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Associação dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Fundada em 10 de dezembro de 1985 Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012 - Ano 14 - nº 155 * Distribuição Gratuita * Criado em 25 de dezembro de 1998 FERNANDES XXI Congresso da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores de Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil Durante os dias 10 e 15 de abril aconte- cerá o XXI Congresso da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Institui- ções de Ensino Superior Públicas do Bra- sil (CONFASUBRA). Entre os objetivos do congresso es- tão os seguintes tópicos : discutir am- plamente as condições de vida, trabalho e salários dos (as) trabalhadores (as) das Instituições de Ensino Superior (IES) na defesa de seus interesses; deliberar posições unitárias e formas de lutas dos (as) trabalhadores (as) técnico-adminis- trativos na defesa de seus interesses; discutir e adotar posições sobre educa- ção em geral e a universidade em parti- cular; discutir as formas de organização dos (as) trabalhadores (as) das IES, vi- sando instrumentalizar o movimento sin- dical destes às exigências da realidade e das lutas políticas, econômicas e so- ciais dos (as) trabalhadores (as) em ge- ral; contribuir para a organização e con- solidação das lutas unitárias dos (as) trabalhadores (as) da cidade e do cam- po; alterar o Estatuto de acordo com necessidades; e eleger a Direção Nacional da FASUBRA Sindical. Podem participar os (as) trabalhadores (as) técnico-administrativos das IES, ativos, aposentados (as) e pensionistas; trabalhadores (as) das fundações apensas e demais trabalhadores (as) que componham estatutariamente a base das entidades filiadas à FASUBRA Sindical, e que estejam quites com suas obrigações para com a Federação; Direção Nacional e Conselho Fiscal. Ainda podem participar também, como observadores (as), os representantes das associações e sindicatos de trabalhadores (as) das IES não filiadas, sem direito a voto, com limite de até três para cada entidade; Cada entidade filiada terá direito de credenciar observadores até o máximo de 5% do número de seus respectivos delegados eleitos para o CONFASUBRA. Vale lembrar que, a critério da comissão organizadora, poderão ser convidadas entidades e pessoas para participarem do congresso. De acordo com o estatuto, o XXI CONFASUBRA será composto dos seguintes órgãos: comissão organizadora, comissão diretora, grupo de trabalho, plenárias e junta eleitoral. A comissão organizadora distribuirá os (as) delegados (as) inscritos (as) pelos grupos de trabalho (GT) e serão formados tantos GTs quantos forem necessários. Contudo, só poderá haver mais de um delegado por sindicato em cada GT, caso a delegação tenha representantes em todos os grupos. Os grupos de trabalho serão formados pelos (as) delegados (as), devidamente credenciados (as), cabendo-lhes discutir as matérias constantes do temário, bem como, emendar, modificar ou rejeitar as propostas contidas no documento de apoio e nas teses que lhes forem apresentadas nas discussões, durante a realização de suas reuniões. Quando terminar a sessão temática dos GTs, os (as) coordenadores (as) e relatores (as) se reunirão sob a coordenação dos membros que irão dirigir os trabalhos da Plenária, referente ao temário da discussão, para elaborarem o relatório único sobre o tema em pauta, que será apresentado à Plenária do respectivo tema, encaminhando- os à Comissão Diretora. Plenária – O regimento explica que a plenária, órgão máximo e soberano do congresso, será composta pelos (as) delegados (as) credenciados (as) e terá a competência de discutir, aprovar ou rejeitar, em parte ou na totalidade, as decisões dos grupos de trabalho. As sessões das plenárias serão dirigidas por uma mesa, composta de coordenador (a), vice- coordenador (a), um secretário (a) e dois relatores (as), indicados (as) pela Comissão Diretora e submetidos à aprovação da Plenária de abertura junto com a aprovação do Regimento do XXI CONFASUBRA. Temas – Será objeto de discussão e deliberação o seguinte temário: Conjuntura nacional e internacional, organização e estrutura sindical, relações de trabalho ( EBSERH, Carreira, Terceirização). e ducação (Modelo de Universidade: autonomia, democracia, expansão e acesso, PNE), seguridade social (previdência, apo- sentados, saúde do trabalhador). Os temas serão divididos nas seguintes mesas de interesse: Mulher trabalhadora; raça (ações afirmativas no mundo do trabalho); meio ambiente; comunicação sindical; políticas sociais – LGBT; juventude, cultura, esporte e lazer; e formação política. Com relação às teses e moções, o regi- mento diz que as teses devem versar sobre item (s) constante (s) do temário e preci- sam ser remetidas, em meio eletrônico à Comissão Organizadora até meia noite do dia 23 de fevereiro, horário de Brasília. O não cumprimento desse prazo implicará na sua não publicação no caderno de teses. Já as moções para deliberação pelo ple- nário deverão ser apresentadas junto a co- missão diretora até às 19h do dia 13 de abril. Biênio 2012/2014 – Os membros da Di- reção Nacional da FASUBRA serão eleitos no XXI CONFASUBRA para um mandato de dois anos, obedecendo às normas cons- tantes do Estatuto e do Regimento Eleito- ral, aprovado pelo Plenário do XXI CONFASUBRA. As eleições da Direção Nacional serão regulamentadas e executadas por uma Junta Eleitoral composta de sete membros titulares, que serão indicados pela Dire- ção Nacional, respeitando-se a proporcionalidade de representação polí- tica estabelecida no Congresso, a ser sub- metida à aprovação da Plenária de Aber- tura do Congresso. Vale lembrar que a eleição obedecerá ao critério da proporcionalidade qualificada nos termos do estatuto da FASUBRA. E que somente poderão votar e ser votados os (as) delegados (as) credenciados (as) ao XXI CONFASUBRA. Confira nas páginas 6, 7 e 8 as teses so- bre assédio moral e sexual no ambiente de trabalho e sobre formação sindical envia- das pelo companheiro Oscar, da corrente política PSLivre.

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Page 1: Fundada em 10 de dezembro de 1985 Rio de Janeiro, 16 de ... · ciais dos (as) trabalhadores (as) em ge-ral; contribuir para a organização e con-solidação das lutas unitárias

1Fevereiro * Ano 14 * nº 155 www.asunirio.org.br

Associação dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal do Estado do Rio de JaneiroFundada em 10 de dezembro de 1985

Rio de Janeiro, 16 de fevereiro de 2012 - Ano 14 - nº 155 * Distribuição Gratuita * Criado em 25 de dezembro de 1998

FERNANDES

XXI Congresso da Federação de Sindicatos dos Trabalhadoresde Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil

Durante os dias 10 e 15 de abril aconte-cerá o XXI Congresso da Federação deSindicatos de Trabalhadores das Institui-ções de Ensino Superior Públicas do Bra-sil (CONFASUBRA).

