia no processo como: oficiais (determinadas pelo Juiz

sem requerimentos das partes); requeridas (o juiz determina com base no requerimento das

partes); necessárias (a lei ou a natureza impõem a sua realização); facultativa (juiz

determina se houver conveniência), perícia do presente (é realizada no curso do processo) e

a perícia do futuro (são as cautelares preparatórias da ação principal) .

Em relação de perícias, temos nas perícias judiciais diversas modalidades, de

acordo com as necessidades processuais. As principais são:

Varas Cíveis:

a. Prestação de contas, avaliações patrimoniais, litígios entre sócios,

indenizações, lucros cessantes, liquidação e dissolução de empresa,

prestação de contas, rescisórias, falência e concordata, inventários na

sucessão hereditária, revisão contratual, ação de cobrança e outras;

Varas criminais:

Fraudes e vícios contábeis, adulterações de lançamentos e registros, desfalques

e alcances, apropriação de indébitas, contrabando e descaminho, confisco de

bens e outras;

Page 18: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Varas de família e sucessões:

Avaliação de pensões alimentícias, avaliações patrimoniais, apuração de

haveres, prestação de contas de inventariantes e outros;

Justiça do trabalho:

Cálculos de liquidação de cálculo, liquidação por arbitramento, liquidação por

artigo, instrução contábil e outras diversas espécies de litígios entre empregadores e

empregados.

1.3.5 Perícia Administrativa:

O trabalho é investigar as respectivas causas, e desvendar as suposições ocorridas;

Na perícia administrativa, que é vista para alguns como uma auditoria com fins

investigativos, para detectar falhas, prejuízos para o administrador, tem os seguintes

modelos:

a) Perícias para aumentos salariais que visam especular sobre os limites suportáveis

dos aumentos;

b) Perícias para apurar possíveis desfalques, fraudes entre os diretores e

administradores e perícias para averiguar os desempenhos ou gestão;

c) Investigação dos bens existentes nos lançamentos dos livros contábeis;

d) Perícia para avaliar monetariamente os bens informados nos balanços e nos livros

contábeis;

e) Perícia para averiguar a liquidez e solidez de empresas a serem adquiridas;

f) Perícia para constatação de desvio de mercadorias e bens, e outras.

1.3.6 Perícia Especial ou Extrajudicial

Sua origem é a necessidade de uma opinião técnica especializada sobre um fato

controverso. Livremente contratada pelas partes em demanda, para resolver determinado

litígio; são exigidas nas reavaliações, avaliações, impugnações sobre autuações de tributos

fiscais etc.

Todas as perícias e investigações elaboradas para demonstrar verdades de direito e

de fato, na forma de parecer, poderá ser transformada em judicial – como uma “in futuru”

(Lucro cessante, apuração de haveres, etc).

Page 19: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.3.7 Perícia arbitral

Atua parcialmente como se fosse judicial e parcialmente extrajudicial, e subdivide-

se em probante e decisória, segundo se destine a funcionar como meio de prova do juízo

arbitral, como subsídio e da convicção arbitral, ou é ela própria a arbitragem (funciona seu

agente como o próprio árbitro da controvérsia). São as perícias solicitadas na Câmara de

Arbitragem e Mediação.

Page 20: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.4 PERÍCIA CONTÁBIL

A Perícia Contábil Judicial é o conjunto de procedimentos técnicos contábeis, tais

como, o exame e análise de livros e documentos, a vistoria ou diligência para constatar

uma situação ou demonstrar um fato, o arbitramento de valores por critérios técnicos, a

avaliação de coisas, bens, direitos, haveres e obrigações, e a investigação de tudo que possa

esclarecer o Laudo Pericial. Este, com as respostas aos quesitos formulados pelo Juiz e/ou

pelas partes representadas pelos respectivos advogados, com a devida observação e

conclusão do perito, fornecerá os subsídios para a decisão da lide. A perícia segue um rito

processual na forma do judiciário.

A perícia judicial torna-se necessária em decorrência das muitas disciplinas

envolvidas em certos processos judiciais em que o juiz, a quem não compete a

obrigatoriedade do domínio pleno de todas as áreas do saber, recorre a especialistas das

áreas técnicas ou científicas envolvidas no processo. A abordagem prática induz, pois à

conceituação da perícia por meio do seu enfoque utilitário ou empírico, em detrimento do

acadêmico.

A perícia judicial tem objetivo de colocar os conhecimentos e técnicas específicas à

disposição do Magistrado, e, é um elemento que serve de convicção pessoal do julgador da

lide quando este entender que necessita de informativos sobre o que vai julgar, ou seja,

fornecem subsídios baseados em exposições técnicas ou científicas o juiz ou às partes em

litígio.

A perícia visa esclarecer a situação do fato ou do assunto, ou seja, põem em

evidência fatos, coisas e situações para uma solução justa e verdadeira envolvendo a

questão técnica. Por isso, o perito contábil existe em função das necessidades de

apreciação de uma técnica que escape ao conhecimento dos juizes e autoridades que

nomeiam ou contratam o expert, considerando como assistente ou assessor, dando

subsídios de fatos que os juizes ou advogados percebem, todavia não compreendem em

toda a sua extensão.

Tem seu fundamento numa ação postulada em Juízo, podendo ser determinada

diretamente pelo juiz da Vara judicial competente, ou requerida por uma ou partes em

litígio. A perícia judicial é um elemento de convicção pessoal do julgador, entendendo ser

necessário tal instrumento de provas para julgar. É obrigatória: na liquidação de sociedade;

nas falências e concordatas, na sucessão por morte de sócio; na partilha de bens quando

houver herdeiros de menor idade.

Page 21: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Na esfera do Direito, a atividade de perícia contábil/financeira é conhecida como

perícia judicial, e, nas considerações de Rodrigues (1985):

A perícia judicial é uma medida de instrução, necessitando de investigações

complexas, confiadas pelo juiz, em virtude de seu poder soberano de apreciação, a

um especialista a fim de que ele informe sobre as questões puramente técnicas

excedentes de sua competência e seus conhecimentos. Não deve ser confundida com

a perícia extrajudicial, seja ela a perícia amigável, resultante de acordo da partes

interessadas, seja a perícia oficiosa, esta fora e anterior ao litígio e em curso de

processo independente da decisão do juiz, na qual as partes pretendem colher

elementos para melhor conhecimento da questão.

A investigação contábil o profissional atua com o objetivo de coletar, nos

documentos produzidos pelas entidades, empresas as evidências necessárias à

comprovação de ocorrência de um delito.

A perícia contábil tem sua amplitude relacionada á causa que a deu origem ou o

objeto do litígio. Assim, uma perícia que envolva questões tributárias levará em conta a

escrituração contábil, a legislação fiscal, e outros assuntos que rege a matéria relacionada

aos exames.

Competência

A perícia contábil, tanto a judicial, como a extrajudicial e a arbitral, é de

competência exclusiva de Contador registrado em Conselho Regional de Contabilidade.

Cabe à Fiscalização do CRC verificar se os Contadores estão procedendo

regularmente, conforme os preceitos das Normas de Auditoria e Perícia (técnicas e

profissionais) na elaboração de seus laudos e, também, coibir atuação de Leigos neste

segmento específico da profissão contábil.

1.4.1 Áreas de conhecimentos específicos

O conhecimento de áreas específicas deve ser necessário para atender as resposta

aos quesitos formulados, pelo magistrado e partes interessadas no processo:

a) Justiça trabalhista;

b) Consolidação das leis do trabalho;

c) Legislação complementar;

d) Súmulas do Supremo Tribunal Federal (STF);

e) Súmulas do Tribunal Federal de Recursos (TFR);

f) Documentação em poder das empresas, nos departamentos de: contabilidade,

pessoal, recursos humanos: exemplo: folhas de pagamento; recibos; cartões ponto;

mapa de produção e /ou de comissões; relações e guias - FGTS; normatizações

Page 22: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

referentes à prêmios de produção e/ou comissões; bases legais para aumentos

salariais de qualquer natureza;

g) Bases legais para cálculo dos juros de mora;

h) Bases legais para atualização dos débitos trabalhistas, etc.

i) Na fase de instrução, com formulação de quesitos;

j) Na face de liquidação de sentença, com elaboração dos cálculos das importâncias

devidas ao(s) reclamantes(s), com base nos fundamentos e na parte dispositiva da

sentença.

1.4.2 Justiça Federal e Cível

São exigidos do perito contábil, os mesmos conhecimentos básicos especificados

em relação às perícias perante a Justiça do Trabalho. Já nos processos que envolvem todos

os órgãos federais, sejam as caixas econômicas, receita federal, previdência social,

invasões e desapropriações de terra ou outras.

Nestas perícias exigem muitas habilidades dos peritos e devendo os mesmos reunir

sólidos conhecimentos de:

a) Contabilidade;

b) Legislação fiscal e tributária;

c) Legislação previdenciária;

d) Legislação bancária e principal mente sobre o sistema financeiro habitacional;

e) Domínio da matemática financeira aplicada;

f) Domínio da matéria em relação ao terreno da prática.

g) Nos processos que envolvem Direito de Família, a atuação do Perito Contábil está

voltada à partilha de bens ou revisão de alimentos.

