fundaÇÃo universidade federal de rondÔnia de...

90
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AMBIENTAIS CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL JONILSO SIMÃO SOUZA ESTADO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE: O DESEMPENHO DA SAÚDE NOS MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL GUAJARÁ-MIRIM/RO 2016

Upload: others

Post on 20-Jul-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE GUAJARÁ-MIRIM

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AMBIENTAIS CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

JONILSO SIMÃO SOUZA

ESTADO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE:

O DESEMPENHO DA SAÚDE NOS MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL

GUAJARÁ-MIRIM/RO 2016

Page 2: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

JONILSO SIMÃO SOUZA

ESTADO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE:

O DESEMPENHO DA SAÚDE NOS MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL

Monografia apresentada à Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Campus de Guajará-Mirim, Departamento Acadêmico de Ciências Sociais e Ambientais – DACSA, como requisito final de obtenção do título de Bacharel em Gestão Ambiental.

Orientador: Dr. Fabio Robson Casara Cavalcante

GUAJARÁ-MIRIM/RO 2016

Page 3: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista
Page 4: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

Dedico está monografia:

À DEUS; Aos meus pais “JOSÉ DOS SANTOS

SOUZA e FRANCIANE HURTADO SIMÃO”;

Aos meus irmãos “TIAGO SIMÃO SOUZA, TATIANE

SIMÃO SOUZA, e ALEXANDRE SIMÃO SOUZA;

À minha esposa MARCIANA AVILHONEDA DA SILVA,

Ao meu filho ÂNGELO GABRIEL AVILHONEDA

BARBOSA.

Page 5: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, por ter me protegido, abençoado, guiado

nos momentos de dificuldade e concedido conhecimento e sabedoria para

prosseguir na jornada acadêmica.

Aos meus pais FRANCIANE HURTADO SIMÃO E JOSÉ DOS SANTOS

SOUZA e irmãos – TIAGO SIMÃO SOUZA, TATIANE SIMÃO SOUZA E

ALEXANDRE SIMÃO SOUZA, por terem: financiados meus estudos, apesar de

todas as limitações; aconselhado a não desistir; dentre outras atividades.

A minha esposa MARCIANA AVILHONEDA DA SILVA, por estar ao meu lado

nos momentos de grande dificuldade.

Aos meus pais postiços – LUIZA E ABRÃAO.

Aos meus irmãos postiços – ALINE MOREIRA CUELAR, ALICE MOREIRA

CUELAR e, ALAN MOREIRA CUELAR.

Ao corpo docente da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR,

em especial aos membros do Departamento Acadêmico de Ciências Sociais e

Ambientais – DACSA, pela dedicação ao proceder do ensino e aprendizagem

científico-acadêmica.

Ao docente DR. FÁBIO ROBSON CASARA CAVALCANTE, pela dedicação

ao orientar-me no proceder desta monografia.

Aos meus colegas de turma pelo auxílio na aquisição do conhecimento

científico, em especial aos discentes, GISELE CHAVES FLORES, GEISE NATÁLIA

RODRIGUES DE FREITAS, JOSÉ CARLOS SANTANA e EMANUELY RODRIGUES

QUINTÃO.

Page 6: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

"Saúde é uma postura humana ativa e dialética

frente às permanentes situações conflituosas

geradas pelos antagonismos entre o homem e o

meio”.(REZENDE,1989)

Os analfabetos do século XXI não serão

aqueles que não sabem ler e escrever, mas

aqueles que não sabem aprender, desaprender

e reaprender. (ALVIN TOFFER)

Page 7: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

SOUZA, Jonilso Simão. ESTADO, SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE: O

DESEMPENHO DA SAÚDE NOS MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE E CENTRAL. Monografia (Curso de Gestão Ambiental) – Departamento Acadêmico de Ciências Sociais e Ambientais – DACSA, Guajará-Mirim: UNIR, 2016.

RESUMO

Está pesquisa procede do híbrido das ciências administrativa, ambiental e social, de modo a vislumbrar holisticamente as vivências da sociedade fronteiriça no campo das condições de saúde, tendo o estado o dever da promoção, proteção e recuperação da saúde. O motivo do desenvolvimento desta pesquisa é a atual situação político-institucional dos entes da federação ao proceder com a saúde da sociedade fronteiriça nos arcos norte e central, regiões caracterizadas pelo processo de integração/contato e separação/divisão de culturas, economias. Esta dispersa em três momentos, no primeiro executa-se o levantamento bibliográfico dos estudos conceitual e histórico, posteriormente o levantamento de dados em sites oficiais como DATASUS e IBGE, no escopo da analise estatística dos problemas enfrentados na fronteira, por fim, a formulação dos índices de desempenho da saúde. Todavia, o objetivo central é analisar o Índice de Desempenho da Condição de Saúde – IDCS no município de Guajará-Mirim/RO, comparando-o com os índices apresentados em outras regiões de fronteira no arco norte e central, visando analisar a eficiência, a eficácia e efetividade das políticas públicas de saúde do Governo Federal brasileiro. Ao fim, formulando hipóteses para auxiliar na elaboração de políticas públicas, planos de ação e/ou planos diretores pra gestão eficiente e eficaz da saúde. O IDCS demonstra que os municípios da fronteira do arco norte e central, necessitam de políticas públicas específicas de promoção, proteção e recuperação da saúde, pois apresentam baixos e intermediários desempenhos, não atendendo a demandas da sociedade fronteiriça. Palavras-chave: Saúde, Fronteira, Índice e Desempenho.

Page 8: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

SOUZA, Jonilso Simão. STATE, SOCIETY AND ENVIRONMENT: THE CASE OF MUNICIPAL HEALTH AT THE BORDER OF THE NORTH AND CENTRAL ARC. Monography (Environmental Management Course) - Academic Department of Social and Environmental Sciences - DACSA, Guajará-Mirim: UNIR, 2016.

ABSTRACT

This research comes from the hybrid of administrative, environmental and social sciences, in order to holistically visualize the experiences of the border society in the field of health conditions, the state having the duty to promote, protect and recover health. The reason for the development of this research is the current political-institutional situation of the federation's entities when proceeding with the health of the border society in the north and central arcs, regions characterized by the process of integration / contact and separation / division of cultures, economies. It is dispersed in three moments; in the first one the bibliographic survey of conceptual and historical studies is carried out, later the collection of data in official sites like DATASUS and IBGE, in the scope of the statistical analysis of the problems faced in the border, finally, the formulation of the indices of health performance. However, the central objective is to analyze the Health Condition Performance Index (IDCS) in the municipality of Guajará-Mirim / RO, comparing it with the indices presented in other border regions in the north and central arch, in order to analyze the efficiency, the effectiveness and effectiveness of public health policies of the Brazilian Federal Government. Finally, formulating hypotheses to assist in the elaboration of public policies, action plans and / or master plans for efficient and effective health management. The IDCS demonstrates that the municipalities on the northern and central border need specific public policies for the promotion, protection and recovery of health, since they have low and intermediate levels of performance, not meeting the demands of the border society.

Keywords: Health, Frontier, Index and Performance.

Page 9: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

LISTA DE SIGLAS

OMS – Organização Mundial De Saúde

OPAS – Organização pan-americana de saúde

SIOPS – Sistema de Informações Sobre Orçamentos Públicos em Saúde

DATASUS – Departamento de Informática do SUS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SUS – Sistema Único de Saúde

MS - Ministério da Saúde

SUDS – Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde

LOS – Lei Orgânica de Saúde

IDA– Índice de Desempenho Ambiental

IDSD – Índice de Desempenho Socioeconômico e Demográfico

IDFA– Índice de Desempenho Financeiro Administrativo

IDCS – Índice de Desempenho da Condição de Saúde

Page 10: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista ................................ 20

Figura 2: Todo maior que a soma das partes ...................................................... 23

Figura 4: Ciclo das políticas públicas .................................................................. 37

Figura 5: Pirâmide da informação ....................................................................... 44

Figura 6: Os estados em estudo nos arco norte e central da fronteira ................. 51

Figura 7: Municípios analisados do arco norte da fronteira brasileira ................. 53

Figura 8: Municípios analisados do arco sul da fronteira brasileira ..................... 53

Figura 9: Formulação do índice de desempenho ambiental – IDA ...................... 55

Figura 10: Formulação do IDSD.......................................................................... 62

Figura 12: Formulação do IDFA .......................................................................... 69

Figura 13: Formulação do IDCS.......................................................................... 76

Page 11: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Aspectos do desenvolvimento da teoria burocrática .................................. 21

Quadro 2: Características do homem organizacional ................................................. 24

Quadro 3: Fatos históricos de construção do estado social ........................................ 28

Quadro 4: Elementos do estado ................................................................................. 30

Quadro 5: Sociedade versus Comunidade ................................................................. 31

Quadro 6: Tipos de meio ambiente ............................................................................ 33

Quadro 7: O campo da saúde .................................................................................... 35

Quadro 8: Papel do indicador ..................................................................................... 45

Page 12: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características da burocracia de Max Weber ...................................... 22

Tabela 2: IDA dos municípios na fronteira do Acre 2000 ..................................... 56

Tabela 3: IDA dos municípios na fronteira do Acre, 2010 .................................. 56

Tabela 4: IDA dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010 59

Tabela 5: IDSD dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010 ............ 64

Tabela 6: IDSD dos municípios de fronteira do Pará , 2000 e 2010 .................... 65

Tabela 7: IDFA dos municípios na fronteira do Acre, 2000 e 2010 ...................... 70

Tabela 8: IDFA dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010 ...................... 72

Tabela 9: IDFA dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

.................................................................................................................................. 73

Tabela 10: IDCS dos municípios na fronteira do Acre, 2000 e 2010 .................... 77

Tabela 11: IDCS do município Laranjal do Jari, 2000 e 2010 .............................. 78

Tabela 12: IDCS dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010 ................... 79

Tabela 13: IDCS dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

.................................................................................................................................. 80

Page 13: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: IDA dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010 ............. 57

Gráfico 2: IDA dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010 ...................... 58

Gráfico 3: IDA dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010 .......... 60

Gráfico 4: IDA dos municípios pesquisados na fronteira de Rondônia, 2000 e

2010 .......................................................................................................................... 61

Gráfico 5: IDA geral dos arcos norte e central da fronteira ................................. 61

Gráfico 6: IDSD dos municípios na fronteira do ACRE, 2000 e 2010 ................. 63

Gráfico 7: IDSD dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

.................................................................................................................................. 65

Gráfico 8: IDSD dos municípios de fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010 ....... 66

Gráfico 9: IDSD dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010 ............ 67

Gráfico 10: IDSD geral do arco norte e central ................................................... 68

Gráfico 11: IDFA dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010 ......... 71

Gráfico 12: IDFA dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010 ...... 73

Gráfico 13: IDFA dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010 ........... 74

Gráfico 14: IDFA geral dos arcos norte e central da fronteira ............................. 75

Gráfico 15: IDCS dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010 ......... 78

Gráfico 16: IDCS dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010 ..... 80

Gráfico 17: IDCS dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010. ......... 81

Gráfico 18: IDCS geral dos arcos central e norte da fronteira ............................. 82

Page 14: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

SUMÁRIO SUMÁRIO .......................................................................................................................... 14

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 16

1.1 Situação problema ............................................................................................ 17

1.2 Objetivos ............................................................................................................. 18

1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................... 18

1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................... 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 20

2.1 Abordagem estruturalista da administração ............................................... 20

2.1.1 Teoria burocrática da administração .......................................................... 20

2.1.2 Teoria estruturalista da administração ....................................................... 22

2.2 Estado, Sociedade e Meio Ambiente ............................................................ 24

2.2.1 Estado ........................................................................................................... 24

2.2.2 Sociedade ..................................................................................................... 31

2.2.3 Meio ambiente .............................................................................................. 32

2.3 Conceito de saúde ............................................................................................ 34

2.4 Políticas públicas de saúde no Brasil .......................................................... 36

2.4.1 Políticas públicas ......................................................................................... 36

2.4.2 História das políticas públicas de saúde no Brasil.................................... 38

2.4.3 Sistema Único de Saúde – SUS ................................................................. 41

2.5 Sistema de informação: Indicadores versus Índices ................................ 44

3 METODOLOGIA........................................................................................................ 47

4 Discussões e resultados........................................................................................ 54

4.1 Índice de Desempenho Ambiental (IDA) ...................................................... 54

4.1.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL NOS MUNICIPIOS DO ARCO

NORTE ....................................................................................................................... 55

4.1.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DE

FRONTEIRA DO ARCO CENTRAL ........................................................................ 58

4.2 Índice de Desempenho Socioeconômico e Demográfico (IDSD) ............ 62

4.2.1 INDICE DE DESEMPENHO SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO

DOS MUNICIPIOS NA FRONTEIRA DO ARCO NORTE ..................................... 63

4.2.2 INDICE DE DESEMPENHO SOCIO DEMOCRAFICO DOS

MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO CENTRAL .......................................... 65

4.3 Índice de Desempenho Financeiro e Administrativo (IDFA) .................... 68

Page 15: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

4.3.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO FINANCEIRO ADMINISTRATIVO NOS

MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE............................................... 70

4.3.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO FINANCEIRO ADMINISTRATIVO NOS

MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO CENTRAL .......................................... 72

4.4 Índice de Desempenho da Condição de Saúde (IDCS) ............................. 75

4.4.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE NOS

MUNICIPIOS DO ARCO NORTE DA FRONTEIRA .............................................. 76

4.4.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE DOS

MUNICÍPIOS DO ARCO CENTRAL DA FRONTEIRA .......................................... 79

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 83

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 85

Page 16: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

16

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho nasce da preocupação em relação ao desempenho do setor de

saúde nos municípios de fronteira do Brasil, em que as dinâmicas econômicas,

sociais e ambientais parecem influenciar o desempenho desse setor da

administração pública em nível local. Assim, com base na realidade do município de

Guajará-Mirim, estado de Rondônia, que empiricamente vem sendo discutida na

sociedade a questão de atendimento à saúde da população, verifica-se, não

raramente, que este setor vem sendo criticado pelos usuários, de uma maneira

geral. Assim, com base nessa lógica, foi idealizada a presente pesquisa, inserindo,

além do município em questão, outros municípios de fronteira pertencentes ao arco

Norte e Central do país.

A questão epistemológica deste trabalho está ligada ao desempenho da

saúde nas regiões de fronteira, a partir da construção e análise dos índices

construídos pelo presente estudo com base nos indicadores oficiais do governo

federal. Portanto, o problema de pesquisa está relacionado ao desempenho do

sistema de saúde nos municípios de fronteira, de modo a analisar se as políticas de

promoção, prevenção e recuperação da saúde, nestas localidades, apresentam

desempenhos diferentes ou trata-se de uma tendência regional de padronização.

Diante do exposto, a legislação brasileira considera que a saúde é um direito

social acessível a todos os membros da sociedade, donde o seu acesso deve reger-

se pelos princípios da universalidade, equidade e integralidade (BRASIL, 1988),

portanto, considerada como um direito indivisível associado ao direito à vida.

Inicia-se o estudo pelo levantamento teórico das terminologias utilizadas nas

discussões e resultados. Todavia, a primeira terminologia analisada é a abordagem

estruturalista da administração, essa dividida em duas vertentes: teoria burocrática –

ênfase na estrutura; e, teoria estruturalista – ênfase na estrutura e nos aspectos

externos: “humano e ambiental”.

Posteriormente, faz-se uma abordagem conceitual das palavras estado,

sociedade e meio ambiente “bases ideológicas da pesquisa”. Já no próximo tópico é

efetuada uma pequena projeção histórica da palavra saúde, percorrendo o processo

evolucional de sua compreensão.

Page 17: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

17

Ao fim do referencial teórico, faz-se uma abordagem sobre o sistema de

informação, dando ênfase aos conceitos de indicador e índice, que são instrumentos

de analise da presente pesquisa.

O terceiro capítulo expõe a metodologia, na qual está dispersa em três

momentos: levantamento bibliográfico – livros, teses, dissertações e artigo; coleta

dos indicadores primários nos sites oficiais – DATASUS, IBGE; e, por fim a

formulação dos índices de desempenho da saúde – IDA, IDSD, IDAF e IDS. Os

períodos de pesquisa são 2000 e 2010. Os municípios foram selecionados a partir

da semelhança sócio demográfica da população, todavia, situados na faixa de

fronteira do arco norte e central.

Inicia-se a discussões e resultados pela avaliação do Índice de desempenho

ambiental, no escopo de analisar a eficiência, eficácia e efetividade dos serviços

ambientais sanitários.

Posteriormente é averiguado o Índice de desempenho “socioeconômico

demográfico”, no qual dispõe de informações pertencentes às características

básicas das sociedades em estudo.

Já, o terceiro índice observado corresponde ao índice de desempenho

“financeiro administrativo”, em que averigua os recursos matérias, humanos e

imateriais, utilizados no processo de recuperação da saúde individual.

Por fim o índice de desempenho da condição de saúde – IDCS, que é produto

da correlação de todos os índices anteriores, tendo o escopo promover informações

complexas sobre o processo de promoção, proteção e recuperação da saúde,

igualmente, dispondo de mecanismos holísticos e interdisciplinares de distintos

campos científicos “ambiental, social, econômico e administrativo”, dentro da inter-

relação “estado, sociedade e ambiente”.

1.1 Situação problema

O espaço territorial fronteiriço é caracterizado pela diversidade cultural,

econômica, social e ambiental.

