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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA THAÍS MENEZES DO NASCIMENTO Frequência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), seus sintomas e fatores de risco em pacientes com suspeita de Doença Arterial Coronariana (DAC) ARACAJU-SE 2013

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

THAÍS MENEZES DO NASCIMENTO

Frequência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(DPOC), seus sintomas e fatores de risco em pacientes com

suspeita de Doença Arterial Coronariana (DAC)

ARACAJU-SE 2013

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THAÍS MENEZES DO NASCIMENTO

Frequência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(DPOC), seus sintomas e fatores de risco em pacientes com

suspeita de Doença Arterial Coronariana (DAC)

Monografia apresentada ao colegiado do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Medicina.

Orientadora: Profª Drª Maria Luíza Dória

ARACAJU-SE 2013

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THAÍS MENEZES DO NASCIMENTO

Frequência de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(DPOC), seus sintomas e fatores de risco em pacientes com

suspeita de Doença Arterial Coronariana (DAC)

Monografia apresentada ao colegiado do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Medicina.

Aprovada em ____/____/____

___________________________________________________________________________ Thaís Menezes do Nascimento

Doutoranda

___________________________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Luiza Dória Almeida

Orientadora

Examinador

4

Às razões da minha vida: Deus, meus pais e minha irmã.

5

AGRADECIMENTOS

Meu maior agradecimento a Deus, minha família e meus amigos.

Minha orientadora Dra. Luiza Dória, obrigada pela paciência.

Professor Marco Prado, não tenho palavras para agradecer sua ajuda nos momentos

que mais precisei, muito obrigada!

6

"A provação vem, não só para testar o nosso valor, mas para aumentá-lo; o carvalho não é apenas testado, mas enrijecido pelas tempestades."

( Lettie Cowman )

7

LISTA DE ABREVIATURAS

ATS: American Thoracic Society

CAT: COPD Assessment Test

CPM: Cintilografia de Perfusão do Miocárdio

CVF: Capacidade Vital Forçada

DAC: Doença Arterial Coronariana.

DCV: Doenças Cardiovasculares

DM: Diabetes Mellitus

DP: Desvio Padrão

DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

ERS: European Respiratory Society

GOLD: Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease

HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica.

IAM: Infarto Agudo do Miocárdio

IC: Insuficiência Cardíaca

ICP: Intervenção Coronariana Percutânea

IECA: Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina.

IL: Interleucina

IMC: Índice de Massa Corpórea.

LFA: Limitação de fluxo aéreo.

MIBI: Methoxy Isobutyl Isonitrile

MRC: Medical Research Council

PFE: Pico de Fluxo Expiratório

SPECT: Single Photon Emission Computed Tomography

Tc: Tecnécio

TNF: Fator de Necrose Tumoral

VEF1: Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo

8

SUMÁRIO

1. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 09

1.1 – DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) .................................... 09

1.2 – DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) ........................................................ 12

1.3 – RELAÇÃO DPOC E DAC ............................................................................................. 16

1.4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 20

2. ARTIGO ORIGINAL .......................................................................................................... 30

Normas para Publicação ........................................................................................................ 30

Título ..................................................................................................................................... 36

Resumo ................................................................................................................................. 37

Abstract .................................................................................................................................. 38

Introdução .............................................................................................................................. 39

Métodos ................................................................................................................................. 40

Resultados .............................................................................................................................. 41

Discussão ............................................................................................................................... 42

Conclusões ............................................................................................................................. 44

Tabelas ................................................................................................................................... 45

Referências Bibliográficas ..................................................................................................... 47

Apêndice ................................................................................................................................ 50

   

9

1.REVISÃO DE LITERATURA

1.1 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é reconhecida como um importante

problema de saúde pública responsável por um aumento importante da morbidade e

mortalidade1. É uma doença grave, com uma prevalência global em torno de 9-10%2, e está

previsto para aumentar do sexto para o terceiro lugar na classificação internacional de

doenças que causam mais mortalidade entre 1990 e 20203,4. É a única das principais causas de

morte a nível mundial cuja morbidade e mortalidade estão aumentando5.

No Brasil, cerca de 7 milhões de pessoas acima de 40 anos têm DPOC. A prevalência

em pacientes nessa faixa etária fica em torno de 4% a 20 %. Mais de 80% destes pacientes

não são diagnosticados e dessa maneira não recebem o tratamento adequeado6.

Segundo o Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), a DPOC

é definida como uma doença evitável e tratável, com alguns efeitos extrapulmonares

importantes que podem contribuir para um agravamento em alguns pacientes. Seu

componente pulmonar é caracterizado pela limitação crônica ao fluxo aéreo que não é

totalmente reversível. Esta limitação geralmente é progressiva e associada a uma resposta

inflamatória anormal do pulmão a partículas ou gases nocivos5.

Na DPOC o distúrbio ventilatório, caracterizado pela limitação crônica do fluxo aéreo,

gera a dispneia. Esta limita e desencoraja a realização de atividades da vida diária, levando a

diminuição do condicionamento por inatividade, com disfunção muscular periférica e

consequente diminuição da tolerância ao esforço7.

Em relação à fisiopatogenia, está relacionada a uma resposta inflamatória anormal dos

pulmões à inalação de partículas e/ou gases tóxicos, sobretudo a fumaça de cigarro. O

aumento do número de células inflamatórias, que resulta em produção anormal de citocinas

pró-inflamatórias, e o desequilíbrio entre a formação de radicais livres e a capacidade

antioxidante, resultando em sobrecarga oxidativa, provavelmente são mecanismos envolvidos

na inflamação local e sistêmica7.

O estresse oxidativo tem participação muito importante nesse processo e o excesso de

oxidantes ou a capacidade antioxidante reduzida do organismo são os principais geradores do

estresse8.

Atualmente, o tabagismo é aceito como o principal fator de risco isolado de

desenvolvimento de DPOC. E mais: está relacionado a um risco aumentado de óbito devido a

10

DPOC, carcinoma pulmonar e doença coronariana isquêmica. O aumento de risco está

diretamente relacionado à carga tabágica. No entanto, é sabido que menos de 20% dos

fumantes evolui para DPOC clinicamente evidente9 , o que sugere que haja uma população de

tabagistas susceptíveis ao desenvolvimento da doença obstrutiva. A razão pela qual apenas

uma minoria dos tabagistas desenvolve resposta inflamatória aos agentes nocivos presentes no

cigarro que leva à destruição pulmonar, é ainda fato desconhecido10.

Apesar de ser o principal fator de risco e consequentemente o mais estudado, existem

evidências consistentes de estudos epidemiológicos de que não fumantes também podem

desenvolver DPOC5,11-14, sugerindo que fatores genéticos podem modificar o risco individual.

A poluição ambiental, a exposição a químicos, a fumaça inalada, o tabagismo passivo,

as infecções virais e bacterianas, e problemas respiratórios na infância também são fatores de

risco que devem ser considerados. Fatores individuais devem ser incluídos como a deficiência

de alfa-1-antitripsina, a deficiência da glutationa transferase, a hiperresponsividade brônquica,

a desnutrição e a prematuridade15. Em muitos aspectos ,no entanto, o entendimento dos

fatores de risco da DPOC, ainda está incompleto5.

A inflamação pulmonar, quando estabelecida no pulmão, se correlaciona com a

inflamação sistêmica, contribuindo para o desenvolvimento de comorbidades como doenças

cardiovasculares, caquexia, fraqueza dos músculos esqueléticos, anemia, diabetes, desordens

desordens do sono, osteoporose, depressão e até mesmo câncer de pulmão5.

Comorbidades em pacientes com DPOC são a regra, e não a exceção. Um estudo com

200 pacientes com DPOC descobriu que 94% dos pacientes tiveram pelo menos uma outra

condição médica crônica16. Isto é significativo porque comorbidades em pacientes com DPOC

estão associadas com piores prognósticos, tanto para a DPOC como para outras condições17,18.

Estudos anteriores demonstraram uma associação entre uma variedade de condições crônicas

e DPOC, incluindo hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana,

e malignidade17,20.

Há evidências de que o tratamento da DPOC podem beneficiar o curso de

comorbidades, e vice-versa21,22. Por exemplo, vários estudos observacionais têm mostrado

melhores resultados em pacientes com DPOC tratados com estatinas23,25, independente se os

pacientes têm um diagnóstico de comorbidade de doença isquêmica do coração21,24. Enquanto

um estudo randomizado controlado mostrou uma melhora na tolerância ao exercício em

pacientes com DPOC tratados com estatinas22,25, ensaios de intervenção mais prospectivos são

necessários para comprovar benefício do uso de estatinas em pacientes com DPOC22,26.

11

Dada a grande interação de comorbidades com DPOC, alguns pesquisadores

começaram a defender uma abordagem integrada de cuidados para o tratamento de pacientes

com DPOC. No entanto, seria necessário ter uma melhor compreensão de qual melhor forma

de tratar a DPOC no contexto de comorbidades.22,27,28

O subdiagnóstico da DPOC e, consequentemente, a falta de tratamento são pontos

cardinais do combate mundial da doença. Outra faceta importante é que a muitos profissionais

ainda não vêm a DPOC como uma doença sistêmica e, portanto, não é avaliada como parte do

sistema de vigilância das doenças crônicas, que incluem doenças cardiovasculares e doenças

metabólicas5.

