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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIA ANIMAL FREQUENCIA DE ANTICORPOS PARA BVDV, BoHV-1 E BLV EM GADO CURRALEIRO PÉ-DURO E PANTANEIRO NO BRASIL Hidelbrando Ricardo Domeneguete Amaral Orientadora: Dr ª. Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito GOIÂNIA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIA ANIMAL

FREQUENCIA DE ANTICORPOS PARA BVDV, BoHV-1 E BLV EM

GADO CURRALEIRO PÉ-DURO E PANTANEIRO NO BRASIL

Hidelbrando Ricardo Domeneguete Amaral

Orientadora: Dr ª. Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito

GOIÂNIA

2013

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HIDELBRANDO RICARDO DOMENEGUETE AMARAL

FREQUENCIA DE ANTICORPOS PARA BVDV, BoHV-1 E BLV EM

GADO CURRALEIRO PÉ-DURO E PANTANEIRO NO BRASIL

Dissertação apresentada para obtenção

do grau de Mestre em Ciência Animal

junto à Escola de Veterinária e Zootecnia

da Universidade Federal de Goiás.

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos

Orientadora:

Prof ª. Dr ª. Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito

Comitê de Orientação:

Prof ª. Dr ª. Maria Clorinda Soares Fioravanti

Prof. Dr. Alexandre Floriani Ramos

GOIÂNIA

2013

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HIDELBRANDO RICARDO DOMENEGUETE AMARAL

Dissertação defendida e aprovada em 23/08/2013 pela Banca

Examinadora constituída pelos professores:

__________________________________________________

Prof. Dra. Wilia Marta E. D. Brito – IPSTSP/UFG

Orientadora

__________________________________________________

Sabrina Castilho Duarte – Faculdades Objetivo/Goiânia

__________________________________________________

Valéria de Sá Jayme – EVZ/UFG

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 3

2.1 Raças Locais .................................................................................................... 3

2.1.1 Bovino Curraleiro ........................................................................................... 6

2.1.2 Bovino Pantaneiro ......................................................................................... 8

2.2 Conservação das raças locais brasileiras ...................................................... 11

2.3 Programas Sanitários ..................................................................................... 13

2.3.1 Diarreia Viral Bovina .................................................................................... 14

2.3.2 Herpesvírus Bovino tipo 1/ Rinotraqueíte Infecciosa Bovina ....................... 25

2.3.3 Leucose Enzoótica Bovina .......................................................................... 32

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 43

4 OBJETIVOS ...................................................................................................... 44

4.1 Objetivo geral ................................................................................................. 44

4.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 44

5 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 45

5.1 Área de estudo ............................................................................................... 45

5.2 Características dos criatórios ......................................................................... 45

5.2.1 Bovinos Curraleiro Pé-Duro ......................................................................... 45

5.2.2 Bovinos Pantaneiros.................................................................................... 46

5.3 Colheita, remessa e armazenamento das amostras ...................................... 47

5.4 Avaliação sorológica dos animais .................................................................. 48

5.4.1 Detecção de anticopos anti-BVDV .............................................................. 48

5.4.2 Detecção de anticorpos anti-BoHV-1 .......................................................... 49

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5.4.3 Detecção de anticorpos anti-BLV ................................................................ 51

5.5 Análise estatística .......................................................................................... 52

6 RESULTADOS .................................................................................................. 53

6.1 Sorologia para anticorpos anti-BVDV ............................................................. 53

6.2 Sorologia para anticorpos anti-BoHV-1 .......................................................... 53

6.3 Sorologia para anticorpos anti-BLV ................................................................ 54

7 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 58

7.1 BVDV.............................................................................................................. 58

7.2 BoHV-1 ........................................................................................................... 60

7.3 BLV ................................................................................................................ 64

8 CONCLUSÕES ................................................................................................. 68

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 69

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 71

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RESUMO

Os bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro encontram-se severamente ameaçados de extinção. Aumentar o numero de exemplares destas raças juntamente com o aumento da variabilidade genética é a principal forma de conservá-los. É necessário conhecer a situação sanitária destes rebanhos frente aos diversos agentes infecciosos existentes, para que não haja propagação de destes patógenos, com especial atenção àqueles que influem negativamente nos índices produtivos e, principalmente, reprodutivos dos rebanhos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil sorológico para diarreia viral bovina (BVDV), herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) e leucose enzoótica bovina (EBL) de bovinos de núcleos de conservação/propriedades Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, hígidos, não vacinados, criados de forma extensiva, respectivamente, no Cerrado e Pantanal. Primeiramente foram avaliados bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro criados nos estados de Goiás (GO), Tocantins (TO) e Piauí (PI) para o vírus da diarreia viral bovina (BVDV). Foram testadas 911 amostras de soro sanguíneo através de um ensaio imunoenzimático (EIE) comercial. Todos os 15 rebanhos (100%) considerados neste estudo possuíam pelo menos um bovino soropositivo a anticorpos anti-BVDV. Das 911 amostras analisadas 46,55% (424/911) foram consideradas positivas no teste. Por estado, a frequência de amostras soropositivas a anticorpos anti-BVDV foi a seguinte: GO, 48,57%; TO, 49,37% e; PI, 43,20%. A segunda enfermidade a ser considerada no estudo foi a rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) causada pelo BoHV-1, em propriedades de Curraleiro Pé-Duro de GO e, Pantaneiro de Mato Grosso do Sul (MS) e Mato Grosso (MT), num total de 11 propriedades. Foram analisados 623 amostras de Curraleiro Pé-Duro e 255 amostras de Pantaneiro, totalizando 878 amostras, através de EIE comercial. Foram detectados anticorpos em 64,37% (401/623) das amostras de Curraleiro Pé-Duro e 54,11% (138/255) das amostras de bovinos Pantaneiros. Em 100% (7/7) dos núcleos Curraleiro Pé-Duro e em 75% (3/4) dos núcleos de criação de bovino Pantaneiro foram identificados soropositivos a infecção pelo BoHV-1. Por estado, a frequência de amostras soropositivas foi de 64,4% para GO, 50,3% para MS, e 59,6% para MT. Para a EBL foram avaliadas 1.226 amostras de 20 propriedades de bovinos Curraleiro Pé-Duro de GO, TO e PI e 255 de quatro criatórios de Pantaneiro do MS e do MT, utilizando um EIE de bloqueio comercial. Para o rebanho Curraleiro Pé-Duro foram identificadas 16,48% (202/1226) amostras soropositivas, sendo que 95% (19/20) dos rebanhos apresentaram pelo menos uma amostra positiva ao teste. Para o rebanho Pantaneiro foram identificadas 23,53% (60/255) de amostras soropositivas a anticorpos anti-BLV e em 100% (4/4) das propriedades havia pelo menos uma amostra soropositiva. Por estado, a frequência de amostras soropositivas a anticorpos anti-BLV foi a seguinte: GO, 13,2%; TO, 39,2%; PI, 12,5%; MS, 17,9% e; MT, 31,7. Pode-se concluir que os três agentes considerados no estudo estão presentes de forma endêmica tanto na população de bovinos Curraleiro Pé-Duro quanto Pantaneiro.

Palavras-chave: Soroprevalência, Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro, BVD/BVDV,

IBR/BoHV-1, EBL/BLV.

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ABSTRACT

This study was conducted to evaluate the serological profile of healthy and non-vaccinated bovine's local Brazilian breeds Curraleiro Pé-Duro from Cerrado biome and Pantaneiro from Pantanal biome to bovine viral diarrhea (BVDV), infectious bovine rhinotracheitis (IBR) and enzootic bovine leucosis (EBL). First, Curraleiro breed cattle from States of Goiás (GO), Tocantins (TO) and Piauí (PI) were evaluated to detect BVDV antibodies. Blood serum samples from 911 bovines were tested by a commercial enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA). Out of the samples analyzed, 46,55% (424/911) were considered positive in the test. The frequency of BVDV-positive samples by State was as follows: GO, 48,57%; TO, 49,37% and PI, 43,20%. All 15 herds (100%) considered in this study had at least one seropositive bovine. After, infectious bovine rhinotracheitis (IBR), caused by bovine herpesvirus type 1 (BoHV-1), was evaluated in Curraleiro Pé-Duro herds from GO, and Pantaneiro herds from Mato Grosso do Sul (MS) and Mato Grosso (MT). Samples of 623 Curraleiros Pé-Duro and of 255 Pantaneiro were analyzed through a commercial ELISA. Antibodies were detected in 64,37% (401/623) Curraleiro Pé-Duro cattle, and 54,11% (138/255) of samples of Pantaneiro cattle. In all seven Curraleiro Pé-Duro (100%) and in three out of four (75%) Pantaneiro breed farms animals positive to BoHV-1 were identified. By State, the frequency of positive samples was 64,4% for GO, 50,3% to MS, and 59,6% to MT. At last, for the EBL, 1.226 samples from 20 properties of bovine Curraleiro Pé-Duro of GO, TO and PI, and 255 samples from Pantaneiro of four properties of MS and MT were evaluated using a commercial blocking ELISA. For the Curraleiro Pé-Duro herd, were identified 16,48% (202/1226) positive samples and 95% (19/20) of herds had at least one positive sample identified. For the Pantaneiro herd, 23,53% (60/255) of positive samples the BLV antibodies were identified and all properties had at least one positive sample. According the State the frequency of positive samples to anti-BLV antibodies was as follows: GO, 13,2%; TO, 39,2%; PI, 12,5%; MS, 17,9%; MT, 31,7%. With these results, it can be concluded that the three agents considered in this study are endemic in both of the population of Curraleiro Pé-Duro and Pantaneiro.

Keywords: Seroprevalence, Curraleiro Pé-Duro, Pantaneiro, BVD/BVDV,

IBR/BoHV-1,EBL/BLV.

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1 INTRODUÇÃO

A partir dos bovinos trazidos pelos colonizadores, no início do

povoamento do território brasileiro, originaram-se cinco raças principais

localmente adaptados às condições dos trópicos, são elas: Curraleiro Pé Duro,

Pantaneiro, Crioulo Lajeano, Mocho Nacional e Caracu. Destas, apenas a Caracu

não se enquadra em risco de extinção, estando o Curraleiro Pé Duro, adaptado as

condições de Cerrado, e o Pantaneiro, adaptado as condições do Pantanal,

severamente ameaçados (FIORAVANTI et al., 2011).

O último senso populacional indicou haver aproximadamente 3700

Curraleiros Pé Duro (FIORAVANTI et al., 2011) e 500 Pantaneiros (JULIANO et

al., 2011). EGITO (2007) descreveu que as raças locais brasileiras constituem

importante patrimônio genético e apresentam características fenotípicas,

genotípicas, culturais e históricas que justificam sua conservação. Diante desta

necessidade, dando continuidade a projetos anteriores, em 2011 foi instituída a

Rede Pró-Centro Oeste para caracterização, conservação e uso das raças

bovinas locais brasileiras, o Curraleiro e o Pantaneiro. Suas ações visam priorizar

a conservação do Cerrado e do Pantanal, por meio da exploração de um sistema

econômico agroecológico, pautado na sustentabilidade e diversidade genética

(ROMANI, 2012).

Ao se estabelecer um programa de conservação, o aumento do

número de exemplares da espécie/raça juntamente com o aumento da

variabilidade genética é de fundamental relevância, sendo a circulação de animais

entre criatórios, a medida mais utilizada. Contudo, este procedimento pode

aumentar a disseminação de patógenos entre os núcleos de conservação. Assim,

é necessário conhecer a situação sanitária dos animais destes núcleos para que

sejam adotadas medidas de prevenção e controle para as enfermidades

identificadas, principalmente aquelas que podem interferir com a eficiência

reprodutiva do rebanho (JULIANO, 2006).

Para alcançar tal objetivo, a avaliação sorológica é fundamental,

auxiliando na determinação da existência ou não da infecção e, posteriormente,

na quantificação do problema no rebanho. A determinação da frequência de

ocorrência de algumas doenças infecciosas que determinam reflexos negativos

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na eficiência reprodutiva possibilitará a avaliação do percentual de animais

infectados e de susceptíveis, assim como as medidas de controle e profilaxia a

serem adotadas para evitar a dispersão do agente naquela população

(JUNQUEIRA & ALFIERI, 2006).

O objetivo deste estudo é abordar três doenças virais que devem fazer

parte do programa sanitário direcionado para os núcleos de conservação de

bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro. Duas delas influenciam diretamente nos

índices reprodutivos dos rebanhos, diarreia viral bovina (BVD) e rinotraqueíte

infecciosa bovina (IBR). A outra, leucose enzoótica bovina (EBL), não influi

diretamente na reprodução, porém deve ser eliminada dos rebanhos por se tratar

de um agente potencialmente imunossupressor, causador de grandes perdas de

produtividade e eficiência em rebanhos nos quais está presente.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Raças Locais

Há cerca de doze mil anos, o homem iniciou a domesticação de

animais e no decorrer deste período inúmeras subpopulações evoluíram devido a

exigência de adaptação aos novos locais de habitação do homem. Estes animais

sofreram pressão de seleção de diversas origens tais como condições climáticas

adversas, presença de parasitos, doenças infecciosas e carenciais, escassez de

alimentos e seleção feita pelo próprio homem (MARIANTE et al., 2008). O homem

daquele tempo utilizava os animais com fenótipos mais desejáveis nos

cruzamentos, originando bovinos, caprinos e ovinos adaptados à realidade

ambiental daquela região, atendendo as necessidades daquela população local

(MARIANTE & CAVALCANTE, 2000; TABERLET et al., 2011).

A pressão de seleção sobre as populações animais locais foi tão

intensa que das espécies exploradas pelo homem originaram-se raças. Houve a

padronização de determinadas características morfológicas e de desempenho,

algumas das quais, únicas (MARIANTE & CAVALCANTE, 2000). Contudo tal

processo conduziu a uma drástica redução da variabilidade genética. A mudança

no perfil de exploração, principalmente de bovinos, de criações de subsistência

para atividade comercial gerou uma crescente busca por animais cada vez mais

especializados na produção de carne ou leite. Esta tendência levou os criadores,

nas ultimas décadas, a abandonar bovinos locais e passarem a explorar raças

mais produtivas. A preocupação com animais mais adaptados e resistentes a

enfermidades foi abandonada, pois tais problemas podem ser resolvidos com

terapias disponíveis no mercado. Esta situação coloca em risco os recursos

genéticos dos bovinos locais e exigem que medidas de gestão de tais recursos

genéticos sejam adotadas e implantadas rapidamente (TABERLET et al, 2011).

A constatação de que os recursos genéticos de animais domésticos

naturalizados encontram-se atualmente ameaçados fez com que a Organização

das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) buscasse uma forma de

gestão racional dos recursos genéticos animais. Assim, desde o início da década

de 1990, tem sido feito levantamento das principais espécies de animais

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domésticos criados por todo o mundo (EGITO, 2002). Em 2007, a FAO

apresentou um relatório baseado em informações fornecidas por 169 países a

respeito da situação da biodiversidade no setor pecuário. Ainda em 2007, a

comunidade internacional, incluindo o Brasil, iniciou um Plano de Ação Mundial

para os Recursos Genéticos Animais cuja estratégia pauta-se no combate a perda

da diversidade genética animal através do uso sustentável de tais recursos

(FAO/EMBRAPA, 2010).

Cruzamentos entre raças locais e exóticas têm sido praticados na

tentativa de gerar animais mais produtivos e que sofram menos com as condições

ambientais. As raças naturalizadas são adaptadas a diversos ecossistemas,

porém apresentam níveis de produtividade aquém das raças exóticas. Todavia

tais raças exóticas não possuem características de adaptação, resistência a

doenças e parasitos, como ocorre com as raças naturalizadas (MARIANTE &

CAVALCANTE, 2000; EGITO, 2007).

Das cinco raças de bovinas localmente adaptadas existentes no Brasil,

quatro encontram-se em risco de extinção, entre elas o Curraleiro Pé Duro e o

Pantaneiro (FIORAVANTI et al., 2011). Desde os anos 1980, a Empresa Brasileira

de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) incluiu a conservação dos recursos

genéticos em seu programa de conservação. Este processo vem sento feito pela

própria Embrapa, por universidades e criadores particulares (MARIANTE et al.,

2008).

Investigando a origem do gado local brasileiro especula-se que na

época do descobrimento não havia bovinos no continente americano, sendo os

primeiros trazidos a colônias espanholas onde hoje estão a República Dominicana

e o Haiti (PRIMO, 1992; EGITO, 2007). No Brasil, segundo VELOSSO (1996), no

ano de 1534, Tomé de Souza, primeiro Governador Geral do Brasil, iniciou o

povoamento do território nacional com bovinos advindos do arquipélago de Cabo

Verde diretamente para a região onde hoje localiza-se a Bahia, Pernambuco e

São Paulo. PAULA NETO (2004) cita alguns autores que apontam que os

bovinos naturalizados brasileiros originam-se de três troncos, a saber: Bos taurus

ibericus, Bos tauros aquitanicus e Bos taurus batavicus. O cruzamento destes

animais trazidos pelos colonizadores e o espalhamento pelo interior do Brasil ao

logo de mais de 400 anos deu origem as raças naturalizadas brasileiras. No

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decorrer de todos esses anos houve intensa seleção natural e com adaptação aos

diversos ecossistemas presentes no interior do Brasil (MARIANTE et al., 2009).

Ainda segundo os mesmos autores apesar de não apresentarem níveis

superiores em produtividade, são rústicos, resistentes ao calor, doenças,

parasitas e apresentam melhor conversão alimentar em pastos nativos

reconhecidamente de pior qualidade.

Dentre as raças portuguesas, de acordo com EGITO (2007) as mais

importantes na formação do gado local são Mertolenga, Alentejana, Arouquesa,

Barrosã, Minhota e Mirandesa. Já as raças espanholas que mais contribuíram

foram a Retinta e a Barrenda. A seleção natural em ambientes diferentes e a

miscigenação dos animais deram origem a diferentes grupos, sendo que no

nordeste e no centro-oeste foi o Curraleiro Pé Duro, no pantanal o Pantaneiro, no

sudeste o Caracu e Mocho Nacional e no sul o Crioulo Lageano (EGITO, 2007).

Os criadores destacam que o interesse por estes animais vem da

tradição de familiar além do fato de serem pouco exigentes quanto a manejo

alimentar e sanitário, sendo resistente a doenças endêmicas, parasitos e

condições climáticas da região. Além disso, propiciam economia com antibióticos,

vacinas, antiparasitários e suplementação alimentar. Estas características vão de

encontro e atendem a atual demanda de alguns mercados que buscam alimentos

produzidos de forma sustentável, livre de resíduos e contribuindo para a redução

na liberação de químicos no ambiente (JULIANO, 2006).

NEIVA (2009) apontou que o Curraleiro representa uma alternativa de

exploração sustentável com geração de renda e proteína animal para populações

próximas a áreas de preservação, assentamentos rurais, populações quilombolas

e indígenas, muitas delas caracterizadas por estarem à margem da linha de

pobreza.

EGITO (2007) apontou que as raças naturalizadas brasileiras

constituem importante patrimônio genético e apresentam características

fenotípicas, genotípicas, culturais e históricas que justificam sua conservação. No

entanto, SANTIN (2008), afirma que os trabalhos de conservação dessas raças,

em especial o Curraleiro Pé-Duro, tem passado por dificuldades em função da

dificuldade de acesso as propriedades e manutenção da equipe de trabalho no

local, falta de estrutura para contenção dos bovinos, insuficiência de recursos

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financeiros, pequeno número de pesquisadores e preconceito em relação à raça,

sendo necessário o desenvolvimento de ações que visem divulgar a importância

da raça e as vantagens de sua criação.

