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XVIII SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS FOZ DO IGUAQU ABRIL DE 1989 PROCEDIMENTO DE CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO COMPACTADO A ROLO DAS ENSECADEIRAS GALGAVEIS PARA 0 APROVEITAMENTO HIDROELETRICO DE SAO FELIX - USINA SERRA DA MESA - TEMA I Elcio A ntonio Guerra Jose Francisco Farage do Nascimento Jose Tomaz Fran5a Fontoura Rogerio Sales Goz Rubens Machado Bittencourt Walton Pacelli de Andrade FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S.A. 529

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XVIII SEMINARIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS

FOZ DO IGUAQU

ABRIL DE 1989

PROCEDIMENTO DE CONTROLE DE QUALIDADE DO CONCRETO

COMPACTADO A ROLO DAS ENSECADEIRAS GALGAVEIS PARA

0 APROVEITAMENTO HIDROELETRICO DE SAO FELIX

- USINA SERRA DA MESA -

TEMA I

Elcio Antonio Guerra

Jose Francisco Farage do Nascimento

Jose Tomaz Fran5a Fontoura

Rogerio Sales GozRubens Machado BittencourtWalton Pacelli de Andrade

FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S.A.

529

1.

RESUMO

A utilizagao de concreto compactado a rolo para a

construgao das ensecadeiras galgaveis na Usina Serra da Mesa,

exigiu que se elaborassem diretrizes a serem obedecidas durante

a construcao, as quais foram neste trabalho, designadas por Pro

cedimentos de Controle.

Estes procedimentos abrangem ensaios com os materiais

e concreto, em obediencia as especifica^oes, assim como as ativi

dades a serem cumpridas pela fiscalizagao nas fases de produgao

e aplicagao do concreto.

0 trabalho apresentado inclui as medidas julgadas ne

cessarias, em decorrencia das necessidades de se proceder aos a

justes exigidos durante a construgao.

A equipe do Laboratorio de Concreto de FURNAS tem par

ticipado ativamente dos estudos e das atividades cumpridas na o

bra e, com base nessa experiencia adquirida, apresenta os proce

dimentos de controle da produgao e aplicagao adotados na obra,no

sentido de divulgar e abrir discusses pertinentes ao assunto.

531

PROCEDIMENTO DE CONTROLE DE QUALIDADE DO CCR DAS

ENSECADEIRAS GALCAVEIS PARA 0 AHE DE SAO FEM

- USINA SERRA DA MESA -

1. INTRODUcAO

Este trabalho apresenta os procedimentos de controle do

concreto compactado a rolo, que esta sendo utilizado na constru

cao das ensecadeiras do Aproveitamento Hidroeletrico de Sao Felix

- Usina Serra da Mesa.

Devido ao planejamento da disponibilidade de recursos pa

ra a construcao da Usina Serra da Mesa, houve a necessidade de se

reprogramar varias atividades, objetivando a diminuicao do inves

timento no primeiro ano da obra, de modo a manter as datas criti

cas do planejamento de construcao. Dentre elas, a execucao da

ensecadeira original, prevista com um volume de argila e enroca

mento da ordem de 1.500.000 m3, foi substituida por ensecadeiras

de concreto, com volume de aproximadamente 33.500 m3; com a parti

cularidade de serem galgaveis nas duas proximas esta^oes chuvo

sas.

Do volume total de concreto previsto, cerca de 85% e de

concreto compactado a rolo (CCR).

0 CCR utilizado e rico em pasta, sendo o material cimenti

cio constituido de cimento e escoria de alto forno moida.

0 rio Tocantins foi desviado para dois tuneis, a partir

01 de julho de 1988, e apos o desvio foram executadas duas pre-

ensecadeiras convencionais de terra e enrocamento, como previstas

no projeto. Abaixo e mostrado o arranjo geral da obra.