Nos processos de natureza falimentar (falências ou recuperação judicial), prestar

assessoramento ou consultoria ao síndico e/ou comissário, em assuntos de sua área de

atuação, especializada, ou seja:

a) Nas habilitações de crédito, tempestivas, retardatárias e nas impugnadas;

b) No exame da contabilidade da falida e /ou concordatária;

c) Na verificação da existência, ou não, de crime falimentar;

d) No exame de valores ativos e passivos, para projetar a possibilidade de atendimento

aos credores.

As perícias judiciais são vistas nos âmbitos de justiças (trabalhista, federal e cível),

os conhecimentos devem ser transcrito no papel de trabalho reportado no laudo pericial.

Page 23: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Gil (1996) com texto sobre Fraudes Informatizadas apresenta inúmeras situações de

fraudes. Os contadores são obrigados a assumir a vanguarda desta discussão sobre

investigar o fraudador, para isso o profissional atual deve conter certas habilidades,

vejamos:

O atual contexto determina que o profissional contador agregue conhecimentos à

sua formação com o objetivo de pensar em novos rumos para prevenção de fraudes contra

as empresas. Essa nova especialização irá exigir conhecimento das Leis e Códigos

Processuais, de Criminologia, de Sociologia, da Psicologia e, principalmente, do constante

aprendizado das ferramentas de Auditoria e Pericial Contábil.

Conhecer as Leis e Códigos é também subsidiar aqueles que buscam a verdade no

sucesso de suas ações e decisões. O contador deve auxiliar juiz, promotores, advogados e

policiais, para encontrar os meios necessários de identificar a ação de criminosos o dentro

das empresas. A continuidade na legalidade delas levará a melhora da saúde para a

sociedade. Novas regras de éticas nos negócios podem ser estabelecidas e sua

desobediência se refletiu imediatamente por meio do poder promotor da justiça.

Os estudos de criminologia, da Sociedade e da Psicologia irão auxiliar o contador

investigados de fraudes na sua capacidade de identificar padrões de conduta alterada, perfil

de atuação e indícios de distúrbios comuns aos criminosos dentro das empresas. Tudo isso

servirá de elemento para que as áreas de recursos humanos, dentro das companhias,

preparem-se melhor para receber e gerenciar os colaboradores, e que essas tarefas gerem

informações para os bancos de dados de inteligência da empresa.

1.4.3 Conhecimentos em áreas afins

É freqüente a realização de trabalho pericial com a participação de profissionais de

outras áreas, quando, para realizar ou concluir um trabalho pericial, seja necessário

conhecimento técnico, por exemplo: para calcular o custo de determinado produto

precisamos da informação da quantidade de produto químico consumido; para calcular o

lucro cessante há necessidade de calcular o valor de determinada obra; para avaliar o

rebanho, seja necessária a classificação genética dos animais; para calcular o valor do

patrimônio líquido, pela equivalência patrimonial, em função da descoberta de jazidas de

propriedade da controlada. Avarias: marítima, aérea, rodoviária, ferroviária. Sinistros:

incêndios (veículos, imóveis, meio ambientes). Médica (medicina legal, comprovação de

paternidade). Engenharia (cálculo estrutural, resistência).

Page 24: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.5 RELATÓRIOS DA PERÍCIA

Uma vez obedecidas suas peculiaridades, é a forma utilizada para apresentação do

trabalho pericial. Atende as características do trabalho de perícia, entre as quais, a principal

que é examinar a verdade ou não de assunto controverso apresentado, posto que,

inexistindo matéria controversa, inexiste razão para discussão e conseqüentemente, não há

o que periciar.

Constitui um elemento de prova, fornecendo elementos para firmar a convicção do

julgador a respeito de assunto conflituoso. As opiniões manifestadas no laudo pelo técnico

que o emitiu e que tem o domínio da área de conhecimento objeto da perícia, tornam-no

basilares no processo de decisão. Acumula todo o histórico da perícia realizada, trazendo

informações a respeito do processo do qual resultou o exame pericial, exposição sobre o

desenvolvimento do trabalho pericial, os quesitos e as respostas correspondentes. Pode ser

instruídos com documentos, mapas, demonstrativos, fotografias, desenhos, etc. É um

documento conclusivo de determinado trabalho pericial realizado.

1.5.1 Tipos de Laudos e Pareceres

Os tipos de laudos também não apresentam um consenso entre os autores

pesquisados, aliás, muitos deles nem chegam a classificar os tipos de laudos. Como

profissional da área e professora de Perícia Contábil, considera classificação de laudos,

conforme abaixo:

Laudo pericial contábil é o relatório do auxiliar do juízo, ou seja, do perito oficial

nomeado pelo juiz e em geral este serve para instruir a decisão do mérito da questão. Este

tipo restringe a matéria exclusiva de natureza contábil. Exemplo: envolvendo dissolução de

sociedade, Lucro Cessante em Empresa Jurídica, falência e concordata, prestação de conta

de sócio etc;

Laudo pericial contábil e financeiro é o relatório do perito oficial nomeado pelo juiz

e em geral este serve para instruir a decisão do mérito da questão, observando que estes

exigem profundos conhecimentos na área da matemática financeira e de investimento, e

além do raciocínio lógico, analítico, quantitativo e da área contábil.

Page 25: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Cita-se como exemplo: perícia em cheque especial, no sistema financeiro

habitacional, em empréstimos em geral, etc.

Laudo pericial de liquidação é o relatório escrito do Perito do Juízo e que em geral

já constam nos autos uma decisão sobre o mérito da questão, servindo apenas para liquidar

os valores deferidos e os quesitos expostos. Neste tipo de laudo, seria essencial que todos

os Julgadores, já no ato da nomeação do Perito, colocasse o seu objetivo e o que o auxiliar

deveria se ater na liquidação ou mesmo nos possíveis questionamentos. Exemplo: Perícias

da Justiça Trabalhista, de liquidação de diferenças dos 28,86% e 3,14% da Justiça Federal,

Indenizações de danos, execuções etc.

Laudo pericial crítico classifico aquele laudo que o perito do juízo ou assistente

técnico pormenoriza os fatos impugnados ou questionados pelas partes envolvidas ou pelo

Julgador, respondendo os fatos contestados considerando o senso crítico dentro dos

procedimentos legais e científicos, e observando o princípio da razoabilidade e primazia

dentro das verdades das ciências contábeis;

Laudo pericial complementar este laudo complementa o original do Perito do Juízo,

e em geral acontece após o Juiz converter em diligências ou solicitar maior esclarecimento

técnico sobre o objeto da prova pericial.

Segundo ALBERTO PALOMBO (1996), os laudos pode ser classificados:

a. Laudo Pericial

É a forma pura de expressão da perícia, eis que é esta espécie predominante nas

aplicações da perícia contábil e serve como meio de prova e contem opiniões

técnicas do perito do juízo;

b. Relatório de Vistoria

Diferencia-se pela característica de rigor descritivo, do que ou quem foi vistoriado.

c. Laudo de louvação

Avaliações de bens, direitos, débitos ou créditos, por especialistas de outras áreas de

conhecimento, contendo descrições e quadro de avaliações;

d. Parecer Pericial

Neste laudo expressa a opinião do perito, sobre determinada matéria, pode ser

judicialmente ou extra judicialmente;

Page 26: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

e. Laudo Arbitral

É o resultado do trabalho do árbitro, não se tratando de uma atividade tipicamente

pericial, mas de instância decisória.

1.5.2 Técnicas do trabalho pericial contábil

É um conjunto de procedimentos técnicos utilizados para aplicação prática de tudo

aquilo que se pretende alcançar, que segundo Ornelas (1995) preliminarmente, são:

a. Definir O Objeto Da Perícia

O perito após estudo do processo ou causa, deve procurar estabelecer o objeto

principal, para que fique claro e consiga realizar a perícia de forma correta;

b. Estabelecer Objetivo

Constatar com base no objeto, o sentido da perícia que está sendo solicitada;

c. Diligência

São as verificações à campo propriamente ditas, que geralmente são as técnicas

mais cautelosas e importantes, exigindo perspicácia, disposição mental e

capacidade de apreensão do perito.

d. Investigação

É a pesquisa que busca trazer ao laudo, o que está oculto por quaisquer

circunstâncias; é o ato pericial de obtenção do testemunho pessoal daqueles que

têm conhecimentos dos fatos e atos, referentes à matéria periciada ou seja

investigada e averiguada;

e. Certificação

É a informação constante no laudo do perito com caráter afirmativo, cuja

autenticidade é reconhecida em função da fé pública atribuída ao profissional.

Concluídos os exames, vistorias, indagações, diligências, coleta de provas e de

todos os elementos necessários, o perito dispõe em exposição analítica e objetiva, na forma

de laudo pericial.

Page 27: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.5.3 Laudo Pericial

Laudo é uma peça através da qual são organizados e apresentados os trabalhos

periciais realizados.

O Conselho Federal de Contabilidade conceituou o laudo pericial, e a NBC T- 13,

no item 13.5 assim estabeleceram:

O laudo pericial contábil é a peça escrita, na qual o perito contador expressa, de

forma circunstanciada, clara e objetiva, as sínteses do objeto da perícia, os estudos e

as observações que realizou as diligências, os critérios adotados e os resultados

fundamentados e as suas conclusões.

O laudo pericial é a manifestação técnica/cientifica a respeito de determinado fato

que se quer esclarecer. É elaborado por profissional habilitado e qualificado na

especialidade objeto da lide para dirimir dúvida, controvérsia ou divergência. Tem que, no

final, dar a conhecer a verdade ou a realidade dos fatos que quer desvendar, dar a conhecer

suas origens, causas, dimensões e implicações para as partes envolvidas. Concluídas as

diligências, exames de documentos e informações através de vistorias, dando respostas aos

quesitos, que faz parte do laudo pericial.

