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FOTODEPILAÇÃO – LUZ INTENSA PULSADA E LASER
Laíza Massambani de Araújo1, Kely Cristina dos Santos2
1. Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2. Farmacêutica Industrial, Mestre em Ciências Farmacêuticas, Professora Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Laíza Massambani de Araújo, [email protected]
RESUMO Apesar de algumas pessoas ainda manterem o uso de pelos como parte de sua cultura, a maioria da população do mundo busca a sua eliminação rotineiramente. Os pelos são anexos cutâneos presentes em praticamente toda a superfície do corpo. A depilação consiste na técnica de retirada de pelos do corpo humano. Dentre as formas de depilação, existem técnicas que somente cortam a haste do pelo e técnicas que removem os pelos desde sua raiz. A fotodepilação é um método de depilação duradouro que visa eliminar a matriz germinativa dos pelos através de sessões com aparelhos de laser ou luz intensa pulsada. Portanto, a fotodepilação é o que mais se aproxima da eliminação permanente de pelos. Este trabalho tem por objetivo realizar uma análise comparativa das técnicas de fotodepilação realizadas com luz intensa pulsada e laser. Palavras-chave: Fotodepilação, Luz Intensa Pulsada, Laser, Pelos, Remoção de Pelos ABSTRACT
Although some people still retain the use of the hair as part of their culture, the majority of the world population seeks its elimination routinely. The hairs are attached cutaneous present in almost all body surface. The depilation technique is the removal of human body hair. Among the forms of hair removal, there are techniques that only cut the rod and the techniques that remove the hair from its root. The photodepilation is a method of permanent hair removal that aims to eliminate the germinal matrix by using sessions with laser apparatus or intense pulsed light. So the phtodepilation is what is closest to the permanent elimination of hair. This paper aims to carry out a comparative analysis of techniques performed with photodepilation intense pulsed light and laser.
Keywords: Photodepilation,Intense Pulsed Light, Laser, Hair, Hair Removal
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1. INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais antigos a busca pela beleza sempre esteve
presente. Com o passar dos tempos, os padrões de beleza sofreram alterações
até chegar aos dias de hoje. Apesar de alguns locais ainda manterem o uso de
pelos como parte de sua cultura, a maioria da população do mundo busca a
sua eliminação rotineiramente. Atualmente a depilação atinge tanto o público
feminino como o masculino, não só em busca da beleza, mas também por
questões de higiene e bem estar pessoal (BORELLI, 2007).
Os pelos são anexos cutâneos presentes em praticamente toda a
superfície do corpo. São hastes queratinizadas que têm por função a regulação
da temperatura do corpo e proteção contra a entrada de substâncias estranhas.
São considerados por muitos como inúteis e sem função. Dependendo do local
onde estão situados, são aceitáveis em homens e mulheres, como nas
sobrancelhas. Em outras partes do corpo, dependendo da cultura, são
indesejáveis, antiestéticos e, às vezes, até anti-higiênicos (RIBEIRO, 2010).
A depilação consiste na técnica de retirada de pelos do corpo humano.
Dentre as formas de depilação, existem técnicas que somente cortam a haste
do pelo e técnicas que removem os pelos desde sua raiz como: ceras,
máquinas de extração, pinças, fios, depilação elétrica e fotodepilação
(BORELLI, 2007).
Quando a haste do pelo é arrancada, ocorre uma destruição parcial do
folículo piloso, o que não impede o reaparecimento do pelo depois de certo
tempo pois a papila não foi atingida. No processo de fotodepilação, a luz
emitida pelo aparelho é transformada em calor, o calor é transportado por todo
o folículo piloso até alcançar as células germinativas e destruí-las, inibindo,
assim, o crescimento contínuo do pelo. Dentre as vantagens de um método
duradouro em relação aos métodos onde não há destruição da papila, a mais
considerável é o fato de, em longo prazo, não existir mais pelos no corpo,
sendo assim não se faz necessário a realização constante de métodos
depilatórios (GOMES, 2013).
A fotodepilação é um método duradouro que visa eliminar a matriz
germinativa dos pelos através de sessões com aparelhos de laser ou luz
intensa pulsada. Por ser um método duradouro, a procura pela fotodepilação
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aumenta a cada dia, visto que homens e mulheres, cada vez mais, querem
eliminar o máximo possível de pelos do corpo (DRUMMOND, 2007).
Este trabalho tem por objetivo realizar uma análise comparativa das
técnicas de fotodepilação realizadas com luz intensa pulsada e laser.