2.1.1 Bovino Curraleiro

O bovino Curraleiro Pé-Duro desenvolveu-se em regiões de clima

semiárido em regime de criação extensivo (CARVALHO & AMORIM, 1989;

EGITO, 2007), e está presente nos estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e

Piauí (JULIANO, 2006).

Os criadores apontam que, apesar de rústicos, os animais são dóceis,

não geram despesas e tem baixa exigência nutricional. São menos susceptível a

intoxicações pela ingestão de plantas tóxicas presentes em pastagens naturais

quando comparados a outras raças (CARVALHO, 2002). Também são mais

resistentes a parasitas exigindo menor uso de medicamentos (CARVALHO, 2002).

A resistência a doenças é um atributo importante nos sistemas de produção e a

sanidade, fator diretamente relacionado à resistência, pode ser um fator limitante

na sustentabilidade destes sistemas (GIBSON, 2000). Além disto, a resistência às

infecções esta diretamente relacionada à resposta imunológica do hospedeiro

frente a um desafio.

No intuito de comprovar a resistência popularmente divulgada do

bovino Curraleiro Pé-Duro, MAGGIOLI (2010) verificou que os animais desta raça

são mais eficientes na indução de resposta imune celular após vacinação com

Mycobacterium bovis – BCG comparado ao Nelore. Além disto, MORAES (2009)

encontrou valores percentuais médios de linfócitos T e B circulantes superiores

aos encontrados em raças exóticas economicamente exploradas no país. Tais

dados corroboram em parte com as hipóteses de JULIANO (2006), sobre a

eficácia da resposta imune inata destes animais, e com pessoas que lidam

diretamente com os bovinos desta raça, que notam características de rusticidade

e adaptabilidade.

Os bovinos Curraleiro Pé-Duro apresentam características

morfológicas, de porte e conformação já estabelecidos como peso aproximado de

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380 kg e 300 kg, e altura mínima de 1,34m e 1,20m para machos e fêmeas

adultos respectivamente (BRITTO, 1998). O pequeno porte do bovino Curraleiro

Pé-Duro provavelmente se deve o processo de adaptação decorrente da seleção

natural em condições nutricionais precárias, com escassez de alimentos e água

(BRITTO, 1998). Os animais possuem pelagens variadas, sendo as mais comuns

a vermelha clara e a baia, com extremidades, vassoura e focinho pretos e, alguns

animais apresentam manchas escuras ao redor dos olhos; a cabeça é pequena

com chifres curtos e em forma de coroa e orelhas pequenas, revestidas

internamente de pelos claros; os membros são delgados e bem proporcionados; a

barbela e o umbigo são reduzidos (BRITTO, 1998; JULIANO, 2006; SANTIN,

2008)(Figura 1).

FIGURA 1 - Bovinos da raça Curraleiro Pé Duro. Fonte: GUIMARÃES, 2011.

Segundo FIORAVANTI et al. (2011), no último censo da raça realizado

em 2008, foram identificados 3.692 animais em 49 criatórios catalogados. Os

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mesmos autores atribuem ao grupo formado pela Embrapa, a criadores a e

universidades o sucesso na conservação da raça, apensar da raça ainda estar em

risco de extinção.

Desta forma, sendo um animal dócil, rústico e resistente, o Curraleiro

Pé-Duro poderia ocupar milhares de hectares de áreas de pastagens naturais de

baixa qualidade, desfavoráveis a outras raças, mediante um baixo investimento

para o pequeno produtor, fornecendo carne, leite, animais de trabalho e

contribuindo para a preservação do bioma Cerrado (NEIVA, 2009). Sua carne é

saborosa e com baixo teor de gordura que, associados à baixa ou nula utilização

de insumos químicos como carrapaticidas e medicamentos e, sendo criados num

sistema agroecológico sustentável, atrai atenção de consumidores de carne em

todo o mundo e pode ser usado como um diferencial no mercado (CARVALHO,

1997; FIORAVANTI et al., 2008).

Em dezembro de 2012, o Ministério da Agricultura Pecuária e

Abastecimento (MAPA) publicou no Diário Oficial da União, a Portaria n 1.150,

que diz respeito ao reconhecimento da raça Curraleiro Pé Duro, concedendo a

Associação de Criadores de Bovinos da Raça Curraleiro Pé-Duro (ABCPD), com

sede no município de Teresina, Piauí, Brasil, autorização para efetuar registro

genealógico dos animais, sob número de registro no MAPA 69/BR (BRASIL,

2012).

2.1.2 Bovino Pantaneiro

O bovino Pantaneiro é descendente de animais trazidos no início da

colonização do Brasil. Este gado representam muitas gerações de seleção natural

e adaptação às condições ecológicas da planície pantaneira localizada nos

estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste do Brasil.

Este recurso genético, que foi a base da pecuária carne, por pelo menos, três

séculos, é considerada ameaçado devido à introdução de zebuínos na região no

início deste século XX (MAZZA et al., 1992a). Assim como o Curraleiro, o bovino

Pantaneiro filia-se ao tronco das raças ibéricas (Bos taurus ibericus) (EGITO,

2007).

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Pesquisadores do Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal

(CPAP) e o Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia

(CENARGEN) da EMBRAPA, tem se esforçado para conservar populações

remanescentes de bovino Pantaneiro. Conhecer a sua origem não é apenas a

recuperação de um importante quadro da história do Brasil, mas também a

geração de informações básicas para sua conservação. Verifica-se que a origem

do bovino Pantaneiro está relacionado com as expedições espanholas na baía do

Rio da Prata, no segundo trimestre do século XVI. Embora a influência de raças

de bovinos portugueses na formação do gado Pantaneiro tenha sido muito

pequena durante os dois primeiros séculos de colonização, sua importância

aumentou após o início do século XVIII, quando alguns descendentes de animais

adaptados às diversas regiões do Brasil como Minas Gerais e Goiás, foram

introduzidos na região do Pantanal (MAZZA et al., 1992a).

De acordo com MAZZA et al. (1994), é escassa a literatura sobre as

características fenotípicas do bovino Pantaneiro. Com base em medições de peso

e desenvolvimento morfológico, seu tamanho corporal é reduzido, com peso

médio à nascença de 24 e 22 kg, e, na fase adulta, de 375 e 298 kg, para o sexo

masculino e fêmeas, respectivamente. Possui linha dorso-lombar geralmente reta,

o perfil predominante é subconvexo (79% dos animais), podendo ser retilíneo em

alguns casos; o focinho é negro e em 73% dos animais há um anel branco ao seu

redor; chifres são arredondados saindo lateralmente para cima e para frente; as

orelhas são pequenas com pelos na parte interna; a pelagem predominante é de

cor amarelo-avermelhada, com presença de tonalidades mais escuras nas

extremidades e pelos brancos na porção ventral. Possuem temperamento dócil e

calmo, quando manejados constantemente (EGITO, 2007) (Figura 2).

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FIGURA 2: Bovino Pantaneiro. Fonte: GUIMARÃES, 2011.

Atualmente existem apenas dois núcleos de conservação desta raça na

região do Pantanal. Um no norte do Mato Grosso, fazenda Promissão, no

município de Poconé, cujo enfoque principal é o resgate da raça, e outro no sul do

Mato Grosso do Sul, fazenda Nhumirim, mantida pela EMBRAPA e situada no

município de Corumbá (ISSA et al., 2009, MARQUES et al., 2012).

Como a seleção natural foi a principal forma seletiva na formação deste

gado, as características adaptativas que asseguram êxito reprodutivo nas

condições ambientais da região foram mantidas nestes animais (ABREU et al.,

2000). Segundo PRIMO (1992), os animais têm grande capacidade de

sobrevivência nas regiões alagadiças características do Pantanal, uma vez que

estes bovinos necessitam permanecer por horas na água para conseguir alimento.

Não obstante, o Pantaneiro também suporta os períodos de seca, no qual o pasto

e a água tornam-se escassos.

Como poucos criadores demonstram interesse em manter estes

animais em suas criações (ABREU et al., 1999), e desde 1984, com a

implantação do núcleo de conservação, o Pantaneiro vem sendo conservado e

caracterizado pela EMBRAPA Pantanal e outras instituições de pesquisa.

Contudo, mesmo com constantes esforços a raça encontra-se em risco de

extinção (ABREU et al., 2007). Atualmente o número de exemplares encontra-se

ao redor de 500 animais (JULIANO et al., 2011).

O núcleo de conservação in situ do bovino Pantaneiro tem como

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objetivos principais a manutenção da variabilidade genética da raça e

caracterização produtiva dos animais no ambiente do Pantanal. De acordo com

SNEL-OLIVEIRA et al. (1999), as razões para a conservação do bovino

Pantaneiro são: I) sua adaptação as regiões inóspitas do Pantanal, onde raças

mais especializadas e produtivas não poderiam manter seus elevados índices

produtivos. II) sua utilização em cruzamentos, que permitiria um melhor

desempenho do rebanho devido a heterose. III) preservação dos genes para

futuros trabalhos com transgênicos. IV) manutenção da variabilidade genética. V)

razões históricas e culturais, capazes de atrair turistas e investidores,

incrementando o turismo local.

Tal como o Curraleiro Pé-Duro, a resistência natural do Pantaneiro a

desafios microbiológicos é reconhecida por meio observacional. Porém

diferentemente do primeiro, não há comprovação por meio de estudos científicos

de tal característica. No entanto, uma vez que o Pantaneiro sofreu as mesmas

condições adversas que as demais raças localmente adaptadas em sua formação,

é possível que ele possa compartilhar a mesma eficiência imunológica que o

Curraleiro Pé-Duro (GUIMARÃES, 2011).

2.2 Conservação das raças locais brasileiras

Preservar o Curraleiro Pé Duro e o Pantaneiro, assim como as demais

raças localmente adaptadas do Brasil, tem apelo histórico uma vez que estes

animais participaram e contribuíram para o processo de colonização do país. A

memória genética carreada por seus genes após os diversos anos de seleção os

tornam aptos a viver em condições ambientais desafiadoras (MARIANTE et al.,

2008). Contudo, segundo CARDELLINO & BOYAZOGLU (2009), estes programas

em países em desenvolvimento são um desafio, sendo que o mais interessante a

se buscar e selecionar, de acordo com os autores, são genes que conferem

resistência a doenças de interesse em explorações comerciais.

Existem duas maneiras de se preservar uma espécie animal ameaçada,

a conservação in situ e a conservação ex situ. Na primeira, os animais são

mantidos em ambientes naturais ou artificiais, e na segunda, procede-se a

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criopreservação em banco de germoplasma de embriões, espermatozoides e

oócitos como fonte de multiplicação, regeneração e distribuição dos espécimes

em extinção (MARIANTE & EGITO, 2002).

Em programas de conservação in situ uma das principais

preocupações repousa sobre o aumento do número de indivíduos para garantir

variabilidade genética à espécie. Para tanto, são adotadas medidas para

promover circulação dos animais dentro dos criatórios e aplicadas medidas

biotecnológicas no campo reprodutivo, assegurando uma melhor eficiência

reprodutiva à população em questão. Contudo, esta conduta pode aumentar a

disseminação de patógenos entre os núcleos de conservação, com maior

preocupação para aquelas doenças que prejudicam o processo de reprodução

dos animais. Portanto, é necessário que se conheça a situação sanitária destes

núcleos para que sejam adotadas medidas de prevenção e controle para as

enfermidades identificadas, a fim de impossibilitar a disseminação de patógenos

dentro e entre os núcleos de conservação (JULIANO, 2006). De acordo com

TEIXEIRA et al. (2008) a EMBRAPA Recursos Genético e Biotecnologia pratica

esses tipos de ação em benefício das raças bovinas locais brasileiras.

Quando se estabelece um programa sanitário, as doenças reprodutivas

ganham destaque por ser um entrave ao aumento dos rebanhos por causarem

abortos, nascimentos de bezerros inviáveis ou descarte de reprodutores.

Qualquer que seja o problema verificado, o que se observa é uma diminuição na

fertilidade do rebanho e, quando isto acontece em pequenas populações, como é

o caso dos núcleos de Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, a situação torna-se mais

preocupante em vista do risco de extinção de tais raças. Portanto, é indicado que

sejam feitas investigações periódicas a cerca de patógenos relacionados à

reprodução nestes rebanhos, com destaque para brucelose, leptospirose, diarreia

viral bovina (BVD), rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR- causada pelo herpesvírus

bovino tipo 1/ BoHV-1), triconomose, neosporose, dentre outras, visando garantir

o desempenho reprodutivo e garantindo material genético a ser criopreservado

livre de tais agentes (PELEGRIN et al., 1997).

De acordo com JULIANO (2006), antes do início de um programa de

conservação é necessário gerar conhecimento sobre a espécie animal foco,

atentando para todas as questões relativas ao nicho ecológico da mesma,

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aspectos fisiológicos e sanitários, condição epidemiológica, para que se justifique

a introdução num dado ecossistema, sem comprometer os demais componentes

da população local.

2.3 Programas Sanitários

Os programas de sanidade, independente da espécie animal, visam

ações de controle, prevenção e erradicação de doenças (THRUSFIELD, 2004).

Tais ações são resultado de um conjunto de medidas de defesa sanitária baseada

em ações veterinárias regulares e de manejo cuja finalidade é manter a saúde e

produção animal em níveis de excelência, com foco na biosseguridade (FAVA et

al., 2003).

Para estabelecer medidas de controle, prevenção ou erradicação, a

serem adotadas, os fatores epidemiológicos relacionados ao ambiente, ao agente

e às espécies suscetíveis devem ser considerados (RADOSTITS, 2001). Nesse

sentido, os programas nacionais de sanidade de bovinos atuam no controle de

doenças com grande poder de difusão, principalmente as que impõem restrições

ao comércio de animais e produtos, além de doenças que causam prejuízos à

saúde pública, ao meio ambiente e à economia do Estado, objetivando o

fortalecimento da agropecuária nacional, por meio de ações de vigilância e defesa

sanitária animal (BORGES, 2010).

Para a tomada de decisões em um programa de manejo sanitário as

ações de monitoramento e investigação, com diagnóstico laboratorial de doenças

que cursam com sinais clínicos inaparentes é de fundamental importância.

Qualquer programa de sanidade animal deve incluir vigilância de doenças

infecciosas especificas como BVD, IBR, leucose enzoótica bovina (EBL), aftosa,

brucelose, tuberculose, leptospirose. Tal vigilância tem como objetivo primário

identificar portadores e, se possível, eliminá-los do rebanho (RADOSTITIS, 2001).

Nos programas sanitários direcionados para a bovinocultura um ponto

que merece destaque é a avaliação da eficiência reprodutiva. Com relação a este

ponto primeiramente deve-se determinar o perfil sanitário do rebanho. Desta

forma, a avaliação sorológica é de fundamental importância, auxiliando na

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determinação da existência ou não da infecção e, posteriormente, na

quantificação do problema no rebanho. A determinação da frequência de

ocorrência de algumas doenças infecciosas que determinam reflexos negativos

na eficiência reprodutiva possibilitará a avaliação do percentual de animais

infectados e de susceptíveis, assim como as medidas de controle e profilaxia a

serem adotadas para evitar a dispersão do agente naquela população

(JUNQUEIRA & ALFIERI, 2006).

Nesta dissertação serão abordadas três doenças virais que devem

obrigatoriamente fazer parte de um programa sanitário de núcleos de

conservação das raças de bovinos localmente naturalizados. Duas delas

influenciam diretamente nos índices reprodutivas dos rebanhos, BVD e IBR. A

outra, BLV, não influi diretamente na reprodução, porém deve ser eliminada dos

rebanhos por se tratar de um agente potencialmente imunossupressor, causador

de grandes perdas em produtividade aos rebanhos no qual está presente.

2.3.1 Diarreia Viral Bovina

O vírus da diarréia viral bovina (bovine viral diarrhea vírus – BVDV) é

um dos principais patógenos de bovinos e mundialmente provoca perdas

significativas para a bovinocultura (VARGAS et al., 2009; LAUREYNS et al., 2010).

Seu impacto econômico é bem conhecido nos países desenvolvidos, o que não

ocorre nos países em desenvolvimento (ELZEIN, 2012).

O BVDV pertence à família Flaviviridae e, juntamente com o vírus da

peste suína clássica (classical swine disease vírus - CSFV) e o vírus da doença

da fronteira de ovinos (border disease virus - BDV) compõem o gênero Pestivirus

(PETERHANS, et al., 2010; ICTV, 2011). O BVDV, assim como os demais

pestivirus possuem como material genético uma molécula RNA linear fita simples

e polaridade positiva, de aproximadamente 12,5 kb, são envelopados e com

tamanho de 40-60 nm (DONIS, 1995; VARGAS et al., 2009).

Devido à presença de regiões hipervariáveis na glicoproteína E2 (gp53)

(DONIS, 1995), os isolados de campo de BVDV apresentam grande variabilidade

antigênica. Baseado nesta característica, associado a particularidades genéticas,

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os isolados são divididos em três genótipos: BVDV-1, BVDV-2 e BVDV-3

(RIDPATH, 2003, 2005, BAUERMANN et al., 2013). O primeiro compreende a

maioria dos vírus de campo e cepas de referência e geralmente apresentam

virulência de baixa a moderada. O segundo, geralmente mais virulento, foi isolado

de surtos de diarreia viral bovina (BVD) aguda severa e doença hemorrágica no

início dos anos noventa (VARGAS et al., 2009; PETERHANS et al., 2010). O

terceiro foi isolado recentemente de soro fetal bovino importado do Brasil, e pouco

se sabe sobre o mesmo (BAUERMANN et al., 2013). É importante frisar que a

gp53 é uma proteína muito imunogênica, para a qual é direcionada a produção de

anticorpos frente à infecção natural ou vacinação (DONIS, 1995; VARGAS et al.,

2009).

Os isolados do BVDV-1 e BVDV-2, com base em análise filogenética,

são ainda subdivididos em 19 subgrupos genéticos, sendo 16 para o BVDV-1 e

três para o BVDV-2 (PETERHANS et al., 2010; RIDPATH, 2010) cuja reatividade

sorológica cruzada é baixa, prejudicando o desenvolvimento e a eficácia de

vacinas, assim como diagnóstico sorológico e medidas preventivas (FLORES et

al., 2000; VOGEL et al. 2002a; RIDPATH 2005; FLORES et al., 2005; YILMAZ et

al., 2012).

De acordo com a capacidade de replicar e causar citopatologia em

cultivo celular, os isolados de BVDV podem ser divididos em dois biotipos:

citopáticos (cp) e não-citopáticos (ncp). Os isolados de campo são em sua grande

maioria ncp, e tem a capacidade de induzir infecções persistentes (PI). Já os

isolados cp são eventuais e não estabelecem infecções persistentes, sendo

isolados principalmente de animais que desenvolveram uma forma clínica severa

da infecção, a doença das mucosas (DM) (BAKER, 1995; TOBIAS et al., 2000;

RIDPATH, 2003; PETERHANS et al., 2010). O efeito citopático em cultivo celular

não indica se um isolado é virulento ou não, fato este comprovado por

isolamentos feitos a partir de surtos de doença severa onde o BVDV ncp foi o

responsável (RIDPATH, 2003, 2010)

Os dois biótipos são indistinguíveis sorologicamente contudo, em

análise molecular, foi verificado que o vírus cp produz uma proteína adicional

denominada NS3 (p80). Os vírus cp são gerados a partir de mutações ou

rearranjos genéticos, como deleções, duplicações ou inserções na região do gene

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da proteína NS2-3 (p125) do genoma viral. Tanto o vírus cp quanto o ncp

possuem a proteína NS2-3, porém, somente nos vírus cp ela é clivada gerando

outra proteína, a NS3, a qual é o marcador molecular de cepas capazes de

causar efeito citopático nos cultivos celulares (DONIS, 1995; BOTTON, et al.,

1998; TOBIAS et al., 2000; PETERHANS et al., 2003; RIDPATH, 2010).