É um instrumento pelo qual o perito apresenta sua conclusão, tem formatação ou

estilo próprio. A redação deve apresentar linguagem contábil com clareza e objetividade,

deve ser sucinto e conclusivo.

Laudo é o documento, elaborado por um ou mais peritos, onde se apresentam

conclusões do exame pericial. No laudo, responde-se aos quesitos (perguntas) que foram

propostos pelo juiz ou pelas partes interessadas.

O trabalho do perito é um relatório com considerações formais e que se chama

LAUDO. Neste relatório o perito demonstra e expõe todas as suas habilidades adquiridas

na lide contábil, acadêmica e nos seus princípios éticos profissionais.

Um trabalho pericial deve ter ou conter: “clareza; objetividade; precisão sobre os

fatos; fidelidade; concisão; confiabilidade; imparcialidade; circunscrito ao objeto da

perícia; não invadir a esfera do direito, fundamentado e com plena satisfação da finalidade

(nunca responde simplesmente com um sim ou não)”.

Quanto ao laudo pericial, Ornelas (2000) afirma que: “O laudo pericial contábil é a

peça técnica da lavra do perito”. Pode ser elaborado em cumprimento à determinação

judicial, arbitral, ou ainda por força de contratação. No primeiro caso, surge o laudo

contábil judicial, nos demais, surge o laudo pericial contábil extrajudicial, um por

solicitação de Tribunal Arbitral, outro em decorrência de contrato.

Page 28: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

O parecer pericial contábil é trabalho técnico da lavra de perito indicado ou

contrato.

O professor Sá (1996), ensina que:

Um laudo não pode basear-se em suposições, mas apenas em fatos concretos... Um

laudo pericial contábil não pode ser baseado apenas em opinião e testemunhos de

terceiros. Deve basear-se também em materialidades de natureza contábil... Um

laudo exige respostas que esgotem os assuntos dos quesitos e que não necessitem

mais de esclarecimentos... Quando um quesito é incompleto em sua redação, mas

tem objetivo correto dentro das razões que motivam a perícia, é conveniente ao

perito completar a resposta.

1.5.4 Parecer Pericial

O parecer pericial contábil, é o instrumento de trabalho do perito assistente que

expõe sua opinião sobre diligências realizadas, na elaboração deste é essencial a

observação dos seguintes itens: a finalidade é dar opinião pormenorizada sobre o laudo; se

houver concordância com algum ponto do laudo, será comunicada no parecer; e se não

haver concordância com algum ponto do laudo, este deverá ser transcrito inteiramente no

parecer; e também os anexos deverão ser de preferência numerados, identificados e

mencionados, isso se houver necessidade de incorporá-los ao parecer; deverá ser datado,

rubricado, e assinado, identificando habilitação; encaminhado por petição protocolada,

quando judicial e arbitral, e, se extrajudicial, por qualquer outro meio.

Quando é juntado na petição inicial um laudo ou parecer contábil, este é

denominado de laudo pericial emprestado, observando que a peça fica ao livre arbítrio do

Julgador a aceitação ou não do referido instrumento que pode dispensar a prova pericial,

mesmo que esta seja obrigatória e considerada como necessária pelas partes.

É um laudo, na forma de parecer, onde é consignada a opinião do profissional a

respeito de determinada matéria. Esta opinião, fruto da observação e utilização de técnicas

usuais de perícia, aplicadas com a abrangência julgada necessária. É normalmente

requisitado pelo usuário que dele necessite para a defesa de seus interesses ou mesmo

passar a conhecer com propriedade determinado assunto. É utilizado na esfera

extrajudicial, quando alguém dele necessita para determinada certificação ou ainda para

realização de uma transação econômica. Em vias judiciais é utilizado pela parte para

ilustrar petição inicial ou em resposta a ações em que seja réu, requerido, reclamado ou em

qualquer ação em que seja levado a ofertar contestação. Os Assistentes Técnicos passaram

a ter a responsabilidade de emitirem Pareceres, opinando sobre o laudo apresentado pelo

perito nomeado pelo juiz.

Page 29: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

A opção por apresentar Parecer Pericial Contábil em separado do Laudo Pericial é

de exclusiva responsabilidade do perito - contador assistente, tomada em conjunto com a

parte que o contratou.

O perito - contador assistente emitirá parecer pericial contábil em separado que

assim entender cabível, tendo em vista a comprovação, de forma técnica, das teses

levantadas.

Também emitirá parecer pericial contábil em separado que, uma vez analisadas as

conclusões trazidas pelo laudo pericial contábil elaborado pelo perito, não concordar total

ou parcialmente com elas ou discordar da forma como foram transmitidos os

procedimentos utilizados para fundamentá-lo.

a. Características Do Parecer Pericial

O Parecer Pericial Contábil deve ser uma peça escrita, na qual o perito - contador

assistente deve visualizar, de forma abrangente, o conteúdo da perícia e particularizar os

aspectos e as minudências que envolvam a demanda.

Sempre que o parecer contábil for contrário às posições do laudo o perito - contador

assistente deve fundamentar suas manifestações.

O perito - contador assistente deve registrar no Parecer Pericial Contábil os estudos,

as pesquisas, as diligências ou as buscas de elementos de provas necessárias para a

conclusão dos seus trabalhos.

b. Estrutura Do Parecer Pericial Contábil

O Parecer Pericial Contábil deve conter, no mínimo, os seguintes itens:

a) identificação do processo e das partes;

b) síntese do objeto da perícia;

c) metodologia adotada para os trabalhos periciais;

d) identificação das diligências realizadas;

e) transcrição dos quesitos, no todo ou naqueles em discordância;

f) respostas aos quesitos;

g) conclusão;

h) identificação do perito - contador assistente nos termos do item 13.5.3 dessa

Norma; e

i) outras informações, a critério do perito - contador assistente, entendida como

importantes para melhor esclarecer ou apresentar o Parecer Pericial Contábil.

Page 30: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

c. Esclarecimentos Adicionais

Conclusão - o Perito - contador assistente deve, na conclusão do Parecer Pericial

Contábil, considerar as formas seguintes:

a) a conclusão com quantificação de valores é viável em casos de: apuração de haveres,

liquidação de sentença, inclusive em processos trabalhistas, dissolução societária, avaliação

patrimonial, entre outros.

b) a conclusão pode, ainda, reportar-se às respostas apresentadas nos quesitos.

c) a conclusão pode ser, simplesmente, elucidativa quanto ao objeto da perícia, não envolvendo,

necessariamente, quantificação de valores.

d. Objetivos

O Parecer Pericial Contábil, na esfera judicial, serve para subsidiar o juiz e as

partes, bem como para analisar de forma técnica e científica o laudo pericial contábil.

O Parecer Pericial Contábil, na esfera extrajudicial, serve para subsidiar as partes

nas suas tomadas de decisão.

O Parecer Pericial Contábil, na esfera arbitral, serve para subsidiar o árbitro e as

partes nas suas tomadas de decisão.

Omissão de Fatos

O perito - contador assistente, ao efetuar suas manifestações no Parecer Pericial

Contábil, não pode omitir nenhum fato relevante encontrado no decorrer de suas pesquisas

ou diligências.

Emissão de Opinião

Ao concluir o Parecer Pericial Contábil, não deve o perito - contador assistente

emitir qualquer opinião pessoal a respeito das respostas oferecidas aos questionamentos,

bem como na conclusão dos trabalhos, que contrarie o Código de Ética do Contabilista.

1.5.5 Relatório de Vistoria

É um documento resultante de um trabalho de vistoria realizado no

desenvolvimento de determinado exame pericial. Assim, relata o resultado do que foi

observado pelo perito no local ou objeto da vistoria. Este relatório identifica e retrata as

condições do objeto vistoriado e o estado do objeto, sendo desnecessária a consignação de

opinião acurada do técnico que realizou a vistoria, cuja opinião será restrita ao relato do

Page 31: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

que observou à vista desarmada ou com utilização de equipamentos próprios para o mister.

É uma peça rigorosamente descritiva, por meio de escritos, reproduções, desenhos, mapas,

fotografias, filmagens e outros recursos acumuladores de informações existentes.

1.5.6 Laudo de Louvação

É um relatório emitido quando se realiza a avaliação de bens, direitos, coisas,

obrigações, etc. Ocasião em que se serve de outras áreas de conhecimento, como,

Engenharia, Agronomia, Física, Química, Matemática, Atuária, Contabilidade, entre outras

e de especialistas que requerem a descrição e elaboração de quadros de avaliação, com

justificativa de critérios e normas utilizadas, trabalhos complementares de outras pessoas,

carreando credibilidade ao laudo. É chamado Laudo de Louvação pelo fato dos usuários

nele se louvarem da plenitude e certeza da avaliação.

a. Perito em substituição ao avaliador

CPC Art. 680 Caput - Prosseguindo a execução e não configuradas quaisquer

das hipóteses do art. 684, o juiz nomeará perito para estimar os bens

penhorados, se não houver, na comarca, avaliador oficial, ressalvada e

existência de anterior (art. 655 §, V).

b. Laudo do avaliador

CPC 681 § único - Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, o perito

tendo em conta o crédito reclamado, o avaliará em suas partes, sugerindo os

possíveis desmembramentos.

c. Laudo Arbitral

Assemelha-se a uma sentença judicial, posto que é um relatório descritivo e

fundamentado. É o resultado do trabalho do árbitro, sendo que esta função em

determinados casos é adequada aos profissionais peritos. Não é próprio da atividade

tipicamente pericial, uma vez que expressa uma decisão. A arbitragem é uma jurisdição ou

poder que se concede, por lei ou por escolha das partes em litígio, a pessoas que vão

dirimir questões; processo decisório entre partes contendoras. O julgamento dos árbitros

que sua interposição esteja estipulada pelas partes. O laudo arbitral produz os mesmos

efeitos da eficácia de título executivo.

