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Fraturas de Acetábulo e
Fraturas do Anel Pélvico
Fraturas de Acetábulo • Anatomia Cirúrgica: Acetábulo tem forma de Y invertido cujos ramos
formam a coluna anterior e a posterior Coluna Anterior: Vai da crista ilíaca à sínfise
púbica Coluna posterior: Inicia na incisura glútea e
desce pelo acetábulo , forame obturador e ramo púbico inferior.
Mecanismo de lesão • Depende da posição da cabeça femoral ü Cabeça femoral rodada interna : Fratura da
coluna posterior ü Cabeça rodada externa: Fratura de coluna
anterior ü Cabeça aduzida: Face superior comprometida ü Cabeça abduzida: Face inferior
Classificação: • Letournel e Judet: Dividem Fxs em tipos
elementares e associados • Grupo AO: Classificam de acordo com o
grau de gravidade • Tile: De acordo com a direção da força.
Sinais e sintomas • Presença de hematomas ou áreas de
contusão de partes moles próximos ao trocânter maior.
• Joelho pode apresentar instabilidade posterior e fratura de patela, comum no tipo posterior
• Lesão de nervo ciático presente em 40% fraturas de coluna posterior.
Achados radiológicos • RX: AP, Alar, Obturadora. ü AP: visualiza linhas ileopectínea e
ilioisquiática, parede medial e lábios anterior e posterior.
ü Alar: rotação externa do paciente em 45 graus. Visualiza coluna posterior.
ü Obturadora: rotação interna de 45 graus. Visualiza coluna anterior.
Incidência Alar
Incidência Obturadora
Achados radiológicos • Tomografia computadorizada: Avalia ü Fragmentos intra-articulares ü Impactação marginal ü Envolvimento do teto acetabular ü Grau de desvio da fratura ü Congruência acetábulo-femoral ü Analisar reconstrução pós operatória ü Determinar o melhor acesso
Tratamento • Tratamento conservador: Baseia-se em Redução incruenta e
manipulação. Tração esquelética com 9 a 13,5 kg
mantida por 8 a 12 semanas com acompanhamento radiográfico periódico.
Tratamento
• Indicações de tratamento conservador: 1) Desvio menor que 2 a 5 mm na abóbada,
dependendo do local de fratura e da fatores do paciente.
2) Fraturas baixas de coluna anterior. 3) Fraturas transversas baixas. 4) Fraturas associadas de ambas as colunas com
congruência, sem desviada coluna posterior
Tratamento • Tratamento Cirúrgico: Quando a articulação
está incongruente ou instável. 1) Tipos posteriores: quando o fragmento é
grande suficiente para causar instabilidade 2) Fraturas de abóbada com desvio 3) Fraturas transversas altas ou em T: lesões
por cisalhamento
Tratamento 3) Acetábulo Flutuante: Associação da
fratura de ambas colunas com desvio. 4) Fragmentos ósseos retidos intra-
articulares: São indicações absolutas de tratamento cirúrgico
5) Fraturas da cabeça femoral.
Tratamento • Considerações cirúrgicas gerais: ü Cirurgias de urgência: luxação
irredutível, déficit neurológico após redução, lesão vascular e fratura exposta.’
ü Se possível realizar cirurgia dentro de 7 dias;
Tratamento • Considerações específicas: ü Os bons resultados dependem de
basicamente dos fatores : Boa redução e fixação, e escolha de acesso acesso adequado
Tratamento • Acessos: ü Póstero-lateral ou de Kocher –
Langenbeck: usado para fxs de coluna posterior e parede posterior.
ü Transtrocantérico: secçãp do trocânter maior, para coluna anterior.
ü Ilioinguinal: coluna e parede anteriores
Tratamento ü Ilioinguinal alongado: ambas colunas. ü Acesso duplo: combina acesso Kocher-
Langerbenck ü Lateral transtrocantérico de
Senegas:visão das 2 colunas e área do domo.
Tratamento • Material de síntese: pode se usar placas
maleáveis ou não e parafusos. • As placas de fixação interna do
acetábulo são ideais para fixações da coluna posterior e como placa de suporte na coluna anterior.
Materiais de Síntese
Tratamento • Variáveis importantes para bons
resultados clínicos: 1) Redução anatômica e estabilização
adequada. 2) Idade menor que 55 anos. 3) Evolução inferior a 24 horas. 4) Separação entre os fragmentos maior
que 1 cm.
Complicações • Precoces: ü Tromboembolismo: risco maior que 50% após
tratamento cirúrgico. ü Embolia pulmonar: 4 a 7% de risco. ü Infecção. ü Lesão neural: presente em 17,4% em fxs de
coluna posterior. Principalmente pelo uso de afastadores.
Complicações • Tardias : ü Calcificações heterotópicas: após 3
semanas e até 6 meses a um ano. ü Necrose avascular. ü Osteoartrite degenerativa. ü Pseudoartrose.