010 roc

PRE ENSECADEIRA

Using de Serra do Mesa

ENSECAOEIRAS CCR

A rran jo gerd

532

2. CARACTERISTICAS GERAIS

Reservatorio:

Capacidade total de armazenamento ... 54,4 x 109 m3

Area inundada (na cota maxima normal) 1.784 km2

.. Queda 11'quida maxima ................ 125,8 m

. Barragem:

.. Altura maxima ....................... 144,0 m

.. Comprimento da crista ............... 1.543,9 m

Volume de enrocamento compactado .... 4.941.300 m3

Volume de argils 3.800.000 m3

. Vertedouro:

Capacidade .......................... 15.000 m3/s

Comportas de segmento ............... 5 de 15 x 20 m

Volume de concreto .................. 59.090,0 m3

Casa de Forga:

Tipo subterranea.

Turbinas Francis, eixo vertical ..... 03 unidades

Potencia nominal .................... 1.200 MW

. Ensecadeiras de montante de CCR:

Crista na elevagao .................. 342,00 m

Comprimento total ................... 160,00 m

Largura da crista ...................

Altura maxima .......................

Volume de concreto ..................

5,50 m

25,50 m

21.000 m3

Paramento de montante vertical e jusante com 1V:0,6H

. Ensecadeiras de jusante de CCR:

Crista na elevagao .................. 336,50 m

Comprimento total ... ................ 180,00 m

Largura da crista ................... 5,50 m

Altura maxima ....................... 16,,50 m

Volume de concreto .................. 12.500 m3

Paramento de montante vertical e jusante com 1V:0,6H

As Figuras 1 e 2 apresentam plantas, vistas e cortes

das ensecadeiras de montante e jusante, respectivamente.

533

PROJEc40 DA /4 \ EIXO DA ENSECADEIRAPRE•ENSECADEIRA z

° Figura 1 a - PlantsSem escalo

355

Vista demontante

EL. 320,00/ ' CONCRETO DE BER^O

CRISTA DA ENSECADEIRA - EL.342,00

353

IK_ Vista dejusante

CONCRETO DE BER^O

Figura 1 b - Vista lateral

5,18 1 12,12

igura 1

Figura 1 c - SeCao transversal

Corte A -A

Ensecadeira de Montante

534

CONCRETO DE B

i

ERPO

w

Figura 2 a - PlantaSem escala

CRISTA DA ENSECADEIRA -EL.336,5.0

00

EI>O DA ENSECADEIRAS'

EL.336, 50

Figura 2

Vista de montante

Vista de jusante

E CRISTA

Figura 2 c - Secao transversalCorte A -ASem escala

Ensecadeira de Jusante

Figura 2 b - Vista lateralSem escala

535

3. MATERIAIS

3.1. Agregados Graudos

Os agregados graudos sao procedentes das instalag6es de

britagem, lavados e classificados em dimensoes maximas caracte

r'sticas de 19 e 38 mm, de acordo com a Parte II - Volume 2 - Es

pecificacoes Tecnicas - Usina Serra da Mesa - Obras para o Des

vio do Rio - CPC 454.

3.2. Agregados Miudos

Os agregados miudos constituem-se da areia natural extra'

da do leito do rio, lavada e composta da combinagao de 75% de a

reia grossa com 25% de areia fina; e da areia artificial sub-pro

duto da britagem, lavada e classificada.

3.3. Material Ciment'cio

Como material ciment'cio sao utilizados o cimento Por

tland comum e a escoria de alto forno moida, com finura aproxi

mada de 4.300 a 5.000 cm2/g, medida no permeabil'metro de Blai

ne.

4. DOSAGENS

4.1. Concreto de Berco

0 concreto de bergo foi aplicado ate as cotas 320,00 e

323,00 metros, nas ensecadeiras de montante e jusante, respect'_

vamente, e tambem entre o concreto compactado e a rocha. De a

cordo com o tipo de langamento tem as seguintes composicoes:

Materiais(kg/m3)

Tipo de LangamentoConvencional Bombeado

Cimento equivalente

(com cacamba)

235 287

Cimento 200 200

Fly-ash 24 60

Areia natural 634 752

Brita 19 mm 554 1.127

Brita 38 mm 677 -

Incorporador de ar 0,054 0,050

Retardador de pega 0,800 0,720

Agua 154 154

536

4.2. Concreto Compactado

0 concreto a ser adensado com rolo vibratorio tem a com

posigao abaixo indicada:

