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Tecnologias de Produção Framboesa

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  • DIVULGAO AGRO 556 N 3 2007

    Novembro 2007

    Framboesa

    Tecnologias de produo

  • DIVULGAO AGRO 556 Novembro, 2007 Edio no mbito do Projecto PO AGRO DE&D N 556 Diversificao da produo frutcola com novas espcies e tecnologias que assegurem a qualidade agro-alimentar Coordenao Pedro Brs de Oliveira (INRB / ex-EAN/DPA)

    Composio e Grafismo: Francisco Barreto (INRB / ex-EAN/DPA) Impresso e Encadernao INRB / ex-DPA Tiragem - 50 exemplares impressos

    100 exemplares em formato digital

  • FRAMBOESA

    Tecnologias de produo

    Folhas de Divulgao AGRO 556 N 3

    Autor: Pedro Brs de Oliveira (INRB / ex-EAN/DPA) Co-autores: Lus Lopes da Fonseca (INRB / ex-EAN/DPA) Responsvel pelos ensaios no campo: Anabela Reis Silva (INRB / HEF)

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    3

    1. Introduo

    Desde tempos pr-histricos que o Homem se tem sentido atrado pelos

    pequenos frutos, inserindo-os na sua alimentao. Estes frutos so

    muito apreciados dada a diversidade de formas, texturas, cores, sabores

    e aromas que podem apresentar quando consumidos em fresco. Desde

    sempre tm sido feitas referncias quanto ao seu valor medicinal na

    cura ou alvio de sintomas de natureza diversa, nomeadamente do foro

    interno[1]. Actualmente tem aumentado o interesse pelo consumo de

    pequenos frutos dado os seus elevados teores em produtos fitoqumicos

    biologicamente activos capazes de promover a sade e retardar o

    aparecimento de incapacidades associadas a doenas crnicas e/ou

    degenerativas[2][3][4].

    No grupo dos pequenos frutos esto includas as plantas perenes de

    climas temperados, lenhosas ou semilenhosas que produzam frutos

    simples derivados apenas do tecido do ovrio em que o pericarpo

    apresenta polpa e textura branda[5]. No grupo dos pequenos frutos esto

    includas plantas de diversos gneros, de entre quais se destacam:

    Fragaria, Rubus, Ribes e Vaccinium.

    1.1. Importncia econmica da cultura da framboesa em Portugal

    A cultura de pequenos frutos (excluda a cultura do morangueiro)

    continua a assumir uma expresso reduzida. A rea total dedicada a

    estes frutos, embora tenha aumentado em 60% entre os censos de

    1989 e 1999, apenas ocupava em 1999 cerca de 87 ha no continente

    portugus[6][7].

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    4

    Quadro I

    Nmero de exploraes com produo de pequenos frutos (excluda a cultura do morango) e respectiva rea total[6][7].

    Regies 1989 1999 Variao (%)

    Nmero de exploraes

    Entre-Douro e Minho 9 14 56 Trs-os-Montes e Alto Douro 13 22 69 Beira Litoral 5 51 920 Beira Interior 12 21 75 Ribatejo e Oeste 57 42 - 26 Alentejo 8 70 775 Algarve 90 62 - 31

    Regies rea (ha) Variao (%) Entre Douro e Minho 3,9 9,4 144 Trs-os-Montes e Alto Douro 7,6 14,2 87 Beira Litoral 2,1 9,3 336 Beira Interior 6,6 8,2 26 Ribatejo e Oeste 14,7 16,1 10 Alentejo 6,8 12,3 79 Algarve 10,7 17,2 62

    Tem havido esforos para aumentar a cultura dos pequenos frutos numa

    ptica de diversificao da produo frutcola, sendo visveis os efeitos

    da promoo efectuada pela associao de produtores Mirtilusa, na

    Beira Litoral e da Herdade Experimental da Fataca (HEF) na regio do

    litoral alentejano (Quadro I).

    A framboesa a espcie mais cultivada de entre os pequenos frutos. No

    entanto, praticamente desconhecida do consumidor portugus, facto a

    que no so alheios os hbitos alimentares tradicionais. As framboesas

    no fazem parte dos frutos habitualmente consumidos pelos

    portugueses. Das reas apresentadas no possvel distinguir com rigor

    quais so as que se dedicam especificamente cultura da framboesa.

    No entanto, dada a sua maior divulgao entre o pblico consumidor, a

    sua rea de cultura deve atingir mais de 50% do valor total.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    5

    1.2. Perspectivas da cultura da framboesa

    A cultura da framboesa em Portugal deve ser encarada apenas numa

    perspectiva de exportao dado o baixo consumo no mercado

    portugus. As reas cultivadas na Europa ainda no so excedentrias

    se encaradas numa perspectiva sazonal. De destacar a relativa

    estabilidade das reas de produo dos maiores produtores europeus,

    Frana e Alemanha, de 1995 a 2003 e de uma quebra significativa nas

    reas de produo do Reino Unido no mesmo perodo[8]. Os pases com

    maior incremento da cultura foram a Finlndia e a Espanha. O aumento

    de rea em Espanha encontra-se ligada cultura protegida, sendo este

    pas o nosso maior concorrente na produo precoce de Primavera. A

    produo dos pases do Leste da Europa concentra-se principalmente

    nos meses de Primavera/Vero ao ar livre com grandes reas dedicadas

    colheita mecnica para a indstria de transformao (Figura 1). So

    de salientar as grandes reas de cultura da framboesa na Polnia e na

    Srvia/Montenegro tendo este ltimo pas desenvolvido a sua produo

    desde 1995.

    Figura 1 Campo de framboesa no remontante preparado para colheita mecnica.

    Frutos destinados indstria de congelao.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    6

    As reas de produo de Marrocos so ainda muito baixas, no sendo de

    antecipar um aumento das reas de produo neste pas. O Chile no

    tem disponibilizado as suas reas de produo, no entanto existem

    valores referentes a 1996 que indicam uma rea aproximada de 2

    972ha de framboesas com uma produo de 28 413t das quais 89%

    para exportao. Os mercados preferenciais so os Estados Unidos da

    Amrica e a Europa com 2 383 e 557 t, respectivamente. A restante

    produo exportada sob a forma de produto congelado[9].

    Portugal, embora com uma rea muito reduzida de produo, possui

    regies com condies edafo-climticas que o podem tornar lder

    europeu na produo de framboesas.

    As perspectivas actuais de desenvolvimento da cultura da framboesa e

    de outros pequenos frutos no nosso Pas so muito promissoras, dado

    terem-se instalado em diversas zonas do Pas empresas europeias e

    americanas lderes de mercado que possibilitam a incorporao no

    tecido produtivo nacional de novas tecnologias de produo e de novos

    mercados de exportao.

