fotos josÉ silva - riocon.com.br · passando pela casca, usada para curtir couro, e vagem, na...

1
4 | RURAL | SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 27/10/2008 5 | RURAL | SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 27/10/2008 ALGAROBEIRA, ORIUNDA DE ÁREAS SECAS DAS AMÉRICAS, ADAPTA-SE AO SEMI-ÁRIDO Origens É uma planta da família Fabaceae (leguminosae), subfamília Mimosodae, cujo nome científico é Prosopis juliflora Sw DCconhecida também pelos nomes: algaroba, algarobeira e algarrobo, nos Andes peruanos 30 metros de comprimento é o tamanho das raízes; facilita o acesso à água, o que deixa a planta verde Correu mundo Ao deixar os Andes no Peru, a planta espalhou-se pelo México, sudoeste dos Estados Unidos, Índia, África do Sul e Austrália, Jamaica e Havaí. Chegou ao Brasil na década de 1940: logo alcançou todos os Estados do Nordeste 2010 a Riocon espera lançar farinha de algaroba como alimento humano; falta validação e registro na Anvisa Agronegócio A cadeia produtiva da algaroba engloba três vertentes: florestal (energia limpa, carvão vegetal), ração animal (farelo) e alimentação humana (farinha e goma). A exploração florestal é complementar Alimento A bebida oficial em Piura, no Peru, é um concentrado especial feito à base de algaroba, ovos, leite e mel. Estudos apontam que é possível produzir desde farelo até farinhas, gomas e sementes para fabricar pães, bolos e biscoitos O farelo A produção para alimentação animal é desenvolvida com tecnologias adaptadas. A partir daí, misturam-se com os ingredientes como milho, soja, trigo, com o balanceamento adequado para cada categoria animal FOTOS JOSÉ SILVA | AG. A TARDE Alessander Davi (E) diz que o principal negócio não é a exploração florestal, mas manejo sustentável SEMI-ÁRIDO Com investimentos e tecnologia adequados, a algaroba, considerada uma “invasora” de áreas naturais, agora tem potencial para o processamento industrial De cultura extrativista à produção racional JUSCELINO SOUZA SUCURSAL VITÓRIA DA CONQUISTA [email protected] A grande alternativa alimentar humana para o semi-árido está na algaroba, leguminosa de alto valor nutritivo, originária do de- serto de Piura, no Peru, e que chegou ao semi-árido baiano na década de 40. Dada a facilidade de adaptação ao clima seco da re- gião, durante anos foi utilizada como alimento animal. Apontada como invasora de áreas naturais, apesar de osten- tar o status de "praga" do sertão, estudos mostram que a planta é grande esperança econômica para o sertanejo. Os produtores buscam agora o uso racional da planta na agricultura, com vistas ao processamento industrial, es- tabelecendo estratégias de ma- nejo sustentável e sem agredir ao meio ambiente. Considerada infestante, pas- sível de ser erradicada, a algaro- ba ressurge forte como fonte al- ternativa como complemento alimentar para o homem. Até chegar a este avanço científico, alguns mitos tiveram que ser desfeitos, como o de que a árvore "roubava" água do solo e secava aguadas e mananciais. REDENÇÃO – Foram necessá- rios 12 anos de estudos para pro- var o contrário. As pesquisas apontam que a leguminosa, de alto valor nutritivo e comumente aplicada na alimentação animal, além de não exigir muita água e nem solos férteis para frutificar, pode ser a redenção econômica e social do semi-árido baiano. Em pouco mais de uma déca- da, a empresa Riocon, encravada no município de Manoel Vitori- no, sudoeste baiano, investiu mais de R$ 10 milhões, entre re- cursos próprios e de parceiros, no desenvolvimento de pesqui- sas. Até 2010, o montante inves- tido pela empresa deverá chegar a R$ 18 milhões. Segundo o coordenador da Riocon, foi por ter compreendi- do o alcance social da cadeia pro- dutiva da algaroba para o se- mi-árido, tal como é o eucalipto para o extremo sul, que o governo baiano renovou o convênio de isenção de ICMS para a cultura. “Nossas últimas safras têm si- do variáveis devido a fatores cli- máticos, mas podemos afirmar que alcançamos 750 toneladas de vagens na região sudoeste [Manoel Vitorino]. Na região do Médio Baixo São Francisco, em Abaré e nas circunvizinhanças, temos 1.300 toneladas nas safras anuais. Vale lembrar que existe uma safrinha temporã, que acontece entre junho e agosto e pode ser responsável por 30% da produção anual”, atesta Davi. CULTURA RACIONAL – A safra principal começa em outubro e pode ir até meados de janeiro, a depender do ano, explica o agrô- nomo. “Em Manoel Vitorino, es- timamos uma área plantada de dois mil hectares, dos quais 350 são nossos. No Baixo Médio São Francisco, são 30 mil hectares. Convém salientar que todas es- sas áreas são de ocorrências es- pontâneas, onde a própria alga- roba foi ocupando os espaços naturalmente. Por isso, quere- mos transformar o extrativismo