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Jornal do Inpa Manaus, Janeiro 2011 - Ano III - Ed.11 - ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuita 56 anos Os assuntos mais destacados pelo ministro foram a fixação de mão-de-obra e geração de renda para a região. www.inpa.gov.br Cooperação para pesquisar efeitos da poluição na atmosfera amazônica Inpa integrará rede brasileira de pesquisa sobre mudanças climáticas Inpa/Roraima: porta para pesquisas no extremo norte do país Inpa tem mais nove patentes No Inpa, ministro discute ações de C&T para a Amazônia Cresce matança de botos no Amazonas O motivo da caça aos botos amazônicos está na pesca de um peixe chamado piracatinga. Segundo pesquisadores, em 10 anos, a população de botos vermelhos diminuiu 10% Estudo dos peixes: Amazonas reúne especialistas para debater o assunto O encontro, realizado há 22 anos, aconteceu pela primeira vez em Manaus no Centro de Convenções do Studio 5 Festival Mall Boa leitura Pág. 02 Pág. 02 Pág. 02 Pág. 02 Pág. 04 Pág. 03 Pág. 05 Pág. 07 Conhecimento científico aliado a opção de lazer Bosque da Ciência oferece aos visitantes a oportunidade de adquirir conteúdo sobre a Amazônia, mantendo maior contato com a natureza Pág. 08 Foto: Eduardo Gomes Foto: Eduardo Gomes Foto: Anselmo d`Affônseca Foto: Flavio Ribeiro Inpa lança publicação sobre a arte indígena

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Page 1: Foto: Flavio Ribeiro No Inpa, ministro discute ações de ... · Foto: Flavio Ribeiro Inpa lança publicação sobre a arte indígena. Página 02 - Janeiro 2011 Chefe da Divisão

Jornal do Inpa

Manaus, Janeiro 2011 - Ano III - Ed.11 - ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuita

56 anos

Os assuntos mais destacados

pelo ministro foram a fixação de

mão-de-obra e geração de

renda para a região.

www.inpa.gov.br

Cooperação para pesquisar efeitos da poluição na atmosfera amazônica

Inpa integrará rede brasileira de pesquisa sobre mudanças climáticas

Inpa/Roraima: porta para pesquisas no extremo norte do país

Inpa tem mais nove patentes

No Inpa, ministro discute ações de C&T para a Amazônia

Cresce matança de botos no AmazonasO motivo da caça aos botos amazônicos está na pesca de um peixe chamado piracatinga. Segundo pesquisadores, em 10 anos, a população de botos vermelhos diminuiu 10%

Estudo dos peixes: Amazonas reúne especialistas para debater o assunto

O encontro, realizado há 22 anos, aconteceu pela primeira vez em Manaus no Centro de Convenções do Studio 5 Festival Mall

Boa leitura

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 04

Pág. 03Pág. 05

Pág. 07

Conhecimento científico aliado a opção de lazer

Bosque da Ciência oferece aos visitantes a oportunidade de adquirir conteúdo sobre a Amazônia, mantendo maior contato com a natureza

Pág. 08

Foto: Eduardo GomesFoto: Eduardo GomesFoto: Anselmo d`Affônseca

Foto: Flavio Ribeiro

Inpa lançapublicação

sobre aarte indígena

Page 2: Foto: Flavio Ribeiro No Inpa, ministro discute ações de ... · Foto: Flavio Ribeiro Inpa lança publicação sobre a arte indígena. Página 02 - Janeiro 2011 Chefe da Divisão

Página 02 - Janeiro 2011

Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Aline Cardoso, Clarissa Bacellar, Daniel Jordano, Josiane Santos e Wallace Abreu Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Wallace Abreu - Secretário de Redação: Everton Martins. Fotos: Anselmo D`Affônseca, Daniel Jordano, Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro Tiragem: 1000 - Edição 11 - Janeiro 2011 - ISSN 2175-0866.Produção: Divisão de Comunicação Social do Inpa/MCT.