2. REVISÃO DE LITERATURA
PELE
A pele constitui a primeira linha de defesa do corpo humano contra as
agressões do meio externo, sendo assim o mais extenso órgão sensorial
respondendo a estímulos táteis, térmicos e dolorosos (PEYREFITTE; MARTINI;
CHIVOT, 1998) (GUIRRO, 2004).
O tecido cutâneo é uma membrana de camada dupla, epiderme e
derme, que envolve toda a superfície exterior do corpo (HARRIS, 2005).
De acordo com Cormack (2003), a pele apresenta múltiplas funções
como proteger o organismo contra a perda de água por evaporação e contra o
atrito, colabora na termo regulação do corpo e tem função fotoprotetora contra
os raios violeta devido a um pigmento produzido e acumulado na epiderme, a
melanina.
De acordo com a quantidade de pigmentação encontrada na pele,
Fitzpatrick classificou os fototipos cutâneos de acordo com a tabela 1.
Tabela 1: Fototipos cutâneos por Fitzpatrick.
FOTOTIPOS DESCRIÇÃO SENSIBILIDADE
I – branca Queima com facilidade, nunca bronzeia Muito sensível II – branca Queima com facilidade, bronzeia muito pouco Sensível
II – morena clara Queima moderadamente, bronzeia moderadamente
Normal
IV – morena moderada Queima pouco, bronzeia com facilidade Normal V – morena escura Queima raramente, bronzeia bastante Pouco sensível
VI - negra Nunca queima, totalmente pigmentada Insensível Fonte: dermatofuncional.pt
A cor da pele resulta de uma série de fatores, entre os quais o de maior
importância é a quantidade de melanina. Existem dois tipos de melanina: a
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eumelanina, pigmento de cor castanho escuro ou preto e a feomelanina,
pigmento de cor castanho avermelhado ou castanho claro. A melanina é
sintetizada no melanócito que se encontra na camada basal da epiderme.
Quando não ocorre síntese no melanócito ou essa atividade está muito
reduzida, não há produção de melanina (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004).
PELOS
No organismo existem dois tipos de pele: a pele glabra, sem pelos, como
na palma das mãos e dos pés e a pele pilificada, esta se apresenta em todo o
restante do corpo humano (HARRIS, 2005).
Segundo Avé (2004), os pelos são delgadas estruturas queratinizadas
que se desenvolvem a partir de uma invaginação na epiderme. Sua cor,
tamanho e disposição variam de acordo com a raça e região do corpo.
De acordo com Junqueira e Carneiro (2004), os pelos estão presentes
em praticamente toda a superfície corporal, com exceção de algumas regiões
bem delimitadas (pele glabra). Os pelos são estruturas que crescem
continuamente, intercalando com fases de repouso e fases de crescimento.
O crescimento do pelo ocorre de forma cíclica, o que proporciona a
alteração de períodos de crescimento com outros de repouso ao longo da vida.
A fase anágena é a fase de proliferação ativa da matriz do pelo, nesta fase os
pelos estão ligados à sua matriz e existe uma maior concentração de melanina.
A fase de latência, chamada de catágena, é a fase onde o pelo se desprende
de sua matriz e na fase telógena ocorre a queda do pelo. Através da fase
telógena, quando o pelo se solta, o folículo permanece inativo até que se inicie
uma nova fase anágena e o estimule, repetindo assim o ciclo: anágena,
catágena e telógena. A duração de cada fase varia de acordo com a região do
corpo em que o pelo está localizado (BORELLI, 2007).
Junqueira e Carneiro (2004), afirmam que a pigmentação do pelo vem
dos melanócitos que fornecem melanina às células da raiz e córtex do pelo. A
papila do pelo tem ação indutiva sobre o epitélio que o recobre, o que explica a
ausência de pelos em processos que lesam a papila.
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FOTODEPILAÇÃO
A fotodepilação é uma técnica que visa destruir as células germinativas
do pelo. É embasada no princípio da fototermólise seletiva, onde a energia
emitida pelo aparelho se dirige a um cromóforo específico do tecido. Os
cromóforos são substâncias capazes de absorver a luz. Na fotodepilação, o
cromóforo responsável pela absorção da luz é a melanina, que transforma a luz
em calor e o transmite por todo o pelo, causando, assim, a destruição de sua
matriz (DRUMMOND, 2007).
Segundo Coelho (2006), quando a luz emitida pelo aparelho é
transformada em calor pela melanina, a temperatura do local é elevada e
ocorre a coagulação das proteínas do bulbo piloso e dos capilares que o
irrigam. Com a coagulação das proteínas, não existe mais irrigação de
nutrientes no folículo piloso, causando assim, sua completa destruição.