Entre os objetivos do congresso es-tão os seguintes tópicos : discutir am-plamente as condições de vida, trabalhoe salários dos (as) trabalhadores (as) dasInstituições de Ensino Superior (IES) nadefesa de seus interesses; deliberarposições unitárias e formas de lutas dos(as) trabalhadores (as) técnico-adminis-trativos na defesa de seus interesses;discutir e adotar posições sobre educa-ção em geral e a universidade em parti-cular; discutir as formas de organizaçãodos (as) trabalhadores (as) das IES, vi-sando instrumentalizar o movimento sin-dical destes às exigências da realidadee das lutas políticas, econômicas e so-ciais dos (as) trabalhadores (as) em ge-ral; contribuir para a organização e con-solidação das lutas unitárias dos (as)trabalhadores (as) da cidade e do cam-po; alterar o Estatuto de acordo comnecessidades; e eleger a DireçãoNacional da FASUBRA Sindical.

Podem participar os (as) trabalhadores(as) técnico-administrativos das IES,ativos, aposentados (as) e pensionistas;trabalhadores (as) das fundações apensase demais trabalhadores (as) quecomponham estatutariamente a base dasentidades filiadas à FASUBRA Sindical, eque estejam quites com suas obrigaçõespara com a Federação; Direção Nacionale Conselho Fiscal.

Ainda podem participar também, comoobservadores (as), os representantes dasassociações e sindicatos de trabalhadores(as) das IES não filiadas, sem direito a voto,com limite de até três para cada entidade;

Cada entidade filiada terá direito decredenciar observadores até o máximo de5% do número de seus respectivosdelegados eleitos para o CONFASUBRA.Vale lembrar que, a critério da comissãoorganizadora, poderão ser convidadasentidades e pessoas para participarem docongresso.

De acordo com o estatuto, o XXICONFASUBRA será composto dosseguintes órgãos: comissão organizadora,comissão diretora, grupo de trabalho,plenárias e junta eleitoral. A comissãoorganizadora distribuirá os (as) delegados(as) inscritos (as) pelos grupos de trabalho(GT) e serão formados tantos GTs quantosforem necessários. Contudo, só poderáhaver mais de um delegado por sindicatoem cada GT, caso a delegação tenharepresentantes em todos os grupos.

Os grupos de trabalho serão formadospelos (as) delegados (as), devidamentecredenciados (as), cabendo-lhes discutir asmatérias constantes do temário, bem como,emendar, modificar ou rejeitar as propostascontidas no documento de apoio e nas tesesque lhes forem apresentadas nasdiscussões, durante a realização de suasreuniões.

Quando terminar a sessão temática dosGTs, os (as) coordenadores (as) e relatores(as) se reunirão sob a coordenação dosmembros que irão dirigir os trabalhos daPlenária, referente ao temário da discussão,para elaborarem o relatório único sobre otema em pauta, que será apresentado àPlenária do respectivo tema, encaminhando-os à Comissão Diretora.

Plenária – O regimento explica que aplenária, órgão máximo e soberano docongresso, será composta pelos (as)delegados (as) credenciados (as) e terá acompetência de discutir, aprovar ou rejeitar,em parte ou na totalidade, as decisões dosgrupos de trabalho. As sessões dasplenárias serão dirigidas por uma mesa,composta de coordenador (a), vice-coordenador (a), um secretário (a) e doisrelatores (as), indicados (as) pela ComissãoDiretora e submetidos à aprovação daPlenária de abertura junto com a aprovaçãodo Regimento do XXI CONFASUBRA.

Temas – Será objeto de discussão edeliberação o seguinte temário: Conjunturanacional e internacional, organização eestrutura sindical, relações de trabalho(EBSERH, Carreira, Terceirização).educação (Modelo de Universidade:autonomia, democracia, expansão e acesso,

PNE), seguridade social (previdência, apo-sentados, saúde do trabalhador).

Os temas serão divididos nas seguintesmesas de interesse: Mulher trabalhadora;raça (ações afirmativas no mundo dotrabalho); meio ambiente;

comunicação sindical; políticas sociais– LGBT; juventude, cultura, esporte e lazer;e formação política.

Com relação às teses e moções, o regi-mento diz que as teses devem versar sobreitem (s) constante (s) do temário e preci-sam ser remetidas, em meio eletrônico àComissão Organizadora até meia noite dodia 23 de fevereiro, horário de Brasília. Onão cumprimento desse prazo implicará nasua não publicação no caderno de teses.

Já as moções para deliberação pelo ple-nário deverão ser apresentadas junto a co-missão diretora até às 19h do dia 13 de abril.

Biênio 2012/2014 – Os membros da Di-reção Nacional da FASUBRA serão eleitosno XXI CONFASUBRA para um mandatode dois anos, obedecendo às normas cons-

tantes do Estatuto e do Regimento Eleito-ral, aprovado pelo Plenário do XXICONFASUBRA.

As eleições da Direção Nacional serãoregulamentadas e executadas por umaJunta Eleitoral composta de sete membrostitulares, que serão indicados pela Dire-ção Nacional, respeitando-se aproporcionalidade de representação polí-tica estabelecida no Congresso, a ser sub-metida à aprovação da Plenária de Aber-tura do Congresso.

Vale lembrar que a eleição obedecerá aocritério da proporcionalidade qualificadanos termos do estatuto da FASUBRA. Eque somente poderão votar e ser votadosos (as) delegados (as) credenciados (as)ao XXI CONFASUBRA.

Confira nas páginas 6, 7 e 8 as teses so-bre assédio moral e sexual no ambiente detrabalho e sobre formação sindical envia-das pelo companheiro Oscar, da correntepolítica PSLivre.