Ambos genótipos do BVDV (tipo 1 e 2) podem existir como um dos

biotipos cp e ncp, com base no efeito que causam em cultivo celular. O biotipo é

uma diferença fenotípica, baseada em traços expressos, enquanto o genótipo

reflete diferença no genoma viral (RIDPATH, 2003).

Os bovinos são considerados os hospedeiros naturais do BVDV, porém

o vírus pode infectar diversos animais biungulados sejam ruminantes domésticos

(caprinos, ovinos, búfalos, camelos), silvestres (cervos, veados, antílopes, javalis)

ou suínos (BROCK, 2003; FLORES et al., 2005; MISHRA et al., 2007; CAMPEN,

2010; PETERHANS et al., 2010, RIDPATH, 2010). Segundo FLORES et al.

(2005), algumas espécies silvestres têm atenção especial nos programas de

combate à infecção nos Estados Unidos e Europa.

O perfil e severidade dos sinais clínicos causados pelo BVDV são

altamente variáveis (BACHOFEN et al., 2010) e a infecção de bovinos

susceptíveis tem sido associado a diversas manifestações clínicas que vão desde

infecções inaparentes em bovinos adultos imunocompetentes até doença aguda

fatal em bezerros jovens (BAKER, 1995). Os sinais clínicos dependerão da

amostra viral (BVDV-1/BVDV-2 e cp/ncp), do tipo de infecção estabelecida

(transitória ou persistente), da espécie, do status imune e do estado reprodutivo

do hospedeiro, assim como idade e infecções com outros patógenos

(BACHOFEN, et al., 2010; RIDPATH, 2010).

Segundo BAKER (1995), constam como consequências da infecção

enfermidade gastroentérica aguda ou crônica, doença respiratória em bezerros,

síndrome hemorrágica com trombocitopenia, patologias cutâneas e

imunossupressão. O maior impacto econômico e clinico da infecção, contudo, é

na esfera reprodutiva, com diminuição da fertilidade e da eficiência reprodutiva

(GROOMS, 2004; MOENING et al., 2005). A infecção de fêmeas soronegativas

geralmente cursa com transmissão à progênie (transmissão vertical do patógeno).

Dependendo do estágio gestacional poderá ocorrer reabsorção embrionária,

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aborto, mumificação fetal, natimortalidade, má formação congênita, nascimento

de bezerros fracos e inviáveis, nascimento de bezerros PI e até mesmo

nascimento de bezerros clinicamente saudáveis. Em muitos rebanhos, falhas

reprodutivas são os únicos sinais da presença do BVDV (BAKER, 1995;

ARENHART et al., 2008; RIDPATH, 2010; ALTAMIRA et al., 2012). Segundo

MOENING et al. (2005), as perdas econômicas decorrentes da presença de

BVDV em um rebanho gera um custo em torno de 71 dólares/vaca/ano. Já

durantes os surtos de BVDV aguda esse valor chega a 400 dólares.

O estabelecimento da infecção persistente ocorre quando o feto é

infectado entre os 40 e 120 dias de gestação (BAKER, 1995; GROOMS, 2004).

Nessa fase da gestação, o sistema imunológico do feto é imaturo e as proteínas

virais são reconhecidas erroneamente como próprias (self), tornando o animal

imunologicamente tolerante especificamente àquela cepa ncp de BVDV que o

infectou in utero (PETERHANS et al. 2003). É necessário que se estabeleça uma

infecção não-lítica com o BVDV para que não prejudique o desenvolvimento fetal,

assim, a infecção transplacentária com um BVDV cp não pode produzir uma

infecção persistente (GROOMS, 2004; LAUREYNS et al., 2010). Esses animais

tornam-se portadores permanentes e excretam o vírus continuamente em

secreções e excreções, por toda a vida, sendo os responsáveis pela transmissão

constante do agente a outros bovinos e a manutenção do mesmo nos rebanhos,

mesmo estando em baixa frequência (0,4 a 2,7%) (HOUE, 1995; ARENHART et

al., 2009; LAURYENS et al., 2010). Os bezerros que nascem PI são geralmente

soronegativos para aquela cepa de BVDV ncp para o qual foram infectados in

utero (HOUE, 1995; ARENHART et al., 2009) e podem desenvolver uma forma

fatal de BVD, a doença das mucosas (TOBIAS, et al., 2000; BACHOFEN et al.,

2010; PETERHANS et al., 2010).

Segundo NIZA-RIBEIRO (2008), o bovino PI, quando introduzido num

rebanho soronegativo rapidamente pode causar índices de soroconversão em 80

a 100% dos animais do rebanho, o que foi confirmado no estudo de ARENHART

et al. (2009). Contudo à medida que a população torna-se imunizada, a circulação

viral diminui e pode até mesmo acabar se o bovino PI for retirado do rebanho

(MOENING et al., 2005; KAMPA et al., 2009). No entanto enquanto houver um PI

na propriedade a circulação viral é mantida e a chance de geração de bezerros PI

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existe (LINDBERG & HOUE, 2005; LAUREYNS et al., 2010).

As principais formas de introdução do BVDV num rebanho susceptível

são a compra de bovinos com infecção aguda, subclínica, PIs, fêmeas gestantes

cujo feto é PI ou uso de sêmen contaminado (BROCK, 2003; LINDBERG & HOUE,

2005; GIVENS et al., 2007; CAMPEN, 2010; ALTAMIRANDA et al., 2012). A partir

deste ponto, o BVDV é transmitido horizontalmente, através de contato direto ou

indireto com secreções (nasais, saliva, sêmen, leite) e excreções (urina, fezes),

além de agulhas, material cirúrgico, luvas de palpação contaminadas (LINDBERG

& HOUE, 2005; VIET et al., 2007; ALTAMIRANDA et al., 2012). GIVENS et al.

(2007) e NOIVA (2010) verificaram que o BVDV esta presente tanto no sêmen de

touros PI quanto no de touros com infecção transitória. Já GARD et al. (2007)

verificou a presença de BVDV em embriões antes da implantação, porém o

estudo não abordou se estes animais nasceram PI ou se as vacas inseminadas

se infectaram com o patógeno.

Animais com infecção aguda, geralmente apresentam viremia e

excreção viral transitórias (3-10 dias) e em baixos títulos, mas mesmo assim

podem resultar em transmissão viral (BROCK, 2003; LINDBERG & HOUE, 2005;

VIET et al., 2007). Animais PI, ao contrário, excretam o vírus continuamente e em

elevados títulos nas secreções/excreções, assegurando uma transmissão mais

eficaz (ARENHART et al., 2009; CAMPEN, 2010).

HAMERS et al. (2001) relataram que 70-90% das infecções pelo BVDV

são inaparentes e, segundo BACHOFEN et al. (2010), cerca de 60 % dos bovinos

de regiões endêmicas para o BVDV, nos quais não há medidas de controle, se

infectam transitoriamente em algum momento de suas vidas. Estes animais

podem vir a desenvolver alguns dos sinais descritos para a enfermidade e, uma

vez que sobrevivam à infecção, tornam-se protegidos por toda a vida

(PETERHANS, et al., 2003; SANDVIK, 2005).

São reconhecidos como fatores de risco para a enfermidade: a idade, a

origem de bovinos adquiridos, movimentação de animais e pessoas entre

propriedades (principalmente vacas prenhas/trabalhadores), presença de falhas

reprodutivas no rebanho, uso de pastos comuns, densidade do rebanho, tamanho

do rebanho, tipo de exploração, tipo de criação, manejo reprodutivo (monta

natural/ inseminação artificial) e ausência de assistência veterinária (ALFAIA,

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2003; QUICOZES et al., 2007 ; KAMPA et al., 2009; TALAFHA et al., 2009;

CAMPEN, 2010; CHAVES et al., 2010; SEGURA-CORREA et al., 2010; PRESI et

al., 2011; SAA et al., 2012).

O BVDV tem distribuição mundial, apresenta elevada morbidade e

baixa mortalidade (HAMERS et al., 2001), e a soroprevalência chega a atingir

80% dos bovinos e até 100% dos rebanhos (FLORES et al., 2005; GUARINO, et

al., 2008). O vírus é considerado o segundo mais importante agente viral de

bovinos, precedido apenas pelo vírus da febre aftosa (VFA) e tem sido alvo de

vários estudos e programas de controle e/ou erradicação (FLORES et al. 2005).

Na América do Sul, a prevalência de rebanhos infectados foi verificada nos

seguintes países: Venezuela 42% (OBANDO et al., 1999); Peru 93% (STAHL et

al., 2002); Chile 83% (MELENDEZ & DONAVAN, 2003); Uruguai 100%

(GUARINO et al., 2008); Argentina 97,2% (CARBONERO et al., 2011) e Equador

74% (SAA et al., 2012).

No Brasil não há um estudo nacional de prevalência do agente nos

rebanhos. O primeiro relato da presença do vírus foi apresentado por CORREA

(1968) e o primeiro isolamento viral ocorreu em 1974, realizado por VIDOR.

Desde a década de 70, diversos estudos sorológicos foram realizados

em varias regiões do país, no entanto, do ponto do vista epidemiológico, os

índices detectados devem ser analisados com cautela uma vez que a

amostragem e as técnicas sorológicas usadas não eram padronizadas a ponto de

poder-se inferir a respeito da situação do rebanho nacional frente ao agente.

Desta forma, os índices verificados indicam apenas a presença viral e a

frequência nas subpopulações estudadas (FLORES et al, 2005). São exemplos

destas subpopulações os trabalhos desenvolvidos por: JUNQUEIRA et al. (2006)

em SP, 98%; NOGUEIRA, (2003) em MG, 14,3% ; SAMARA et al., 2004, 57,18%,

em SP e MG; QUINCOZES et al. (2007) 66,32%, FRANDOLOSO et al. (2008),

57,7%, ALMEIDA (2010), 26,7% no RS; NORONHA, et al. (2003), 56,00%, na BA;

SOUSA et al. (2009), 67,30%, e CHAVES et al. (2010), 61,5%, no MA. Ainda,

CORTEZ et al. (2006) e BIANCHI et al. (2011) confirmaram a circulação dos dois

genótipos (BVDV-1 e BVDV-2) nos rebanhos brasileiros.

Em 2010, BRITO et al., determinaram a prevalência de BVDV para o

estado de GO, para isto o grupo analisou 3.533 amostras de soro bovino

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provenientes de 232 municípios goianos e a soroprevalência verificada foi de 64%

para animais e 88,3% das propriedades. Dos 232 municípios incluídos no estudo,

226 (97,4%) apresentaram pelo menos um animal positivo (BRITO et al., 2010).

Já GUIMARÃES et al. (2001) ao pesquisarem anticorpos anti-BVDV em 207 soros

de 14 rebanhos do entorno de Goiânia encontrou prevalência de 54,11% nas

amostras e de 100% para propriedades. Não foram encontrados na literatura

dados de prevalência do BVDV nos estados do Tocantins e Piauí.

Um quadro verificado por BOTTON et al. (1998) e que perdura até os

dias atuais é o impacto epidemiológico e econômico e da infecção do gado pelo

BVDV no Brasil. Os autores afirmaram que naquele momento havia grande

dificuldade em quantificar as perdas econômicas e em relatar a situação

epidemiológica do BVDV. Fato este atribuído a ênfase dada ao VFA durante

vários anos, falta de técnicos treinados e ausência de reagentes apropriados pra

o diagnóstico da infecção. Desta forma, as subnotificações, principalmente de

casos inaparentes, eram e continuam sendo uma constante.

Apesar da maioria dos casos de infecção pelo BVDV cursarem com

sinais brandos ou inaparentes, casos severos da doença já foram registrados

(HAMERS et al., 2001) no Brasil. LUNARDI et al., (2008) registraram o primeiro

surto de BVD aguda e fatal em rebanhos de corte na América do Sul, no estado

do PR, sendo o o BVDV-1b o agente incriminado. Já FERREIRA et al. (2008)

relataram dois casos de dermatite generalizada em bovinos nelore acometidos de

DM no estado MS. No entanto também foram verificados casos da doença com

sinais clínicos clássicos com envolvimento principalmente dos sistemas

gastroentérico e respiratório (FLORES et al., 2000), os quais, após isolamento e

inoculação em bezerros saudáveis levou ao desenvolvimento do mesmo quadro

clínico, associado ainda a trombocitopenia indicada indiretamente por achados

hemorrágicos na necropsia (BRUM et al., 2002).

O diagnóstico presuntivo da infecção pelo BVDV pode ser baseado no

histórico, sinais clínicos e achados de necropsia. No entanto o diagnóstico

definitivo exige isolamento ou detecção de antígenos virais e/ou demonstração

sorológica positiva ao vírus, levando em consideração dados epidemiológicos,

caráter da infecção e uso de vacina (HOUE et al., 2006; RADOSTITIS, et al., 2007;

OIE, 2012).

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O isolamento viral é a prova confirmatória por excelência, dita padrão

ouro, com a qual todos os outros métodos diagnósticos de detecção viral são

comparados. Porém alguns fatores afetam o isolamento viral em espécimes

clínicos como o momento de coleta e o acondicionamento e processamento da

amostra (DUBOVI, 2013). As amostras necessitam ser coletas assepticamente e

conservadas sob refrigeração, para manutenção da partícula viral infectante (PILZ,

2005; 2007). É um teste laborioso, demorado e exige cultivos celulares

susceptíveis, e por estes motivos não é indicado para análise de um grande

numero de amostras (HOUE et al., 2006; PILZ et al., 2007). Além disto, as vezes

exige que outras provas sejam aplicadas ao cultivo celular para confirmação do

isolamento, como a imunofluorescência ou imunoperoxidase (PILZ et al., 2005;

HOUE et al., 2006; VARGAS et al., 2009, DUBOVI, 2013). Desta forma, pela

facilidade e menor custo, a detecção de antígeno/anticorpos (soroneutralização -

SN e ensaios imunoenzimáticos - EIE), imunoistoquímica e PCR tem ganhado

espaço como métodos diagnóstico (RIDPATH, 2010).

A imunoistoquímica é indicada para identificação de bezerros PI

(GROOMS & KEILEN, 2002; FERREIRA, et al., 2008). É realizada a partir de

biopsia de pele da orelha e permite identificar o vírus associado com tecidos e

tipos celulares específicos (GROOMS & KEILEN, 2002). É um teste que não sofre

interferência de anticorpos maternos, porém depende da conservação do epítopo

viral e do tipo de anticorpo monoclonal (SANDVIK, 2005; HOUE et al., 2006;

DUBOVI, 2013). Um ponto positivo da técnica apontada por DUBOVI (2013), é

que animais agudamente afetados não apresentam antígenos virais nas células

epiteliais da pele, desta forma, a imunoistoquímica permite a diferenciação de

bovinos PI daqueles com infecção aguda.

Identificação de anticorpos anti-BVDV é amplamente utilizada para

avaliar a resposta induzida por infecção natural ou vacinação. Tais testes são

ótimos para levantamentos epidemiológicos e monitoria de rebanhos. A sorologia

individual é importante para identificar animais susceptíveis e permite

identificação de animais PI dentro do rebanho (HOUE et al., 2006; DUBOVI, 2013).

Dentre os testes sorológicos possíveis os mais rotineiramente utilizados e

recomendados pela OIE, são a SN e EIE (SANDVIK, 2005).

A SN é uma prova de referência, possui elevada especificidade e é

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facilmente ser adaptada ao tipo ou subtipo viral desejado, sendo a mais utilizada

nos estudos científicos (DUBOVI, 2013). No entanto detecta somente anticorpos

neutralizantes, na maioria das vazes baseados na gp53. É demorada, laboriosa e

envolve a utilização de cultivo celular e manipulação viral que podem variar entre

laboratórios (SANDVIK, 2005; DUBOVI, 2013). Além disto, a diversidade

antigênica do BVDV, que gera uma baixa reatividade sorológica cruzada entre os

dois genótipos, pode interferir no resultado do teste, podendo resultar em falhas

na detecção de animais com baixos títulos de anticorpos, sendo uma possível

solução a utilização de amostras virais isoladas da região (FLORES et al., 2005).

Já os EIE para detecção de anticorpos são amplamente utilizados por

serem provas práticas, rápidas e biosseguras. São os testes mais apropriados

para utilização em larga escala, como nos levantamentos soroepidemiológicos

(SANDVIK, 2005). A utilização de pool de soros é muito utilizada em rebanhos de

corte, sendo que para plantéis leiteiros, tal técnica associadas a métodos

moleculares, torna-se uma ferramenta importante no monitoramento de rebanhos

(LAUREYNS et al., 2010). Contudo ainda não há testes comerciais disponíveis

que diferenciem anticorpos vacinais daqueles gerados por uma infecção natural

(VARGAS, et al., 2009; DUBOVI, 2013). Os testes imunoenzimáticos para captura

de antígeno são usados geralmente para identificar animais PI e como espécimes

possíveis de análise por esta técnica tem-se o soro, biopsia de pele (entalhe de

orelha) e leite. Ao testar bezerros a procura de um PI, devido a possível presença

de anticorpos colostrais, não se recomenda o teste para captura de antígeno

naqueles com menos de 3 meses (DUBOVI, 2013).

Métodos moleculares, desde que devidamente padronizados e

avaliados, apresentam elevados índices de sensibilidade e especificidade (PILZ et

al., 2005). A reação em cadeia da polimerase, precedida de uma etapa de

transcrição reversa (RT-PCR), tem sido muito utilizada para o diagnóstico da

infecção pelo BVDV nas mais variadas formas de manifestação clínica, além da

detecção de animais PI a partir de amostras biológicas individuais e em pools de

soros sanguíneos (até 160 amostras) e tanques de leite, podendo inclusive,

diminuir o custo do diagnóstico (PILZ, 2005; 2007; ALMEIDA, 2010; YLMAZ et al.,

2012). O teste permite a identificação de bovinos com infecção aguda, PI, e

vacinados com vacinas vivas modificadas. No entanto, esta técnica atualmente se

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restringe a trabalhos de pesquisa (DUBOVI, 2013).

As vacinas desenvolvidas para controle do BVDV contêm tanto

antígenos de BVDV-1 quanto BVDV-2 como forma de assegurar proteção contra

a infecção (VOGEL et al., 2002a; CAMPEN, 2010). O objetivo principal da

vacinação contra o BVDV é proteger o feto da infecção e consequentemente

impedir o nascimento de bezerros PI (MOENING et al., 2005; ARENHART et al.,

2008; VARGAS et al., 2009). No entanto, a necessidade de inclusão de vírus de

diferentes subgenótipos nas vacinas ainda é controversa, pois nem sempre as

diferenças genéticas estão relacionadas diretamente com diferenças antigênicas

associadas com proteção (VOGEL et al., 2002a; RIDPATH et al., 2010). BIANCHI

et al. (2011) ao testarem amostras de BVDV isoladas entre 2000-2010 no Rio

Grande do Sul relataram níveis variáveis de reatividade cruzada entre vírus do

mesmo genótipo, e reatividade muito baixa ou ausente entre vírus de genótipos

diferentes. SANTOS (2010) verificaram o nascimento de bezerros PI de vacas

vacinadas contra o BVDV. No referido estudo, vacas vacinadas contra o BVDV-1

pariram bezerros PI cujo genótipo, ao ser identificado, era BVDV-2, indicando que

há falha de anticorpos anti-BVDV-1 em proteger contra a infecção por BVDV-2.

