francisco franco - biografia e análise das obras

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  • 7/24/2019 Francisco Franco - Biografia e Anlise Das Obras

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    Francisco Franco

    Introduco

    Pertencente primeira gerao de artistasmodernistas portugueses, Francisco Franco destaca-

    se, segundoJos-Augusto Frana,como o maior escultor portugus da sua poca . A sua obrafoi um passo importante na renovao da escultura portuguesa. O seu Monumento aGonalves Zarco(1927), assinalando com esta um desvio, e acabando por se tornar numareferncia para as direes da escultura pblica portuguesa a partir dos anos de 30. FranciscoFranco foi, desde ento, um dos autores mais procurados para a realizao da estaturia oficialdoEstado Novo.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_em_Portugalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9-Augusto_Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Portugal)http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Portugal)http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9-Augusto_Fran%C3%A7ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo_em_Portugal
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    Contexto Histrico

    O modernismo portugus desenvolveu-se desde o incio dosc. XX at ao final doEstado Novo

    (1970), tendo o seu incio coincidido com um panorama mundial muito conturbado. As condies

    socio-econmicas enfrentadas pelos pases ocidentais aps a I Guerra Mundial (1914-1918),

    obrigaram reconstruo das economias, ao endividamento, e a crises de superproduo. A

    queda do valor das aces da bolsa de Nova Iorque, levou ao crash da bolsa, que por sua vez

    desembocou na recesso econmica de 1929, (que se prolongou durante a dcada de 30),

    provocando agitao social, desemprego em massa e consequente pobreza. Todas estas

    condies levantaram graves problemas aos governos de democracia liberal, que tinham sado

    vencedores da guerra, cujas polticas orientavam a maior parte dos pases ocidentais. Este facto,

    aliado incapacidade demonstrada para resolver a crise, fez crescer uma onda dedescontentamento das populaes que deu azo ao crescimento de foras de oposio, formadas

    principalmente por movimentos radicalistas de esquerda - marcados pelo avano do socialismo

    marxista-leninista na Rssia e de direita na Itlia e na Alemanha, duas naes duramente

    atingidas pela guerra.

    Este perodo foi difcil para Portugal pois com a guerra, estavam em jogo as colnias africanas

    que j eram cobiadas pelas grandes potncias desde o final dosculo XIX. As dificuldades

    estructurais do pas como a instabilidade poltica (sentida com a queda da primeira repblica em

    1926 e instaurao do estado novo a partir de 1932), atraso econmico, social e cultural. A arte

    portuguesa da primeira metade do sc. XX registava igualmente um grande desfasamento em

    relao ao resto da europa. A contestao a esta situao comeou com um grupo de jovens

    artistas (Manuel Bentes, Eduardo Viana, Emmrico Nunes e Alberto Cardozo) que em 1912

    realizou o I Salo dos Humoristas, e, posteriormente, a I Exposio dos Humoristas e dos

    Modernistas em 1915 (primeira vez que foi usado o termo modernismo) assim como com a

    publicao da revistaOrpheu,no mesmo ano. Influenciada pelas grandes correntes estticas

    europeias (como oFuturismo,oExpressionismo,etc.), a Orpheu reuniu grandes nomes da poca

    comoFernando Pessoa,Mrio de S Carneiro eAlmada Negreiros. Estando a sociedade

    portuguesa numa situao de crise aguda e de desagregao de valores, os modernistas

    portugueses responderam a esse momento, deixando para trs o acanhado meio cultural

    portugus, e entregando-se s sensaes da vida moderna, pavimentando o caminho para essanova mentalidade. Para estes, era necessrio esquecer o passado, comprometer-se com a nova

    realidade, e que cada um a interpretasse sua maneira. A revista Orpheu teve curta durao,

    sendo apenas publicando um nmero, no tornando a haver novas edies. At cerca dos anos

    30, sentiu-se uma certa liberdade artstica. No entanto a partir de 1933 (data da criao do