    A cultura da framboesa encontra-se concentrada nos pases do norte e

    leste da Europa. Nestes pases a produo concentra-se nos meses de

    Junho a Setembro, repartida entre a framboesa remontante e no

    remontante. A falta de oferta justifica o recurso importao durante o

    perodo de Outubro a Maio, para fazer face procura crescente, uma

    vez que esta no tem uma sazonalidade to marcada como a da

    produo. O alargamento da Unio Europeia aos pases do leste

    europeu, com grande tradio no consumo de pequenos frutos, constitui

    tambm um factor promissor na expanso do mercado de exportao de

    framboesas frescas fora do perodo normal de produo.

    A comercializao de framboesas provenientes da cultura de ar livre no

    continente portugus (Junho a Setembro) encontra-se muito limitada

    dado o baixo consumo nacional e os reduzidos preos na exportao. A

    venda local dos frutos ou a sua transformao poder ser uma

    alternativa pontual para pequenas exploraes familiares.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    7

    2. As tecnologias de produo

    As tecnologias de produo tm evoludo ao longo da Histria de acordo

    com as necessidades do Homem. At h alguns anos atrs o objectivo

    prioritrio de uma boa tcnica agronmica era a produo em

    quantidade, com vista resoluo dos problemas de alimentao de

    uma populao em crescimento. Actualmente, comea a dar-se

    prioridade qualidade e proteco ambiental, mesmo que seja custa

    de uma reduo na produo. Surgem, assim, novas tcnicas que

    evitam a utilizao dos produtos de sntese, com vista a uma produo

    integrada de frutas. Em muitos casos as novas tecnologias no so mais

    do que a redescoberta de antigas prticas culturais entretanto

    abandonadas.

    Com o aparecimento de mercados mais exigentes e de uma maior

    competio no sector agrcola, novas tcnicas agronmicas foram

    desenvolvidas no sentido de alterar o cicio biolgico das culturas. Esta

    alterao pode ser efectuada com vista ao aumento da estao de

    crescimento ou simplesmente pela sua deslocao (Figura 2).

    Figura 2 Diferentes tcnicas de produo de framboesa numa mesma explorao.

    Cultura no ar livre e cultura protegida.

    No caso particular das framboesas, o crescimento do consumo tem

    impulsionado o desenvolvimento de novas tcnicas culturais com vista

    ao aumento da produtividade, melhoria da qualidade do fruto e

    diversificao da poca de colheita. As tecnologias de produo diferem

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    8

    consoante os pases em que tm sido desenvolvidas. Nos pases do Sul

    da Europa estas tm tirado partido principalmente das boas condies

    edafo-climticas dos locais de produo, minimizando custos. Nos pases

    da Amrica do Norte e do Norte da Europa a produo incorpora elevada

    tecnologia dadas as condies menos propcias ao seu

    cultivo[10][11][12][13][14].

    2.1. Produo de framboesa ao ar livre

    Em Portugal a framboesa pode ser cultivada em diferentes pocas

    recorrendo a diversas tecnologias. A cultura ao ar livre no se adapta

    maioria das regies do continente portugus, se excluirmos a regio de

    Entre-Douro e Minho, devido s altas temperaturas e baixa humidade

    relativa durante o perodo de Vero[15]. Factor determinante da

    produtividade, em condies de clima de Inverno ameno, tambm o

    longo perodo de temperaturas favorveis ao crescimento (baixa

    ecodormncia) e o reduzido nmero de horas com temperaturas baixas

    durante o Inverno para a quebra da endodormncia das plantas de

    framboesa (Figura 3).

    Figura 3 Cultura da framboesa ao ar livre.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    9

    2.2. Produo de framboesa em tnel

    A colocao de tneis de plstico no incio da Primavera pode ser

    suficiente para a antecipao da produo em uma ou duas semanas

    nas cultivares de framboesa no remontante. uma tcnica simples

    mas de rendibilidade econmica extremamente varivel. Para as

    cultivares remontantes tambm possvel aplicar a mesma tcnica. Esta

    tcnica consiste na cobertura das linhas de plantao com tneis

    plsticos no fim de Fevereiro, sendo estas que vo sendo gradualmente

    descobertas medida que a temperatura o permite. O material utilizado

    na cobertura dos tneis assume alguma importncia. Se for utilizado o

    polietileno, so de esperar efeitos na antecipao da produo[16][17].

    To importante como o material de cobertura empregue, a data de

    cobertura das plantas, pois se esta for muito tardia os efeitos no so

    to pronunciados. A cobertura deve ser instalada antes do incio do

    crescimento dos lanamentos na Primavera.

    ainda possvel prolongar a poca de produo ao longo do

    Outono/Inverno atravs da proteco das plantas e da utilizao de

    cultivares tardias. As estufas permitem assim a proteco contra a

    chuva, geadas outonais, ou descida das temperaturas (Figura 4).

    Figura 4 Cultura da framboesa em cultura protegida.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    10

    2.3. Produo precoce

    O sistema mais conhecido para produo fora de poca o que utiliza

    plantas de framboesa no remontante tratadas pelo frio e plantadas

    posteriormente em tnel para produo precoce de Primavera. Atravs

    dos trabalhos efectuados por Williams[19][20], com cultivares de

    framboesa no remontante, verificou-se que era possvel a produo de

    framboesas em qualquer poca do ano, desde que se realizasse um

    tratamento prvio dos lanamentos. Este autor verificou que sujeitando

    os lanamentos a um tratamento indutivo trs semanas de dias curtos

    e temperaturas de 10 C, seguidos de seis semanas a baixas

    temperaturas (3C) para a quebra da dormncia era possvel obter

    uma boa produo aps dois meses numa estufa aquecida. Assim,

    actualmente o sistema de produo precoce de framboesas no perodo

    de Primavera (Maro a Junho) baseia-se na utilizao de plantas de

    cultivares no remontantes conservadas em cmara frigorfica e

    plantadas em tnel durante o princpio do Inverno[21][22][23][24][25][26]

    (Figura 5).

    Figura 5 Cultura de framboesa no remontante tratada pelo frio e plantada em tnel para

    produo precoce de Primavera.

    As tcnicas necessrias para a produo precoce foram desenvolvidas e

    aperfeioadas durante alguns anos na HEF no mbito de um projecto

    PAMAF[27][28][29]. Devem ser utilizadas cultivares precoces, muito

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    11

    produtivas e com frutos de grande calibre, sendo as cultivares

    Tulameen, Glen Ample, e Glen Lyon as melhor adaptadas. Em Espanha

    os produtores da regio de Huelva utilizam quase exclusivamente a

    cultivar Glen Lyon para alargar o perodo de produo aos meses de

    Janeiro e Fevereiro. No entanto, este sistema dispendioso e no tira o

    melhor partido das nossas condies climticas.

    2.4. Produo tardia

    A produo tardia de framboesas durante o Outono (Outubro a

    Dezembro), obtida atravs do corte dos lanamentos do ano ao nvel do

    solo durante o Vero, foi utilizada comercialmente pela primeira vez na

    Nova Zelndia. Esta tcnica consistia no corte dos lanamentos do ano

    de cultivares remontantes quando estes atingiam um comprimento de

    60 70 cm de forma a dar-se um novo crescimento, atravs do

    desenvolvimento de lanamentos secundrios. Assim era possvel obter

    uma produo mais tardia[30]. No sudoeste alentejano foi tambm

    instalado um ensaio para optimizao deste sistema produtivo. Nas

    condies experimentais ento testadas, o corte dos lanamentos do

    ano, realizado antes do fim de Julho, originou uma produo e qualidade

    do fruto comercialmente remuneradoras sendo a colheita adiada de trs

    meses em relao poca normal de produo[31][32].