LASER
A utilização do laser para a remoção de pelos tem sido muito estudada,
tendo em vista que esse método vem ganhando cada vez mais espaço e
tornando-se uma alternativa muito cogitada em relação a outros métodos de
depilação (AVÉ, 2004).
Segundo Guirro (2004), o conceito de raio laser foi primeiramente
descrito por Einstein, em 1917, na teoria quântica da radiação; no entanto,
somente em 1958, Townes e Schalow produziram emissão estimulada de
radiação usando microondas. Em 1960, Maimam observou a emissão
estimulada de radiação com luz visível usando cristais de rubi, o que culminou
no termo LASER (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation).
O laser emprega um comprimento de onda único, onde todas as ondas
têm a mesma frequência e velocidade de propagação, é uma luz
monocromática e colimada, ou seja, os raios são paralelos entre si. Ao atingir a
pele, uma determinada quantidade de energia é absorvida pela melanina do
pelo, transformando essa energia em calor e se difundindo ao redor da haste
do pelo incluindo o folículo piloso (AVÉ, 2004).
Para Borges (2004), o laser utilizado na fotodepilação deve ter um
comprimento de onda específico, sendo absorvido somente pelo órgão alvo. No
caso da fotodepilação o foco é o cromóforo, ou seja, a melanina encontrada no
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pelo. Esse mecanismo de ação é chamado de fototermólise seletiva, que
consiste na destruição de um “alvo” específico, sem atingir as estruturas
vizinhas.
Como o laser tem seu foco na melanina, indivíduos com pele mais
expressiva tendem a absorver uma maior parcela da radiação, apresentando
uma menor penetração dessa energia quando comparados aos indivíduos de
pele clara (GUIRRO, 2004).
A capacidade de penetração do laser depende da profundidade dos
raios e do tipo de laser utilizado, conforme observado na tabela 2.
Tabela 2: Capacidade de penetração do laser.
Profundidade (µm)
Estrutura da pele Comprimento de onda (nm)
Laser Cromóforo
200-300 Camada espinhosa 488-514 Argônio Melanina, Hemoglobina
1.200 Derme reticular 694 Rubi Melanina
1.300 Derme reticular 755 Alexandrita Melanina
1.450 Derme reticular 800 Diodo Melanina
1.600 Derme reticular 1.064 Nd:yag Melanina, hemoglobina
Fonte: BORELLI, S., 2007.
Existem cinco tipos de lasers no mercado sendo que o mais indicado
para fotodepilação é o laser de diodo. Este laser é aprovado pelo Food and
Drugs Admnistration (FDA) e é utilizado especificamente para este fim pois
reduz a sensação de dor, protege a epiderme, previne pelos encravados e
hiperpigmentações, seu comprimento de onda varia de 620 a 900nm
(MACEDO, 2001).
LUZ INTENSA PULSADA
Atualmente a ação da luz intensa pulsada vem sendo utilizada para
diversos tipos de tratamento (COELHO, 2006).
Na última década, esta fonte de luz provou a capacidade de bons
resultados para a depilação em longo prazo. A facilidade de operação e
mínimos efeitos adversos combinado com a capacidade de tratar grandes
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áreas têm aumentado o número desse procedimento estético (GIGLIO;
SHAOUL, 2002).
Segundo Drummond (2007) a luz intensa pulsada é uma fonte de luz de
alta intensidade proveniente de uma lâmpada de xenônio que emite uma luz
policromática, ou seja, composta por vários comprimentos de onda que vão de
515 a 1200nm. Estes comprimentos de onda são selecionados por filtros de
cristal de quartzo colocados na saída de luz e, de acordo com o comprimento
de onda selecionado, atingem os cromóforos desejados.
Para Borelli (2007), o filtro adequado para a fotodepilação é o de 695nm.
Cada comprimento de onda é mais absorvido por alvos específicos, conforme a
tabela 3.
Tabela 3: Comprimentos de onda e seus alvos (cromóforos) principais.
Fonte: BORELLI, S., 2007.
O tecido de interação da luz pulsada é controlado por três grandes
fenômenos: reflexão, absorção e espalhamento. Uma parte significativa da luz
é refletida a partir da superfície cutânea, o restante da luz é absorvida pelos
cromóforos, que são a melanina presente na epiderme e pelos e a
hemoglobina, contida no sangue (KREINDEL; WALDMAN, 2003).