Dados de trabalhos publicados em várias partes do mundo confirmam que a DPOC

está subdiagnosticada especialmente nas mulheres e que, na comunidade médica e

principalmente na atenção primária, haveria uma tendência para diagnosticar a DPOC mais

frequentemente em homens30,31.

Em um estudo recentemente publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia, Queiroz

et al.32 relataram uma taxa de subdiagnóstico de DPOC de 71,4% na atenção primária à

saúde. Hill et al.33 verificaram que, aproximadamente, um em cada cinco adultos com fatores

de risco para DPOC que visitaram um médico de atenção primária, por qualquer motivo,

apresentaram critérios espirométricos para DPOC. Embora mais de três quartos dos pacientes

com DPOC relataram pelo menos um sintoma respiratório, dois terços não sabiam de seu

diagnóstico.

O diagnóstico de DPOC deve ser considerado em todo paciente com dispneia, tosse

crônica produtiva ou expectoração e história de exposição a fatores de risco para doença,

principalmente o tabagismo mas também exposição ocupacional a poeiras e produtos

químicos e fumaça de forno a lenha. É importante também a presença de história familiar de

DPOC 5,15.

A dispneia é progressiva (piora com o tempo), persistente e caracteristicamente piora

com os exercícios. A tosse crônica pode ser intermitente e nem sempre será produtiva5.

A avaliação do paciente é baseada no nível de sintomas, futuro risco de exacerbações,

o grau de anormalidade da espirometria e a identificação de comorbidades. A espirometria

antes era um método de suporte para o diagnóstico hoje ela é necessária para um diagnóstico

confiável5. De acordo com a American Thoracic Society (ATS) e a European Respiratory

Society (ERS) a espirometria deve ser realizada em todos os doentes com mais de 40 a 45

anos com história de tabagismo29.

12

O GOLD recomenda espirometria como padrão-ouro para a medição precisa e

repetível da função pulmonar. Além de confirmar o diagnóstico de DPOC, a espirometria

também é útil para fazer diagnóstico diferencial de dispneia e outros sintomas respiratórios.

Embora o uso de espirômetros na atenção primária esteja aumentando em nosso país a

captação ainda é baixa. Estudos epidemiológicos confirmam que tanto o diagnóstico tardio e

sub-diagnóstico da DPOC são problemas comuns os e que a realização de prova ventilatória

rotineira em fumantes maior de 40 anos poderia ajudar a resolver34-39.

Um estudo feito por B Lamprecht et al.40 sugere que testes de função pulmonar são

bastante subutilizados para diagnosticar e monitorar DPOC e, quando utilizados, a qualidade

parece ser muito baixa para estabelecer o diagnóstico correto.

Subutilização de espirometria, baixa a qualidade do teste, e a interpretação incorreta

contribuem para o subdiagnóstico de DPOC41.

Os preditores de mortalidade na DPOC são idade, VEF1(Volume Expiratório Forçado

no primeiro segundo), tabagismo, hipoxemia, hipersecreção crônica, dispneia, capacidade de

exercício e atividade física na vida diária reduzidas, massa e força muscular reduzidas, baixa

índice de massa corpórea e perda de peso excessiva. Um maior declínio anual no VEF1 é

observado nos fumantes e em pacientes com hipersecreção crônica e baixo nível de atividade

física42.

1.2. DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC)

A doença cardiovascular (DCV) é a primeira causa de morte no mundo43. Dados da

Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que, em 2005, cerca de 30% do total de

mortes ocorreu em consequência de DCV, 40% delas devidas à insuficiência coronariana.

Estima-se que, em 2015, 20 milhões de pessoas morrerão em consequência de doenças

cardiovasculares.

Segundo a Síntese de Indicadores Sociais de 2002, realizada pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), as DCV se destacam como a principal causa de mortes no

país (28,8% para homens e 36,9% para mulheres), em todas as regiões e estados.

Assim, é importante sua detecção precoce, em fase anterior às manifestações clínicas e

complicações conhecidas, atuando-se sobre os fatores de risco passíveis de modificação,

objetivando evitar a progressão da doença ou mesmo promover a sua regressão44,45.

A doença arterial coronariana estável é caracterizada por anormalidades funcionais ou

estruturais das artérias coronárias que resultam em redução da oferta de oxigênio para o

13

miocárdio46. O principal mecanismo patogenético da Doença Arterial Coronariana (DAC) é a

obstrução arterial causada por placa aterosclerótica.

A aterosclerose é o protótipo da doença ,caracterizada em todas as suas fases, por uma

disfunção endotelial, que é definida como uma oferta insuficiente de NO, causadora de

estresse oxidativo, inflamação, erosão e vasoconstrição47 promovendo o comprometimento do

fluxo sanguíneo insuficiente para atender a demanda levando à lesão isquêmica e finalmente a

morte (infarto) do tecido miocárdico49.

As apresentações clínicas da insuficiência coronariana crônica são a angina pectoris, a

isquemia silenciosa, o equivalente isquêmico, a insuficiência cardíaca pela cardiopatia

isquêmica e, excepcionalmente, arritmias48.

A principal manifestação é a angina pectoris. A história clínica típica se caracteriza

por episódios transitórios de desconforto ou dor torácica na face anterior do tórax, geralmente

retroesternal ou precordial, normalmente desencadeada pelo esforço físico. Pode irradiar para

um ou ambos os braços (geralmente para o esquerdo), pescoço, mandíbula ou para a região

posterior do tórax. Geralmente duram de 5 a 20 minutos, dependendo do que desencadeou o

quadro. A dor é de intensidade variável, melhora ou cessa com o repouso ou uso de nitrato

sublingual e a intensidade não se relaciona com maior ou menor comprometimento das

artérias coronárias. Cansaço, dispneia e palpitações podem estar associados48.

Existem vários fatores de risco para a DAC bem estabelecidos na literatura médica 50,51,52, dentre os quais se destacam o diabetes mellitus (DM), a hipertensão arterial sistêmica

(HAS), o tabagismo, a dislipidemia , antecedentes familiares , índice de massa corpórea

(IMC), o estresse53, infecções 54,55,56, o sedentarismo58 , o processo de envelhecimento, sexo

do paciente, o tipo de dieta60, a homocisteína plasmática61 , os níveis de proteína C reativa

(PCR)62 , a circunferência abdominal63.

No entanto, apesar desses fatores de risco estarem bastante estabelecidos, existe

controvérsia com relação à importância relativa de cada um deles e quanto à modificação de

sua importância no que se refere ao sexo e às diferentes faixas etárias, bem como aos

diferentes grupos populacionais estudados 50,51,52. Sumartono et al.64 aponta o tabagismo como

o principal fator de risco modificável relacionado à DCV. As mulheres têm fatores de risco

adicionais, tais como o uso de anticoncepcionais e a redução da função ovariana com a

idade65.

De acordo com a "resposta ao dano", teoria descrita por Ross, a aterosclerose é o

resultado de uma excessiva reposta inflamatória fibroproliferativa66,67. A resposta inflamatória

14

não somente promove a iniciação do processo aterosclerótico, mas também contribui para o

crescimento subsequente de ateroma e a precipitação de eventos agudos trombóticos67,68

levando a complicações locais, miocárdicas e sistêmicas da aterosclerose66,68.

Uma variedade de marcadores inflamatórios prevêem recorrência de eventos

coronarianos de curto prazo em pacientes após Síndrome Coronariana Aguda, tão bem ou

melhor do que os fatores de risco convencionais69. Esses marcadores incluem PCR , citocinas

pró e antiinflamatórias, moléculas de adesão celular , marcadores de ativação de plaquetas e

de leucócitos, além da enzima mieloperoxidase que é uma enzima derivada de leucócitos que

catalisa a formação de numerosas reações de oxidação66,69.

As diretrizes atuais não recomendam avaliação clínica rotineira desses marcadores de

risco emergentes . No entanto, uma combinação de alguns destes marcadores com os outros,

tais como as variações genéticas, pode fornecer novas descobertas sobre os mecanismos

subjacentes da iniciação e progressão da aterosclerose e vulnerabilidade da placa e

eventualmente podem orientar a terapêutica66.

Análise de vários estudos determinou que os indivíduos que mais se beneficiaram com

a aspirina e o uso de estatinas na prevenção primária foram aqueles com elevados os valores

de PCR na linha de base70,71.

Estatinas e agonistas de receptores ativados por proliferadores de peroxissomo podem

reduzir os níveis de PCR no sangue além de outros marcadores inflamatórios66. Estas

reduções sustentam a importância dos efeitos antiinflamatórios destes fármacos, bem como

os eventuais benefícios da terapia anti-inflamatória ou moduladores imunes voltados

especificamente para aterosclerose. No entanto, atualmente faltam evidências de que a

redução farmacológica dos marcadores de atividade inflamatória confere o benefício clínico66.

A detecção precoce da DAC é importante para evitar morte e invalidez. O método

padrão de referência para a avaliação oclusões parciais críticos é coronária arteriografia, uma

técnica de cateterismo que é invasiva, demorado e dispendioso. Existem abordagens não

invasivas para a detecção precoce de DAC. Uma das técnicas não invasivas mais importantes

é cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) 72.

