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18 | Agro DBO – novembro 2017 Capa Direto no alvo Tecnologias de pulverização dirigida garantem resultados na guerra às plantas invasoras e geram economia de até 80% em herbicidas Ariosto Mesquita Fotos: Ariosto Mesquita

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18 | Agro DBO – novembro 2017

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Direto no alvoTecnologias de pulverização dirigida garantem resultados na guerra às plantas invasoras e geram economia de até 80% em herbicidas

Ariosto Mesquita

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Desde 2009, quando terminou a faculdade de agronomia em Campo Grande (MS), Ricar-do Alexandre Borges vinha pesquisando al-ternativas de combate às plantas daninhas.

Produtor tecnificado, acreditava que a solução in-cluía pulverizações em taxas variáveis na lavoura. Os sistemas tradicionais de manejo já não estavam fun-cionando bem, os custos com agroquímicos aumen-tavam ano a ano, mas até então ele dormia relativa-mente bem. Borges perdeu o sono há cerca de cinco anos, quando comprovou na prática a crescente resis-tência de espécies invasoras aos herbicidas, especial-mente ao glifosato. Apesar do baque, não desanimou. Continuou a busca por produtos e/ou equipamentos que lhe permitisse controlar as daninhas, de preferên-cia a baixo custo.

No início deste ano, Borges soube que acabava de chegar ao Brasil uma tecnologia originária da Holan-da – a WEEDit (algo como “capine isto” em tradução não literal), adaptada à agricultura pelos australianos, que permite a aplicação direta na planta. Ele entrou em contato com os representantes, acompanhou uma demonstração, gostou do que viu e decidiu investir pouco mais de meio milhão de reais na compra do equipamento para uso nas Fazendas Nova Geração (FNG), com terras próprias e arrendadas em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. Resultado: so-mente na dessecação de plantas daninhas em 6.510 hectares, antes do plantio de soja, economizou R$ 436.170 em herbicidas. Feliz com a aquisição, disse: “O investimento será pago, com sobras, até o final da safra 2017/18”.

Jateamento controladoA Agro DBO presenciou no mês passado a estreia

da WEEDit no Centro-Oeste, mais precisamente na unidade da FNG na tríplice divisa entre Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Pelo mapa, a fazenda fica em Goiás, mas oficialmente está cadastrada no mu-nicípio de Costa Rica, no Mato Gosso do Sul”, comenta Borges sobre o imbróglio geográfico. Além de pionei-ro na região no uso do equipamento, ele é o terceiro a utiliza-lo em escala comercial no país (antes dele, foi usado em duas fazendas na Bahia) e o primeiro, segun-do os fornecedores, a acoplar a estrutura em um pul-verizador com barra de fibra de carbono de 36 metros de comprimento. “É o maior pulverizador a embarcar a tecnologia no Brasil”, garante Mateus Tonini Eitelwein, gerente de produto e sócio da Smart Sensing Brasil, em-presa criada neste ano de 2017 para ser a representante da novidade no mercado brasileiro.

A WEEDit dispõe de sensores acoplados à bar-ra do pulverizador, a um metro de distância um do outro, 60 centímetros à frente dos bicos de aspersão. Cada sensor controla cinco bicos, numa disposição

Ricardo Borgesexamina galhos

de buva, antes do início da operação de dessecação de plantas daninhas na Fazenda Nova

Geração, em Costa Rica (MS)

Sensores fixadosna barra do pulverizador (no detalhe, o emissor/refletor de luz capaz de identificar a clorofila das plantas).

lógica. Instalados à frente da barra do pulverizador, os sensores identificam qualquer tipo de vegetal à me-dida em que o pulverizador avança sobre o campo e acionam os bicos para que eles apliquem os jatos de herbicidas, na quantidade desejada, exclusivamente sobre as plantas. No modelo de pulverização conven-cional, os agroquímicos são dispersados por toda a área de lavoura, mesmo onde não existem invasoras a serem destruídas. A operação só é possível graças ao processo de identificação da fluorescência de clo-rofila – os sensores emitem uma luz vermelha de alta intensidade e a clorofila presente nos vegetais “respon-de” emitindo luz NIR (Near Infrared Reflectance, algo como ‘reflectância próxima ao infravermelho’) não observada pelo olho humano, mas detectada por eles. Esta leitura, não só da planta, mas também de seu ta-manho, é feita com frequência de até 40 mil vezes por segundo, o que permite acionar o bico ou conjunto de bicos que borrifam o produto na dosagem certa e di-retamente na planta.