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] www.twitter.com/ascom_inpa

www.facebook.com/inpamct

Expediente

Fale com a redação

Ministério daCiência e Tecnologia

Tome Ciência

O estado de Roraima é conhecido

por sua diversidade cultural, reservas

indígenas e pastagens naturais e está

localizado no extremo norte do País.

Para auxiliar nas pesquisas feitas na

região, o Instituto Nacional de Pesqui-

sas da Amazônia (Inpa/MCT) mantém

na capital Boa Vista, um núcleo regio-

nal de pesquisas.

Além de servir como importante base

para pesquisas, o núcleo regional

reforça a presença brasileira na região

de fronteira como explica o coordena-

dor do Inpa/Roraima, Celso Morato. “O

Inpa funciona na base de pesquisa,

ensino e extensão. Os núcleos regio-

nais como é o caso do Inpa/Roraima

funciona como uma extensão do Insti-

tuto”, disse.

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCT) vai participar da

Rede Brasileira de Pesquisas sobre

Mudanças Climáticas Globais (Rede

Clima). O anúncio foi feito durante a

visita do Ministro da Ciência e Tecnolo-

gia (MCT), Aloizio Mercadante, ao

Inpa.

De acordo com o pesquisador do

Instituto Nacional de Pesquisas Espa-

ciais (Inpe), Carlos Nobre, a Rede

Clima atuará este ano com mais três

novos sub-temas: oceanos, desastres

naturais e serviços ambientais dos

ecossistemas, sendo que este último, o

Inpa passará a coordenar. “É uma coor-

denação nacional e hoje vimos nas

apresentações do Inpa, Museu Emílio

Goeldi e do Instituto Mamirauá que

esse assunto é importantíssimo”.

Inpa integrará rede brasileira de pesquisa sobre mudanças climáticas

O Instituto Nacional de Pesquisa da

Amazônia (Inpa/MCT) fechou o ano de

2010 com mais nove processos e pro-

dutos patenteados, ou seja, protegi-

dos. A informação foi divulgada pela

Divisão de Propriedade Intelectual e

Negócios (DPIN) do Instituto.

Para Rosângela Bentes, chefe da

DPIN, as novas patentes são importan-

tes, pois protegem o trabalho intelectu-

al dos pesquisadores. Ela afirma ainda

que o Inpa ampliará o trabalho junto

aos cientistas para identificar de mane-

ira mais rápida que tipo de pesquisa

pode virar patente. “O número de

patentes depositadas pelo Inpa está

crescendo e a tendência é crescer

ainda mais. Em 2011, vamos fazer um

trabalho para diagnosticar o que pode

ser patenteado”, disse.

Inpa tem mais nove patentes Inpa/Roraima: porta para pesquisas no extremo norte do país

Boa leitura | Arte Plumária

Ilustração Foto: Daniel Jordano

A diversidade da arte plumária dos povos Kagwahíva da transamazônica: etnias Tenharim,

Parintintin e Diahoi, agora fazem parte de uma cartilha que apresenta a produção de adornos e

seus respectivos significados para o povoado. As pesquisadoras Ana Carla Bruno e Simone

do Carmo Gomes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) mostram por meio

de fotos, desenhos e textos o processo de confecção dos objetos.

A obra é resultado do “Programa Fepi/Inpa – Educação, Resgate e Revitalização Cultural –

Etnias Indígenas de Humaitá e Manicoré do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em

Políticas Públicas em Áreas Estratégicas (PPOPE), sendo financiada pela fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com o Inpa e Fundação

Estadual dos Povos Indígenas (FEPI).

A obra custa R$ 5, e pode ser adquirida no setor de vendas da Editora Inpa, localizada no

campus I do Instituto, Av. André Araújo, 2936, Aleixo, zona Centro Sul de Manaus.

Foto: Flavio Ribeiro

Errata: A foto publicada na edição anterior, outubro de 2010 edição 10, utilizada na matéria Expedições no rio Madeira para análise genética de botos foi creditada erroneamente. A autora da foto é Waleska Gravena.