Materiais Consumo(kg/m3)

Cimento 60

Escoria 140

Areia natural 876

Brita 19 mm 605

Brita 38 mm 605

Agua 133

5. LIBERAcAO E CONTROLE DE CONCRETAGEM

0 roteiro seguido para a liberagao e controle diario das

areas a serem concretadas, e o tradicionalmente praticado nas _o

bras de FURNAS, onde as areas envolvidas na construgao, tanto do

empreiteiro quanto da fiscalizagao, liberam a area a ser concre

tada (1).

6. CONTROLE DOS AGREGADOS E DO MATERIAL CIMENTfCIO

Os procedimentos adotados para o controle de qualidade

dos agregados abrangem:

Agregado miudo:

Prospecgao, extragao, estocagem, beneficiamento (la

vagem e classificagao), amostragem, frequencia e en

saios de rotina.

. Agregado graudo:

Extragao, britagem, classificagao, estocagem, amos

tragem, frequencia e ensaios de rotina.

. Composigao granulometrica da mistura agregado graudo e

miudo (para comparativo com curva teorica):

.. Uma amostra diaria.

Os procedimentos adotados para o controle do material ci

menticio (cimento e escoria moida de alto forno), abrangem:

. Recepgao, amostragem, frequencia e ensaios de rotina.

0 teor de material cimenticio do concreto fresco e veri

ficado atraves de amostragens da mistura, utilizando processo

537

quimico, com base no teor de CaO:

. Uma amostra a cada tres horas.

Ensaios com teores variaveis do consumo de material ci

menticio foram realizados, de modo a se obter a expressao que

correlaciona o consumo real de material cimenticio na misfura e

o teor de calcio (mg/ml), ou o volume do titulante, determinados

em ensaios.

A aferiCao dos equipamentos e os procedimentos de contro

le dos materiais sao abordados em detalhes no Trabalho "Constru

gao e Controle do Concreto Compactado a Rolo para as Ensecadei

ras Galgaveis da Usina Serra da Mesa - Aproveitamento Hidroele

trico de Sao Felix" (2).

7. CONTROLE DE PRODUc O DO CONCRETO

0 controle de producao de concreto compreende os ensaios

de rotina realizados com o concreto fresco e endurecido.

Os ensaios com concreto fresco sao realizados na central

de concreto e no local de lancamento. Os ensaios com o concreto

endurecido sao executados no Laboratorio de Concreto da obra.

7.1 Amostragem

A amostra e coletada no local de moldagem (junto a cen

tral de concreto), dos caminh6es-basculantes.

0 volume da amostra e de aproximadamente 100 litros, o

suficiente para a moldagem de pares de corpos de prova; os quais

serao ensaiados as idades de 3, 7, 28 90 e 365 dias, e tambem

para a execucao dos ensaios com o concreto fresco. Sao efetuadas

pelo menos duas series de moldagem por turno.

Para a moldagem dos corpos de prova e utilizada mesa vi

bratoria, havendo opgao de utilizagao de compactadores pneumati

cos.

7.2 Ensaios com o Concreto Fresco

Durante a produgao do concreto sao coletadas, periodica

mente na central de concreto, amostras para controle das proprie

dades do concreto fresco.

Os ensaios com o concreto fresco sao realizados tambem

com as amostras extraidas para a moldagem dos corpos de prova, e

538

constam de:

7.2.1. Trabalhabilidade (Tempo de VibraCao)

A trabalhabilidade do concreto e controlada atraves do a

parelho Vebe modificado , de forma que os tempos de vibracao situ

em-se entre:

18 ± 2 s - Adensamento em mesa vibratoria com contrapeso

de 23 kg.

38 ± 4 s - Adensamento em mesa vibratoria sem contrapeso

(tempo de Cannon).

Para a determinacao do tempo de vibracao utiliza-se a me

sa vibratoria do consistometro Vebe (4.500 c.p.m.). 0 ensaio

consiste em preencher , com o concreto fresco , um recipiente ci

lindrico de volume igual a 9,2 litros ( diametro de 24 , 2 cm) e ra

sa-lo sem qualquer adensamento.