Page 18: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

18

O sistema de saúde interfere no desenvolvimento econômico, financeiro e

político-administrativo da sociedade, logo, uma sociedade desenvolvida detém de

cidadão saudáveis.

Segundo Gadelha e Costa (2007):

Os municípios de fronteira do Brasil têm tido grande dificuldade em prover aos seus munícipes de atenção integral à saúde. A falta de recursos humanos especializados, a insuficiência de equipamentos para realização de procedimentos de média e alta complexidade, e a distância entre os municípios e os centros de referência são as principais justificativas apresentadas. Ademais, a dificuldade de planejamento de provisão dessas políticas, em função da população flutuante que utiliza o sistema e que, no caso brasileiro, não é contabilizada para os repasses financeiros do SUS, vem gerando dificuldades diversas cuja principal vítima é o cidadão fronteiriço.

O motivo do desenvolvimento desta pesquisa é a atual situação político-

institucional dos entes da federação ao proceder com a saúde da sociedade

fronteiriça, regiões caracterizadas pelo processo de integração/contato e

separação/divisão de culturas, economias e ambientes.

Destarte, os municípios situados na fronteira do arco norte e central, dentro

de um olhar do serviço público de saúde, o desempenho alcançado pelo setor,

apresenta divergências entre as mesmas ou trata-se de um padrão de desempenho

que possa ser considerado típico de áreas de fronteira?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Analisar o Índice de Desempenho da Condição de Saúde – IDCS nos

municípios do arco norte e central da fronteira, visando pesquisar a eficiência, a

eficácia e efetividade das políticas públicas de saúde do Governo Federal brasileiro.

1.2.2 Objetivos específicos

Verificar o desempenho ambiental nos municípios do arco norte e

central da fronteira;

Averiguar o desempenho socioeconômico demográfico nos municípios

da fronteira nos municípios do arco norte e central da fronteira;

Page 19: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

19

Analisar o desempenho das políticas financeiras da saúde nos

municípios do arco norte e central da fronteira.

Page 20: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Abordagem estruturalista da administração

Visualiza se na figura abaixo os desdobramentos da abordagem estruturalista

da administração, as quais são teoria burocrática e estruturalistas essas sendo

detalhadamente estudadas nos tópicos posteriores.

Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

Fonte: Chiavenato (2003)

2.1.1 Teoria burocrática da administração

As estruturas burocráticas existiam desde os primórdios, nas sociedades

egípcia, chinesa e romana (MOTTA, 2005).

A base epistemológica da teoria burocrática se encontra nos escritos

do alemão Max Weber (1864-1920) sobre a burocracia, no início do

século XX, nas sociedades capitalistas e marcou o início da linha

Abordagem estruturalista

Teoria da

burocracia

Ênfase na estrutura

Teoria

estruturalista

Ênfase na estrutura, nas pessoas e no

ambiente

Page 21: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

21

funcionalista como linha dominante dos estudos no campo da

investigação social (GONÇALVEZ, 2010)

O quadro abaixo demonstra os principais aspectos que transcorreram para o

desenvolvimento da teoria burocrática.

Quadro 1: Aspectos do desenvolvimento da teoria burocrática

A fragilidade e a parcialidade da teoria clássica e da teoria das relações humanas, ambas oponentes e contraditórias, no entanto sem possibilitarem uma abordagem global e integrada dos problemas organizacionais;

Necessidade de um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como, o comportamento dos membros dela participantes, e aplicável não somente à fabricas, mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas;

A complexidade e aumento estrutural das empresas passaram a exigir modelos organizacionais bem definidos;

O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, seu criador.

Fonte: Chiavenato (2003)

De acordo com Chiavenato (2003) para Weber a “burocracia é uma

organização eficiente por excelência, assim, explicando os mínimos detalhes de

execução para alcançar seus objetivos”.

Segundo (MOTTA, 2005 apud WEBER, 1970) “a burocracia é um sistema

que busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande

número de indivíduos, cada qual exercendo uma função especializada”. No Quadro

2 pode-se observar as dez características da burocracia de Weber.

Os princípios norteadores da burocracia são: racionalidade de tarefas – atividades pré-definidas por leis ou regulamentos; membros com direitos e deveres definidos por regras, estas oscilando conforme o cargo ou função; hierarquia definida por regras; recrutamento previamente estabelecido por regra; remuneração igualitária aos detentores de funções e cargos iguais; promoções regulamentadas por normas (MOTTA, 2005).

O escopo dessa corrente é a máxima eficiência da organização

(CHIAVENATO, 2003).

A crítica de maior relevância à teoria burocrática permeia sobre a dissociação

da organização formal (mundo de racionalidade e cálculos) e a organização informal

(mundo de sentimentos e afetividade) (MOTTA, 2005).

Page 22: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

22

Tabela 1: Características da burocracia de Max Weber

Característica Descrição

Caráter legal das normas e regulamentos

A organização é baseada numa legislação própria (constituição para o estado e estatutos para organização privada);

Caráter formal das comunicações As comunicações são feitas repetitiva e constantemente, a burocracia lança mão de rotinas e formulários para facilitar as comunicações e rotinizar o preenchimento de sua formalização;

Caráter racional e divisão do trabalho A divisão do trabalho atende a uma racionalidade, isto é, ela é adequada aos objetivos a serem atingidos: a eficiência da organização;

Impessoalidade nas relações As pessoas são consideradas como ocupantes de cargos e funções;

Hierarquia da autoridade A organização que estabelece os cargos segundo o princípio da hierarquia. Cada cargo inferior deve estar sob o controle e supervisão de um posto superior;

Rotinas e procedimentos padronizados Fixa as regras e normas técnicas para o desempenho de cada cargo;

Competência técnica e meritocracia A escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em preferências pessoais;

Especialização da administração Baseia-se na separação entre a propriedade e a administração. Os membros do corpo administrativo estão separados da propriedade dos meios de produção;

Profissionalização dos participantes Caracteriza-se pela profissionalização dos participantes. Cada funcionário da burocracia é um profissional;

Completa previsibilidade do funcionamento

Previsibilidade do comportamento dos membros da empresa.

Fonte: Chiavenato (2003)

2.1.2 Teoria estruturalista da administração

As teorias da administração são produtos do ambiente, das forças sociais,

econômicas, políticas, tecnológicas e culturais.

Todavia, surge na década de 1950 à teoria estruturalista da administração,

com na finalidade de centralizar o conjunto de teorias burocráticas, clássicas e

humanas num único modo de administrar (CIRELLI & LOPES). Igualmente, “um

Page 23: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

23

desdobramento da Teoria da Burocracia e uma aproximação à Teoria das Relações

Humanas”, assim, buscou ampliar os horizontes da administração por meio da

interdisciplinidade (CHIAVENATO, 2003).

Nessa teoria, as organizações são consideradas sistemas construídos em

constante intercâmbio com o seu ambiente, destarte, preocupam-se com o todo e o

relacionamento das partes na constituição do todo (MOTTA, 2005; CHIAVENATO,

2003).

Figura 2: Todo maior que a soma das partes

Fonte: Chiavenato (2003).

O estruturalismo configura-se como uma mescla de diversas correntes

anteriores, de modo, a estudar simultaneamente as organizações formais e

informais, dentro de uma abordagem múltipla (CHIAVENATO, 2003).

Segundo Gonçalvez (2010) apud Etzioni (1980) as “organizações são

unidades sociais ou agrupamentos humanos intencionalmente construídos e

reconstruídos, a fim de atingir objetivos específicos".

O estruturalismo contribui no estudo administrativo com a definição do homem

organizacional que desempenha diversas funções em diferentes organizações

(MONTEIRO, 2008) sendo, suas características vislumbradas no Quadro 2.

Page 24: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

24

Quadro 2: Características do homem organizacional

O homem organizacional

Indivíduo flexível, resistente à frustração, capaz de adiar recompensas, com desejo permanente de realização.

Participação simultânea em vários sistemas sociais e variação de papéis sociais.

Indivíduo habilitado a mudanças rápidas e continuas.

Homem político age estrategicamente para atingir suas metas e objetivos organizacionais. Fonte: Motta (2005).

A corrente estruturalista utiliza os conflitos internos como mecanismo de

estímulo aos funcionários a fim de tirá-los da “zona de conforto”, assim, removendo

a estabilidade e transcorrendo a instabilidade (MAUAD, 2007).

A abordagem estruturalista ampliou o campo de análise da organização, a fim

de incluir não apenas fábricas, como as teorias descritas anteriormente, mas

também os partidos políticos e empresas prestadoras de serviço.

2.2 Estado, Sociedade e Meio Ambiente

2.2.1 Estado

Estado (status) significa situação permanente de convivência e ligada à

sociedade política, expressa na obra de Maquiável “O Príncipe” em 1513. (DALLARI,

2011) sendo, sua estruturação produto da articulação de elementos políticos,

econômicos e culturais (SCARIOT, 2009).

Conforme PEREIRA (1995) estado é a “estrutura organizacional e política,

fruto de um contrato social ou de um pacto político, que garante legitimidade ao

governo”, instituída de povo, território e soberania. “Sob o ângulo jurídico, titular de

direitos e obrigações na órbita internacional e interna, fruto de sua criação e de seu

direito” (SILVEIRA FILHO, 2009 apud FIGUEIREDO, 2007).

Como ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo

situado em determinado território (DALLARI, 2011).

Page 25: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

25

Para Hofling (2001) estado é o “conjunto de instituições permanentes – como

órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não formam um bloco monolítico

necessariamente – que possibilitam a ação do governo”.

[...] é uma complexa organização política que se desenvolveu na Europa entre os séculos XIII e XVIII, quando o poder torna-se institucionalizado não mais em torno de uma única pessoa, passando a ser a expressão do Estado, como um ente público que deve refletir as expectativas da sociedade. (SCARIOT, 2009)

Segundo Dallari (2011) a formação originária do estado classifica-se em dois

grandes grupos: formação natural ou espontânea – formada naturalmente, não por

ato puramente voluntário; formação contratual – formada da crença de uns ou todos

os homens.

De acordo com Scariot (2009) “é uma criação artificial dos homens, através

de um acordo firmado pela maioria dos indivíduos; este contrato legitima o poder

político e racionaliza o poder exercido pelo Estado”.

A origem da concepção do estado como pessoa jurídica pode ser atribuída

aos contratualistas, através da ideia de coletividade ou povo como unidade, dotada

de interesses diversos dos de cada um de seus componentes (DALLARI, 2011).

Para Engels o estado como estrutura organizacional e política emergiu da

progressiva complexificação da sociedade e da sua divisão em classes, (PEREIRA,

1995) se desenvolvendo na Europa entre os séculos XIII e XVIII (SCARIOT, 2009).

As primeiras manifestações das organizações políticas vêem da Grécia, com

as cidades-estados “polis”, tendo como principal característica a auto-suficiência,

assim, objetiva suprimir necessidades fisiológicas (DALLARI, 2011; CHAGAS, 2012).

“As decisões políticas, de caráter público, tinham ampla participação da elite,

enquanto nas relações privadas havia grande restrição à autonomia individual.”

(SCARIOT, 2009).

O estado romano é caracterizado pela organização familiar surgido por um

pequeno agrupamento humano “a civitas, resultantes da união de grupos familiares

(gens), razão pela qual sempre se concederam privilégios especiais aos membros

das famílias patriarcais, compostas pelos descendentes dos fundadores do Estado.”

(CHAGAS, 2012; DALLARI, 2011).

Conforme a teoria matriarcal e patriarcal a origem do estado está na família,

sendo esse sua extensão em que o poder seria exercido pelo pai no caso da

Page 26: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

26

patriarcal e pela mãe no caso da matriarcal e se caracterizaria pelo direito de primo

genitude, inalienabilidade da propriedade familiar (CHAGAS, 2012).

O estado medieval transcorreu na idade média, caracterizado por servir aos

interesses da nobreza, que fazia do uso da força militar para reprimir os

camponeses, igualmente, utilizando para o domínio de novos territórios (SCARIOT,

2009).Os principais elementos foram o cristianismo, as invasões dos bárbaros e o

feudalismo (DALLARI, 2011).

O sistema feudal resultou das invasões dos bárbaros – germanos, eslavos,

godos, dentre outros ao Império Romano nos séculos III e IV, e, da entrega dos

territórios conquistados aos senhores feudais “autoridade máxima”, o poder era

personalizado no soberano, que o exercia de forma inquestionável. Já, o sistema

administrativo e organização militar estreitamente ligado à situação patrimonial –

posse da terra (DALLARI, 2011; CHAGAS, 2012; SCARIOT, 2009).

Compreendeu uma estrutura econômica e social de pequenos produtores

individuais, constituída de unidades familiares voltadas para a produção de

subsistência (DALLARI, 2011).

Segundo DALLARI (2011) a conjunção dos elementos do estado medieval

resultou em:

um poder superior, exercido pelo imperado com uma infinidade de pluralidade de poderes menores, sem hierarquia definida, uma incontável multiplicidade de ordens jurídicas, compreendendo a ordem imperial, a ordem eclesiástica, o direito das monarquias inferiores, um direito comunal que se desenvolveu extraordinariamente, as ordenações dos feudos e as regras estabelecidas no fim da idade média (DALLARI, 2011).

A primeira “versão” do Estado Moderno apresenta-se sob a forma de um

Estado Absolutista, no qual o poder é legitimado pela monarquia e exercido de forma

centralizada e ilimitado pelo rei ou soberano, se introduziu a lei como um comando

soberano (SCARIOT, 2009).

O estado moderno tomou duas formas principais: o estado liberal e social. A

primeira emergiu das revoluções burguesas dos séculos XVIII e XIX, causada pela

opressão, exploração e extorsão feita pelas monarquias absolutistas às classes

pobres (CHAGAS, 2012); a segunda começou a construir-se desde o final do século

XIX até aproximadamente os anos 1970 (SCARIOT, 2009apud ROTH, 1996).

Page 27: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

27

Os principais aspectos do estado moderno “é a separação entre público e

privado, entre, poder político e econômico, tornando o estado institucionalizado e

onde os meios administrativos não são propriedade de monarcas e soberanos”

(SCARIOT, 2009).

O principal marco histórico-político da instituição do estado liberal é a revolução francesa – luta empreendida pela burguesia para livrar-se da opressão exercida pelo Estado Absolutista –, que tinha como bandeira a IGUALDADE, LIBERDADE E FRATERNIDADE, assim, sua principal função era garantir a ordem e proteger o cidadão de ameaças internas e externas (SCARIOT, 2009). As revoluções burguesas propiciaram a emergência do Estado Liberal, cuja preocupação maior era dar àqueles que controlavam a economia (os burgueses) ampla liberdade de exercerem suas atividades, sem estarem ameaçados por qualquer outro poder. Os liberais pregavam o respeito aos direitos individuais, mas, quanto ao mercado, este deveria regular-se por si só (SCARIOT apud ARAÚJO, 1997)

Tendo, como particularidade a questão da segurança, não apenas em relação

às guerras, mas segurança às atividades comerciais e produtivas realizadas pela

burguesia. Assim, proporcionou o crescimento econômico e valorização da

liberdade, em contrapartida, exacerbou o individualismo, o egoísmo e a injustiça

social, relegando a questão ambiental a um plano secundário (SCARIOT, 2009).

Despertou a consciência para a liberdade humana, desenvolveu técnicas de

poder, surgindo o poder legal em lugar do poder pessoal (DALLARRI, 2011).

O estado liberal entra em crise e cede lugar ao paradigma do estado social no

século XIX, no dever de promover o bem-estar social (SCARIOT, 2009) se

desenvolveu de forma contundente após a segunda guerra mundial (SILVEIRA

FILHO, 2009) tendo com a raiz da revolução industrial (SCARIOT, 2009 apud ROTH,

1996).

A revolução industrial iniciou na Europa Ocidental entre os séculos XVIII e

XIX, transcorrendo a substituição do trabalho artesanal, baseado no uso de

ferramentas, pelo trabalho assalariado com a utilização de máquinas, instituindo

uma nova categoria de classe social os proletariados/operários, acontecendo à

mudança nas relações de trabalho provocando o êxodo dos camponeses para a

cidade em busca de melhores condições de vida (SILVEIRA FILHO, 2009;

SCARIOT, 2009).

Page 28: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

28

A Constituição Mexicana de 1917 foi à primeira carta política a considerar os

direitos trabalhistas, como direitos fundamentais, assim como as liberdades

individuais e os direitos políticos (SCARIOT, 2009).

O Quadro 3 apresenta os fatores históricos de construção do estado social.

Quadro 3: Fatos históricos de construção do estado social

A Revolução Industrial e a utilização de princípios do liberalismo provocam exploração da classe trabalhadora, que se insurge contra essa dominação

Desenvolve-se, a partir de teóricos como Marx e Engels, um pensamento que critica e questiona o modo capitalista de produção e o ideário liberal;

Revolução Russa em 1917, e a implantação do Estado socialista, que assume funções sociais e significa uma fonte constante de críticas ao Estado Liberal e ao modelo econômico que lhe dá sustentação;

A Revolução Mexicana que termina em 1917 com a elaboração de uma nova constituição, tornando-se o primeiro texto constitucional no mundo a prever direitos sociais aos trabalhadores e aos camponeses;

A constituição de Weimar em 1919, cujo texto impõe ao Estado a obrigação de efetivar políticas públicas que promovam os direitos sociais.