A CPM é mais útil em pacientes com probabilidade intermediária de DAC

angiograficamente significativa em função da idade, sexo, sintomas, fatores de risco e os

resultados dos testes de estresse (para pacientes que se submeteram a testes de estresse

antes)72. Tem grau de recomendação I e nível de evidência A para o diagnóstico em pacientes

sintomáticos e em assintomáticos selecionados73.

15

No caso deste método, especificamente, o excelente poder diagnóstico de detecção da

presença de lesão coronariana obstrutiva combina-se à excepcional capacidade preditiva

positiva e negativa para eventos cardíacos clinicamente muito relevantes (e.g. morte, infarto

agudo), permitindo estratificar convenientemente o risco dos pacientes73.

Na avaliação da gravidade, estratificação de risco e prognóstico, a CPM tem por

objetivo não só identificar a presença de isquemia miocárdica, mas possibilitar que, no

manejo da DAC, haja uma separação dos pacientes com risco de morte e com risco de infarto

não fatal, com baixo risco de eventos cardíacos. O grupo de risco intermediário de DAC é o

que melhor se beneficia da CPM, havendo uma excelente relação custo-benefício,

estratificando adequadamente o paciente e direcionando-o para o tratamento clínico ou

invasivo73.

Os aspectos cintilográficos mais importantes na análise da estratificação de risco e

prognóstico da DAC são a extensão da lesão e a fração de ejeção. Associados a estes dois

fatores, muitas situações clínicas interferem de maneira relevante, tais como: idade, diabetes,

hipertensão arterial, dislipidemia, hipertrofia ventricular esquerda, arritmias cardíacas,

insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e outros74.

As sociedades científicas compartilham uma visão de que a maior necessidade e

melhoria na prevenção da doença isquêmica do coração só será possível com a

implementação de estilos de vida saudáveis e medidas preventivas adequadas73,74,75.

O moderno tratamento dos pacientes com DAC estável deve incluir ácido

acetilsalicílico (ou uma terapia anti-plaquetária específica), estatina e inibidor da enzima

conversora de angiotensina (IECA)76.

As metas do tratamento farmacológico da DAC são o prognóstico do paciente e

melhoria da qualidade de vida, reduzindo a gravidade e/ou a freqüência de sintomas. Outras

abordagens farmacológicas, incluindo os beta-bloqueadores, antagonistas de cálcio, a

ivabradina e nitratos, são eficazes em reduzir os sintomas, mas não são capazes de modificar

o prognóstico76.

Os beta-bloqueadores melhoram o prognóstico, mas apenas em pacientes com IAM

(Infarto Agudo do Miocárdio) anterior79. Ainda que existam contestações recentes e com base

nos estudos realizados antes do uso generalizado da terapia de reperfusão aguda79, os

betabloqueadores são a terapia de primeira linha (Classe IA), capazes de melhorar não só os

sintomas mas também prevenir complicações cardíacas, e são obrigatórios, em especial no

pós-IAM em pacientes com função ventricular esquerda reduzida76.

16

Revascularização do miocárdio tem sido um dos pilares do tratamento da DAC por

cerca de metade de um século. A cirurgia de revascularização do miocárdio tem sido

utilizada na prática clínica desde a década de 1960, mas intervenção coronariana percutânea

(ICP) é agora o tratamento mais comumente utilizado de reperfusão80.

1.3. RELAÇÃO DPOC E DAC

As duas condições, DPOC e DAC são epidemias globais com significativa morbidade

e mortalidade. Essas doenças são frequentemente encontradas combinadas e podem ser

encontradas independentemente dos fatores causais em comum, principalmente o

tabagismo88.

As duas são desordens sistêmicas com mecanismos e processos fisiopatológicos que

se sobrepõem. DAC tem um forte feito sobre a severidade e prognóstico da DPOC e vice

versa, incluindo exacerbações agudas88.

Mais de 50% dos pacientes com DPOC morrem de causas não respiratórias e a

falência respiratória corresponde a cerca de 4 a 35% das mortes de DPOC49.

Anthonisen et al89 apresentaram um grande estudo em que doenças cardiovasculares

corresponderam a cerca de 20%-25% dos casos de morte em pacientes com DPOC.

Embora DPOC e DAC tenham fatores causais em comum , o aumento de DAC em

pacientes com DPOC é independente desses fatores de risco conhecidos19,88. Tem sido

argumentado de forma convincente que DPOC é maior fator de risco para desenvolvimento

de aterosclerose e DAC do que, por exemplo, para desenvolvimento de hipercolesterolemia

ou hipertensão90. Estudos mais recentes têm mostrado que essa relação entre as duas

comorbidades existe mesmo após ajuste para idade, sexo, tabagismo, raça, IMC e nível de

instrução19.

O mecanismo exato que liga DPOC a doenças cardíacas ainda não é completamente

elucidado , mas inflamação sistêmica , estresse oxidativo e hipoxemia são os grandes

candidatos para dar essa resposta. Desses, a inflamação sistêmica é a que tem maior suporte

de evidências , ela ocorre em pacientes com DPOC estável e muitas outras condições crônicas

incluindo DAC, além disso, na DPOC a inflamação sistêmica persiste após cessação do

tabagismo91 e aumenta durante exacerbação da doença88 . Notadamente, é durante a

exacerbação que pacientes com DPOC têm maior risco de um evento cardiovascular92.

Dado que os pulmões de pacientes com DPOC são cronicamente inflamados e que

várias citocinas pró-inflamatórias têm sido encontradas elevadas na circulação de pacientes

17

com DPOC, inflamação sistêmica é explicada principalmente pela difusão , ou "spill-over",

de mediadores inflamatórios pulmonares93. No entanto, não há uma estreita correlação entre a

concentração de mediadores no escarro e sangue94, sugerindo que outros fatores também estão

envolvidos. Inatividade física como consequência de dispneia progressiva pode ser um

elemento importante na promoção inflamação sistêmica88.

Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica têm uma inflamação pulmonar

periférica que pode "respingar" para a circulação sistêmica, levando a fraqueza muscular

esquelética , caquexia e uma maior propensão para doenças cardiovasculares( DAC,

Insuficiência cardíaca crônica, hipertensão), metabólicas (diabetes, síndrome metabólica,

obesidade), ósseas (osteoporose, osteopenia) , bem como a depressão87,94. Esses paciente têm

aumento de citocinas na circulação como IL-1, IL-6, IL-18 e TNF – alfa além de proteínas da

fase aguda como PCR e proteína amiloide sérica A88,95.

Juntamente com inflamação sistêmica, estresse oxidativo e hipóxia crônica contribuem

para a fisiopatologia da DPOC, e eles são fatores cruciais no processo da doença

aterosclerótica e a progressão de doença arterial coronariana88.

Topsakal et al.96 têm demonstrado que o estresse oxidativo e inflamação na DPOC

estão associados com a intensidade e a gravidade da aterosclerose em pacientes com DAC

estabelecida, possivelmente através efeitos desfavoráveis sobre as funções endoteliais.

Em um estudo com 6.629 pacientes97 foi evidenciada a correlação entre a obstrução

de via aérea, a inflamação sistêmica e o aumento de doenças cardíacas. A presença de

processo inflamatório, evidenciada pela elevação da PCR, aumentou em até duas vezes o

risco de doenças cardíacas no grupo de pacientes com obstrução grave em relação ao grupo

em que não havia alterações na espirometria.

Tem sido mostrada associação entre valores basais de função pulmonar e incidência de

doença coronariana e doenças cerebrovasculares98 e o processo inflamatório presente nos

pacientes com DPOC pode ser o mecanismo responsável por esta associação99.

Sabemos que a história natural da DPOC se caracteriza por exacerbações. Vários

estudos têm estabelecido de maneira clara que as exacerbações na DPOC são principais

responsáveis pela mortalidade , não somente durante e imediatamente após os eventos agudos

mas também a longo prazo88.

As doenças cardiovasculares parecem ter um importante papel na patogênese e

prognósticos das exacerbações na DPOC88. Donaldson et al.92 já mostrou em um estudo que

o risco de um evento agudo cardiovascular é maior durante as exacerbações na DPOC. Nesse

18

estudo, foram analisados dados de cerca de 25.857 pacientes com DPOC num período de 2

anos e os autores mostraram que o risco de um infarto agudo do miocárdio foi 2,3 vezes maior

1 a 5 dias depois do período de exacerbação.

J.P Man et al.37 relata que a doença isquêmica entretanto não aumenta o risco de

exacerbações, mas certamente piora os sintomas e prolonga a recuperação dos pacientes com

DPOC.

Estudo recente aponta que pacientes com DPOC estável apresentando doença

isquêmica do miocárdio têm mais dispneia, menor capacidade de exercício e status de saúde

mais pobre100.

Resultados de diversos estudos101,102,103, mostram que pacientes admitidos em

hospitais em função da exacerbação da DPOC têm maior risco de desenvolver eventos

isquêmicos agudos que devem ser prontamente reconhecidos e tratados.