Page 2: Fundada em 10 de dezembro de 1985 Rio de Janeiro, 16 de ... · ciais dos (as) trabalhadores (as) em ge-ral; contribuir para a organização e con-solidação das lutas unitárias

2 Fevereiro * Ano 14 * nº 155 www.asunirio.org.br

EXPEDIENTECoordenação Geral: Oscar, WilsonFerreira Mendes, Jorge Luiz Teles Vieira

Coordenação de Educação: Celio de GoisSerafim, Edilan Fialho dos Santos

Coordenação de Administração eFinanças: Ernani Pedro Zimmermann deOliveira, José Carlos Passarelli

Coordenação de Políticas Sindicais eComunicação: Luiz Carlos Gomes, JerusaFerreira Braga

Coordenação de Políticas Sociais,

ASUNIRIO: Av. Pasteur, 296/sala 607Urca - RJ

Cep: 22290-240

Tel/Fax: (21) 2541-0924

Site: www.asunirio.org.br

Endereço eletrônico:[email protected]

O conteúdo deste informativo éresponsabilidade da Diretoria

Executiva da ASUNIRIO.Filiada a FASUBRA Sindical

Culturais, Esporte e Lazer: Sheila MariaCustodia Artur Bernardes, Lucinel de Oli-veira Souza

Coordenação Jurídica e Relações deTrabalho: Benedito Cunha Machado,Antonio Luiz Mendonça Correia

Coordenação de Assuntos deAposentadoria e Pensão: Silvia SennaRamalho da Silva, Maria José dos SantosSilva

Coordenação de Raça, Gênero e Etnia:Paulo Henrique Ferreira, Milton PesanhaPereira da Silva

Suplentes: Cristiane da Silva Moreira Mello

Conselho Fiscal: Isabel Gomes daNóbrega, Márcio Jaimovichi, Eloi Barbosae Wilma F. Araujo (suplente).

Horário de funcionamento: 10h as 16h

Tiragem: 2.000 exemplares.

Impressão: News Technology GráficaEditora Ltda.

Diagramação: Rafaela PereiraReportagem: Rafaela PereiraJornalista Responsável: RafaelaPereira - MTB JP 23991 RJ([email protected])

BALANCETE DEZEMBRO (CORRIGIDO) BALANÇO PATRIMONIAL

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3Fevereiro * Ano 14 * nº 155 www.asunirio.org.br

Prestação de contasINVENTÁRIOS DE BENS (DEZEMBRO) INVENTÁRIOS DE BENS (DEZEMBRO)

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INVENTÁRIOS DE BENS (DEZEMBRO)

Prestação de contas

DEMONSTRATIVO DO RESULTADO

ORIGEM DOS RECURSOS

1-Contribuições dos Associados

2 - Receita da venda de Bens

3 - Rendimentos de Aplicações Financeiras de Renda Fixa

4 - Ganhos líquidos auferidos no mercado de Renda Variável

5 - Doações e Subvenções

6 - Outros Recursos

7 - TOTAL ...............................................................................

ORIGEM DOS RECURSOS (CONTINUAÇÃO)

PARECER DO CONSELHO FISCAL

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COORDENAÇÃO JURÍDICA E RELAÇÕES DE TRABALHO

Aposentadoria por invalidezO Plenário da Câmara dos Deputados aprovou no último dia 14, em segundo turno, a

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 270/08, que concede aposentadorias integraispara os servidores públicos aposentados por invalidez permanente. A proposta, que éde autoria da deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), foi aprovada por 429 votos a favor, doiscontra e uma abstenção. Agora, a pauta segue para o Senado para ser apreciada. Se foraprovada, a emenda deve beneficiar os aposentados que ingressaram no serviço públi-co até 31 de dezembro de 2003, data de publicação da Emenda Constitucional 41, a últimareforma da Previdência.

De acordo com o texto, o servidor que já se aposentou ou que venha a se aposentarpor invalidez permanente – tendo entra do no setor público antes da edição da EC41/03– terá direito a proventos calculados com base na remuneração do cargo em que se deuou venha a dar a aposentadoria. A Reforma da Previdência instituiu a aposentadoria porinvalidez permanente com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto sedecorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosaou incurável listada em lei.

A PEC garante para as aposentadorias por invalidez a paridade de reajuste com oscargos da ativa, regra estendida também às pensões derivadas desses proventos.Segundo o relator da proposta, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a mudança feitapela PEC corrige uma das distorções decorrentes da reforma previdenciária operadapela EC41/03. “É inaceitável que o indivíduo atingido por uma situação de invalidez, quemais precisa de cuidados e atenção do Estado, tenha seus proventos mais limitados queo servidor saudável”, afirmou.

No substitutivo que o relator apresentou à comissão especial, estava previstaretroatividade a 2003, mas o texto aprovado retirou essa regra nas negociações com ogoverno. Para o deputado, os aposentados poderão recorrer à Justiça para requerer aretroatividade: “o governo foi contra, mas ela poderá ser requerida na Justiça”, afirmou.

A PEC estipula um prazo de 180 dias para o Executivo revisar as aposentadorias epensões concedidas a partir de 1º de janeiro de 2004. Os efeitos financeiros dessarevisão vão valer a partir data de promulgação da futura emenda constitucional.

DECRETO Nº 7.674, DE 20 DE JANEIRO DE 2012 Dispõe sobre o Subsistema de Relações de Trabalho no Serviço Público Federal.