Fonte: Scariot (2009)

A principal peculiaridade do modelo social são as políticas prestacionais –

intervenções estatais diretas na economia como distribuidor, imposição de regras

sobre salários, manipulação da moeda, regulação da moeda e combate ao

desemprego (SILVEIRA FILHO, 2009).

Para o autor supracitado o escopo do estado é assegurar os direitos

constitucionalizados por intermédio de políticas públicas.

A desaceleração econômica na década de 1970 ocasionada pela crise do

petróleo causou o desgaste do estado social (SCARIOT, 2009).

Em termos econômicos, a crise da matriz energética, o desenvolvimento tecnológico, a transformação da economia capitalista (internacionalização dos mercados, transnacionalização da produção) o aumento da inflação e do déficit público bem como a ineficácia das prestações dos serviços públicos contribuíram sobremaneira para o fim do Estado Social (SILVEIRA FILHO, 2009).

O estado democrático de direito é uma organização política pautada nos

princípios constitucionais de liberdade, igualdade e justiça social. Advindo da

promulgação da carta magna de 1988, sustentado em dois pilares: a cidadania e

Page 29: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

29

dignidade da pessoa humana (SCARIOT, 2009), sendo esses visíveis no preâmbulo,

que diz:

Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (BRASIL, 1988).

A função precípua do modelo democrático é o “cumprimento da constituição,

assim, criando mecanismos que viabilize a promoção dos direitos sociais prometidos

(e não cumpridos) pelo Estado Social” (SCARIOT, 2009).

Para o mencionado autor a “constituição cidadã”, introduz um novo paradigma

na história do país, pois pela primeira vez, tem-se o ideal de construção de um

Estado Constitucional, cujos princípios basilares são a efetivação da democracia e

dos direitos fundamentais. Outrossim, proteger a vontade da maioria, de modo a

configurar uma organização política pautada pelos princípios constitucionais da

liberdade, igualdade e justiça social.

O estado democrático tem como conceito básico a noção de governo do

povo, transcendente do termo democracia exposto na carta magna Artigo1º,

parágrafo único “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de

representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição” (DALLARI,

2011; BRASIL, 1988).

Dallari (2011) descreve os três princípios norteadores básicos do estado

democrático:

O primeiro é a supremacia da vontade popular, que colocou

problema da participação popular no governo suscitando acesas controvérsias e dando margem às mais variadas experiências, tanto no tocante a representatividade, quanto à extensão do direito sufrágio e aos sistemas eleitorais e partidários. O segundo é a preservação da liberdade, entendida sobretudo como o poder de fazer tudo o que não incomodasse o próximo como o poder de dispor de sua pessoa e de seus bens, sem qualquer interferência do estado.

Page 30: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

30

Por fim, a igualdade de direitos, entendida como a proibição de

distinções no gozo de direitos, sobretudo por motivos econômicos ou de discriminação entre classes sociais.

Dallari (2011) pondera os quatro elementos essências para existência do

estado: soberania, território, povo e finalidade, conforme apresentado no Quadro 5.

Quadro 4: Elementos do estado

Elementos de Estado

Descrição Fontes

Soberania É o poder absoluto e perpetuo de uma república usa na relação com particulares e/ou outras repúblicas, sendo o primeiro não é limitado nem em poder, nem pelo cargo, nem por tempo certo. Já no segundo não pode ser exercido com tempo certo de duração. Desenvolveu como resposta aos constantes conflitos de jurisdição entre papas e Imperadores.

Dallari (2011) Scariot (2009)

Território É aquele que estabelece a delimitação da ação soberana do estado, sendo o espaço ao qual se circunscreve a validade da ordem jurídica estatal. A unidade territorial é uma unidade jurídica, não geográfica ou natural, onde o estado está autorizado a colocar em pratica os atos coercitivos, um espaço do qual estão excluídos todos os outros estados. Território é o espaço físico demarcado por fronteiras em que seres humanos vivem sob uma autoridade interna chamada governo e no plano externo é reconhecido pelos demais Estados em situação de igualdade por ser detentor de soberania.

Dallari (2011) Kelsen (1998)

CHAGAS (2012)

Povo O povo é o elemento que dá condições ao estado para formar e externar uma vontade, ou seja, objeto do estado.

Dallari (2011)

Finalidade As finalidades são os objetivos a serem alcançados por determinada sociedade.

Dallari (2011)

Fonte: pesquisa 2016

O estado democrático é uma organização flexível, a fim de assegurar a

supremacia da vontade popular, no escopo da preservação da igualdade de

possibilidades, com liberdade (DALLARI, 2011).

A atuação efetiva do estado perpassa pela formulação de políticas públicas

que atendam as necessidades da sociedade brasileira (SCARIOT, 2009).

Page 31: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

31

2.2.2 Sociedade

A sociedade é produto da conjugação de um simples impulso associativo

natural e da cooperação da vontade humana, produto de um acordo de vontades, ou

seja, contrato hipotético celebrado entre homens, tendo como principal característica

a diferenciação social (DALLARI, 2011; RUA, 2009).

Segundo Rousseau sociedade é o aglomerado de grupos fragmentários

“sociedades parciais”, onde, o conflito de interesses reinantes só se pode recolher a

vontade de todos (volonté de tous) (BONAVIDES, 2000).

Para Bonavides (2000) “é o conjunto de relações humanas intersubjetivas,

anteriores, exteriores e contrárias ao Estado ou sujeitas a este”.

Já para Rua (2009) “é um conjunto de indivíduos, dotados de interesses e

recursos de poder diferenciado, que interagem continuamente a fim de satisfazer às

suas necessidades”.

Dallari (2011) descreve as principais diferenças entre sociedade e

comunidade, essas expostas no Quadro 6.

Quadro 5: Sociedade versus Comunidade

Sociedade Comunidade

Agrupa homens em um objetivo comum, de um fim a atingir, pressupondo a participação da vontade e da inteligência humana.

Não se agrupa em função de um objetivo, aspirando apenas à preservação da própria comunidade.

Conjunto jurídico ordenado, ligando seus membros por meio do vínculo jurídico.

É inexistente a relação jurídica e os comportamentos comuns de seus membros são determinados pelos sentimentos comuns.

Existe poder social, reconhecido pela ordenação jurídica.

Não existe poder social, podendo apenas existir centros de influência.

Fonte: Adaptado de Dallari (2011).

O surgimento da sociedade perpassa pela necessidade de associação para obter benefícios individuais ou coletivos. Um exemplo são os romanos que foram agricultores, explorando os recursos minerais agrícolas por meio da comunhão dos membros da família havendo fixação de obrigações, e partilha de lucros e perdas (AFONSO, 2014).

Page 32: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

32

São necessários dois requisitos para existência da sociedade: conhecimento

compartilhado dos indivíduos, os levando a seguir o conjunto de regras da sua

sociedade; ter fronteiras (MENDONÇA, 2012 apud WENDT, 1999).

A sociedade civil é o povo, ou seja, conjunto de cidadão, dividindo-se em

classes (PEREIRA, 1995) resultante da necessidade natural do homem (DALLARI,

2011).

Weber distingue três tipos de sociedade: a. Sociedade tradicional: onde predominam características patriarcais e patrimonialistas, como a família, o clã, a sociedade medieval etc. b. Sociedade carismática: onde predominam características místicas, arbitrárias e personalísticas, como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução etc. c. Sociedade legal, racional ou burocrática: onde predominam normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos e, nos exércitos (CHIVENATO, 2003).

2.2.3 Meio ambiente

O meio ambiente tem um conceito amplo e abrangente, reportando-se ao

conjunto de relações que a sociedade estabelece no espaço em que está inserida

(SCARIOT, 2009). Assim, é resultado da interação dos elementos naturais, artificiais

e culturais que propiciam o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas

formas (SILVA, 2004 apud MONTEIRO, 2014).

A lei n˚ 6838/81 em seu artigo 3º, inciso I, conceitua meio ambiente como o

“conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e

biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL,

1981).

Segundo Horta (2004) apud Aguiar (2002) “é um sistema composto por

elementos abióticos (físicos e químicos) e bióticos (flora e fauna), organizados em

distintos ecossistemas”.

A carta de sundsvall diz que o ambiente não está restrito as dimensões físicas ou natural, inclui as dimensões sociais (normas, costumes e relações sociais) econômica (recursos para a saúde e desenvolvimento sustentável), política (participação democrática nas decisões) e cultural (utilização da capacidade) (GRISOTTO, 2011). De acordo com Scariot (2009) “a terminologia meio ambiente deve ser globalizante, abrangendo a natureza original e artificial, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo,

Page 33: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

33

a água, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arqueológico”.

Em contrapartida para Horta (2004) é criada pela variação lingüística

interpretativa, circular no eixo tempo e espaço, relação homem e seu entorno, em

que o ser social é parte integrante do próprio meio que o cerca.

Horta (2004) pondera os principais elementos que compõem o meio ambiente, os quais são: a) o próprio ser humano (saúde, segurança e o bem estar da população); b) as atividades sociais e econômicas (cultura); c) a biota, que pode ser definida como conjunto dos componentes vivos (bióticos) de um ecossistema; d) as condições estéticas ou sanitárias (paisagem).

O meio ambiente se refere às relações que o homem estabelece com o

espaço em que vive, por isso, não há apenas um ambiente, mas vários (SCARIOT,

2009). Destarte, classificados em natural, artificial, cultural e do trabalho

(MONTEIRO, 2014) esses especificados no Quadro 7.

Quadro 6: Tipos de meio ambiente

Meio ambiente natural ou físico O solo, a água, o ar atmosférico, a flora;

Meio ambiente artificial Espaço urbano construído;

Meio ambiente cultural Patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico;

Meio ambiente do trabalho

Fatores físicos, climáticos, dentre outros, que envolvem o local de trabalho da pessoa humana.

Fonte: Adaptado de Silva (2004) apud Monteiro (2014)

“O meio ambiente artificial também chamado de meio ambiente edificado ou

construído, está ligado ao conceito de cidade e tem como objeto a regulação dos

centros urbanos” (MONTEIRO, 2014).

“Meio ambiente cultural compreende aquilo que a criatividade humana desenvolveu e colocou a seu serviço e dessa forma passou a fazer parte de seu habitat, da sua vida, de sua história, seus costumes e seus conhecimentos de maneira que formem a sua identidade.” (TRINDADE, 2005)

Meio ambiente do trabalho tem em vista a proteção da saúde e da segurança

do trabalhador, igualmente, em observância ao princípio da dignidade da pessoa

humana (MONTEIRO, 2014).

Page 34: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

34

O meio ambiente é um bem jurídico, ou seja, o objeto mediato de uma relação

jurídica (o objeto imediato são as obrigações e deveres em torno do bem) (HORTA,

2004).

2.3 Conceito de saúde

Conceituar saúde é tarefa árdua, pois, integra diversas áreas do

conhecimento social, econômico, político, cultural e humano (PRAÇA, 2012), além

disso, depende da época, lugar, classe social, valores individuais, concepções

cientificas, religiosas e filosóficas. (SCHIAR, 2007) igualmente, resultante do

equilíbrio dinâmico que envolve os aspectos físicos e psicológicos do organismo,

assim como a interações com o meio ambiente natural e social (CAPRA, 1982).

Na antiguidade, Galeno entende saúde como equilíbrio entre as partes

primárias do corpo (BACKES, 2009).

Onde as concepções de saúde dos povos estavam ligadas à natureza e à convivência em grupo. A condição de enfrentamento social e a compreensão dos eventos de equilíbrio e desequilíbrio da natureza e seus deuses eram condições para os povos, tribos e

população terem sobrevivência e saúde. (BACKES, 2009).

A saúde, de acordo com os escritos hipocráticos requer um estado de

equilíbrio entre influências ambientais, modo de vida e os vários componentes da

natureza (CAPRA, 1982).

Na idade média a saúde era vista como reflexo de uma religiosidade

vivenciada intensamente pela sociedade, enquanto a doença era resultado de uma

vida em pecado, aquela estando relacionada com a pureza da alma e espírito.

A definição de saúde surge com a civilização grega com a procura de uma

explicação racional para as doenças, assim, produto da conjuntura social,

econômica, política e cultural (SCHIAR, 2007).

“A saúde é um fator essencial para vida humana, capaz de providenciar ao

indivíduo um estado de bem-estar, outrossim, maior recurso para o

desenvolvimento social, econômico e pessoal” (PRAÇA,2012).

Page 35: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

35

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a

ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e

social (SEGRE; FERRAZ, 1997).

Em conformidade com o conceito de saúde da OMS se observa no Quadro 8,

os campos da saúde (healthfield) idealizados por Marc Lalonde em 1974

(GRISOTTO, 2011)

Quadro 7: O campo da saúde

Biologia humana Compreende a herança genética e os processos biológicos inerentes à vida, incluindo os fatores de envelhecimento;

Meio ambiente O solo, a água, o ar, a moradia, o local de trabalho;

Estilo de vida Decisões que afetam a saúde: fumar ou deixar de fumar, beber ou não, praticar ou não exercícios;

Organização da assistência à saúde A assistência médica, os serviços ambulatoriais e hospitalares e os medicamentos são as primeiras coisas em que muitas pessoas pensam quando se fala em saúde.

Fonte: Adaptado de SCHIAR (2007)

“Após a criação da OMS (1945), a saúde passou a ser considerado um direito

de todo cidadão brasileiro sem distinção de raça, religião, opiniões políticas e

condições econômicas e sociais” (PRAÇA, 2012).

Podemos discernir três níveis interdependentes de saúde: individual, social e

ecológica. “O que não é saudável para o indivíduo, não é para sociedade, e

tampouco para o ecossistema global” (CAPRA, 1982).

A lei nº 8.080/1990, em seu Art. 3º caput, estabelece os fatores determinantes

e condicionantes da saúde: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio

ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e

o acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL, 1990).

A abrangência do conceito de saúde, passa a requerer mudança na organização e prestação destes serviços, na medida em que não são levadas somente em consideração, as causas biológicas da doença, mas também as causas sociais : a fome, a ausência de saneamento básico, de moradia, de escolarização, de emprego, de combate à violência, de defesa do meio ambiente, de distribuição de rendas, enfim, de todas as condições necessárias a uma vida saudável e produtiva ( MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO, 2002)

Page 36: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

36

2.4 Políticas públicas de saúde no Brasil

2.4.1 Políticas públicas

As políticas públicas são a totalidade de ações, metas e planos que os

governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da

sociedade e o interesse público (CALDAS, 2008) assim, dotadas de soberania

(SOUSA, 2012)

Segundo Rua (2009) as políticas públicas (policy) “compreendem ao conjunto

das decisões reações relativas à alocação imperativa de valores envolvendo bens

públicos.”

De acordo com Andrade (2009) são instrumentos do estado para a

implementação de ações que assegurem a realização dos direitos fundamentais

previstos na Constituição Federal.

Igualmente, um conjunto de ações realizadas pelo Estado e seus agentes,

com a participação ou não da sociedade, visando garantir os direitos sociais

previstos em lei (SOUSA; BATISTA, 2012) voltadas para a solução (ou não) de

problemas da sociedade (CALDAS, 2008). Já para LIMA (2012) apud SECCHI

(2010) “a essência conceitual de políticas públicas é o problema público”.

Para Roncalli (2003) o estado no escopo de proporcionar qualidade de vida

aos cidadãos e o bem-estar social usa e estabelece políticas públicas.

Caldas (2008) pondera ser resultado da competição entre os diversos grupos

ou segmentos da sociedade que buscam defender (ou garantir) seus interesses.

“A perspectiva de política pública vai além da perspectiva de políticas governamentais, na medida em que o governo, com sua estrutura administrativa, não é a única instituição a servir à comunidade política, isto é, a promover políticas públicas” (LIMA, 2012, apud HEIDEMANN, 2010)

As políticas públicas são formuladas principalmente por iniciativa dos poderes

executivo, ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e

propostas da sociedade, em seus diversos seguimentos.

O processo de formulação de políticas públicas ou ciclo das políticas públicas

apresentam diversas fases: • PRIMEIRA FASE – Formação da Agenda (Seleção das

Prioridades) • SEGUNDA FASE – Formulação de Políticas (Apresentação de

Page 37: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

37

Soluções ou Alternativas) • TERCEIRA FASE – Processo de Tomada de Decisão

(Escolha das Ações) • QUARTA FASE – Implementação (ou Execução das Ações) •

QUINTA FASE – Avaliação. (CALDAS, 2008). Na Figura 4 é exposto o ciclo das

políticas públicas, conforme Rua (2009):

Figura 3: Ciclo das políticas públicas

Fonte: adaptado de RUA (2009)

No processo de discussão, criação e execução das Políticas Públicas,

encontramos basicamente dois tipos de atores: os ‘estatais’ (oriundos do Governo

ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos da Sociedade Civil) (CALDAS, 2008),

merecendo destaque aos empresários, pois, detém do poder econômico controlando

as atividades de produção e abastecimento (RUA, 2009)

Para que o município possa assumir mais efetivamente seu papel de gestor de Políticas Públicas, contribuindo com a descentralização do sistema brasileiro, é necessário que disponibilize de mais recursos financeiros

Page 38: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

38

próprios. Isso pode ser feito de duas formas: por meio de aumento dos repasses obrigatórios das demais entidades da federação, e/ou aumentando sua arrecadação com o crescimento das atividades econômicas locais e/ou tomando medidas para diminuir seus gastos com outros tipos de despesa. (CALDAS, 2008)

2.4.2 História das políticas públicas de saúde no Brasil

Ao dissertar sobre as políticas públicas de saúde no Brasil é necessário

analisá-las a partir das evoluções político-institucionais, sociais e, ético-culturais.