Diversos autores (FLORES et al., 2000; FLORES et al., 2005; RIDPATH, 2010;

JORDÃO et al., 2011; BIANCHI et al., 2011) afirmaram que o melhor seria

formulações com amostras circulantes na população onde a vacina seria

comercializada.

A vacinação não é recomendada nos programas de erradicação, haja

vista que, com a prática vacinal, se perde o indicador sorológico da presença da

infecção no rebanho. Um animal identificado como soropositivo indica apenas

exposição prévia ao agente, quer seja devido à vacinação ou ao contato com o

agente infeccioso (MOENING et al., 2005; VARGAS, et al., 2009). CAMPEN

(2010) ao avaliar a situação do EUA frente ao controle do BVDV expõe que

devido ao uso maciço da vacinação nos rebanhos americanos, o uso de testes

sorológicos não possui valor algum na distinção entre rebanhos infectados

naturalmente e aqueles vacinados. Além disto, o mesmo autor, afirma que devido

a baixa prevalência da doença verificada e ao fato da vacina mascarar as

manifestações clínicas da doença, tanto o governo quanto os fazendeiros são

resistentes a implementação de um programa de caráter compulsório uma vez

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que as perdas econômicas ficam mascaradas pelo uso da vacina.

Não existe tratamento especifico para qualquer das doenças causadas

pelo BVDV. O prognóstico para bovinos com casos severos de DM, quadro de

diarreia aquosa profusa e lesões orais graves é desfavorável e o abate deve ser

considerado (RADOSTITIS et al., 2007).

Os programas de controle/erradicação da infecção pelo BVDV são

pautados na identificação e eliminação dos animais PI, medidas de biossegurança

para prevenir a introdução de animais infectados e estratégias de monitoramento,

como o uso de bezerros sentinela, associado ou não ao uso de vacinas para

proteger os animais susceptíveis. O uso da vacinação no controle da infecção

geralmente se baseia em uma análise de riscos e custos (HOUE et al., 2006;

VARGAS, et al., 2009; SEGURA-CORREA et al., 2010; ELZEIN et al., 2012,

DUBOVI, 2013). Para STURZA et al. (2011) o sucesso do programa dependerá

da capacidade de identificação daquelas propriedades com infecção viral ativa

e/ou presença de animais PI, o que somente é possível com o emprego de testes

laboratoriais capazes de detectar antígenos do BVDV. Segundo LAUREYNS et al.

(2010) a cada ano, 5-10% das propriedades certificadas como livres pelo governo

holandês são reinfectadas, demonstrando assim a importância em se manter o

monitoramento, mesmo após obtenção de certificação. Ainda, de acordo com

DUBOVI (2013), e como exemplificado acima, os programas somente são

possíveis se amparados por testes laboratoriais.

No Brasil não há um programa oficial de controle/erradicação de BVD

(FLORES et al., 2005), diferente de alguns países europeus onde a doença é alvo

de programas de erradicação, que foram feitos sem o uso de vacinação.

Naqueles países o controle da BVD foi feito pela identificação dos rebanhos

potencialmente infectados por meio de pesquisa de anticorpos; identificação e

remoção de bovinos PI; melhoria da biossegurança com quarentena; teste dos

novos animais inseridos no rebanho; restrição de movimentação do gado e

monitoramento e certificação dos rebanhos livres. Outra prática recomendada foi

o esclarecimento dos fazendeiros do impacto negativo da doença no rebanho e

de sua importância no controle da doença, para que as decisões diárias em

relação ao manejo adotado pudessem ser adequadas (PRESI et al., 2011).

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2.3.2 Herpesvírus Bovino tipo 1/ Rinotraqueíte Infecciosa Bovina

Os herpesvírus bovinos são responsáveis por grandes prejuízos

econômicos para a bovinocultura sendo, segundo DEL MÉDICO ZAJAC et al.

(2010) encontram-se na ordem de um bilhão de dólares ao ano em todo o mundo.

Os herpesvírus fazem parte da ordem Herpesvirales, família

Herpesviridae, que se divide em três sub-famílias: Alphaherpesvirinae,

Betaherpesvirinae e Gammaherpesvirinae, englobando vírus que ocorrem em

diversas espécies animais (DAVISON et al., 2009; ICTV, 2011). Os vírions são

formados por um núcleo (ou core) que contém o genoma viral, uma molécula de

DNA de fita dupla linear, de 137 kpb no caso do herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-

1); um capsídeo de simetria icosaédrica, um tegumento proteico que recobre o

capsídeo e um envelope lipoprotéico contendo espículas de glicoproteínas em

sua superfície. O diâmetro dos vírions varia entre 100 e 110 nm (FRANCO et al.,

2012). As glicoproteínas que compõem o envelope viral são: gB, gC, gD, gE, gI,

gL, gG, gK e gM (SCHWYZER & ACKERMAN, 1996). Tais glicoproteínas são

responsáveis pela patogênese e algumas delas pelo desenvolvimento de

imunidade à doença, sendo alvo da resposta imunológica do hospedeiro (SPEAR

& LONGNECKER, 2003).

De todas as proteínas do envelope, três merecem destaque devido a

sua localização e função biológica: gB, gC e gD. A gB é a proteína mais

imunogênica, e está envolvida com as interações (adsorção, fusão e penetração)

iniciais do vírus com a célula. A gC é a mais importante na indução de anticorpos

neutralizantes e a gD é essencial para a replicação viral (TAKIUCHI et al., 2001).

Dentre os vários herpesvírus que infectam mamíferos e aves, existem

quatro que mais frequentemente afetam os bovinos: BoHV-1, BoHV-2, BoHV-4 e

BoHV-5. Os tipos BoHV-1 e 5 pertencem ao gênero Varicellovirus da sub-família

Alphaherpesvirinae, o BoHV-2 pertence a mesma sub-família e ao gênero

Simplexvirus, sendo responsável pela mamilite herpética bovina, o BoHV-4

pertence a subfamília Gammaherpesvirina, ao qual ainda não foi atribuído ser

causa de nenhuma condição patológica importante específica (DAVISON et al.,

2009; ICTV, 2011; FRANCO et al., 2012).

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Os bovinos também são hospedeiros naturais ou podem ser infectados

naturalmente por outros herpesvírus animais: o herpesvírus ovino tipo 2 (OvHV-2)

e o herpesvírus alcelafino tipo 1 (AlHV-1), agentes etiológicos da febre catarral

maligna, além do hespesvírus suíno tipo 1 (SuHV-1) causador da doença de

Aujeszky/pseudoraiva (DAVISON et al., 2009; FRANCO et al., 2012). Segundo

DIEL et al. (2007) sorologia positiva já foi verificada em ovinos, caprinos e

bubalinos experimentalmente infectados com BoHV-5 e, MAHMOUD & AHMED

(2009), identificaram caprinos e ovinos infectados naturalmente por BoHV-1.

De acordo com DEL MÉDICO ZAJAC et al. (2010), o BoHV-1 e o

BoHV-5 são os dois herpesvírus de maior impacto na bovinocultura e apresentam

estreita relação entre si. Os BoHV-1 subdivide-se em BoHV-1.1, BoHV-1.2a e

BoHV-1.2b. Já o BoHV-5 subdivide-se em BoHV-5a, BoHV-5b e BoHV-5na/nb

(não ``a``, não ``b``)(D’ARCE et al., 2002; FAVIER et a., 2012).

BoHV-1 é um dos agentes virais mais importantes de bovinos e está

relacionado a uma variedade de afecções clínicas, incluindo doença respiratória -

rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR); genital - vulvovaginite pustular infecciosa

(IPV), balanopostite infecciosa dos bovinos (IPB); conjuntivite e abortos,

interferindo na reprodução do rebanho (GAY & BARNOUIN, 2009). Já o BoHV-5

possui tropismo pelas células do sistema nervoso central (SNC), causando

doença neurológica aguda denominada meningoencefalite com sinais

caracterizados por depressão profunda, incoordenação, anorexia, ptialismo,

salivação, opistótono, convulsões, tremores musculares, cegueira e morte,

geralmente em bezerros jovens (RISSI et al., 2007; FAVIER et al., 2012).

Segundo SILVA et al. (2007a), a associação desses vírus com tais

manifestações clínicas não é exclusiva. O BoHV-1 pode estar associado a

desordens neurológicas (SILVA et al., 2007a; BATISTA et al., 2010), assim como

o BoHV-5 pode estar associado a doença respiratória (VOGEL et al., 2004),

genital (KIRKLAND et al., 2009; FAVIER et al., 2012) ou infectando amostras de

sêmen (ESTEVES et al., 2003; KIRKLAND et al., 2009). Como o objetivo

principal desta dissertação é tratar de vírus associados a desordens reprodutivas,

o foco desta revisão será o BoHV-1.

Baseado na associação de genótipo e sinais clínicos, BoHV-1.1 está

associado a doença respiratória denominada IBR, abortos e conjuntivite,

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enquanto que os casos de doença genital (IPV e IPB) foram associados

principalmente ao BoHV-1.2 que, posteriormente com base em diferenças

genomicas e antigênicas foi dividido em BoHV-1.2a e BoHV-1.2b, porém, sem

associação com manifestações clínicas ou epidemiológicas que permitam

identifica-los individualmente (D’ARCE et al., 2002). Ainda, de acordo com os

mesmos autores, o tropismo destes subtipos de herpesvírus bovinos por seus

respectivos locais de instalação ainda não esta esclarecido. O que se tem

conhecimento é uma menor virulência associada ao subtipo 1.2b, que parece não

ser capaz de causar abortos.

A infecção com o BoHV-1 não causa morte em bovinos adultos. As

mortes, quando ocorrem, são ocasionadas por viremia que, no caso de bovinos

adultos saudáveis, não ocorre. Porém, quando o vírus infecta o feto, ocorre

viremia e morte fetal seguido de aborto e infecção genital em vacas prenhas e,

em bezerros pode ocorrer viremia fatal na ausência de anticorpos maternos no

leite (AUSTRÁLIA, 2005).

Segundo TAKIUCHI et al. (2001), a forma respiratória é caracterizada

por aumento da temperatura corporal, rinite, corrimento nasal seroso, lesões

erosivas na mucosa nasal, dispnéia e, as vezes, quando associada a infecção

bacteriana secundária, pode desenvolver pneumonia. Nos casos de IPV há

aparecimento de pequenas vesículas de 1 a 2 mm de diâmetro na vulva e vagina

e o epitélio apresenta-se edemaciado, hiperêmico e com secreções que podem

tornar-se mucopurulentas. A micção frequente é um evento observado nestes

casos. Nos casos de IPB lesões semelhantes são observadas no prepúcio e pênis

(FAVIER et al, 2012). Além destes sinais clínicos os animais ainda podem

apresentar quadros de conjuntivite, enterite, encefalite e distúrbios reprodutivos

(TAKIUCHI et al., 2001).

Com relação a esfera reprodutiva, TAKIUCHI et al. (2005) afirmaram

que as infecções pelo BoHV-1 contribui na redução dos índices reprodutivos dos

rebanhos infectados. Pode ocorrer mortalidade embrionária, repetição de cio,

abortos geralmente após o quarto mês de gestação, natimortos ou nascimento de

bezerros fracos. Pode ainda ocorrer infertilidade temporária devido ao

desenvolvimento de vulvovaginite, endometrite, salpingite e ooforite.

A transmissão do BoHV-1 ocorre por contato direto e indireto entre

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animais, pois o vírus é disseminado por meio de secreções respiratórias, oculares

e genitais, sendo excretado em grandes quantidades por animais durante a

infecção aguda e nos casos de reativação (AUSTRALIA, 2005). OLIVEIRA et al.,

(2011) encontraram positividade em quase 50% de amostras de sêmen colhidas

nos estados do Rio Grande do Sul e de Goiás e, de acordo com TAKIUCHI et al.

(2001) a inseminação artificial de vacas com sêmen contaminado reduz a taxa de

concepção e pode causar infertilidade temporária, endometrite, aborto e

desenvolvimento anormal do feto. O vírus não replica fora do hospedeiro, sendo

inativado por condições ambientais normais e destruído com uso de solventes e

desinfetantes comuns (AUSTRALIA, 2005).

Num estudo realizado por DIAS et al. (2008), os fatores de risco

associados a infecção pelo BoHV- 1 foram: numero de fêmeas em idade

reprodutiva, compra de animais, em especial reprodutores, sem os devidos

cuidados zoosanitários, uso de pastagens comuns, histórico de abortamentos na

propriedade e presença de animais silvestres. Além disto, EIRAS et al. (2009)

apontaram que o tamanho do rebanho e a idade dos animais que o compõem

também são fatores de risco uma vez que com o avançar da idade e o contato

entre diversos animais aumentam a chance de exposição ao agente.

Um ponto que merece destaque na infecção pelos herpesvírus é que

após a infecção primária, o vírus pode permanecer latente, em células nervosas,

sem causar sinais clínicos, por toda a vida do hospedeiro (JONES, 2003;

HENZEL et al., 2008). Os bovinos com infecção latente são reservatórios naturais

do vírus e, após a reativação, tornam-se fonte de infecção potencial para

susceptíveis (JONES, 2003; HENZEL et al., 2008; FAVIER et al., 2012).

As causas dos episódios de reativação permanecem parcialmente

desconhecidas. No entanto, condições de estresse (transporte, desmame,

descorna e parto) e aplicação de drogas imunossupressoras são fatores

reconhecidos que podem desencadear a reativação causando enfermidade e/ou

eliminação do vírus no ambiente (RIET-CORREA et al., 1996; VOGEL et al. 2004;

JONES, 2003; HENZEL et al., 2008; FRANCO et al., 2012).

Durante a latência não há síntese proteica ou produção de progênie

viral pois o genoma viral permanece inativo em células nervosas.

Consequentemente, não há apresentação de epítopos virais ao sistema

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imunológico, podendo diminuir o número de anticorpos neutralizantes (JONES,

2003). Desta forma a latência viral tem sido eficazmente adotada pelos

herpesvírus para escapar às respostas antivirais do hospedeiro, minimizando a

exposição ao radar de vigilância imunitária (SATHISH & YUAN, 2011).

A diversidade dos sinais clínicos, muitas vezes semelhante a outras

enfermidades, não permite a elaboração de um diagnóstico clínico conclusivo da

infecção ocasionada pelo BoHV-1. Mesmo nos casos de vulvovaginite, onde as

lesões são características, o diagnóstico é apenas presuntivo. Nesta forma de

apresentação clínica é necessário, em particular, realizar o diagnóstico diferencial

das infecções ocasionadas por Micoplasma bovigenitalium e Ureaplasma

diversum (TAKIUCHI et al., 2001).

Já nos casos que envolvem o sistema respiratório é importante

diferenciar a infecção pelo BoHV-1 daquelas causadas por outros patógenos que

estão agrupados no complexo respiratório bovino, como o vírus respiratório

sincicial bovino (BRSV), vírus da diarréia viral bovina (BVDV), vírus parainfluenza

tipo 3 (PI-3) e bactérias do gênero Pasteurella (TAKIUCHI et al., 2001).

Nos quadros de distúrbios reprodutivos decorrentes de BoHV-1, o

diagnóstico diferencial tem ainda mais agentes infecciosos a serem explorados

como possíveis causadores da desordem reprodutiva, a saber: brucelose,

leptospirose, campilobacteriose, neosporose, tricomonose e de infecções

ocasionadas pelo BVDV e por micoplasmas. Causas não infecciosas relacionadas

ao manejo (estresse térmico), endotoxinas, corticosteroides exógenos, desordens

genéticas e/ou nutricionais, teratogenia, plantas tóxicas, micotoxinas

(zearalenona), entre outras causas, também devem ser incluídas no diagnóstico

diferencial (LARSON, 1996; SILVA et al., 2009).

O histórico sanitário do rebanho, considerando índices de produtividade,

programas de vacinação e manejo alimentar, pode ter fundamental importância na

elaboração do diagnóstico. Porém, somente com o apoio de técnicas laboratoriais,

o diagnóstico do BoHV-1 é conclusivo (FERREIRA et al., 2005).

O diagnóstico conclusivo da infecção pelo BoHV-1 somente é possível

por meio de métodos que: I) identificam o agente etiológico, a partir de material

biológico obtido de animais com sinais clínicos da infecção ou de fetos abortados

- isolamento viral em cultivo celular, II) identificam antígenos virais –

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imunofluorescência direta, imunohistoquímica, ELISA direto e, III) identificam o

genoma viral por técnicas moleculares – hibridização e a reação em cadeia da

polimerase (PCR) (TAKIUCHI et al., 2005; OIE, 2009).

Detecção de anticorpos para o BoHV-1 em soros bovinos, não

representa uma ferramenta de diagnóstico etiológico, contudo é capaz de

demonstrar a presença do vírus no rebanho, assim como indicar o número de

animais infectados, permitindo que sejam realizados levantamentos

epidemiológicos.

A sorologia para o BoHV-1 também é importante para o monitoramento

da infecção em rebanhos bovinos tanto para a definição de estratégias de

controle e profilaxia, como a vacinação, quanto para a erradicação da infecção

(MÉDICI et al., 2000). A OIE (2009) recomenda como técnica para essa finalidade

a soroneutralização (SN) e o ensaio imunoenzimático (ELISA) indireto. A SN,

apesar de ser a técnica padrão ouro para a detecção de anticorpos anti-BoHV-1 é

uma técnica laboriosa, demorada e que requer a manutenção de linhagens

celulares para a sua realização. Além disto, algumas amostras podem apresentar

resultados inconclusivos devido à presença de soros tóxicos, contaminados e/ou

hemolisados. A técnica de ELISA apresenta como vantagem principal, a rapidez

na conclusão dos resultados e a possibilidade de automação que padroniza os

resultados (MÉDICI et al., 2000). No Brasil, para a realização de sorologia para o

BoHV-1 por ELISA indireto são disponíveis apenas kits comerciais importados, o

que aumenta consideravelmente o custo do diagnóstico. Somente o seu valor de

aquisição, não considerando os custos necessários para a sua implantação, pode

ser superior a US$ 1.20 por amostra. Esse elevado custo pode, em muitas

situações, inviabilizar a elaboração de levantamento epidemiológicos (FERREIRA

et al, 2005).

O maior problema em testes sorológicos para o BoHV-1 é a

incapacidade de diferenciação sorológica entre os animais vacinados e os

naturalmente infectados, assim como a diferenciação entre BoHV-1 e BoHV-5.

Assim, vacinas com deleção da glicoproteína E (gE) têm sido desenvolvidas para

o primeira caso. Como na vacina o gene está deletado, apenas animais

naturalmente infectados irão apresentar o anticorpos anti-gE. Contudo, ao se

fazer uso deste tipo de vacina é necessário que testes de ELISA que detecta

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anticorpos contra a proteína deletada do vírus vacinal (gE) sejam utilizados

(OLIVEIRA, 2012). Até o presente nenhum teste sorológico com resultado

satisfatório foi desenvolvido no Brasil (TEIXEIRA et al., 2011; WELLENBERG et

al., 2001).

O BoHV-1 tem distribuição mundial, apresenta elevada morbidade e

baixa mortalidade. Casos de meningoencefalite por BoHV-5, apresentam baixa

morbidade e elevada mortalidade e com diagnósticos na Argentina e

principalmente no Brasil (RISSI et al., 2007; FAVIER et al., 2012). Na Ásia,

Filipinas, Cingapura, Siri Lanka e Vietnã nunca reportaram casos da doença

(ACKERMANN & ENGELS, 2006). A baixa prevalência de encefalite por

herpesvírius no hemisfério norte tem sido creditada aos programas de vacinação

contra o BoHV-1. Reações sorológicas cruzadas entre o BoHV-1 e BoHV-5

podem ocorrer e podem proteger animais vacinados e ao mesmo tempo mascarar

a prevalência de BoHV-5 (VOGEL et al., 2002b; THIRY et al., 2006).