    Secretariado de Propaganda Nacional, mais tarde Secretariado Nacional de informao, cultura

    popular e turismo - SNI), o Estado Novo passou a controlar a produco intelectual, sob o mote

    http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Portugal)http://pt.wikipedia.org/wiki/Grandes_pot%C3%AAnciashttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Orpheuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Orpheuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Orpheuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Futurismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Expressionismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoahttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1_Carneirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Almada_Negreiroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Almada_Negreiroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_S%C3%A1_Carneirohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Expressionismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Futurismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Revista_Orpheuhttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIXhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Grandes_pot%C3%AAnciashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Novo_(Portugal)http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX
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    ideolgico Deus, Ptria e Famlia, criando uma arte nacionalista, que teve na exposio do

    mundo portugus em 1940, o seu grande momento, mantendo-se bem para l dos anos 60. Nos

    anos 50 a evoluo cultural do mundo ocidental estimulou a intelectualidade portuguesa, cuja

    vanguarda continuou, nos anos 60, a viver margem do regime. Por tudo isto, em Portugal, s

    se pode falar de modernismo a partir de cerca de 1915 para as artes plsticas e de 1925-30 para

    a arquitectura, este vivendo sempre no entanto em paredes-meias com a arte nacionalista do

    regime.

    So caractersticas deste movimento o rompimento com o passado, o carcter anrquico, o

    sentido irreverente, onacionalismo com mltiplas facetas - o nacionalismo crtico, que retoma o

    nacionalismo numa vertente crtica/irnica e questiona a situao social e cultural do pas; e o

    nacionalismo ufanista (conservador), ligado principalmente aos ideais da extrema-direita.

    A escultura portuguesa apesar de tudo mantm-se classizada, indo-se actualizando.

    Biografia

    Francisco Franco de Sousa nasceu no Funchal em 1885. Inicialmente aprende a esculpir com o pai, tendo

    a sua formao acadmica comeado na Escola Industrial Antnio Augusto Aguiar, de onde seguiu em

    1902 para a Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi discpulo de Condeixa e Simes de Almeida (tio),

    iniciando a sua formao em escultura em 1907.

    Enquanto estudante participou em concursos para monumentos

    como Heris da Guerra Peninsular, Barahona Fernandes e D.

    Manuel II.

    -lhe atribudo o prmio Valmor, atravs do qual parte para Paris

    em 1910 onde se torna aluno de A. Mercier.

    Regressa Ilha da Madeira em 1914, onde realiza vrias obras,

    dentro destas vrios bustos e quatro monumentos. Em 1918 inicia

    os primeiros estudos da esttua de Gonalves Zarco,

    desenvolvendo quatro baixos-relevos para o pedestal.

    Regressa a Paris em 1921 onde expe pela primeira vez no Salon

    DAutomne e na SocitNationale. Nesta segunda estadia em Paris

    executa as obras Rapariga Francesa, Polaca, Torso de Mulher,

    Busto de Manuel Jardim, Semeador, assim como alguns esbocetos

    e uma grande quantidade de estudos, desenhos e aguarelas,apontamentos de viagem a Itlia e ao Sul de Frana.

    Expe em Lisboa com Dordio Gomes, Diogo de Macedo, Alfredo Miguis e Henrique Franco, seu irmo,

    na exposio 5 Independentes, em 1923. Entre 1925 e 1927 expe em Nova Iorque, no Rio de Janeiro e

    em Boston, nesta ltima primeiro individualmente e, depois com nomes como Mayol, Louvencen e

    Francisco Franco (escultor, 1885-

    1955)

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalismohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Nacionalismo
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    Picasso.

    Inicia em 1927 a grande escultura a Gonalves Zarco, na Madeira, considerada importante ponto de

    viragem na obra de Francisco Franco, que iniciar uma estreita colaborao na construo de uma

    estaturia do regime. Realizou igualmente ao longo da sua carreira numerosos bustos, obras de

    medalhstica e baixos-relevos. A partir da dcada de 30, torna-se um dos escultores mais solicitados para

    a realizao da estaturia do Estado Novo e ganha enorme projeo no contexto nacional, influenciandoquase todos os escultores seus contemporneos. De entre os inmeros trabalhos que assina, destacam-

    se a esttua do "Infante D. Henrique", de 1931 e uma srie de esttuas rgias, como a de "D. Joo IV",

    colocada no Terreiro do Pao de Vila Viosa (1943), uma das suas obras-primas. Francisco Franco produz

    tambm escultura de temtica religiosa, como o "Apostolado" da Igreja de Nossa Senhora de Ftima em

    Lisboa (1935) ou a esttua do "Cristo-Rei" em Almada, concluda em 1959 (a sua ltima grande escultura).