Art. 1o Este Decreto disciplina a organização do processo de diálogo com vistas aotratamento dos conflitos nas relações de trabalho no âmbito do Poder Executivo federal,por meio da negociação de termos e condições de trabalho entre suas autoridades e osservidores públicos federais da administração pública federal direta, autárquica efundacional. Art. 2o O processo de diálogo de que trata o art. 1º fica organizado sob a forma desubsistema, denominado Subsistema de Relações de Trabalho no Serviço Público Federal– SISRT, integrante do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, criadopelo Decreto no 67.326, de 5 de outubro de 1970. Art. 3o A negociação de termos e condições de trabalho, no âmbito do SISRT, tem comoobjetivo a democratização das relações de trabalho e a busca da solução de conflitospor meio da redefinição das condições de trabalho. Art. 4o O SISRT compreende o conjunto de atividades relacionadas com o diálogo comvistas ao tratamento dos conflitos decorrentes das relações do trabalho e à negociaçãode termos e condições de trabalho no âmbito da administração pública federal direta,autárquica e fundacional e das organizações de servidores, tendo por fim a solução dosconflitos. Art. 5o O SISRT compreende: I - órgão central – o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio doórgão definido em sua estrutura regimental;II - órgãos setoriais – departamentos ou outras unidades nos Ministérios e nos órgãosda Presidência da República, definidos em suas estruturas regimentais, responsáveispelas instâncias setoriais de negociação permanente; eIII - órgãos seccionais – departamentos ou outras unidades nas autarquias e fundações,definidos em suas estruturas regimentais, responsáveis pelas instâncias seccionais denegociação permanente. Art. 6o Ao órgão central do SISRT compete:I - exercer a competência normativa em matéria de negociação de termos e condições detrabalho e solução de conflitos no serviço público federal;II - organizar e supervisionar o SISRT;III - exercer, como órgão central do SISRT, a interlocução com os servidores públicos,por meio de procedimentos de negociação de termos e condições de trabalho, daOuvidoria-Geral do Servidor Público e de outros instrumentos;IV - organizar e manter atualizado cadastro nacional das entidades sindicaisrepresentativas de servidores públicos federais;V - propor a formulação de políticas e diretrizes que garantam a democratização dasrelações de trabalho na administração pública federal;VI - propor medidas para a solução, por meio do diálogo institucional, de conflitossurgidos em razão da fixação de condições de trabalho, direitos e benefícios dosservidores públicos, conforme diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República;VII - articular a participação dos órgãos e entidades da administração pública federaldireta, suas autarquias e fundações, nos procedimentos de diálogo institucional surgidosem razão da fixação de condições de trabalho;VIII - difundir e fomentar a democratização das relações de trabalho no setor público; eIX - registrar em conjunto com as entidades representativas, os consensos do processonegocial. § 1o O órgão central do SISRT prestará orientação nas questões referentes à interlocuçãocom as entidades sindicais e associações representativas dos servidores públicosfederais da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, no âmbitodas instâncias nacionais, setoriais e seccionais de negociação permanente. § 2o A proposição de medidas para a solução dos conflitos deverá contar com aparticipação, na sua formulação, do órgão setorial ou dos órgãos setoriais a cujo quadrode pessoal pertençam os servidores afetados. Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de janeiro de 2012; 191o da Independência e 124o da República.

Relações de trabalho no serviço público

O oferecimento de denúncia na Justiça contra quem agride no ambiente familiar nãodependerá mais da vontade da vítima, segundo definiu, no último dia 9, o SupremoTribunal Federal (STF). Por 10 votos a 1, os ministros decidiram que o MinistérioPúblico pode entrar com a ação penal, em casos de violência doméstica, mesmo que amulher decida voltar atrás na acusação contra seu companheiro.

O Ministério Público pedia que, nos trechos em que a Lei Maria da Penha condicionaa denúncia por agressões leves à vontade da vítima, o STF desse a interpretação paraque o Ministério Público passasse a ter a prerrogativa de atuar. A ideia é que o estadoproteja a vítima quando ela se mostra incapaz de fazê-lo.

A maioria acompanhou o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello. “Aos 65anos, eu não acredito mais em Papai Noel. Sem proteção, as mulheres desistem deprocessar seus agressores”, disse o ministro. O ministro Luiz Fux afirmou que a ideiada alteração é intimidar os agressores, já que, agora, eles saberão que a ação judicialcontinuará independentemente da vontade da mulher.

O único voto contrário foi o do presidente da Casa, ministro Cezar Peluso. No seuentendimento, a alteração pode ser um retrocesso à proteção da mulher, já que ela podedesistir de denunciar seu companheiro à polícia na medida em que a lei não permite queela abra mão de uma ação contra ele na Justiça. Para Peluso, hoje, muitas mulhereslevam os casos de agressão ao conhecimento da polícia porque sabem que poderãovoltar atrás mais à frente.

Apesar de ter votado a favor da maioria, o ministro Gilmar Mendes fez ressalva no mesmosentido de Peluso. “As consequências vêm depois. Aí, podemos nos deparar com essaforma. Querendo fazer o bem, acabamos fazendo o mal. Mas não disponho de dados paraseguir na outra alternativa desenhada”, disse Mendes, referindo-se à possível redução nonúmero de denúncias se a ação na Justiça deixar de ser prerrogativa da vítima. Mendesdisse que só votou com a maioria porque acredita que o STF poderá voltar atrás em algumcaso concreto posterior que prove que a intervenção do MP é prejudicial.

MP pode denunciar agressor quandomulher desistir da acusação

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6 Fevereiro * Ano 14 * nº 155 www.asunirio.org.br

Assédio Moral e Assédio Sexual noambiente de trabalho

Assédio MoralAs mudanças que vem ocorrendo no

mundo do trabalho e a maneira como,principalmente as empresas, estão se or-ganizando para a produção, são os prin-cipais causadores das violências sofri-das por trabalhadores. Estudo divulga-do pela ONU – Organização das NaçõesUnidas revela que há mais de 840 milhõesno mundo vivendo com fome crônica emais de 1 bilhão vivendo com menos deU$ 1 dólar por dia. Podemos crer queeste exército de pessoas possibilita aeste sistema capitalista que aí está: aimposição, exploração, escravidão e osmaus tratos, como via de troca para asua manutenção no emprego, se é estetermo que podemos considerar, paraestas pessoas que são obrigadas a acei-tar tanta humilhação para não seremdemitidas e fazerem parte daqueles mi-lhões de pessoas que vivem com fome.

As propostas impostas por práticasneoliberais no mundo do trabalho, taiscomo: gestão moderna, multifunção, exi-gências feitas ao trabalhador acima desuas possibilidades, flexibilização nosacordos trabalhistas, a concorrência sel-vagem no mercado de trabalho, entreoutras, são palavras neste novo contex-to e que colocam o trabalhador, muitasvezes, em dúvida quanto à sua própriacapacidade para enfrentar este novodesafio. O contexto oferece as condi-ções ideais para o crescimento do assé-dio moral no mundo do trabalho.

Certamente, os danos causados porestes tipos de organização trazem con-sigo conseqüências de tamanha comple-xidade ou em muitas das vezes até aoextremo de eliminação da própria vida.E é neste espaço, por falta de regras cla-ras que os oportunistas vêm se apro-veitando para praticar o Assédio Moralno Trabalho.

Evidentemente, essa prática do assé-dio moral não acontece somente no Bra-sil. O fenômeno, que é tão antigo quan-to o próprio trabalho, vem crescendo as-sustadoramente, mesmo após aconstatação de que ele leva os traba-lhadores a ficarem doentes, a tentaremo suicídio ou a se suicidarem.