    2.5. As tecnologias de produo mais utilizadas na Europa

    Os sistemas de produo devem ser encarados numa perspectiva

    dinmica de um mercado mundial fortemente concorrencial. Os perodos

    de oferta dos diferentes produtores mundiais encontram-se

    relativamente bem definidos (Figura 6) devendo Portugal tirar partido

    das suas condies climticas, nicas no contexto europeu.

    A cultura protegida em Espanha encontra-se fundamentalmente

    concentrada na regio de Huelva e centrada nos meses de Fevereiro a

    Abril. Com o aumento da rea de cultura das framboesas, os produtores

    espanhis tm tentado antecipar a produo para os meses de

    Dezembro e Janeiro mas as condies climticas e as tecnologias de

    produo utilizadas no permitem maior antecipao com elevada

    produtividade. No Norte da Europa a produo de framboesas incorpora

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    12

    elevada tecnologia sendo obrigatrio o aquecimento das estufas durante

    os meses de Novembro a Maro, baseando-se as tecnologias de

    produo em plantas de framboesa no remontante cultivadas em

    substrato. A produo chilena de framboesas para o mercado de

    exportao concentra-se nos meses de Janeiro e Fevereiro dado que a

    cultura de framboesas neste pas se realiza exclusivamente ao ar livre.

    A - Cultura protegida - Espanha (NR)

    B - Cultura protegida - Norte da Europa (NR)

    C - Produo ar livre - Norte da Europa (R e NR)

    D - Produo ar livre - Norte de Portugal e Espanha (R)

    E - Produo ar livre - Chile (R)

    F - Cultura protegida - Portugal (NR e R)

    Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

    - Oferta baixa - Oferta mdia - Oferta alta

    Figura 6 Quadro sntese dos perodos de oferta de framboesa no mercado europeu utilizando diferentes sistemas de produo com cultivares remontantes (R) e no remontantes (NR)[35].

    A cultura de framboesas em Portugal encontra assim duas pocas

    particularmente favorveis, os meses de Maio/Junho e Novembro.

    Ambos os perodos possuem como maior vantagem a impossibilidade da

    concorrncia da maior regio produtora espanhola e dos elevados custos

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    13

    de produo registados no Norte da Europa. Com a utilizao de plantas

    de framboesa no remontante, tratadas pelo frio em cmara frigorfica,

    para produo no ms de Maio e, com o corte estival dos lanamentos

    do ano de framboesa remontante, para produo no ms de Novembro,

    Portugal possuiu excelentes condies para ser lder de mercado nestes

    dois perodos[33][34].

    Os sistemas de produo originam tambm diferentes produtividades

    que devem ser estudadas e optimizadas para as diversas regies

    produtoras. Os diferentes sistemas tm sido testados e as tcnicas

    aperfeioadas mas os resultados obtidos so muito diferentes,

    dependendo da regio produtora, facto que torna impossvel uma

    comparao. A ttulo de exemplo refiram-se os trabalhos de trs estudos

    diferentes que utilizaram plantas de framboesa no remontante tratadas

    pelo frio em cmara frigorfica em que foram obtidas produes de 890,

    300 e 243 g por lanamento para as cultivares Tulameen, Glen Ample e

    Titan, respectivamente[36][37][38].

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    14

    3. A evoluo das tecnologias de produo da framboesa no sudoeste alentejano

    Diversas regies do pas possuem condies edafo-climticas favorveis

    cultura da framboesa. No entanto, de extrema importncia ter em

    ateno os hbitos de frutificao das framboesas e o somatrio das

    horas de frio do local de plantao. As necessidades em frio para a

    quebra da dormncia dos gomos so elevadas nas framboesas, sendo

    superiores nas cultivares de framboesa no remontante. O nmero de

    horas de frio diverge ainda com a cultivar, podendo em alguns casos

    inviabilizar a cultura em regies de clima de Inverno ameno.

    3.1. A framboesa na cultura ao ar livre

    A cultura da framboesa ao ar livre pode ser realizada em quase todo o

    pas, encontrando em algumas regies do litoral norte, com Invernos

    frios e chuvosos, condies privilegiadas para a produo no perodo de

    Primavera. As regies do litoral centro e sul, bem como o Algarve,

    possuem Invernos amenos e temperaturas estivais por vezes muito

    elevadas que podem no permitir o pleno sucesso da cultura de ar livre.

    Na regio do sudoeste alentejano a cultura de framboesas encontra

    condies de cultura muito favorveis, facto que levou instalao de

    uma plantao para avaliao varietal, com o objectivo de conhecer a

    adaptao agronmica das diversas cultivares disponveis e seleccionar

    as mais adequadas regio[39].

    Nesse ensaio foram testadas 30 cultivares de framboesa remontante e

    no remontante, consideradas as mais representativas poca. No

    primeiro ano, as cultivares remontantes apenas produziram em

    lanamentos do ano tendo a cultivar Autumn Cygnet sido a primeira a

    entrar em produo (1 de Julho), a Joan Squire comportou-se como

    uma cultivar de meia estao (20 de Julho) e a Heritage foi a cultivar

    mais tardia (7 de Setembro).

    A Autumn Cygnet foi a cultivar mais produtiva, a Galant a que

    apresentou frutos de maior calibre e a Joan J a maior percentagem de

    refugo (Quadro II). As cultivares Heritage, Ruby e Summit no

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    15

    apresentaram produes satisfatrias, porque foram inferiores ao valor

    de referncia de 2000 g.m-1.

    Quadro II

    Produo total mdia, refugo e peso mdio de 20 frutos para as cultivares de framboesa remontante com produo limitada aos lanamentos do ano no Outono (1 ano ensaio).

    Cultivar Talho (m)

    Produo (g.m-1)

    Refugo (%)

    Peso 20 frutos (g)

    Autumn Cygnet 24 4 582 18,0 68

    Heritage 24 314 14,6 55

    Galant 12 3 584 9,5 94

    Joan Squire 24 2 730 12,9 73

    Ruby 24 1 280 17,8 90

    Joan J 12 3 201 19,9 81

    Summit 6 1 968 6,5 64

    No segundo ano de ensaio, foi permitida a produo em lanamentos de

    segundo ano em algumas cultivares de framboesa remontante.

    Durante o ms de Janeiro necessrio decidir sobre a manuteno ou

    no dos lanamentos que frutificaram. A deciso sobre a supresso ou

    no dos lanamentos que frutificaram no ano depende de:

    - Vigor dos lanamentos e seu comprimento.

    - Estado fitopatolgico da cultura.