Estudos recentes têm mostrado que a DPOC é um fator de risco independente para

morte cardiovascular em pacientes com doença isquêmica do coração que se submeteram a

revascularização88. Nishiyama et al.104 recentemente analisaram 9877 pacientes que

realizaram sua primeira intervenção coronariana percutânea eletiva ou com cirurgia de

revascularização do miocárdio anterior e a DPOC esteve presente em 2,4 % dos indivíduos.

Enriquez et al.105 recentemente observaram que os pacientes com DPOC que foram

submetidos a intervenção coronária percutânea apresentaram um maior número médio de

lesões ateroscleróticas significativas. As lesões foram menores e menos susceptíveis de

provocar oclusão total dos vasos envolvidos em pacientes sem DPOC.

Não há um estudo que tenha analisado sistematicamente a função pulmonar em

pacientes com DAC estável, e a percentagem daqueles que têm obstrução do fluxo de ar

grave, reversível ou mal diagnosticada não é conhecido88.

Recentemente , no entanto, um estudou mostrou que a prevalência de limitação ao

fluxo aéreo compatível com DPOC em pacientes com doença cardiovascular foi substancial

em pacientes atendidos em hospital e na população em geral. E apontou ainda que a maioria

dos pacientes não eram diagnosticados de maneira correta106.

Em relação ao tratamento da DPOC em pacientes com DAC , considerando que não

há grandes estudos de longo prazo em grupos específico de pacientes com as duas doenças, a

DPOC deve ser tratada como de costume, já que não há provas de que DPOC deve ser tratada

de forma diferente na presença de DAC106.

19

Não há nenhum estudo eficaz , randomizado, prospectivo capaz de relatar o manejo

adequado do tratamento em pacientes que têm concomitantemente DPOC e DAC. Na

verdade, os guidelines disponíveis de prevenção77, tratamento78 e revascularização102 da

DAC simplesmente ignoram a DPOC, exceto em aspectos relativos a tolerabilidade ao

betabloqueador. Esta é uma grande lacuna em nosso conhecimento que merece uma

investigação e pesquisa mais profunda88.

Embora os dados sejam derivados principalmente de análises retrospectiva, existem

dados que mostram que o tratamento comorbidades cardiovasculares em pacientes com

DPOC, particularmente com estatinas108, angiotensina inibidores da enzima conversora109, a

angiotensina receptor blockers110 e beta-bloqueadores86,111, reduz a morbidade,

hospitalizações e mortalidade em pacientes com DPOC.

Pacientes com diagnóstico de DPOC geralmente não fazem uso de betabloqueadores

por medo de indução de reações adversas e broncoespasmo81,82. No entanto, beta-

bloqueadores são bem toleradas em pacientes com doença cardíaca e DPOC concomitante, e

não há provas, na grande maioria dos pacientes, de agravamento dos sintomas respiratórios ou

do VEF1. Consequentemente antes de evitar o uso de betabloqueadores em pacientes com

DPOC , a reversibilidade ao broncodilatador deve ser esclarecida pelo teste de função

pulmonar83,84.

A subutilização de betabloqueadores tem sido associada a piores desfechos87, pelo

menos em pacientes pós-iam ou com função de ventrículo esquerdo diminuída. A evidência

de ensaios e meta-análise indica que beta-bloqueadores cardiosseletivos não deve ser

suspensa em pacientes com doença reativa das vias aéreas ou DPOC. Curiosamente

investigações de coorte retrospectivas em pacientes com exacerbação aguda da DPOC

parecem sugerir que betabloqueadores podem até diminuir a mortalidade108,109.

Os mecanismos exatos que ligam as duas doenças apenas têm sido estudados

recentemente. Suspeita-se que uma resposta inflamatória sistêmica – presente nas duas

doenças – e evidenciada pelo aumento da PCR, importante marcador inflamatório, seja um

fator importante desses mecanismos97,112,113,114.

Além disso, a observação de estudos apontando que o uso de estatina terapêutica está

associada a uma redução significativa na mortalidade relacionada a causas respiratórias após

quadros de exacerbação da DPOC, ainda ressalta a provável importância da inflamação nesta

doença23.

20

Embora existam diversos estudos que indicam, claramente, uma substancial proporção

de pacientes com DPOC que também sofrem de Doença Cardiovascular , o inverso não tem

sido investigado em grandes detalhes e apenas dados limitados estão disponíveis . A DAC ou

HF não causam DPOC49.

Em uma revisão de registros de 34.587 pacientes com Insuficiência Cardíaca (IC) com

um largo espectro de gravidade, Havranek et al.115 relataram que cerca de um terço dos

pacientes tinham DPOC. Em uma revisão de co-morbidades, Dahlstrom116 observou que a

DPOC ocorre em aproximadamente 20% a 30% dos pacientes com IC. Em outra coorte

retrospectivo estudo, incluindo 186 pacientes com disfunção sistólica esquerda e que foram

submetidos a espirometria, a prevalência de DPOC foi de 39,2% e DPOC grave previu um

pior prognóstico117.

1.3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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85.GOLDBERGER, J.J. BONOW, R.O.; CUFFE, M.; DYER, A.; ROSENBERG, Y.; O'Rourke, R. et. al. Beta-Blocker use following myocardial infarction: low prevalence of evidence-based dosing. Am. Heart J, v. 160, p. 435–42, 2010. 86.DRANSFIELD, M.T.; ROWE, S.M.; JOHNSON, J.E.; BAILEY, W.C.; GERALD, L.B. Use of beta blockers and the risk of death in hospitalised patients with acute exacerbations of COPD. Thorax, v. 63, p. 301–5, 2008. 87.RUTTEN, F.H.; ZUITHOFF, N.P.; HAK, E.; GROBBEE, D.E.; HOES, A.W. Beta-blockers may reduce mortality and risk of exacerbations in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Arch Intern Med, v. 170, p. 880–87, 2010. 88.BOSCHETTO, P.; BEGHÉ, B.; FABBRI, L.M.; CECONI, C. Link between chronic obstructive pulmonary disease and coronary artery disease: implication for clinical practice. Respirology, v. 17, p. 422–431, 2012. 89.ANTHONISEN, N.R.; CONNETT, J.E.; ENRIGHT, P.L.; MANFREDA, J. Hospitalizations and Mortality in the Lung Health Study. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 166, n. 3, p. 333-339, 2002. 90.HOLE, D.J.; WATT, G.C.; DAVEY-SMITH, G.; HART, CL.; GILLIS, C.R.; HAWTHORNE, V.M. Impaired lung function and mortality risk in men and women: findings from the Renfrew and Paisley prospective population study. BMJ, v. 313, p. 711– 15, 1996. 91.SIN, D.D.; MAN, S.F. Systemic inflammation and mortality in chronic obstructive pulmonary disease. Can J Physiol Pharmacol, v. 85, p. 141–7, 2007. 92.DONALDSON, G.C.; HURST, J.R.; SMITH, C.J.; HUBBARD, R.B.; WEDZICHA, J.A. Increased risk of myocardial infarction and stroke following exacerbation of COPD. Chest, v. 137, p. 1091–7, 2010. 93.BARNES, P.J.; CELLI, B.R. Systemic manifestations and comorbidities of COPD. Eur. Respir. J, v. 33, p. 1165–85, 2009. 94.HURST, J.R.; WILKINSON, T.M.; PERERA, W.R.; DONALDSON, G.C.; WEDZICHA, J.A. Relationships among bacteria, upper airway, lower airway, and systemic inflammation in COPD. Chest, v. 127, p. 1219–26, 2005. 95.BARNES, PJ. Chronic obstructive pulmonary disease: effects beyond the lungs. PLoS Med, v. 7, n. 3, 2010. 96.TOPSAKAL, R.; KALAY, N.; OZDOGRU, I.; CETINKAYA, Y.; OYMAK, S.; Kaya, M.G. et. al. Effects of chronic obstructive pulmonary disease on coronary atherosclerosis. Heart Vessels , v. 24, p. 164–8, 2009. 97.SIN, D.D.; MAN, S.F. Why are patients with chronic obstructive pulmonary disease at increased risk of cardiovascular diseases? The potential role of systemic inflammation in chronic obstructive pulmonar disease. Circulation, v. 107, n.11. p. 1514-9, 2003.