    Cultivou ainda outros gneros, como o nu feminino e o retrato, de que se destaca a esttua de "Antnio

    Salazar". um artista que vem do naturalismo e integra-se no modernismo.

    Nos ltimos anos da sua vida foi vtima de um desastre de viao, cujas sequelas no lhe permitiram

    acompanhar a construo deste ltimo monumento com a devida proximidade, acabando por falecer

    antes da sua concluso, em Lisboa a 14 de Fevereiro de 1955.

    Caractersticas da sua obra

    Esprito de sntese e silncio inovao de Franco; quebra com a multiplicidade do

    Naturalismo da poca, tecendo crticas lgica dos monumentos naturalistas, estes indo

    contra a sua esttica. Um exemplo deste tipo de obra o Monumento ao Povo e aos

    Heris da Guerra Peninsular.

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    fixao na Madeira (1914)- esculturas "com bom valor dramtico", visveis influncias da

    obra de Rodin. No incio do segundo perodo parisiense, ao mesmo tempo que realiza

    gravuras em madeira/ponta-seca, este abandona gradualmente esses ecos de Rodin

    (ainda presentes em O semeador, 1924), comtinuando com obras como Busto deManuel Jardim, (1921)um poderoso retrato interiorou Torso de Mulher, (1922), duas

    peas que contam como as primeiras de uma "escultura portuguesa modernizada,

    libertada em valores expressionistas".

    Obras em pedra, madeira, gravuras em madeira/ponta-seca, tudo talhe

    directo (revolucionrio poca);

    Em 1927 realiza o monumento a Gonalves Zarco, no Funchal. Caracterizado por um

    classicismo austero, esse modelo seria longamente explorado (pelo prprio e porautores mais jovens);

    Solido das figuras retratadas Possvel reminiscncia da solido das figuras de

    Donatello, com as quais tem contacto ao Viajar por Itlia, e cujas obras apreciou bastante;

    abandono do lirismo expressivo inicial - estende-se srie de esttuas pblicas que vai

    do seu Infante D. Henrique (1931) ao Cristo-Rei monumental;

    naturalismo clssico - claramente expresso na sua D. Leonor(1935; Caldas daRainha), D. Dinis(1943, Universidade de Coimbra), Bispo D.

    Miguel(1950; Lamego), Oliveira Salazar (1937), ou na notvel esttua equestre de D.

    Joo IV(1940; Vila Viosa);

    Franco recolhe muita histria da arte para fazer escultura. Exemplo disso foi o seu

    presumvel uso dos Painis de So Vicente de Forapara fazer a roupa de Gonalves

    Zarco;

    Minimalismo das legendasdescrio concisa;

    Incompleta talvez para as exigncias do prprio autor, a obra de Franco ser, segundo

    Diogo de Macedo, um reflexo dos condicionalismos do tempo em que viveu. A imposio

    dos temas histricos no lhe permitiu realizar plenamente o que sonhara em jovem. Para

    Monumento ao Povo e aos Heris da Guerra

    Peninsular (1908 - 1933 )

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    Francisco Franco, "no houve tempo nem oportunidade para esculpir para sua satisfao

    a obra-prima de total intimidade de que era capaz. Escravizado s circunstncias que o

    destino ordena[], s nas pequenas obras de criao afetiva pde fazer declaraes

    desse desejo", como acontece, por exemplo, no Busto de Manuel Jardimou na Rapariga

    polaca(1921), obras parisienses que so excelentes exemplos de uma arte de penetrao

    psicolgica e de um superior domnio formal;

    Obras de destaque

    A escultura "Joo Gonalves Zarco", realizada em 1928, assinala o

    perodo pblico da sua carreira como escultor. Denota um certo

    carcter expressionista na modelao. Tem ainda um pedestal da

    autoria do arquitecto Cristiano da Silva, com 4 painis que evocama faanha do Descobrimento: Povoamento, Conquista, Sabedoria e

    Evangelizao. Inspirada nos painis de Nuno Gonalves. A postura

    hiertica e o seu carcter heroico transformam esta obra no

    modelo adotado pelo regime poltico, e fixa o cnone da escultura

    portuguesa entre as dcadas de 1930 e 1960a idade de ouro da

    escultura portuguesaassim denominada por Antnio Ferro em

    1949, algo que resultou numa carreira de escultor oficial do Estado

    Novo durante mais de um quarto de sculo.