De acordo com Drummond (2007), os pelos recebem a radiação da luz
intensa pulsada e o cromóforo absorve a radiação, isto é, após o tratamento
determinada quantidade de pelo é eliminada e cerca de 25% dos pelos
desaparecem após cada sessão.
COMPRIMENTO DE ONDA (nm) CROMÓFORO
532 Melanina e hemoglobina
585 Hemoglobina
694 Melanina
775 Melanina
1.064 Melanina e hemoglobina
2.940 Água
10.600 Água
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Coelho (2006), afirma que quando a temperatura do local é elevada,
devido ao raio emitido pelo aparelho, ocorre a coagulação das proteínas do
bulbo piloso e dos capilares que o irrigam, atrofiando-o e destruindo por
completo. A irrigação do bulbo é destruída e, por isso, não há “para-raios”. Este
efeito é exclusivo da luz intensa pulsada, uma vez que não é colimado como o
laser e possui potências baixas, se comparadas ao laser utilizado para o
mesmo fim. As potências mais baixas permitem penetração mais profunda da
energia, sem provocar efeitos indesejados aos tecidos (DRUMMOND, 2007).
3. METODOLOGIA
Este trabalho classifica-se como descritivo exploratório, onde realizou-se
uma pesquisa bibliográfica, tendo como base materiais elaborados por outros
autores, constituído de livros e artigos científicos entre os anos de 1998 a 2013,
por meio do site da Bireme para consulta de seus acervos de dados como
Lilacs, Medline, PubMed e Scielo. A partir desse estudo bibliográfico, foram
identificados os métodos de depilação e desenvolvido uma análise comparativa
entre os métodos de fotodepilação com laser e luz intensa pulsada.
4. DISCUSSÃO
O tratamento com fotodepilação depende de alguns fatores importantes
para que se obtenha sucesso no resultado.
Além do comprimento de onda, a eficácia do tratamento com luz intensa
pulsada e laser também depende de parâmetros como tempo entre um pulso e
outro, que deve ser igual ou próximo do tempo de relaxamento térmico e o
tamanho do spot, visto que quanto maior a área do spot, mais profunda a
penetração dos raios de luz (COELHO, 2006).
Em apenas uma das fases de crescimento do pelo o tratamento de
fotodepilação se torna efetivo. Na fase anágena os pelos estão ligados à matriz
germinativa, que é a parte do pelo a ser destruída. Nas demais fases, os pelos
não estão ligados à matriz, fazendo com que o alvo não seja atingido e o
tratamento não apresente resultados. Cada pelo encontra-se em uma fase de
crescimento e não é possível determinar em qual, sendo assim não é possível
eliminar todos os pelos em uma única sessão (BORELLI, 2007).
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Segundo Borges (2004), o cromóforo a ser atingido na fotodepilação é a
melanina, sendo assim quanto maior for a concentração de melanina nos
pelos, mais eficaz é o resultado. Pelos pouco pigmentados como os loiros e
ruivos, possuem menor concentração de melanina, fazendo com que se torne
mais difícil atingir um resultado satisfatório. Os pelos brancos, chamados de
amelânicos, são imunes ao tratamento de fotodepilação devido à ausência de
melanina em seu interior.
Guirro (2004) corrobora com o autor acima, quando discorre que
indivíduos com cor de pele mais expressiva, como os de fototipo cutâneo IV
escuro, V e VI, tendem a absorver uma maior parcela da radiação devido à
quantidade de melanina presente na pele. Estes indivíduos são contraindicados
ao tratamento de fotodepilação. A grande quantidade de melanina existente na
pele faz com que o risco de efeitos adversos seja muito alto. Observa-se risco
de queimadura devido à grande absorção da luz por parte da melanina da pele
e menor penetração nos pelos e risco de hiperpigmentações.
Peles bronzeadas pelo sol ou artificialmente não podem receber a
aplicação da fotodepilação. O bronzeamento após a sessão não é
recomendado pois aumenta a regeneração da melanina, resultando na
hiperpigmentação da pele (COELHO, 2006).
Antes da aplicação da fotodepilação com laser ou luz intensa pulsada,
deve-se realizar a tricotomia da região a fim de concentrar a energia no bulbo
piloso e não na haste do pelo, parte exteriorizada. Esta tricotomia deve ser feita
com lâminas de barbear ou cremes depilatórios, não poderão ser utilizadas
ceras e pinças, pois estas removem o pelo de sua matriz germinativa
impossibilitando a aplicação (AVÉ, 2004).
De acordo com Low; Reed (2001) deve ser feita a eliminação da
secreção sebácea, ou qualquer outra substância da pele. A superfície a ser
tratada deve ser limpa com álcool 70% removendo qualquer material que possa
absorver ou espalhar a radiação.