numa cultura racional”, frisa Alessander Davi, da Riocon. "Outro fator que levou o go- verno do Estado a aprovar a reno- vação do convênio foi a substi- tuição do sistema extrativista, conforme explicado, por técni- cas sustentáveis de manejo, pre- servando o meio ambiente e ge- rando emprego e renda para cer- ca de 800 famílias de pequenos produtores", ressalta. Davi acredita que, com a ex- pansão, pode-se chegar a cinco mil famílias só no Vale do São Francisco. A produção racional, introduzida por meio do Institu- to de Desenvolvimento Susten- tável do Semi-árido (Idan), é ca- paz de ultrapassar 100 kg por ár- vore de produtividade do siste- ma extrativista, que é de um a cinco quilos por árvore. PRESERVAÇÃO – O Idan se en- carrega, também, de manter viva a cultura de preservação da espé- cie junto aos parceiros externos. "Antes só se focava o aspecto econômico, mas hoje temos que estar atentos também para os as- pectos político, social, ambiental e cultural", destaca Davi. Em de- terminadas épocas do ano, a co- lheita da algaroba é a única fonte de renda para os pequenos agri- cultores do semi-árido. Segundo a Embrapa Semi- Árido, a espécie também possui estrutura biológica que ajuda na fixação do nitrogênio ao solo e re- cuperação de áreas ambientais degradadas | Leia mais na página 7 A ração feita a partir da algaroba é usada na alimentação dos animais Depois de ensacado, o produto segue por 18 rotas de entrega Uma das vertentes de exploração econômica está no carvão vegetal A rota da algaroba no sertão baiano Na Bahia, a algaroba passou a ser vista como alternativa a partir da Riocon, conglomerado de fazendas em cujo solo foi plantado um bos- que com 350 hectares da planta. A produção média anual de vagens por hectare é de cinco toneladas. Si- tuada em Manoel Vitorino, a Rio- con estende suas terras também aos municípios de Iramaia, Barra da Estiva, Maracás e Jequié. Depois de colhido, ensacado, transportado e transformado em complemento alimentar, o produto segue por 18 rotas de entrega ou distribuição. Graças à capacidade dos quatro silos-trituradores, a em- presa se firma como a maior produ- tora mundial de farelo de algaroba. Dois dos silos podem processar até 30 toneladas cada um e outros dois, 180 toneladas, juntos, com produ- ção média anual de mil toneladas. "Aqui a gente recebe, armaze- na, seca, faz a moagem e, enfim, entrega o produto final. Temos atualmente um mix de 35 produtos à base de algaroba, como rações para eqüinos, bovinos, ovinos, ca- prinos, avestruzes e outras aves. Só não produzimos a linha pet (cães e gatos) e para peixes", detalha o ge- rente industrial, Lucas Meira. ADENSADO – O plantio na fazen- da deverá ser adensado, por meio de um manejo inovador, para am- pliar o volume em 20 toneladas por hectare/ano na mesma área. Uma grande mudança na cultura do se- mi-árido porque a população só via a algaroba com invasora. "Quando eu visitava as famílias para falar da importância da planta era taxado até de louco", recorda Rodrigo Torquato Fortuoso, coor- denador da área de plantio de alga- roba e o responsável pela implanta- ção do bosque. "Eles viam a planta como uma árvore que secava as nascentes, as barragens e erradicavam a árvore", diz. Esta cultura ainda persiste, cre- ditando a algaroba status de "pra- ga" do sertão. Tudo porque a plan- ta, de fácil adaptação ao semi-ári- do, se espalha de forma rápida e in- vade áreas de plantas nativas. De acordo com pesquisadores da Embrapa, a semente se desen- volve principalmente em áreas sali- nizadas e degradadas, com baixa densidade de espécies nativas. A disseminação é favorecida pelos animais que se alimentam de se- mentes não trituradas da planta. Embora favorável ao benefício econômico que a planta proporcio- na, o pesquisador da Embrapa Se- mi-Árido, Paulo César Lima, tem chamado a atenção para o impacto ecológico que a algaroba pode de- sencadear na região. Lima defende um plano de ma- nejo da algaroba para que o cresci- mento desordenado da planta seja controlado, evitando, assim, que a planta passe de solução a problema no semi-árido. # 3.800 toneladas de rações foram produzidas pela Riocon, para equídeos, bovinos, ovinos, caprinos, avestruzes, aves e suínos. 2 toneladas são necessárias para iniciar a produção de vagens/ha. Chega-se a 9 ton. no sétimo ano. Fonte Riocon FOTOS JOSÉ SILVA | AG. ATARDE | 15.10.2008 * Da algaroba tudo se aproveita, desde raízes, caule e galhos para a produção de carvão vegetal, passando pela casca, usada para curtir couro, e vagem, na alimentação de animais, na fabricação de farinha e até no preparo de uma bebida semelhante ao café. Se não for bem manejada, é capaz de invadir habitats naturais e inibir a regeneração das espécies de caatinga, reduzindo a biodiversidade.