    Sabedoria Povoamento Evangelizao Conquista

    Monumento a GonalvesZarco, 1928

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    Torso de Mulher foi uma obraexposta no Salon d'Automne e assinala a

    opo por valores mais classizantes prprios do incio da dcada de 1920.

    Est tambm presente a ideia de fragmento, muito tpica da escultura

    europeia da poca, assim a influncia de Rodin. As orlas salientes do corteda cabea ajudam a centrar olhar no corpo. Adicionalmente, a textura

    rugosa da pele salienta os volumes do corpo, numa recusa do naturalismo

    oitocentista. Os seios apenas apontados retiram o factor erotismo ao

    corpo."A arquitetura das massas bem equilibradas, quase

    hierarquicamente entendidas como puros valores escultricos,

    aproximam-no de Bourdelle que ser o seu mestre entre os

    contemporneos, no entanto os cortes que fragmentam a pea,

    sobretudo o da cabea, evocando uma memria arqueolgica, tm ainda

    presente a lio de Rodin".

    Escultura mais significativa do primeiro ano em Paris de Francoe, uma das peas inaugurais do Modernismo escultrico

    portugus. Como o Busto de polaca, apresenta muita

    influncia de Rodin, sebem que mais livre dos constrangimentos

    acadmicos daquele, desenvolvendo-a at consequncias

    extremas. A partir desta obra a escultura de Franco torna-se

    mais classicizante. A tenso entre a estrutura ssea e a orgnica

    impe uma deformao expressionista que confronta a

    organicidade com a verticalidade imposta, afastando-se assim

    do corpo naturalista at ento presente na sua escultura. A

    forma oval e achatada da cabea prolonga e enfatiza o perfilexpressivo; a boca ligeiramente aberta e contribui para estreitar

    o rosto e ajuda a transmitir uma verticalidade transfigurada.

    As esculturas seguintes no entanto, abandonam esta pesquisa

    sendo que a radicalidade aqui presente de entre as suas obras

    uma excepo.

    Torso de mulher, 1922

    Busto do pintor Manuel Jardim, 1921

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    A esttua equestre de D. Joo IV, foi uma das obras escultricas encomendadas pelo regime do

    Estado Novo com um intuito de

    exaltao do nacionalismo. Teve como

    referncias a esttua de D. Jos I e a de D.

    Pedro IV e, o livro de Joaquim Machado de

    Castro Descrio Analytica da Execuo

    da Real Esttua Equestre do Senhor Rei

    Fidelissimo D. Jos I. O cavalo, do tipo

    lusitano, foi representado em passage,

    movimento derivado do trote,

    encontrando assim um falso apoio para o

    posterior direito em suspenso. A crina

    soltas, sem os arranjos rococ da crineira

    em trana corrida do cavalo da esttua deD. Jos I e sem o lao na cauda, ambos

    impostos a J. Machado de Castro.

    D. Joo IVfoi apresentada na Exposio do Mundo Portugus; nas palavras de Jos-Augusto

    Frana, trata-se de uma obra "de grande dignidade na sua cuidada elaborao, sntese de bons

    exemplos bem unificados e funcionando como se pretendia, e com escala suficiente, no vasto

    terreiro do Pao Ducal". A esttua foi colocada no amplo Terreiro do Pao Ducal , em Vila

    Viosa, em Dezembro de l943, a terceira em Portugal e a primeira da srie de monumentosdeste gnero erigidos durante o regime do Estado Novo.

    Nenhum outro espao, ou

    monarca, possuem um valor

    representativo to elevado, facto

    que ter determinado a suaexecuo durante as obras da

    cidade universitria nos anos 40.