Na Europa alguns países tem solicitado reconhecimento de livres de

IBR e outros estão adotando programas de controle ou erradicação.

Diferentemente do Brasil, na Espanha há um programa oficial específico para IBR.

Devido a grande variação na prevalência da doença entre os países europeus,

restrições a livre circulação de animais e produtos tem sido adotada. Desde 2003,

a OIE reconhece a Finlândia, Noruega, Suíça, Suécia, Dinamarca e Áustria como

livre de IBR (ACKERMANN & ENGELS, 2006; EIRAS et al., 2009).

No Brasil, o primeiro isolamento do BoHV-1 foi realizado na Bahia,

1978, a partir de pústulas vaginais de vacas, caracterizando a IPV (ROCHA et al.,

1999). Contudo a real prevalência da doença do Brasil ainda não é conhecida.

Evidências sorológicas da presença do BoHV-1 demonstraram que o agente está

presente no país há vários anos: HUBNER et al. (1996), POLETTO et al. (2004) e

HOLZ et al. (2009) no Rio Grande do Sul; MÉDICI et al. (2000) e DIAS et al. (2008)

no Paraná; MOREIRA et al. (2001) em São Paulo; ROCHA et al. (2001) em Minas

Gerais; SOUSA et al. (2009) no Maranhão; CERQUEIRA et al. (2000) na Bahia,

THOMPSON et al. (2006) na Paraíba. Em Goiás VIEIRA et al. (2003), BARBOSA

et al. (2005) e AFFONSO et al. (2010) verificaram coeficientes de 83,0%, 51,9% e

84,5%, respectivamente, demonstrando que o agente esta disseminado entre

animais, propriedades e municípios do estado.

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ACKERMANN & ENGELS (2006) revisando pontos positivos e

negativos da erradicação do BoHV-1 expõem que apesar de alguns países

europeus terem conseguido a erradicação, os custos de tal evento são altíssimos

e só seriam viáveis em países cuja prevalência fosse baixa. A detecção e o abate

sanitário de portadores aparentemente saudáveis seriam inevitáveis no processo.

A vacinação tem sido usada no intuito de diminuir as perdas diretas e

minimizar a circulação do vírus em áreas endêmicas, pois elas reduzem a

severidade, a replicação e a transmissão, porém não impedem a infecção

(ACKERMAN & ENGLES, 2006). Infelizmente, o uso de vacinas tem apenas valor

temporário e limitado neste processo. Portanto, deve-se considerar muito bem a

relação custo x benefício.

No Brasil, no fim da década de 90, se iniciou a imunização com vacinas

importadas dos Estados Unidos, contudo em 2004, foi proibida a importação de

produtos biológicos daquele país, o que levou a importação de vacinas da

Argentina e do Uruguai. A ineficácia de tais vacinas em induzir níveis de

anticorpos protetores levou SILVA et al. (2007b) a avaliar as vacinas inativadas

comercializadas no Brasil naquele ano. Das seis vacinas avaliadas pelo grupo de

pesquisadores apenas a vacina de origem americana induziu níveis de anticorpos

compatíveis com proteção.

Diferentemente dos programas de controle e erradicação europeus

baseados, a princípio, no uso de vacinas e, a exemplo de BRADLEY (1985) e

ACKERMANN et al. (1990), DEL-FAVA et al. (1998) conseguiu erradicar o

herpesvírus bovino tipo 1 de um rebanho bovino. No referido trabalho, as vacas

secas, prenhes e em lactação, soropositivas, revelaram ser a fonte de infecção do

BoHV-1 e foram descartadas após diagnóstico por soroneutralização (SN). A

manutenção do rebanho livre foi possível mediante adoção de medidas como a

utilização de sêmen livre de BoHV-1, realização de quarentena no ingresso de

animais e exames sorológicos anuais visando impedir a reintrodução do vírus. No

entanto, isto só foi possível devido à baixa soropositividade inicial do rebanho

(15,6%) (DEL-FAVA et al., 1998).

2.3.3 Leucose Enzoótica Bovina

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O BLV (bovine leukemia virus) pertence à Família Retroviridae,

Subfamília Orthoretrovirinae, gênero Deltaretrovirus (ICTV, 2012). O vírus é o

causador da leucose bovina enzoótica (EBL), uma neoplasia maligna do sistema

reticulo endotelial de bovinos, que tem três possíveis formas patológicas:

assintomática, linfocitose persistente e linfossarcoma (WILLEMS et al., 2000;

GILLET et al., 2007).

O impacto econômico do vírus esta relacionada ao descarte de bovinos

soropositivos e/ou clinicamente afetados pela doença, gastos com diagnóstico e

tratamento, condenação de carcaça em frigoríficos inspecionados além de

restrições ao comércio de animais, sêmen e embrião de animais soropositivos ao

vírus, por parte dos países importadores (DEL-FALVA & PITUCO, 2004;

TROIANO, 2009). No entanto, segundo ERSKINE et al. (2012c), o maior impacto

da doença está relacionado a queda da produtividade de rebanhos leiteiros

afetados pela doença no qual existe uma correlação negativa entre a presença do

BLV na propriedade e a produção de leite e longevidade das vacas. Assim, a

cada 10% de aumento nos índices de prevalência da infecção dentro do rebanho,

perde-se 10% nestes dois parâmetros. OTT et al. (2003) avaliaram o impacto da

doença em rebanhos leiteiros dos Estados Unidos e verificaram que há uma

redução de US$ 59 (218 kg/leite) no valor produtivo anual de cada vaca em

rebanhos infectados, o que, em toda a cadeia leiteira representa um prejuízo

anual de aproximadamente US$ 525 milhões. Para TROIANO (2009), a EBL é

uma doença negligenciada, uma vez que é pequena a quantidade de bovinos

afetada clinicamente pela mesma.

Segundo TRAININ et al. (1996) e AZEDO (2010), a produtividade do

rebanho pode ser comprometida pela evolução da doença, assim como a

capacidade responsiva do sistema imunológico a diferentes patógenos, uma vez

que o vírus pode levar ao desenvolvimento de imunossupressão. AZEDO et al.

(2011) demonstraram a vulnerabilidade funcional de monócitos infectados pelo

BLV e, no ano de 2008 ao avaliar a função fagocítica de linfócitos de bovinos

manifestando linfocitose persistente, verificaram uma menor atividade destas

células. Já GARCIA et al. (2002) afirmaram que a resposta imune do animal

somente é prejudicada durante a fase tumoral da doença, encontrando em seu

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estudo que a resposta imune humoral não é diminuída durante a fase que

antecede o desenvolvimento dos linfossarcomas.

O BLV é esférico, contido em envelope glicoproteico, com diâmetro de

80 a 130 nm. O capsídeo icosaédrico envolve o nucleocapsídeo, que contém

duas fitas de RNA lineares, simples de sentido positivo. A principal proteína do

capsídeo é a p24, e do envelope é a gp51, esta última é o alvo preferencial para o

qual a produção de anticorpos é direcionada. A fita de RNA do BLV pode ser

dividida em três regiões bem definidas: gene gag (antígeno grupo específico), pol

(polimerase), env (envelope) as quais contem respectivamente, as informações

genéticas para proteínas estruturais, transcriptase reversa e glicoproteínas do

envelope (BRAGA et al., 1998). Além destes genes, o genoma do BLV possui

uma região denominada X, que codifica pelo menos quatro genes (Rex. Tax R3 e

G4) cujas funções estão relacionadas com a regulação transcripcional, pós-

transcripcional e capacidade de propagação do vírus in vivo (WILLEMS et al.,

2000; GILLET et al., 2007). A variabilidade genética do BLV não é grande e a

homologia entre os isolados de todo o mundo chega a 99%, no entanto, após

análise filogenética da gp51 de diversos isolados por todo o mundo sugere-se a

classificação do BLV em nove genótipos (MATSUMURA et al., 2011; BALIC et al.,

2012; RAVAZZOLO & COSTA, 2012).

Acredita-se que a doença tenha surgido na Europa, com o primeiro

relato datado de 1871 e, após a Segunda Guerra Mundial, devido ao aumento do

comércio internacional de bovinos, o vírus tenha se espalhado por todo mundo.

No Brasil a doença foi descrita primeiramente em 1943 por Rangel e Machado

(RAVAZZOLO & COSTA, 2012). Segundo DEL-FAVA & PITUCO (2004), estudos

sorológicos realizados em diversas regiões do Brasil indicam ampla distribuição

da infecção, sendo a prevalência nacional estimada em 50% (RODRÍGUEZ et al.,

2011).

MURAKAMI et al. (2011), ao analisarem a prevalência da infecção no

Japão e compararem a mesma entre as diferentes formas de exploração pecuária

exercida na propriedade, verificaram maior percentagem de animais soropositivos

em rebanhos leiteiros, seguidos de rebanhos de dupla aptidão e de corte. No

Brasil, esta realidade também se aplica (DEL-FAVA & PITUCO, 2004).

DEL FAVA & PITUCO (2004), numa revisão sobre a infecção da

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leucose bovina no Brasil, apresentam um quadro onde constam mais de 30

estudos a respeito da prevalência da infecção nas diversas regiões do país

demonstrando porcentagens de infecção que vão desde zero a 70,9 %. Na região

metropolitana de Curitiba, Paraná, BARROS FILHO et al. (2009) encontraram

56,3% de bovinos com aptidão leiteira soropositivos ao vírus pela técnica de IDGA.

FRANDOLOSO et al. (2008) também analisando rebanhos de leite concluíram

que 61,5% das propriedades avaliadas na região nordeste do Rio Grande do Sul

apresentavam animais sororeagente ao BLV pela técnica de IDGA. Em São Paulo,

na serra de Botucatu, MEGID et al. (2003) por meio de um EIE, detectou

prevalência de 52,0 % entre bovinos avaliados. Avaliando gado curraleiro criados

em Goiás e Tocantins, SILVA et al. (2005) encontraram valores de prevalência

bem abaixo dos verificados em outros estudos, sendo a infecção registrada nas

quatro propriedades investigadas com soroprevalência variando de 3,44 a 6,86%.

Em condições naturais, o vírus pode infectar bovinos, zebuínos, búfalos,

capivaras e alpacas (GILLET et al., 2007; LEE et al., 2012; RAVAZZOLO &

COSTA, 2012). Infecções experimentais já demonstraram a susceptibilidade de

ovinos, caprinos, coelhos, ratos, galinhas e suínos (BURNY et al., 1988;

WILLEMS et al., 2000; FLORINS et al., 2011; RAVAZZOLO & COSTA, 2012).

O BLV apresenta baixa transmissibilidade, sendo a transmissão

horizontal a de maior relevância (BURNY et al., 1988). O vírus é encontrado

associado às células de defesa de bovinos infectados e somente é transmitido por

procedimentos/eventos que envolvam a transferência de linfócitos contaminados

a um bovino susceptível (BURNY et al., 1988; WILLEMS et al., 2000; GILLET et

al., 2007; RODRÍGUEZ et al., 2011). São poucos os materiais biológicos que

contêm concentrações de linfócitos infectados suficiente para a transmissão da

enfermidade, sendo o sangue e o leite são produtos biológicos considerados

como veiculadores da transmissão natural da infecção (LEUZZI JUNIOR et al.,

2001; MURAKAMI et al., 2011; RODRÍGUEZ et al., 2011).

Neste contexto, a transmissão iatrogênica é uma das mais importantes

formas de disseminação do vírus (BURNY et al., 1998; WILLEMS et al., 2000;

ERSKINE et al., 2012a). Procedimentos cirúrgicos ou terapêuticos, como

castração, descorna, tatuagem , vacinações, pequenas cirurgias, palpação retal,

injeções para administração de medicamentos ou colocação de brinco sem os

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devidos cuidados de profilaxia podem disseminar o vírus no rebanho (BURNY et

al., 1988; GUTIÉRREZ et al., 2011; ERSKINE et al., 2012a; MOROVATI et al.,

2012). A transmissão pela picada de moscas hematófagas já foi relatada e possui

importância em regiões com grande presença destes insetos (BURNY et al., 1998;

MURAKAMI et al., 2011; RODRÍGUEZ et al., 2011; ERSKINE et al., 2012a).

Embora o vírus possa ocasionalmente ser encontrado no sêmen de

touros, a inseminação artificial não parecer ser um meio importante de

disseminação, estando à infecção associada ao número de cruzamentos que o

touro executa (ERSKINE et al., 2012a). No entanto, centrais de coleta de sêmen

são desaconselhadas a manter touros positivos (DEL-FAVA & PITUCO, 2004).

ERSKINE et al. (2012a) consideraram que a transmissão pela monta

natural pode ocorrer, sendo este um fator de risco para a infecção onde o touro

infectado é apontado como o responsável pela transmissão para fêmeas, DEL-

FAVA E PITUCO (2004) afirmaram que a quantidade de linfócitos infectados

presentes no sêmen não são suficientes a ponto de causar a infecção de fêmeas

soronegativas. No entanto, se houver coincidência de ambos, pênis e vulva,

estarem com trauma e o touro ser positivo para BLV, a infecção pela monta

natural é perfeitamente possível (ERSKINE et al., 2012a).

Vacas positivas prenhes podem transmitir o vírus para o feto. Estima-

se que a transmissão vertical pode chegar a 20%, com maior chance de infecção

para os bezerros nascidos de vacas com linfocitose persistente (DEL-FAVA &

PITUCO, 2004; ERSKINE et al., 2011; GUTIÉRREZ et al., 2011; RODRÍGUEZ et

al., 2011). A presença do vírus já foi descrita na glândula mamária e no leite

indicando a possibilidade de transmissão ao bezerro (LEUZZI JUNIOR et al., 2001;

GUTIÉRREZ et al., 2011). No entanto, esta via de transmissão só foi

demonstrada experimentalmente (RODRÍGUEZ et al., 2011). ACAITE et al. (2007)

apontaram que o tratamento térmico do colostro é uma medida preventiva para

evitar a infecção de bezerros. Em estudos que analisaram a transferência de

embriões a partir de doadoras infectadas pelo BLV, não foi detectada transmissão

para os embriões ou para as receptoras (LEUZZI JUNIOR et al., 2001).

Apesar de ser um vírus de baixa transmissibilidade, uma das

características da infecção é sua elevada prevalência, quando presente num

rebanho, podendo alcançar índices de 80-90% em vacas de rebanhos de aptidão

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leiteira (ACAITE et al., 2007; MOROVATI et al., 2012). Isto se deve

provavelmente a falta de cuidado com procedimentos que permitem o repasse

sanguíneo de um bovino a outro, fato este discutido logo acima, a respeito da via

de transmissão iatrogênica (MOROVATI et al., 2012). Tanto a prevalência quanto

a incidência são mais baixos em animais jovens, e aumentam consideravelmente

com o avançar da idade (GUTIÉRREZ et al., 2011; MURAKAMI et al., 2011;

ERSKINE et al., 2012b; MOROVATI et al., 2012).

Ao infectar um bovino susceptível, o BLV rapidamente integra de forma

aleatória cópias do seu genoma ao genoma do hospedeiro sob forma de um

provírus, isto ocorre principalmente nos linfócitos B (GILLET et al., 2007). Além

disto, o vírus tem um curto período de viremia após a infecção, seguido por longo

período de latência. Partículas virais estão presentes na corrente sanguínea cerca

de dez dias pós-infecção, porém, após duas semanas, já não são mais

detectadas (BURNY et al., 1988; LEUZZI JUNIOR et al., 2001; NUOTIO et al.,

2003). Anticorpos anti-BLV, induzidos para as proteínas virais p24 e gp51, são

detectados após três a dezesseis semanas de infecção no sangue dos bovinos

infectados (NUOTIO et al., 2003). Uma vez infectado o bovino permanece como

portador por toda a vida sendo considerado uma fonte de infecção para os

susceptíveis (GILLET et al., 2007).

O período de evolução da doença é longo e geralmente cursa de forma

inaparente, sendo o animal assintomático um importante transmissor do vírus

(DEL-FAVA & PITUCO, 2004). Cerca de 20-30% dos animais infectados

desenvolvem linfocitose persistente, com aumento do número de linfócitos B

circulantes, e somente 5-10% dos animais portadores chegam a linfossarcomas

de evolução fatal (WILLEMS et al., 2000; GILLET et al., 2007; RODRÍGUEZ et al.,

2011). A susceptibilidade à linfocitose persistente e ao linfossarcoma está

associada a fatores genéticos do hospedeiro. Desta forma, a apresentação clínica

da enfermidade pode variar entre rebanhos afetados pelo agente (BURNY et al.,

1998; KABEYA et al., 2001; DEL-FAVA & PITUCO, 2004). O estágio tumoral

comumente desenvolve-se em bovinos de quatro a oito anos de idade (GILLET et

al., 2007).

Qualquer expressão de antígenos do BLV incita a eliminação desta

célula pelo sistema imunológico do bovino (GILLET et al., 2007). Desta forma, a

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persistência do vírus no organismo hospedeiro é possível apenas com base na

expansão clonal das células contendo o provírus (SOUZA et al., 2011). STONE et

al. (2000) encontraram evidências de que linfócitos infectados pelo BLV

aumentam a sobrevivência destas células por estacionar o ciclo celular em G0/G1,

atrasando, assim, a apoptose fisiológica que ocorre na fase G2. Além disto, o BLV

também se mostrou capaz de promover a proliferação de linfócitos B por estimular

a síntese de interleucina 2 por linfócitos TCD4+. LIBERA et al. (2012), ao

avaliarem a população leucocitária de bovinos infectados pelo BLV comprovaram

o aumento significativo no número de linfócitos B nos animais com linfocitose

persistente. Desta forma, os pesquisadores supõem que esta estratégia garante

ao vírus grande poder de persistência, uma vez que, além de retardar a morte das

células infectadas, ainda aumentam o número de células alvo. Tais ações levam a

um aumentam do número de linfócitos circulantes e estão relacionadas ao início

do desenvolvimento de linfocitose persistente (STONE et al., 2000; ERSKINE et

al., 2011; SOUSA et al., 2011; LIBERA et al., 2012).

Revisando os eventos imunológicos envolvidos na infecção de bovinos

pelo BLV, KABEYA et al. (2001) apontaram que o desenvolvimento de linfocitose

persistente está relacionado ao perfil de resposta imunológica desenvolvido pelo

hospedeiro. Desta forma, animais com perfil de resposta Th1 geralmente são

aleucêmicos, ao passo que, animais com perfil de resposta Th2 geralmente

manifestam linfocitose persistente. Os autores sugeriram que o perfil de citocinas

expressos por estas duas respostas podem definir a evolução da doença.

Com relação ao aparecimento dos linfossarcomas, RODRÍGUEZ et al.

(2011) descreveram que uma pequena parcela (5 a 10%) dos bovinos infectados

pelo vírus desenvolvem tumores sendo o aumento dos linfonodos o principal

achado presente nos bovinos afetados pela doença. As complicações devido aos

tumores estão relacionadas ao local de formação das massas tumorais e são

mais comuns no trato gastrointestinal, coração e medula (BRAGA et al., 1998;

RODRÍGUEZ et al. 2011). Desta forma, os tumores que se desenvolvem no trato

gastrointestinal, em especial no abomaso, podem ocasionar obstruções ou

provocar úlceras que podem resultar em disfunções digestivas, anorexia e perda

de peso. Tumores presentes na medula espinhal podem levar ao aparecimento de

distúrbios neurológicos. Falhas cardíacas podem ocorrer nos casos em que há

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infiltração linfocitária nas células cardíacas (BRAGA et al., 1998).