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Janeiro 2011 - Página 03Meio Ambiente - Divulga Ciência

Cresce matança de botos no Amazonas

O motivo da caça aos botos amazônicos está na pesca de um peixe chamado piracatinga. Segundo pesquisadores, em 10 anos, a população de botos vermelhos diminuiu 10%

Aline CardosoDa Equipe do Divulga Ciência

Moradores de comunidades em

torno de Tefé (a 663 km de Manaus –

Amazonas) têm exercido uma ativida-

de que agride o meio ambiente,

causando impacto decisivo no futuro

de um dos animais aquáticos que

fazem parte da fauna amazônica: o

boto-vermelho (Inia geoffrensis).

De acordo com Nívia do Carmo,

pesquisadora do Projeto Boto do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCT) e presidente da

Associação Amigos do Peixe-Boi

(Ampa), pesquisas de monitoramento

com esses mamíferos aquáticos

apontam um decréscimo na população

de botos-vermelhos (ou botos cor-de-

rosa) de 10% na última década nessa

região. Os estudos são realizados na

Reserva de Desenvo lv imento

Sustentável Mamirauá – RDSM

(distante de Manaus cerca de 700km)

desde 1993, sob a coordenação da

pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, e

do membro do Conselho de Pesquisas

do Ambiente Natural do Reino Unido

(NERC), Anthony Martin.

A causa dessa diminuição pode ser a

captura predatória de botos-vermelhos

para a pesca da piracatinga (Caloph-

ysus macropterus), espécie de peixe

necrófago, de porte médio, podendo

medir 45 cm em comprimento total,

muito abundante na região amazônica

e consumido em larga escala pelos

colombianos, também conhecida como

mota ou simí, na Colômbia.

Segundo a pesquisadora, uma

viagem foi realizada, em outubro e

novembro de 2010, às comunidades

em torno de Tefé por pesquisadores do

Inpa. Durante a excursão, constata-

ram que a caça dos botos é constante e

tratada de forma natural por eles, em-

bora os comunitários tenham consciên-

cia de que a pesca e/ou caça de

animais silvestres é crime ambiental.

“O peixe é mais facilmente captura-

do utilizando carne de jacaré e de boto,

esta última tem um odor mais apelativo

a essa espécie de peixe. Geralmente

utiliza-se como isca um boto-vermelho

adulto, que pode pesar entre 150 e

200kg. Com uma isca desse porte é

possí-vel pescar aproximadamente

uma tonelada de piracatinga”

afirmou a pesquisadora.

A Colômbia é um grande aprecia-

dor de peixes Siluriformes (peixes lisos

ou de couro) da Amazônia brasileira e a

pesca da piracatinga se torna uma

atividade lucrativa para os ribeirinhos

que habitam essas localidades, no

entanto, essa espécie de peixe não tem

valor comercial significativo nas feiras

e açougues do nosso Estado.

O Comércio

A pesquisadora disse ainda que o filé

de piracatinga é comercializado na

Colômbia a preços bem baixos. Tem-se

notícias, segundo ela, que está sendo

vendido no Amazonas em frigoríficos,

já em filetes, com o nome de “douradi-

nha”. O comércio do peixe durante o

período da cheia é negociado ao valor

de R$1,50 o quilo. Durante o período

da vazante, época em que é mais fácil a

captura, o preço do quilo diminui para

R$ 0,50. A pesca da piracatinga não é

a causa do predatorismo do boto-

vermelho, pois essa espécie pode ser

capturada com vísceras de outros

animais por exemplo; o problema é

a caça. “O custo-benefício ao usar o

boto como isca é mais vantajoso

para eles e o tempo de trabalho é

reduzido”, disse Nívia.

Fiscalização

De acordo com Jéferson Lobato, do

departamento de fiscalização do

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama), um estudo está sendo feito

para avaliar se a captura de botos e

jacarés está alterando de alguma

forma o biossistema da localidade em

questão.Já o Batalhão Ambiental

informou que tem conhecimento do

caso e está traçando estratégias para

combater a atividade.