Informações publicadas na obra daConfederação Nacional do Ramo Quí-mico “Assédio moral: a tirania nas re-lações de trabalho” expressam a preo-cupação da Organização Internacional

do Trabalho (OIT), em matéria publicadano ano de 2000, no que se refere ao au-mento na incidência de problemas desaúde mental relacionados com as con-dições de trabalho em diversos paíseseuropeus e nos Estados Unidos, ondese registra que um em cada dez trabalha-dores apresentava quadro de depressão,ansiedade, estresse ou cansaço, o queem alguns casos levavam ao desempre-go e à hospitalização. Registra, também,perspectivas pessimistas para as duaspróximas décadas, quando haverá a pre-dominância de depressões, angústias eoutros danos psíquicos relacionados ànova organização do trabalho, vincula-da às políticas neoliberais, segundo aOIT e a Organização Mundial de Saúde.

Para melhor identificar esta violência,definiremos o Assédio Moral no traba-lho, em conformidade com o conceitodescrito pela Dra. Margarida Barreto,autora do livro: Violência, saúde, tra-balho: uma jornada de humilhações.Segundo ela, o assédio moral é: “a ex-posição de trabalhadores e trabalhado-ras a situações humilhantes e constran-gedoras, repetitivas e prolongadas, du-rante a jornada de trabalho e no exercí-cio de suas funções, sendo mais comunsem relações hierárquicas autoritárias eassimétricas, em que predominam con-dutas negativas, relações desumanas eaéticas de longa duração, de um ou maischefes dirigidas a um ou maissubordinado(s), desestabilizando a re-lação da vítima com o ambiente de tra-balho e a organização, degradandodeliberadamente as condições de traba-lho, cujo objetivo fundamental é forçara demissão. Atinge a dignidade e aidentidade”.

Considerando algumas pesquisas deespecialistas no assunto, é importantesalientar que é possível acontecer o as-sédio moral também sem o objetivo delevar a vítima à demissão, pelo simplesprazer do assediador em manter a suavítima presa às suas torturas psicológi-cas, com a intenção de satisfazer o seuprazer sádico.

Podemos perceber, pela conceituaçãoacima que o Assédio Moral acontece deforma hierárquica (na maioria das vezes),na horizontal e ascendentemente.

O assédio moral não se caracteriza poreventuais ofensas, sob pena debanalização da violência moral no traba-

lho. O assédio moral somente esta-rá presente quando a conduta per-versa for repetitiva e por tempo pro-longado, devendo estar caracteri-zada a habitualidade da condutaofensiva dirigida à vítima. Ele é ca-racterizado por um processo deagressões psicológicas, visandodesqualificar e desestabilizar emo-cionalmente a relação da vítima coma organização e o ambiente de tra-balho.

Como o espaço para discorrersobre a matéria é pequeno apenasdaremos visibilidade as conseqü-ências, ainda que tenhamos ciên-cia da repercussão do assédio emoutros campos da vida do traba-lhador, seja em seu o patrimônio,bem como nas relaçõesinterpessoais.

A Dra. Margarida Barreto, atra-vés de sua obra, explicitou o resul-tado de sua pesquisa, por meio daqual demonstra os prejuízos sofri-dos por trabalhadores, advindosdas humilhações e dos constrangi-mentos. As conseqüências físicase psíquicas do assédio moral sãodrásticas, como, por exemplo, asseguintes:

Dificuldades para dormir, pesa-delos, interrupções para dormir;

- Diminuição da libido;- Sentimento de culpa;- Pensamento suicida;- Tentativa de suicídio;- Passa a ter vícios;- Aumento de peso ou emagreci-

mento;- Alteração da capacidade de

concentra-se e memorizar;- Anulação dos pensamentos ou

sentimentos que relembrem a tor-tura psicológica, como forma de seproteger e resistir;

- Anulação de atividades ou si-tuações que possam recordar a tor-tura psicológica;

- Diminuição da capacidade defazer novas amizades, redução doafeto, sentimento de isolamento ouindiferença com respeito ao sofri-mento alheio, tristeza profunda;

- Sensação negativa do futuro,vivência depressiva;

- Distúrbios digestivos, hiperten-são arterial, tremores, palpitações;

O escritório Wagner Advogados Associadosdeve ingressar com ações judiciais a fim de pleitearo pagamento de adicional de periculosidade aosservidores ocupantes do cargo de Vigilante de di-versas Instituições Federais de Ensino – IFEs.

A ação busca o pagamento da vantagem a fim decompensar o desempenho das atividades de riscoque fazem parte das funções dos vigilantes das ins-tituições.

Lembrando que o cargo de Vigilante integra o Pla-no de Carreira e Cargos Técnico-Administrativosdas Instituições Federais de Ensino, podendo adescrição de suas atividades ser encontrada noOfício-Circular de 28 de novembro de 2005, expedi-do por órgão do Ministério da Educação.

Analisando a descrição das funções que cabemaos vigilantes das Instituições Federais de Ensino,é notável que o perigo e a ameaça à integridadefísica são inerentes ao exercício de suas ativida-des.

Além disso, embora o cargo efetivo de Vigilantenão esteja entre os que estão expressamente auto-rizados ao porte de arma de fogo a partir da entradaem vigor do Estatuto do Desarmamento (Lein°10.826/2003), é sabido que os vigilantes de di-versas IFEs continuam a utilizá-las em suas fun-ções, o que os expõe a um risco adicional à suaprópria segurança durante as atividades de traba-lho.

O adicional de periculosidade seja um direito so-cial, constando na Constituição Federal de 1988 queos servidores que trabalhem com risco de vida fa-zem jus a um adicional remuneratório. Embora atu-almente esse direito não seja expressamente asse-gurado aos servidores públicos através de dispo-sitivo constitucional, trata-se de um direito a elesconcedido através da legislação infraconstitucional.

É com base nesta que se pleiteia o pagamento daparcela aos vigilantes das IFEs.

“A ação visa a corrigir uma injustiça que vem ocor-rendo no âmbito das Instituições Federais de Ensi-no, visto que os vigilantes, apesar de estarem ex-postos a constantes riscos à vida e à integridadefísica, não recebem o correspondente adicionalremuneratório, sob o argumento de que não há au-torização legal expressa para tanto. Contudo, podeser encontrado fundamento na legislação para essepagamento, existindo inclusive alguns preceden-tes judiciais favoráveis”, afirma a advogada LucianaRambo, de Wagner Advogados Associados.