Upload: trinhdang

Post on 02-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FOTOS JOSÉ SILVA - riocon.com.br · passando pela casca, usada para curtir couro, e vagem, na alimentação de animais, na fabricação de farinha e até no preparo de uma bebida

4 | RURAL | SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 27/10/2008 5| RURAL |SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 27/10/2008

ALGAROBEIRA,ORIUNDA DEÁREAS SECASDAS AMÉRICAS,ADAPTA-SE AOSEMI-ÁRIDO

OrigensÉ uma planta da famíliaFabaceae (leguminosae),subfamília Mimosodae,cujo nome científico éProsopis juliflora Sw DC. Éconhecida também pelosnomes: algaroba,algarobeira e algarrobo,nos Andes peruanos

30m e t ro sde comprimento é otamanho das raízes; facilitao acesso à água, o quedeixa a planta verde

Correu mundoAo deixar os Andes noPeru, a planta espalhou-sepelo México, sudoeste dosEstados Unidos, Índia,África do Sul e Austrália,Jamaica e Havaí. Chegouao Brasil na década de1940: logo alcançou todosos Estados do Nordeste

2010a Rioconespera lançar farinha dealgaroba como alimentohumano; falta validaçãoe registro na Anvisa

A g ro n e g ó c i oA cadeia produtiva daalgaroba engloba trêsvertentes: florestal (energialimpa, carvão vegetal),ração animal (farelo) ealimentação humana(farinha e goma). Aexploração florestal écomplementar

AlimentoA bebida oficial em Piura,no Peru, é um concentradoespecial feito à base dealgaroba, ovos, leite e mel.Estudos apontam que épossível produzir desdefarelo até farinhas, gomase sementes para fabricarpães, bolos e biscoitos

O fareloA produção paraalimentação animal édesenvolvida comtecnologias adaptadas. Apartir daí, misturam-secom os ingredientes comomilho, soja, trigo, com obalanceamento adequadopara cada categoria animal

FOTOS JOSÉ SILVA | AG. A TARDE

Alessander Davi (E) diz que o principal negócio não é a exploração florestal, mas manejo sustentável

SEMI-ÁRIDO ❚ Com investimentos e tecnologia adequados, a algaroba, consideradauma “invasora” de áreas naturais, agora tem potencial para o processamento industrial

De cultura extrativistaà produção racionalJUSCELINO SOUZASUCURSAL VITÓRIA DA CONQUISTAc e l i n o s o u z a @ g r u p o a t a rd e . c o m . b r

A grande alternativa alimentarhumana para o semi-árido estána algaroba, leguminosa de altovalor nutritivo, originária do de-serto de Piura, no Peru, e quechegou ao semi-árido baiano nadécada de 40. Dada a facilidadede adaptação ao clima seco da re-gião, durante anos foi utilizadacomo alimento animal.