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110.MANCINI, G.B.; ETMINAN, M.; ZHANG, B.; LEVESQUE, L.E.; FITZGERALD, J.M.; BROPHY, J.M. Reduction of morbidity and mortality by statins, angiotensin-converting enzyme inhibitors,and angiotensin receptor blockers in patients with chronicobstructive pulmonary disease. J Am Coll Cardio, v. 47, p. 2554–60, 2006. 111.VAN GESTEL, YR.; HOEKS, SE.; SIN, D.D.; WELTEN, G.M.; SCHOUTEN, O.; WITTEVEEN, H.J. et. al. Impact of cardioselectivebeta-blockers on mortality in patients with chronic obstructive pulmonary disease and atherosclerosis. Am. J. Respir Crit CareMed, v. 178, p. 695–700, 2008. 112.PEARSON, T.A.; MENSAH, G.A.; ALEXANDER, R.W.; ANDERSON, J.L.; CANNON, R.O.; CRIQUI, M. et. al. Centers for Disease Control and Prevention; American Heart Association. Markers of inflammation and cardiovascular disease: application to clinical and public health practice: a statement for healthcare professionals from the Centers for Disease Control and Prevention and the American Heart Association. Circulation, v. 107, p. 499–511, 2003. 113.RIDKER, P.M. Clinical application of C-reactive protein for cardiovascular disease detection and prevention. Circulation, v. 107, p. 363–369, 2003. 114.WEDZICHA, J.A.; SEEMUNGAL, T.A.; MACCALLUM, P.K.; PAUL, E.A.; DONALDSON, G.C.; BHOWMIK, A. et. al. Acute exacerbations of chronic obstructive pulmonary disease are accompanied by elevations of plasma fibrinogen and serum IL-6. Thromb Haemost, v. 84, n.2, p. 210–215, 2000. 115.HAVRANEK, E.P.; MASOUDI, F.A.; WESTFALL, K.A.; WOLFE, P.; Ordin, D.L.; KRUMHOLZ, H.M. Spectrum of heart failure in older patients: results from the National Heart Failure project. Am Heart J, v. 143, p. 412-7, 2002. 116.DAHLSTRÖM, U. Frequent non-cardiac comorbidities in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail, v. 7, p.309-16, 2005. 117.MASCARENHAS, J.; LOURENÇO, P.; LOPES, R.; AZEVEDO, A.; BETTENCOURT, P. Chronic obstructive pulmonary disease in heart failure: prevalence, therapeutic and prognostic implications. Am Heart J, v. 155, p. 521-5, 2008.

30

2. ARTIGO ORIGINAL

NORMAS DE PUBLICAÇÃO DA REVISTA

O Jornal Brasileiro de Pneumologia (J Bras Pneumol) ISSN-1806-3713, publicado

bimestralmente, é órgão oficial da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia

destinado à publicação de trabalhos científicos referentes à Pneumologia e áreas correlatas.

Todos os manuscritos, após aprovação pelo Conselho Editorial serão avaliados por

revisores qualificados, sendo o anonimato garantido em todo o processo de julgamento.

Os artigos que não apresentarem mérito, que contenham erros significativos de

metodologia, ou não se enquadrem na política editorial da revista, serão rejeitados

diretamente pelo Conselho Editorial, não cabendo recurso. Os artigos podem ser escritos em

português, espanhol ou inglês. Na versão eletrônica do Jornal

(www.jornaldepneumologia.com.br, ISSN-1806-3756) todos os artigos serão disponibilizados

tanto numa versão em língua latina como também em inglês. A impressão de figuras coloridas

é opcional e os custos relativos a esse processo serão transferidos aos autores. Favor entrar em

contato com a secretaria do Jornal por email ou telefone, para esclarecimentos adicionais.

O Jornal Brasileiro de Pneumologia apóia as políticas para registro de ensaios clínicos

da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do International Committee of Medical Journal

Editors (ICMJE), reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação

internacional de informações sobre estudos clínicos em acesso aberto. Sendo assim, somente

serão aceitos para publicação, a partir de 2007, os artigos de pesquisas clínicas que tenham

recebido um número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados

pelos critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do

ICMJE. O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo.

Dentro desse contexto, o Jornal Brasileiro de Pneumologia adota a definição de ensaio

clínico preconizada pela OMS, que pode ser assim resumida: "qualquer pesquisa que

prospectivamente designe seres humanos para uma ou mais intervenções visando avaliar seus

efeitos em desfechos relacionados à saúde. As intervenções incluem drogas, células e outros

produtos biológicos, procedimentos cirúrgicos, radiológicos, dispositivos, terapias

comportamentais, mudanças de processos de cuidados, cuidados preventivos, etc".

Critérios De Autoria

31

A inclusão de um autor em um manuscrito encaminhado para publicação só é

justificada se ele contribuiu significativamente, do ponto de vista intelectual, para a sua

realização. Fica implícito que o autor participou em pelo menos uma das seguintes fases: 1)

concepção e planejamento do trabalho, bem como da interpretação das evidências; 2) redação

e/ou revisão das versões preliminares e definitiva; e 3) aprovou a versão final.

A simples coleta e catalogação de dados não constituem critérios para autoria.

Igualmente, não devem ser considerados autores, auxiliares técnicos que fazem a rotina,

médicos que encaminham pacientes ou interpretam exames de rotina e chefes de serviços ou

departamentos, não diretamente envolvidos na pesquisa. A essas pessoas poderá ser feito

agradecimento especial.

Os conceitos contidos nos manuscritos são de responsabilidade exclusiva dos autores.

Com exceção de trabalhos considerados de excepcional complexidade, a revista

considera 6 o número máximo aceitável de autores. No caso de maior número de autores,

enviar carta a Secretaria do Jornal descrevendo a participação de cada um no trabalho.

Apresentação E Submissão Dos Manuscritos

Os manuscritos deverão ser obrigatoriamente encaminhados via eletrônica a partir da

própria home-page do Jornal. As instruções e o processo de submissão estão disponíveis no

endereço www.jornaldepneumologia.com.br/sgp.

Ainda que os manuscritos sejam submetidos eletronicamente, deverão ser enviadas

pelo correio Carta de Transferência de Copyright e Declaração de Conflitos de Interesses,

assinadas por todos os autores, conforme modelo disponível no endereço

www.jornaldepneumologia.com.br.

Pede-se aos autores que sigam rigorosamente as normas editoriais da revista,

particularmente no tocante ao número máximo de palavras, tabelas e figuras permitidas, bem

como às regras para confecção das referências bibliográficas. A não observância das

instruções redatoriais implicará na devolução do manuscrito pela Secretaria da revista para

que os autores façam as correções pertinentes antes de submetê-lo aos revisores.

Instruções especiais se aplicam para a confecção de Suplementos Especiais e

Diretrizes e devem ser consultadas pelos autores antes da confecção desses documentos na

homepage do jornal.

A revista reserva o direito de efetuar nos artigos aceitos adaptações de estilo,

gramaticais e outras.

32

Com exceção das unidades de medidas, siglas e abreviaturas devem ser evitadas ao

máximo, devendo ser utilizadas apenas para termos consagrados. Estes termos estão definidos

na Lista de Abreviaturas e Acrônimos aceitos sem definição. Clique aqui (Lista de

Abreviaturas e Siglas). Quanto a outras abreviaturas, sempre defini-las na primeira vez em

que forem citadas, por exemplo: proteína C reativa (PCR). Após a definição da abreviatura, o

termo completo não deverá ser mais utilizado. Com exceção das abreviaturas aceitas sem

definição, elas não devem ser utilizadas nos títulos e evitadas no resumo dos manuscritos se

possível. Ao longo do texto igualmente evitar a menção ao nome de autores, dando-se sempre

preferência às citações numéricas apenas.

Quando os autores mencionarem qualquer substância ou equipamento incomum,

deverão incluir o modelo/número do catálogo, o nome da fabricante, a cidade e o país, por

exemplo:

"... esteira ergométrica (modelo ESD-01; FUNBEC, São Paulo, Brasil)..."

No caso de produtos provenientes dos EUA e Canadá, o nome do estado ou província

também deverá ser citado; por exemplo:

"... tTG de fígado de porco da Guiné (T5398; Sigma, St. Louis, MO, EUA) ..."

Preparo Do Manuscrito

A página de identificação deve conter o título do trabalho, em português e inglês,

nome completo e titulação dos autores, instituições a que pertencem, endereço completo,

inclusive telefone, fax e e-mail do autor principal, e nome do órgão financiador da pesquisa,

se houver.

Resumo: Deve conter informações facilmente compreendidas, sem necessidade de recorrer-se

ao texto, não excedendo 250 palavras. Deve ser feito na forma estruturada com: Objetivo,

Métodos, Resultados e Conclusões. Quando tratar-se de artigos de Revisão e Relatos de Casos

o Resumo não deve ser estruturado. Para Comunicações Breves não deve ser estruturado nem

exceder 100 palavras.

Abstract: Uma versão em língua inglesa, correspondente ao conteúdo do Resumo deve ser

fornecida.

Descritores e Keywords: Deve ser fornecido de três a seis termos em português e inglês, que

definam o assunto do trabalho. Devem ser, obrigatoriamente, baseados nos DeCS (Descritores

em Ciências da Saúde), publicados pela Bireme e disponíveis no endereço eletrônico:

33

http://decs.bvs.br, enquanto os keywords em inglês devem ser baseados nos MeSH (Medical

Subject Headings) da National Library of Medicine, disponíveis no endereço eletrônico

www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html.

Texto:

Artigos originais: O texto deve ter entre 2000 e 3000 palavras, excluindo referências e

tabelas.

Deve conter no máximo 5 tabelas e/ou figuras. O número de referências bibliográficas

não deve exceder 30. A sua estrutura deve conter as seguintes partes: Introdução, Métodos,

Resultados, Discussão, Agradecimentos e Referências. A seção Métodos deverá conter

menção a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, ou pelo

Comitê de Ética em Pesquisa em Animais, ligados a Instituição onde o projeto foi

desenvolvido. Nessa seção também deve haver descrição da análise estatística empregada,

com as respectivas referências bibliográficas. Ainda que a inclusão de subtítulos no

manuscrito seja aceitável, o seu uso não deve ser excessivo e deve ficar limitado às sessões

Métodos e Resultados somente.

