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FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO Procedimentos de auditoria em resposta aos riscos avaliados de distorção material das demonstrações financeiras em virtude do reconhecimento inadequado do rédito (ISA 240, NCRF 20) 12

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FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO

Procedimentos de auditoria em resposta aos riscos avaliados de distorção material das demonstrações financeiras em virtude do reconhecimento inadequado do rédito (ISA 240, NCRF 20)

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Objectivo

A fraude é um tema demasiado controverso e o âmbito da

responsabilidade do auditor pela prevenção e detecção de fraude

tem sido alvo de forte discussão e reflexão nos últimos tempos.

De acordo com a ISA 240 (clarificada) “A responsabilidade do auditor

ao considerar a fraude numa auditoria de demonstrações financeiras”,

os dois tipos de fraude mais relevantes para o auditor são as distorções

resultantes de relato financeiro fraudulento e da apropriação indevida

de activos.

Características da Fraude

TIPOS DE FRAUDE

A “Fraude ocupacional” (Anexos 6.1) poderá ser definida como o

aproveitamento pelo(s) individuo(s) das funções que exercem para

enriquecimento pessoal através do desvio deliberado ou utilização

indevida de recursos ou activos de uma organização.

A ISA 240 (clarificada) define fraude como sendo “um acto intencional

por um ou mais indivíduos entre a gerência, os encarregados da

governação, os empregados ou terceiros, envolvendo o uso de

enganar para obter uma vantagem injusta ou ilegal”.

A fraude constitui um problema significativo com que se defrontam

todas as organizações de todos os tipos, dimensões, localizações e

sectores de actividade. Os esquemas de fraude podem ser tão

simples como os pequenos furtos de empregados e tão complexos

como a sofisticada fraude de relato financeiro da autoria dos gestores

e proprietários.

O auditor apenas se interessa pelos actos que resultem em distorções

materiais nas demonstrações financeiras. As distorções nas

demonstrações financeiras podem advir quer de erro quer de fraude,

sendo que o que os distingue é o carácter intencional ou não.

Dois tipos de distorções materiais intencionais são relevantes para

fins de auditoria: relato financeiro fraudulento e apropriação indevida

de activos.

Susana Cristina da Silva Miranda Gonçalves MEMBRO ESTAGIÁRIO

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DISTRIBUIÇÃO DAS PERDAS ORIGINADAS PELA FRAUDE

Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

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De acordo com a Association of Certified Fraud Examiners (ACFE)

(2006 & 2008 Report to the Nation), nos casos de fraude estudados,

a mediana das perdas é de $ 175 mil. Porém, mais de 25% dos casos

do relatório 2008 envolvem perdas acima de $1 milhão.

A fraude ocupacional divide-se em três principais categorias:

apropriação indevida de activos, corrupção e fraude de relato

financeiro.

A fraude de relato financeiro representa o esquema de fraude menos

AUDITORIA

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Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

FRAUDE OCUPACIONALPOR CATEGORIA - FREQUÊNCIA

comum representando apenas 10,3%, em 2008. Contudo, trata-se

do tipo de fraude mais onerosa representando perdas medianas de

$2 milhões, perdas treze vezes superiores às resultantes da

apropriação indevida de activos.

Esta envolve a distorção ou omissão intencional de informação

material do relato financeiro da organização, casos denominados de

“cooking the books”. A fraude de relato financeiro envolve

normalmente o relato de receitas fictícias ou ocultação de

responsabilidades de forma a tornar a empresa mais rentável do

que é na realidade.

O estudo da PriceWaterHouseCoopers (PWC, 2009) revela que a

incidência do crime económico varia entre os países (as economias

emergentes possuem um nível de fraude superior à média), entre

os sectores de actividade (os serviços financeiros, seguros,

comunicações, hospitalidade e lazer são os que apresentam maior

propensão à fraude), de acordo com a dimensão e tipo de

organizações, contudo nenhuma organização é imune.

O estudo conclui que todas as organizações, quer sofram ou não um

declínio no desempenho financeiro em virtude da actual recessão

económica e financeira, estão em risco de crime económico, sendo

este um risco de negócio difuso que não discrimina as organizações

de acordo com o seu desempenho. Contudo, as organizações que

sofrem declínios relatam maiores níveis de um tipo de crime

económico que é fraude na contabilidade.

AUTORES DA FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO

De acordo com o estudo da ACFE (2006 & 2008 Report to the

Nation) e também conforme foi relatado no estudo COSO1 (1999)

a grande maioria (cerca de 50%) da fraude de relato financeiro é

desencadeada pelos gestores de topo e proprietários e (cerca de

30%) por pessoas do departamento de contabilidade.