Inicia pelo Brasil colônia, momento de descobrimento, de surgimento da

entidade política brasileira, que se procedeu no ano de 1500, pela frota naval

portuguesa liderada por Pedro Álvares Cabral, onde houve o primeiro contado povo

europeu português e povo indígena brasileiro.

Nesse período a assistência de saúde indígena sucedia-se pela pessoa

autoridade curativo “Pajé”, que fazia mão dos conhecimentos empíricos herbáceo,

para promover e recuperar o bem-estar do indígena, logo, possuindo um sistema

harmônico com a natureza, inexistindo doenças virais européias, tendo uma saúde

estável.

A partir da chegada dos portugueses a saúde se fragilizou, por causa de uma

série de vírus distintos, assim os tratamentos empíricos indígena tornaram-se

ineficientes, de modo a proceder-se a mudança no recurso humano de assistência a

saúde, que passa a ser feito pelo físico-mor, jesuítas e cirurgião-mor, assim

definidos pelo conselho ultramarino português, órgão responsável pela

administração das colônias.

Em 1563, ocorre a primeira epidemia de varíola, em 1685, a primeira de febre

amarela.

Segundo Salles:

Por não haver uma política de assistência médica organizada, o que determinou o fato de que se proliferassem pelo pás os chamados boticários, uma espécie de farmacêutico na verdade manipuladores das fórmulas prescritas pelos médicos, ou até mesmo eles próprios os farmacêuticos, tomavam a iniciativa de indicá-los, fato corriqueiro nos dias atuais,

Nesse período histórico-social, a principal forma de recuperação da saúde

perpassava pelo conhecimento empírico herbáceo dos curandeiros “pajé, negros,

entre outras personalidades”.

Page 39: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

39

Posteriormente, em 1808, com a vinda da família real ao Brasil, se viabiliza as

primeiras instalações sanitárias no Rio de Janeiro.

O primeiro escrito de assistência de saúde por parte do estado brasileiro,

procedeu-se no período imperial na CONSTITUIÇÃO POLITICA DO IMPERIO DO

BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824) que diz em seu artigo 179:

Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte. XXXI. A Constituição também garante os soccorros públicos.

O estado a fim da diminuição das taxas de enfermidades do país foi proibido o

desembarque direto de navios nos portos, alegando essa ser a causa da

propagação viral e bacteriana, as embarcações foram direcionadas a uma ilha para

um período quarentena. Logo após, alegam ser o miasma (ar comprimido) o

verdadeiro causador, de modo a serem executados disparos de canhões, a fim da

dispersão do ar. Essas medidas são classificadas como preventivas de saúde.

No período de 1989-1930 projeta-se a primeira republica e/ou velha república,

regida pela cultura do café do estado de São Paulo e dos centros urbanos (comercio

e indústria) da cidade de Rio de Janeiro e São Paulo.

As primeiras políticas públicas de proteção social, só viriam a surgir a partir do

processo de industrialização, com o movimento operário grevista. (SOUZA;

BATISTA, 2012)

Já, em 1953 é criado o Ministério da Saúde, encarregado de atividade de

educação sanitária, inspeção médica de estrangeiros, trabalhos com crianças e

gestantes (PAULI, 2007).

Na década de 70 inaugura a expansão da cobertura assistencial e

movimentos de descentralização administrativa, com ampla reorganização jurídico-

institucional e universalização do direito de acesso aos serviços de saúde (PAULI,

2007).

Em 1975 é criado o sistema nacional de saúde, no qual o ministério da saúde fica responsável pela formulação da política de promoção e execução de ações de interesse coletivo além da elaboração de normas técnico-científicas de promoção e recuperação da saúde, manutenção da vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, coordenando ações de vigilância epidemiológica e sanitária (SILVA, 1996).

Page 40: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

40

Na década de 80, são criados: o CEBES – Centro brasileiro de estudos em

saúde e a ABRASCO – Associação brasileira de saúde coletiva e outros (PAULI,

2007).

O Decreto nº 94.657 de 20/07/88 cria o Sistema Unificado e Descentralizado

de Saúde (SUDS) nos estados brasileiros, como uma etapa intermediária à

implantação definitiva do SUS (SILVA, 1996).

A reforma sanitária foi reorganização do setor da saúde no Brasil, onde o

conceito ampliado de saúde e o enfoque preventivo passaram a representar o

estabelecimento de novas articulações (PAULI, 2007).

A constituição federal de 1988 no caput do artigo 196 estabeleceu um novo

parâmetro para a assistência a saúde, o instituindo como direito universal, no qual a

assistência é concebida de forma integral (preventiva e curativa), assegurada por

meio de políticas sociais e econômicas (BRASIL, 1988).

A saúde é um direito inerente à pessoa humana e, assim, imbuído da natureza de direito humano, acarreta ao estado o dever de proporcionar as pessoas carentes a assistência médico-hospitalar, os exames e os medicamentos de que, na contingência da enfermidade, possam carecer. (BUENO, 2007)

A constituição cidadã impôs o dever ao poder púbico formular políticas

públicas (PIVETTA, 2013) ao transcorrer essa atividade o legislador formulou em

destaque na área de saúde a lei nº 8.080/1990, lei nº 8.142/1990 ea lei

complementar nº141/2012

Bueno (2007) apud José Afonso da Silva diz:

Ser perfeita a norma do artigo 196, uma vez que ela institui uma relação jurídica constitucional em que se depara o seguinte: de um lado estão o direito por ela outorgado – mediante a proclamação: “ a saúde é direito de todos” e os titulares de tal direito – designados pela palavra “todos”, ou seja, há um sentido de universalização, abrangendo todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país, aos quais se deve assegurar o acesso igualitário às ações e serviços de saúde.

As políticas públicas em saúde integram o campo de ação social do Estado

orientado para a melhoria das condições de saúde da população e dos ambientes

natural, social e do trabalho (LUCCHESE, 2004) assim, associadas ao

desenvolvimento do sistema produtivo (SILVA, 1996).

Page 41: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

41

A lei n˚8.080/1990 relata em seu Artigo 2º nos parágrafos 1º e 2º, sobre o

dever de formular de políticas de saúde, donde a participação da sociedade é

essencial.

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. (BRASIL,1990).

Cabe ao estado, entendido como União, Estados membros, Municípios e

Distrito Federal, a garantia do direito à saúde, através do acesso universal e irrestrito

a todas as ações e programas relativos à área de saúde (SOUZA, 2012).

A saúde da pessoa humana é um bem inegável, de modo que a própria pessoa tem o dever de preservá-la e de, em caso de doença, dela tratar de maneira adequada, cabendo juridicamente ao estado e moralmente a sociedade de que a pessoa faça parte, o dever de ampará-la na hipótese de lhe faltarem recursos matérias para tanto. (BUENO, 2007)

2.4.3 Sistema Único de Saúde – SUS

Teve origem nos movimentos políticos e sanitários surgidos na década de 70

e vem se recriando, permanentemente, por meio de reformas incrementais,

acordadas pelos três entes federativos, representados pelo Ministério da Saúde,

pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e pelo Conselho

Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) (BRASIL, 2006).

O Sistema Único de Saúde é o núcleo estruturante de todas as ações e

serviços de saúde pública, fazendo de suas diretrizes para orientar as políticas

sanitárias elaboradas e executadas pelo estado (PIVETTA, 2013) assim, garantido

pela Constituição de 1988 na seção sobre saúde e regulamentado pela lei 8.080

LOS – Lei Orgânica de Saúde de 19 de setembro de 1990 (VARGAS, 2008).

A organização dos serviços de saúde no Brasil foi estruturada na criação de uma série de órgãos, instituídos em comissões, inspetorias e conselhos, que favoreceram, desde sua origem, a superposição de funções deliberativas, administrativas e executivas entre o nível central e municipal de Governo (DUSSAULT, 1992).

De acordo com Souza; Batista (2012) “SUS é como um conjunto de ações e

serviços públicos de saúde, compondo uma rede regionalizada e hierarquizada,

Page 42: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

42

organizada a partir das diretrizes da descentralização, integralidade e participação

da comunidade”.

Os serviços de saúde compreendem todo contato direto – consultas médicas,

hospitalizações – ou indireto – realização de exames preventivos e diagnósticos –

com os serviços de saúde (TRAVASSOS; MARTINS, 2004), tendo como finalidade

elevar o nível de saúde da população (DUSSAULT, 1992).

O processo de utilização dos serviços de saúde é resultante da interação do

comportamento do indivíduo que procura cuidados e do profissional que o conduz

dentro do sistema de saúde (DUSSAULT, 1992).

Segundo o artigo 198 caput e incisos I, II e III da Carta magna SUS é:

Conjunto de ações e serviços públicos de saúde que integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I. Descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III. Participação da comunidade” ( BRASIL, 1988)

Todo cidadão, independente de suas condições pessoais, são protegidos pelo

sistema de saúde. (PIVETTA, 2013) outrossim, os estrangeiros residentes na nação

brasileira.

A descentralização, a integridade da assistência e a participação da

comunidade, constituem tanto princípios como diretrizes do SUS, de modo a formar

o tripé de sustentação do sistema e caracteriza um sistema único e universal.

(MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESPIRITO SANTO, 2002).

A descentralização é uma das mais importantes estratégias para implantação

do SUS (SILVA, 1996), pois, redistribui as responsabilidades quanto às ações e

serviços de saúde entre os vários níveis de governo. (VARGAS, 2008)

De acordo com Roncalli (2003) descentralização política, é feita pela

transferência de poder decisório e, portanto, político, de uma instituição

governamental para outra de menor nível hierárquico.

O artigo 23, incisos I e II da Constituição Federal diz a respeito da

descentralização política, atribuindo a todos os entes da federação a

responsabilidade de gestão em saúde.

É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

Page 43: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

43

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II- cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência (BRASIL, 1988).

O processo de descentralização, além de contribuir para uma organização

mais racional do sistema, dinamiza o controle social na medida em que aproxima as

decisões da população alvo (RONCALLI, 2003).

A diretriz de integralidade deve englobar medidas preventivas e assistenciais

(PIVETTA, 2013).

A LOS tratou de especificar, em seu art. 7º, inciso II, que a integralidade na

assistência compreende um “conjunto articulado e contínuo das ações e serviços

preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os

níveis de complexidade do sistema” (BRASIL, 1990).

O SUS tem como diretriz a participação da comunidade, tanto direta, como

indiretamente, ao destinar espaço aos membros representantes da sociedade civil

nas diversas Conferências de Saúde (SOUSA, 2012).

A democratização do Sistema de Saúde é a criação de mecanismos de

controle social, através da participação direta da população na formulação, gestão e

acompanhamento da política (SILVA, 1996).

O principio da equidade visa sanar com a injustiça social e econômica.

(SOUSA, 2012) “assegurando ações e serviços de todos os níveis de acordo com a

complexidade que cada caso requeira, more o cidadão onde morar, sem privilégios e

sem barreiras” (RONCALLI, 2003).

O SUS é um dos maiores programas de saúde pública do mundo e possui um

dos maiores sistemas de atenção primária a saúde, que é o Programa de Saúde da

Família (PSF) (SOUZA; BATISTA, 2012).

A efetiva implantação do SUS requer que as três esferas de Governo atuem

de forma articulada e integrada (SILVA, 1996).

Page 44: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

44

2.5 Sistema de informação: Indicadores versus Índices

O sistema de informação perpassa por quadro períodos, sendo o primeiro a

coleta de dados brutos, logo após transcorrendo o tratamento de dados esses

conhecidos como “dados tratados, posteriormente, a formulação dos indicadores,

por fim a tabulação em índices (MARANHÃO, 2007,) esses períodos é apresentada

na Figura 5.

Figura 4: Pirâmide da informação Fonte: adaptado de Maranhão (2007)

No principio, o indicador tinha a simples função de quantificar pessoas,

matérias, dentre outros recursos. Após a segunda guerra mundial o uso de

indicadores passa de recurso cientifico exclusivo de economistas, para recursos de

infinitas áreas cientificas. (SOLIGO, 2012), igualmente, escreve Maranhão (2007)

esses invadem todos os setores do conhecimento e da atividade humana, permeiam

toda a sociedade que a eles recorre nas mais diversas circunstâncias.

Segundo RIPSA (2008) “indicadores são medidas-síntese que contêm

informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de

saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde”.

Para Mueller et al. (1997) apud Siche et al. (2007) um indicador pode ser um dado individual ou um agregado de informações, sendo que um bom indicador deve conter os seguintes atributos: simples de entender; quantificação estatística e lógica coerente; e comunicar eficientemente o

estado do fenômeno observado.

índices

indicadores

dados tratados

dados brutos

Page 45: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

45

Os indicadores fazem partições da realidade para estudá-la (SOLIGO, 2012).

Já, Hart (1999) apud Maranhão (2007) compara indicadores a bússolas que

orientam quanto ao rumo e a rota que está sendo seguida.

“Indicadores são métricas que proporcionam informações sobre o

desempenho de um objeto (seja governo, política, programa, organização, projeto

etc.), com vistas ao controle, comunicação e melhoria” (BRASIL, 2009).

Maranhão (2007) descreve três funções básicas dos indicadores –

quantificação, simplificação da informação e comunicação.

Takashina (1999) apud Soligo (2012), os indicadores são representações

quantificáveis das características de produtos e processos, sendo assim utilizados

para a melhoria da qualidade e desempenho de um produto, serviço ou processo, ao

longo do tempo.

A formulação de um indicador inicia-se pela coleta de dados brutos, sendo em seguida tratados e associados a outros já existentes, produzindo informações que conectam a base científica com a realidade, orientando decisões sustentáveis e gerando conhecimento - uma longa e trabalhosa jornada (MARANHÃO, 2007).

“Os estados e municípios fazem uso de uma série de indicadores no

planejamento e execução de políticas públicas, constituindo um aporte de grande

utilidade e considerável aceitabilidade” (SOLIGO, 2012).

Outrossim, para Maranhão (2007) são utilizados para avaliar políticas públicas

ou para comunicar idéias aos tomadores de decisão e ao público.

Já, para OPAS (2010) os indicadores são poderosas ferramentas de auxílio

no processo de planejamento de políticas públicas, pois, disponibiliza dados da

realidade social, econômica, política, ambiental e de saúde. Igualmente, no quadro

abaixo e exposto o papel do indicador.

Quadro 8: Papel do indicador

Papel do indicador

Mensurar os resultados e gerir o desempenho;

Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e do processo de tomada decisão; Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais; Facilitar o planejamento e o controle do desempenho; Viabilizar a análise comparativa do desempenho da organização e do desempenho de diversas organizações atuantes em áreas ou ambientes semelhantes.

Fonte: BRASIL, 2009

Page 46: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

46

De acordo com Segnestam (2002) apud Maranhão (2007) os indicadores são

a primeira e mais básica ferramenta para analisar mudanças, operando como uma

base para avaliação e fornecendo informações sobre condições e tendências do

desenvolvimento sustentável.

Os indicadores de desempenho têm se mostrado muito úteis para medir e avaliar a economia, a epidemiologia, a administração da saúde pública e a educação, onde as políticas públicas são orientadas por indicadores como taxa de inflação, taxa de desemprego, mortalidade infantil, e “scores” de testes padronizados. (MARANHÃO, 2007)

A busca de medidas do estado de saúde da população é uma atividade

central em saúde pública, iniciada com o registro sistemático de dados de que

mortalidade e de sobrevivência. (RIPSA, 2008).

Índice é um número ou uma relação numérica (um valor em uma escala de

medida) derivado de uma série de fatos observados (MARANHÃO, 2007).

Já, para Prabhuet al. (1996) apud SICHE et al. (2007) argumentam que um

índice pode ser construído para analisar dados através da junção de um jogo de

elementos com relacionamentos estabelecidos.

O índice é o valor agregado final de todo um procedimento de cálculo onde se

utilizam, inclusive, indicadores como variáveis que o compõem. (SICHE et al. ,2007).

Streeten (1994) apud Maranhão (2007), índices são úteis para fornecer uma avaliação integrada, lançar a atenção e simplificar o problema, possui um forte apelo político, causam um forte impacto nas mentes e promovem mobilização da opinião pública de forma mais poderosa do que a que seria conseguida com uma longa lista de indicadores.

Os índices ou indicadores funcionam como um sinal de alarme para

manifestar a situação do sistema avaliado, pois são valores estáticos, isto é, dão

uma fotografia do momento atual. (SICHE et al. , 2007)

A sustentabilidade é determinada por um conjunto de fatores (econômicos,

sociais e ambientais), e todos devem ser contemplados no cálculo do índice de

sustentabilidade através dos correspondentes indicadores (BOUNI, 1996)

Page 47: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

47

3 METODOLOGIA

Na incumbência do esclarecimento do conceito de pesquisa, faz-se uso do

escrito de GIL (2002.p 17) o qual diz:

Pesquisa é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Está pesquisa é considerada exploratória, em que se procede em três

momentos, donde, no primeiro é executado o levantamento bibliográfico dos

conceitos, princípios e normativas. Já, no segundo período da pesquisa se efetua o

levantamento das informações sobre as condições de saúde (recursos materiais,

recursos humanos, atendimento de média e alta complexidade e, assistência básica)

e quantitativo de populacional dos municípios fronteiriços do arco norte e central

(PEITER, 2005).