Revisões e Atualizações: Serão realizadas a convite do Conselho Editorial que,

excepcionalmente, também poderá aceitar trabalhos que considerar de grande interesse. O

texto não deve ultrapassar 5000 palavras, excluindo referências e tabelas. O número total de

ilustrações e tabelas não deve ser superior a 8. O número de referências bibliográficas deve se

limitar a 60.

Ensaios pictóricos: Serão igualmente realizados a convite, ou após consulta dos autores ao

Conselho Editorial. O texto não deve ultrapassar 3000 palavras, excluídas referências e

tabelas. O número total de ilustrações e tabelas não deve ser superior a 12 e as referências

bibliográficas não devem exceder 30.

Relatos de Casos: O texto não deve ultrapassar 1500 palavras, excluídas as referências e

figuras. Deve ser composto por Introdução, Relato do Caso, Discussão e Referências.

Recomenda-se não citar as iniciais do paciente e datas, sendo mostrados apenas os exames

laboratoriais relevantes para o diagnóstico e discussão. O número total de ilustrações e/ou

tabelas não deve ser superior a 3 e o limite de referências bibliográficas é 20. Quando o

número de casos apresentados exceder 3, o manuscrito será classificado como uma Série de

Casos, e serão aplicadas as mesmas regras de um artigo original.

34

Comunicações Breves: O texto não deve ultrapassar 1500 palavras, excluindo as referências

e tabelas. O número total de tabelas e/ou figuras não deve exceder 2 e o de referências

bibliográficas 20. O texto deverá ser confeccionado de forma corrida.

Cartas ao Editor: Devem ser redigidas de forma sucinta, não ultrapassando 800 palavras e

não relacionando mais do que 6 referências bibliográficas. Serão consideradas para

publicação contribuições originais, comentários e sugestões relacionadas a matéria

anteriormente publicada, ou a algum tema médico relevante.

Tabelas e Figuras: Tabelas e gráficos devem ser apresentados em preto e branco, com

legendas e respectivas numerações impressas ao pé de cada ilustração. As tabelas e figuras

devem ser enviadas no seu arquivo digital original, as tabelas preferencialmente em arquivos

Microsoft Word e as figuras em arquivos Microsoft Excel, Tiff ou JPG. Fotografias de

exames, procedimentos cirúrgicos e biópsias onde foram utilizadas colorações e técnicas

especiais serão consideradas para impressão colorida, sem custo adicional aos autores. As

grandezas, unidades e símbolos devem obedecer às normas nacionais correspondentes

(ABNT: http://www.abnt.org.br).

Legendas: Legendas deverão acompanhar as respectivas figuras (gráficos, fotografias e

ilustrações) e tabelas. Cada legenda deve ser numerada em algarismos arábicos,

correspondendo a suas citações no texto. Além disso, todas as abreviaturas e siglas

empregadas nas figuras e tabelas devem ser definidas por extenso abaixo das mesmas.

Referências: Devem ser indicadas apenas as referências utilizadas no texto, numeradas com

algarismos arábicos e na ordem em que foram citadas. A apresentação deve estar baseada no

formato Vancouver Style, atualizado em outubro de 2004, conforme os exemplos abaixo. Os

títulos dos periódicos citados devem ser abreviados de acordo com o estilo apresentado pela

List of Journal Indexed in Index Medicus, da National Library of Medicine disponibilizados

no endereço: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/journals/loftext.noprov.html.

Para todas as referências, cite todos os autores até seis. Acima desse número, cite os seis

primeiros autores seguidos da expressão et al.

Exemplos:

Artigos Originais

1. Neder JA, Nery LE, Castelo A, Andreoni S, Lerario MC, Sachs AC et al. Prediction of

metabolic and cardiopulmonary responses to maximum cycle ergometry: a randomized study.

Eur Respir J. 1999;14(6):1204-13.

35

Resumos

2. Singer M, Lefort J, Lapa e Silva JR, Vargaftig BB. Failure of granulocyte depletion to

suppress mucin production in a murine model of allergy [abstract]. Am J Respir Crit Care

Med. 2000;161:A863.

Capítulos de Livros

3. Queluz T, Andres G. Goodpastures syndrome. In: Roitt IM, Delves PJ, editors.

Encyclopedia of Immunology. 1st ed. London: Academic Press; 1992. p. 621-3.

Publicações Oficiais

4. World Health Organization. Guidelines for surveillance of drug resistance in

tuberculosis. WHO/Tb, 1994;178:1-24.

Teses

5. Martinez TY. Impacto da dispneia e parâmetros funcionais respiratórios em medidas de

qualidade de vida relacionada a saúde de pacientes com fibrose pulmonar idiopática [thesis].

São Paulo: Universidade Federal de São Paulo; 1998.

Artigos Publicados na Internet

6. Abood S. Quality improvement initiative in nursing homes: the ANA acts in an advisory

role. Am J Nurs [serial on the Internet]. 2002 Jun [cited 2002 Aug 12]; 102(6): [about 3 p.].

Available from: http://www.nursingworld.org/AJN/2002/june/Wawatch.htm

Homepages/Endereços Eletrônicos

7. Cancer-Pain.org [homepage on the Internet]. New York: Association of Cancer Online

Resources, Inc.; c2000-01 [updated 2002 May 16; cited 2002 Jul 9]. Available from:

http://www.cancer-pain.org/

Outras situações:

Na eventualidade do surgimento de situações não contempladas por estas Instruções

Redatoriais, deverão ser seguidas as recomendações contidas em International Committee of

Medical Journal Editors. Uniform requirements for manuscripts submitted to biomedical

journals. Updated October 2004. Disponível em http://www.icmje.org/.

36

FREQUÊNCIA DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC), SEUS

SINTOMAS E FATORES DE RISCO EM PACIENTES COM SUSPEITA DE

DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC)

FREQUENCY OF CHRONIC OBSTRUCTIVE PULMONARY DISEASE (COPD), ITS

SYMPTOMS AND RISK FACTORS IN PATIENTS WITH SUSPECTED CORONARY

ARTERY DISEASE (CAD)

Thaís Menezes do Nascimento1, Igor Larchert Mota 2, Emily Correia Nepomuceno3, Marco

Antônio Prado Nunes4, Maria Luiza Dória Almeida PhD5.

1 Graduanda em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe 2 Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe

3 Mestranda em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe 4 Professor Adjunto da Universidade Federal de Sergipe 5 Professora titular da Universidade Federal de Sergipe

Este estudo não teve nenhuma fonte de financiamento.

Autor para correspondência e contatos pré-publicação: Maria Luiza Dória Almeida Av. Pedro Valadares, 909, apto 1204 49025090 - Aracaju-Sergipe. Telefone-fax: (79) 21071412 Celular: (79) 9988-8683 E-mail: [email protected]

37

RESUMO

Objetivos: Avaliar frequência de DPOC, seus sintomas e fatores de risco em pacientes com

suspeita de Doença Arterial Coronariana (DAC).

Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo analítico duplo-cego onde foram

avaliados 60 pacientes com suspeita de isquemia que realizaram cintilografia de perfusão do

miocárdio (CPM) para sua confirmação. Todos foram submetidos a espirometria e a um

questionário sobre os principais sintomas de DPOC. Os pacientes foram então divididos em

dois grupos: com DAC e sem DAC.

Resultados: Em 10 pacientes (16%) foi confirmada DAC. No grupo com DAC 1 (10%) tinha

DPOC e no outro grupo, 2 pacientes (4%). A relação VEF1/CVF e o VEF1 (% do previsto)

dos doentes com DPOC foram menos representativos nos doentes cardíacos. Em relação aos

fatores de risco e sintomas de DPOC, entre os grupos com DAC e sem DAC, independente da

confirmação da DPOC pela espirometria, houve diferença estatística (p=0,028) apenas

quando comparados com mMRC ≥ 2 que foi significativamente maior nos pacientes sem

DAC.

Conclusão: A prevalência de DPOC foi maior nos pacientes com DAC que nos pacientes

sem DAC. O sintoma mais frequente foi dispneia e o principal fator de risco encontrado foi o

tabagismo. Faz-se necessário o conhecimento de critérios bem definidos para indicar a

realização de cintilografia de perfusão do miocárdio.

Descritores: DPOC, espirometria, isquemia miocárdica

38

ABSTRACT

Objetives: Assess frequency of COPD, its symptoms and risk factors in patients with

suspected Coronary Artery Disease (CAD).

Methods: It is a descriptive sectional analytic double-blind study where were assessed 60

patients with suspected ischemia who underwent Myocardial Perfusion Scintigraphy (MPS)

for its confirmation. All were submitted to spirometry and a questionnaire about the main

symptoms of COPD. The patients were then divided into two groups: with CAD and without

CAD.