A gestão tem uma capacidade única para cometer fraude porque

se encontra numa posição privilegiada que lhe permite manipular

os registos contabilísticos (capacidade de derrogação dos controlos

pela gestão).

FRAUDE OCUPACIONALPOR CATEGORIA - PERDAS MEDIANAS (MIL $)

Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse” Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

AUTORES DE ESQUEMAS DE FRAUDE

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PRINCIPAIS MOTIVOS PARA INICIAR A FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO (TRIÂNGULO DA FRAUDE)

É fundamental conhecer as circunstâncias que podem

motivar/pressionar os indivíduos a cometerem fraude de relato

financeiro para ajudar na sua detecção e prevenção.

Cressey tornou-se conhecido com o “Triângulo da Fraude”

apresentando as três condições que normalmente estão presentes

quando ocorre fraude. O primeiro vértice do triângulo representa

uma necessidade financeira sentida que induz um indivíduo a

cometer fraude; o segundo vértice representa a oportunidade

apercebida (ausência ou ineficácia dos controlos, capacidade dos

gestores derrogarem os controlos) e o terceiro vértice simboliza a

justificação. Alguns indivíduos possuem uma atitude ou um conjunto

de valores éticos que lhes permite cometer actos desonestos.

Albretch desenvolveu a “Balança da Fraude” que inclui três

componentes: pressão situacional (pressão financeira impossível

de partilhar), oportunidades de concretização (percepção da

oportunidade para cometer e ocultar o acto desonesto) e a integridade

pessoal.

Quando a pressão situacional e as oportunidades de concretização

são elevadas e a integridade pessoal é baixa é muito mais provável

que ocorra a fraude do que quando se verifica o contrário.

Os autores da fraude normalmente apresentam certas características

ou comportamentos que podem servir como sinais de alerta (“red

flags”), porém a simples presença de sintomas não significa que a

fraude está a ocorrer ou irá ocorrer no futuro.

O estudo da PWC refere que dos inquiridos que acreditavam que

existia um maior risco de fraude no ambiente económico actual de

crise, 68% atribuíram maior risco de fraude ao aumento dos

incentivos/pressões, 18% às maiores oportunidades para cometer

fraude e 14% à capacidade das pessoas para a justificar.

AUDITORIA

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Susana Cristina da Silva Miranda Gonçalves / MEMBRO ESTAGIÁRIO

FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO - POR DEPARTAMENTO

Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

% INQUIRIDOS QUE RESPONDEM QUE OS INCENTIVOS/PRESSÕES SÃO A PRINCUPAL RAZÃO PARA O MAIOR RISCO DE CRIME ECONÓMICO NUMA FASE DE CRISE ECONÓMICA

Fonte: PricewaterhouseCoopers (2009), “The Global Economic Crime Survey”

Os principais factores apresentados pelos inquiridos que mais

contribuíram para o aumento das pressões/incentivos são: objectivos

financeiros mais difíceis de atingir, medo de perder o emprego e a

remuneração estar indexada ao desempenho financeiro.

Entre os 18% que identificaram o aumento nas oportunidades para

cometer fraude como a principal causa, consideraram que o principal

factor que contribuiu foi a redução do pessoal resultando no

enfraquecimento do controlo interno, em virtude da redução da

segregação de funções e menor monitorização das transacções e

actividades suspeitas.

Uma das principais causas apresentadas pela literatura para a falha

dos auditores externos na detecção de fraude é a incapacidade das

equipas de trabalho em compreenderem os sinais de alerta de fraude.

Para melhorar a compreensão destes sinais apresenta-se os

resultados do estudo de Heiman-Hoffman et. al. (1996) onde

identificam as percepções dos auditores da importância relativa dos

sinais de alerta de fraude nas organizações (Anexos 6.2).

Os auditores consideram que a desonestidade do cliente é o sinal

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AUDITORIA

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de alerta mais importante. Para além disso, os auditores consideram

que os clientes de alto risco são aqueles que enfatizam

excessivamente a necessidade de cumprimento dos objectivos

propostos, aqueles que recorrem à “compra de opiniões” e que são

muito agressivos no relato financeiro. Adicionalmente, os auditores

consideram que um fraco ambiente de controlo é também um

importante sinal de alerta.