    - Valor esperado da produo antecipada.

    - Competio entre os lanamentos do ano e do ano anterior.

    - Disponibilidade em mo-de-obra.

    Se optarmos pela manuteno dos lanamentos possvel obterem-se

    dois ciclos produtivos, um durante a Primavera e um segundo durante o

    Vero (Figura 7).

    No segundo ano de ensaio foi possvel obter duas produes: a de

    Primavera e a de Outono. Na produo de Primavera a cultivar mais

    produtiva foi a Galant (Quadro III). A Ruby apresentou os frutos de

    maior calibre e a Joan J valores muito elevados de refugo (superior a

    50%).

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  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    17

    Quadro III Produo total mdia, refugo e peso mdio de 20 frutos para as cultivares de framboesa remontante na produo de Primavera, em lanamentos de segundo ano (2 ano de ensaio).

    Cultivar Talho (m)

    Produo (g.m-1)

    Refugo (%)

    Peso 20 frutos (g)

    Heritage 24 1 597 23,4 56

    Galant 12 2 307 48,0 72

    Joan Squire 24 1 354 48,6 62

    Ruby 24 882 19,0 77

    Joan J 12 1 941 59,5 68

    No ciclo de Vero as cultivares Autumn Cygnet e Autumn Bliss, que

    tinham sido cortadas ao nvel do solo durante o Inverno, foram as que

    apresentaram produes mais elevadas (Quadro IV). No conjunto dos

    dois ciclos a Galant foi a mais produtiva com uma produo

    aproximada de 18 toneladas por hectare e com um peso mdio por fruto

    de 3,6 g na Primavera e de 4,8 g no Vero. A Joan Squire foi tambm

    extremamente produtiva com a produo fundamentalmente centrada

    no Vero (72 % da produo anual).

    Quadro IV Produo total mdia, refugo e peso mdio de 20 frutos para as cultivares de framboesas remontantes na produo de Outono, em lanamentos do ano (2 ano de ensaio).

    Cultivar Talho (m)

    Produo (g.m-1)

    Refugo (%)

    Peso 20 frutos (g)

    Autumn Cygnet 24 3 954 15,9 74

    Autumn Bliss 24 3 530 4,8 76

    Heritage 24 2 133 2,7 59

    Princess 24 1 175 6,1 89

    Galant 12 3 089 2,7 99

    Joan Squire 24 3 551 12,0 72

    Ruby 24 1 362 3,8 76

    Joan J 12 2 380 9,2 76

    Summit 18 1 813 3,4 60

    No primeiro ano de ensaio as produes das cultivares de framboesa

    no remontante foram extremamente baixas devido a condies

    climticas particularmente desfavorveis. A Glen Moy foi a mais

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    18

    produtiva (1307 g.m-1) e com frutos de maior calibre (4,9 g). A cultivar

    Glen Lyon apresentou, neste ano, uma segunda produo nos

    lanamentos do ano sensivelmente igual de Primavera (721 g.m-1). A

    Glen Moy tambm frutificou durante o Outono com uma produo de

    325 g.m-1. No conjunto das duas produes ambas as cultivares

    apresentaram uma produo idntica, embora a Glen Lyon tenha

    apresentado uma importante reduo do calibre no Outono.

    No segundo ano de ensaio todas as cultivares foram mais produtivas

    que em 1998. No entanto, verificou-se que apenas duas cultivares

    ultrapassaram os 2000 g.m-1, a Glen Moy e a Puyallup (Quadro V). Na

    produo de Outono a Glen Lyon foi a cultivar mais produtiva. No

    conjunto das duas produes a Puyallup apresentou valores mais

    elevados de produo com pesos por fruto de 4,0 g na Primavera e de

    4,5 g no Outono.

    Quadro V

    Produo total mdia, refugo e peso mdio de 20 frutos para as cultivares de framboesas no remontantes durante a Primavera (2 ano de ensaio).

    Cultivar Talho (m)

    Produo (g.m-1)

    Refugo (%)

    Peso 20 frutos (g)

    Malling Gaia 6 753 19,9 75 Glen Moy 6 2 338 43,8 70

    Malling Julia 6 1 523 36,8 61 Meeker 6 702 20,2 64

    Glen Clova 6 916 39,5 72 Malling Leo 6 558 46,6 73 Glen Rosa 6 921 18,8 61

    Glen Magna 6 325 16,7 90 Glen Lyon 48 376 29,3 82

    Glen Ample 42 681 14,9 90 Glen Prosen 66 544 21,1 77 Chilliwack 6 1 899 29,5 57 Puyallup 6 2 399 21,7 79

    Na cultura da framboesa ao ar livre no litoral alentejano devem ter-se

    em ateno os seguintes pontos:

    - A produo ao ar livre encontra-se limitada, sendo as cultivares de

    framboesa remontante as melhor adaptadas cultura de ar livre.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    19

    - A produo de framboesa ao ar livre pode ter incio no ms de Maio

    e prolongar-se at s primeiras chuvas de Outono, combinando

    diferentes cultivares.

    - A precocidade na cultura das framboesas obtida atravs da

    produo em lanamentos de segundo ano.

    3.2. A framboesa em cultura protegida

    3.2.1. As tecnologias para produo precoce de Primavera

    Na produo tempor, com recurso cultura protegida, utilizam-se

    principalmente lanamentos de segundo ano (long canes) de cultivares

    no remontantes provenientes de zonas com invernos frios, no estado

    de dormncia e com as necessidades de frio satisfeitas, que so

    transplantadas para uma estufa. Como alternativa poder-se-o utilizar

    plantas obtidas durante o Vero no local de produo dos frutos, desde

    que seja possvel assegurar a diferenciao e quebra de dormncia dos

    gomos laterais atravs do seu acondicionamento em cmara frigorfica.

    Framboesa no remontante

    As plantas de framboesa no remontante so as mais utilizadas nesta

    tcnica de produo. A satisfao das necessidades em frio das plantas,

    para obteno de uma entrada em vegetao precoce, pode ser obtida

    em viveiro ou em cmara frigorfica.

    Num ensaio realizado na HEF, plantas da cultivar no remontante Glen

    Prosen, cultivadas em estufa durante o perodo do Vero, foram

    arrancadas durante o Outono e sujeitas a trs tratamentos de

    conservao frigorfica:

    a) -1,5 C 4,5 meses,

    b) -1,5 C 2,5 meses,

    c) temperatura varivel durante 2,5 meses.

    Em Fevereiro as plantas dos 3 tratamentos foram plantadas, com uma

    densidade de 10 lanamentos por metro linear, numa estufa no

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    20

    aquecida e comparadas com plantas produzidas num viveiro Escocs e

    apenas sujeitas a frio natural[40].

    As plantas provenientes da Esccia apresentaram um maior

    nmero de gomos abrolhados que originaram um maior nmero de

    laterais, ainda que a relao entre o nmero de gomos abrolhados e o

    nmero de laterais seja praticamente a mesma para as plantas da

    Esccia e para as submetidas a frio artificial (Quadro VI).