Apontada como invasora deáreas naturais, apesar de osten-tar o status de "praga" do sertão,estudos mostram que a planta égrande esperança econômicapara o sertanejo. Os produtoresbuscam agora o uso racional daplanta na agricultura, com vistasao processamento industrial, es-tabelecendo estratégias de ma-nejo sustentável e sem agredir aomeio ambiente.

Considerada infestante, pas-sível de ser erradicada, a algaro-ba ressurge forte como fonte al-ternativa como complementoalimentar para o homem. Atéchegar a este avanço científico,alguns mitos tiveram que serdesfeitos, como o de que a árvore"roubava" água do solo e secavaaguadas e mananciais.

REDENÇÃO – Foram necessá-rios 12 anos de estudos para pro-var o contrário. As pesquisasapontam que a leguminosa, dealto valor nutritivo e comumente

aplicada na alimentação animal,além de não exigir muita água enem solos férteis para frutificar,pode ser a redenção econômica esocial do semi-árido baiano.

Em pouco mais de uma déca-da, a empresa Riocon, encravadano município de Manoel Vitori-no, sudoeste baiano, investiumais de R$ 10 milhões, entre re-cursos próprios e de parceiros,no desenvolvimento de pesqui-sas. Até 2010, o montante inves-tido pela empresa deverá chegara R$ 18 milhões.

Segundo o coordenador daRiocon, foi por ter compreendi-do o alcance social da cadeia pro-dutiva da algaroba para o se-mi-árido, tal como é o eucaliptopara o extremo sul, que o governobaiano renovou o convênio deisenção de ICMS para a cultura.

“Nossas últimas safras têm si-do variáveis devido a fatores cli-máticos, mas podemos afirmarque alcançamos 750 toneladas

de vagens na região sudoeste[Manoel Vitorino]. Na região doMédio Baixo São Francisco, emAbaré e nas circunvizinhanças,temos 1.300 toneladas nas safrasanuais. Vale lembrar que existeuma safrinha temporã, queacontece entre junho e agosto epode ser responsável por 30% daprodução anual”, atesta Davi.

CULTURA RACIONAL – A safraprincipal começa em outubro epode ir até meados de janeiro, adepender do ano, explica o agrô-nomo. “Em Manoel Vitorino, es-timamos uma área plantada dedois mil hectares, dos quais 350são nossos. No Baixo Médio SãoFrancisco, são 30 mil hectares.Convém salientar que todas es-sas áreas são de ocorrências es-pontâneas, onde a própria alga-roba foi ocupando os espaçosnaturalmente. Por isso, quere-mos transformar o extrativismonuma cultura racional”, frisa

Alessander Davi, da Riocon."Outro fator que levou o go-

verno do Estado a aprovar a reno-vação do convênio foi a substi-tuição do sistema extrativista,conforme explicado, por técni-cas sustentáveis de manejo, pre-servando o meio ambiente e ge-rando emprego e renda para cer-ca de 800 famílias de pequenosprodutores", ressalta.

Davi acredita que, com a ex-pansão, pode-se chegar a cincomil famílias só no Vale do SãoFrancisco. A produção racional,introduzida por meio do Institu-to de Desenvolvimento Susten-tável do Semi-árido (Idan), é ca-paz de ultrapassar 100 kg por ár-vore de produtividade do siste-ma extrativista, que é de um acinco quilos por árvore.

PRESERVAÇÃO – O Idan se en-carrega, também, de manter vivaa cultura de preservação da espé-cie junto aos parceiros externos."Antes só se focava o aspectoeconômico, mas hoje temos queestar atentos também para os as-pectos político, social, ambientale cultural", destaca Davi. Em de-terminadas épocas do ano, a co-lheita da algaroba é a única fontede renda para os pequenos agri-cultores do semi-árido.