Por fim, cria-se o Índice de Desempenho da Condição de Saúde – IDCS –

cruzando os dados de informativos do DATASUS e IBGE dos anos de 2000 e 2010,

igualmente, fruto da correlação dos índices ambiental, sócio-demográfico e

financeiro administrativo, com a finalidade de analisar a eficácia, eficiência e

efetividade das condições de saúde na faixa de fronteira do arco norte e central.

A ferramenta adotada para a tabulação e geração dos índices foi a do SPSS

(Statistical Package for the Social Sciences), conforme os autores Santana (2002;

2003a; 2003b; 2005); Cavalcante (2011).

Um modelo de análise fatorial pode ser apresentado na forma matricial como

em Batista (2016) apud Dillon; Goldstein (1984) a:

Sendo,

X = é o p-dimensional vetor transposto das variáveis observáveis, denotado

por X = (x1, x2,..., xp);

Page 48: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

48

F = é o q-dimensional vetor transposto de variáveis não-observáveis ou

variáveis latentes chamadas de fatores comuns, denotado por F = (f1, f2,..., fq),

sendo que q < p;

ε = é o p-dimensional vetor transposto de variáveis aleatórias ou fatores

únicos, denotado por ε = (e1, e2,..., ep);

α = é a matriz (p,q) de constantes desconhecidas, chamadas de cargas

fatoriais.

Conforme Batista (2016). Gama et al. (2007); Santana (2007), no modelo de

análise fatorial pressupõe-se que os fatores específicos são ortogonais, entre si,

com todos os fatores comuns. Normalmente, E (ε) = E (F) = 0 e Cov (ε, F) = 0.

A estrutura inicial utilizada para determinar a matriz de cargas fatoriais, em

geral, pode não fornecer um padrão significativo de cargas das variáveis, por isso

não é definitiva. A confirmação ou não, dessa estrutura inicial pode ser feita por meio

de vários métodos de rotação dos fatores, conforme Dillon; Godstein (1984); Johson;

Wichern (1988); Batista (2016).

O método VARIMAX é um processo em que os eixos de referência dos

fatores são rotacionados em torno da origem até que alguma outra posição seja

alcançada. O objetivo é redistribuir a variância dos primeiros fatores para os demais

e atingir um padrão fatorial mais simples e teoricamente mais significativo (REIS,

2001; HAIR et al., 2005; SANTANA, 2005b, GAMA et al., 2007; SANTANA, 2007;

Batista, 2016).

A escolha dos fatores foi realizada por meio da técnica de raiz latente. Assim,

a matriz de cargas fatoriais, que mede a correlação entre os fatores comuns e as

variáveis observáveis, é determinada por meio da matriz de correlação, conforme

Dillon; Goldstein (1984); Batista (2016).

Para a determinação dos Índices de Desempenho desta monografia foi

adotada a matriz de escores fatoriais estimada pelo processo de rotação ortogonal

de base fatorial, conforme apontada por Santana (2006). O escore fatorial, por

definição, situa cada observação no espaço dos fatores comuns. Para cada fator fj, o

i-ésimo escore fatorial extraído é definido por Fij, expresso da seguinte forma

(DILLON; GOLDSTEIN, 1984; SPSS, 2008; Batista, 2016):

Page 49: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

49

Sendo que:

bi = São os coeficientes de regressão estimados para os n escores fatoriais

comuns;

xij = São as n observações das p variáveis observáveis.

i = 1,2,...,n.

j = 1,2,...,p.

Para se chegar a equação que representa o Índice de Desempenho, Gama et

al. (2007); Santana (2007); Batista (2016), mostram a sequência evolutiva das

fórmulas a partir da equação anterior. Assim, verifica-se que embora a variável Fij

não seja observável, a mesma pode ser estimada por meio das técnicas de análise

fatorial, utilizando-se a matriz de observações do vetor x de variáveis observáveis.

Em notação fatorial, a equação , torna-se:

Na equação 3, F é a matriz da regressão estimada a partir dos n escores

fatoriais e que podem ser afetados tanto pela magnitude quanto pelas unidades de

medida das variáveis x. Para contornar esse tipo de problema, substitui-se a variável

x pela variável padronizada w, dada pela razão entre o desvio em torno da média e o

desvio padrão de x, como a seguir:

Com esses valores, a equação 3 é modificada tornando possível a equação 4,

a seguir:

Com base na equação 4, a matriz de pesos beta (β) com q coeficientes de

regressão padronizados, substitui b, dado que as variáveis estão padronizadas em

ambos os lados da equação. Pré-multiplicando ambos os lados da equação 4 pelo

valor w’, em que n é o número de observações e w’ é a matriz transposta de w,

possibilita chegar a seguinte equação.

Page 50: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

50

A matriz

w’w, portanto, se constitui na matriz de variáveis inter-

correlacionadas ou matriz de correlação entre as observações da matriz X,

designada por R. A matriz

representa a correlação entre os escores fatoriais e

os próprios fatores, denotada por Λ.

Se a matriz R for não-singular, pode-se pré-multiplicar ambos os lados da

equação 6 pela inversa de R, obtendo-se:

Substituindo o vetor na equação 4, obtém-se o escore fatorial associado a

cada observação, como a seguir:

Desse modo, chega-se a fórmula principal do Índice de desempenho (ID),

onde o ID é definido como uma combinação linear desses escores fatoriais e a

proporção da variância explicada por cada fator em relação à variância comum. A

expressão matemática passa a ser representada pela seguinte fórmula:

Onde,

i = 1,2,..., n.

λ = é a variância explicada por cada fator;

Σ λ = é a soma total da variância explicada pelo conjunto de fatores comuns.

O escore fatorial foi padronizado (FP) para se obter valores positivos dos escores

originais e permitir a hierarquização dos municípios já que os valores do Índice de

desempenho estão situados entre zero e um. A fórmula que permite essa

hierarquização pode ser vista pela equação seguinte:

Page 51: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

51

Percebe-se, assim, que e são os valores máximos e mínimos

observados para os escores fatoriais associados aos desempenhos de cada

parâmetro analisado pela pesquisa.

Figura 5: Os estados em estudo nos arco norte e central da fronteira Fonte: Adaptado de Peiter (2005)

Os índices são analisados numa escala de 0,000 a 1,000, disperso em cinco

variáveis, demonstrando os desempenhos de cada município e estado do arco norte

e central da fronteira (PIETER, 2005).

Page 52: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

52

0,000 a 0,200 (desempenho péssimo);

0,201 a 0,400 (desempenho ruim);

0,401 a 0,600 (desempenho regular);

0,601 a 0,800 ( desempenho bom);

0,801 a 1,000 (desempenho excelente).

O espaço territorial de analise foi definido pelo quantitativo populacional dos

municípios, sendo analisados os municípios de população variante de 30 mil a 50 mil

habitantes, situados no arco norte e central da fronteira (PEITER, 2005).

As Figuras 6 e 7 demonstram os municípios analisados do arco norte e

central da fronteira, conforme as definições de Peiter (2005).

ARCO NORTE DA FRONTEIRA

ACRE

Feijó

Sena Madureira

Tarauacá

AMAZONAS

Benjamin Constant

Labrea

São Gabriel da Cachoeira

São Paulo de Olivença

Tabatinga

AMAPÁ Laranjal do

Jari

PARÁ

Alenquer

Almeirim

Óbidos

Page 53: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

53

Figura 6: Municípios analisados do arco norte da fronteira brasileira Fonte: próprio autor (2016).

Figura 7: Municípios analisados do arco sul da fronteira brasileira

Fonte: próprio autor (2016)

ARCO CENTRAL DA FRONTEIRA

MATO GROSSO DO SUL

Amambai

Aquidauana

Maracaju

Naviraí

Sidrolândia

MATO GROSSO

Barra do Bugres

Poconé

Pontes e Lacerda

RONDÔNIA

Buritis

Guajará-Mirim

Pimenta Bueno

Rolim de Moura

Page 54: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

54

4 Discussões e resultados

O estado, a sociedade e o meio ambiente são os guias ideológicos do

processo de resultados e discussão, trabalhando concorrentemente e interligados,

em busca do equilíbrio, destarte, mecanismos de viabilização do novo paradigma

institucional mundial o “desenvolvimento sustentável”.

Contudo, o processo de promoção, proteção e recuperação da saúde são

guias estruturais, de modo a quantificar as condições de saúde, na finalidade da

ascensão do bem-estar.

Já, o espaço territorial de analise se limita ao quadrante dos municípios do

arco norte e central da fronteira.

4.1 Índice de Desempenho Ambiental (IDA)

O direito ambiental é especificado na Carta Magna, no artigo 225 que diz

“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum

do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações” (BRASIL, 1988).

O processo administrativo ambiental tem papel fundamental para a saúde

eficaz, pois disponibiliza recursos capazes de minimizar o custo material e financeiro

da prática de recuperação.

A gestão não é uma ciência, embora use o conhecimento das disciplinas que estudam os processos de administração das organizações; não é uma técnica, embora use um conjunto de métodos e instrumentos formais; não é uma arte, que só pode ser praticada pelos indivíduos com vocação inata. Necessita, porém, de intuição, empatia, visão, imaginação. Na verdade, gerir tem dimensões científicas, técnicas, "artísticas", da mesma forma que a medicina, por exemplo, embora em proporções diferentes. (DUSSAULT, 1992)

Todavia, a gestão ambiental da saúde trabalha com a prevenção das

enfermidades, por meio da educação ambiental sanitarista da sociedade, assim,

promovendo consciência ecológica.

A consciência ecológica viabiliza o processo de implantação do

desenvolvimento sustentável, pois propicia o uso racional dos recursos matérias e

imaterial.

Page 55: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

55

O conhecimento ambiental é a primeira área de discussão do presente

trabalho, de modo a sistematizar os dados de saneamento básico (distribuição de

água, coleta de lixo e tratamento de esgoto). A Figura 8 demonstra o processo de

formulação do índice de desempenho ambiental.

Figura 8: Formulação do índice de desempenho ambiental – IDA

Fonte: Próprio autor (2016)

4.1.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL NOS MUNICIPIOS DO ARCO

NORTE

Observa-se na tabela abaixo os municípios de fronteira no estado do Acre,

onde se constata que no ano de 2000 os municípios de Feijó, Sena Madureira e

Tarauacá, passam por grandes dificuldades no processo de promoção dos serviços

ambientais de saúde, pois apresentam desempenho péssimo, conforme a escala de

análise, igualmente, nenhum dos municípios ultrapassou a escala de 0,2.

IDA

indicador 1: domicílios com

abastecimento de água

indicador 2: domicílios com coleta de lixo

indicador 3: domicílios com esgoto sanitário

Page 56: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

56

Logo, inexiste a proteção eficiente da saúde individual e coletiva no campo

ambiental, pelo fato dos serviços de distribuição de água, coleta de lixo e tratamento

de esgoto se demonstra insuficiente para atender a demanda local.

Acre (2000) – IDA

Feijó 0,058

Sena Madureira 0,141

Tarauacá 0,180

Tabela 2: IDA dos municípios na fronteira do Acre 2000

Fonte: dados da pesquisa (2016)

Com o transcorrer de 10 anos, verifica-se uma ligeira melhora no IDA dos

municípios acreanos, principalmente no município de Sena Madureira que passa do

desempenho péssimo para um desempenho bom, assim, disponibiliza maiores e

melhores serviços de proteção da saúde (Tabela 2).

Contudo, os municípios de Feijó e Tarauacá em 2010 avançam para estado

de ruim desempenho, apesar disso os serviços ambientais continuam precários,

fazendo-se necessários maiores políticas ambientais, a fim disponibilizar melhores

condições ambientais.

Tabela 3: IDA dos municípios na fronteira do Acre, 2010

Fonte: dados da pesquisa

Observa-se no Gráfico 2 o IDA dos municípios na fronteira do estado do

Amazonas analisados, que são: Benjamin Constant, Labrea, São Gabriel da

cachoeira, São Paulo de Olivença e Tabatinga.

O melhor índice de desempenho ambiental do estado do Amazonas é

apresentado pelo município de Tabatinga, no ano de 2010 em que obtém o

desempenho bom de 0,605, logo, disponibiliza políticas ambientais coerentes com

as necessidades locais, entretanto, há um longo caminho a percorre para alcançar a

excelência ambiental.

Acre (2010) – IDA

Feijó 0,233

Sena Madureira 0,448

Tarauacá 0,347

Page 57: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

57

No município de São Paulo de Olivença inexistem serviços sanitários

ambientais de qualidade nos anos de 2000 e 2010, destarte, carece urgentemente

da viabilização políticas públicas sanitárias coerentes com a demanda local.

Gráfico 1: IDA dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010 Fonte: dados da pesquisa

No estado de Amapá o município analisado é de Laranjal do Jari, que obtém

no ano de 2000 o IDA de 0,458, que retrata o desempenho regular, logo disponibiliza

serviços sanitários de qualidade intermediária. Já, em 2010 o índice avança para

0,770, correspondente ao bom desempenho, portanto, fornece melhores serviços

sanitários aos seus cidadãos.

O município de Almerim tem o melhor desempenho do estado do Pará, nos

dois momentos pesquisados, todavia, no primeiro consegue o IDA de 0,656

correspondente ao bom desempenho, prontamente em 2010 passa ao IDA de 0,803

e viabiliza desempenho excelente. Logo, a salubridade do meio ambiente está sendo

respeitada de modo a proporcionar o direito à saúde.

Verifica-se que o município de Alenquer obtém em 2000 o IDA de 0,095, no

qual corresponde dentro da escala de analise um desempenho péssimo, diferente,

em 2010 o índice avança para 0,392 similar o desempenho ruim, deste modo,

Benjamin Constant

Labrea

São Gabriel da Cachoeira

São Paulo de Olivença

Tabatinga

0,370

0,255

0,200

0,000

0,288

0,444

0,383

0,347

0,000

0,605

2010 2000

Page 58: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

58

constata-se que o caminho para desenvolvimento sustentável é longo, contudo o

avanço é nítido.

Óbidos tem em 2000 o IDA de 0,230 que representa um desempenho ruim,

igualmente em 2010 alcança o IDA de 0,317, que corresponde ao índice ruim,

observa-se uma ligeira melhora, porém, necessita de ações mais intensivas nas

questões sanitárias.

Gráfico 2: IDA dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010

Fonte: dados da pesquisa

4.1.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO AMBIENTAL DOS MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA

DO ARCO CENTRAL

A Tabela 3 fornece informações pertinentes ao IDA dos municípios na

fronteira do Mato Grosso do Sul. Verifica-se que o IDA destes municípios varia entre

regular e excelente. De modo a alcançar por duas ocasiões o percentual de

desempenho excelente, o primeiro com o município de Naviraí em 2000, e

posteriormente com o município Maracaju em 2010.

O município de Sindrolândia é o que dispõe dos piores índices de

desempenho ambiental do estado, assim, em 2000 consegue o desempenho regular

0,095

0,656

0,230

0,392

0,803

0,317

0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 0,700 0,800 0,900

Alenquer

Almeirim

Óbidos

2010

2000

Page 59: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

59

de 0,574, porém em 2010 obtém o desempenho bom de 0,663, dispondo melhores

condições ambientais aos seus cidadãos.

Os espaços territoriais municipais na fronteira do Mato Grosso do Sul

fornecem aos seus cidadãos serviços ambientais sanitários de qualidade,

respeitando em parte o princípio constitucional do meio ambiente ecologicamente

equilibrado (BRASIL, 1988)

Município 2000 2010

Amambai 0,925 0,801

Aquidauana 0,950 0,892

Maracaju 0,819 1,000

Naviraí 1,000 0,989

Sidrolândia 0,574 0,663

Tabela 4: IDA dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

Fonte: dados da pesquisa

O Gráfico 3 demonstra as informações pertinentes ao IDA dos municípios de

fronteira do Mato Grosso analisados, os quais são: Barra de Bugre, Poconé e

Pontes e Lacerda.

O Município de Barra do Bugre obtém em 2000 o IDA de 0,802

correspondente ao excelente desempenho, entretanto em 2010 tem o IDA de 0,701,

regredindo para o desempenho bom, deste moto diminuindo o quantitativo de

cidadãos com os serviços ambientais.

O IDA de Poconé/MT passa do IDA de 0,455 em 2000 para 0,527 em 2010,

mantendo-o na escala de regular desempenho, assim dispõe de serviços

insuficientes para viabilizar o completo bem estar social.

O município de Pontes e Lacerda apresenta o melhor desempenho ambiental

por município do estado de Mato Grosso em 2010, consegue o IDA de 0,889

correspondente ao excelente desempenho, assim, disponibiliza aos seus munícipes

serviços de saneamento básico mais efetivos e coerentes com a demanda social.

Page 60: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

60

Gráfico 3: IDA dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010

Fonte: dados da pesquisa

Por fim, o gráfico com as informações do IDA dos municípios na fronteira de

Rondônia, sendo o universo territorial da pesquisa os municípios de Buritis,

Guajará-Mirim, Pimenta Bueno e, Rolim de Moura (Gráfico 5).

O município de Pimenta Bueno apresenta os melhores índices ambientais do

estado de Rondônia nos anos de 2000 e 2010, destaque o índice do ano de 2010 de

0,965 que corresponde ao desempenho excelente, logo, dispõe de políticas mais

efetivas na proteção da saúde da sua sociedade.