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São Desidério; na Fazenda Piratini (30 sensores), da SLC Agrícola, em Jaborandi (BA) e na FNG, em Costa Rica (MS). De acordo com o executivo da Smart Sen-sing, existe mais um grupo de oito sensores em teste na Fundação ABC, em Castro (PR) e um sensor aco-plado a um quadriciclo utilizado para pesquisas na Universidade Estadual de Santa Maria (RS).

Ricardo Borges investiu R$ 13 mil em cada um dos 36 sensores WEEDit, atingindo a faixa de meio milhão de reais com a aquisição de peças e acertos na barra de água, sistema elétrico e de pressão, além do monitor embarcado. Ele acredita que a tecnologia “veio para ficar”, mas precisou adaptar os equipamentio à reali-dade de manejo em suas fazendas (típicas de Cerrado, planas, de grandes extensões e com algumas áreas ain-da em abertura), além de ajusta-los a um pulverizador John Deere 4730 (peso adicional de 216 kg na barra de pulverização). Isso tomou tempo. Um dos diretores da Smart Sensing, o holandês Geert Haveman, passou 15 dias acompanhando o trabalho de instalação do conjunto na unidade FNG de Costa Rica.

Os resultados de 14 dias de pulverização (de 5 a 19/10) em 6,5 mil hectares deixaram Borges satisfeito e otimista. “Em média, utilizei uma quantidade de pro-

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A tecnologia foi desenvolvida pela Universidade de Wageningen. Inicialmente (em 1999), foi utilizada em pulverizações seletivas sobre ervas daninhas em áreas públicas das cidades holandesas. “Os sensores eram ins-talados em quadriciclos para borrifar exclusivamente as plantas que nasciam em meio às frestas nas calçadas. No entanto, o uso de herbicidas em área urbana logo foi proibido, o que causou um problemão para a empresa fabricante (a Rometron, também holandesa), que teve de buscar alternativas. Uma delas foi a pulverização com água quente, mas isso exigia muita energia para aquecer e bastante água para matar as plantas”, conta Eitelwein. Em 2009, depois de uma visita de um estagi-ário à Austrália, a Rometron detectou o potencial para uso na agricultura e instalou naquele país os primeiros sensores em um pulverizador agrícola. “Três anos de-pois a empresa se voltou totalmente para o mercado agrícola, com a versão atual de sensores e rede de bicos. Em 2014, a primeira WEEDit entrou na Argentina, cuja demanda pela tecnologia hoje é tão grande quanto a da Austrália. No ano passado, foram comercializados 3,5 mil sensores em cada um destes países”, revela.

Pioneirismo no Brasil

A WEEDit aportou no país em novembro de 2016 pelas mãos do produtor norte-americano John Da-niel Carroll, dono da empresa Agroservice, que cul-tiva soja, milho e algodão em São Desidério, oeste da Bahia. Ele adquiriu um conjunto WEEDit com 32 sen-sores, instalados em um pulverizador com 32 metros de extensão de barra. O prazo era curto e a estrutu-ra pouco chegou a ser utilizada em pulverizações em pré-semeadura na safra 2016/17. No entanto, os resul-tados nas aplicações pós-safra para conter invasoras foram significativos: “Em 58 dias de trabalho sobre 7,9 mil hectares de lavoura, dos R$ 401 mil previstos para a pulverização convencional de herbicidas, ele gastou apenas R$ 76 mil. Portanto, economizou R$ 325 mil”, calcula Eitelwein. Até o mês passado, cinco conjuntos WEEDit estavam em funcionamento no Brasil, três dos quais em lavouras comerciais: na Agroservice, em

Mateus Eitelweine (na foto ao lado) opulverizador da FNG com 36 sensores: “Além da tecnologia, a WEEDit traz como vantagem a economia nos custos com herbicidas”.