    Quadro VI Efeito do tratamento frio na evoluo dos gomos e no crescimento dos laterais na cultivar Glen Prosen.

    Evoluo dos gomos Anlise do crescimento

    Tratamentos N de ns/ lanamento

    N gomos abrolhados

    N laterais/ lanamento

    Comprimento laterais (cm)

    Dim.lan./ dim lateral

    4,5 meses (1,5 C)

    29

    19

    8

    40

    3,4

    2,5 meses (1,5 C)

    32

    10

    7

    40

    3,1

    2,5 meses (t)

    37

    14

    7

    34

    2,9

    Esccia 34 24 13 18 4,2

    Nas plantas tratadas com frio artificial o comprimento dos laterais

    claramente superior aos produzidos nas plantas da Esccia. A

    observao dos gomos dos lanamentos sujeitos ao frio artificial

    permitiu verificar que a diferenciao floral s tinha ocorrido de maneira

    uniforme ao longo do tero mdio dos lanamentos na data em que

    estes foram colocados na cmara frigorifica[41].

    Durante a cultura verificou-se que o padro de diferenciao e o de

    formao de laterais no era coincidente, tendo o nmero de laterais

    sido superior ao nmero de gomos previamente diferenciados. Assim,

    pode concluir-se que parte dos laterais tive origem em gomos cuja

    diferenciao ocorreu aps a plantao, o que poder explicar a grande

    diferena entre o comprimento dos laterais das plantas submetidas a

    frio artificial e as da Esccia, visto que nestas condies a diferenciao

    ocorre naturalmente no fim do Vero, princpio do Outono[42]. Nestes

    laterais mais longos foram produzidos frutos em nmero claramente

    superior aos originados nos laterais das plantas da Esccia, ainda que

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    21

    com um peso mdio por fruto ligeiramente inferior. Observou-se

    tambm uma maior antecipao da produo nas plantas sujeitas ao frio

    natural (Esccia) facto que pode resultar da diferena na poca de

    diferenciao floral dos gomos.

    Quadro VII

    Efeito do tratamento frio na produo por lanamento, por lateral e no nmero de frutos colhidos por lanamento na cultivar Glen Prosen.

    Anlise da produo

    Tratamentos Produo por lanamento (g)

    Produo por lateral (g)

    N frutos colhidos por lanamento

    4,5 meses (1,5 C) 334 41,8 22

    2,5 meses (1,5 C) 274 39,1 23

    2,5 meses (t) 233 33,3 20

    Esccia 190 14,6 7

    As plantas sujeitas aos tratamentos com frio artificial produziram

    respectivamente 334, 274 e 233 g por lanamento (Quadro VII). As

    plantas submetidas a frio natural produziram apenas 190 g por

    lanamento, mas com uma antecipao de trs semanas relativamente

    aos restantes tratamentos (Figura 8). As produes registadas foram

    semelhantes s obtidas em pases do norte da Europa, 1,6 a 2,8 kg por

    metro de linha no perodo de Abril a Maio e de 1,2 kg por metro de linha

    no perodo de Novembro a Dezembro[42].

    Figura 8 Efeito dos tratamentos com frio na data e volume de produo por metro de linha.

    0

    1 0 0 0

    2 0 0 0

    3 0 0 0

    4 0 0 0

    0 6 - m a i 2 0 - m a i 0 3 - j u n 1 7 - j u n 0 1 - j u l 1 5 - j u l 2 9 - j u l

    D a t a s d e c o l h e i t a

    (g.m

    -1)

    4 , 5 m e s e s 2 , 5 m e s e s 2 , 5 m e s e s ? t E s c c i a

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    22

    Na cultura da framboesa no remontante para produo precoce de

    Primavera devem ter-se em ateno os seguintes pontos:

    - A produo com plantas de framboesa no remontante, em estufas

    no aquecidas, apresenta produtividades semelhantes s obtidas

    no Norte da Europa;

    - O recurso s cmaras frigorficas para tratamento trmico das

    plantas revelou ser to eficaz com o frio natural;

    - A produo de plantas em regies do Sul da Europa mais

    favorvel, permitindo obter laterais com maior nmero de flores;

    - Esta tcnica permite ao produtor utilizar as suas prprias plantas

    evitando a sua importao anual;

    Framboesa remontante

    As framboesas remontantes no tm sido utilizadas neste sistema

    porque frutificam nos lanamentos do ano. Assim, a sua utilizao para

    obteno de uma nova produo nos lanamentos de segundo ano,

    encontra-se comprometida, dado o menor nmero de ns por

    lanamento. No entanto, possuem algumas caractersticas que podem

    de alguma forma reduzir esta desvantagem, sendo a mais importante a

    sua capacidade de produzirem uma segunda colheita no Outono,

    tornando assim possvel a obteno de duas produes em perodo de

    elevado preo.

    A produo de Outono-Inverno pode ainda ser escalonada atravs da

    manipulao do ciclo vegetativo dos lanamentos do ano, segundo a

    tcnica descrita por Oliveira et al.[43]. Assim, foi realizado um ensaio

    para estudar a optimizao da dupla produo, precoce e tardia, com

    plantas de framboesa remontante, baseada no sistema de produo

    precoce em lanamentos de segundo ano com origem em regies de

    Invernos frios, seguido do sistema de produo tardio com e sem corte

    estival dos lanamentos do ano.

    O ensaio foi realizado com a cultivar Joan Squire, plantada em estufa

    durante o ms de Janeiro. Para a produo de Primavera foram

    utilizados lanamentos de segundo ano, com origem num viveirista

    ingls, tendo-se estabelecido trs populaes plantao. Na produo

    de Outono-Inverno foram impostas trs intensidades de corte[44].

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    23

    No ciclo de produo de Primavera verificou-se que a populao de

    lanamentos plantao no tinha nenhum efeito significativo na

    produo por metro de linha de cultura, provocando apenas uma

    significativa quebra do peso mdio dos frutos na populao mais

    elevada (Quadro VIII). Os valores da produo por metro obtidos com a

    Joan Squire so semelhantes aos obtidos na cultivar Meeker (2664

    g.m-1) para uma mesma populao[45].

    Figura 9 Produo com lanamentos de segundo ano na cultivar Joan Squire.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    25

    No ciclo de produo Outono/Inverno, na produo sem corte dos

    lanamentos do ano, no se verificou nenhum efeito da populao inicial

    na produo. Quando se impuseram diferentes intensidades de corte,

    em lanamentos com apenas dois meses de crescimento, verificou-se

    uma quebra na produo (Quadro VIII). Este baixo valor da produo

    pode ainda estar associado ao corte tardio dos lanamentos (2 de

    Agosto), dado que a Joan Squire uma cultivar mais tardia que a

    Autumn Bliss[46].

    Na cultura da framboesa remontante para produo precoce de

    Primavera devem ter-se em ateno os seguintes pontos:

    - A produo com plantas de framboesa remontante apresenta

    produtividades semelhantes s obtidas com plantas de framboesa

    no remontante.