Já, o município de Guajará-Mirim consegue em 2000 o IDA de 0,658

correspondente ao bom desempenho, logo fornece serviços sanitários a boa parcela

da sua população. Entretanto em 2010, o índice de desempenho ambiental regride

para 0,654, deste modo diminui o acesso da sociedade guajaramirense ao direito ao

meio ambiente ecologicamente correto. Ao mais, é o único município do estado de

Rondônia que apresenta uma queda no IDA.

O município de Buritis apresenta os piores índices ambientais do estado em

2000, ano que obtém o IDA de 0,059 que corresponde dentro da escala de analise a

um desempenho péssimo, prontamente, em 2010 consegue o IDA de 0,177, apesar

da melhora o índice permanece na escala de péssimo desempenho. Prontamente,

verifica-se que os serviços e ações ambientais neste município são praticamente

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

Barra do Bugres Poconé

Pontes e Lacerda

0,802

0,455

0,625

0,701

0,527

0,889

2000

2010

Page 61: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

61

inexistentes e incoerentes com o quantitativo populacional, portanto, não viabiliza a

proteção da saúde.

Gráfico 4: IDA dos municípios pesquisados na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010

Fonte: dados da pesquisa

O gráfico abaixo apresenta o desempenho ambiental geral dos municípios na

fronteira dos arcos norte e central, em que é possível constar-se que os municípios

pertencentes ao arco central da fronteira de maneira geral apresentam índices de

desempenho ambientais melhores e maiores se comparado aos municípios do arco

norte, nos dois períodos da pesquisa (2000 e 2010), igualmente, conseguem

disponibilizar a mais cidadãos os seus serviços, por fim sendo mais eficientes no

aspecto ambiental.

Gráfico 5: IDA geral dos arcos norte e central da fronteira

Fonte: dados da pesquisa 2016

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Buritis Guajará-Mirim Pimenta Bueno Rolim de Moura

0,059

0,658

0,789

0,364

0,177

0,654

0,965

0,631

2000

2010

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

2000

2010

0,244

0,425

0,668

0,741

ARCO CENTRAL

ARCO NORTE

Page 62: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

62

Os melhores índices de desempenho ambiental são apresentados pelos

municípios pertencentes ao arco central da fronteira amazônica, pois, dispõem de

maiores e melhores sistemas de fornecimento de serviços ambientais sanitários.

Deste modo, os municípios do arco norte apresentam desempenho inferior ao

arco central, dispondo de sistemas de serviços ambientais sanitários incoerentes

com a demanda local, fazendo-se necessária a ampliação dos mesmos.

4.2 Índice de Desempenho Socioeconômico e Demográfico (IDSD)

O índice de desempenho socioeconômico e demográfico é segunda etapa

para a efetivação do Índice de Desempenho da Saúde, disponibilizando as

informações sobre a sociedade. Contando, com analise de sete indicadores

distintos, especificados na figura abaixo, esses voltados estudar bem estar

econômico, social e educacional.

Figura 9: Formulação do IDSD Fonte: próprio autor (2016)

IDSD indicador 1:Taxa de

analfabetismo

indicador 2: Esperança de vida ao nascer

indicador 3: Índice de Gini

da renda domiciliar per

capita

indicador 4: Expectativa de anos de estudo indicador 5:

porcentagem de pobres

Indicador 6 : Renda média

domic. per capita

indicador 7: Taxa de

desemprego

Page 63: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

63

4.2.1 INDICE DE DESEMPENHO SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO DOS

MUNICIPIOS NA FRONTEIRA DO ARCO NORTE

O Gráfico 6 fornece as informações do IDSD dos municípios pesquisados na

fronteira do Acre, estes sendo Sena Madureira, Tarauacá e Feijó.

É possível se verificar que o município de Sena Madureira apresentou os

melhores índices de desempenho sócio demográfico, no ano de 2000 obtém o

desempenho regular de 0,489 desta forma disponibiliza serviços sociais de

qualidade intermediária. Todavia, em 2010 mantém o desempenho regular, mas com

ligeira queda, prontamente diminuindo o quantitativo da população beneficiada com

as ações e serviços socioeconômicos.

Os municípios de Tarauacá e Feijó apresentaram índices que variaram entre

desempenho ruim e péssimo, deste modo às ações e atividades sócias

demográficas são menos ineficientes e menos ineficazes se comparado ao

município de Sena Madureira.

Gráfico 6: IDSD dos municípios na fronteira do ACRE, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 5 demonstra o IDSD dos municípios na fronteira do Amazonas. O

primeiro município analisado é o de Benjamim Constant que obtém em 2000 o IDSD

de 0,435, similar ao desempenho regular, contudo, em 2010 verifica-se o índice de

0,340, correspondente ao desempenho ruim, portanto, o quantitativo de analfabetos

e desempregados é alto, logo não promove os direitos sociais a educação e renda

mínima para subsistência.

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

Feijó

Sena Madureira

Tarauacá

2010

2000

Page 64: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

64

No ano de 2000 os municípios de Labrea, São Gabriel da Cachoeira e São

Paulo da Cachoeira impetraram os índices socioeconômicos e demográficos de ruim

desempenho, portanto, as políticas de viabilização da universalidade da educação

são incoerentes com as demandas da sociedade. Todavia, em 2010 apenas o

município de Labrea manteve o ruim desempenho com IDSD de 0,222, logo os

demais municípios apresentaram queda no índice passando ao péssimo

desempenho, desse modo foi diminuído a eficácia das políticas sociais.

O município de Tabatinga apresenta melhores IDSD do estado do Amazonas,

onde em 2000 obtém o índice de 0,563, correspondente ao desempenho regular,

assim, fornece políticas de qualidade intermediária. Já, em 2010 apresenta o índice

de 0,384, similar ao desempenho ruim, portanto, reduz o campo de atuação dos

serviços sociais educacionais e, da disponibilidade de empregos.

Município 2000 2010

Benjamin Constant 0,435 0,340

Labrea 0,399 0,222

São Gabriel da Cachoeira 0,376 0,169

São Paulo de Olivença 0,248 0,099

Tabatinga 0,563 0,384

Tabela 5: IDSD dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010

Fonte: Dados pesquisa

O município de Laranjal do Jarí/AM obtém em 2000 o índice socioeconômico

e demográfico de 0,718, considerado um bom desempenho conforme as escalas de

analise, já, em 2010 mantém o bom desempenho, entretanto com o IDSD de 0,681,

assim apresenta uma ligeira queda, no entanto as políticas socioeconômicas

continuam eficientes, fornecendo a boa parcela de sua sociedade taxas de

analfabetismo e, desemprego baixas.

A Tabela 6 disponibiliza as informações do IDSD dos municípios de fronteira

do Pará. Já, no ano de 2000 o melhor índice é pertence ao município de Óbidos com

0,587, o qual corresponde ao desempenho regular, logo em 2010 o melhor

desempenho pertence ao município de Almeirim, que detém o IDSD de 0,585 similar

ao desempenho regular, assim tendo políticas de qualidade intermediarias.

Os piores desempenhos do estado do Pará pertencem ao município de

Alenquer, que em 2000 obtém o índice de 0,517 similar ao desempenho regular,

Page 65: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

65

todavia em 2010 consegue o desempenho ruim de 0,336, sendo assim

disponibiliza de forma menos eficiente os serviços socioeconômicos demográficos.

Município 2000 2010

Alenquer 0,517 0,336

Almeirim 0,585 0,567

Óbidos 0,587 0,383

Tabela 6: IDSD dos municípios de fronteira do Pará , 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

4.2.2 INDICE DE DESEMPENHO SOCIO DEMOCRAFICO DOS MUNICIPIOS DE

FRONTEIRA DO ARCO CENTRAL

O Gráfico 8 apresenta o IDSD dos municípios na fronteira do Mato Grosso do

Sul, onde o municípios de Maracajú com o índice de 0,935 no ano de 2000

correspondente ao excelente desempenho, e, Naviraí com o índice de 0,915

correspondente ao excelente desempenho, assim esses municípios fornecem

serviços e ações socioeconômicas mais efetivas. Igualmente, em 2010, ano que

Naviraí apresenta um índice de desempenho socioeconômico e demográfico

superior ao município de Macajú.

Os municípios de Sindrolandia e Aquidauana nos dois períodos mantiveram o

estado de bom desempenho, entretanto ambos retrocederam em seus índices, de forma a

diminuir o quantitativo de cidadãos beneficiados com serviços socioeconômicos de

qualidade.

Amambaí tem em 2000 o IDSD de 0,793 considerado de bom desempenho, já em

2010 o índice retrocede para 0,620, entretanto manteve o bom desempenho, assim sendo

disponibiliza a sociedade local serviços e ações socioeconômicas coerentes com as

necessidades locais.

Gráfico 7: IDSD dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010 Fonte: Dados da pesquisa

0,793 0,788

0,935 0,915

0,789

0,620 0,722

0,819 0,830 0,721

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

Amambai Aquidauana Maracaju Naviraí Sidrolândia

2000

2010

Page 66: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

66

No Gráfico 9 situado a abaixo é possível observar que o melhor IDSD do Mato

Grosso pertence ao município de Pontes e Lacerda, que obtém em 2000 o índice de

0,823, correspondente ao excelente desempenho, no entanto em 2010 apresenta

uma queda para o bom desempenho, assim dispõe políticas publicas

socioeconômicas satisfatórias e coerentes com a demanda local.

O município de Barra do Bugres consegue no primeiro momento superar o

IDSD do Estado, com o índice de 0,810, correspondente ao excelente desempenho

em 2000, todavia, em 2010 o desempenho retrocede para 0,643 considerado bom,

deste modo diminuindo a população local beneficiada com os serviços

socioeconômicos.

O município de Poconé apresenta os piores desempenhos dentre os

municípios pesquisados no estado do Mato Grosso, que em 2000 apresenta IDSD

de 0,688, similar ao bom desempenho, já em 2010 obtém o índice de 0,559,

considerado de regular desempenho, desse modo fornece serviços de qualidade

intermediária.

Gráfico 8: IDSD dos municípios de fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O Gráfico 10 mostra que o município com melhor IDSD de Rondônia é de

Rolim de Moura, como índice de 0,820 em 2000, similar ao desempenho excelente.

Logo, em 2010 consegue o IDSD de 0,749 considerado bom. As políticas

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Barra do Bugres Poconé Pontes e Lacerda

0,810

0,688

0,828

0,643

0,559

0,741

2000

2010

Page 67: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

67

socioeconômicas deste município são mais eficientes que os demais municípios do

estado, de modo a apresentar baixos índices de analfabetismo e desemprego.

O município de Pimenta Bueno demonstra nos dois momentos pesquisados

IDSD bons, sendo que em 2000 apresenta índice de 0,789, já, em 2010 de 0,705,

assim detém de serviços socioeconômicos estáveis.

Guajará-Mirim obtém em 2000 o IDSD de 0,780 considerado de bom

desempenho, e o mantém em 2010, entretanto com uma queda. Assim, apresenta

taxas de desemprego e analfabetismo satisfatórias. Ao comparado-lo aos demais

municípios de fronteira, apresenta posição intermediária, não obtendo os melhores

nem piores índices. Entretanto, faz-se necessário melhorar o processo de promoção

do bem estar social, assim, dispondo de melhores condições de vida "disposição de

renda fixa, educação de qualidade, menores taxas de desemprego".

Por fim, o município de Buritis consegue o IDSD de 0,544 que corresponde ao

desempenho regular em 2000, contudo em 2010 mantém o índice de desempenho

regular, logo apresenta a sua sociedade políticas de qualidade intermediaria,

necessitando de maiores e melhores ações sociais.

Gráfico 9: IDSD dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

Os municípios situados no arco central da fronteira apresentam os melhores

IDSD nos dois períodos da pesquisa, com é possível visualizar no gráfico abaixo,

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Buritis Guajará-Mirim Pimenta Bueno Rolim de Moura

0,544

0,780 0,789 0,820

0,517

0,608

0,705 0,749

2000

2010

Page 68: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

68

deste modo dispõem de sistemas de educação e financeiro coerentes com as

necessidades locais, entretanto, ainda se faz necessário melhores e maiores

políticas públicas socioeconômicas e demográficas, a fim de viabilizar o atendimento

a toda sociedade.

Já, os municípios do arco norte demonstram IDSD insuficientes e incoerentes

com a demanda local, sendo que num primeiro momento consegue um índice de

desempenho regular de 0,445; já, no segundo momento da pesquisa apresenta um

índice de 0,312, considerado dentro da escala de analise um desempenho ruim,

assim dispõem de serviços de educação e provimento de renda, insatisfatórios com

a demanda da sociedade, necessitando de melhores políticas de provimento do bem

estar financeiro e educacional.

Gráfico 10: IDSD geral do arco norte e central

Fonte: dados da pesquisa

4.3 Índice de Desempenho Financeiro e Administrativo (IDFA)

Este índice tem como principal função quantificar os recursos materiais,

financeiros e humanos dos serviços de saúde, de modo a especificar se os atuais

recursos são adequados para viabilização do processo de recuperação da saúde

eficaz, eficiente e, efetivo.

Neste momento, trabalha-se veemente a administração física e humana dos

hospitais, posto e estabelecimentos de assistência, logo, priorizando o processo de

recuperação da saúde do cidadão brasileiro ou estrangeiro, estabelecido pelo artigo

196 da constituição.

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

2000

2010

0,445

0,312

0,79

0,686

arco central

arco norte

Page 69: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

69

A Figura 11 demonstra os indicadores utilizados para a formulação do índice

de desempenho financeiro administrativo – IDFA.

Figura 10: Formulação do IDFA Fonte: Próprio autor (2016)

IDFA

Indicador 1: Percentual do gasto público em saúde em relacao gasto público total

Indicador 2: Gasto

Público em Saúde per

capita

Indicador 3: Número de Cirurgião (por 1000

hab)

indicador 4:Número de Clínico Geral (por mil hab)'

indicador 5: Número Enfermeiro

(por mil hab)

indicador 6: Número Gineco-

obstetra (por mil hab)

indicador 7: Número de

Leitos hospitalares

(por mil hab)

indicador 8: Número

Odontólogo (por mil hab)

indicador 9: Número Mamógrafo

(por mil hab)

indicador 10:

Número Raio X (por

mil hab)

indicador 11: Número

Tomógrafo Computadori

zado (por mil hab)

indicador 12: Número

Ressonância Magnética (por mil hab)

indicador 13:

Número Ultrassom

(por mil hab)

indicador 14:Equipo Odontológico (por mil

hab)

Page 70: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

70

4.3.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO FINANCEIRO ADMINISTRATIVO NOS

MUNICIPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO NORTE

A Tabela 10 disponibiliza os dados estatísticos do IDFA municipal do Acre,

onde se observa que município de Sena Madureira obtém nos dois momentos da

pesquisa os melhores desempenhos do estado, conseguindo no primeiro momento o

índice de 0,205 corresponde ao desempenho ruim, logo, em 2010 apresenta o índice

de 0,168 considerado de péssimo desempenho. Apesar de dispor dos melhores

índices dentro do estado a situação e critica, pois em nenhum dos momentos

consegue passar do desempenho ruim, assim os recursos financeiros e

administrativos da saúde são incoerentes com a demanda local, necessitando de

maiores investimentos e políticas públicas de recuperação da saúde.

Os municípios de Feijó e Tarauacá obtêm nos dois períodos pesquisados

índices de péssimo desempenho, deste modo a situação é de alerta total, pois os

recursos material, humano e financeiro da saúde são insuficientes, incoerentes e

ineficientes ao transcorrer com o processo de recuperação da saúde do cidadão

acreano fronteiriço.

Município 2000 2010

Feijó 0,132 0,116

Sena Madureira 0,205 0,168

Tarauacá 0,169 0,127

Tabela 7: IDFA dos municípios na fronteira do Acre, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

Observa-se no Gráfico 11 que o município de São Gabriel da Cachoeira

obtém os maiores índices de desempenho financeiro administrativo do estado de

Amazonas, sendo que em 2000 o seu IDFA é de 0,459, considerado de regular

desempenho, assim dispõe de serviços e ações de recuperação da saúde

intermediárias. Já, em 2010 consegue o índice de 0,337, correspondente ao

desempenho ruim, desta forma apresenta uma queda no desempenho, por

consequente diminui o número de cidadãos beneficiados com os serviços de

recuperação da saúde.

O município de Tabatinga em 2000 consegue o índice de 0,339, similar ao

desempenho ruim, já, em 2010 mantém o desempenho ruim, no entanto com IDFA

Page 71: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

71

de 0,216. Logo, as políticas públicas de recuperação da saúde são ineficientes, não

contendo recursos matérias e humanos suficientes para o atendimento da sociedade

local, assim se faz necessário maiores investimentos por parte do estado brasileiro

as regiões de fronteira.

Já, os municípios de São Paulo de Olivença e Labrea não saíram do péssimo

IDFA, portanto, os recursos materiais e humanos são incoerentes e insuficientes

para viabilizar o processo eficiente de recuperação da saúde do cidadão.

Outrora, o município de Labrea foi o único que apresenta aumento no índice

de desempenho financeiro administrativo no estado do amazonas, mesmo assim

não consegui ultrapassar o desempenho péssimo, logo seus serviços financeiros

administrativos necessitam de melhores e maiores investimentos.

Gráfico 11: IDFA dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O município de Laranjal do Jari estado Amapá obtém em 2000 o índice

financeiro administrativo de 0,156 caracterizando de péssimo desempenho, logo, as

políticas de recuperação da saúde são incoerentes com a necessidade local.