‘‘ ‘‘

Estratégias estão sendo traçadas para que essa

atividade seja combatida

Carne do animal é ultilizado como isca para a pesca da pirapitinga

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Página 04 - Janeiro 2011

Estudo avaliará impacto de derramamento de Petróleo em organismos aquáticos amazônicos

Uma reunião para definir os próximos

passos do projeto “Medições de Radiação

Atmosférica (ARN em inglês) aconteceu

na sede do Instituto Nacional de Pesqui-

sas da Amazônia (Inpa/MCT). O projeto já

foi aprovado e conta com a cooperação

entre Inpa, Universidade de São Paulo

(USP) e Universidade de Harvard (EUA).

A finalidade é estudar de que forma a

poluição proviniente de Manaus interfere

em áreas preservadas que estão próximas

a capital. “A ciência ainda não consegue

entender a interação das emissões de

grandes centros urbanos tropicais como

Manaus com as emissões da floresta. A

ideia é estudar essa interação em deta-

lhe”, destaca o físico da USP Paulo Artaxo.

O projeto, que deve estar em pleno fun-

cionamento em 2014, será feito nas proxi-

midades de Manacapuru, interior do Ama-

zonas, onde funcionará com equipamen-

tos distribuídos em uma área de aproxima-

damente 100 m².

“A maior parte fica concentrada em

cinco containeres, mas algumas antenas e

uma torre meteorológica (aproximada-

mente de 10 metros de altura) acompa-

nham o pacote”, declarou Antônio Manzi,

pesquisador do Inpa que também está

envolvido nas atividades.

Ambiente Limpo

O estudo pretende além de compreen-

der os efeitos de uma megacidade tropical

em um ambiente limpo, fornecer também

informações para aplicações mais amplas

sobre as mudanças climáticas no planeta.

Segundo o professor da Universidade

de Harvard e coordenador do projeto, Scot

Martin, o projeto já passou por vários paí-

ses. “Esses equipamentos foram projeta-

dos para viajar. Países como China e Índia

também já participaram das pesquisas”,

declarou.

Cooperação para pesquisar efeitos da poluição na atmosfera amazônica

A parceria envolve o Inpa, a USP e a universidade de Harvard (EUA). O projeto já foi a aprovado e prevê estudos sobre os efeitos da poluição proveniente de Manaus sobre as regiões preservadas ao redor da capital amazonensea

Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência

Avaliar a toxicidade do petróleo e do

petróleo dispersado nas águas branca

e preta da região amazônica e os

efeitos destes sobre o Tambaqui

(Colossoma macropomum) são os

principais objetivos da tese de doutora-

do de Helen Sadauskas Henrique,

intitulada “Aspectos ecofisiológicos e

e c o m o r f ó l ó g i c o s d a e s p é c i e

Colossoma macropomum exposta ao

petróleo e ao petróleo quimicamente

dispersado em água branca e preta da

Bacia Amazônia”.

A pesquisa será realizada por meio

do Programa de Pós-Graduação de

Biologia de Água Doce e Pesca interior

(BADPI) do Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT),

sob orientação da pesquisadora Vera

Val do Laboratório de Ecofisiologia e

Evolução Molecular (LEEM) e co-

or ientação de Marisa Narciso

Fernandes da Universidade Federal de

São Carlos (UFSCar).

“O estudo contribuirá com importan-

tes informações para futuros planos de

manejo e conservação de recursos

naturais. Esperamos fazer uma revisão

geral dos dados gerados em laborató-

rio e coletados em campo, a fim de

traçar perspectivas de manejo ambien-

tal e tomada de decisões frente a

possíveis efeitos em grande escala de

derrames de petróleo, levando em con-

sideração a crescente exploração e

petróleo na região”, comenta Helen.