Na necropsia dos animais afetados pela forma neoplásica da doença

com a formação de massas encontra-se aumento generalizado dos linfonodos,

que ao corte apresentam uma superfície branco-amarelada, sem distinção entre a

cortical e medular (RAVAZZOLO & COSTA, 2012). Massas tumorais com o

mesmo aspecto podem ser encontradas em diversos órgãos como coração, rins,

intestinos, abomaso, medula espinhal e útero (GILLET et al., 2007). O exame

histopatológico revela proliferação das células da linhagem linfocítica e infiltração

massiva de células mononucleares nos órgãos afetados (RAVAZZOLO & COSTA,

2012).

A suspeita de que um bovino é acometido por BLV pode ser levantada

quando se observa aumento do volume de linfonodos superficiais, aumento do

número de linfócitos no hemograma, distúrbios digestivos persistentes com

anorexia e perda de peso, presença de massas tumorais no intestino e paralisia

dos membros posteriores (BRAGA et al., 1998). No entanto, nenhum desses

achados é patognomônico e o diagnóstico definitivo só pode ser estabelecido

após realização de exames histopatológicos associado ou não a sorologia

(RAVAZZOLO & COSTA, 2012).

Os testes sorológicos são utilizados para detectar a condição de

portador. Os dois testes preconizados pela OIE para a EBL para serem

empregados no diagnóstico da infecção pelo BLV são a imunodifusão em gel ágar

(IDGA) e o EIE, sendo os dois testes direcionados, geralmente, a gp51. A

simplicidade, praticidade e custo baixo fizeram com que o teste de IDGA fosse

aceito rapidamente em todo o mundo, tornando-se o teste oficial para detecção de

anticorpos anti-BLV (BRAGA et al., 1998). Os testes imunoenzimáticos também

são utilizados para a determinação da soropositividade ao BLV e, nos casos de

programas de erradicação, são mais indicados que a IDGA por apresentarem

maior sensibilidade, maior praticidade, capacidade de análise de um grande

número de amostras e automação (ACAITE et al., 2007).

Resultados falso-positivos aos testes sorológicos podem ocorrer devido

à imunidade passiva (ACAITE et al., 2007). Bezerros com menos de seis meses

podem ser soropositivos em resposta a infecção ou devido a anticorpos maternos

adquiridos via colostro. Esses anticorpos desaparecem com seis/sete meses de

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idade e, após este período, o resultado do teste sorológico torna-se mais confiável

(RODRÍGUEZ et al., 2011; RAVAZZOLO & COSTA, 2012). Resultados falso-

negativos também podem ocorre, sobretudo, em fêmeas prenhes nas

proximidades do parto, devido ao sequestro de anticorpos para o colostro

(ACAITE et al., 2007).

A PCR, que detecta o DNA proviral, é o único método direto

recomendado pela OIE para detecção do BLV. A técnica é sensível, específica e

permite a diferenciação de bezerros infectados verticalmente daqueles que

possuem anticorpos em decorrência da ingestão de colostro (LEUZZI JUNIOR et

al., 2001, GUTIÉRREZ et al., 2011). Além disto, a técnica permite mensurar a

carga proviral dos animais identificando aqueles com maior potencial de transmitir

o agente (GUTIÉRREZ et al., 2011; RODRÍGUEZ et al., 2011). DIAS et al. (2012)

verificaram que a PCR quantitativa pode ser usada em programas de diagnóstico

oficial da enfermidade uma vez que possui sensibilidade e especificidade

satisfatórias frente as técnicas de IDGA e PCR tradicional atualmente

preconizadas pelos programas oficiais.

Não existe, atualmente, vacina ou tratamento efetivo para controle da

doença, assim a prevenção pautada em medidas profiláticas de controle e

erradicação são importantes e vantajosas economicamente. No Brasil, não há um

programa oficial de controle da doença, no entanto o Ministério da Agricultura

colabora com programas que visam o controle por meio de restrições a compra e

entrada de animais soropositivos no país (TROIANO, 2009).

Como a principal via de transmissão do BLV é a horizontal a adoção de

rígidas práticas de manejo associadas com o uso de medidas sanitárias e

profiláticas podem ajudar no controle e até na erradicação da infecção dos

rebanhos. Como medida inicial devem ser realizados testes sorológicos com

identificação de animais positivos (NUOTIO et al., 2003; RAVAZZOLO & COSTA,

2012). Nos rebanhos com baixa prevalência o descarte dos positivos é a melhor

alternativa. Nos rebanhos com elevada prevalência ou naqueles onde o descarte

não é bem visto, como em rebanhos de elite, a segregação dos positivos e

adoção de medidas que minimizem o risco de transmissão parece ser a melhor

alternativa para diminuir a prevalência (RODRÍGUEZ et al., 2011). A condição

sorológica dos animais deve ser monitorada a cada seis meses, com a qual se

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avalia a eficácia das mediadas adotadas (RAVAZZOLO & COSTA, 2012).

Entre as diversas medidas que podem ser adotadas para o controle da

infecção em rebanhos infectados RODRÍGUEZ et al. (2011) cita: uso de agulhas,

seringas e luvas de palpação descartáveis; uso de materiais

descartáveis/esterilizados/desinfetados nos procedimentos de castração,

descorna, tatuação, marcação; não alimentar bezerros com leite de vacas

soropositivas; combate a moscas hematófagas; utilização de sêmen e embriões

de doadores soronegativos para BLV. Já para os rebanhos livres, os mesmo

autores indicam que o teste sorológico e a quarentena associados a medidas de

bioseguridade são capazes de preservar a condição do rebanho.

BRAGA et al. (1997) avaliaram três métodos de controle para o VLB

em rebanho leiteiro: I) teste e eliminação de soropositivos; II) teste e segregação

de soropositivos e; III) manejo misto com adoção de medidas preventivas. Na

propriedade onde houve baixo nível de infecção inicial associado à remoção do

animal soropositivo demonstrou ótimo resultado, sem soroconversão posterior a

eliminação do mesmo. Na propriedade onde apesar do baixo índice de

soropositividade houve relutância em eliminar os positivos a incidência foi de 20%

no período considerado, a passo que naquele que onde optou-se pela

segregação de animais houve apenas uma soroconversão no período avaliado,

ficando a incidência em 4,5%. Já nas propriedades que adotaram o manejo misto

os índices de soroconversão variaram de 2,6 a 50,0%, indicando que as medidas

preventivas somete são eficazes quando há comprometimento dos criadores com

tais condutas. Este estudo demonstrou ainda que bezerros nascidos de mães

positivas podem ser usados para reposição, bastando que sejam tomadas as

devidas medidas profiláticas para evitar sua contaminação como aleitamento com

leite de vaca soronegativa ou o uso de leite da própria mãe tratamento

termicamente adequado antes de sua administração. GUTIÉRREZ et al. (2011)

acompanharam um grupos de bezerras do nascimento até a primeira lactação e

concluíram que os cuidados profiláticos são suficientes até a entrada das novilhas

no período reprodutivo. A partir deste período, estas medidas por si só não foram

capazes de impedir a soroconversão, indicando que outras vias poderiam estar

envolvidas no processo disseminação do BLV.

Ainda, segundo BRAGA et al. (1997), uma das principais dificuldades

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42

na implantação de um programa para o controle da doença reside na falta de

motivação por parte dos produtores e isto se deve principalmente pelo fato das

perdas causadas pela doença serem inaparentes, além da falta de incentivo

governamental. A Finlândia, após 30 anos de implantação do programa de

combate ao BLV, conseguiu erradicar a infecção e, de acordo com NUOTIO et al.

(2003), esta condição foi alcançada graças aos seguintes fatores: I) baixa

prevalência inicial, o que permitiu o teste e abate dos animais

suspeitos/soropositivos; II) Legislação nacional a respeito da doença, constando

compensação financeira quando do abate de animais suspeitos/soropositivos; III)

comprometimento dos criadores.

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43

3 JUSTIFICATIVA

A realização deste estudo é justificável pelo risco de extinção e, desta

forma, da necessidade de conservação, das raças Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro. Assim toda e qualquer ação direcionada a manutenção, expansão,

conservação e agregação de conhecimento a cerca deste importante patrimônio

genético nacional deve ser considerado indispensável para que tal intuito seja

alcançado.

Tendo em vista que uma das formas de se conservar estes animais é a

maior circulação dos mesmos entre os criatórios e, por conseguinte, maior risco

de disseminação de patógenos, uma avaliação da condição sanitária destes

bovinos torna-se relevante. Assim doenças como a BVD, IBR e VLB que,

comprometem a eficiência reprodutiva de um rebanho, ganham destaque.

O conhecimento do status soroepidemiológico destas doenças nos

rebanhos, pautado num diagnóstico reconhecidamente eficiente, permite que

estratégias de prevenção e controle sejam adotadas dentro dos núcleos. Desta

forma este estudo contribui, juntamente com tantos outros, no aumento do

conhecimento a cerca do perfil sanitário dos rebanhos de Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro, contribuindo para manutenção de sua identidade genética.

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44

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

- Avaliar o perfil sanitário para enfermidades virais relacionadas à esfera

reprodutiva e produtiva em núcleos de conservação/propriedades de bovinos

Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro criados de forma extensiva nos biomas Cerrado

e Pantanal.

4.2 Objetivos específicos

- Determinar a frequência da infecção pelo vírus da diarréia viral bovina em

bovinos Curraleiro Pé-Duro.

- Determinar a frequência da infecção pelo herpesvírus bovino tipo 1 em bovinos

Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro.

- Determinar a frequência da infecção pelo vírus da leucose enzoótica bovina em

bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro.

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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Área de estudo

O estudo foi realizado com bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro de

propriedades situadas nos estados de Goiás, Tocantins e Piauí. Estes estados

estão situados no bioma Cerrado, que ocupa uma área de 2.036.448 Km²

(23,92%) do território brasileiro, sendo o segundo maior bioma do país. Este

bioma caracteriza-se por clima tropical quente sub-úmido, com uma estação seca

e outra chuvosa. A precipitação anual varia de 600-2.200 mm, e as temperaturas

médias ficam entre 22°C e 27°C. Existem algumas formações florestais, no

entanto, a cobertura vegetal característica é a savana (IBGE, 2004).

No estudo foram incluídos também bovinos da raça Pantaneiro,

provenientes de propriedades criadoras nos estados do Mato Groso e Mato

Grosso do Sul situadas dentro do bioma Cerrado e Pantanal. De acordo com o

IBGE (2004), o bioma pantanal ocupa uma área de 150.355km² (1,76%) do

território brasileiro, sendo o menor bioma do país estando presente apenas nos

dois estados supracitados. Este bioma se caracteriza por ser a maior superfície

inundável interiorana do mundo. O clima é quente e chuvoso no verão, e ameno e

seco no inverno. A precipitação varia entre 1.000-1.400 mm anuais. A vegetação

é a mesma do cerrado.

5.2 Características dos criatórios

5.2.1 Bovinos Curraleiro Pé-Duro

As características dos criatórios de bovinos Curraleiro Pé-Duro são

semelhantes entre os diversos criatórios. O sistema produtivo é extensivo, com

emprego tecnológico considerado de nível médio, baixo custo de produção, pouco

retorno financeiro para a atividade e risco de endogamia. Os bovinos são

alimentados com pastagem natural sendo fornecido sal mineral. Poucas

propriedades praticam suplementação alimentar (FIORAVANTI et al., 2011)

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A exploração dos bovinos de raças locais não é a principal atividade

exercida na propriedade. Os machos que não são selecionados para reprodução

são castrados para posterior abate. Algumas fêmeas são ordenhadas.

Geralmente tanto a carne quanto o leite obtidos são destinados para consumo

próprio. As vacinas administradas aos rebanhos são aquelas preconizadas pela

legislação nacional (aftosa, brucelose, raiva) e, em algumas propriedades, é

realizada vacinação contra clostridioses. O comércio desses animais não é uma

prática comum uma vez que os animais não possuem um valor de mercado

estabelecido e raramente são comercializados (GUIMARÃES, 2011).

Informações sobre parâmetros produtivos e reprodutivos são

observacionais e, desta forma, inexatos. A reposição de reprodutores é realizada

com animais do próprio criatório. A monta natural é o método adotado pelos

criatórios estando machos e fêmeas em contato o ano todo. A primeira cobertura

geralmente ocorre entre 2,0 – 2,5 anos de idade e o primeiro parto aos 3,0-3,5

anos (FIORAVANTI et al., 2011). Além disto, não há relatos de problemas de

escala reprodutiva como abortos ou natimortalidade (GUIMARÃES, 2011).

Há um grande nível de satisfação por parte dos criadores, que

justificam seu interesse primeiramente baseado na tradição cultural e familiar e

esta, por sua vez, pautada em características intrínsecas aos animais como maior

resistência a enfermidades e plantas tóxicas, rusticidade, facilidade com manejo,

capacidade de se alimentar de pastos nativos, excelente sabor da carne e do leite,

entre outros atributos positivos pontuados (FIORAVANTI et al., 2011).

5.2.2 Bovinos Pantaneiros

Como características gerais os dos dois principais núcleos de criação

de Pantaneiro, propriedade de Poconé e de Corumbá são semelhantes ao gado

Curraleiro Pé-Duro, tem-se o sistema de exploração extensivo, baixo investimento

financeiro, alimentação baseada em pastagem natural, exceto a propriedade

localizada no município de Poconé (MT) onde a pastagem é composta por

braquiária e capim colonião (JULIANO et al., 2011). O manejo reprodutivo

adotado pela propriedade de Corumbá, no período de coleta das amostras foi a

monta natural com emprego de estação de monta. Os produtos da reprodução

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geralmente são selecionados e cerca de 10% dos animais são mantidos no

rebanho, sendo o restante comercializado. Todos os núcleos apresentam poucas

áreas inundáveis, o que não prejudica o acesso dos animais a pastagem. O

calendário imunoprofilático inclui vacinas para febre aftosa, brucelose, carbúnculo

sintomático e, em algumas propriedades, para botulismo e raiva (JULIANO et al.,

2011).

Nos rebanhos de Corumbá não são relatados surtos ou casos clínicos

de doenças reprodutivas, apesar de haver soropositividade para diversos agentes

patogênicos como, toxoplasmose, neosporose, diarréia viral bovina, rinotraqueíte

infecciosa bovina entre outros. Os índices reprodutivos registrados na propriedade

de Poconé estão acima dos observados em propriedades que praticam a pecuária

tradicional do Pantanal, sendo a taxa de prenhes de 71% e a taxa de natalidade

de 70%. Abortos não são comuns e são reconhecidos quando a vaca apresenta

sinais de parto sem bezerro ao pé. Em geral, não se tem acesso aos fetos

abortados ou natimortos, pois é frequente a predação destes por animais

carnívoros silvestres (JULIANO et al., 2011).

Os dois núcleos de conservação, implantados mais recentemente

estão localizados em região típica do Cerrado, nos municípios de Rochedo e

Aquidauana, ambos iniciaram seus rebanhos com animais provenientes da

Fazenda Nhumirim. O núcleo de Rochedo utiliza sistema produtivo extensivo em

pastagens cultivadas com suplementação mineral-proteica. O núcleo de

Aquidauana, o NUBOPAN, constitui-se de um rebanho experimental para

pesquisa com produção leiteira e os animais são criados em sistema intensivo,

estabulados, com fornecimento de volumoso e ração no cocho. Quando as

amostras foram colhidas nessas duas propriedades, os núcleos estávam no início

de implantação e o manejo reprodutivo a ser realizado seria a inseminação

artificial em tempo fixo (IATF) e a fecundação in vitro, para os núcleos de

Aquidauana e Rochedo, respectivamente (JULIANO, comunicação pessoal).

5.3 Colheita, remessa e armazenamento das amostras

Neste estudo foram utilizadas amostras de bovinos Curraleiro Pé-Duro

e Pantaneiro de diferentes sexos e idades, clinicamente saudáveis, não vacinados

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para BVDV, BoHV-1 (IBR) e BLV, componentes de um banco de amostras

colhidas por ocasião das visitas aos núcleos de conservação das raças em

atividades, realizadas pela equipe da Rede Pró-Centro Oeste, em 2011.

A colheita de sangue foi realizada por venopunção da veia jugular, com

uso de tubos a vácuo esterilizados e sem anticoagulante, tipo vaccutaniner®,

deixados em descanso em temperatura ambiente até retração do coágulo para

obtenção do soro. O soro obtido foi transferido para tubos, tipo eppendorf®, de 1,5

mL, acondicionados em caixas isotérmicas contendo gelo reciclável e remetidos

ao Laboratório Multiusuário de Pós-Graduação EVZ/UFG e armazenados em

freezer a -18C. Posteriormente, por ocasião deste estudo, as amostras foram

remetidas ao Laboratório de Virologia Animal do IPTSP/UFG e mantidos sob as

mesmas condições para posterior análise.

5.4 Avaliação sorológica dos animais

5.4.1 Detecção de anticorpos anti-BVDV

Para a determinação de frequência de soropositivos a anticorpos anti-

BVDV foram testadas 911 amostras. A amostragem foi composta por soros de

bovinos Curraleiro Pé-Duro, proveniente de quatro propriedades de GO, quatro do

TO e sete do PI, totalizando 15 propriedades (Quadro 1).

A detecção de anticorpos anti-BVDV foi realizado por meio da técnica

de EIE indireto utilizando kit comercial (HERDCHEK BVDV TOTAL Ab® Idexx

Laboratories) seguindo as recomendações do fabricante.

A técnica é baseada na reação que ocorre quando anticorpos anti-

BVDV presentes na amostra se ligam a antígenos de BVDV imobilizados na placa.

Após a incubação das amostras nas cavidades, anticorpos de captura contra o

BVDV são detectados pelo conjugado adicionado. O kit utiliza anti-igG conjugado

a peroxidase e peróxido de hidrogênio como substrato enzimático, associado a

um cromógeno (3,3’, 5, 5’ tetrametilbenzidina – TMB), resultando em cor azul nas

amostras positivas e que, após a adição da solução de interrupção, se torna

amarela.

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49

O resultado da reação foi obtido através da leitura da densidade óptica

(DO) das amostras em teste em leitora de ensaio imuno-enzimático (EIE) (Thermo

Labsystems Multiskan), com base na DO dos controles positivo e negativo, em

filtro de 450 nanômetros. Considerou-se positiva a amostra cuja razão

[DOamostras/XCP-XCN] foi igual ou maior que 0,3. Considerou-se negativas a

amostra cuja razão [DOamostra/XCP-XCN] foi menor que 0,2. As amostras cuja

razão [DOamostra/XCP-XCN] foi maior ou igual a 0,2 e menor que 0,3, foram

consideradas suspeitas.

QUADRO 1 - Estado, identificação e número de amostras de cada propriedade criadora de bovinos Curraleiro Pé-Duro submetidos ao teste de EIE para detecção de anticorpos anti-BVDV

Estado Propriedade N° de amostras

Goiás 1A 223 1B 47 1C 67 1D 48

Subtotal 385

Tocantins 1E 81 1F 19 1G 40 1H 18

Subtotal 158

Piauí 1I 15 1J 59 1K 36 1L 50 1M 15 1N 40 1O 153

Subtotal 368

TOTAL 911

5.4.2 Detecção de anticorpos anti-BoHV-1

Para a determinação de frequência de soropositivos a anticorpos anti-

BoHV-1 foram testadas 878 amostras. A amostragem foi composta por 623 soros

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de bovinos Curraleiro Pé-Duro, proveniente de sete criatórios de Goiás. Já a

amostragem dos bovinos Pantaneiros foi composta por 255 soros de um criatório

do Mato Grosso e três do Mato Grosso do Sul, totalizando quatro propriedades

(Quadro 2).