Antes do início da aplicação de fotodepilação, o operador do aparelho e
o paciente devem fazer uso de óculos de proteção para impedir que a radiação
afete o globo ocular. Existem casos onde se faz uso de uma bolsa de gelo ou
aplicação de gel gelado para minimizar a sensação de calor durante o
procedimento (BORELLI, 2007).
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Segundo Borelli (2007), o tratamento com fotodepilação constará de
várias sessões espaçadas, num período inicial de 30 dias. A quantidade de
sessões dependerá de fatores como cor do pelo, cor da pele, espessura do
pelo, idade, sexo, sistema hormonal, entre outros, sendo que em nenhum caso
é possível determinar antecipadamente o número exato de sessões
necessárias até que o resultado seja alcançado.
Após a sessão a pele costuma ficar avermelhada e com uma leve
sensação de ardência que passa em poucas horas. No dia em que for
realizado o procedimento de fotodepilação, é indicado que não se faça uso de
água muito quente e roupas muito apertadas devido à sensibilização da pele na
área onde o tratamento foi realizado. O uso de cremes hidratantes também é
importante para não sensibilizar e ressecar as áreas submetidas ao tratamento.
O protetor solar é de uso indispensável durante o tratamento de fotodepilação,
visto que a exposição ao sol aumenta o risco de queimaduras e
hiperpigmentações (LOW; REED, 2001).
O tratamento de fotodepilação com aparelho de laser pode ser
considerado mais agressivo quando comparado à fotodepilação com luz
intensa pulsada, pois o laser possui apenas um único comprimento de onda, o
que faz com que a absorção da radiação pela pele seja maior e indivíduos com
fototipo IV e IV escuro já são contraindicados ao tratamento devido ao grande
risco de hiperpigmentação e queimadura (DRUMMOND, 2007).
A fotodepilação com luz intensa pulsada poderá ser realizada em
indivíduos com fototipos IV e IV escuro, porém a aplicação deverá ser feita de
maneira cautelosa para que não haja risco de hiperpigmentações e
queimaduras. Para tanto, a configuração do aparelho de luz intensa pulsada
deverá ser alterada para doses mais baixas que as comumente utilizadas nos
demais fototipos e o tempo de resfriamento com bolsa de gelo deverá ser maior
(BORGES, 2004).
Segundo Coelho (2006), casos como doenças de pele, gestantes e
lactantes, pacientes imunodeficientes, epilepsia, diabetes, administração de
medicamentos fotossensibilizantes, HIV, cirurgias recentes, herpes ativa,
menores de 13 anos, câncer de pele e uso de medicamentos com alguma
substância fotossensibilizante são considerados impeditivos totais, ou seja, a
fotodepilação não poderá, em hipótese alguma, ser realizada em nenhuma
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área. Casos como feridas abertas, hemangiomas, herpes reincidente,
implantes com fios metálicos, placas, próteses e materiais de preenchimento
como botóx, ácido hialurônico, tatuagens, efélides, hematomas escuros e uso
de cosméticos com alguma substância fotossensibilizante, são considerados
impeditivos locais, ou seja, a fotodepilação não poderá ser realizada nas áreas
que possuírem alguma destas características, nas demais o tratamento poderá
ser realizado.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fotodepilação é um procedimento que vem ganhando cada vez mais
espaço dentro da área da estética devido ao fato de, a longo prazo, não existir
mais pelos no corpo, fazendo com que não seja necessária a realização
constante de métodos depilatórios. É considerado um método duradouro, pois
o organismo, com o passar do tempo, irá produzir novos pelos, fazendo com
que seja necessário realizar sessões de manutenção para manter o resultado.
A frequência de manutenção pode variar de indivíduo para indivíduo.
Atualmente, não existem métodos definitivos de depilação, visto que
ainda não foi descoberta uma forma de cessar a atividade do organismo de
produzir novos pelos. Portanto, a fotodepilação é o que mais se aproxima da
eliminação total de pelos, proporcionando ao indivíduo que se submete ao
tratamento mais comodidade em função da durabilidade que o método
apresenta.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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utilizados na farmácia de manipulação para médicos e farmacêuticos. São
Paulo, ED. Tecnopress, 2004.
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Não há estudos que comprovem que a fotodepilação seja prejudicial ou segura para
mulheres grávidas, por isto, o melhor é não arriscar e evitar fazer o procedimento quando se
está grávida. Além disto, mulheres grávidas sofrem alterações hormonais e isto pode
atrapalhar o resultado do tratamento.