    Esta escultura emparceirava com a

    de D. Dinis, o fundador da

    universidade portuguesa e o re-

    fundador, um para a entrada

    esttua equestre de D. Joo IV, 1940

    Escultura de D. Joo III, 1948 III

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    da cidade universitria, e ou outro para o seu centro, pela mo do mesmo escultor. Para a

    constituio da obra, Franco escolheu usar um novo retrato, baseado em vrias fontes de

    inspirao das quais se destaca o retrato do Rei realizado por Antnio Moro em 1552 (Madrid) e

    as figuraes de Henrique VIII materializadas a partir do risco de Hans Holbein (o Novo). Franco

    desenhou o Rei maneira de um homem pensativo e de culto do sculo XVI (adicionalmente,

    este encontra-se voltado para o velho Pao, transformado em Casa de Sabedoria). Tal como na

    figurao de Hans Holbein, D. Joo III segura as luvas na mo direita, pendendo-lhe cintura uma

    adaga. A diferena entre as poses das duas personagens encontra-se na mo esquerda do Rei,

    segura ao espesso bloco de pedra onde se encosta. Sobre a vestimenta simples colocou um colar

    com a cruz de Cristo portuguesa, assim como uma capa de arminho que oferece volume e

    grandiosidade figura.

    Tal como fez com a escultura de D. Dinis, Francisco Franco colocou D. Joo III sobre um pedestal,

    encostando o Rei ao volume que se adensa e sobe por trs deste, at altura da cintura. Esta

    opo formal permitiu apoiar a figura no slido de forma descontrada, como se tivesse acabado

    de se encostar para conseguir comtemplar com o olhar a sua obra. este olhar perdido emcontemplao que nos prende ao homem aqui representado.

    Monumento ao Cristo Rei

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    O Cristo-Rei considerado um dos "ex libris" de Lisboa. A ideia da sua construo vem desde1934, altura da visita do Cardeal Cerejeira ao Corcovado, no Rio de Janeiro. a ideia de construiro Monumento a Cristo Rei foi transmitida ao Apostolado de Orao, que a acolheu

    entusiasticamente. Para serNacional, o Monumento

    precisava de aprovao ecooperao de todos osBispos Portugueses. Talsensibilizao aos Bispos conseguida, sendoproclamada oficialmente naPastoral Colectiva daQuaresma de 1937. Foi noentanto a excluso dePortugal da II GuerraMundial que precipitou asua concretizao, nasequncia de umapromessa feita peloepiscopado: se Portugalfosse poupado ao massacreda guerra, o monumentoseria erigido.

    O monumento foi inaugurado a 17 de Maio de 1959,O arquitecto Antnio Lino e o engenheiro

    D. Francisco de Mello e Castro assinaram o projecto deste monumento, que depois de

    construdo foi esculpido mo com mestria, e desenvolvido a mais de cem metros do cho, responsabilidade de Francisco Franco, que infelizmente no pde acompanhar a sua

    concretizao por incapacidade motora, acabando por falecer antes da inaugurao. Na base

    do monumento est a capela de N. Sr.. da Paz, onde se destaca a Imagem de Nossa Senhora

    de Ftima, criada pelo famoso escultor Leopoldo de Almeida. Na sua construo foram

    utilizadas 40 mil toneladas de beto armado e custou aos fiis mais de 100 mil euros.

    Este encontra-se a 215 metros acima do nvel do mar, oferendo uma das mais bonitas vistas

    sobre a cidade de Lisboa. Milhares de pessoas visitam este santurio que, conjuntamente com

    Ftima e Santiago de Compostela, forma o tringulo de ouro dos peregrinos na Pennsula

    Ibrica. O monumento encontra-se voltado para Lisboa por motivos simblicos: de braosabertos para a capital, todo o mundo portugus estaria dentro do abrao de Deus.

    Monumento ao cristo rei, 1959

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    Concluso

    Francisco Franco foi um escultor que marcou a arte portuguesa da sua poca e que apesar de

    todas as restries a que teve de se submeter conseguiu continuar a criar obras de grande

    mestria, apesar, ao ler sobre o artista, sentir que muito do seu potencial no chegou a ser

    concretizado. O bigrafo de Francisco Franco, Dr. Flrido de Vasconcelos afirma que: FranciscoFranco no s deixou uma obra numerosa e valiosa, como serviu de modelo a toda uma

    gerao de escultores, revolucionando o panorama da estaturia portuguesa, a que deu

    monumentalidade, dignidade e sobriedade inatingidos desde Machado de Castro.

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    Ldia Pinto, Ana; Meireles, Fernanda; Cernada Cambotas, Manuela. 2007.Histria da Cultura e

    das Artes - 11. Ano. Editor: Porto Editora

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