A detecção de anticorpos anti-BoHV foi realizado por meio da técnica

de EIE utilizando kit comercial (HERDCHEK IBRgB ® Idexx Laboratories)

seguindo as recomendações do fabricante. O resultado da reação foi obtido

através da leitura da densidade óptica (DO) das amostras em teste em leitora

(Thermo Labsystems Multiskan), com base na DO dos controles positivo e

negativo, em filtro de 450 nanômetros. Considerou-se positiva a amostra cuja

porcentagem de bloqueio foi igual ou maior que 55%, como negativa a amostra

com porcentagem de bloqueio menor que 45% e como suspeita, as amostras

maiores ou iguais a 45% e menores que 55%. O kit utiliza anti-IgB conjugado a

peroxidase, e peróxido de hidrogênio como substrato enzimático, associado a um

cromógeno (3,3’, 5, 5’ tetrametilbenzidina – TMB), resultando em cor azul nas

amostras positivas e que, após a adição da solução de interrupção, se torna

amarela.

QUADRO 2 - Estado, propriedade, raça e número de amostras de cada propriedade criadora de bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro submetidos ao teste de EIE para detecção de anticorpos anti-BoHV-1

Raça Estado Propriedade N° amostras

Curraleiro Pé-Duro

Goiás 2A 223

2B 60

2C 42

2D 79

2E 67

2F 48

2G 104

Subtotal 623

Pantaneiro

Mato Grosso do Sul

2H 99

2I 38 2J 14 Mato Grosso 2K 104

Subtotal 255

TOTAL 878

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5.4.3 Detecção de anticorpos anti-BLV

Para a determinação de frequência de soropositivos a anticorpos anti-

BLV foram testadas 1.481 amostras de bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro.

A amostragem foi composta por 1.226 soros de bovinos Curraleiro Pé-Duro,

proveniente de nove propriedades de Goiás, quatro do Tocantins e sete do Piauí,

totalizando 20 propriedades. Já a amostragem dos bovinos Pantaneiros foi

composta por 255 soros provenientes de uma propriedade do Mato Grosso e três

do Mato Grosso do Sul, totalizando quatro propriedades (QUADRO 3).

QUADRO 3: Estado, raça e número de amostras de cada propriedade criadora de bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro submetidos ao teste de EIE para detecção de anticorpos anti-BLV

Raça Estado Propriedade N° de amostras

Curraleiro Pé Duro Goiás 3A 223

3B 60 3C 42

3D 47

3E 79

3F 67 3G 48 3H 104

3I 30

Curraleiro Pé Duro Tocantins 3J 81 3K 19 3L 40 3M 18

Curraleiro Pé Duro Piauí 3N 15 3O 153 3P 50 3Q 59

3R 15

3S 40

3T 36

Subtotal 20 1.226

Pantaneiro Mato Grosso do Sul 3U 99

3V 38

3W 14

Pantaneiro Mato Grosso 3X 104

Subtotal 4 255

TOTAL 24 1481

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A detecção de anticorpos anti-BLV foi realizado por meio da técnica de

EIE utilizando kit comercial (CHEKIT Leucose Serum ® Idexx Laboratories)

seguindo as recomendações do fabricante. O resultado da reação foi obtido

através da leitura da densidade óptica (DO) das amostras em teste em leitora

(Thermo Labsystems Multiskan), com base na DO dos controles positivo e

negativo, em filtro de 450 nanômetros. Considerou-se positiva a amostra cuja taxa

de bloqueio foi igual ou maior que 40%, como negativa a amostra com taxa de

bloqueio menor que 30% e como duvidoso as amostras maiores ou iguais a 30%

e menores que 40%. O kit utiliza anti-igG conjugado a peroxidase, e peróxido de

hidrogênio como substrato enzimático, associado a um cromógeno (3,3’, 5, 5’

tetrametilbenzidina – TMB), resultando em cor azul nas amostras positivas e que,

após a adição da solução de interrupção, se torna amarela.

5.5 Análise estatística

Utilizou-se análise estatística descritiva simples.

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6 RESULTADOS

6.1 Sorologia para anticorpos anti-BVDV

O resultado da investigação soroepidemiológica das 911 amostras de

soro de bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro proveniente de 15 criatórios estão na

Tabela 1. Foram soropositivos ao EIE 46,5% (424/911) das amostras. Foram

identificados animais soropositivos em todas as propriedades numa proporção

que variou de 6,7% na propriedade 1I a 77,8% na propriedade 1K. Avaliando por

estado, Tocantins apresentou 49,4% de animais reagentes, Goiás 48,6% e Piauí

43,2%.

6.2 Sorologia para anticorpos anti-BoHV-1

A avaliação sorológica através de EIE comercial das amostras de soro

dos bovinos Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro proveniente dos 11 núcleos de

criação participante da Rede Pró-Centro Oeste mostrou que 64,4% (401/623) da

população de Curraleiro Pé-Duro é soropositiva para a infecção. O índice

encontrado para os bovinos Pantaneiros foi de 54,1% (138/255).

As frequências observadas nos diferentes criatórios, de acordo com a

raça e o Estado de origem esta apresentada na Tabela 2. Para o gado Curraleiro

Pé-Duro a propriedade 2D apresentou o menor índice de animais soropositivos ao

EIE (49,4%) e a propriedade 2A apresentou o maior índice de soropositivos

(76,2%). Para o gado Pantaneiro, dentre as propriedades com animais

soropositivos, a propriedade 2I foi a que apresentou menor índice para a infecção

(47,4%) e a propriedade 2K foi a que apresentou o maior índice de animais

soropositivos, 59,6%.

Todos os sete (100,0%) núcleos de criação dos Curraleiros Pé-Duro

apresentaram animais soropositivos. Entretanto dos quatro rebanhos, apenas três

(75,0%), de bovino Pantaneiro apresentaram amostras positivas a anticorpos anti-

BoHV-1.

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Tabela 1 - Identificação das propriedades, número de amostras e frequência de amostras positivas, negativas e suspeitas após o teste de EIE indireto para detecção de anticorpos anti-BVDV em soro de bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro nas 15 propriedades.

N° amostras (Frequência %)

Estado Propriedade Positivo Negativo Suspeito TOTAL

Goiás

1A 140 (62,8) 66 (29,6) 17 (7,6) 223

1B 14 (29,8) 30 (63,8) 3 (6,4) 47

1C 27 (40,3) 38 (56,7) 2 (3,0) 67

1D 6 (12,5) 36 (75,0) 6 (12,5) 48

Subtotal 4 187 (48,6) 170 (44, 1) 28 (7,3) 385

Tocantins

1E 37 (45,7) 38 (46,9) 6 (7,4) 81

1F 4 (21,0) 13 (68,4) 2 (10,6) 19

1G 28 (70,0) 8 (20,0) 4 (10,0) 40

1H 9 (50,0) 7 (38,9) 2 (11,1) 18

Subtotal 4 78 (49,4) 66 (41,8) 14 (8,8) 158

Piauí

1I 1 (6,7) 13 (86,6) 1 (6.7) 15

1J 27 (45,7) 26 (44,1) 6 (10,2) 59

1K 28 (77,8) 5 (13,9) 3 (8,3) 36

1L 16 (32,0) 29 (58,0) 5 (10,0) 50

1M 6 (40,0) 7 (46,7) 2 (13,3) 15

1N 11 (27,5) 18 (45,0) 11 (27,5) 40

1O 70 (45,7) 67 (43,8) 16 (10,5) 153

Subtotal 7 159 (43,2) 165 (44,8) 44 (12,0) 368

TOTAL 15 424 (46,5) 401 (44,0) 86 (9,5) 911

6.3 Sorologia para anticorpos anti-BLV

A frequência de anticorpos anti-BLV no teste EIE das amostras de

bovinos Curraleiro Pé Duro e Pantaneiro estão na Tabela 3.

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Tabela 2 - Frequência de amostras positivas, negativas e suspeitas após o teste de EIE comercial para detecção de anticorpos anti-BoHV-1 em soro de bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro nos 11 núcleos de criação participantes deste estudo.

N° amostras (Frequência %)

Estado Propriedade Positivo Negativo Suspeito Total

n % n % n % n

Goiás

2A 170 (76,2) 49 (22,0) 4 (01,8) 223

2B 41 (68,3) 16 (26,7) 3 (05,0) 60

2C 21 (50,0) 20 (47,6) 1 (02,4) 42

2D 39 (49,4) 40 (50,6) - 79

2E 45 (67,2) 22 (32,8) - 67

2F 27 (56,2) 21 (43,8) - 48

2G 58 (55,8) 35 (33,6) 11 (10,6) 104

Subtotal 7 401 (64,4) 203 (32,6) 19 (3,0) 623

Mato Grosso

do Sul

2H 58 (58,6) 37 (37,4) 4 (04,0) 99

2I 18 (47,4) 18 (47,4) 2 (05,2) 38

2J - 14 (100,0) - 14

Subtotal 3 76 (50,3) 59(39,1) 25(16,6) 151

Mato Grosso 2K 62 (59,6) 40 (38,4) 2 (02,0) 104

Subtotal 1 62 (59,6) 40 (38,4) 2 (02,0) 104

TOTAL 11 539 (61,4) 312 (35,5) 27 (03,1) 878

Das 1.225 amostras de soro dos bovinos Curraleiro Pé-Duro criados

nos Estados de Goiás, Tocantins e Piauí testadas, 201 (16,4%) foram

soropositivas, sendo que em 19 das 20 propriedades foram detectados animais

soropositivos, indicando um índice de infecção para o rebanho Curraleiro Pé-Duro

de 95%. Das 19 propriedades que apresentaram pelo menos um animal

soropositivo, o menor índice verificado pertence à propriedade 3O, 1,3%, e o

maior foi verificado na propriedade 3M, 88,9%.

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Tabela 3 - Frequência de amostras positivas, negativas e suspeitas após o teste de EIE comercial para detecção de anticorpos anti-BLV em soro de bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro nas 24 propriedades participantes deste estudo.

N° amostras (Frequência %)

Estado Propriedade Positivo Negativo Suspeito Total

Goiás

3A 7 (3,1) 215 (96,4) 1 (0,4) 223

3B 14 (23,3) 46 (76,7) - 60

3C - 42 (100,0) - 42

3D 12 (25,5) 35 (74,5) - 47

3E 8 (10,1) 71 (89,9) - 79

3F 9 (13,4) 58 (86,6) - 67

3G 20 (41,7) 28 (58,3) - 48

3H 20 (19,2) 84 (80,8) - 104

3I 3 (10,0) 27 (90,0) - 30

Subtotal 9 93 (13,3) 606 (86,6) 1 (0,1) 700

Tocantins

3J 28 (34,7) 53 (65,3) - 81

3K 1 (5,3) 18 (94,7) - 19

3L 17 (42,5) 23 (57,5) - 40

3M 16 (88,9) 2 (11,2) - 18

Subtotal 4 62 (39,2) 96 (60,8) - 158

Piauí

3N 6 (40,0) 9 (60,0) - 15

3O 2 (1,3) 151 (98,7) - 153

3P 4 (8,0) 44 (88,0) 2 (4,0) 50

3Q 11 (18,6) 47 (81,4) - 58

3R 3 (20,0) 12 (80,0) - 15

3S 7 (17,5) 33 (82,5) - 40

3T 13 (36,1) 23 (63,9) - 36

Subtotal 7 46 (12,5) 319 (87,0) 2 (0,5) 367

Mato Grosso

do Sul

3U 17 (17,2) 80 (80,8) 2 (2,0) 99

3V 9 (23,7) 29 (76,3) - 38

3W 1 (7,1) 13 (92,9) - 14

Subtotal 3 27 (17,9) 122 (80,7) 2 (1,4) 151

Mato Grosso 3X 33 (31,7) 65 (62,5) 6 (5,8) 104

Subtotal 1 33 (31,7) 65 (62,5) 6 (5,8) 104

TOTAL 24 261 1.208 11 1480

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Das 255 amostras de soro de gado Pantaneiro testadas, 60 (23,5%)

foram soropositivas. Todas as quatro propriedades avaliadas possuíam pelo

menos um animal soropositivo, sendo que o menor índice observado foi de 7,1%

na propriedade 3W e a maior de 31,7% na propriedade 3X.

Considerando o nível de infecção por estado e raça observa-se que

para os bovinos Curraleiro Pé-Duro, de Goiás o índice de soropositivos foi de

13,3%, do Tocantins foi de 39,2% e do Piauí, 12,5%. Já para o gado Pantaneiro,

no Mato Grosso do Sul o índice de soropositivos foi de 17,9% e para o Mato

Grosso do Sul foi de 31,7%.

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58

7 DISCUSSÃO

7.1 BVDV

Neste estudo foi avaliada a soroprevalência de anticorpos anti-BVDV

em bovinos Curraleiro Pé-Duro em 15 criatórios da raça, totalizando 911 amostras,

valor que representa aproximadamente 30% das propriedades e 25% da

população de bovinos da raça, apontados pelo ultimo senso populacional

realizado por FIORAVANTI et al. (2011). Desta forma, os resultados deste estudo

revestem-se de inegável relevância para a população de bovinos Curraleiro Pé-

Duro, uma vez que é o primeiro estudo voltado para a determinação da frequência

da infecção pelo BVDV nesta população.

O percentual geral observado de 46,5% (Tabela1) está dentro da faixa

de valores de prevalência de 18,0% a 84,0% identificados em vários estudos

realizados no Brasil conforme observado por FLORES et al. (2005) para uma

população bovina na qual o agente é endêmico. Estes mesmos autores, todavia,

destacam que na maioria dos estudos não foram feitas amostragens com bases

estatísticas e assim nem sempre representam dados de prevalência das

populações e regiões analisadas.

Apesar da frequência de anticorpos encontrada neste estudo, para o

estado de Goiás de 48,6%, estar um pouco abaixo do índice observado por

BRITO et al. (2010), quando estabeleceram a prevalência da infecção pelo BVDV

em bovinos do referido estado, é semelhante ao encontrado por GUIMARÃES et

al. (2001) quando avaliaram amostras de bovinos criados no entorno de Goiânia

(47,8%) utilizando também a técnica de EIE. Tal situação pode ser justificada pelo

fato dos animais provavelmente estarem submetidos às condições de solo, clima

e manejo semelhantes.

Não foram encontrados dados na literatura sobre a ocorrência da

infecção nos estados do Tocantins e do Piaui. Contudo, o índice observado de

49,4% para animais de rebanhos no Tocantins aproximam-se do observado para

os animais de Goiás, Curraleiros Pé-Duro ou não, e podem ser justificados, pois

os bovinos encontram-se em condições edafoclimáticas semelhantes.

No Piauí, o índice de 43,2% encontrado está abaixo do identificado por

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59

CHAVES et al. (2009), SOUSA et al. (2009) e CHAVES et al. (2010) de 69,4%,

67,3% e 61,5% de soropositivos, respectivamente, avaliando fêmeas leiterias

criadas em diferentes regiões de estado do Maranhão. Apesar de serem estados

diferentes, por serem limítrofes e pertencerem à mesma região, provavelmente

apresentam algumas condições de clima, solo e manejo semelhantes. É

importante ressaltar que, diferente deste estudo, a maioria das análises foram em

animais de aptidão leiteira. Nestes, em geral, a criação intensiva favorece a

disseminação de agentes quando comparado com a criação extensiva (MÉDICI et

al. 2000).

A presença de animais soropositivos em todas as propriedades

analisadas, associada ao fato de que não se pratica a vacinação contra a

enfermidade, indica que o agente está presente de forma disseminada pelos

criatórios da raça à semelhança do que ocorre com a maioria dos rebanhos

brasileiros (GUIMARÃES et al., 2001; DIAS & SAMARA (2003); FLORES et al.,

2005; SOUZA et al., 2009).

Poucos são os estudos que identificaram a presença de rebanhos

negativos para a infecção e, mesmo assim, em baixa frequência (BRITO et

al.,2010; CHAVES et al., 2010). Em dois estudos (FRANDOLOSO et al., 2008;

ALMEIDA, 2010) foram identificados um elevado número de rebanhos

soronegativos. ALMEIDA (2010) sugeriu que o pequeno número de animais

soropositivos por rebanho pode favorecer a uma provável controle ou erradicação

da infecção nas criações. O autor destaca também que a observação de

prevalências mais baixas, como as verificadas em algumas propriedades neste

estudo, devem corresponder ao ponto de equilíbrio entre a pressão de infecção e

a limpeza da infecção destes rebanhos. Baixa prevalência pode ser uma condição

favorável para iniciar um programa de controle para BVDV na população

estudada, situação que pode ser aplicada em alguns rebanhos deste estudo.

Um ponto que merece atenção nos rebanhos de Curraleiro Pé-Duro é o

fato de que nas propriedades onde são criados há também a criação de bovinos

de outras raças (FIORAVANTI et al., 2011), desta forma estes animais em algum

momento podem entrar em contato com os Curraleiros Pé-Duro e, no caso de

infectados pelo BVDV, reiniciar o ciclo de transmissão da doença. Este fato torna

interessante a investigação sanitária destes bovinos quando do estabelecimento

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60

de um programa de controle para a enfermidade, estabelecendo um programa

para toda a propriedade e não somente para o rebanho de bovinos da raça

Curraleiro Pé-Duro.

Não obstante, geralmente o gado Curraleiro Pé-Duro se alimenta em

pastos nativos, o que favorece o contato com animais silvestres (GUIMARÃES,

2011), potenciais portadores e transmissores do agente, tornando esta

característica um ponto a ser considerado numa futura avaliação dos fatores de

risco para o BVDV nas propriedades criadoras de gado Curraleiro Pé-Duro.

Salvaguardando as particularidades de cada propriedade e cada região,

independente da prevalência verificada, o controle do BVDV deve ser pautado

numa estratégica de teste e descarte de animais persistentemente infectados (PI).

Desta forma, como manejo a ser adotado nos rebanhos de bovinos Curraleiro Pé-

Duro sugere-se testar animais soronegativos, Curraleiros Pé-Duro ou não, para

antígeno BVDV na tentativa de identificar bovinos PI e assim eliminá-los do

rebanho.

7.2 BoHV-1

A amostragem empregada neste estudo para bovinos Curraleiros Pé-

Duro correspondeu a aproximadamente 17,0% da população da raça e de

aproximadamente 50,0% para Pantaneiros baseados nos últimos sensos

realizados (FIORAVANTI et al., 2011; JULIANO et al., 2011). Sendo assim, os

resultados apresentados neste estudo são importantes uma vez que estabelecem,

pela primeira vez, a prevalência da infecção pelo BoHV-1 em bovinos Curraleiro

Pé–Duro e permite uma segunda e mais abrangente avaliação da condição

sanitária dos bovinos Pantaneiro em relação ao BoHV-1.

Apesar de escassos, alguns estudos comprovam a presença da

infecção pelo BoHV-1 tanto em bovinos Curraleiro Pé-Duro (SANTIN, 2008),

quanto no bovino Pantaneiro (JULIANO et al., 2011). Para os bovinos Curraleiro

Pé-Duro, o índice de infecção detectado de 64,4%, está abaixo dos 91,1%

verificado por SANTIN (2008) para bovinos desta raça. Entretanto, em seu estudo,

SANTIN (2008) avaliou apenas 45 soros de animais de três rebanhos de

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61

Curraleiro Pé-Duro, não representando uma amostragem feita com bases

estatísticas. Assim, o maior valor encontrado pode não representar a real

condição epidemiológica a que a população de bovinos Curraleiro Pé-Duro estava

exposta, mas sim o aqui obtido.