Ajustes nos bicos, antecedendo a aplicação de herbicidas na área destinada ao plantio de soja na Fazenda Nova Geração, em Costa Rica (MS).

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Dos 35 milhões de hectares cultivados com soja no Brasil, 20 abrigam algum tipo de planta daninha resistente a herbicidas.

WEEDit no Centro-Oeste. Na época, eu estava estu-dando a possibilidade de adquirir o WeedSeeker, um sistema da Trimble, mas a equipe da Smart se anteci-pou, trouxe um protótipo, fez demonstrações e acabei optando por ele”.

O WeedSeeker citado pelo agricultor entrou no mercado em 2013 e funciona como um sistema de pul-verização seletiva que também permite a aplicação do herbicida somente sobre as plantas. “A aplicação loca-lizada em controle de ervas daninhas está começando a se desenvolver”, garante o pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas. Ele avalia que, investir nestas tecnologias, como Borges fez em suas fazendas, pode ajudar a minimizar o impacto provocado pelo cres-cente nível de infestação e aumento de resistência de espécies aos herbicidas, principalmente ao glifosato. “Estamos acumulando problemas ano a ano. Existem várias especulações com relação ao impacto das ervas daninhas na safra 2017/18, mas o Grupo de Pesquisa-dores de Plantas Daninhas da Embrapa, do qual faço parte, estima que de aproximadamente 35 milhões de hectares cultivados com soja no Brasil, algo em torno de 20 milhões apresentem plantas com algum tipo de resistência a herbicidas”, avisa. Para o manejo adequa-do, o pesquisador prevê impacto crescente no bolso do produtor “Só nesta safra, em relação à anterior, o custo com o controle de invasoras pode aumentar entre 8% a 400%, dependendo da situação”.

Apesar de relevantes avanços, Adegas faz uma ressalva para quem pensa em apostar em alguma fer-ramenta para pulverização em taxas variáveis para combater as invasoras: “Ainda é uma tecnologia cara e, por enquanto, só funciona bem até a semeadura, uma vez que ela ainda não é capaz de fazer a diferen-ciação entre plantas”. Em resumo: caso seja utilizada

duto que até então seria suficiente para cobrir apenas 2,2 mil hectares. Minha economia foi de 67% em re-lação ao que gastava com pulverização convencional. Meu custo de aplicação de herbicidas em pré-semea-dura era de aproximadamente R$ 100/ha. Assim, dei-xei de desembolsar R$ 67/ha, o equivalente a 1,1 saca de soja/ha, considerando o preço pago ao produtor em R$ 60/saca. Como usei a tecnologia em 6.510 hec-tares, economizei R$ 436 mil ou o equivalente a 7.161 sacas de soja”, calcula o agricultor, que também cultiva milho, feijão e arroz. Na Fazenda Nova Geração, cuja área de lavoura era a menos infestada das proprieda-des, a economia foi maior: 82%. Este ganho foi possí-vel mesmo com a demanda crescente pela utilização de herbicidas com mecanismos de ação diferenciados. Além do glifosato, Borges usa um produto específico para eliminar capim-amargoso e milho voluntário e outro, “muito caro”, apenas para o combate à buva. “E o amargoso não morre com uma aplicação só. Terei de eliminar sua rebrota dentro da soja”, observa. O milho voluntário é derivado das sementes RR (transgênicas) e, por isso, resistente ao glifosato. Como em boa parte do país o cereal é cultivado em alternância com a soja, é comum que ele brote um pouco antes da semeadura e mesmo durante o cultivo da oleaginosa.