De acordo com Helen, serão realiza-

das pesquisas em laboratório e coleta

em campo nas proximidades de Pro-

víncia Petrolífera do Urucu (PPU),

localizada no município de Coari,

interior do Amazonas. “Esta área é uma

das maiores responsáveis pela

produção de gás natural e petróleo do

país. Tanto os rios de água preta

quanto os rios de água branca estão

propícios aos efeitos de derramamen-

tos crônicos ou agudos de petróleo”,

afirma.

A doutoranda diz que o tambaqui foi

escolhido como modelo por quatro

motivos: presença nos dois ambientes

a serem estudados, grande importân-

cia econômica, alta sensibilidade ao

petróleo, e existência de pesquisas

sobre efeitos do petróleo na espécie.

A área estudada é explorada para obtenção de petróleo e gás natural

|Wallace AbreuDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Flavio Ribeiro

Estudos poderão contribuir com importantes informações para o manejo e conservação de recursos naturais.

Pesquisa - Divulga Ciência

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Janeiro 2011 - Página 05Educação e Sociedade

A Sociedade Brasileira de Ictiologia

(SBI), juntamente com o Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCT), realizaram de 30 de

janeiro a 04 de fevereiro, o XIX

Encontro Brasileiro de Ictiologia (es-

tudo dos peixes) com o tema: “Fronte-

iras do conhecimento em Ictiologia”.

No último encontro, em Cuiabá,

duas cidades apresentaram proposta

a SBI para sediar o evento: Rio de

Janeiro e Manaus, que ganhou com

mais de 50% dos votos na assem-

bléia de escolha. A organização do

evento ficou a cargo dos seguintes

pesquisadores da Coordenação de

Pesquisas em Biologia Aquática

(CPBA) do Inpa: Lúcia Rapp Py-

Daniel, Sidineia Amadio, Claudia

Pereira de Deus, Ef rem

Gondim e Jorge

Porto.

O encontro proporcio-

nou visibilidade para a

ictiofauna amazônica,

além de auxiliar o desen-

volvimento científico.

“Por estarmos na maior

bacia hidrográfica do planeta, com a

maior diversidade de peixes tropicais,

um evento destes, na Amazônia, é

uma oportunidade ímpar para os

ictiólogos brasileiros, principalmente

estudantes que tem dificuldade de se

deslocar para outras cidades, e que

poderão ter oportunidade de interagir

com os grandes nomes da ictiologia

brasileira e até internacional”, afirmou

a coordenadora do evento, Lúcia

Rapp Py-Daniel .

O congresso reuniu cerca de 900ci-

entistas do Brasil e do Exterior para

discutir o que há de importante sobre

os peixes brasileiros.

“Tivemos cientistas e técnicos repre-

sentantes de Universidades, Institui-

ções e Associações discutindo espéci-

es de peixes ameaçadas, o pessoal

ligado à pesca discutindo os problemas

do novo ministério da pesca e a situa-

ção dos pescadores, dezenas de rela-

tórios sobre descobertas

de novas espécies, um

simpósio sobre as usinas hidrelétricas

e seu impacto sobre os peixes (rio

Madeira, rio Xingu), um simpósio sobre

os peixes da Ecorregião Xingu-Tapajós

(onde fica o empreendimento de Belo

Monte), as últimas novidades em ter-

mos de identificação molecular (com

DNA Barcode) das espécies e novas

hipótese sobre a evolução dos peixes,

e muito mais”, explicou o pesquisador

do Inpa e membro do comitê local do

encontro, Jorge Porto.

O evento discutiu sobre o futuro da

ictiologia mundial e procurará rever os

conceitos aplicados ao manejo da ictio-

fauna, além de propor novas estratégi-

as de estudos, levando em conta a

situação atual de ameaça aos corpos

d'água.

Ampa

A Associação Amigos do Peixe-boi

(Ampa), apoiadora do XIX EBI, fará

exposição das atividades de pesquisa

científica e de educação ambiental com

o peixe-boi da Amazônia (Trichechus

inunguis) e com os outros mamíferos

aquáticos existentes na região: lontra

neotropical (Lontra longicaudis), ari-

ranha (Pteronura brasiliensis), tucuxi

(Sotalia fluviatilis) e boto-vermelho

(Inia geoffrensis), no evento.