FRAQUEZAS DE CONTROLO POR TIPO DE ESQUEMAS DE FRAUDE

Este estudo é consistente com investigações anteriores como por exemplo o estudo de Peat Marwick (KPMG, 1995) que refere que empresas americanas de média e grande dimensão revelam que a principal acção no combate à fraude é a revisão e melhoria do ambiente de controlo, ou seja as organizações concordam que um ambiente de controlo fraco é um importante indicador de fraude.Os estudos revelam que os auditores consideram que o factor “atitude” é um sinal de alerta mais importante que o factor “pressão/incentivos”, ou seja atitudes desonestas, hostis, agressivas da gestão têm um maior peso para os auditores do que as condições económicas adversas. A percepção destes auditores é consistente com estudos anteriores que revelam uma ligação mais próxima entre factores “atitude” e a ocorrência de fraude do que factores “situação”.As normas ISA 240 e SAS 99 (nos EUA) apresentam uma lista de sinais de alerta que os auditores deverão considerar na avaliação dos riscos de fraude, mas não dão orientações em como utilizar esses alertas. O estudo de Hoffman (1996) fornece evidência dos factores de risco considerados como sendo sinais “chave” no relato financeiro fraudulento, porém os auditores não devem usar exclusivamente esta evidência e não devem aplicá-la de uma forma mecânica. Estes

resultados devem ser utilizados como um ponto de partida na

avaliação inicial do risco de fraude.

Os auditores deverão construir uma checklist dos sinais de alerta

mais importantes para os orientarem na revisão preliminar de um

potencial cliente ou na fase de planeamento para que não se

esqueçam dos factores de risco mais relevantes.

Corbin (2009) no seu estudo conclui que os sinais de alerta

identificados pelos auditores não são necessariamente os mais

relevantes na perspectiva dos financiadores e investidores. Os

financiadores e investidores analisam sinais de alerta que são mais

apropriados aos seus interesses particulares e do acesso que possuem

à informação das organizações e da sua gestão (Anexos 6.3).

Os financiadores e investidores são os utilizadores das demonstrações

financeiras que poderão desenvolver acções legais contra os auditores

e gestores de acordo com as suas percepções de negligência em

respeito à fraude de relato financeiro.

“RED FLAGS” COMPORTAMENTAIS PRESENTES NAS FRAUDES DE RELATO FINANCEIRO

O estudo revela que o sinal de alerta mais importante foca-se nas

características dos gestores “Gestores desonestos e não éticos” e

influência destes sobre o ambiente de controlo. Esta conclusão

suporta os estudos anteriores, em que os sinais de alerta mais

preditivos são os da atitude e pressões situacionais na gestão.

Os sinais de alerta comportamentais mais frequentemente citados

nos casos estudados pela ACFE foram: “Estilo de vida acima das

possibilidades” (41,4%) e dificuldades financeiras (26,3%).

ESQUEMAS DE FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO

A fraude de relato financeiro resulta de distorções intencionais ou

omissões de montantes ou divulgações no relato financeiro de forma

a enganar os seus utilizadores. Esta pode ser desencadeada através

da:

a) Manipulação, falsificação ou alteração de registos contabilísticos

ou documentos de suporte;

Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

Fonte: ACFE, “2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”

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AUDITORIA

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Susana Cristina da Silva Miranda Gonçalves / MEMBRO ESTAGIÁRIO

b) Representação incorrecta ou omissão intencional de eventos,

transacções ou outras informações importantes;

c) Aplicação incorrecta intencional dos princípios contabilísticos

referentes a montantes, classificações, modos de apresentação ou

divulgações.

A fraude de relato financeiro pode assumir esquemas distintos. As

diferenças de datação são o esquema menos comum (28,3%) tendo

os restantes esquemas uma predominância muito semelhante

próxima dos 40%.

ESQUEMAS DE FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO

Fonte: Wells, Joseph T. (2009), “Manual da Fraude na Empresa”

O trabalho executado pelos auditores relativo a fraude de relato

financeiro é fortemente influenciado pelo relatório COSO (1999) o

qual identificou as técnicas (esquemas comuns) utilizadas pelas

companhias americanas cotadas em bolsa para distorcer a

informação financeira de forma fraudulenta (Anexos 6.4):

reconhecimento inadequado dos réditos (registo de réditos fictícios;

registo prematuro de réditos, outros), sobreavaliação de activos e

subavaliação de despesas e responsabilidades.

Responsabilidade pela Fraude QUE TIPO DE RESPONSABILIDADE? E DE QUEM?

É da responsabilidade da gestão a preparação de demonstrações

financeiras que representem fielmente o seu desempenho financeiro.