Novidades promissorasAntes de optar pela WEEDit, Ricardo Borges tes-

tara outras tecnologias de aplicação de taxa variável. “Em maio, durante conversa com um agrônomo, eu disse que enfrentava infestações crescentes de buva e capim-amargoso, além de milho voluntário. Ele logo me apresentou a um dos sócios da Smart Sensing, que procurava alguém com potencial para utilização da

O milho voluntáriobrota comumente na pré-semeadura

de soja, mas também pode

emergir depois.

Pulverização de plantas

invasoras pelo sistema

WeedSeeker, desenvolvido pela Trimble.

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no pós-emergência, eliminará tanto as ervas daninhas quanto plantas cultivadas. Indagado se vislumbra a chegada de alguma tecnologia que possa selecionar a planta a ser eliminada, o pesquisador é cuidadoso: “Ainda não vi nada que funcione bem. São muitas va-riáveis que devem ser levadas em conta, mas espero que algum dia isso seja possível”. Com relação à efici-ência no controle de invasoras, Adegas indica o “velho conceito” de manejo integrado com ênfase na pre-venção, monitoramento e uso de coberturas de solo com boa palhada e rotação de culturas. Ele também destaca algumas práticas que gradualmente começam a apresentar bons resultados: “Uma delas é o moni-toramento de lavouras com auxílio de drones. Outra que vem trazendo bons resultados no Sul do Brasil é o uso de controle químico de pré-emergência com resi-dual para pós-emergência”. Ela se baseia na aplicação direta no solo para conter o nascimento do mato. O

Um dos vilões da safra 2017/18, o capim-amargoso pode ocupar 50% de toda a área de soja infestada por plantas invasoras.

efeito residual previsto se manteria até após o plantio. O manejo seria finalizado com mais uma única apli-cação química. “As vantagens são a maior eficiência de controle, maior mecanismo de ação e a contenção da matocompetição inicial”, observa. O pesquisador con-sidera as ervas daninhas como um dos três principais problemas para a cultura da soja no Brasil, ao lado da ferrugem e dos nematoides. Segundo ele, o preço que o sojicultor tem de pagar para garantir um controle eficiente começa a atingir níveis assustadores: “O cus-to com herbicidas e manejo se aproxima rapidamente do que é gasto com fertilizantes”.

Prepare o bolsoA preocupação de Adegas é compartilhada pelo

professor Pedro Jacob Christoffoleti, do Departamen-to de Produção Vegetal da Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, de Piracicaba (SP). Ele recomenda ao agricultor preparar o bolso para encarar a safra 2017/18 até o fi-nal: “O produtor que tem problemas graves de plantas daninhas nas culturas de soja e milho com certeza terá um impacto adicional de, pelo menos, 80% no custo de controle destas invasoras”.

Na opinião de Christoffoleti, o capim-amargoso será o grande vilão desta safra: “Provavelmente ocupará 50% de toda a área de soja com algum tipo de infestação por ervas daninhas”. Caso o ritmo de proliferação permane-ça, ele não vê alternativas ao agricultor a não ser elevar a carga de herbicidas residuais e promover interferências mecânicas no solo. “São atitudes que batem de frente

Na opinião dopesquisador Fernando Adegas, as plantas daninhas são um dos três principais problemas na cultura da soja, ao lado da ferrugem (acima) e dos nematoides.

Pulverização seletiva A adequação da chamada “aplicação inteligente” ao pós-

-plantio parece já estar a caminho. As multinacionais Bayer e Bosch prometem apresentar neste mês de novembro, durante a Agritechnica 2017, feira realizada a cada dois anos na cidade de Hannover, na Alemanha, o protótipo de um sistema que permitirá identificar as plantas a serem eliminadas no campo, além de determinar produto e dosagem a serem utilizados. De acordo com o gerente de Inovação em Digital Farming da Bayer, Hiran Zani, os estudos para colocar a novidade no mer-cado ainda devem se estender por mais três anos. Caso se consolide, apresentará um avanço significativo às propostas hoje oferecidas pelas tecnologias WEEDit e WeedSeeker. Per-mitirá, dentre outras coisas, fazer aplicações seletivas, elimi-nando pontualmente as ervas daninhas sem afetar as plantas

cultivadas. Zani sinaliza que será uma espécie de complemen-to à ferramenta WEEDit, que ele admite já ser “um passo mui-to grande” como modo de controle em taxa variável e para a agricultura sustentável. “Nossa ideia é ir além, permitindo a pulverização de herbicidas pontualmente sobre o que se pretende eliminar durante todo o ciclo da cultura”.