Results: In 10 patients (16 %) was confirmed CAD. In the CAD group 1 (10 %) had COPD

and in the other group, 2 patients (4 %). The FEV1/FVC and FEV1 (% of predicted) of

patients with COPD were less representative in cardiac patients. In relation to risk factors and

symptoms of COPD, between the groups with and without CAD, independent of confirmation

of COPD by spirometry, there was a statistically significant difference (p= 0.028) only when

compared with mMRC ≥ 2 that was significantly greater in patients without CAD.

Conclusion   The prevalence of COPD was higher in patients with CAD than in patients

without CAD. The most frequent symptom was dyspnea and the main risk factor found was

smoking. It is necessary the knowledge of well-defined criteria to indicate scintigraphy

myocardial perfusion.

Keywords: COPD, spirometry, myocardial ischemia

39

INTRODUÇÃO

A coexistência de doenças cardíacas e pulmonares é objeto de atenção e preocupação

dos serviços de saúde em todo o mundo, principalmente, nas formas patológicas crônicas

como a Doença Arterial Coronariana- DAC e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica- DPOC.

Ambas as doenças de forma independente apresentam alta morbidade e mortalidade,

elevados custos de saúde, e impactos negativos sobre a qualidade de vida. O tabagismo é o

principal fator de risco que risco que as duas patologias têm em comum.1

Em todo o mundo, 16,7 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças

cardiovasculares, sendo a doença coronariana responsável por metade desses casos. A

detecção precoce da DAC é importante para evitar morte e invalidez e uma das técnicas não

invasivas mais importantes com essa função é a cintilografia de perfusão miocárdica (CPM)2,

que tem grau de recomendação I e nível de evidência A para o diagnóstico em pacientes

sintomáticos e em assintomáticos selecionados.3

A DPOC tem uma prevalência global em torno de 9-10%4, e está previsto para

aumentar do sexto para o terceiro lugar na classificação internacional de doenças que causam

mais mortalidade entre 1990 e 2020.5,6 É definida como uma doença evitável e tratável, com

alguns efeitos extrapulmonares importantes que podem contribuir para um agravamento em

alguns pacientes. Seu componente pulmonar é caracterizado pela limitação crônica ao fluxo

aéreo (LFA) que não é totalmente reversível após prova broncodilatadora. Esta limitação

geralmente é progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão a

partículas ou gases nocivos.7

O diagnóstico de DPOC deve ser considerado em todo paciente com dispneia, tosse

crônica produtiva ou expectoração e história de exposição a fatores de risco para doença,

principalmente o tabagismo mas também exposição ocupacional a poeiras e produtos

químicos e fumaça de forno a lenha.7

A espirometria é importante para comprovação de LFA e de acordo com a American

Thoracic Society (ATS) e a European Respiratory Society (ERS) deve ser realizada em todos

os doentes com mais de 40 anos com história de tabagismo.8

O estresse oxidativo resultante da inflamação na DPOC pode ser associado com a

intensidade e a gravidade da aterosclerose na DAC levando a efeitos desfavoráveis sobre as

funções endoteliais.9

A maior parte dos estudos relacionando DPOC e DAC avalia a proporção de pacientes

com DPOC que têm DAC, o inverso entretanto, não tem sido investigado com a mesma

40

intensidade.10 A função pulmonar em pacientes com DAC estável não é bem conhecida na

literatura, ademais, a obstrução do fluxo aéreo é subdiagnosticada e pouco avaliada no

contexto da doença cardiovascular11 consequentemente, os pacientes não recebem o

tratamento adequado.12

Portanto, esta pesquisa objetiva avaliar frequência de DPOC, seus sintomas e fatores

de risco em pacientes com suspeita de doença arterial coronariana (DAC).

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal analítico duplo-cego realizado na Clínica de

Medicina Nuclear Endocrinologia e Diabetes (CLIMEDI) na cidade de Aracaju (SE) no

período de outubro de 2012 a fevereiro de 2013.

Foram avaliados 60 pacientes com suspeita de isquemia, previamente agendados na

clínica para realizarem cintilografia de perfusão do miocárdio (CPM).

Todos os participantes do estudo assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido e foram devidamente informados acerca dos objetivos da pesquisa. O estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética envolvendo Seres Humanos da Universidade Federal de

Sergipe sob o número CAAE 06181712.9.0000.5546.

Os pacientes foram submetidos a uma espirometria e a fase pós broncodilatador foi

realizada apenas nos pacientes com VEF1/CVF <70% do previsto utilizando Fenoterol, 400

microgramas. Também responderam a um questionário sobre os principais sintomas de

DPOC: tosse, expectoração e dispneia, esta foi avaliada através da escala de modificada

mMRC (Medical Research Council). As perguntas foram feitas por um único examinador

previamente capacitado. Este não tinha conhecimento prévio em relação ao diagnóstico de

DPOC e DAC do paciente, como o mesmo também não tinha diagnóstico prévio de nenhuma

das duas patologias.

Foram utilizados como critério de exclusão: pacientes com asma, arritmias cardíacas,

gestantes e presença de instabilidade hemodinâmica.

Utilizou-se o resultado da Cintilografia fornecido pela clínica indicando presença ou

não de isquemia e a interpretação da espirometria foi obtida a partir do laudo de três

pneumologistas da Universidade Federal de Sergipe.

A cintilografia de perfusão miocárdica foi realizada pela técnica gated-SPECT,

utilizando o radiofármaco MIBI-99MTc intravenoso, associada ao stress físico (esteira

ergométrica) ou farmacológico (dipiramidol). A dose do radiofármaco foi de 7-10 mCi para

41

repouso e dose 3 vezes maior para o stress. A fase de estresse foi realizada 4 horas após a fase

de repouso.

As imagens foram adquiridas na gama câmara Millennium MG (GE Healthcare,

Georgia, EUA) dotada de dois detectores de cintilação, angulados a 90 graus, com

colimadores de alta resolução. As imagens foram feitas 1 hora após injeção em repouso e

outra série de imagens foi obtida 1 hora após injeção sob stress físico ou farmacológico.

Os testes espirométricos foram realizados com um espirômetro portátil

(MicroLoopSpirometer; Cardinal Health Ltda, Reino Unido), o qual foi calibrado diariamente

e fornece gráficos em tempo real das curvas fluxo/volume ou volume/tempo, acoplado a um

laptop.

Os indivíduos com DPOC foram classificados em função do seu GOLD (Global

Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease), sendo GOLD estágio 4 (muito severo):

VEF1/CVF <0,70 e VEF1 < 30% do previsto; GOLD estágio 3 (severo): VEF1/CVF <0,70 e

30% ≤ VEF1 < 50% do previsto; GOLD estágio 2 (moderado): VEF1/CVF <0,70 e 50% ≤

VEF1 < 80% do previsto; GOLD estágio 1(leve): VEF1/CVF <0,70 e VEF1 ≥80 % do

previsto.

Os pacientes foram então divididos em dois grupos: aqueles que tiveram DAC

confirmada pela CPM e os que não tiveram essa confirmação.

Na criação do banco de dados foi utilizado o programa Epinfo versão 3.5.1 e a análise

estatística dos dados foi realizada através do pacote estatístico Statistical Package for the

Social Sciences- SPSS for Windows versão 17.0 Foi adotado para análise e interpretação dos

dados um nível de significância de 5% (p<0,05).

RESULTADOS

Participaram do estudo 60 pacientes com suspeita de DAC dos quais 36 (60%) eram

do sexo feminino, a maior parte dos pacientes 55 (91,6%) tinha idade entre 40 e 79 anos, 31

(51,6%) eram tabagistas (ex-fumantes ou fumantes), dentre as comorbidades associadas

observou-se a HAS como a mais prevalente 37 (61,7%). (Tabela 1).

A média de idade foi de 59,3 anos (DP=10,96), o IMC (kg/m2) médio foi de 27,76

(DP=4,55), a média de maços/ano foi de 29,83 (DP=25,96).

42

Em 10 pacientes (16,66%) foi confirmada DAC, 8 (80%) eram do sexo masculino e 2

(20%) eram do sexo feminino, 1 (10%) teve LFA (VEF1/CVF<70% pós broncodilatador) .

Dos 50 pacientes sem isquemia, 34 (68%) eram mulheres e 2 (4%) tiveram LFA .

De um total de 60 pacientes com suspeita de DAC, foram encontrados portanto, 3

(5%) pacientes com DPOC. Em relação a espirometria, no único paciente com DAC e DPOC

associados, a relação VEF1/CVF = 54% do previsto, o VEF1 relativo = 44% do previsto, o

VEF1 absoluto = 1,44 litros(l) e o PFE = 204 l/min; a classificação de GOLD foi estágio 3,

tinha idade de 63 anos e a quantidade de maços/ano foi de 40. Já avaliando os pacientes com

DPOC e sem DAC, os valores foram respectivamente, VEF1/CVF = 57 % do previsto e 69 %

do previsto, VEF1 relativo = 47 % do previsto e 57 % do previsto, VEF1 absoluto = 0,9 l e

1,62 l e PFE = 130 l/min e 192 l/min; Em relação a classificação de GOLD um paciente foi

estágio 3 e o outro estágio 2 , tinham idades de 72 e 78 anos e quantidade de maços/ano foi de

45 (DP=7,0).