Uma vez terminado o exame é exigido ao auditor a emissão de uma

opinião sobre se essas demonstrações financeiras apresentam de

forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente

relevantes, a posição financeira, os resultados das operações e os

fluxos de caixa da entidade de acordo com o referencial adoptado

na sua preparação.

De acordo com a ISA 240 #5 “Um auditor que conduza uma auditoria

de acordo com as ISAs é responsável por obter uma segurança

razoável de que as demonstrações financeiras tomadas como um

todo estão isentas de distorção material, quer causada por fraude

quer por erro”. Os auditores têm a responsabilidade de obter

“segurança razoável” e não segurança absoluta.

O #4 da citada ISA refere que: “A responsabilidade primária pela

prevenção e detecção cabe não só aos encarregados da governação

da entidade como à gerência”. É da responsabilidade da gerência

desenhar e implementar programas e controlos de forma a prevenir,

desincentivar e detectar a fraude. A gerência é responsável pela

adopção de políticas contabilísticas, estabelecer e manter um

controlo interno que irá autorizar, registar, processar e relatar

transacções consistentes com as asserções embutidas nas

demonstrações financeiras.

A gerência juntamente com os encarregados da governação deverá

definir o “tom” adequado, ou seja, criar e manter uma cultura de

honestidade e de altos valores éticos e estabelecer controlos

adequados para prevenir, desincentivar e detectar a fraude. Se a

gestão e os encarregados da governação cumprirem as suas

responsabilidades, as oportunidades para cometer fraude serão

reduzidas significativamente.

De acordo com Vanasco (1998), a responsabilidade do auditor pela

detecção de fraude nem sempre foi secundária. No início do século

XX, até à década de 30, a detecção da fraude era o objectivo primário

da auditoria. A partir da década de 40, essa responsabilidade foi-se

transferindo para os responsáveis da gestão, os auditores externos

passaram a não assumir uma responsabilidade directa pela fraude

devido à sua incapacidade em detectar fraude envolvendo

transacções não registadas, roubos e outras irregularidades.

As fraudes descobertas nas últimas décadas do séc. XX provocaram

uma grave crise de confiança no sistema de relato financeiro e no

papel dos auditores. O aumento do número de alegações de fraude

contribuiu largamente para que as preocupações se voltassem para

a qualidade das demonstrações financeiras.

A prevenção e detecção de fraude de relato financeiro são hoje o

centro da atenção de investidores, legisladores, gestores e auditores.

Ao longo da década de 90 foram feitos inúmeros esforços para

melhorar a eficácia dos auditores, dos gestores e encarregados da

governação na prevenção da fraude de relato financeiro.

Os auditores independentes desempenham um papel fundamental

na detecção de fraude de relato financeiro. Os investidores,

financiadores olham para o processo de auditoria para obter

segurança e confiança na fiabilidade das demonstrações financeiras

e baseiam-se nela para a tomada de decisão.

“AUDIT EXPECTATION GAP”

A profissão de auditoria tem sido sujeita a determinados preconceitos,

um deles é a crença da sociedade de que os auditores fornecem uma

segurança absoluta da fiabilidade das demonstrações financeiras.

A profissão tem enfrentado enorme controvérsia ao longo das duas

décadas passadas devido aos diversos escândalos de fraude.

A diferença entre as expectativas da sociedade das funções dos

Fonte:Wells, Joseph T. (2009), “Manual da Fraude na Empresa”

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AUDITORIA

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auditores e as suas reais responsabilidades, em virtude das normas

profissionais que os abrangem, chama-se “audit expectation gap”.

Perceber as expectativas da sociedade quanto ao papel e

responsabilidades dos auditores é fundamental para dar passos no

alinhamento destas ao desempenho dos auditores, melhorando

assim a imagem dos profissionais.

Uma área onde o “audit expectation gap” causa maiores problemas

na imagem e reputação da profissão respeita aos casos de fraude.

Os profissionais minimizam a importância do seu papel na detecção

de fraude e continuam a realçar a responsabilidade da gestão.

Hassink et al. (2009) reparte o “audit expectation gap” em três

elementos: a) “desempenho deficiente” quando os auditores não

executam as suas funções de acordo com o expectável pelas normas

de auditoria; b) “expectativas não razoáveis” dada a natureza da

auditoria financeira a qual não é primariamente direccionada para

a detecção da fraude não é de esperar que os auditores

sistematicamente detectem a fraude baseado nos procedimentos

obrigatórios de auditoria uma vez que a fraude possui uma natureza

não sistemática, c) “deficiência nas normas” o público em geral

poderá ter expectativas que não estão reflectidas nas normas de

auditoria.