“Aproveitamos a oportunidade para

propagar a importância da conserva-

ção da biodiversidade da Amazônia, a

exemplo da maior bacia hidrográfica do

mundo, na qual vivem os peixes e os

mamíferos aquáticos, animais amea-

çados de extinção por conta da caça

predatória. Além disso, a EBI é o

momento oportuno para divulgar as

atividades que a Ampa realiza em prol

dos mamíferos aquáticos da Amazô-

nia”, ressalta o diretor da Ampa, Jone

César.

| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência

| Séfora AntelaEspecial para equipe do Divulga Ciência

Estudo dos peixes: Amazonas reúne especialistas para debater o assuntoO encontro, realizado há 22 anos, aconteceu pela primeira vez em Manaus no Centro de Conven-ções do Studio 5 Festival Mall

Foto: Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro

‘‘‘‘Cada um que vem aqui e aprende um pouco, para

nós já é um resultado bastante significativo

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Página 06 - Janeiro 2011 Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

Mudanças climáticas e incentivo à botânica são destaques em visita ministerialNo último dia de visita à Manaus, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, conheceu pesquisas, projetos

e algumas espécies de plantas da Amazônia

Explicações sobre as pesquisas,

plantação e a utilidade do pau-rosa no

mercado internacional, algumas frutas

amazônicas e o programa da Grande

Escala da Biosfera-Atmosfera na Ama-

zônia (LBA) foram apresentados ao

ministro de Ciência e Tecnologia, Aloi-

zio Mercadante, em visita a Reserva

Experimental Adolpho Ducke do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCT).

Outros destaques foram as pes-

quisas que o Inpa desenvolve na

área alimentícia. A pesquisadora do

Instituto, Lúcia Yuyama, explicou

sobre a potencialidade dos frutos

amazônicos como cubiu e o camu-

camu e exemplificou alguns produ-

tos gerados a partir das pesquisas feita

no Instituto como a farinha de pupunha

de grande potencial nutricional.

O ministro recebeu de pesquisado-

res do Instituto, um livro intitulado “Flo-

ra da Reserva Ducke - Guia de identifi-

cação das plantas vasculares de uma

floresta de terra-firme na Amazônia

central”.

O coordenador do programa de pós-

graduação em Botânica (PPG-BOT),

Alberto Vicentini, explicou ao ministro a

carência de estudos na área de botâni-

ca na Amazônia e o quanto se conhece

pouco sobre a região. Mercadante

propôs a criação de uma plataforma

para registro de todos os dados botâni-

cos produzidos no Brasil, inicialmente

chamado de Wikflora, na qual o minis-

tro ofereceu apoio total com rela-

ção à estrutura de TI para a ela-

boração do projeto.

“O Brasil é um país que tem 23%

da biodiversidade do planeta,

então, precisamos valorizar isso

que temos e aproveitar todo esse

conhecimento científico.

Tentar focar parceria naquilo que é

fundamental para a ciência e, sobretu-

do colocar a ciência à serviço da socie-

dade com a finalidade de gerar empre-

‘‘ ‘‘O Brasil é um país que tem 23% da biodiversidade do

planeta, então, precisamos valorizar isso que temos

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

| Wallace AbreuEspecial para equipe do Divulga Ciência

Foto: Flavio Ribeiro

Em visita a reserva experimental Adolpho Ducke, Mercadante escalou o protótipo de torre de 16m

go, renda e oportunidade”, destacou

Mercadante.

O gerente- executivo do LBA e pes-

quisador do Inpa, Antonio Manzi, apre-

sentou o programa LBA que tem a fina-

lidade conhecer sobre o funcionamen-

to dos ecossistemas da região.

Um protótipo da torre de 16m foi

apresentado ao ministro. Manzi apre-

sentou ainda um importante projeto

que está em fase de implantação, a

torre ATTO.