    - Aps o primeiro ciclo de Primavera possvel obter-se uma

    segunda produo em lanamentos do ano.

    - Esta tcnica implica a importao de plantas de pases do Norte da

    Europa, sendo necessria a contratao de viveiros especializados.

    3.2.2. As tecnologias para produo tardia de Outono

    3.2.2.1. O corte dos lanamentos ao nvel do solo

    Oliveira et al.[47] descrevem um mtodo que permite alterar a poca de

    colheita de Outono da framboesa remontante, atravs do corte, ao nvel

    do solo, dos lanamentos do ano durante o perodo de Julho/Agosto.

    O corte dos lanamentos ao nvel do solo permite, na framboesa

    remontante, deslocar o seu ciclo produtivo, dado o seu rpido

    crescimento. Na aplicao desta tcnica a precocidade da cultivar

    extremamente importante dado que a frutificao tem que ser possvel

    num curto perodo de tempo. O ambiente das estufas tambm um

    factor crtico a ter em conta no momento da escolha dos tneis a

    utilizar.

    Nos primeiros ensaios estudou-se o efeito do corte dos lanamentos ao

    nvel do solo em cinco datas consecutivas diferenciadas de quinze dias,

    tendo-se obtido 63,5 g e 52,8 g de frutos por lanamento quando os

    lanamentos do ano da cultivar Autumn Bliss foram cortados em 2 e 16

    de Julho respectivamente[48] (Figura 10). Esta produo equivalente

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    26

    obtida na primavera (1900 g por metro de linha) para as mesmas

    condies culturais e de localizao[49].

    Figura 10 Esquema exemplificativo do corte dos lanamentos do ano ao nvel do

    solo durante o Vero.

    Esta mesma tcnica foi mais tarde testada em diferentes cultivares

    tendo-se verificado que fundamental a utilizao de cultivares

    precoces como a Autumn Bliss, para que a resposta ao corte seja

    rpida.

    A Autumn Bliss quando cortada ao nvel do solo produz um maior

    nmero de frutos por lanamento que a Autumn Cascade ou a

    Heritage (Quadro IX). A Autumn Cascade e Heritage no

    conseguiram iniciar a florao a tempo para ser possvel obter uma

    produo significativa antes do Inverno. Esta tcnica, quando aplicada a

    cultivares mais tardias como a Heritage, no permite a obteno de

    frutos devido ao longo perodo entre o corte e a frutificao dos novos

    lanamentos[48].

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    27

    Quadro IX

    Efeito do corte ao nvel do solo, a 15 de Julho, na produo por lanamento, nmero de frutos por lanamento e peso do fruto na Autumn Bliss, Autumn Cascade e Heritage[48].

    Cultivar Produo por lanamento (g)

    N frutos por lanamento

    Peso do fruto (g)

    Autumn Bliss 57 b 16 c 3,6 a

    Autumn Cascade 9 c 4 cd 2,3 c

    Heritage 0 c 0 d -y z LSD P< 0,05 na separao de mdias entre parmetros. F para o corte, cultivar e interaco significativo para P 0.001. y No houve produo de frutos.

    A data de corte dos lanamentos ao nvel do solo provou ser, tambm

    ela, um factor crtico na aplicao desta tcnica. O corte demasiado

    tardio compromete a produtividade dos lanamentos, uma vez que pode

    no existir tempo suficiente, antes do perodo de baixas temperaturas

    de Inverno, para que o crescimento dos lanamentos e a diferenciao

    das flores ocorram em boas condies. Assim, cultivares tardias devem

    ser cortadas cedo.

    3.2.2.2. Optimizao da intensidade do corte

    Nos primeiros ensaios do sistema de produo tardia com corte dos

    lanamentos do ano durante o Vero, dois factores foram determinantes

    para a quebra na produtividade: o elevado investimento da planta na

    produo de novos lanamentos (biomassa no til) e as condies

    decrescentes de temperatura e da radiao disponvel, com a

    consequente reduo do nmero de flores e frutos[48][49]. Associado a

    estes dois factores encontra-se ainda a necessidade de reduzir o ciclo

    produtivo de Outono de forma a poder cortar os lanamentos mais tarde

    (aproveitando a produo de Julho) colhendo os frutos durante o ms de

    Novembro. Este conhecimento tornou necessrio delinear novos estudos

    tendentes a optimizar o sistema, tendo em vista o aumento da sua

    produtividade.

    Os lanamentos das plantas de framboesa quando cortados durante o

    perodo de crescimento emitem ramos laterais que se mantm

    vegetativos na framboesa no remontante e que podem comportar-se

    como laterais frutferos na framboesa remontante[50]. Tirando partido

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    28

    desta caracterstica foi ensaiado o corte dos lanamentos do ano a

    diferentes alturas, alterao da intensidade do corte, de forma a

    permitir a reduo do ciclo produtivo de Outono e aumentar a

    produtividade (Figura 11).

    Testaram-se as cultivares Autumn Bliss, Autumn Cascade e Heritage

    cortadas a trs intensidades de corte (altura), em diferentes datas. As

    plantas podadas a maior altura, em comparao com o corte ao nvel do

    solo, tiveram uma reduo do perodo de crescimento. Quando os

    lanamentos foram podados a dez ns ou mais na Autumn Bliss e na

    Autumn Cascade, no se verificaram diferenas no nmero de semanas

    desde o corte ao incio da produo. Na Heritage verificou-se um ligeiro

    decrscimo do corte a 15 para 25 ns[51].

    Figura 11 Esquema exemplificativo do corte dos lanamentos do ano aos dez ns

    durante o Vero.

    Para a cultivar Autumn Bliss, cortada no dia 15 de Julho e a 10 ns, foi

    possvel obter uma produo de 168 g por lanamento, para a Autumn

    Cascade uma produo de 232 g por lanamento, quando cortada a 20

    ns e 48 g por lanamento para a Heritage cortada a 25 ns (Quadro

    X).

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    29

    Quadro X Efeito da intensidade de poda no nmero de laterais por lanamento, produo por lanamento e peso mdio do fruto da Autumn Bliss, Autumn Cascade e Heritage[51].

    Cultivar Data de corte

    Intensidade do cortez

    N de laterais por lanamento

    Produo por lanamento (g)

    Peso do fruto (g)

    N5 2 105 3,2

    Autumn 19 Jul. N10 3 168 3,1

    Bliss N15 4 167 2,9

    Lineary *** * *

    N10 3 174 3,0

    Autumn 02 Ago. N15 4 189 3,0

    Cascade N20 5 232 3,0

    Lineary *** * NS

    N15 1 33 2,4

    Heritage 16 Ago. N20 2 36 2,3

    N25 2 48 2,4

    Lineary * NS NS z Lanamentos cortados a 5, 10 e 15 ns na Autumn Bliss (N5, N10, N15), a 10, 15 e 20 ns na Autumn Cascade (N10, N15, N20), e 15, 20 e 25 ns na Heritage (N15, N20, N25). y NS, *, *** No significativo, significativo a P 0,05 ou P 0,001, respectivamente para o efeito linear. O efeito quadrtico foi no significativo.