Fraturas de Anel Pélvico
Anatomia • Ossos do Anel Pélvico: ü Ílio: responsável pela transferência do
peso da coluna às extremidades inferiores na posição ereta.
ü Ísquio: é o ponto terminal da transmissão peso na posição sentada.
ü Pube: forma a borda ântero-medial do forame obturador.
Anatomia • Sacro: forma parte do caminho da
transmissão de peso do tronco às extremidades inferiores ou ao ísquio na sustentação de peso.
• Cóccix: 4 corpos vertebrais fundidos.
Mecanismo do trauma • Quase 70% das fraturas são causadas
por acidentes automobilísticos, maioria por atropelamentos.
• 25% por quedas banais de idosos. • 5% por acidentes industriais e quedas
de altura.
Mecanismo do trauma • Fraturas de baixa intensidade: Fraturas de
ossos individuais do anel pélvico que não danificam a integridade verdadeira da estrutura do anel.
• Fraturas de alta intensidade: além da gravidade da fratura do anel pélvico há lesões associadas de tecidos moles e vísceras.
Biomecânica • Ligamentos sacroespinhosos resistem às
forças de compressão ântero-posterior. • Ligamentos sacrotuberositários:
resistem às forças de cisalhamento. • Ligamentos sacroilíacos: resistem às
forças de compressão AP e de cisalhamento.
Classificação • Tile: ü Tipo A: são estáveis ü Tipo B: instáveis rotacionalmente e
estáveis verticalmente ü Tipo C: instáveis rotacional e
verticalmente
Classificação • Classificação didática: 1) Fraturas por avulsão ou arrancamento: A1- Avulsão da EIAS A2- Avulsão da EIAI A3- Avulsão da apófise isquiática
Classificação 2) Fraturas isoladas do anel pélvico: B1- Fratura do ílio B2- Fraturas dos ramos ílio e
isquiopubianos B3- Fratura do sacro B4- Fratura do cóccix
Classificação 3) Luxações isoladas: C1- Disjunção da Sínfise Púbica C2- Subluxação Sacroilíaca 4) Lesões simultâneas do anel pélvico
anterior e posterior ( Lesão de Malagaigne)
Padrão de forças traumáticas • Fraturas por compressão lateral: são
o tipo mais comum. 3 tipos: I. Tipo 1: sem lesão ligamentar e sem
instabilidade. II. Tipo 2: com lesão ligamentar e
instabilidade posterior III. Tipo 3: abertura da pelve do lado
contralateral.
Padrão de forças traumáticas • Fraturas por compressão AP:causam
abertura na pelve anterior, com afastamento da sínfise púbica e/ou fraturados ramos púbicos. São 3 tipos
I. Tipo 1: fx de ramo púbico ou pequena diástase da sínfise
Padrão de forças traumáticas II. Tipo 2: ruptura ligamentar e grande
abertura do anel pélvico. III. Tipo 3: ruptura de todos ligamentos e
abertura total da articulação sacroilíaca.
Padrão de forças traumáticas • Fraturas por cisalhamento: ü Resultam de quedas de altura. Ocorrem
através dos ramos púbicos e no anel pélvico posterior
ü Associam-se com fraturas de coluna lombar e de calcâneo.
Diagnóstico por imagem • RX: AP, Inlet e Outlet. ü Inlet: paciente em decúbito dorsal, com
ampola direcionada 45 graus caudal em direção ao umbigo.
ü Outlet: a ampola é direcionada à sínfise púbica em ângulo de 45 graus.
Diagnóstico por imagem • Tomografia: ü Fornece detalhes de posição de
fragmentos e extensão dos afastamentos da sínfise púbica e da sacroilíaca.
Lesões associadas • Lesões Vasculares: ü Principalmente da artéria Glútea superior. ü Pode acometer a. pudenda , a. obturatriz,
ramos vesicais. • Lesões genitourinárias: ü Lesão de uretra ocorre mais em homens pelo
seu maior comprimento. ü Lesões de ureter são mais raras
Lesões associadas • Lesões neurais: ü Plexo Lombossacro é o mais suscetível,
incluem ramos da raiz de L4 e também de L5 a S4.
ü Lesão do nervo Ciático: se houver rotura da pelve posterior ou na luxação posterior do quadril.
Tratamento • Atendimento na emergência: ü Grande ameaça de vida pela hemorragia
maciça que pode causar. ü Utiliza-se Fixador Externo. ü Outras alternativas: vestimenta
pneumática antichoque, embolização arterial e clamp de Ganz.
Tratamento • Alto risco de hemorragia principalmente
em compressão AP tipo 2 e 3. • Fixação interna na emergência: indicada
nas grandes disjunções da sínfise púbica, caso o paciente seja submetido à laparotomia de urgência.
• Uso de placas 4,5 ou 3,5 e parafusos.