Mais de 50% das vítimas possuíam também um código de conduta,

um departamento de auditoria interna ou de exame de fraude, assim

como dois tipos de controlos exigidos pelo Sarbanes-Oxley Act:

auditoria externa do controlo interno da entidade do relato financeiro

e certificação das demonstrações financeiras pela gestão.

Na opinião dos gestores os mecanismos de controlo interno mais

importantes na detecção e prevenção de fraude de relato financeiro

são: recompensas a delatores, departamento de auditoria interna

e um sistema hotline formal.

Os auditores defrontam-se com restrições de vária ordem: as restrições referentes aos métodos que usam (análise por amostragem) e as restrições de custos da auditoria em si (tempo e honorários auferidos).Embora a auditoria não tenha voltado a assumir a responsabilidade primária pela detecção da fraude tem vindo a aumentar as suas responsabilidades e a capacidade para a sua detecção através do aperfeiçoamento dos normativos e orientações.O International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) deu um passo em frente no que respeita à abordagem deste problema com a ISA 240. A norma estabelece conceitos, exigências e orientações aos auditores no cumprimento das suas responsabilidades. Ao aplicar as orientações da norma, os auditores irão planear e executar auditorias com um espírito de “mente indagadora”, reconhecendo que a possibilidade de distorções materiais devido a fraude poderá estar presente colocando de lado as crenças sobre a honestidade e integridade dos gestores em resultado das experiências do passado.

Controlos anti-fraude implementados nas organizações vítimas de fraude

A auditoria externa às demonstrações financeiras constitui a forma de controlo anti-fraude mais comum nas empresas. Cerca de 70% das organizações vítimas de fraude possuíam auditorias externas independentes das suas demonstrações financeiras no momento da fraude.

CONTROLO ANTI-FRAUDE

A avaliação do risco de fraude pela gerência é essencial para a

identificação de ameaças de fraude potenciais e fraquezas nos

controlos que criam oportunidades para a fraude. O estudo da PWC

revela que 14% das fraudes relatadas foram detectadas através da

gestão do risco de fraude. Questionou-se quantas vezes as

organizações dos inquiridos tinham executado avaliações de risco

de fraude, pelo que 26% referiram que não tinham executado qualquer

avaliação e 31% referiu que foi executada apenas uma única vez.

As organizações necessitam de rever numa base regular o risco de

fraude porque se não compreendem adequadamente o risco de

fraude inerente aos seus negócios então não a conseguem combater

proactivamente.

Existe uma correlação entre a fraude relatada e a frequência da

avaliação do risco de fraude, em que as organizações que executam

avaliações mais regulares são as que relatam mais fraude.

Como a fraude não é uma ameaça estática, as organizações necessitam de avaliar de forma continuada os riscos de fraude.

Fonte: Hassink, Harold et al. (2009), “Corporate fraud ant the audit expectations gap: A study among business managers”

Fonte: PricewaterhouseCoopers (2009), “The Global Economic Crime Survey”

% INQUIRIDOS QUE ASSISTIRAM A CRIME ECONÓMICO NOS ÚLTIMOS 12 MESES

Fonte: PricewaterhouseCoopers (2009), “The Global Economic Crime Survey”

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AUDITORIA

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Susana Cristina da Silva Miranda Gonçalves / MEMBRO ESTAGIÁRIO

O estudo apresenta a auditoria interna como a “chave” para a detecção da fraude, no entanto a tendência é para a redução da importância no relato da fraude. Os controlos “anti-fraude” como a gestão dos riscos têm aumentado a sua importância na detecção de fraude.

ConclusãoAs distorções nas demonstrações financeiras podem resultar quer de erro quer de fraude, sendo que o que os distingue é o carácter intencional. A fraude de relato financeiro representa o esquema de fraude ocupacional menos comum mas o mais oneroso. A grande maioria da fraude de relato financeiro é desencadeada pelos gestores de topo dada a sua posição privilegiada para manipulação dos registos contabilísticos e capacidade de derrogação dos controlos.De acordo com Cressey existem três condições que normalmente estão presentes quando ocorre a fraude: incentivos/pressões, oportunidade e atitude/racionalização, os quais podem servir de sinais de alerta (red flags) na avaliação do risco de fraude.A fraude de relato financeiro assume esquemas distintos, como por exemplo ocultação de responsabilidades, divulgações inadequadas, avaliação inadequada de activos, entre outros. A responsabilidade primária pela prevenção e detecção da fraude é da gerência e encarregados da governação enquanto os auditores possuem uma responsabilidade secundária. Porém, as fraudes descobertas nas últimas décadas provocaram uma grave crise de confiança no sistema de relato financeiro e no papel dos auditores dada a crença de que os auditores fornecem uma segurança absoluta da fiabilidade das demonstrações financeiras (audit expectation gap).A responsabilidade e capacidade dos auditores para detecção da fraude tem vindo a aumentar através do aperfeiçoamento dos normativos e das orientações das mesmas. A ISA 240 (clarificada) é um significativo passo em frente na expansão das funções da equipa de trabalho na fase de planeamento e execução da auditoria, sendo o seu principal objectivo restabelecer a confiança dos investidores através do aumento da qualidade das auditorias e reforço dos valores da profissão.