Igualmente, em 2010 consegue o desempenho péssimo de 0,149, no entanto com

uma ligeira queda no desempenho, assim diminuindo o quantitativo de cidadão

beneficiados.

Na Tabela 11 verifica-se que o município de Óbidos tem os piores IDFA

dentro do estado do Pará, de modo a demonstrar um desempenho péssimo em

2000 de 0,112, em seguida, continua o péssimo desempenho no ano de 2010,

0,245

0,125

0,459

0,158

0,339

0,148

0,134

0,337

0,094

0,216

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

Benjamin Constant

Labrea

São Gabriel da Cachoeira

São Paulo de Olivença

Tabatinga

2010

2000

Page 72: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

72

entretanto com uma queda para 0,108, deste modo os serviços de recuperação da

saúde ineficientes e incoerentes com a sociedade local.

Igualmente, o município de Alenquer consegue o péssimo desempenho nos

dois anos, sendo que em 2000 apresenta o índice de 0,196, já no ano de 2010 o

desempenho de 0,161.

O município de Almeirim consegue em 2000 o IDFA de 0,435, correspondente

ao desempenho regular, logo em 2010 o índice cai para 0,237, considerado um

desempenho ruim, assim diminuindo a eficiência do serviço de recuperação da

saúde, logo, sendo necessárias melhores políticas financeiras administrativas.

Município 2000 2010

Alenquer 0,196 0,161

Almeirim 0,435 0,237

Óbidos 0,112 0,108

Tabela 8: IDFA dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

4.3.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO FINANCEIRO ADMINISTRATIVO NOS

MUNICÍPIOS DE FRONTEIRA DO ARCO CENTRAL

A Tabela 11 apresenta o IDFA municipal do Mato Grosso do Sul, merecendo

destaque ao IDFA do município de Aquidauana que obtém no ano de 2000 o IDFA

de 0,520, correspondente ao desempenho regular, de modo a apresentar serviços e

ações financeiras administrativas intermediarias a sociedade local, logo, em 2010

demonstra um desempenho excelente por meio do IDFA de 0,850, assim promove

serviços e ações financeiras administrativas da saúde coerentes com a demanda

social local.

O município de Amambaí em 2000 tem o desempenho regular com índice de

0,523, todavia, no ano de 2010 apresenta um desempenho ruim de 0,340, deste

modo os procedimentos financeiros e administrativos regrediram, assim se tornando

incoerentes e insuficientes para viabilizar a recuperação da saúde.

Já, os municípios de Naviraí e Sindrolândia mantiveram IDFA ruim, variando

entre 0,345 e 0,398, dispondo de recursos materiais e humanos insuficientes para

atender a demanda local.

Page 73: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

73

Município 2000 2010

Amambai 0,523 0,340

Aquidauana 0,520 0,850

Maracaju 0,290 0,346

Naviraí 0,394 0,398

Sidrolândia 0,364 0,345

Tabela 9: IDFA dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 12 demonstra o índice de desempenho financeiro administrativo do

estado do Mato Grosso.

O município de Barra de Bugres detém os melhores IDFA nos dois períodos

da pesquisa no estado do Mato Grosso, sendo que no ano de 2000 apresenta um

desempenho regular por meio do IDFA de 0,402, já, no segundo período obtém o

índice ruim de 0,308. Assim, os recursos humanos, estrutural, financeiro e

administrativo encontram-se insuficientes para a efetivação do processo de

recuperação da saúde eficiente, fazendo-se necessários melhores e maiores

investimentos financeiros administrativos.

Outrora, os municípios de Pontes e Lacerda e, Poconé apresentam nos anos

de 2000 e 2010 IDFAs ruins, logo, a estrutura administrativa do sistema de saúde é

incoerente com a demanda social, igualmente, o quantitativo de recursos humanos,

materiais e financeiros são insuficiente para o atendimento de qualidade para com

as sociedades locais.

Gráfico 12: IDFA dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

0,402

0,210

0,299 0,308 0,256 0,280

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Barra do Bugres Poconé Pontes e Lacerda

2000

2010

Page 74: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

74

O Gráfico 13 dispõe informações sobre o IDFA municipal do estado de

Rondônia, nos anos de 2000 e, 2010.

O município de Rolim de Moura no ano de 2000 obtém o IDFA regular de

0,472, já, em 2010 o índice caiu para 0,355, considerado um desempenho ruim,

assim o quantitativo de cidadãos locais beneficiados com serviços de recuperação

da saúde é reduzido.

Outrora, o município de Guajará-Mirim apresenta desempenhos ruins nos dois

períodos da pesquisa, sendo que em 2000 com índice de 0,364, já, em 2010 com

IDFA de 0,326. Deste modo, o sistema de recuperação da saúde se encontra aquém

das demandas da sociedade guajaramirese, sendo necessários maiores e melhores

recursos financeiros, materiais, administrativos e humanos para cumprir com os

princípios constitucionais da “universalidade e integralidade” da saúde.

Os municípios de Buritis e Pimenta Bueno apresentam melhoras no IDFA de

2010 comparado com índices de 2000, assim, recuperando a saúde de uma parcela

maior de suas sociedades, entretanto, ainda se faz necessário maiores recursos

materiais, financeiros e humanos para viabilizar serviços de recuperação da saúde

eficientes.

Gráfico 13: IDFA dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O IDFA demonstra que os municípios dos dois arcos de fronteira analisados,

necessitam de políticas mais efetivas de recuperação da saúde, pois é nítido que os

0,087

0,364

0,225

0,472

0,289 0,326

0,239

0,355

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Buritis Guajará-Mirim Pimenta Bueno Rolim de Moura

2000

2010

Page 75: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

75

atuais recursos materiais, financeiros e humanos são insuficientes para a completa

efetivação do direito à saúde dos cidadãos fronteiriços.

Dentre os municípios analisados o único que alcança o estado de excelência

do IDFA é o de Aquidauana no ano de 2010 com o índice de 0,850, assim suas

ações e serviços de saúde neste período atendem as expectativas da saúde dos

cidadãos locais.

Gráfico 14: IDFA geral dos arcos norte e central da fronteira

Fonte: dados da pesquisa

Observa-se no gráfico 14 situado acima, o índice de desempenho financeiro

administrativo geral por arco da fronteira. Sendo possível verificar que o arco central

da fronteira obtém os melhores índices nos dois períodos da pesquisa, todavia,

apresentam apenas índices de desempenho ruins, logo os serviços financeiros e

administrativos são insuficientes e incoerentes com a demanda da sociedade

fronteiriça.

4.4 Índice de Desempenho da Condição de Saúde (IDCS)

O equilíbrio dos conhecimentos ambiental, social e econômico da saúde é a

base instrumental do processo de elaboração do índice de desempenho da condição

saúde, outrossim, se fazendo da visão holística e sistemática dos problemas,

soluções e possibilidades. (CAPRA 1982),

Já, a base ideológica e jurídica do IDCS é o Artigo 196 da constituição cidadã,

que diz:

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

2000

2010

arco central

arco norte

Page 76: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

76

“a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988).

A Figura 12 especifica o processo de formulação do índice de desempenho

da condição de saúde (IDCS), constituído pelos índices de desempenho “ambiental,

sócio econômico e demográfico, financeiro e administrativo”.

Figura 11: Formulação do IDCS

Fonte: Próprio autor

O escopo do IDCS é fornecer informações para o processo de formulação de

políticas públicas de saúde da faixa de fronteira do arco norte e central.

4.4.1 ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE NOS MUNICIPIOS

DO ARCO NORTE DA FRONTEIRA

A Tabela 10 demonstra as informações pertinentes ao IDCS por município do

Acre, onde o município de Sena Madureira apresenta os melhores índices do estado

nos dois períodos de pesquisa, em 2000 com IDCS de 0,279, correspondente ao

desempenho ruim, já em 2010 apresenta o índice de 0,353, assim mantém o

desempenho ruim, apesar disso são necessárias políticas públicas de saúde mais

eficientes, e condizentes com a demanda da sociedade local.

IDCS

IDA

IDSD

IDFA

Page 77: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

77

Já, o município de Tarauacá obteve em 2000 o índice de 0,199 considerado

de péssimo, outrora, no ano de 2010 consegue um desempenho péssimo de 0,180,

deste modo sendo o único município do estado que apresenta queda no

desempenho da condição de saúde.

Por fim o município de Feijó que deteve os piores índices de desempenho da

saúde no estado do acre, onde no primeiro momento apresentou um péssimo

desempenho de 0,123, outrora, no segundo momento manteve o péssimo

desempenho, no entanto com um desempenho maior para 0,135, apesar da

melhora, os serviços de saúde ainda são incoerentes com a demanda local, sendo

preciso ampliar o campo de atuação do sistema de proteção, promoção e

recuperação da saúde.

Município 2000 2010

Feijó 0,123 0,135

Sena Madureira 0,279 0,353

Tarauacá 0,199 0,180

Tabela 10: IDCS dos municípios na fronteira do Acre, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O Gráfico 20 apresenta as informações do IDCS dos municípios de fronteira

pesquisados do estado de Amazonas, onde os melhores índices são pertencem ao

município de Tabatinga, que obtém o desempenho regular de 0,410 no ano de 2000,

igualmente no ano de 2010 consegue o desempenho regular de 0,444, deste modo

dispõe aos seus cidadãos serviços de promoção, proteção e recuperação

intermediários, sendo necessários maiores e melhores investimentos para tornar

seus serviços de saúde eficientes, eficazes e efetivos.

O município de Labrea demonstra índices ruins nos dois períodos, desta

forma a condição de saúde se encontra ineficiente no processo de promoção do

completo bem estar dos cidadãos locais.

Igualmente, o município de Benjamin Constant apresenta desempenhos ruins

nos dois períodos de pesquisa, por isso os serviços de saúde são incoerentes com

as necessidades da sociedade local.

O município de São Paulo de Olivença obtém os piores desempenhos do

estado de Amazonas, no primeiro momento em 2000 apresenta o desempenho

péssimo de 0,135, logo em 2010 o desempenho recua para 0,064, permanecendo o

Page 78: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

78

desempenho péssimo, entretanto, disponibiliza os serviços de proteção, promoção e

recuperação da saúde a uma parcela menor da sua sociedade.

Gráfico 15: IDCS dos municípios na fronteira do Amazonas, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

A Tabela 14 demonstra as informações do IDCS do município de Laranjal do

Jari do Amapá, que obtém em 2000 o índice ruim de 0,399, que neste momento

dispõe serviços de saúde incoerentes com a demanda social local, já, em 2010

consegue o índice regular de 0,535, fornecendo serviço de qualidade intermediarias

aos seus munícipes, assim não atendendo a totalidade das demandas sociais,

ambientais e econômicas da saúde.

Município

2000

2010

Laranjal do Jari 0,399 0,535

Tabela 11: IDCS do município Laranjal do Jari, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O IDCS dos municípios do estado Pará são visualizados na Tabela 12 situada

abaixo, sendo o município de Almeirim o detentor dos melhores índices de

desempenho da saúde do estado, assim obtém desempenho regular de 0,559 no

ano de 2000, já, no ano de 2010 o desempenho cai para 0,536, contudo mantém o

desempenho regular, apesar daquilo, o município não promove serviços eficientes,

0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000

Benjamin Constant

Labrea

São Gabriel da Cachoeira

São Paulo de Olivença

Tabatinga

0,350

0,260

0,345

0,135

0,396

0,311

0,246

0,285

0,064

0,401

2010

2000

Page 79: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

79

eficazes e efetivos, sendo preciso ampliar os serviços saúde para veemente

viabilizar o bem estar.

O município de Óbidos consegue no ano de 2000 o desempenho ruim de

0,310, logo em 2010 mantém o desempenho ruim, entretanto o índice regride para

0,269, assim as atuais condições de saúde são incoerentes com a demanda da

sociedade local.

Já, o município Alequer obtém nos dois momentos da pesquisa desempenhos

ruins, sendo que no ano de 2000 consegue o desempenho de 0,269, outrora, em

2010 o desempenho de 0,296, assim, dispõe de ações e serviços de saúde

ineficiente no promover do bem estar da sociedade.

Município 2000 2010

Alenquer 0,269 0,296

Almeirim 0,559 0,536

Óbidos 0,310 0,269

Tabela 12: IDCS dos municípios na fronteira do Pará, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

4.4.2 ÍNDICE DE DESEMPENHO DA CONDIÇÃO DE SAÚDE DOS MUNICÍPIOS

DO ARCO CENTRAL DA FRONTEIRA

A tabela 13 demonstra informações do IDCS dos municípios na fronteira do

estado do Mato Grosso do Sul, onde o melhor desempenho é apresentado pelo

município de Aquidauana no ano de 2010 com o IDCS de 0,822, correspondente ao

excelente desempenho, assim promovendo aos seus cidadãos nesse ano condições

de saúde de boa qualidade e satisfatório.

Os municípios de Maracaju e Naviraí apresentam bons desempenhos nos

dois períodos, assim dispõem de condições de saúde coerentes com as suas

realidades sócio-econômica, ambiental e demográfica.

O município de Sindrolândia obtém os piores desempenhos no estado do

Mato Grosso do Sul nos dois períodos, apresentando desempenhos regulares,

assim fornecendo serviços intermediários para sua sociedade.

Page 80: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

80

Municipio 2000 2010

Amambai 0,747 0,587

Aquidauana 0,753 0,822

Maracaju 0,681 0,722

Naviraí 0,770 0,739

Sidrolândia 0,576 0,576

Tabela 13: IDCS dos municípios na fronteira do Mato Grosso do Sul, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

O Gráfico 16 tem informações referente ao IDCS dos municípios na fronteira

do estado de Mato Grosso. O município de Barra de Bugres apresenta em 2000 o

melhor índice do estado de 0,671, correspondente ao bom desempenho,

promovendo à saúde de qualidade a sua sociedade, todavia, em 2010 o índice caiu

para o desempenho regular de 0,551, reduzindo a qualidade das condições de

saúde de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Distinto, o município de Pontes e Lacerda consegue desempenho regular de

0,584, no ano de 2000, promovendo aos seus cidadãos serviços de saúde

intermediários, todavia, em 2010 obtém o desempenho bom de 0,637, ampliando o

campo de atuação das políticas públicas de saúde.

Os piores desempenhos do estado do Mato Grosso pertencem ao município

de Poconé, que apresenta nos dois períodos de analise desempenhos regulares,

logo promove serviços e ações de saúde insatisfatória.

Gráfico 16: IDCS dos municípios na fronteira do Mato Grosso, 2000 e 2010

Fonte: Dados da pesquisa

0,671

0,451

0,584 0,551

0,448

0,637

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

0,800

0,900

1,000

Barra do Bugres Poconé Pontes e Lacerda

2000

2010

Page 81: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

81

O Gráfico 17 dispõe das informações do IDCS dos municípios de Rondônia. O

município de Pimenta Bueno consegue os melhores índices do estado nos dois

períodos, já, no primeiro momento apresenta o IDCS bom de 0,601, outrora em 2010

o desempenho avança para 0,636, assim dispondo de serviços ambientais, sócios

demográficos, financeiros e administrativos de saúde satisfatórios e coerentes com a

demanda de sua sociedade.

O município de Guajará-Mirim consegue o desempenho bom de 0,601 no ano

de 2000, outrora, em 2010 o índice regride para 0,529, correspondente ao

desempenho regular, assim sendo o único município do estado a diminuir o IDCS,

promovendo ações e serviços incoerentes com a demanda da sociedade

guajaramirese, logo, não cumprindo com os princípios constitucionais da

“universalidade e integralidade dos serviços e ações da saúde”. Imediatamente,

necessita de melhores políticas publicas de saúde para evitar a queda do

desempenho dos serviços da saúde, e consequentemente promovam o avanço do

desempenho da saúde.

O município de Rolim de Moura apresenta IDCS nos dois momentos

pesquisados desempenhos regulares, dispondo de serviços de promoção, proteção

e recuperação da saúde ineficiente e incoerente com o quantitativo cidadão.

Por fim, Buritis que obtém os piores desempenhos do estado, em 2000

apresenta o desempenho ruim de 0,230, já em 2010 mantém o desempenho ruim,

no entanto de 0,328. Apesar do avanço os serviços de promoção, proteção e

recuperação da saúde continuam incoerentes e ineficientes.

Gráfico 17: IDCS dos municípios na fronteira de Rondônia, 2000 e 2010.

Fonte: Dados da pesquisa

0,230

0,601 0,601 0,552

0,328

0,529

0,636 0,579

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

Buritis Guajará-Mirim Pimenta Bueno Rolim de Moura

2000

2010

Page 82: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

82

No gráfico 18 se demonstra os índices gerais dos arcos central e norte da

fronteira. Onde é possível constatar que os melhores índices de desempenhos da

saúde são apresentados pelo arco central, em que no primeiro momento consegue o

IDCS bom de 0,601, dispondo de serviços coerentes com a demanda da sua

sociedade, outrora, no segundo momento o desempenho caiu para regular de 0,596,

assim diminui o quantitativo de cidadãos beneficiados com os serviços de saúde.

O arco norte da fronteira consegue nos dois períodos da pesquisa de índices

de desempenhos da saúde ruins, assim, necessita de mudança nas políticas

publicas de saúde para viabilizar a melhora dos serviços de saúde prestados pelo

estado, igualmente, promover a universalidade e integralidade da saúde.