Neste desenvolvimento, segundo o gerente, a Bosch par-ticipa com tecnologias de engenharia, sensoriamento, Internet das coisas e integração de sistemas. A Bayer, por sua vez, entra com sua bagagem em sistemas agronômicos e produtos. As empresas ainda avaliam se o equipamento será oferecido ao mercado de forma independente e aberta (para acoplar a qual-quer máquina) ou se virá embutido em um pacote específico, adaptado a uma determinada linha de pulverizadores.

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com a prática do plantio direto e com os conceitos de sustentabilidade”, alerta. Em uma escala de zero a 10, em termos de importância e de impacto nas lavouras, o professor coloca as ervas daninhas no nível “10”, segui-das pelos insetos (8), vírus (8), fungos (7), bactérias (7) e nematoides (5). Para ele, não existe carência de métodos de controle e, sim, descuidos do homem. Para o futu-ro, Christoffoleti prevê a chegada de novas variedades de sementes transgênicas resistentes a herbicidas com diferentes mecanismos de ação e espera que as práticas equivocadas que levaram à aceleração do processo de resistência ao glifosato, por exemplo, possam ser corri-gidas: “A questão não passa por ausência de tecnologias adequadas. Isso nós temos. O gargalo está na falta de co-nhecimento disseminado e de assistência técnica. É um problema de política pública”.

O quadro de infestação e de resistência de plantas invasoras previsto para a atual safra vem impulsionado por números expressivos registrados nos últimos ciclos de lavoura. Um levantamento da consultoria Spark In-

teligência Estratégica, sediada em Valinhos (SP) indica que a área de soja tratada com herbicidas complemen-tares ao glifosato no Brasil subiu de 33% para 40% en-tre as safras 2015/16 e 2016/17, elevando a receita do mercado de herbicidas em 27%. A dupla amargoso e buva concentra o maior esforço de controle em função da resistência e de sua grande disseminação pelo Brasil Central. Isso envolve campanhas e ações de marketing. No final de agosto, por exemplo, a Dow AgroSciences lançou o “Movimento Fora Buva e Amargoso” propon-do uma discussão geral sobre métodos de controle, so-bretudo em manejo integrado, e apontando soluções práticas (relatos e histórias de agricultores) ao longo da webserie “Operação Soja Limpa”.

As daninhas avançamA Embrapa contabiliza a existência de 29 espécies

de plantas daninhas resistentes a herbicidas no Bra-sil, incluindo todos os mecanismos de ação existen-tes (as manchas avermelhadas no mapa ao lado, ela-borado sobre ocorrências na safra 2015/16, indicam as regiões do país com maior concentração de invasoras). De acordo com o pesquisador Fernando Adegas, oito delas são comprovadamente resistentes ao glifosato: azevém (Lolium multiflorum), três espécies de buva (Conyza bonariensis, canadenses e sumatrensis), ca-

pim-amargoso (Digitaria insularis), cloris (Cloris elata), caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) e capim pé-de-galinha (Eleusine indica). Não bas-tassem as que já infestam as lavouras brasileiras,

o Ministério da Agricultura e a própria Embrapa divulgaram no mês passado uma lista com as 20 pra-gas quarentenárias ausentes prioritárias para ações de vigilância e pesquisa. São consideradas relevantes por ameaçarem, caso entrem no país, culturas como mi-lho, soja, arroz, batata e frutas, entre outras. Dentre elas, há duas plantas daninhas: Cirsium arvense (ataca milho, soja, trigo e aveia) e Striga spp (risco para mi-lho e feijão). Como se vê, todo cuidado é pouco.

Touceiras debuva (esq.) e de capim-amargoso, consideradas as duas principais ameaças nasafra 2017/18.Fo

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