Page 32: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Essa homologação é da competência do juiz, a que estiver afeto na origem, o

julgamento da causa. Só não podem ser árbitros os incapazes, os analfabetos, os legalmente

impedidos de servir como juiz e os suspeitos de parcialidade. CPC . Arts. 1.072 a 1.102.

1.5.7 Estrutura Do Laudo E Parecer

Cada laudo pericial tem as suas peculiaridades, sendo elaborado de acordo com a

espécie e tipos do trabalho desenvolvido. Possuindo alguns pontos em comum, tais como:

1. Considerações preliminares:

Aspectos gerais dos autos;

Diligências;

Procedimentos técnicos adotados;

Responsabilidade profissional.

Page 33: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.6 QUESITOS

Os quesitos constituem-se de uma peça instrumental formal, elaborada por

profissional altamente qualificado em sua especialidade. Considera-se o universo

científico da ciência, usando palavras adequadas para o entendimento dos interessados.

Produzir peças técnica com texto límpido, claro, preciso e sempre que possível, utilizar

linguagem de senso comum. Argumentar com termos técnicos, definindo-os no próprio

texto. Não usar frases de sentido dúbio, impreciso ou truncada. São impróprias as palavras

do tipo acho, talvez, pode ser, mais ou menos, às vezes. Não exceder na linguagem técnica,

do preciosismo e aforismo. A simplificação pode implicar em erros quando da utilização

de expressões coloquiais e inadequadas.

Os quesitos são entendidos como questionários básicos, são as perguntas

apresentadas nos autos para serem respondidos pelo Perito e, em geral são apresentados

pelo Juiz ou pelas partes litigantes. Existem duas categorias de quesitos: os pertinentes

(tem objetivo de esclarecer as normas técnicas contábeis) e os impertinentes (abordam

aspectos não relacionados com o que se debate e são perguntas que buscam opinião fora de

sua competência legal).

Categoria dos quesitos: pertinentes ao objeto da perícia -;impertinentes; indeferidos

pelo magistrado; dúbios e que permitem mais de uma resposta técnica; e aqueles que

invadem a esfera do direito.

Quanto ao Laudo e os questionamentos, são observados quando não respondidos

suficientes, sem objetivos e que não atende o objeto da prova pericial, vejamos:

a. Quesitos Suplementares

Relacionam com novos aspectos táticos desconhecidos ou não tratados pelas partes

quando formularam os seus quesitos.

b. Quesitos Complementares

Relacionam com os quesitos respondidos e não foram suficientemente respondidos

e são solicitados complementos ou novas respostas.

Na vida prática, como especialista e mestre com tema envolvendo o

PERITO/PERÍCIA, classifico a existência dos QUESITOS TEMPESTIVOS – não são

suplementares e nem encaixam como complementares – surgem diante de fatos novos

apontados pelos causídicos e estes devem solicitar HONORÁRIOS COMPLEMENTARES

para suas respostas.

Page 34: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Deve apresentar os quesitos e as respectivas respostas, quando apresentados; em

seguida os quesitos suplementares (quando houver). Destacando os quesitos das respostas

(negrito, itálico, etc.)

As respostas aos quesitos deverão ser apresentadas na seguinte ordem:

Do Magistrado;

Do autor;

Do Réu

O procedimento de apresentação do Laudo discriminado por Ornelas e determinado

pela norma da perícia contábil, é essencial o laudo pericial conter pelo menos três partes

principais, porém, todas comprometidas com o entendimento da totalidade da prova. São

elas: introdução com exposições das metodologias aplicadas, respostas aos quesitos e

conclusões. Após o relato, é necessário à revisão do laudo para evitar omissão de alguma

informação ou erros comuns de digitação, concluída a revisão , o laudo deve ser rubricado

em todas suas folhas e assinado na última sobre a identificação do perito.

Considerações finais: Encerramento, Anexos e Documentos, contendo o resumo de

valores e explicações, quando pertinente e necessário para elucidar os fatos. Informando a

quantidade de páginas, os documentos e anexos constantes do trabalho pericial

desenvolvido.

Quesitos são as perguntas de natureza técnica ou científica, formuladas pelo

magistrado e pelas partes a serem respondidos pelo perito contábil. O perito deve ressalvar

os quesitos impertinentes, os idênticos e os de dúbia interpretação. CPC - Art. 426.

“Compete ao juiz; I – indeferir quesitos impertinentes;” e o Art. 130. “Caberá ao juiz, de

oficio ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do

processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias”. AGUIAR, João

Carlos. Revista dos Tribunais, afirma:

Evidentemente, encontra-se o perito apto para afirmar, no mais das vezes, se um

quesito é manifestamente impertinente ou não. Se tiver dúvidas, sobretudo nas

perguntas cuja impertinência não seja manifesta, nada impede se que se dirija ao

magistrado, por petição nos autos ou verbalmente, para que este decida ou o oriente

a respeito.

O perito deve:

Responder primeiro os quesitos do Juiz, seguidos com os do requerente e por

último do requerido, quando elaborado.

Inadmissíveis as respostas do tipo “sim” ou “não”.

Page 35: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Quesito impertinente é a pergunta dirigida ao perito, quando foge do âmbito do

exercício de sua profissão, bem como ao objeto da lide.

O perito relata o que examinou, vistoriou e indagou. O que concluiu tecnicamente.

Nos quesitos dúbios ou que permitem mais de uma resposta técnica, utilizar o “se”,

respondendo as indagações em ambos os sentidos.

Os quesitos já respondidos, mesmo que semelhantes, devem ser mencionados que

já foram respondidos, informando onde.

1.6.1 Exemplos de Quesitos e Respostas

Quesito: Os livros contábeis e fiscais da Autora estão revestidos das formalidades

legais, extrínsecas e intrínsecas, de modo a merecer fé em Juízo?

Resposta: Sim. Os livros contábeis e fiscais compulsados pela Perícia, do período

objeto da lide, foram aqueles especificados no anexo nº 1. Estes são possuidores das

formalidades legais, extrínsecas e intrínsecas, sendo, portanto, merecedores de fé em Juízo.

a) Quesitos já respondidos

Resposta: O presente quesito aborda o mesmo conteúdo do quesito nº ..., da série da

Autora, por isso, a Perícia pede vênia para se reportar à resposta oferecida àquele quesito.

b) Quesitos prejudicados

Quesito: Consta da nota fiscal de compra a data de sua emissão?

Resposta: Prejudicada a resposta ao presente quesito. A empresa informou-nos que

os mesmos foram incinerados pelo fato de encontrarem-se prescritos na forma da lei.

Resposta: Prejudicada a resposta ao presente quesito, pois o mesmo foi indeferido

pelo MM. Juízo, conforme despacho de fls.

Resposta: Prejudica a resposta, uma vez que o presente quesito não é objeto da lide.

c) Quesitos indeferidos

Quesito: Face às respostas oferecidas aos quesitos anteriores, pede-se ao Sr. Perito

que informe se é ou não procedente o auto de infração objeto da lide.

Resposta: Prejudicada a resposta ao presente quesito, pois o indagado envolve

mérito, matéria de exclusiva competência do MM. Juiz, fora, portanto, da função legal da

Perícia Contábil.

Page 36: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.6.2 Quesitos Suplementares

Quando da realização das diligencia podem surgir fatos novos, relevantes para

esclarecimento da lide. Nesse caso cabem novos quesitos, que podem ser requeridos pelas

partes ou introduzidos pelo magistrado, ou quando as partes forem intimadas para se

manifestarem sobre o Laudo Pericial.

1.6.3 Respostas aos Quesitos

Em seqüência: do Juiz, Autor e por final do Réu, e por fim deve haver Consideração

Final ou Conclusão.

São requisitos de um laudo:

a) Identificação completa do caso (Processo, lugar, data, partes envolvidas etc)

b) Identificação do perito;

c) Identificação da autoridade a que se destina;

d) Qual a metodologia adotada;

e) Identificação de quesito por quesito ou do caso sobre o qual se opina;

f) Resposta a cada um dos quesitos;

g) Conclusões precisas sobre os quesitos;

h) Anexos que comprovem os casos que merecem anáalises;

i) Data e assinatura do perito.

1.6.4 Parecer do Assistente Técnico

O perito contábil na função de assistente técnico pode oferecer Parecer contábil,

através de laudo, manifestando sua opinião técnica, critica ou concordante sobre o laudo

oferecido pelo perito judicial. O parecer do assistente técnico é formalizado com:

considerações preliminares, resumo do laudo oficial; comentários técnicos ao laudo

contábil; parecer pericial contábil; encerramento; anexos e documentos.