Como neste estudo apenas bovinos Curraleiro Pé-Duro do estado de

Goiás foram analisados, ao comparar o índice obtido de 64,4% com dados de

prevalência da infecção para bovinos de Goiás, verifica-se que tanto no estudo de

VIEIRA et al., (2003), 83,0%, quanto no estudo de AFFONSO et al. (2010), 84,5%,

foram identificados maior número de amostras sororeagentes para o BoHV-1.

Valores de prevalência mais baixos que os observados neste estudo foram

verificados por BARBOSA et al. (2005) 51,9%. Diferenças nos coeficientes da

infecção têm sido apontadas como consequência do tipo de população bovina

estudada, faixa etária, condições de manejo, técnicas de amostragem e de

diagnóstico utilizadas, além das heterogeneidades regionais de cada estudo

(LOVATO et al., 1995).

O coeficiente de 100% de propriedades positivas para o BoHV-1

também foi observado por SANTIN (2008) e aproxima-se dos índices identificados

por outros autores para o estado de Goiás (VIEIRA et al., 2003; BARBOSA et al.

2005) indicando que também a infecção por esse agente esta amplamente

disseminada nos rebanhos Curraleiros Pé-Duro a semelhança do que ocorre com

outras raças.

Para o gado Pantaneiro, JULIANO et al. (2011), pela técnica de SN,

analisaram amostras nos dois principais núcleos de conservação nos estados de

MS e MT, encontrando respectivamente os índices de 99,4% e 61,7%. Apesar da

média global observada aqui ter sido de 54,1%, se os resultados forem analisados

separadamente por estado, os índices para as três propriedades do MS (58,6%

47,4 e zero) são expressivamente menores do que o identificado por JULIANO et

al. (2011). Inclusive, a única propriedade analisada por estes autores também foi

analisada no presente estudo sendo identificada como 2H, onde foi notada uma

queda expressiva na prevalência, de 99,4% para 58,6%. Como de acordo com

JULIANO et al (2011), os animais pesquisados era constituída prioritariamente de

bovinos com menos de 24 meses, e nesta propriedade há comercialização da

maioria dos bezerros nascidos, a redução pode ter ocorrido em função da venda

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62

de bezerros soropositivos no primeiro estudo, e que não participaram desta

segundo avaliação.

Situação semelhante à ocorrida com a propriedade do MS, no MT, uma

mesma propriedade, aqui identificada como 2K, foi avaliada no presente e no

estudo de JULIANO et al. (2011). Conforme mostrado neste estudo, o índice de

59,6% neste estudo é bastante semelhante ao do obtido no primeiro, 61,7%. Tal

similitude pode ser decorrente de que, provavelmente após a primeira avaliação

do rebanho para o BoHV-1, não houve alterações consideráveis no manejo

praticado na propriedade, não havendo portanto, alteração da condição sanitária

do rebanho frente à essa infecção.

Duas entre as três propriedades com animais reagentes identificadas

neste estudo foram também analisadas por JULIANO et al. (2011), que justifica o

índice de 100% de propriedades soropositivas identificadas por estes autores.

Das propriedades avaliadas pelo estudo, incluindo bovinos Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro, o único rebanho soronegativo, localizado no estado de MS, é

composto por apenas 14 animais. Este rebanho foi formado com fêmeas de oito a

nove meses, nascidas na propriedade 2H, em 2009, anteriormente referida como

tendo sido analisada por JULIANO et al (2011). Estes animais provavelmente

devem ter sido adquiridos soronegativos e não devem ter sido submetidos a

fatores de potencial risco para a infecção mantendo-se assim, soronegativos.

Diferentes são os fatores apontados como de risco para a infecção pelo

BoHV-1 (DIAS et al. 2008; EIRAS et al., 2009). MÉDICI et al. (2000) afirmaram

que, de forma geral, as práticas de manejo intensivo possibilitam um maior risco

de transmissão de várias enfermidades infecciosas em comparação a bovinos

criados de forma extensiva, contudo os episódios de reativação e excreção viral

característicos das infecções por herpesvírus permitem a manutenção e

perpetuação do BoHV-1 nos rebanhos, independentemente do tipo de manejo

praticado.

Em diferentes estudos, um dos fatores frequentemente apontado como

de risco para a infecção é a idade, uma vez que com o avançar da idade

aumentam a chance de exposição ao agente (BARBOSA et al., 2005; DIAS et al.,

2008; EIRAS et al., 2009) Todavia este fator não pode ser avaliado pois não foi

registrada a idade dos animais amostrados. Entretanto, FIORAVANTI et al. (2011)

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63

e GUIMARÃES (2011) relataram que uma das características dos criatórios de

Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro é a manutenção dos reprodutores por muitos

anos nos rebanhos, desta forma, é possível que, assim como nos outros estudos

citados, a idade dos animais pode estar influenciando a dinâmica de infecção pelo

BoHV-1 dentro dos criatórios deste estudo.

A semelhança do já descrito para o BVDV, o provável contato com

outros bovinos e mesmo com animais silvestres possíveis reservatórios presentes

na propriedade (FIORAVANTI et al., 2011; GUIMARÃES, 2011) podem ter

representado fatores de risco para a infeção, contribuindo assim para a

manutenção e disseminação do agente dentro dos rebanhos. Entretanto, para

estabelecer a importância de tais fatores na manutenção da infecção nos

rebanhos, um estudo específico combinando os resultados dos testes sorológicos

aos diferentes fatores deve ser realizado.

A variação de positividade entre os diferentes criatórios neste estudo,

independente, de ser Curraleiros Pé-Duro ou Pantaneiro, foi de 47,4%

(propriedade 2I) a 76,2% (propriedade 2A). Estes índices podem ser considerados

elevados quando se pensa em programas de erradicação da infecção como

preconizado por DEL-FAVA et al. (1998). De acordo com estes autores uma das

ações indicadas é da eliminação de animais soropositivo para o BoHV-1, mas que

só é viável em populações com baixos índices, caso diferente do estudo aqui

conduzido.

Diferentes estratégias podem ser adotadas para o controle da infecção

do BoHV-1 e vários fatores devem ser considerados para se eleger qual a mais

adequada, inclusive o índice de infecção (BRAGA et al., 1998; ACKERMAN &

ENGELS, 2006; NUOTIO et al., 2007). No caso específico de rebanhos com

percentuais mais elevados, como os identificados neste estudo, sugere-se a

tomada de medidas imediatas, visando redução da frequência de soropositivos e

posterior elaboração e adoção de um programa de controle e/ou erradicação para

a infecção. Inicialmente deveria ser realizado um monitoramento sorológico de

todos os animais do rebanho associado a descarte gradual de animais

soropositivos idosos e com baixos índices zootécnicos. Além disto, a segregação

de animais soropositivos daqueles não reagentes deve ser feita visando à

prevenção de soroconversão dos susceptíveis. Todo animal a ser introduzido na

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64

propriedade para reposição, seja reprodutor ou não, deve passar por um período

de quarentena no qual se comprove a condição de soronegativo para BoHV-1.

Ainda, deve-se atentar para utilização de touro para monta natural ou sêmen de

animal para inseminação artificial comprovadamente livre da infecção (BRAGA et

al., 1998; ACKERMAN & ENGELS, 2006; NUOTIO et al., 2007).

7.3 BLV

A amostragem empregada neste estudo correspondeu, na época em

que as amostras foram coletadas, a aproximadamente 33,0% da população de

bovinos Curraleiros Pé-Duro e 50,0% da população de Pantaneiros, realizados

nas ultimas determinações populacionais destas raças, realizados

respectivamente por FIORAVANTI et al. (2011) e JULIANO et al. (2011).

Apesar de que no Brasil não há um estudo nacional sobre a prevalência da

infecção, DEL-FAVA & PITUCO (2004), revisando sobre o assunto no país,

indicaram haver soropositividade de zero a 70,9%. Desta forma, as frequências

de 16,4% e 23,5% identificadas para os bovinos das raças Curraleiro Pé-Duro e

Pantaneiro, respectivamente, encontram-se dentro da ampla faixa de valores de

prevalência apontadas pelas autoras.

O índice de infecção de 16,4% observado para os bovinos Curraleiro

Pé-Duro está acima dos valores de infecção para os animais da raça apontados

por SILVA et al. (2005) que detectaram 5,2% de soropositivos a anticorpos contra

o agente da EBL utilizando como método diagnóstico a técnica de imunodifusão

em gel ágar (IDGA). Essa diferença pode ser creditada ao fato de que o teste de

IDGA é menos sensível que o EIE utilizado neste estudo (SIMARD et al 2000).

SANTIN (2008), também analisando bovinos Curraleiro Pé-Duro,

observou 12,1% de soropositividade utilizando um kit comercial semelhante ao

utilizado neste estudo. Porém, como já referido, o objetivo do estudo de Santin

não era de avaliar prevalência, desta forma, o índice encontrado pôde não

conferir com a real situação da infecção da população de Curraleiros Pé-Duro.

A ocorrência da infecção em 95,0% dos rebanhos Curraleiro Pé-Duro

aproxima-se dos 100% de propriedades reagentes obtidos por SILVA et al. (2005),

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65

apontando para a elevada disseminação da infecção entre os rebanhos. Cabe

ressaltar que, apesar do elevado número de propriedade positivas, algumas

propriedades apresentam baixo índice de infecção (3A, 3E, 3I, 3K, 3O, 3P, 3W)

de acordo com o estabelecido por BRAGA et al. (1997). Este fato é bastante

relevante no tocante ao controle/erradicação da infecção nas propriedades.

Com relação à infecção de bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro, por

estado, o estado do Tocantins foi o que apresentou índice mais elevado em

relação aos estados do Piauí e Goiás o que não foi observado entre estes dois

estados. O coeficiente no Tocantins aproxima-se do identificado por FERNANDES

et al. (2009), de 37,0% em rebanhos bovinos daquele estado. Esta similaridade

pode ser devida ao fato de que a população analisada, de acordo com o citado

por estes autores, estarem submetidas a forma de criação e condições de solo e

clima semelhantes.

Para o estado de Goiás, único estudo disponível na literatura refere-se

a um inquérito sorológico realizado com animais da bacia leiteria de Goiânia no

inicio da década de 1990 por DEL-FAVA e PITUCO (2004) que relataram

frequências que variaram de 13,2% a 46,0%, sendo que o menor índice foi

observado em rebanhos de corte e os mais elevados em rebanhos leiteiros. Como

os animais do presente estudo tem características de exploração similares as

aplicadas aos rebanhos de corte, o índice de 13,3% assemelha-se ao obtido

naquele estudo.

Para o estado do Piauí, o índice de 12,5% observado é menor do que o

obtido por SILVA (2001), de 17,7%, quando analisou amostras de soro de bovinos

de várias raças, incluindo o Curraleiro Pé-Duro. Todavia este resultado deve ser

analisado com cautela, pois o índice não segrega os diferentes grupos analisados,

podendo não representar o valor para a raça.

O índice de infecção de 23,5% para o gado Pantaneiro encontrado

neste estudo é similar ao valor encontrado por JULIANO et al. (2011), de 21,0%, o

único estudo disponível para o BLV nesta raça. Especificamente para o MS, o

índice de 17,9% identificado neste estudo é menor que o observado por

CAMARGOS et al. (2000) de 22% para bovinos do estado. Nenhum estudo a

cerca da prevalência da EBL foi encontrado para o estado do Mato Grosso.

Como já apontado para BoHV-1, os dois criatórios analisados por

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JULIANO et al. (2011), foram também avaliados neste estudo e referidos como

3U (MS) e 3X (MT). Observa-se que a frequência na propriedade 3U do MS

sofreu uma leve queda, diferente do observado na 3X do MT (Tabela 3). No caso

do criatório 3U, JULIANO et al., (2011) relataram que é uma propriedade que

vende 90% dos bezerros nascidos na propriedade, sendo que esta pode ser um

das razões pela baixa na frequência.

Já na propriedade 3X, JULIANO et al., (2011) destacaram que é

comum a utilização de touros de outra propriedade para cobertura das fêmeas,

uma dos fatores apontados por ERSKINE et al., (2012a), como de possível

transmissão do vírus. Além disso, o criatório deve manter alguma estratégia de

criação que esteja promovendo o aumento do número de animais infectados, o

que justifica a elevação do índice conforme observado. Entretanto, para isto, é

necessária à avaliação dos possíveis fatores de risco para a infecção.

Vários fatores tem sido apontados como de risco para a infecção pelo

BLV (BURNY et al., 1988; WILLEMS et al., 2000; GILLET et al., 2007;

RODRÍGUEZ et al., 2011), no entanto, todos convergem para

procedimentos/eventos que envolvam a transferência de linfócitos contaminados

a um bovino susceptível, principalmente pelo sangue e o leite (LEUZZI JUNIOR et

al., 2001; MURAKAMI et al., 2011; RODRÍGUEZ et al., 2011). Neste contexto, é

importante que em todos os criatórios seja conduzida uma avaliação de todos os

procedimentos cirúrgicos ou terapêuticos potencialmente capazes de transmitir a

infecção a fim de minimizar, principalmente, a transmissão iatrogênica (LEUZZI

JUNIOR et al., 2001).

MURAKAMI et al. (2011) apontaram para a possibilidade de transmissão

do BLV pela picada de moscas hematófagas. Em alguns criatórios de bovino

Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro, em determinadas épocas do ano, é frequente a

presença de tabanídeos. Além disso, é relatada uma elevada infestação de

carrapatos nos animais e nas pastagens (FIORAVANTI, comunicação pessoal).

Desta forma seria oportuno o estudo da participação de tais agentes como

possíveis vetores para este vírus nestas populações

A positividade entre os diferentes criatórios neste estudo, independente

de ser Curraleiro Pé-Duro ou Pantaneiro variou de zero a 88,9%. BRAGA et al.

(1997) sugeriram que diferentes medidas de controle devem ser tomadas de

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acordo com o nível de infecção do rebanho. Para rebanhos com baixa prevalência

(<10,0%) como o observado nos rebanhos 3A, 3E, 3I, 3K, 3O, 3P, 3W, seria

indicada a avaliação sorológica de todos os animais e o descarte dos animais

positivos. Para as demais, após a sorologia, seria indicada a segregação de

animais soropositivos dos negativos associada adoção de medidas que visem à

redução da transmissão iatrogênica e outras medidas de biosseguridade, como

quarentena e exigência de atestado negativo para a doença ao se adquirir

animais para a propriedade. BRAGA et al., (1997) enfatizaram que a eficácia de

medidas de controle/erradicação do BLV é possível quando há comprometimento

total por parte dos criadores com tais condutas.

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8 CONCLUSÕES

A análise dos resultados aponta que aproximadamente metade da

população dos bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro de Goiás foram infectados

pelo BVDV em algum momento de suas vidas, estando à infecção presente em

todos os criatórios da raça.

Os resultados deste estudo permitiram concluir que o BoHV-1 esta

amplamente difundido dentro dos núcleos de conservação de Curraleiro Pé-Duro

de Goiás e Pantaneiro de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e em elevada

frequência.

Os resultados obtidos após a análise das amostras de soro sanguíneo de

bovinos da raça Curraleiro Pé-Duro e Pantaneiro para o BLV apontam para a

presença da infecção nestas populações em níveis que, para alguns criatórios,

são passíveis de tomada de medidas imediatas para controle.

Os dados aqui obtidos em relação BVDV e BoHV-1 são os primeiros

relatos de prevalência para a população de bovinos Curraleiros Pé-Duro.

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9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao se determinar a soroprevalência de infecções virais que influenciam

diretamente nas questões produtivas e reprodutivas dos rebanhos de bovinos da

raça Curraleiro Pé Duro e Pantaneiro forma-se uma base sólida para que medidas

de prevenção, controle e erradicação sejam tomadas dentro do âmbito do manejo

destes rebanhos.

O cenário evidenciado neste estudo parece demonstrar haver um

fenômeno epidemiológico semelhante aquele denominado estabilidade enzoótica,

onde mesmo havendo a presença do agente patogênico nos rebanhos, não há

manifestações clínicas das enfermidades constatadas.

O vírus da diarreia viral bovina (BVDV) demonstrou estar amplamente

difundido nos rebanhos de bovinos Curraleiro Pé Duro explorados nos estados de

Goiás, Tocantins e Piauí. Além disto, os valores de soroprevalência verificados

estão de acordo com aqueles já pesquisados pra outras raças de bovinos

explorados na mesma região. Como próxima medida a ser tomada nestes

rebanhos para a prevenção e controle do agente infeccioso seria indicada a

pesquisa de bovinos persistentemente infectados. Uma vez que estes animais

são os responsáveis pela manutenção do BVDV dentro dos rebanhos, sua

eliminação é o primeiro passo para que as medidas de prevenção e controle

surtam efeito desejado.

Para o herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) foi demonstrado que o vírus

está presente em praticamente todos os rebanhos de bovinos Curraleiro Pé Duro

e Pantaneiro. Assim como no estudo de BVDV, citado anteriormente, os valores

de soroprevalência encontrados tanto para os rebanhos quanto para os animais

estão próximos aos valores para outros rebanhos de outras raças explorados na

mesma região. Diferentemente do BVDV, em que os animais só disseminam o

agente durante a infecção clinica, exceto os persistentemente infectados, os

animais infectados pelo BoHV-1 podem excretar o agente em qualquer momento

em que haja baixa de imunidade. Desta forma, o controle e a eliminação deste

agente dos rebanhos de Curraleiro Pé Duro e Pantaneiro torna-se complexo, pois

as vacinas existentes não impedem a infecção e a eliminação dos soropositivos é

impensável.

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A principal preocupação, no momento, para a conservação das raças

Curraleiro Pé Duro e Pantaneiro é o aumento do número de exemplares destas

raças a fim de que não corram mais risco de extinção. Desta forma, o

conhecimento das interações entre estes agentes, BVDV e BoHV-1, com estas

raças, permitem que sejam estabelecidas medidas mais efetivas para que as

taxas reprodutivas sejam expressivamente positivas. Felizmente, o quadro de

‘‘estabilidade enzoótica’’ verificado permite uma certa tranquilidade com relação a

estes agentes, uma vez que mesmo presentes não há queixas a respeito de

distúrbios reprodutivos.

O vírus da leucose bovina (BLV) não influencia negativamente nos

índices reprodutivos dos rebanhos como o BVDV e o BoHV-1, no entanto sua

presença em rebanhos leva a consideráveis perdas em questões produtivas. Este

é um agente cuja eliminação dos rebanhos é mais plausível no momento, uma

vez que as características de transmissão da doença permitem que medidas

contundentes de prevenção e controle sejam tomadas. Somada a isto, a baixa

frequência de animais soropositivos dentro de alguns rebanhos, permite que

apenas com medidas de manejo devidamente implementadas, o controle e futura

eliminação do agente sejam possíveis.

O conhecimento gerado cientificamente para estes bovinos somados a

conhecimentos populares tem permitido a evidenciação de que os bovinos

Curraleiro Pé Duro e Pantaneiro, de modo geral, são uma boa alternativa de

exploração sustentável do que ainda restam do bioma Cerrado e Pantanal,

respectivamente. Desta forma, os estudos desenvolvidos pela Rede Pro Centro-

Oeste são de fundamental importância para manutenção dos biomas originais do

país, assim como permitem e impulsionam a recuperação de raças bovinas

genuinamente brasileiras, as quais, quase se perderam com o desenvolvimento

do agronegócio brasileiro.

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