Gráfico 18: IDCS geral dos arcos central e norte da fronteira

Fonte: dados da pesquisa

0,306

0,301

0,601

0,596

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1

2000

2010

arco central

arco norte

Page 83: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

83

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Índice de desempenho ambiental – IDA demonstrou que as questões

ambientais são de extrema importância para o planejamento eficiente, eficaz e

efetiva das condições de saúde.

A partir do índice de desempenho ambiental é possível concluir que os

municípios do arco central da fronteira apresentam sistemas ambientais sanitários

mais eficientes e coerentes com as necessidades da sua sociedade. Já, os

municípios do arco norte da fronteira dispõe de serviços ineficientes e incoerentes

com a demanda local, logo se faz necessário ampliação dos serviços sanitários

ambientais, igualmente, a qualidade e eficiência dos mesmos.

O IDSD demonstra a realidade socioeconômica dos municípios de fronteira,

no qual é possível verificar que as condições de vida (educação, renda, pobreza,

desemprego) do arco norte atingiram níveis de desempenho considerados “baixos”

por esta pesquisa, demonstrando uma realidade preocupante em relação aos

municípios do arco central, que apresentaram desempenhos “bons”, de acordo com

a escala adotada.

O IDFA, por sua vez, indicou que o atual sistema administrativo financeiro de

recuperação do sistema da saúde é incoerente com as demandas sociais, sendo

este considerado como um dos principais obstáculos que impacta, de forma

significativa, a realidade de grande parte dos municípios brasileiros, decorrente da

atual política do pacto federativo em vigor no país, que tende a impactar a saúde

financeira, principalmente dos pequenos e médios municípios do território nacional.

Analisando em conjunto os desempenhos apresentados dos índices

anteriores, os quais integraram o calculo para a determinação dos IDCS dos

municípios pesquisados, foi possível observar que em geral os municípios do arco

norte apresentaram níveis “baixos” de desempenho, e no arco central foram

observados níveis “regulares” de desempenhos, indicando, assim as condições de

saúde aquém da demanda social.

Conclui se que os municípios do arco norte e central da fronteira, apresentam

grandes dificuldades em prover e viabilizar o completo bem estar ambiental, social,

e, econômico. Portanto, é necessário que os municípios da fronteira elaborem

políticas públicas especificas de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Page 84: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

84

A gestão eficaz da saúde é um mecanismo estratégico de primordial

importância na viabilização do desenvolvimento sustentável internacional, sendo,

necessário dispor de políticas públicas especificas as regiões fronteiriças, assim,

procedendo à visão holística e sistêmica do complexo ambiente, sociedade e

estado.

No contexto da solução de problemas de saneamento básico na região

fronteiriça, é necessária a formulação e viabilização de políticas públicas

interferativas, outrossim, estabelecer planos diretores municipais.

Page 85: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

85

REFERÊNCIAS

ANDRADE, José Marco Rezende. Limitação da discricionariedade na implementação de políticas públicas. 2009. 79 f. Monografia de Curso de Pós-

Graduação. Curso: Ordem jurídica e Ministério Público. FESMPDFT, Brasília, 2009. <http://www.fesmpdft.org.br/arquivos/Mono_jose_marco.pdf> . Acesso em: 05/04/2016 BACKES, Marli Terezinha Stein; ET al. Conceito de saúde e doença ao longo da história sob o olhar epidemiológico e antropológico. Rev. enferm. UERJ, Rio de

Janeiro, 2009 jan/mar; 17(1):111-7. BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10º edição, 9º triagem; Malheitos editores. 2000. Disponível em:< http://unifra.br/professores/14104/Paulo%20Bonavides-Ciencia%20Politica%5B1%5D.pdf> . Acesso 30/04/2016. BATISTA, Creuza Gomes. Dinâmica dos setores industriais na integração da Amazônia: uma análise a partir da Teoria Institucionalista de Douglass North-- Porto Velho, Rondônia, 2016.106 f. BRASIL, Ministério do planejamento. Melhoria da gestão pública por meio da definição de um guia referencial para medição do desempenho da gestão, e controle para o gerenciamento dos indicadores de eficiência, eficácia e de resultados do programa nacional de gestão pública e desburocratização.

Brasília, 2009. BRASIL, Presidência da República, Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasilde 1988. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 20/04/2016 BRASIL, Presidência da República, Casa Civil. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de

formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 21/04/2016 BRASIL, Presidência da República, Casa Civil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em: 20/05/2015 BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. SUS: avanços e desafios.

Brasília: CONASS, 2006. Disponível em <http://www.foa.unesp.br/include/arquivos/foa/pos/files/sus-avancos-desafios.pdf> . Acesso 04/02/2015 BRASIL. Constituição política do império do Brasil. disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao24.htm>.Acessado dia 14/10/2014. 25 de Março de 1824

Page 86: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

86

BRASIL. Ministério da Saúde. DATASUS SUS. Disponível em: <http:// w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php>. Acesso em: 14 mai. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil (IDB). Brasília, DF, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS Programa Nacional de DST e AIDS. Disponível em: <http://www.aids.gov.br>. Acesso em: 25 out. 2004b. BUENO, Luiz Roberto ribeiro. Direito à saúde na constituição federal de 1988 e seus desdobramentos políticos e judiciais: o caso do combate à AIDS. São

Paulo, 2007. CALDAS, Ricardo Wahrendorff. Políticas Públicas: conceitos e práticas. Belo Horizonte : Sebrae/MG, 2008. 48 p. Disponível em <http://www.agenda21comperj.com.br/sites/localhost/files/MANUAL%20DE%20POLI CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix,1982. 445p. P. 299 – 350.

CAVALCANTE, Fábio Robson Casara. Análise da desigualdade regional no estado de Rondônia à luz da teoria institucionalista de Douglas North. Tese de

dourado – Universidade Federal do Pará, Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Belém, 2011.

CHAGAS, Priscila Mendonça. O Conceito de estado democrático de direito. Instituto brasilense de direito publico. Brasília, 2012. Disponível em <http://dspace.idp.edu.br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/431/Monografia_Priscila%20Mendon%C3%A7a%20Chagas.pdf?sequence=1> . acesso em 20/04/2015 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração: uma visãoabrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. rev. e

atual. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. CIRRELLI, Thiago Luiz. LOPES, Leandro Mendes. A aplicação das principais teorias administrativas nas pequenas empresas varejistas de materiais para construção. Revista Hórus – Volume 4, número 1. Disponível em <http://www.faeso.edu.br/horus/artigos%20anteriores/2010/h1.pdf>. Acesso 24/08/2015.

DALLARI , Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do estado. 30. ed. São

Paulo: Saraiva, 2011. DUSSAULT, Gilles. A gestão dos serviços públicos de saúde: características e exigências. Rev. Adm. púb., Rio de Janeiro, 26 (2):8-19, abr./jun.

1992

Page 87: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

87

SILVEIRA FILHO, Mario Megaleda.A tutela dos direitos coletivos em face do modelo de Estado Social Brasileiro - Ribeirão Preto, 2009. < http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp115824.pdf>. Acesso em 20/05/2015 GADELHA,Carlos Augusto Grabois. COSTA, Laís. Integração de fronteiras: a saúde no contexto de uma política nacional de desenvolvimento. Cad. Saúde

Pública, Rio de Janeiro, 23 Sup2:S214-S226, 2007. Disponível em<http://www.scielosp.org/pdf/csp/v23s2/10.pdf.>

GIOVANELLA, Ligia etal.Saúde nas fronteiras: acesso e demandas de estrangeiros e brasileiros não residentes ao SUS nas cidades de fronteira com países do MERCOSUL na perspectiva dos secretários municipais de saúde.

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23 Sup2:S251-S266, 2007. GONÇALVES, Elaine Cristina Grecchi.A formação de docentes para o exercício de cargos de gestão na universidade. Dissertação. Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, 2010.< http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/11257/dissertacao_completa_final_ElaineCristinaGrecchiGoncalves.pdf?sequence=1> . Acesso 24/08/2015.

GRISOTTO, Luis Eduardo Gregolin. Identificação, avaliação e espacialização das relações entre indicadores de saúde, saneamento, ambiente e sócioeconomia no estado de São Paulo. Tese, universidade de São Paulo. São Paulo, 2011

HÖFLING, ELOISA DE MATTOS.Estado e politicas públicas sociais. Cadernos

Cedes, ano XXI, nº 55, 2001. Disponível em <http://scielo.br/pdf/ccedes/v21n55/5539> .acesso em 20/04/2015

HORTA, Augusto Henrique Lio. A constitucionalidade das politicas públicas de proteção do meio ambiente: direito ambiental e complexidade. Dissertação

(mestrado) Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais. 2004. < https://augustohorta.files.wordpress.com/2011/10/dissertacao-versc3a3o-pdf> .Acesso 02/03/2015.

KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do estado. Tradução Luís Carlos Borges.

3ª ed.; São Paulo: Martins fontes. 1998.

MARANHÃO, Ney. Sistema de Indicadores para Planejamento e Gestão dos

Recursos Hídricos de Bacias Hidrográficas [Rio de Janeiro] 2007, 397

p.(COPPE/UFRJ, D.Sc. Engenharia Civil, 2007)

MENDONÇA, Bruno Macêdo. O conceito de sociedade internacional na teoria de relações internacionais contemporânea. Dissertação de mestrado, universidade de Brasilia.2012. disponível em < http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/10714/1/2012_Bruno%20Macedo%20Mendonca.pdf> . acesso em 13 /05/2015

Page 88: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

88

MONTEIRO, Ana Karla Oliveira. A responsabilidade civil por danos ao meio ambiente. Monografia ( graduação) Faculdade Interamericana de Porto Velho, Porto Velho. 2014. Disponível em <http://www.uniron.edu.br/tcc/adm/arquivos/Trabalho-A%20RESPONSABILIDADE%20CIVIL%20POR%20DANOS%20AO%20MEIO%20AMBIENTE%20-Turma-18-1332015-H155048-ARESPONSABILIDADECIVILPORDANOSAOMEIOAMBIENTEPORANA.pdf> . Acesso em 13 /06/2015. MONTEIRO, Maria Evanir da Costa. Desafios atuais da gestão e desenvolvimento de pessoas no tribunal de justiça do estado Ceará. Monografia, Universidade Vale Do Acaraú (UVA) Escola Da Magistratura Do Ceará (ESMEC). Fortaleza, 2008. MOTTA, Fernando Claúdio Prestes. Teoria Geral da Administração. São Paulo: pioneira thonsonlearning, 2005. NOGUEIRA,Vera Maria ribeiro; PRÁ, keli Regina dal; FERMIANO,Sabrina. A diversidade ética e política na garantia e fruição do direito à saúde nos municípios brasileiros de Lina de fronteira do MERCOSUL. Cad. Saúde Pública,

Rio de Janeiro, 23 Sup2:S227-S236, 2007. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/csp/v23s2/11.pdf> . Acesso em 06/10/2014

OPAS, Organização Pan-Americana da Saúde. Sustentabilidade ambiental e de

saúde na Amazônia Legal, Brasil: uma análise através de indicadores.

Organização Pan-Americana da Saúde, 2010.

PEITER, Paulo. Doenças transmissíveis na Faixa de Fronteira Amazônica: o caso da malária. Disponível em

<http://www.midias.epsjv.fiocruz.br/upload/ArtCient/24.pdf.> Acessado em 20/09/2014.

Peiter, Paulo Cesar. Geografia da Saúde na Faixa de Fronteira Continental do Brasil na Passagem do Milênio. Rio de Janeiro. UFRJ/IGEO/PPGG, 2005.

PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Estado, sociedade civil e legitimidade democrática. Lua Nova - Revista de Cultura e Política, nº 36, 1995: 85-104. Disponível em < http://www.gestaosocial.org.br/conteudo/quemsomos/extensao/gestao-da-responsabilidade-social-empresarial-e-desenvolvimento/bibliografia-basica/06%20texto2_Pinho.pdf> .acesso em 20/03/2015

PIVETTA, Saulo Lindorfer. Direito fundamental à saúde: regime jurídico-

constitucional, politicas públicas e controle judicial. (dissertação) Universidade federal do Paraná: Curitiba, 2013. PRAÇA, Maria Isabel Fernandes. “Qualidade de vida relacionada com a saúde: a perspectiva dos utentes que frequentam os Centros de Saúde do ACES Trás-os-Montes I Nordeste”. Dissertação, Instituto politécnico de Bragança. Bragança.

Page 89: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

89

2012. Disponível em <https://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/3612/1/tese%20final%20Fevereiro.pdf> . Acesso em15/04/2015.

RESTREPO, Luis Alberto. A relação entre a sociedade civil e o Estado: elementos para uma fundamentação teórica do papel dos movimentos sociais na América Latina. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 2(2): 61-100, 2.sem. 1990. Disponível em < http://www.fflch.usp.br/sociologia/temposocial/site/images/stories/edicoes/v022/A_RELACAO.pdf> . RIPSA, Rede Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações. 2. Edição. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.

RONCALLI, Angelo Giuseppe (org.) .O desenvolvimento das políticas públicas de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde.. Odontologia em

Saúde Coletiva: planejando ações e promovendo saúde. Porto Alegre: ARTMED, 2003. Cap. 2. Disponível em <http://www.professores.uff.br/jorge/desenv_pol_pub_saude_brasil.pdf> acesso em 06/06/2015

RUA, Maria das Graças. Políticas públicas. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2009. 130p. Disponível em <http://www.moodle.fmb.unesp.br/file.php?file=%2F175%2Farquivos%2FMaterial_de_estudo%2FPoliticas_Publicas.pdf> . Acesso em 02/06/2015

SCARIOT, Nádia Awad. Estado, sociedade e meio ambiente: o advento do direito constitucional ambiental e a busca da proteção ambiental. dissertação de mestrado em direito. São Ângelo, 2009. Disponível em <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp112950.pdf> . Acesso em 20/02/2015 SCLIAR, Moacyr. História do Conceito de Saúde. PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva,

Rio de Janeiro, 17(1): 29-41, 2007. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/physis/v17n1/v17n1a03> . Acesso em 15/03/2015 SEGRE, Marco. FERRAL, Flávio Carvalho. O conceito de saúde. Rev. Saúde Pública, 31 (5): 538-42, 1997. Disponível em http://www.ceap.br/material/MAT03082012162552.pdf. Acessado em 15/04/2015

SICHE, Raúl. AGOSTINHO, Feni. ORTEGA, Enrique. ROMEIRO, Ademar. Índices

versus indicadores: precisões conceituais na discussão da sustentabilidade

de países. Ambiente & Sociedade. Campinas, 2007.

SILVA, Heliana Marinho da. A politica pública de saúde no brasil: dilemas e desafios para a institucionalização do SUS. Dissertação, Fundação Getúlio

Vargas: Rio de Janeiro, 1996. Disponível em < http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8657/000076050.pdf?sequence=1> . Acesso em 24/05/2015

Page 90: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DE …ri.unir.br/jspui/bitstream/123456789/2937/1/SOUZA, Jonilso Simão..pdf · Figura 1: Os desdobramentos da abordagem estruturalista

90

SILVA, Hilton P.. A saúde humana e a Amazônia no século XX: reflexos sobre o objetivos do milênio. Novos cadernos NAEA. 2006.V.9, N1, P 77-94. Disponível <http periodicos.ufpa.br index.phpncnarticleview 58 130>. Acesso em 20/09/2014

SOLIGO, Valdecir. Indicadores: conceito e complexidade do mensurar em

estudos de fenômenos sociais. Est. Aval. Educ., São Paulo, v. 23, n. 52. 2012

SOUSA, Laura Uacila de oliveira e. Direito à saúde, Políticas Públicas e o Poder Judiciário brasileiro: dinâmica da atuação, limites e possibilidades ante o estudo do caso dos antirretrovirais. Brasilia. 2012. Disponível em

<http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/625/3/20716805_Laura%20Sousa.pdf> .Acesso em 01/11/2014

SOUSA, Rafael da Cruz. BATISTA, Francisco Eduardo Bastos. Política pública de saúde no Brasil: História e Perspectivas do Sistema Único de Saúde – SUS. VII

CONNEPI. Palmas – Tocantins. 2012. <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/2842/1827> . Acesso em 10/05/2014

SOUZA, BRUNO VILLANI. A judicialização das políticas públicas na área da saúde e seus impactos no orçamento dos municípios do estado do paraná. CURITIBA 2012. TICAS%20P%C3%9ABLICAS.pdf> . Acesso dia 07/04/2015 TORROTEGUY, Marco Aurélio Antas. O direito humano à saúde no direito internacional: efetivação por meio da cooperação sanitária. Tese de doutorado São

Paulo, 2010. TRAVASSOS, Claúdia. MARTINS, Mônica. Uma revisão sobre os conceitos de acesso e utilização de serviços de saúde. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, 20 Sup2:S190-S198, 2004. Disponível em <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v20s2/14.pdf> . Acesso 14/03/2015

TRINDADE, Carmélia Carreira. A proteção do meio ambiente cultural: O

tombamento da propriedade privada na cidade de Belém. Belém, 2005.

Disponível em

<http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp104423.pdf> . Acesso em

23/02/2016

VARGAS, Jeferson Dutra de. História das Políticas Públicas de Saúde no Brasil:

revisão da literatura. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em <http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/PCC_2008_CFO_PDF/CD52%201%BA%20Ten%20Al%20JEFERSON%20DUTRA%20DE%20VARGAS.pdf>. Acesso em 20/04/2015.