1.6.5 Estética e Forma do Laudo ou Parecer

Tamanho do papel A-4; estilo da letra: Arial; tamanho da letra:12; destacar com

negrito e itálico; espaçamento 1½; margens: superior e esquerda 3, inferior e direita 2½.

1.6.6 Sistemática

Antes de entregar os trabalhos é necessário que faça uma leitura minuciosa de todo o

seu conteúdo, verificando se esclarecimentos estão precisos, claros e objetivos para dirimir as

duvidas manifestadas pelo magistrado e pelas partes.

Page 37: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.7 PROCEDIMENTOS PROCESSUAIS

O perito recebe notificação do juízo competente para apresentar proposta dos

honorários periciais. O perito analisa os autos, quanto à especialidade dos trabalhos, dos

impedimentos e suspeição, apresenta a proposta para a execução dos trabalhos, inclusive

indicando o prazo necessário para a sua realização, bem como da previsão de horas a serem

trabalhadas, da metodologia (planilha eletrônica, etc.), diligências, tipos de gastos para a

realização da mesma, forma de pagamento, e outras informações pertinentes.

1.7.1 Técnica do Trabalho Pericial Judicial

O trabalho pericial inicia-se quando da intimação expedida pelo juiz, instrumento jurídico

que dá ciência ao contador sobre os trabalhos. Da competente intimação consta o prazo

para a entrega do laudo pericial.

Para o desenvolvimento dos trabalhos, o perito contador deve proceder da seguinte

forma:

a) Deslocar-se até secretaria do Cartório da Vara Judicial onde se encontram os autos;

b) Quando notificado, dará ciência ao processo “carga ao perito”, retirando os autos;

c) O perito assume o compromisso de desenvolver os trabalhos (justiça trabalhista);

d) O perito pode retornar à vara para solicitar dilatação de prazo ou orientação do

magistrado;

e) No seu local de trabalho (escritório) o perito realiza verificação e leitura minuciosa

dos documentos constitutivos dos autos (petição inicial, impugnação, contestação,

etc. documentos probatórios) objeto da lide, identificando e analisando as questões

de ordem técnica objeto da especialidade contábil;

f) Verifica o tipo de perícia (reconhecimento de direito, liquidação de sentença, etc.);

g) Organiza e planeja os trabalhos inerentes à perícia judicial em questão;

h) Iniciam-se as diligências nos locais pertinentes, coletando os documentos e

informações necessárias, para responder aos respectivos quesitos;

i) Concluído o trabalho, elabora o laudo pericial;

j) Revisar minuciosamente os trabalhos antes da entrega ou deposito na secretaria da

vara;

k) O perito devolve o processo juntamente com o “laudo pericial”, mediante

protocolo;

Page 38: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Aspectos

Ao aceitar o trabalho, o perito se compromete a produzir as provas relativas ao

objeto da lide, constante dos quesitos deferidos pelo magistrado e consubstanciados no

laudo pericial.

O perito pautará em atitude ética do profissional no desenvolvimento dos trabalhos com

imparcialidade para demonstrar e comprovar os fatos, não declinando da verdade.

O perito merece fé publica quando no exercício do cargo.

Planejamento

O perito deverá planejar as ações de acordo com os procedimentos e especificidade de

cada lide, norteando nos autos e respectivos quesitos, observando o seguinte:

a) Na petição inicial da proponente da ação (autora, reclamante, requerente),

verificar os fatos elencados, pretendidos e documentados, constante da petição

submetida ao juiz.

b) Na contestação do requerido ou reclamado, verificar ou não à existência da

comprovação dos fatos sobre o ônus da prova;

c) Identificar à época dos fatos, verificando a possibilidade dos documentos que

devam ser exibidos e os meios disponíveis na coleta das provas e respostas aos

quesitos (livros contábeis e fiscais, controles auxiliares); verificar os

documentos prescritos por lei;

d) Verificar quais os documentos já existentes nos autos, juntados pelas partes;

e) Leitura minuciosa dos quesitos, ordenarem os procedimentos técnicos a serem

seguidos para obter os elementos que permitam formalizar o laudo pericial;

f) Verificar da necessidade de esclarecimentos e consultas sobre alguns quesitos.

g) Verificar os quesitos impertinentes.

Apresentação do Laudo e Cálculos Periciais

Na prática pericial, os procedimentos técnicos de acordo com o tipo de serviço

pericial desenvolvido, observando o seguinte:

1.7.2 Justiça trabalhista:

Existem em geral dois tipos mais freqüentes: laudo de instrução e liquidação de

cálculo ou sentença, ambos tem metodologia diferente, onde: No laudo de instrução da

emissão da sentença, adotam-se os seguintes procedimentos:

Page 39: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1º - apresentação da entrega do laudo á secretaria, contendo informações dos

números de páginas do relatório, de anexos, documentos, após término do trabalho é que

apresenta os honorários e condições para esclarecimentos sobre a matéria periciada;

2º - o relatório do laudo com: consideração inicial, a metodologia e análise contábil,

respostas dos quesitos ou esclarecimentos solicitados e por fim a conclusão colocada na

consideração final;

No laudo de cálculo, que tem como parâmetro a sentença e comandos para a

apresentação do trabalho: segue os mesmo procedimentos do item 1º, o relatório do laudo

contém informações objetivas sobre a metodologia aplicada, justificativa dos honorários

cobrados e apresentação dos cálculos que tem como fato gerado a sentença.

1.7.3 Siglas

CC – Código Civil;

CF – Constituição Federal;

CPC – Código de Processo Civil;

CFC – Conselho Federal de

Contabilidade;

CFE – Conselho Federal de Educação;

DNA ou ADN – Acido

Desoxirridonucleico;

NBC – Normas Brasileiras de

Contabilidade;

T – Técnicas;

CpC – Comitê de Pronunciamentos

Contábeis.

1.7.4 Abreviaturas

a. (assinado a); fls. (folhas);

a.a. (assinados as); id. Idem (o mesmo);

A (autor a); i.e. id est (isto é);

AA (autores as); N.da R. (nota da redação);

a.C. (antes de Cristo); N.do A. (nota do autor);

AC (Acórdão); N.do E. (nota do editor);

Ap. (apelação); N.do T. (nota do tradutor);

bel. (bacharel); op.cit. – opus citatum (obra citada);

Cap. (capitulo); p. ou pág. (pagina);

c/c (conta corrente); p/p (por procuração);

c.c (combinado com); P.S. – post scriptum (pós-escrito);

Cc (centímetro cúbico); s.m.j. (salvo melhor juízo);

Cfe. (conforme); V (volt s);

Cfr. Ou cf. (confira); V. (você);

Dec. (Decreto); v.g. – verbi gratia; (por exemplo);

DL (Decreto-Lei); vs. – versus (contra);

E.D. (espera deferimento); x – versus (adversário);

fl. (folha);

Page 40: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.7.5 Terminologias

AB INITIO (desde o começo); DOLO (dolo; vontade livre e

consciente na prática do fato

criminoso);

ACÓRDÃO (decisão proferida em

grau de recurso);

ERROR IN PROCEDENDO (erro no

procedimento);

ACORDAR (entrar em acordo); EVICÇÃO (perda que sofre o

adquirente, por decisão judicial, para o

verdadeiro dono);

AD ARGUMENTANDUM TANTUM

(para argumentar);

EXEGETA – exegeta, exegese

(interpreta);

AD CAUTELAM (por simples

cautela);

EXEMPLI GRATIA (por exemplo);

AD HOC (para este caso); EX OFFICIO (em razão do ofício);

AD LIBITUM (livremente); EXTRA PETITA (fora do pedido);

AD LITEM (limitada à lide); FIANÇA (benefício para responder o

processo em liberdade);

AD NUTUM (unilateral); FORO – fórum (jurisdição, alçada,

competência, juízo);

AD VALOREM (conforme o valor); FORTUITO - fortuitus (casualmente);

ALHEAÇÃO (alienação); HABEAS-CORPUS - habeas corpus

(tenhas o corpo);

ÁLIBI – álibi (noutro lugar); HABEAS DATA (tenha os dados);

ALICANTINA (astúcia, trapaça); HONORIS CAUSA (para a honra);

ALIENI JÚRIS (incapaz); IBIDEM (no mesmo lugar);

POSTERIORI (posteriormente); IDEM (o mesmo);

A PRIORI (antes); IMPETRAR (requerer);

APUD ACTA (nos autos); INCISO – incisus (abrir, cindir, cortar,

I, II ...);

AUTOS (processo); IN EXTENSO (na integra);

A ROGO (a pedido); IN FINE (no fim);

BENS PARAFERNAIS (da esposa,

sob administração do esposo, não

podendo ser alienados);

IN LOCO (no local);

BIS EADEM RE NON SIT ACTIO

(não podem existir duas ações sobre

uma mesma coisa);

INTIMAÇÃO (ordem expedida por

autoridade publica);

CAPUT (cabeça); INTER VIVOS (entre vivos);

CAUSA MORTIS (causa da morte); IN VERBIS (transcrever da mesma

forma);

CITRA PETITA (aquém do pedido); IN TOTUM (totalmente);

CONDITIO SINE QUA NON

(condição sem a qual não);

IPSIS LITTERIS (com a mesma letra);

CULPA (não tem intenção de praticar

o ato);

JUS (direito);

CURRICULUM VITAE (carreira da

vida);

JUS EUNDI (direito de ir e vir);

Page 41: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

DATA VENIA (devida vênia, licença

ou permissão);