Sobre o concreto e colocado um disco metalico com peso

do 23 kg,e em seguida acionada a mesa vibratoria . Esta e manti

da ligada ate que se forme uma pelicula de argamassa na superfi

cie. Para que esta observagao seja facilitada, foram feitas ran

huras no disco metalico.

0 periodo decorrido entre o acionamento da mesa vibrato

ria e a formagao da pelicula de argamassa na superficie c o tem

po de vibragao.

Para a determinacao do "Cannon time" utiliza-se tambem a

mesa vibratoria do consistometro Vebe . Apos o preenchimento do

recipiente de 9,2 litros , aciona-se a mesa vibratoria e mantem-

se a mesma ligada, ate que o concreto adquira forma cilindrica

mostrando um anel de argamassa nas bordas do recipiente. 0 peri

odo decorrido entre o acionamento da mesa vibratoria e a ocor

rencia da argamassa nas bordas e o tempo de Cannon ( Cannon time).

7.2.2. Massa Unitaria

A massa unitaria e determinada para o concreto fresco na

central e no campo, e determinada tambem no laboratorio para o

concreto endurecido , nas varias idades de ruptura.

7.2.2.1 Na Central de Concreto

Na central de concreto e determinada da seguinte manei

ra:

539

i ff f-1h , 1 i I

Preenchendo o recipiente cilindrico de 9,2 litros ( o

mesmo utilizado para a determinagao da consistencia), rasando a

superficie e mantendo a mesa vibratoria ligada por Bois minutos.Nesta determinagao no se utiliza contrapeso.

A massa unitaria e calculada como segue:

P = We/(Vo-VW)

onde:

We = Peso do concreto;

Vo = Volume do recipiente = 9,2 litros

Wo = Peso do recipiente (tara)

Vw = Volume de agua

Ww = Peso do recipiente apos a colocagao de 'aqua

We=Ww - Vw

A massa unitaria do concreto fresco-e' determinada tam

bem apes o ensaio para obtengao do tempo de vibragao (com contra

peso).

7.2.2.2. No campo

No campo , e determinada pelo densimetro nuclear, marca

Troxier, modelo 3411. B. Este densimetro atua por meio de duas

fontes radioativas : uma de Cesio- 137, emitindo radiagao gama, e

outra de Americio- 241:berilio , emitindo radiagao neutronica; pos

sibilitsndo medir entre outras caracteristicas do concreto, as

seguintes:

• densidade Seca;

densidade umida;

umidade;

O densimetro utilizado permite fazer medidas indiretas

e diretas, como mostra a Figura 3.

Figura 3

Posicao de utilizacao do Densimetro Nuclear

540

7.2.2.3. No Laboratorio de Concreto

No Laboratorio de Concreto a massa especifica e deter

minada para o concreto endurecido, utilizando os mesmos corpos

de prova moldados para os ensaios de resistencia a compressao

simples.

A massa especifica do concreto endurecido e determina

da para a condigao de saturado com superficie seca (s.s.s.).

7.2.3. Temperatura

A temperatura do concreto fresco, assim como a dos ma

teriais, e medida quando da amostragem do concreto para a deter

minagao das demais propriedades.

7.2.4. Umidade

A umidade do concreto fresco e determinada na central

de concreto, utilizando o processo rapido, atraves da chapa aque

cida, e no campo atraves do densimetro nuclear.

7.2.5. Frequencia

As propriedades do concreto fresco sao determinadas na

central de concreto em intervalos frequentes, nao superiores a

duas horas.

7.3. Moldsgem dos Corpos de Prova

Para a moldagem dos corpos de prova sao utilizados mol

des cilindricos de 15 x 30 cm. 0 adensamento dos corpos de pro

va e feito utilizando-se a mesa vibratoria.