Vigilantes das IFEspodem pleitearpericulosidade

COORDENAÇÃO JURÍDICA E RELAÇÕES DE TRABALHO

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- Crises de choro;- Entre outros.Uma outra repercussão que não pode-

mos deixar de citar, e que é muito freqüen-te, refere-se à saúde da Empresa. O custopara aquela organização que permite oAssédio moral em seu ambiente de traba-lho é muito alto, não só pelos afastamen-tos constantes de trabalhadores por licen-ça médica, mas para capacitar outros paraos substituírem naquele local de trabalho.Sem contar com o efeito negativo que traza imagem da empresa. Vale lembrar tam-bém, que o pagamento das indenizações éde custo elevado. Relevante lembrar que aLei nº 11.948/09 veda empréstimos doBNDES a empresas que tenham prática deassédio moral.

Assim como na iniciativa privada, o Es-tado sofre prejuízos bastante significati-vos, seja na área da Previdência Social,Saúde e Trabalho. Jorge Luiz de Oliveira,menciona em sua obra que estudoimplementado pela Organização Interna-cional do Trabalho, em outubro do ano dedois mil, indicou que países da União Eu-ropéia gastavam anualmente de 3% a 4%do PIB com problemas de saúde mentalrelacionados ao trabalho.

A Legislação Brasileira no Âmbito Mu-nicipal conta hoje com pelo menos 53 Leisaprovadas e 11 Projetos de lei, ÂmbitoEstadual pelo menos 05 Leis e 05 Proje-tos de Lei (não há normatização no poderexecutivo), e no Âmbito Federal (não exis-te Lei específica de combate ao assédiomoral). Entretanto, há uma 01 Lei de nº11.948/09, de 16 de junho de 2009, vedaempréstimos do Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social –BNDES a empresas que tenham práticade assédio moral e conta com 09 Projetosde Lei.

Assédio sexualA oportunidade de escrever sobre as-

sédio sexual, ainda que num espaço re-duzido, devido a orientações normativasdo evento, é extremamente gratificante,por se tratar de um assunto que vem ater-rorizando os trabalhadores, sejam eles dosexo masculino ou feminino. As conse-qüências traduzem o Estresse emocional,Sentimento de culpa, Perda do poder deconcentração, Ansiedade, Insegurança,Baixa auto-estima, Falta de motivação, Di-minuição de produtividade, Transtorno deadaptação, entre outras. E, para nossaperplexidade o assunto vem sendo deixa-do de lado, ainda que tenhamos legisla-

Assédio Moral e Assédio Sexual no ambiente de trabalhoção específica para combater o fenômeno.Assim, prestaremos algumas informaçõesde extrema relevância para categoria, nosentido de esclarecer o surgimento da ex-pressão, os tipos de abordagem, a legisla-ção que coíbe o assédio sexual e as dife-renças entre o assédio sexual e o assédiomoral.

Utilizaremos à obra do Autor de Assé-dio Moral no Ambiente de trabalho, Jor-ge Luiz de Oliveira da Silva, que discorreprecisamente sobre as diferenças entre oassédio sexual e o assédio moral. Segun-do ele a expressão assédio sexual no tra-balho foi construída nos anos 70 nosEUA, e pode-se resumir o assédio sexualcomo uma situação em que a vítima ésubmetida, contra a sua vontade, a umachantagem sexual, sob pena de ser seve-ramente prejudicada em seu ambiente detrabalho, caso não ceda aos desejos doassediador.

O autor da obra Assédio Moral no Ambi-ente de Trabalho, seguindo orientações deMichal Rubenstein, ano 1986, divulgou trêsinstrumentos de viabilização do assédio se-xual, são eles:

1) Conduta física: é a mais ostensiva eousada, podendo se manifestar por meiode várias ações, que variam desde o ata-que direto à vítima a sutis contatos físicos;

2) Conduta verbal: é a mais comum noassédio sexual. Através dela, o assediadorexpressa suas propostas sexuais direta-mente ou por intermédio de insinuações ve-ladas, acrescentando, também, as ameaças,caso a proposta seja recusada e a

3) Conduta não verbal: é a menos intuiti-va, pois o assediador utiliza-se de ardis esubterfúgios para passar sua mensagemsexual à vítima, tais como: exibição de fo-tos pornográficas, prática de gestos obs-cenos, desenhos ou imagens de cunho se-xual, bilhetes, ou qualquer outra forma queconsiga incomodar a vítima em razão daconotação sexual, que possa significar umaproposta libidinosa.

É Importante mencionar que o assédiosexual funciona sem aquela regra tenden-ciosa de que apenas o homem é protago-nista do assédio. No mundo moderno amulher, cada vez mais, tem ocupado po-sições de destaque nas at ividadeslaborativas. Assim, nas relações de tra-balho, com relação ao assédio sexual, tan-to o homem quanto a mulher, podem fi-gurar como atores da violência sexual.Vale salientar, que o assédio sexual podeacontecer entre pessoas do mesmo sexo,envolvendo desejos homossexuais.

Legislação - A lei nº 10.224, de 15 de maiode 2001, introduziu no Código Penal Brasi-leiro o Art. 216-A, criminalizando a condu-ta do assédio sexual e cuja pena é a deten-ção de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Para um melhor entendimento do fenô-meno detalharemos quatro pontos que di-ferencia o assedio sexual do assédio moral:1) Para que exista assédio moral é necessá-rio que a conduta seja reiterada e habitual,prolongando-se no tempo, constituindo-seem autêntico processo de agressões (ge-ralmente sutis e veladas). Para que existaassédio sexual somente é necessária a prá-tica de uma conduta, desde que seja idô-nea, expressamente dos desejos do ofensore ameaça à vítima.

2) O constrangimento que é imposto àvítima do assédio moral consiste em paula-tinamente ir depreciando seu íntimo edesajustando sua personalidade, até con-duzi-la a um total desequilíbrio. Já o cons-trangimento imposto à vítima do Assédiosexual consiste em impor propostas sexu-ais não desejadas, acabando por atingir seuíntimo em razão do temor em ser prejudica-da profissionalmente.

3) No assédio moral as condutas sãogeralmente bem concatenadas e interliga-das, exercendo um fator de agregação queirá resultar no desequilíbrio final da vítima.Essas condutas são demarcadas pela suti-leza, passando isoladamente quase quedespercebida pelos que estão no mesmoambiente da vítima, a ponto do assédiomoral ser conhecido como o risco invisí-vel. Já no assédio sexual, geralmente, ascondutas são mais arrojadas e incisivas,sendo facilmente percebida pelas pessoasque convivem no mesmo ambiente da víti-ma.