LATO SENSU (sentido amplo);

DE CUJUS (de cuja sucessão –

inventariado);

LAUDO - louvar (basear, apoiar,

adotar);

DATIO IN SOLUTUM (dação em

pagamento);

MANDADO (mandar, ordem,

mandamento, determinação judicial);

DE MERITIS (no mérito); MANDATO - mandatum (ato de dar as

mãos, compromisso com fidelidade);

DESPACHO (decisão proferida) ; MERITÍSSIMO MM - meritus

(merecedor, justo);

DILIGENCIAR (empregar meios para

realizar determinada missão);

MUI (muito);

NEC PLUS ULTRA (nada mais além);

NONADA (ninharia); SIC (transcrição fiel) “....”(sic);

ORDINATÓRIO – ordinário (contém

ordem);

SINE DIE (sem data fixa);

OUTORGA UXÓRIA (consentimento

da mulher para o marido);

SINE QUA (sem a qual);

PARÁGRAFO - § - parágraphos

(seção de um texto 1°,);

STATUS QUO (estado em que se

encontrava);

PARACER (manifestação de órgão

técnico ou de especialista, com caráter

opinativo);

STRICTO SENSU (sentido estrito);

PARI PASSU (passo a passo); SUB JUDICE (em juízo);

PORTARIA (ato ordinário interno, que

disciplina as funções dos servidores);

SUI GENERIS (sem igual);

PRECATÓRIA – CARTA (ato pelo

qual o juiz solicita a outro,

providencias ou diligencias);

SURSIS (suspensão condicional da

pena);

PRIMA FACIE (primeira vista); TRANSLADAR (cópia ou

reprodução);

PRO FORMA (por formalidade); ULTRA PETITA (além do pedido);

PRO RATA (em proporção); USQUE (até – Fls.22 até 54);

QUANTUM SATIS (quanto basta); UT INFRA (como abaixo –

transcrição);

RECURSO (pedido formulado para

reexaminar uma decisão);

UT RETRO (como atrás);

REINTEGRAÇÃO (reintegra-se na

posse);

UT SUPRA (como acima);

RELATÓRIO – relatum (referir,

verificar);

VOCATIO LEGIS (vacância da lei);

RES JUDICATA (coisa julgada); VEREDICTO (verdadeiramente dito);

Page 42: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.8 DO PERITO

A origem do termo perito vem do latim peritu significa aquele que entende,

conhece profundamente, que sabe pôr experiência; em inglês derivou para expert e em

francês para expertise.

O perito é o profissional que deve possuir conhecimentos técnicos aprimoramento,

especializado e aperfeiçoado em sua área de atuação. Pôr isso, mesmo é também

“louvado”. O termo “louvado” é um termo da linguagem jurídico, entende-se o homem

hábil, que por suas qualidade ou conhecimentos, está em condições de esclarecer a situação

do fato ou do assunto que se pretende aclarar ou pôr em evidência, para uma solução justa

e verdadeira de contenda.

O perito como pessoa, deve ser íntegro e possuir virtudes como: honestidade,

personalidade, imparcialidade, equilíbrio emocional, independência e autonomia funcional,

e principalmente, obediência irrestrita e incondicional aos princípios da ética e da moral.

Segundo Ornelas (2.000), na definição do perfil profissional do perito, deve possuir

duas qualidades:

1º - deve possuir cultura geral e contábil profundas que lhe permitam colaborar

com o magistrado na verificação ou apreciação dos fatos contábeis objeto da lide

de modo a supri-lo daqueles conhecimentos técnicos ou científicos que este não

possui;

2º - ser profissional habilitado, ou seja, deve ter capacidade legal para o exercício

da função pericial contábil advinda de seu título universitário de bacharel em

Ciências Contábeis, ou equiparado, devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

Além destas qualidades, Ornelas (2000) complementa afirmando:

Conhecimentos gerais e profundos da ciência contábil, teórica ou aplicada em

suas várias manifestações organizacionais públicas e privada, além de outras

áreas correlatas, como, pôr exemplo, matemática financeira, estatísticas, assuntos

tributários, técnicas e práticas de negócios, bem como domínio do direito

processual civil, em especial quanto aos usos e costumes relativos à perícia, e da

legislação correlata., são essenciais ao desempenho competente da função

pericial aliados, com qualidades de espírito que o fazem perspicaz, crítico, hábil

e circunspeto.

O perito tem contato direto com o magistrado e os assistentes técnicos que

representa as respectivas partes na demanda.

Page 43: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

1.8.1 Perfil profissional

Parece-nos importante discorrer as características que devem compor o perfil do

profissional da perícia, as quais propiciarão a manifestação consciente do perito na

controvérsia, de forma equilibrada e responsável.

A primeira relaciona-se com a necessidade de possuir profundo conhecimento

contábil e geral a fim de colaborar com o julgador na apreciação dos fatos atinentes ao

objeto de lide que se relacionam com a contabilidade, de modo a supri-lo daqueles

conhecimentos técnicos e científicos que este não possui. A segunda qualidade é a de ser

profissional habilitado, ou seja, deve possuir capacidade legal para o exercício da função

contábil, a qual, como sabemos, decorre de sua formação superior em Ciências Contábeis,

com o devido registro no CRC.

D’Auria (1962), assim define a habilitação do perito contábil:

Resumem-se no perito a competência técnica da sua especialidade, a experiência da

função e as qualidades morais, formando um conjunto de requisitos que lhe dão a

reputação necessária para ser preferido pelas partes interessadas e pelas autoridades

judiciais.

É essencial ao perito contábil para desempenhar com competência suas atividades,

conhecimentos gerais e profundos da ciência contábil, além de outras áreas correlatas,

como, por exemplo, estatística, matemática financeiro, direito tributário, assim como um

domínio da processualística do direito civil, em especial no tocante aos usos e costumes

relativos à perícia.

Frente a dinâmica do trabalho pericial, que tem como pilares a postura e a prática

investigativa, verifica-se que outras qualidades pessoais são necessárias ao perito contábil

para que obtenhamos o perfil do profissional.

A postura crítica é indispensável e deve ser observada pelo perito, não no sentido

popular, mas sim no aspecto relacionado com o desenvolvimento desta atitude quanto ao

rigor e legitimidade do assunto sob apreciação, visando possibilitar afirmações ou

negações decisivas.

Define-se assim, o espírito crítico com uma atitude íntima desenvolvida pelo perito

contábil de modo a lhe permitir chegar à verdade dos fatos contábil sobre o qual lhe é

solicitado, por terceiros interessados, sua apreciação ou opinião técnica.

Por fim, dois requisitos são fundamentais ao perito contábil: formação moral

elevada e imparcialidade.

Page 44: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

A formação moral elevada retrata uma postura pessoal de integridade, de

honestidade, oriunda da própria função de auxiliar da justiça que o perito contábil exerce,

bem como da observância do código de ética profissional.

A imparcialidade é necessária no desenvolvimento do trabalho pericial, pois o

perito deve apresentar a perícia sem ser tendencioso para qualquer uma das partes

envolvidas no processo judicial, sendo que esta ocorre no momento em que se exerce a

função pericial de forma independente, conforme definido pelas Normas Profissionais de

Perito Contábil (NBC-P-2).

A pertinência primordial do perito contábil é esclarecer e contribuir com a decisão

do magistrado. A orientação fornecida pelo perito deve suprir ao questionamento elaborado

pelas partes, frente o dever de demonstrar os fatos detectados, pois o juiz espera a

orientação pericial para proferir a sentença.

Caso o perito constate fatos não indagados que contribuíram para o desfecho do

caso a serviço da justiça de seu trabalho, ele deve relatar o inquirido, sendo que as partes

podem por omissão ou desconhecimento, formular quesitos que prejudiquem o julgamento.

Cabe ao perito opinar sobre a matéria da lide para definir critérios da sentença dentro dos

princípios éticos da função pericial.

1.8.2 Responsabilidade do perito

Independentemente de atender aos requisitos formais relativos ao exercício da

atividade pericial, o profissional também deve atentar a outras responsabilidades que

possui. Estas podem influenciar e até mesmo repercutir na realização e no acatamento do

seu trabalho. Assim, passamos a destacar as que pensamos ser mais relevantes.

1.8.3 Responsabilidade Social

O exercício da cidadania está ligado diretamente com a questão da responsabilidade

social, em virtude de a esta corresponder direitos e deveres.

Desnecessário traçar um paralelo entre a cidadania e o seu exercício, pois o que nos

interessa, sem dúvida, são as questões que se relacionam com a perícia.

A perícia é um exercício pleno de cidadania, face ao dispor e ordenar os direitos de

outras pessoas, ter o dever de fazê-lo com total isenção de ânimo. O perito deve

abandonar-se de todos os preconceitos para oferecer aos cidadãos que se submetem ao

Estado - Juiz ou a qualquer outra instância decisória, um serviço tecnicamente perfeito e

moralmente isento e justo.

Page 45: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

A medida que a perícia é uma instituição de justiça, age sobre os direitos de pessoas

e da coletividade, tendo, necessariamente, o dever de servir bem. As responsabilidades da

atividade pericial são oriundas da fé pública que envolve o perito, conforme concluiu o

mestre D’Auria (1962), em seus ensinamentos já referidos em outras oportunidades.