Os moldes sao fixados a .nesa vibratoria, sendo que, em

sua parte superior, e acoplado um dispositivo cilindrico servin

do de guia para o peso utilizado no adensamento. Sobre este dis

positivo e acoplado um outro, porem tronco-conico, para a coloca

gao do concreto em quantidade suficiente para a moldagem dos cor

pos de prova . 0 concreto e adensado em duas camadas, sendo que

para cada uma a mesa vibratoria e mantida ligada durante um minu

to. Para auxiliar o adensamento e colocado sobre o concreto um

disco metalico, de diametro pouco inferior ao diametro do molde,

com peso de 21 kg.

541

7.4. Controle no Lancamento

No local de lancamento e controlada a umidade e a massa

especifica do concreto fresco, pelo densimetro nuclear, alem dos

demais controles de campo, tai5 comp: descarga, espalhamento, a

desamento, umidificagao, etc. A massa especifica "IN SITU" e

determinada tambem pelo processo do frasco de areia.

Estas propriedades sao determinadas em, pelo menos, tres

pontos distintos do concreto ja compactado.

7.5. Temperatura do Concreto na Estrutura

Para o conhecimento do comportamento termico do concreto

na estrutura, foram especificados e estao sendo instalados termo

metros de resistencia eletrica, para a medigao das temperaturas.

A locaCao dos termometros esta indicada na Figura 4.

2,37

CRISTA

1^

Ensecadeira de MontanteSeCao transversalSem escala

Figura 4

Ensecadeira de JusanteSecao transversalSem escala

Posicao dos Termometros deResistencia Eletrica

542

8. CONTROLE DE QUALIDADE NA CENTRAL DE CONCRETO

0 controle de qualidade na central compreende ainspecao

dos materiais, controle de umidade dos agregados, corregoes de

vidas as variagoes de umidade (controle da agua unitaria), tem

po de mistura, e ensaios para verificacao da uniformidade do

concreto.

Atengao especial e dada as aferigoes e ao controle da

agua unitaria. A agua livre nos agregados e computada e descon

tada da agua total, de modo a obter-se a agua teorica com o ml'

nimo de variagao.

B.I. Instalagoes da Central de Concreto (2)

As instalagoes da central de concreto compoem o equipa

mento marca C. Cifali, modelo USC-2, consistindo de:

. Dois silos com- capacidade do 800 t cada um, pa

ra estocagem de cimento e escoria de alto forno moida.

. Unidade de dosagem volumetrica para agregados, consti

tuida por tres silos com abertura regulavel, que des

carregam os componentes em transportadores de cor

reia.

Sistema de valvula regulaveis, instaladas na parte in

ferior dos silos de cimento e escoria. Estes materi

ais sao transportados para o misturador atraves de pa

rafusos.

. Circuito com hidrometro para medigao de agua. A adi

gao da agua a mistura e efetuada atraves de bomba.

. Misturador: os componentes sao misturados em circuito

continuo, em misturador de palhetas de duplo eixo ho

rizontal (PUG-MILL), com capacidade de mistura vari

avel entre 100 e 250 t/hora.

8.2. Aferigao

Frequencia: a aferigao da central e efetuada a cada

300 m3 de concreto produzido.

8.3. Controle da Agua Unitaria

0 controle de umidade do agregado miudo (principal res

ponsavel pela uniformidade da mistura frosca), e afetuado atra

543

ves de ensaios realizados em frequencia que sera ditada polo com

portamento verificado, sendo a principio horaria.

Para a determinagao da umidade da areia sao utilizados

os seguintes procedimentos:

• Secagem em fogareiro

• Frasco de Chapman

• Densimetro nuclear

Embora a central utilizada no permita corregao dos pe

sos dos materiais, a umidade dos mesmos e determinada para a ob

tengao da quantidade de agua a ser adicionada ou diminuida da a

gua teorica.

A umidade da areia e determinada com frequencia horaria,

ou quando obscervam-se variacoes bruscas da trabalhabilidade do

concreto (aspecto, umidade, tempo de vibragao ou condigao no a

dequada de compactagao no campo).

0 teor de umidade do concreto fresco e o tempo de vibra

gao sao determinados com a mesma frequencia adotada para a deter

minagao da umidade do agregado miudo.