    Sendo o nmero de frutos por lanamento funo do nmero de laterais

    frutferos por lanamento e do nmero de frutos por lateral, o corte a

    maior altura resulta num maior nmero de frutos e portanto numa

    maior produo por lanamento.

    Com a introduo da intensidade do corte foi possvel reduzir o perodo

    de crescimento e frutificao dos ramos de fruto, facto que permite

    retardar a data de corte. Este atraso na data de corte permite, em

    algumas cultivares, que a primeira produo seja completada

    viabilizando assim a obteno de duas produes em lanamentos do

    ano de framboesa remontante.

    3.2.2.3. Optimizao da intensidade e da data de corte

    Como as condies decrescentes da temperatura e da radiao

    disponvel tm influncia marcante na produtividade, tornando crtica a

    data de corte, foi tambm executado um segundo ensaio com o

    objectivo de determinar o efeito da data de corte (alterao da

    temperatura e da radiao disponvel) em plantas sujeitas s diferentes

    intensidades de corte para as trs cultivares anteriormente estudadas.

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    30

    Assim, foram realizados dois ensaios em anos consecutivos em que as

    cultivares foram cortadas com a mesma intensidade mas em datas

    distintas (quinze dias mais tarde no segundo ano)[52).

    Figura 12 Efeito da data de corte em diferentes intensidades de corte

    em plantas de framboesa remontante.

    O corte mais tardio dos lanamentos do ano permitiu produzir mais

    tarde, apresentando a mesma resposta para as cultivares Autumn Bliss

    e Autumn Cascade (Figura 12). No entanto, o crescimento dos ramos de

    fruto e a produo foram significativamente afectados, colocando uma

    vez mais em evidncia que os cortes mais tardios sofrem com os

    reduzidos valores de temperatura e radiao do Outono, prejudicando a

    produtividade.

    3.2.2.4. Optimizao da populao de lanamentos

    Factor extremamente importante, quando se aplica a tcnica de corte

    dos lanamentos do ano durante o perodo de Vero, a escolha da

    populao de lanamentos (densidade) por metro de linha de cultura.

    Este factor foi tambm estudado num ensaio em que foi utilizada a

    cultivar Autumn Bliss dado ser a cultivar padro para este tipo de

    estudos.

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    19 Set.

    06 Out.

    18 Out.

    01 Nov.

    15 Nov.

    30 Nov.

    14 Dez.

    27 Dez.

    10 Jan.

    24 Jan.

    07 Fev.

    Data

    Produo (g.m

    -1)

    'Heritage' N25 (95)

    'A. Cascade' N20 (95)

    'A . Cascade' N20 (96)

    'A. Bliss' N15 (95)

    'A. Bliss' N15 (96)

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    31

    Neste ensaio foram estudadas quatro populaes de lanamentos em

    plantas cortadas ao nvel do solo durante o ms de Julho (Figura 13).

    Figura 13 Valores da produo da cultivar Autumn Bliss em diferentes populaes e cujos lanamentos

    foram cortados ao nvel do solo (15 Julho).

    Em ambos os ciclos de produo, verificou-se que populaes muito

    baixas de lanamentos (8 lanamentos por metro de linha de cultura)

    afectam de forma importante a produtividade do sistema. Tambm

    populaes muito elevadas (32 lanamentos) reduzem marcadamente a

    produo. Neste estudo foi tambm determinado o peso mdio do fruto

    ao longo do perodo de colheita tendo-se verificado que este foi mais

    elevado na populao com 16 lanamentos.

    Um resultado importante deste estudo foi o permitir estabelecer a

    densidade de 16 lanamentos por metro de linha de cultura como a

    densidade que optimiza esta tcnica cultural.

    3.2.2.5. Optimizao da data de corte e da populao de

    lanamentos

    Foi tambm importante realizar estudos sobre a importncia da

    populao de lanamentos nas diferentes intensidades de corte. Assim,

    ensaiou-se na cultivar Autumn Bliss a interaco entre duas populaes

    de lanamentos; 16 e 32 lanamentos por metro, e trs intensidades de

    corte; nvel do solo, dez e vinte ns (Figura 14).

    Primavera

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    1600

    16 Jun. 22 Jun. 26 Jun. 01 Jul. 06 Jul. 10 Jul. 15 Jul. 20 Jul. 24 Jul. 29 Jul.

    Produo acumulada (g.m

    -1) P08

    P16

    P24

    P32

    Outono

    0

    200

    400

    600

    800

    1000

    1200

    1400

    1600

    1800

    2000

    06 Out.

    12 Out.

    16 Out.

    21 Out.

    26 Out.

    30 Out.

    04 Nov.

    09 Nov.

    13 Nov.

    18 Nov.

    23 Nov.

    27 Nov.

    02 Dez.

    07 Dez.

    14 Dez.

    Produo acumulada (g.m

    -1) P08

    P16

    P24

    P32

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    32

    Figura 14 Produo Outonal na cultivar Autumn Bliss quando sujeita

    a diferentes populaes de lanamentos e intensidades de corte.

    Verificou-se que quanto menor a intensidade de corte de Vero maior a

    produtividade no Outono. O efeito das populaes no foi o mesmo nas

    diferentes intensidades. Assim, a populao com 16 lanamentos foi

    mais produtiva no corte aos dez ns tendo-se tornado a menos

    produtiva no corte aos vinte ns.

    A maior produtividade da populao com maior nmero de lanamentos

    revela-nos uma caracterstica importante na cultura da framboesa.

    Populaes elevadas produzem uma canpia mais ensombrada, facto

    que pode afectar a diferenciao floral dos ramos laterais das zonas

    mais baixas dos lanamentos. Existe ainda um antagonismo entre a

    produo outonal e a primaveril dentro de uma mesma plantao[53).

    3.2.2.6. Adaptao da data e intensidade de corte a novas

    cultivares

    Os ensaios descritos tm sido realizados ao longo dos anos na Herdade

    Experimental da Fataca (HEF) no sentido de optimizar esta tecnologia de

    produo. No entanto as cultivares de framboesa remontante esto em

    contnua mudana sendo necessrio testar esta tcnica s cultivares

    entretanto lanadas no mercado e aceites pelos produtores (Figura 14).

    Neste sentido foi realizado mais recentemente um ensaio com seis

    cultivares de framboesa remontante: trs cultivares tempors (Autumn

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    900

    19 Set.

    26 Set.

    03 Out.

    10 Out.

    17 Out.

    24 Out.

    31 Out.

    07 Nov.

    14 Nov.

    21 Nov.

    28 Nov.

    05 Dez.

    12 Dez.

    19 Dez.

    26 Dez.

    02 Jan.

    09 Jan.

    16 Jan.

    Produo semanal (g.m

    -1)

    16

    32

    16

    32

    16

    32

    Nvel do solo 10 ns 20 ns

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    33

    Bliss, Joan Squire e Joan J), e trs cultivares tardias (Joan Irene, Galant

    e Heritage). Neste ensaio os lanamentos do ano foram cortados de

    acordo com a precocidade descrita para cada cultivar. Assim, para as

    cultivares tempors foram aplicados cortes altura do dcimo n no

    final do ms de Julho. Ao grupo de cultivares tardias, e dada a falta de

    informao anterior, os lanamentos no foram cortados em 2001,

    foram cortados altura da frutificao de Primavera no final de Agosto

    de 2002 e altura do vigsimo n no princpio de Agosto em 2003.