A frequência de fatores risco pra DPOC (tabagismo e exposição a outras

partículas/gases nocivos) e seus sintomas nos pacientes com DPOC confirmada pela

espirometria encontra-se na tabela 2. Nenhum paciente relatou exposição a outras

partículas/gases nocivos.

Ao analisar a frequência de fatores de risco e sintomas de DPOC entre os grupos com

DAC e sem DAC, independente da confirmação da DPOC pela espirometria, houve diferença

estatística (p=0,028) apenas quando comparados com mMRC ≥ 2 que foi significativamente

maior nos pacientes sem DAC. Os resultados estão apresentados na Tabela 3.

Nenhum paciente foi hospitalizado em função de exacerbação dos sintomas pesquisados. DISCUSSÃO

As indicações de cintilografia do miocárdio fogem aos objetivos desse artigo, no

entanto é importante salientar a baixa prevalência de isquemia (16%) observada nos pacientes

que realizaram este exame, o que pode ter influenciado nos resultados desse estudo. Duarte et

al13 apresentaram um trabalho no qual, de um total de 2.100 pacientes encaminhados para

avaliação diagnóstica de doença coronária, a prevalência de alterações na cintilografia do

miocárdio foi de 4%, sendo então colocada a necessidade de utilização de critérios bem

definidos na solicitação da CPM , evitando a realização de uma grande quantidade de exames

desnecessários.

A LFA (VEF1/CVF<70% pós broncodilatador) característica da DPOC foi encontrada

43

em 10% dos pacientes com isquemia. Dentre os 50 pacientes sem isquemia confirmada, 2

(4%) apresentaram LFA. Soriano et al12 encontraram uma prevalência de LFA de 19,2% em

pacientes com doença cardiovascular e de 17,5 % nos pacientes sem doença cardiovascular.

A frequência de DPOC em pacientes com disfunção miocárdica é discrepantes na

literatura. O estudo Salisbury et al.14 revelaram uma prevalência de DPOC que foi mais que o

dobro (15,6%) da encontrada no estudo SPRINT15 (7%). Bursi et al.,16 documentou uma

prevalência de 12%, Mascarenhas et al.,17 em um estudo de coorte retrospectivo, avaliou 186

pacientes com disfunção sistólica esquerda e que foram submetidos a espirometria

apresentando prevalência de DPOC de 39,2%.

Diante dessa discrepância, os dados dessa pesquisa estão dentro da faixa apresentada

pela literatura.

Estudos relatam que mulheres têm menos DAC que os homens , neste estudo os

homens com DAC corresponderam a 80%. Dados da literatura18,19,20 relatam que a exposição

a estrogênios endógenos durante o período fértil da vida retarda a manifestação de doença

aterosclerótica em mulheres e referem ainda que a doença cardiovascular desenvolve 7 a 10

anos mais tarde, em mulheres do que em homens.

Patel et al21 ao comparar os pacientes DPOC com e sem isquemia revelou os seguintes

dados: naqueles com DPOC e DAC, a média de maços/ foi de 48,5 (IC 26,8 – 73,0), a média

de idade foi de 70,3 anos (DP=8,9). Em relação a espirometria, os valores médios de

VEF1/CVF= 52% do previsto (DP=18), VEF1 relativo = 50,3 % do previsto (DP=18,2),

VEF1 absoluto= 1,29 l (DP=0,53), PFE = 225 l/min (DP=100). Neste estudo, apesar haver

apenas um paciente, os dados são semelhantes aos apresentados acima: a relação de

VEF1/CVF = 54% do previsto, VEF1 relativo= 44% do previsto, VEF1 absoluto=1,44 e

PFE=204 l/min, tinha idade de 63 anos e a quantidade de maços/ano foi de 40.

Nos pacientes com DPOC e sem DAC analisados por Patel et al21, a média de

maços/ano foi de 43,2 (IC 26 – 63) e a idade média foi de 68 anos (DP=8,7). Em relação a

espirometria, os valores médios de VEF1/CVF=49% do previsto (DP=14), VEF1=49,2 % do

previsto (DP=19,9), VEF1 absoluto=1,2 l (DP=0,55), PFE = 233 l/min (DP=82). Neste

estudo, foram encontrados 2 pacientes, as médias de VEF1/CVF=63 % do previsto (DP=8,4),

VEF1 relativo=52 % do previsto (DP=7,07), VEF1 absoluto=1,2 l (DP=0,5) e PFE=156 l/min

(DP=42), média de idade foi de 75 anos (DP=4,4) e quantidade de maços/ano foi de 45

(DP=7,0). Neste estudo, apenas a média da relação VEF1/CVF foi um pouco maior da

encontrada no estudo de Patel et al21 .

44

Em relação a presença de sintomas, Patel et al21 não revelou significância estatística na

avaliação de tosse e secreção ao relacionar a presença ou não de isquemia nos pacientes com

DPOC, mas dispneia foi significativamente maior (p=0,038) naqueles pacientes com isquemia

e DPOC concomitantes. Neste estudo, a presença de tosse, secreção e dispneia importante

(mMRC ≥ 2 ) não foi significativa quando comparadas nos pacientes com DPOC com e sem

isquemia.

Ao analisar a frequência de fatores de risco e sintomas de DPOC entre os grupos com

DAC e sem DAC, independente da confirmação da DPOC, houve diferença estatística

(p=0,028) apenas quando comparados com mMRC ≥ 2 que foi significativamente maior nos

pacientes sem DAC. Este dado não era esperado e acreditamos que para tanto precisaria de

uma maior investigação da causa de dispneia nesses pacientes, com instrumentos que

diferencie a dispneia de origem cardíaca da dispneia advinda da doença pulmonar.

CONCLUSÕES

A  prevalência  de  DPOC  foi  maior  nos  pacientes  com  DAC    que  nos  pacientes  sem  

DAC.  O  sintoma  mais  frequente  foi  dispneia    e  o    principal  fator  de  risco  encontrado  foi  o  

tabagismo.  Faz-­‐se  necessário  o  conhecimento  de  critérios  bem  definidos  para  indicar  a  

realização  de  cintilografia  de  perfusão  do  miocárdio.    

.

45

Tabela 1: Características gerais dos pacientes submetidos a cintilografia do miocárdio (N=60) Variáveis N %

Gênero Masculino Feminino

24 36

40 60

Idade 20-39 40-59 60-79 80-90

3 24 31 2

5 40 52 3

Status tabágico Fumante Ex-fumante Não fumante

11 20 29

19 33 48

IMC (kg/m2) <18,5 18,5-24,9 25-29,9 30-34,9 35-39,9

1 19 20 16 4

2 31 33 27 7

Doenças associadas HAS DM Depressão Osteoporose Câncer Fibromialgia

37 11 21 11 2 1

63,3 18,3 35 18,3 3,3 1,6

IMC= índice de massa corpórea; HAS= Hipertensão Arterial Sistêmica.; DM =diabetes mellitus

46

Tabela 2. Frequência de sintomas e fatores de risco nos pacientes confirmados com

DPOC.

Variável

DPOC (n=3)

COM DAC (n=1) SEM DAC (n=2)

Fumante ou ex fumante 1 1

Tosse e expectoração 1 1

mMRC ≥ 2 1 1

mMRC: Medical Research Council.

Tabela 3. Frequência de fatores de risco, sintomas e DPOC.

Variável Grupo com DAC(n=10)

Grupo sem DAC(n=50)

Total Valor p*

Tabagistas

(ex-fumantes ou fumantes) 7 (70%) 24 (48%) 31 0,302

Exposição a outras partículas/gases nocivos

1 (10%) 12 (24%) 13 0,436

Tosse e secreção 1 (10%) 13 (26%) 14 1,000 mMRC ≥ 2 3 (30%) 35 (70%) 38 0,028 DPOC 1 (10%) 2 ( 4%) 3 0,427 mMRC: Medical Research Council; * Exato de fisher

47

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50

APÊNCICE

QUESTIONÁRIO Nome_______________________________________________ Sexo __________ Data de nascimento_____/____/_____ Altura________ (cm) Peso_______(Kg) (Sim - 1 ou Não - 2) Fuma _______ Ex-fumante _______ Fumou qto tempo(anos) ______ Maço/ano _______ Exposição a partículas/gases nocivos _______ Tosse _______ Expectoração ______ Quantas “gripes” ou piora (exacerbação) No último ano ___________ Foi hospitalizado? __________ Osteoporose _______ Depressão ________ Câncer _________ HAS __________ DM __________ Outra doença?________ Qual? ________________________ Escreva o número referido pelo paciente em relação a Escala de dispnéia do Medical Research Council (mMRC)a : _____________

0. Dispnéia a exercícios intensos. 1. Dispnéia andando rápido no plano ou subindo aclives leves 2. Anda mais lentamente que pessoas da mesma idade devido à dispneia ou para pra respirar andando normalmente no plano. 3. Para pra respirar após caminhar 90 metros ou alguns minutos no plano. 4. Não sai de casa devido à dispneia ou precisa de ajuda para trocar de roupa.

a Escala de Dispneia do Conselho Britânico de Pesquisas Médicas* modificada. Baseada na Estratégia Global para Diagnóstico, Manejo e Prevenção da DPOC.