BIBLIOGRAFIA

Association of Certified Fraud Examiners (ACFE):“2008 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”;“2006 Report to the Nation on Occupational Fraud & Abuse”;International Auditing and Assurance Standards Board (IAASB) (2009): ISA 200 (Clarificada) “Objectivos gerais do auditor independente e a condução de uma auditoria de acordo com as normas internacionais de auditoria”;ISA 240 (Clarificada) “A responsabilidade do auditor ao considerar a fraude numa auditoria de demonstrações financeiras”;ISA 315 (Clarificada) “Identificar e avaliar os riscos de distorção por meio da compreensão da entidade e do seu ambiente”;ISA 330 (Clarificada) “As respostas do auditor aos riscos avaliados”;ISA 450 (Clarificada) “Avaliação de distorções identificadas durante a auditoria”;Comissão de Normalização Contabilística (CNC), Norma Contabilística e de Relato Financeiro 20 – Rédito;Hassink, Harold et al. (2009), “Corporate fraud ant the audit expectations gap: A study among business managers”, Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, Vol. 18, pg. 85-100;Heiman-Hoffman, Vicky B., Morgan, Kimberly P. e Patton, James M. (1996), “The warning signs of fraudulent financial reporting”, Journal of Accountancy, October, Vol. 182, pg. 75-77;Heiman-Hoffman, Vicky B. (1998), “Discussion of the effects of SAS n.º 82 on auditors’ attention to fraud risk factors and audit planning decisions”, Journal of Accounting Research, Vol. 35 Suplemento, pg. 99-104;Marwick, Peat (KPMG, 1995), “Combating fraud: Know the facts”, Journal of Accountancy, Vol. 180, 3, pg. 20-20;Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, Directrizes de Revisão/Auditoria (DRA):DRA 300 – PlaneamentoDRA 310 – Conhecimento do negócioDRA 410 – Controlo internoDRA 505 – Confirmações externasDRA 510 – Prova de revisão/auditoriaDRA 580 – Declaração do órgão de gestãoPriceWaterHouseCoopers (2009), “The Global Economic Crime Survey”, Economic crime in a downturn, November;Vanasco, Rocco R. (1998), “Fraud auditing”, Managerial Auditing Journal, Vol. 13, 1, pg. 4-71.

Documentos electrónicos:Corbin , David , “F inancia l statement f raud” , d isponível em: http://www.bitwise.net/iawww/financial.htm, acedido em 08 de Dezembro de 2009;Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) (2007), “Observations on auditors’ implementation of PCAOB standards relating to auditors’ responsibilities with respect to fraud” , Release n.º 2007-001, January 22, disponível em www.iasplus.com/usa/0701pcaobfraud.pdf

AnexosFRAUDE OCUPACIONAL E ABUSO

1 Committee of Sponsoring Organizations (COSO) of the Treadway Commission, Fraudulent Financial Reporting: 1987-1997, An analysis of US Public Companies, March 1999.

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RANKING DOS AUDITORES DA IMPORTÂNCIA RELATIVA DOS SINAIS DE ALERTA DE FRAUDE