4) O objetivo final do assédio moral é,através do desequilíbrio gerado na vítima,eliminá-la do local de trabalho, quer sejaatravés da demissão, quer seja por inter-médio de longos períodos de licença médi-ca. É possível, também, que o objetivo doassediador seja manter a vítima sob seu con-trole, satisfazendo, assim, seu espírito sá-dico, não havendo interesse no afastamentodo assediado. No assédio sexual o objeti-vo final é fazer com que, através do temorda vítima de ser prejudicada profissional-mente, esta ceda aos desejos sexuais doofensor.

O que os sindicatos, órgão públicos eprivados, dentre outros, devem fazer:

- Promover palestras e seminários sobreo tema Assédio Moral e Assédio Sexual;

- Mobilizar os trabalhadores no comba-te ao Assédio Moral e Sexual;

- Promover o debate sobre o AssédioMoral junto a FASUBRA e ANDIFES, nosentido de garantir a criação de um ins-trumento interno nas universidades paracoibir o Assédio Moral;

- Promover cursos de administração deconflitos e de autodefesa verbal, princi-palmente, com a participação dos espec-tadores (pessoas tem ciência mas nadafaz para ajudar, seja qual for o motivo);

- Promover palestras sobre ética;- Criar instrumentos de combate ao As-

sédio Moral;- Intensificar a mobilização junto ao

Congresso, no sentido de garantir Leispara combater o Assédio Moral, altera-ções na Lei 8.112 e na CLT, com inclusõesde artigos que combata Assédio Moral, eintensificação na luta para criação de arti-go sobre Assédio Moral no Código PenalBrasileiro;

- Promover encontros entre psicólogos,psiquiatras, neurologistas e especialistassobre assédio moral e sexual, no sentidode debaterem a questão com a finalidadede combater o fenômeno nos locais detrabalho;

- Promover Encontros entre Juízes, Ad-vogados e especialistas sobre assédiomoral, no sentido de debaterem a ques-tão, com a finalidade de melhorar o enten-dimento sobre o assunto, com o objetivode aperfeiçoar o ajuizamento sobre a ma-téria;

- Promover Encontros entre os gover-nos: Municipais, Estaduais e da esfera fe-deral, com o objetivo de melhor entendi-mento e rapidez na formulação de instru-mentos de combate ao assédio moral.

- Revisão em Estatutos e Regimentos,dispondo-se com ações que valorizem ostrabalhadores (as) e que não permitam adiscriminação no ambiente de trabalho;

- Colocar em prática uma Política deGestão de Pessoal que garanta proces-sos de trabalhos participativos e respei-tosos, oferecendo condições de traba-lho adequadas e fazendo com que osprogramas de qualidade de vida vejam otrabalhador como legítimo cidadão naconvivência.

Assim, propomos uma grandemobilização no sentido de garantir a cons-trução de instrumentos que não só impe-çam o assédio moral, como também ex-clua definitivamente o assédio sexual noambiente de trabalho.

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Formação Sindical: o segredo para ação política do trabalhadorAo longo dos últimos anos, temos observado a participação dos trabalhadores nos

movimentos sindicais e também os efeitos causados por essa participação ao meio ambi-ente do qual fazem parte.

Em diversos momentos, seja nos encontros sindicais, em assembléias, em congressos,em outros eventos ou através de conversas sinceras, buscamos saber por parte dotrabalhador o motivo que o leva a estar participando daquele ato, evento ou movimentopolítico. Como resposta, obtivemos diversas informações que em sua maioria não tradu-zem as orientações debatidas e tiradas em seus fóruns democráticos, muitas das vezescontraditórias às prestadas por lideres sindicais.

Outro momento que nos chamou a atenção pautou-se nas diversas pesquisas realiza-das em assembléias, quando buscamos saber o motivo que levam os trabalhadores, emsua maioria, a não se pronunciarem em assuntos de seu interesse. Vale ressaltar que,neste ponto, registramos fatos de extrema relevância para a nossa análise, como porexemplo, o comportamento de alguns trabalhadores que atendem a pessoas nos serviçosde protocolo, nas secretarias escolares, na secretaria do vestibular, entre outros ambien-tes da instituição que, quando se encontram nos locais de almoço e nos corredores dolocal de trabalho, conversam sobre questões sociais, políticas, econômicas e demaisassuntos do dia-a-dia. Nestes ambientes, estes trabalhadores expõem os seus conheci-mentos, debatem sobre diversos temas e questionam colegas de trabalho quando háruídos na comunicação. Entretanto, estes mesmos trabalhadores não conseguem, peran-te pessoas e ambientes diferentes, ter o mesmo desempenho.

Assim, procuramos algumas daquelas pessoas para saber quais os motivos que oslevavam a ter aquele tipo de comportamento, particularmente nas assembléias. Os argu-mentos foram diversos. Destacamos alguns que entendemos como causadores de efeitos:. Insegurança da informação que estariam prestando às diversas pessoas;. Medo de colocarem suas idéias e incorrerem em erros de linguagem;. Insegurança por não saberem se expressar de forma bonita e correta para falar em público;. Insegurança por falta de conhecimento das matérias levadas por líderes sindicais para debate.

Outro assunto analisado por nós foi a inconstância do trabalhador com o envolvimentonos movimentos sindicais, principalmente, no que se refere à sua ausência de casa, pordias, para participar de ações políticas, por vezes, em outros estados e de sua participa-ção mais constante nas assembléias. Neste caso, perguntamos a alguns trabalhadoressobre suas experiências quando viajavam e os motivos de suas ausências em outroseventos? Como respostas obtivemos que, quando se ausentavam de casa, a convivênciacom pessoas de outros estados os engrandeciam, porém, ao retornarem, surgiam proble-mas com os seus cônjuges e familiares, porque eles se sentiam à parte de seus conheci-mentos e convivências. Também, alegavam brigas por ciúmes por parte dos cônjuges,por acharem que eles estavam com outros(as) companheiros(as), na farra , etc.

Achamos importante mencionar que desta análise, pudemos perceber que muitos par-ticipavam do evento sem nenhuma preparação ou conhecimento do ato em que estariamenvolvidos, e que apenas haviam se colocado à disposição para receber o dinheiro da(s)diária(s) ou por amizade ao colega de trabalho.