A umidade dos agregados graudos, a principio, e determi

nada do tres em tres horas.

9. TRANSPORTE DO CONCRETO

0 transporte do concreto e efetuado atraves de cami

nhoes-basculantes leves (aproximadamente 7 t).

A descarga e efetuada atraves de chute, diretamente do

misturador aos caminhoes-basculantes.

10. LANQAMENTO DO CONCRETO

0 langamento do concreto consiste da descarga dos bascu

lantes diretamente nas frentes de concretagem. Cuidados sao ob

servados para minimizar a segregagao.

As rodas dos veiculos sao lavadas antes dos mesmos aden

trarem na praga de langamento, de modo que as superficies de con

cretagem fiquem isentas de substancias qae possam causar contami

nagoes.

11. ESPALIIAMENTO DO CONCRETO

0 espalhamento do concreto e efetuado utilizando-se tra

544

tores de lamina do tipo CAT-D4 ou CAT-D6.

12. ADENSAMENTO DO CONCRETO (COMPACTAcAO)

Para o adensamento do concreto sao utilizados rolos li

sos vibratorios, marca Dynapac, com dois tambores (modelo CC43),

e com um tambor (modelo CA 25D), com as seguintes caracteristi

cas:

Caracteristicas Modelo Modelo

CA-25D CC-43

Peso estatico 9.700 kg 10.100 kg

Peso dina-nico 25.100 kg 32.000 kg

Frequencia 1.000 cpm 2.500 cpm

Velocidade 0 a 6 km/h 0 a 11 km/h

Numero de passadas 4 passadas 2 passadassem vibracao sem vibracao

8 passadas 4 passadascom vibracao com vibracao

Em locais onde haja contato dos concretos tipo CCR e

convencional, sao utilizados compactadores manuais (soquete vi

bratorio) ou de placa vibratoria.

13. CURA DO CONCRETO

A cura do concreto e continua e mantida ate que o con

creto exposto seja coberto pela concretagem subsequente.

14. CONDIcOES GERAIS DE LANgAMENTO

14.1. Preparo da Fundacao

Antes do lancamento das primeiras camadas de concreto

compactado, a fundacao e preparada pela remocao de todo o aluviao

do leito do rio, eventual remocao de rocha alterada, solta ou

chocos na rocha, devido a juntas de alivio superficial de ten

soes e posterior regularizacao com concreto, em acordo com o i

tem 4 das especificacoes. (3)

O concreto de berco foi lancado ate as cotas 320,00 e

323,00 metros, respectivamente, para as ensecadeiras de montante

e jusante, conforme estabelecido em projeto.

0 concreto de berco em contato com a fundacao foi apli

cado em espessura minima de 30 cm e espessura maxima de 75 cm.

545

0 concreto de bergo (convencional - fcj 90 = 22,0 MPa) e aplica

do tambem entre o CCR e a f undacao, nos encontros laterais. 0

concreto convencional e adensado com vibradores de imersao, e o

contato deste com o CCR e adensado com compactadores de placa

vibratoria ou soquetes vibratorios.

A idade minima do concreto convencional de regularize

cao, para o lancamento do CCR, e de 24 horas.

14.2. Intervalo e Preparo de Superficies de Juntas de Cons

trugao.

0 intervalo minimo entre as juntas de construgao hori

zontais do CCR e entre 4 e 6 horas , para concretagens diurnas,

e entre 8 e 12 horas para concretagens noturnas.

As seguintes condigoes sao observadas:

1) Se o intervalo entre camadas ultrapassar o limite

maximo estabelecido ( 6 e 12 horas , respectivamente,

para os periodos diurno e noturno) e no atingir 24

Boras, o lan9amento da camada sobrejacente e efetua40do utilizando-se pelicula de argamassa para liga(;ao

( argamassa projetada por via umida).

2) Se o intervalo entre camadas ultrapassar 24 horas,

as mesmas sao preparadas com jatos de agua/ar, e a

retomada e feita corn utilizagao de pelicula de arga

massa (projetada por via umida).