1.8.4 Responsabilidade Moral

A questão da responsabilidade moral está relacionada com as virtudes das atitudes

pessoais do profissional que exerce o trabalho. A responsabilidade que recai sobre o perito

contábil é, principalmente, aquela em que este se impõe, como suporte para uma atividade

eficaz.

Necessário assim que o perito, a fim de atender suas responsabilidades, busque

sempre educar-se continuamente, pois a educação continuada, nada mais é que o estudo

permanente de sua especialidade, originando, desta forma, um preparo consciente e

permanente para atuar.

A responsabilidade moral do perito contábil é com a verdade, a qual não nos parece

ser fácil buscar e demonstrar em um processo. Oportuno lembrar que o exercício da função

de auxiliar da justiça, frente ao poder que o judiciário lhe confere, também é considerada

uma das bases da sociedade, pois garante paz e progresso social.

1.8.5 Responsabilidade Civil e Criminal

O perito contábil, em face da própria natureza da função que exerce, responde

plenamente pelas afirmações que lavrar no laudo, portanto necessário arrolar os deveres,

direitos e penalidades previstas nas legislações profissional, civil e criminal.

1.8.6 Condições legais na atuação do perito contábil

O requisito jurídico e formal essencial ao perito é que tenha concluído o curso de

“ciências contábeis” e esteja devidamente inscrito no Conselho de Contabilidade, os

profissionais com curso médio não pode atuar como “perito”, é necessário o curso superior

e na nova norma do perito é exigido uma educação continuada (pós graduação ou

especialização na área contábil).

Quanto à condição legal estabelecida pelo Conselho Federal e Regional de

Contabilidade, tem-se observados em muitas nomeações de Peritos a atuação de

economistas, matemáticos e administradores em perícias essencialmente de natureza

contábil, ou seja, qualquer perícia que envolve conhecimentos e análise em livros contábeis

(diários, livro caixa, razão, lalur e outros), pois estas perícias poderão serem anuladas, já

Page 46: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

que o artigo 62, inciso V, do decreto – Lei 7.661/1945 e o decreto –lei 9.295 de 27/05/46,

atribuem esta função exclusivamente ao contador.

O artigo 145 do CPC, “quando a prova do fato depender de conhecimento técnico

ou científico, o juiz será assistido por perito”, e no § 1º do artigo 421: “incumbe às partes

indicar assistentes técnicos, observa-se”:

a) Ser o perito, pessoa de conhecimento específico cujos serviços estão à disposição

do judiciário, ora diretamente ligado ao juiz ora diretamente ligado às parte:

b) Ser denominado perito o profissional, nomeado pelo juiz, cujos conhecimentos se

fazem necessários para esclarecimento de matéria técnica ligada aos fatos alegado

no litígio;

c) Ser denominado assistente técnico o profissional indicado pelas partes e cujos

conhecimentos irão auxiliá-las na garantia dos direitos sobre os fatos alegados.

A escolha do perito, segundo as normas em vigor, é atribuição exclusiva do juiz, mas a

lei não determina com especificidade como e quem deve ser o perito, embora apresente

alguns requisitos que servem de base para sua escolha, conforme exposto no artigo 14 do

CPC.§ 1º

Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente

inscrito no órgão de classe competente, respeitado o disposto no capítulo VI, seção

VII, deste Código. § 2º - Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre

que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem

inscritos. § 3º - nas localidades onde não houver profissionais qualificados que

preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de

livre escolha do juiz.

Quanto este fato Monteiro (1.985) comenta:

Uma das grandes diferenças que leva ao tratamento desigual reside no fato de o

perito judicial ser “auxiliar da justiça”, prestando um “munus público” e estando

equipado, para efeitos penais, ao funcionário público. Já o assistente técnico é pago

pela parte que o indicou e para ela trabalha, podendo , assim , dar uma maior

elasticidade à sua crítica técnica, diferentemente do perito judicial, que deve

permanecer imparcial entre o autor e o réu, respondendo, fundamentalmente, às

questões, mas sem lhes dar a “elasticidade” permitidas ao assistente técnico.

Mesmo não tendo nenhuma norma ou legislação que regulem o comportamento do

perito assistente, o mesmo deve agir dentro dos limites da técnica contábil. Sobre este fato

Camargo (1999), esclarece:

O fato de ter sido contratado pôr uma das partes interessada não o obriga a violentar

a pureza da técnica, faltar com a verdade e agir como se fosse advogado da parte

contratante. São: o perito – contador e o perito – contador assistentes peritos. As

atribuições diferem: o perito - contador elabora o laudo, enquanto que o perito -

contador assistente emite parecer sobre esse laudo. Mas, para que essa tarefa seja

realizada, há, necessariamente, de trilhar o mesmo caminho: a perícia.

Page 47: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

O artigo 22 do CPC In Verbis: “Os assistentes técnicos são de confiança da parte,

não sujeitos o impedimento ou suspeição”.

Portanto, mesmo que o assistente não seja um contador não tenha habilidade

necessária o mesmo poderá assumir o papel, pois o mesmo não precisa dos conhecimentos

técnicos suficientes para a lide.

1.8.7 Direitos e deveres funcionais do perito contábil

Aos deveres correspondem determinados direitos exercidos pelos peritos.

Vejamos o que ensina Amaral Santos:

Ao dever de aceitar o encargo, ampara-os o direito de isentar-se de uma obrigação,

dada a ocorrência de razões que tornariam o encargo extremamente gravoso; ao

dever de respeitar os prazos e de comparecer à audiência, surge-lhes o direito de

pedir prorrogação, verificada a existência de motivos relevantes de corresponder ao

princípio de moralidade, arma-os a lei de poderes, que equivalem a legítimos direitos

de investigar; ao dever de servir se emparelham o direito à indenização das despesas

e o de perceber honorários por seus serviços.

A perícia exige um trabalho personal, onde é exigido o domínio da matéria a ser

periciada, cautela e dedicação, sendo o que afirma o professor Vaz (1992):

A perícia é uma especialização que requer um universo diversificado de

conhecimentos, não bastando, apenas, a contabilidade acadêmica, porque, na perícia,

o perito precisa enxergar onde não há luz, ler o que não está escrito e encontrar o que

parece não existir.

A responsabilidade de exercer a função de “perito“ é muito grande e merece uma

meditação antes de aceitá-la. Para alguns, parece fácil exercer o papel de perito, mas não é,

principalmente quando houver contestação do laudo escrito pelo perito, onde devem

demonstrar as suas habilidades, experiências e todos os seus conhecimentos sobre o

assunto, não deixando sobrepujar pelo assistente técnico, sob pena de ficar desacreditado.

Diante de tanta responsabilidade exigida e que deve ser cumprida no desempenho

da função, sobressaem os seus deveres e também os seus direitos, que legalmente são

estabelecidos através de normas profissionais do Conselho Federal de Contabilidade,

Código Civil e o Código do Processo Civil. Vide abaixo alguns direitos e deveres exigidos

do PERITO CONTÁBIL:

Deveres Do Perito

a) Dever de aceitar o encargo, do qual não pode escusar-se, ressalvado motivo

legítimo (CPC art. 146). Devendo considerar-se, que a ninguém é dado eximir-se

de colaborar para que verdade venha aos autos, CPC art. 339;

Page 48: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

b) Dever de cumprir o ofício (CPC art, 146);

c) Dever de comprovar sua habilitação (CPC art, 145);

d) Dever de respeitar os prazos (CPC art. 146);

e) Dever de lealdade (CPC art. 147);

f) Dever de cumprir escrupulosamente o encargo (CPC art. 422);

g) Dever de prestar esclarecimentos (CPC art. 435);

h) Dever profissional de recusar a indicação, quando não se achar capacitado para

bem desempenhar o encargo (CPC - artigo 5º item I);

i) Dever profissional de evitar interpretações tendenciosas, mantendo absoluta

independência moral e técnica (idem, item II);

j) Dever profissional de abster - se de dar sua convicção pessoal sobre direitos da

partes, mantendo seu laudo no âmbito técnico (idem, item III);

k) Dever profissional de apreciar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo

pericial que lhe for submetido (idem, item IV);

l) Dever profissional de abster de dar parecer ou emite opinião sem estar

suficientemente informado e documentado (idem, item VI);

m) Dever de cumprir e fazer cumprir as normas técnicas e profissionais de perícia

contábil (CFC Resoluções 731 e 733 de 22/10/92)

Direitos Do Perito

a) Direito de escusar-se do encargo pôr motivo legítimo (CPC art. 146);

b) Direito a prorrogação de prazo para realizar o trabalho (CPC, art. 432);

c) Direito à pesquisa de fontes documentais e testemunhais (CPC, art. 429);

d) Direitos a honorários (CPC art. 33);

Honorários – título executivo extrajudicial

CPC Art. 585 – São títulos executivos extrajudiciais:

V – o crédito de serventuário da justiça, do perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as

custas, emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;

Responsabilidade Criminal do Perito

O perito pode ser responsabilizado pela inveracidade de seu laudo, se comprovado

dolo ou má fé, quer em juízo, quer perante os conselhos de contabilidade, lhe ocasionado:

Page 49: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

a) Indenização à parte prejudicada;

b) Inabilitação por dois anos para o exercício de nova perícia;

c) Sanção penal por crime.

Estas penas são estabelecidas pelo Código do Processo Civil artigo 147 e quanto ao

escrúpulo exigido o artigo 1° da lei n° 8.455/92 que modifica o artigo 422 do referido

código.