Fato que vem tirando o sono dos lideres sindicais, decorre da ausência de servidoresnovos aos fóruns de discussões da categoria. Muitos desses trabalhadores dizem teme-rem por represarias, por estarem se juntando aos sindicalistas no período em que estãosendo avaliados no Estágio Probatório.

Quanto à ausência de trabalhadores nas assembléias, ouviu-se dos mesmos que a

pauta para a discussão estava distante de seus interesses.Diante das informações colhidas, procuramos orientações de autores nas áreas de

comunicação, ciências humanas, ciências políticas, formação sindical e de alguns estu-diosos no assunto, além de levarmos as nossas preocupações para diversos eventosocorridos, principalmente em Brasília, em fórum de trabalhadores. Entre as várias orien-tações recebidas através das consultas e debates da qual participamos, entendemos quea melhor opção para corrigir e prevenir questões como estas que abordamos acima,perpassava por uma Formação Sindical sólida, com o entendimento que este era o segre-do para ação política do trabalhador e, que deveria nortear pelos os seguintes eventos:. Cursos de alfabetização, médio, graduação, pós-graduação para trabalhadores e familiares;. Cursos que revelassem a História do Brasil para trabalhadores e familiares;. Cursos de Formação Sindical para trabalhadores e familiares;. Cursos de redação para trabalhadores e familiares;. Cursos sobre como se comunicar em público para trabalhadores e familiares;. Palestras sobre políticas sociais para trabalhadores e familiares;. Palestras sobre a organização e o desenvolvimento dos municípios e estados;. Palestra sobre a organização do Governo na esfera Executiva, Legislativa e Judiciária;. Palestras sobre a importância na participação nas associações de moradores e de sindi-catos de trabalhadores;. Palestras sobre a organização e desenvolvimento na luta por melhorias sobre a saúdedo trabalhador;. Palestras sobre a importância da construção coletiva de um estatuto ou regimento noslocais de trabalho para a classe trabalhadora;. Palestras sobre a importância da construção coletiva de Políticas de Recursos Humanos;. Palestra sobre Gestão de Pessoas para a classe trabalhadora;. Encontros entre sindicalistas, associação de moradores, trabalhadores e familiares paratratar de questões que levam conseqüências a seus ambientes familiares;. Palestras sobre Planejamento Orçamentário e Financeiro. Entre outros assuntos de interesse da categoria.

Certamente que, tudo o que foi escrito acima deverá ser planejado e executado deforma a atender as demandas, na ordem emergencial, em curto prazo e em longo prazo,cuja organização deverá ocorrer de forma alinhada, entre os sindicatos e associaçõesnos diversos estados do Brasil. O apoio pode ser adquirido dentro das universidades,DIEESE, entre outros órgãos de expressão e de confiabilidade dos trabalhadores.

Desta forma, pensamos estar contribuindo para o fim da insegurança do trabalhador aoprestar informações a diversas pessoas, são elas: os que têm medo de colocar suas idéiaspor cometer erros de linguagem, estariam proporcionando ou levando a forma correta decomunicar-se em público; também no conhecimento necessário das matérias levadas pelosseus sindicatos ou por outro setor de seu interesse, para o debate e a construção democrá-tica das propostas. Por fim, diminuir ou por fim aos conflitos conjugais atrelados ao assun-to destacado no texto; ter o entendimento das diversas culturas para uma melhor convi-vência; repensar o ambiente de trabalho e de casa para melhorar a qualidade de vida e tera recompensa de ver retornarem os trabalhadores aos seus fóruns de discussão.

Certamente, outros conhecimentos deverão ser socializados entre as partes envolvi-das e, o estudo de teorias sobre os interesses dos seres humanos deverá ser aprofundado,para um melhor entendimento das questões necessárias ao desenvolvimento das orga-nizações e do ser humano no processo de formação sindical.

Quando foi fundado, o Partido dos Trabalhadores (PT) se proclamou agente das trans-formações políticas e sociais que, pautadas pelo rigor da ética e pelo mais genuínosentimento de justiça social, mudariam a cara do Brasil.

Hoje no poder, o Partido dos Trabalhadores se orgulha de ter contribuído para melhoraro País do ponto de vista do desenvolvimento econômico e da inclusão social. Contudo,nada no Brasil mudou tanto, e para pior, nessas três décadas, como a cara do próprio PT.

O antigo bastião de idealistas, transformou-se numa legenda partidária como todas asoutras que antes estigmatizava, manobrada por políticos profissionais no pior sentido, e,como nem todas, submissa à vontade de um “dono”, porque totalmente dependente desua enorme popularidade. Esse é o PT neoliberal de Lula de saias, que ainda influencia oPartido, mesmo sem ser mais o presidente. Uma vez no poder, o Partido dos Trabalhadoresse transformou em praticamente o oposto de tudo o que sempre preconizou. O marco formaldessa mudança de rumo pode ser considerado o lançamento da Carta ao Povo Brasileiro,em junho de 2002, a quatro meses da eleição presidencial em que pela primeira vez Lulasairia vitorioso.

Concebido com o claro objetivo de tranquilizar o eleitorado que ainda resistia às ideias

Um partido como outro qualquerradicais e estatizantes do PT no âmbito econômico, entre outras coisas a Carta arriouvelhas bandeiras como o “fora FMI” e passou a defender o cumprimento dos contratosinternacionais, banindo uma antiga obsessão do partido e da esquerda festiva: a morató-ria da dívida externa. Eleito, Lula fez bom uso de sua “herança maldita”.

Adotou sem hesitação os fundamentos da política econômico-financeira de seuantecessor, redesenhou e incrementou os programas sociais que recebeu, barganhoucomo sempre se fez o apoio de que precisava no Congresso e, bafejado por uma conjun-tura internacional extremamente favorável, bastou manejar com habilidade os dotespopulistas em que se revelou um mestre para tornar-se um presidente tão popular comonunca antes na história deste país.

O partido que pretendia transformar o País passou a se transformar na negação de simesmo. A partir daí começaram as defecções de militantes importantes, muitos delesfundadores, decepcionados com os novos rumos, principalmente com os meios e modoscom que o partido se instalou no poder. O mensalão por exemplo ficou como o grandesímbolo, daquele que se dizia o agente das grandes transformações sociais do país.Trinta e dois anos de atraso para a consciência política do País.