14.3. Argamassa Projetada por Via tTmida

0 equipamento de produgao e langamento de argamassa

projetada atua independentemente do equipamento de concreto com

pactado, de modo a nao interferir com a sua produgao e langamen

to.

A dosagem da argamassa de ligagao, projetada por via u

mida, tem a seguinte composigao:

Materiais Composigao

(kg/m3 )

Cimento 550

Areia natural 1.100

Agua 358

Corpos de prova cilindricos de 5 x 10 cm sao moldados

para ensaios de resistencia a compressao , as idades de 3, 7, 28

e 90 dia s .

546

Cuidados no lancamento sao tomidos para que a espessura

da argamassa no ultrapasse 1,0 cm, e tambem que no atinja na a

plicagao, areas muito grandes, para que no ocorra ressecamento

da mesma.

15. CONTROLE DE CAMPO

0 controle de campo consiste:

1) Da observagao das condigoes de limpeza dos pneus dos

caminhoes-basculantes.

2) Do controle de descarga visando eliminar situagoes

em que ocorram segregagao do concreto.

3) Das condigoes da superficie do concreto e dd tipo de

tratamento em utilizagao.

3.1) Se utilizada argamassa, esta e aplicada de forma

que a pelicula tenha espessuras minima e maxima de

0,5 e 1,0 cm, respectivamente.

4) Do numero de passadas do rolo vibratorio.

5) Do controle da umidificagao da superficie do concre

to (tanto da superficie que recebera o concreto como

da superficie compactada).

6) Da cura do concreto.

7) Da preparagao de juntas-de-construgao, quando neces

sarias.

0 elemento responsavel por parte da fiscalizagao, pela

verificagao das condigoes e situagoes acima descritas, utiliza

um formulario que, alem das informagoes referentes a camada em e

xecugao, contem os levantamentos topograficos, ou seja, cotas a

pos espalhamento e adensamento.

Cabe a equipe do Laboratorio de Concreto o controle da

densidade e da umidade do concreto "IN SITU", seja atraves do

densimetro nuclear, ou outro processo tal Como o do fra.sco de a

reia. Essas determinagoes sao feitas em pelo menos tres pontos

da camada compactada.

Apos a compactagao do concreto, este deve ser permanen

temente umidificado, atraves de dispositivos que propiciem nebu

lizagao.

547

16. EXTRACAO DE TESTEMUNHOS

A extragao de testemunhos, assim como os ensaios a se

rem realizados com os mesmos, obedecera a um programa especifico,

ora em elaboragao. Este programa sera cumprido apes a conclusao

das ensecadeiras.

Para a pre-pista e pista experimental foram extraidos

alguns testemunhos, com a finalidade de verificar a homogeneida

de do concreto, em fungao da dosagem, do numero de passadas, da

densidade, do desempenho dos equipamentos, etc.

548

17. REFERtNCIAS BIBLIOGRAFICAS

(1) PACELLI, W. A.; FONTOURA, J. T. F.; BITTENCOURT, R. M.;

GUERRA, E. A.; SILVA, A. R.; OLIVEIRA, A. B.; - "U

sina Hidroeletrica de Serra da Mesa - Manual de Pro

cedimentos " - julho de 1986.

(2) MODS, A. C. M.; DIAS, E. G.; CARMO, J. B. M.; NASCIMEN

TO, J. F. F.; FONTOURA, J. T. F.; SILVA, J. V.; GRA

9A, N. G.; PACELLI, W. A.; "Construgao e Controle

do Concreto Compactado a Rolo para as Ensecadeiras

Galgaveis da Usina Serra da Mesa - Aproveitamento

Hidroeletrico de Sao Felix" - XVIII Seminario Nacio

nal de Grandes Barragens - abril de 1989.

(3) INTERNACIONAL DE ENGENHARIA S.A.; Aproveitamento Hidroe

letrico de Sao Felix - Usina Serra da Mesa - "Con

trole do Rio Durante a Construgao - Ensecadeiras

Galgaveis em Concreto Compactado" - Especificagoes

RGE-SP-002-R1 - abril de 1988.

549