Segundo a Embrapa Semi-Árido, a espécie também possuiestrutura biológica que ajuda nafixação do nitrogênio ao solo e re-cuperação de áreas ambientaisdegradadas | Leia mais na página 7

A ração feita a partir da algaroba é usada na alimentação dos animais

Depois de ensacado, o produto segue por 18 rotas de entrega

Uma das vertentes de exploração econômica está no carvão vegetal

A rota da algaroba nosertão baiano

Na Bahia, a algaroba passou a servista como alternativa a partir daRiocon, conglomerado de fazendasem cujo solo foi plantado um bos-que com 350 hectares da planta. Aprodução média anual de vagenspor hectare é de cinco toneladas. Si-tuada em Manoel Vitorino, a Rio-con estende suas terras tambémaos municípios de Iramaia, Barra daEstiva, Maracás e Jequié.

Depois de colhido, ensacado,transportado e transformado emcomplemento alimentar, o produtosegue por 18 rotas de entrega oudistribuição. Graças à capacidadedos quatro silos-trituradores, a em-presa se firma como a maior produ-tora mundial de farelo de algaroba.Dois dos silos podem processar até30 toneladas cada um e outros dois,180 toneladas, juntos, com produ-ção média anual de mil toneladas.

"Aqui a gente recebe, armaze-na, seca, faz a moagem e, enfim,entrega o produto final. Temosatualmente um mix de 35 produtosà base de algaroba, como raçõespara eqüinos, bovinos, ovinos, ca-prinos, avestruzes e outras aves. Sónão produzimos a linha pet (cães egatos) e para peixes", detalha o ge-rente industrial, Lucas Meira.

ADENSADO – O plantio na fazen-da deverá ser adensado, por meiode um manejo inovador, para am-pliar o volume em 20 toneladas porhectare/ano na mesma área. Umagrande mudança na cultura do se-mi-árido porque a população só viaa algaroba com invasora.

"Quando eu visitava as famíliaspara falar da importância da plantaera taxado até de louco", recordaRodrigo Torquato Fortuoso, coor-denador da área de plantio de alga-roba e o responsável pela implanta-ção do bosque.

"Eles viam a planta como umaárvore que secava as nascentes, as

barragens e erradicavam a árvore",diz. Esta cultura ainda persiste, cre-ditando a algaroba status de "pra-ga" do sertão. Tudo porque a plan-ta, de fácil adaptação ao semi-ári-do, se espalha de forma rápida e in-vade áreas de plantas nativas.

De acordo com pesquisadoresda Embrapa, a semente se desen-volve principalmente em áreas sali-nizadas e degradadas, com baixadensidade de espécies nativas. Adisseminação é favorecida pelosanimais que se alimentam de se-mentes não trituradas da planta.

Embora favorável ao benefícioeconômico que a planta proporcio-na, o pesquisador da Embrapa Se-mi-Árido, Paulo César Lima, temchamado a atenção para o impactoecológico que a algaroba pode de-sencadear na região.

Lima defende um plano de ma-nejo da algaroba para que o cresci-mento desordenado da planta sejacontrolado, evitando, assim, que aplanta passe de solução a problemano semi-árido.

# 3.800toneladas de raçõesforam produzidas pelaRiocon, paraequídeos, bovinos,ovinos, caprinos,avestruzes, avese suínos.

2toneladas sãonecessárias parainiciar a produção devagens/ha. Chega-se a9 ton. no sétimo ano.

Fonte ❚ Riocon

FOTOS JOSÉ SILVA | AG. ATARDE | 15.10.2008

*Da algaroba tudo se aproveita, desde raízes, caulee galhos para a produção de carvão vegetal,passando pela casca, usada para curtir couro, evagem, na alimentação de animais, na fabricaçãode farinha e até no preparo de uma bebidasemelhante ao café.

Se não for bem manejada, é capaz de invadirhabitats naturais e inibir a regeneração dasespécies de caatinga, reduzindo a biodiversidade.