María Hesse

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Frida KahloUma biografia

Tradução de AlexAndre Boide

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Frida Kahlo

Retrato a mim mesma porque sou quem eu conheço melhor.

Nunca retrato sonhos ou pesadelos. Retrato minha própria realidade.Meu nome é Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón, e nasci em 6 de julho de 1907 em Coyoacán.

Desde meu nascimento tive que lutar contra um problema de saúde que marcou toda a minha vida. Alguns dizem que foi poliomielite, mas na realidade eu sofria de espinha bífida.

A vida insiste em ser minha amiga, e o destino, meu inimigo.Em 17 de setembro, o ônibus em que eu viajava bateu em um bonde. Fiquei gravemente ferida e estive à beira da morte.

Queria te dar tudo aquilo que você nunca teve, e nem assim você saberia a maravilha que é te amar.Em 21 de agosto me casei com Diego Rivera.

Precisamos ser sinceros, nós, mulheres, não podemos viver sem dor.Diego e eu nos mudamos para os Estados Unidos. Lá sofri meu segundo aborto. Estava morrendo de saudades do México.

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Eles achavam que eu era surrealista.Exponho em Paris. Os franceses me dão uma ótima acolhida.

O homem é dono de seu destino, e seu destino é a terra, que ele mesmo está destruindo até acabar sem destino.Acolhemos Trotski depois de exilar-se. Inevitavel-mente tenho um romance com ele.

A única coisa boa é que estou começando a me acostumar com o sofrimento.Voltamos ao México. Diego tem um caso com a minha irmã.

Sofri dois acidentes graves na vida, um em que um ônibus me arremessou no chão… O outro acidente é Diego.Diego pede o divórcio.

Bebia para afogar as mágoas, mas as desgraçadas aprenderam a nadar.Depois do assassinato de Trotski, sou interrogada. Meu estado de saúde e minha tristeza se agravam. Após poucos meses de separação, Diego e eu nos casamos de novo.

Espero ter uma partida agradável e nunca mais voltar.Tenho apenas 47 anos, mas meu corpo já está cansado de sentir tanta dor. Todo sofrimento tem um fim.

Doutor, se me deixar tomar essa tequila, prometo não beber no meu funeral.Minha primeira exposição no México é organizada. O médico não me deixa sair da cama. Cumprindo suas ordens, compareço à abertura deitada nela.

Para que quero pés se tenho asas para voar!Começa a aventura de in con táveis cirurgias. Em 1952 minha perna direita é amputada.

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Me chamo Magdalena Carmen Frida Kahlo Calderón. Nasci em 6 de julho de 1907 em Coyoacán, mas sempre preferi dizer que meu nascimento foi em 1910, não pela bobagem de esconder a idade, e sim porque nesse ano começou a Revolução Mexicana, e eu sou a revolução.

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Minha mãe era uma mulher baixinha, de olhos muito bonitos, uma morena de lábios bem finos. Era uma espoletinha de Oaxaca. Muito simpática, ativa, inteligente. Não sabia ler nem escrever, só contar dinheiro.

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Meu pai, Guillermo Kahlo, era interessante, muito elegante nos seus movimentos e ao caminhar. Tranquilo, trabalhador, valente. Era inteligente e educado, e valente porque sofreu de epilepsia durante anos, mas nunca deixou de trabalhar.

Guillermo Kahlo emigrou com dezoito anos da Alemanha para o México. Se casou com María Cardeño Espino e, durante algum tempo, trabalhou em uma joalheria, onde conheceu minha mãe, Matilde Calderón.