RANKING SINAIS DE ALERTA DE FRAUDE

1 OS GESTORES MENTIRAM AOS AUDITORES OU TÊM SIDO EXCESSIVAMENTE EVASIVOS NA RESPOSTA

ÀS QUESTÕES

2 A EXPERIÊNCIA DO AUDITOR COM A GESTÃO INDICA UM GRAU DE DESONESTIDADE

3 A GESTÃO COLOCA UMA ÊNFASE INDEVIDA EM ALCANÇAR OS RESULTADOS PROJECTADOS

OU OUTROS OBJECTIVOS QUANTITATIVOS

4 A GESTÃO TEM ENTRAVADO DISPUTAS COM OS AUDITORES, PARTICULARMENTE SOBRE

A APLICAÇÃO AGRESSIVA DE PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS QUE AUMENTAM OS RESULTADOS

5 O CLIENTE PROCURA “COMPRAR OPINIÕES” (OPINION SHOPPING)*

6 A ATITUDE DOS GESTORES NO SENTIDO DE RELATO FINANCEIRO EXCESSIVAMENTE AGRESSIVO

7 O CLIENTE POSSUI UM AMBIENTE DE CONTROLO FRACO

8 UMA PARTE SUBSTANCIAL DA COMPENSAÇÃO DOS GESTORES DEPENDE DO CUMPRIMENTO

DOS OBJECTIVOS PROJECTADOS

9 A GESTÃO DEMONSTRA UM DESRESPEITO SIGNIFICATIVO PELOS ORGANISMOS REGULADORES

10 AS DECISÕES OPERACIONAIS E FINANCEIRAS SÃO DOMINADAS POR UMA ÚNICA PESSOA

OU NÚMERO REDUZIDO DE PESSOAS ACTUANDO DE FORMA CONCERTADA

11 OS GESTORES DO CLIENTE POSSUEM UMA ATITUDE HOSTIL PARA COM OS AUDITORES

12 A GESTÃO APRESENTA UMA PROPENSÃO PARA ASSUMIR RISCOS EXCESSIVOS

13,5 EXISTEM DIFICULDADES FREQUENTES E SIGNIFICATIVAS PARA AUDITAR DETERMINADAS TRANSACÇÕES

13,5 OS GESTORES “CHAVE” SÃO CONSIDERADOS EXCESSIVAMENTE NÃO RACIONAIS

15 A ORGANIZAÇÃO É DESCENTRALIZADA SEM ADEQUADA MONITORIZAÇÃO

16 A ROTAÇÃO DA GESTÃO E PESSOAS “CHAVE” DA CONTABILIDADE É ALTA

17 O PESSOAL DO CLIENTE APRESENTA UM SIGNIFICATIVO RESSENTIMENTO DA AUTORIDADE

18 A GESTÃO COLOCA UMA PRESSÃO EXCESSIVA NOS AUDITORES, PARTICULARMENTE ATRAVÉS

DA ESTRUTURA DE HONORÁRIOS OU IMPOSIÇÃO DE “DEADLINES” NÃO RAZOÁVEIS

19 A RENTABILIDADE DO CLIENTE INADEQUADA OU INCONSISTENTE FACE AO SECTOR EM QUE SE INSERE

20 O CLIENTE CONFRONTA-SE COM CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS ADVERSAS

21 A GESTÃO EXIBE UMA PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA NA MANUTENÇÃO OU MELHORIAS

DA IMAGEM/REPUTAÇÃO DA ENTIDADE

22 EXISTEM CONDIÇÕES ADVERSAS NO SECTOR EM QUE SE INSERE O CLIENTE

OU OUTRAS CONDICIONANTES EXTERNAS

23 O PESSOAL DA CONTABILIDADE É INEXPERIENTE E EXECUTAM AS SUAS TAREFAS DE FORMA LASCIVA

24 O CLIENTE ENTROU EM UMA OU REDUZIDAS TRANSACÇÕES ESPECÍFICAS QUE POSSUEM

UM EFEITO MATERIAL SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

25 A GESTÃO DA ENTIDADE É INEXPERIENTE

26,5 O CLIENTE ESTÁ NUM PERÍODO DE RÁPIDO CRESCIMENTO

26,5 TRATA-SE DE UM NOVO CLIENTE SEM HISTORIAL DE REVISÃO ANTERIOR

OU INFORMAÇÃO INSUFICIENTE DO AUDITOR ANTERIOR

28 O CLIENTE ESTÁ SUJEITO A SIGNIFICATIVOS COMPROMISSOS CONTRATUAIS

29 OS RESULTADOS OPERACIONAIS DO CLIENTE SÃO ALTAMENTE SENSÍVEIS A FACTORES ECONÓMICOS,

TAIS COMO INFLAÇÃO, TAXAS DE JURO, DESEMPREGO, ETC.

30 O CLIENTE INICIOU RECENTEMENTE UM NÚMERO SIGNIFICATIVO DE TRANSACÇÕES DE AQUISIÇÃO

AUDITORIA

20

O ranking dos auditores baseou-se na média dos rankings atribuídos pelos participantes no estudo. Rank 1 é o mais frequente; 30 é o menos frequente.