    Figura 14 Produo Outonal na cultivar Polka em cultura no solo.

    Nas cultivares tempors o corte dos lanamentos do ano ao dcimo n,

    ( 0,60 m de altura, dependendo da cultivar) no fim do ms de Julho ou

    incio do ms de Agosto, permite obter um novo ciclo produtivo com a

    colheita dos frutos concentrada durante o ms de Novembro. Nas

    cultivares de framboesa tardias o perodo de produo de

    Outono/Inverno recai num perodo de tempo mais alargado, coincidente

    com os meses de Novembro e Dezembro, independentemente da data e

    intensidade de corte aplicada. Da comparao entre os dois tipos de

    cultivares sobressai, alm de uma mais rpida entrada em produo, o

    menor perodo de colheita das cultivares tempors. A produo anual

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    34

    das trs cultivares tempors foi bastante elevada, variando entre o

    mnimo de 26,3 t.ha-1 para a cultivar Joan Squire em 2002 e as 35,0

    t.ha-1 para a cultivar Autumn Bliss em 2001. A cultivar Autumn Bliss foi

    a que apresentou sempre maior produo durante o perodo de

    Primavera/Vero, em relao ao perodo de Outono/Inverno, nos trs

    anos de ensaio. Em todas as cultivares verificou-se um maior peso

    mdio dos frutos, no perodo de Primavera/Vero, comprovando uma

    ligeira quebra no calibre dos frutos quando se aplica o corte ao dcimo

    n (Figura 15).

    Figura 15 Pormenor dos frutos das cultivares Autumn Bliss, Joan J e Joan Squire.

    A produo anual das cultivares tardias foi bastante diferente nos trs

    anos de ensaio. No entanto, a produo durante o perodo de

    Outono/Inverno foi sempre superior ao perodo de Primavera. A cultivar

    Joan Irene foi a que apresentou, nos trs anos, produes anuais mais

    elevadas. O corte das plantas altura de frutificao foi o nico

    tratamento que apresentou produes semelhantes, durante o perodo

    de Outono/Inverno, s observadas para as cultivares precoces. O corte

    ao vigsimo n no incio de Agosto, no apresentou produes

    satisfatrias em nenhum dos perodos produtivos.

    A aplicao dos diferentes tratamentos, s diferentes cultivares,

    permitiu concentrar a produo de frutos no ms de Novembro, ms de

    elevado preo no mercado de exportao. Os resultados demonstram

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    35

    uma interligao entre ambos os perodos produtivos, sendo a

    precocidade das cultivares um factor determinante da produtividade

    anual. As cultivares tardias apresentam a desvantagem de um perodo

    de produo mais alargado. Este um factor que condiciona a

    velocidade da colheita (maiores custos de produo), sendo tambm de

    grande importncia para a exportao, dada a necessidade de volumes

    mnimos para agrupamento no transporte. Este actualmente um

    sistema testado com comprovada rendibilidade e sustentabilidade.

    4. Optimizao agronmica do sistema de produo tardia

    Duas novas tecnologias foram entretanto testadas, inseridas no projecto

    Agro 556 Diversificao da produo frutcola com novas espcies e

    tecnologias que assegurem a qualidade agro-alimentar, em ensaios que

    decorreram na HEF. A primeira tcnica recorre manuteno das razes

    de framboesa em cmara frigorfica, como alternativa ao corte dos

    lanamentos do ano durante o Vero. Nesta tcnica, as razes

    permanecem seis meses em cmara, sendo retiradas no final do ms de

    Junho para plantao. Esta operao permite a reduo do ciclo cultural

    em seis meses com manuteno da produtividade no perodo de Outono.

    A segunda tcnica utiliza plantas especialmente preparadas e cultivadas

    em placas alveolares, facto que permite transformar radicalmente a

    forma como esta cultura hoje praticada.

    Com o objectivo de optimizar estas duas tecnologias de produo,

    foram realizados dois ensaios em cultura protegida. No primeiro ensaio,

    com razes frigo-conservadas, as razes foram plantadas em tnel, no

    solo e em substrato, no final do ms de Junho. Em ambos os casos

    foram utilizadas plantas das cultivares Joan Squire, Joan Irene e Polka.

    Em ambas as plantaes, no solo e em substrato, obtiveram-se

    produes e perodos de colheita equivalentes nas cultivares Joan Squire

    e Polka (19,0 e 15,4 t.ha-1 na cultura em substrato e 17,4 e 17,2 t.ha-1

    na cultura no solo, respectivamente). A cultivar Joan Irene, por ser uma

    cultivar tardia, no completou o ciclo produtivo quando cultivada no solo

    (16,7 t.ha-1 em substrato e 11,2 t.ha-1 no solo).

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    36

    Figura 16 Aspecto da cultura de framboesa remontante no solo e em substrato

    para produo tardia de Outono / Inverno.

    Na produo com plantas alveoladas foi utilizada apenas a cultivar

    Polka. As diferentes modalidades de corte (com e sem desponta) e

    densidades de plantao (entre 8 e 12 lanamentos por metro)

    aplicadas nesta cultivar, apresentaram produtividades muito

    semelhantes entre si (entre 17,8 e 20,0t.ha-1).

    No sentido de estudar a adaptao da cultura da framboesa cultura

    em substrato, foi ainda ensaiada a utilizao de plantas alveolares em

    cultura hidropnica (substrato de l de rocha). A plantao foi efectuada

    na primeira semana de Julho com uma densidade de plantao de trs

    lanamentos por placa de l de rocha. Nestas condies foi possvel

    obter uma produo de 17 t.ha-1 em plantas no despontadas e de 13

    t.ha-1 em plantas despontadas. As plantas que sofreram desponta

    apresentaram um ciclo de produo mais concentrado. O peso mdio do

    fruto foi muito elevado durante todo o perodo de colheita, tendo-se

    verificado um peso mdio por fruto de 5,0 g.

    Os resultados obtidos com estas tcnicas de produo foram

    semelhantes aos obtidos nos ensaios com recurso ao corte dos

    lanamentos do ano. Assim, o nmero de tcnicas disponveis para a

    intensificao da produo de framboesas no perodo de Outono/Inverno

    agora maior. Tornou-se tambm possvel a realizao de dois ciclos

    produtivos com diferentes culturas (ex. produo precoce de morango

  • Framboesa

    Tecnologias de produo

    37

    produo tardia de framboesa) no mesmo espao e numa mesma

    campanha, facto que permitir uma maior intensificao cultural.

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