A torre terá 320 metros, a primeira

desse tipo na América do Sul,

instalada na Reserva de Desen-

volvimento Sustentável (RDS)

do Uatumã, no município de São

Sebastião do Uatumã, interior

do Amazonas. É um projeto

bilateral entre Brasil, represen-

tado pelo Inpa e a Universidade

do Estado do Amazonas (UEA);

e Alemanha, através do Instituto

Max Planck de Química.

Sobre o LBA

Sob coordenação cientifica do INPA,

soma 156 projetos de pesquisa (100 já

finalizados), desenvolvidos por 281

instituições nacionais e estrangeiras.

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Janeiro 2011 - Página 07Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência

No Inpa, ministro discute ações de C&T para a Amazônia

Os assuntos mais destacados pelo ministro foram a fixação de mão-de-obra e geração de renda para a região

No encontro ocorrido no dia 24 de

janeiro, entre dirigentes de instituições

da área de ciência, tecnologia e inova-

ção da Região Amazônia, o Ministro de

Ciência e Tecnologia, Aloizio Mer-

cadante, prometeu criar ações

para fixar pesquisadores na região

e meios de facilitar o processo de

patente.Durante o discurso no Auditório

da Ciência no Instituto Nacional de P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a (Inpa/MCT), Mercadante falou para uma platéia cheia de alunos, pesquisadores, coordenadores e diretores das instituições científi-cas sobre a importância de recur-sos humanos para a região aliado ao conhecimento. “Produção científica é a base do processo de aprendizado da democratização e socialização do conhecimento”, explica Mercadante.

Rapidez no processo de patenteO ministro prometeu uma audiência

com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernan-do Pimentel, juntamente com as instituições de pesquisa da região Norte para a criação de um escritório do Instituto Nacional de Propriedade

Industrial (Inpi) na região. “Pretendemos trazer técnicos para

cá, criar uma cultura de patentes a fim de facilitar, baratear, agilizar e ajudar na produção de mais patentes”. O Inpa

finalizou o ano de 2010 com nove processos e produtos patenteados. Nesses 56 anos de existência, o Instituto tem ao todo 61 produtos e

processos protegidos.Como meio de aliar o

conhecimento, conservação da biodiversidade e cres-cimento eco-nômico, um dos pontos destacados pelo ministro é a geração de renda para a região a partir dos produtos gerados pelas pesquisas. “Nós preci-samos de mais pesquisadores que tenham coragem de se dedicar a Ama-zônia”, destaca.

Recursos humanos

Outro fator preocupante que Merca-

dante destacou na reunião foi a insufi-

ciência de pesquisadores para a

dimensão que é a região Amazônica.

Mesmo com o destaque que o Brasil

tem no cenário internacional, a forma-

ção de recursos humanos ainda é um

grande desafio para o Brasil, sendo

necessária a criação de uma política

de fixação de doutores.

Como parte da programação, Mer-

cadante participou do lançamento da

pedra fundamental da Trilha Suspensa

do Bosque da Ciência e visitou o Cen-

tro de Biotecnologia da Amazônia

(CBA). Além disso, conheceu no dia 25

a Reserva Adolpho Ducke onde o Inpa

tem vários projetos desenvolvidos,

localizada no Km 26 da rodovia

Ainda em visita ao Inpa, o ministro se

reuniu com representantes de institui-

ções de pesquisa e fomento, coorde-

nadores dos projetos de pesquisas e

dos Institutos Nacionais de Ciência e

Tecnologia (INCT), para conhecer e

discutir sobre as ações e estratégias

traçadas para o desenvolvimento da

ciência na região.

‘‘ ‘‘Produção científica é a base do processo de

aprendizado da democra-tização e socialização do

conhecimento

| Josiane SantosDa Equipe do Divulga Ciência

Foto: Flavio Ribeiro

Mercadante destacou que é necessária a criação de uma política de fixação de doutores.