*Opinion Shopping - quando as empresas pesquisam por um auditor que irá dar uma opinião positiva às suas práticas contabilísticas

Page 10: FRAUDE DE RELATO FINANCEIRO - oroc.pt · DE RELATO FINANCEIRO ... são elevadas e a integridade pessoal é baixa é muito mais provável que ocorra a fraude do que quando se verifica

SINAIS DE ALERTA RELEVANTES PARA OS INVESTIDORES E FINANCIADORES (ESTUDO DE CORBIN)

OS 10 SINAIS DE ALERTA MAIS IMPORTANTES IDENTIFICADOS

RANK FINANCIADORES

1 Gestores desonestos e não éticos

2 Frequentes mudanças no conselho legal, auditores ou membros externos da administração

3 A gestão é dominada por uma pessoa(pequeno grupo) e não existe um comité de supervisão eficaz

4 Suspensão ou exclusão da bolsa de valores

5 Incapacidade para gerar cash flows das operações mas relato de resultados e crescimento de resultados

6 Problemas contínuos com agências de regulamentação

7 Alta taxa de rotação de gestores “chave” especificamente executivos financeiros

8 Existência de factores internos e externos que fazem aumentar as dúvidas sobre a continuidade da entidade

9 Má reputação da gestão na comunidade negocial

10 Relutância em fornecer aos investidores/financiadores a informação solicitada

INVESTIDORES

Gestores desonestos e não éticos

Existência de uma quebra nos sistemas contabilísticos e de controlo conforme é percebido pelas demonstrações financeiras ou relatório qualificado do auditor

Suspensão ou exclusão da bolsa de valores

Má reputação da gestão na comunidade negocial

A gestão é dominada por uma pessoa (pequeno grupo) e não existe um comité de supervisão eficaz

Frequentes mudanças no conselho legal, auditores ou membros externos da administração

Existência de factores internos e externos que fazem aumentar as dúvidas sobre a continuidade da entidade

Problemas contínuos com agências de regulamentação

Identificação de assuntos importantes não divulgados previamente pela gestão

Incapacidade para gerar cash flows das operações mas relato de resultados e crescimento de resultados

OS 10 SINAIS DE ALERTA MENOS IMPORTANTES IDENTIFICADOS

RANK FINANCIADORES

1 Pressão exercida no pessoal da contabilidade para completar as demonstrações financeiras num período curto de tempo conforme reflectido na data das demonstrações financeiras

2 Ciclos de negócio longos não usuais

3 Rápida expansão para novas linhas de produtos

4 Garantia disponível limitada

5 A entidade possui um investimento significativo numa indústria ou linha de produto denotada pela rápida mudança

6 Fraco relacionamento interpessoal entre executivos

7 A entidade está fortemente dependente de um ou poucos produtos, clientes ou fornecedores

8 Quebra na procura de produtos

9 Executivos chave com excessiva pressão de familiares, colegas, ou comunidade para atingir o sucesso

10 Impacto político, social ou ambiental adverso

INVESTIDORES

Rápida expansão para novas linhas de produtos

Pressão exercida no pessoal da contabilidade para completar as demonstrações financeiras num período curto de tempo conforme reflectido na data das demonstrações financeiras

Ciclos de negócio longos não usuais

Executivos chave com excessiva pressão de familiares, colegas, ou comunidade para atingir o sucesso

Executivos “chave” com rendimentos inadequados relativamente à indústria

Impacto político, social ou ambiental adverso

Equipa de auditoria interna insuficiente

A entidade possui um investimento significativo numa indústria ou linha de produto denotada pela rápida mudança

Garantia disponível limitada

Falha na informação aos investidores sobre o código de conduta e bom governo da sociedade

Técnicas de fraude comuns

Reconhecimento inadequado de réditos (COSO: 50%)

Sobreavaliação de activos

Subavaliação de passivos

COSO

26%24%

16%

37%12%6%

18%

MÉTODOS/MECANISMOS UTILIZADOS

Simulação de vendasReceitas prematurasVendas condicionadasCutoff de vendas inadequadoUso inadequado do método da percentagem de acabamentoTransporte não autorizadoVendas à consignação

Sobreavaliação de activos existentes (inventários, activos tangíveis, …)Registo de activos fictíciosCapitalização de items que deveriam ser gastos

Derrogação de controlos pelos gestoresUso de lançamentos no diárioDiferenças nas estimativas contabilísticasTransacções não usuais

TÉCNICAS DE FRAUDE MAIS COMUNS (RELATÓRIO COSO)

%

AUDITORIA

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Susana Cristina da Silva Miranda Gonçalves / MEMBRO ESTAGIÁRIO