Além dessas sanções, estarão sujeitas as estabelecidas pelo Código de Ética

Profissional dos Conselhos de Contabilidade.

Para que nenhum problema ocorra, as tarefas do perito devem ser executadas com

lisura, sinceridade, competência e muito bem argumentada. Pois o mesmo poder que ele

tem de influir na vida de terceiros, terceiros tem de influir de forma gravosa na vida dele,

então para isso não ocorrer deverá desempenhar seu trabalho com eficiência e eficácia.

Um exemplo para que seu trabalho não seja contestado, é na duvida não fazer, ou seja,

é preferível omitir uma opinião sobre fatos que não se chegou a um convencimento pleno

do que lançar qualquer resposta só para satisfazer aos quesitos que foram formulados.

O perito deve ser cauteloso em seu trabalho, não deve precipitar-se, então se o prazo

que lhe fixam para realizar um trabalho não for suficiente, deve sugerir a hipótese de

prorrogação ou recusar a tarefa.

Penalidades Civis e Criminais

a) Multa pelo prejuízo causado na ação, se deixar de cumprir o encargo que lhe foi

assinalado – CPC ART. 424;

b) Indenização pelos prejuízos que causar à parte, se, por dolo ou culpa, prestar

informações inverídicas – CPC ART. 147;

c) Inabilitado por dois anos para atuar em outras perícias judiciais ou fora da justiça,

art. 147;

d) Reclusão de um à três anos, e multa, se fizer afirmação falsa, ou negar, ou calar a

verdade, tanto em processo judicial ou administrativo, ou em juízo arbitral, por

falsa perícial – CÓD. PENAL ART. 342;

e) Detenção de três meses à dois anos, e multa se inovar artificialmente a pendência

de processo civil ou administrar o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com fim

de induzir o erro o Juiz, por fraude processual –CÓD. PENAL. ART. 347.

Page 50: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Nomeação do Perito e Procedimentos para Início dos Trabalhos

Nomeado o Perito, quer a pedido das partes, quer de ofício, pelo próprio juiz, é

concedido o prazo de cinco dias para as partes apresentarem quesitos e assistentes

técnicos, na forma do parágrafo 1º do art.421 do Código de Processo Civil, que assim

dispõe:

“Art. 421 – O Juiz nomeará o Perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do

laudo.

Parágr.1º - Incumbe às partes, dentro de cinco (5) dias, contados da intimação do

despacho de nomeação do Perito:

I – indicar o assistente técnico;

II – apresentar quesitos.

Parágr.2º - Quando a natureza do fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas

na inquirição pelo Juiz do Perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e

julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.”

Após a apresentação dos quesitos e indicação dos assistentes técnicos, o Perito

dirige-se ao cartório da vara correspondente a faz dos autos (retira o processo).

Indicação e Requisição dos Honorários Periciais

Aceitando a perícia, o Perito encaminhará a proposta de honorários periciais e

solicitará o depósito prévio, para início dos trabalhos.

A proposta deve ser fundamentada, indicando o número de horas para execução de

todas as tarefas planejadas para o trabalho, a fim de convencer as partes de sua pertinência

e evitar impugnações.

Pode ser incluído ainda serviço de terceiros, como profissionais de outras áreas que

atuarão no processo, oferecendo laudos e pareceres.

Esta apuração de horas é relativa e varia de acordo com a natureza da perícia –

havendo perícias simples e outras altamente complexas para os quais, para elucidar o

objeto litigioso, se necessita de um maior número de horas, que variam por tarefa de

acordo com a necessidade de investigação e pesquisa em cada tarefa.

O total de honorários é determinado pelas horas, estimadas e indicadas,

multiplicadas pelo valor atribuído à hora pericial.

O valor da hora de trabalho pericial é definido normalmente pelas associações de

peritos, que atualmente se encontram organizadas na maioria dos Estados da Federação.

Page 51: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Segundo a “NBC P2 – Normas Profissionais do Perito”, o Perito – Contador e o

Perito – Contador Assistente devem estabelecer seus honorários mediante a avaliação dos

serviços, considerando os seguintes aspectos:

Honorários

O Perito – Contador e o Perito – Contador Assistente devem estabelecer previamente

seus honorários, mediante avaliação dos serviços, considerando-se entre outros os

seguintes fatores:

a) A relevância, o vulto, o risco e a complexidade dos serviços a executar;

b) As horas estimadas para realização de cada fase do trabalho;

c) A qualificação do pessoal técnico que irá participar da execução dos serviços;

d) O prazo fixado, quando indicado ou escolhido, e o prazo médio habitual de

liquidação, se nomeado pelo Juiz.

e) A forma de reajuste e de parcelamento, se houver;

f) Os laudos inter-profissionais e outros inerentes aos trabalhos; e

g) No caso do Perito – Contador Assistente, o assistente, o resultado que, para o

contratante, advirá com o serviço prestado, se houver.

Renúncia ao Trabalho Pericial

Reconhecendo estar impedido, quer por imposição legal, como suspeição, ou

pessoal ou profissional, quer falta de conhecimento específico da área, deve o Perito

encaminhar por escrito seu pedido de dispensa de encargo.

Deve ser ressalvado que o Perito tem o prazo de cinco dias para manifestar-se no

processo aceitando, com o encaminhamento da proposta de honorários, ou renunciando nos

termos do art. 146, parágrafo único do Código de Processo Civil.

A suspeição ou impedimento pode ser seguido por uma das partes ( parágrafo 1º do

art. 138 do Código de Processo Civil).

Assistente Técnico ou Perito Contador Assistente

No prazo de cinco dias da intimação da nomeação do Perito, as partes indicarão os

assistentes técnicos – conforme estabelece o artigo 421, parágrafo 1º, inciso I, do Código

de Processo Civil.

Page 52: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Art.421 – O Juiz nomeará o Perito, fixando imediatamente o prazo para entrega do

laudo.

Parágrafo 1º - incumbe às partes, dentro de cinco (5) dias, contados da intimação do

despacho de nomeação do Perito.

I – indicar o assistente técnico;

II – apresentar quesitos.

Parágrafo 2º - Quando a natureza de fato o permitir, a perícia poderá consistir apenas na

inquirição pelo Juiz do perito e dos assistentes, por ocasião da audiência de instrução e

julgamento a respeito das coisas que houverem informalmente examinado ou avaliado.

O assistente técnico não está sujeito à suspeição de que trata o artigo 423 do Código

de Processo Civil, uma vez que, sendo nomeado, é de confiança da parte que o indicou.

Em relação a habilitação, deve ter o assistente técnico ou Perito – Contador

assistente a mesma formação do Perito do Juiz, ou seja, deve ser bacharel em Ciências

Contábeis e estar regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

Relacionamento - Perito – Contador e Perito Contador Assistente

Recebidos e estudados os autos, pode o Perito – Contador notificar os Peritos –

Contadores Assistentes, colocando os autos à disposição dos mesmos, comunicando, ainda,

das diligências, reuniões e dos procedimentos, outros fatos e providências como a

documentação solicitada e examinada, etc.

Habilidades que são Necessárias aos Peritos

O profissional na lide pericial necessita além das qualidades éticas, pessoais e

humanísticas, competência de exigência legal, reciclagem técnica, pesquisas, cursos

técnicos renovadores constantes, pois, deve saber muito da sua área e um pouco das outras.

Necessitam desenvolver outras habilidades colocadas em questões neste artigo, pois muitos

contadores só trabalham com a parte técnica e científica, esquecendo de outras partes como

a humanística, e por isso, chamo atenção das Instituições de Ensino, para valorização do

homem em um todo, começando pela valorização das habilidades relevantes que devem ser

trabalhadas. Sobre estas passaremos a expor as qualidades e habilidades citadas por

Fernando de Jesus, Nicolau Schwez e por esta autora.

Page 53: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

Perito Assistente

O perito - contador assistente, assinar em conjunto com o perito - contador o laudo

pericial contábil elaborado por este último e, também, apresentar, em separado, parecer

pericial contábil, destacando e/ou desenvolvendo, de forma técnica, algum ponto relevante

do trabalho, desde que não haja contrariedade com o contido no laudo pericial contábil.

Page 54: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

CONCLUSÃO

A Perícia, cada vez mais essencial, como meio de provas para a solução de litígios na

Justiça.

O Judiciário recorre ao perito contábil quando o juiz necessita de um laudo profissional

especializado ou para atender ao pedido de uma das partes envolvidas no processo. Muitas perícias

na área da contabilidade são hoje requeridas principalmente na parte de levantamento de perdas e

danos, avaliação de haveres na dissolução ou saída de sociedade, revisão de encargos financeiros

contra bancos e outras questões como leasing e prestação de contas.

A Lei de Falências e Recuperação Judicial fortaleceu mais ainda no mercado a importância

da perícia contábil. Isso porque a nova norma determina que o pedido de recuperação judicial -

instrumento que substituiu a concordata e é considerada a principal novidade, sendo apreciado

depois que um especialista apresentar um parecer sobre a situação contábil da companhia.

Quando a perícia é solicitada é porque não se tem condições de resolver o que está sendo

pleiteado por uma das partes com as provas existentes.

O perito é indicado pelo juiz e goza da confiança do mesmo, devendo realizar o trabalho

com qualidade técnica, mostrando ao julgador a verdade dos fatos de forma cristalina, com o

objetivo maior de fazer justiça.

Page 55: Fundamentos da Perícia Contábil II

Perícia Contábil

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