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Página 08 - Janeiro 2011

Conhecimento científico aliado a opção de lazer

Com a missão de disseminar

o conhecimento científico

produzido nos laboratórios do

Inpa, o Bosque da Ciência

oferece aos visitantes a

oportunidade de adquirir

conteúdo sobre a Amazônia,

mantendo maior contato com

a natureza

Árvores centenárias, macacos,

cutias, pássaros, grande diversidade

de plantas, trilhas educativas e a

interação entre pesquisa e sociedade

têm sido um dos grandes atrativos

oferecidos pelo Bosque da Ciência do

Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCT) que no ano de

2010 recebeu mais de 100 mil visitas,

consolidando-se como um dos princi-

pais pontos turísticos da cidade.

Para o coordenador de Extensão do

Inpa, Carlos Bueno, a

oportunidade de aprender

sobre a Amazônia proporcio-

nada aos visitantes é de grande

relevância. “Estamos de braços

abertos para receber a população

e esperamos que o número de

visitações este ano seja muito

maior. Cada um que vem aqui e

aprende um pouco, para nós já é um

resultado bastante significativo”,

declarou.

Para facilitar as visitas, o Bosque da

Ciência conta com o apoio do Ciência

conta com o apoio do Laboratório de

Psicologia em Educação Ambiental

(Lapsea), por meio do Projeto

Pequenos Guias, onde jovens atuam

no Bosque de terça-feira a sexta-feira

realizando visitas monitoradas. Outro

projeto que trabalha a educação ambi-

(Buchenavea huberii), árvore com mais

de 600 anos, remete sua existência ao

tempo em que o Brasil foi descoberto.

Popular no local, o tanque de Peixes-

bois da Amazônia pertencente ao

“Parque Aquático Robin C. Best” do

Laboratório de Mamíferos Aquáticos

(LMA/Inpa), que trabalha em parceria

com a Associação Amigos do Peixe-boi

(Ampa), é uma atração a parte os

visitantes.

O visitante poderá ver ainda os

viveiros de ariranhas e jacarés, condo-

mínio de abelhas, casa da madei-

ra, além do recanto dos inajás,

local composto por uma vegetação

de palmeiras conhecidas como

inajás (Maximiliana maripa), com

pequeno lago artificial, onde vivem

os poraquês (peixe-elétrico) e

plantas aquáticas pesquisadas

pelo Inpa.

O Bosque da Ciência fica

localizado na Av. Otávio Cabral,

Petrópolis, zona centro-sul de Manaus. A

visitação é de terça a sexta das 9h às 12h

e de 14h as 16h. Aos sábados, domingos

e feriados as visitações podem ser feitas

de 9h às 16. O valor da entrada é de R$

5,00 para público em geral e crianças até

10 anos a entrada é gratuita e as visitas

de grupos escolares devem ser agenda-

das com antecedência.

ental no local é o Circuito da Ciência,

que todos os meses participam cerca

de 350 estudantes de escolas públicas

e municipais da cidade. Segundo o

coordenador do projeto, Jorge Lobato,

essas atividades aproximam a socie-

dade ao conhecimento procedente de

resultados dos estudos desenvolvidos

pelo Instituto. “A cada evento novas

escolas participam e novas experiênci-

as são adquiridas. O público diferenci-

ado a cada edição possibilita que

grande parte dos estudantes de

Manaus possa conhecer as

atividades desenvolvidas pelo

Inpa, resgatando o conhecimento

científico aqui produzido”, disse.

A Ilha da Tanimbuca é um dos pontos

principais do Bosque da Ciência, que

exibe a conservação ambiental, onde o

visitante pode encontrar uma calha e

espelho d'água que compõem a ilha

com vários peixes e quelônios da

região. Há também uma vegetação

significativa, a exemplo da Tanimbuca

‘‘‘‘Cada um que vem aqui e aprende um pouco, para

nós já é um resultado bastante significativo

Eduardo GomesDa Equipe do Divulga Ciência

Educação e Sociedade - Divulga Ciência

Foto: Eduardo Gomes

Estudantes e professores aprendem em fauna livre do Bosque da Ciência