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Jornal do Inpa
Manaus, Janeiro 2011 - Ano III - Ed.11 - ISSN 2175-0866 Distribuição Gratuita
56 anos
Os assuntos mais destacados
pelo ministro foram a fixação de
mão-de-obra e geração de
renda para a região.
www.inpa.gov.br
Cooperação para pesquisar efeitos da poluição na atmosfera amazônica
Inpa integrará rede brasileira de pesquisa sobre mudanças climáticas
Inpa/Roraima: porta para pesquisas no extremo norte do país
Inpa tem mais nove patentes
No Inpa, ministro discute ações de C&T para a Amazônia
Cresce matança de botos no AmazonasO motivo da caça aos botos amazônicos está na pesca de um peixe chamado piracatinga. Segundo pesquisadores, em 10 anos, a população de botos vermelhos diminuiu 10%
Estudo dos peixes: Amazonas reúne especialistas para debater o assunto
O encontro, realizado há 22 anos, aconteceu pela primeira vez em Manaus no Centro de Convenções do Studio 5 Festival Mall
Boa leitura
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Conhecimento científico aliado a opção de lazer
Bosque da Ciência oferece aos visitantes a oportunidade de adquirir conteúdo sobre a Amazônia, mantendo maior contato com a natureza
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Foto: Eduardo GomesFoto: Eduardo GomesFoto: Anselmo d`Affônseca
Foto: Flavio Ribeiro
Inpa lançapublicação
sobre aarte indígena
Página 02 - Janeiro 2011
Chefe da Divisão de Comunicação Social: Tatiana Lima (MTB 4214/MG) - Editor Chefe: Eduardo Gomes - Repórteres: Aline Cardoso, Clarissa Bacellar, Daniel Jordano, Josiane Santos e Wallace Abreu Editoração Eletrônica: Flávio Ribeiro - Revisão: Wallace Abreu - Secretário de Redação: Everton Martins. Fotos: Anselmo D`Affônseca, Daniel Jordano, Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro Tiragem: 1000 - Edição 11 - Janeiro 2011 - ISSN 2175-0866.Produção: Divisão de Comunicação Social do Inpa/MCT.
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] www.twitter.com/ascom_inpa
www.facebook.com/inpamct
Expediente
Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia
Tome Ciência
O estado de Roraima é conhecido
por sua diversidade cultural, reservas
indígenas e pastagens naturais e está
localizado no extremo norte do País.
Para auxiliar nas pesquisas feitas na
região, o Instituto Nacional de Pesqui-
sas da Amazônia (Inpa/MCT) mantém
na capital Boa Vista, um núcleo regio-
nal de pesquisas.
Além de servir como importante base
para pesquisas, o núcleo regional
reforça a presença brasileira na região
de fronteira como explica o coordena-
dor do Inpa/Roraima, Celso Morato. “O
Inpa funciona na base de pesquisa,
ensino e extensão. Os núcleos regio-
nais como é o caso do Inpa/Roraima
funciona como uma extensão do Insti-
tuto”, disse.
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT) vai participar da
Rede Brasileira de Pesquisas sobre
Mudanças Climáticas Globais (Rede
Clima). O anúncio foi feito durante a
visita do Ministro da Ciência e Tecnolo-
gia (MCT), Aloizio Mercadante, ao
Inpa.
De acordo com o pesquisador do
Instituto Nacional de Pesquisas Espa-
ciais (Inpe), Carlos Nobre, a Rede
Clima atuará este ano com mais três
novos sub-temas: oceanos, desastres
naturais e serviços ambientais dos
ecossistemas, sendo que este último, o
Inpa passará a coordenar. “É uma coor-
denação nacional e hoje vimos nas
apresentações do Inpa, Museu Emílio
Goeldi e do Instituto Mamirauá que
esse assunto é importantíssimo”.
Inpa integrará rede brasileira de pesquisa sobre mudanças climáticas
O Instituto Nacional de Pesquisa da
Amazônia (Inpa/MCT) fechou o ano de
2010 com mais nove processos e pro-
dutos patenteados, ou seja, protegi-
dos. A informação foi divulgada pela
Divisão de Propriedade Intelectual e
Negócios (DPIN) do Instituto.
Para Rosângela Bentes, chefe da
DPIN, as novas patentes são importan-
tes, pois protegem o trabalho intelectu-
al dos pesquisadores. Ela afirma ainda
que o Inpa ampliará o trabalho junto
aos cientistas para identificar de mane-
ira mais rápida que tipo de pesquisa
pode virar patente. “O número de
patentes depositadas pelo Inpa está
crescendo e a tendência é crescer
ainda mais. Em 2011, vamos fazer um
trabalho para diagnosticar o que pode
ser patenteado”, disse.
Inpa tem mais nove patentes Inpa/Roraima: porta para pesquisas no extremo norte do país
Boa leitura | Arte Plumária
Ilustração Foto: Daniel Jordano
A diversidade da arte plumária dos povos Kagwahíva da transamazônica: etnias Tenharim,
Parintintin e Diahoi, agora fazem parte de uma cartilha que apresenta a produção de adornos e
seus respectivos significados para o povoado. As pesquisadoras Ana Carla Bruno e Simone
do Carmo Gomes, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) mostram por meio
de fotos, desenhos e textos o processo de confecção dos objetos.
A obra é resultado do “Programa Fepi/Inpa – Educação, Resgate e Revitalização Cultural –
Etnias Indígenas de Humaitá e Manicoré do Programa Amazonas de Apoio à Pesquisa em
Políticas Públicas em Áreas Estratégicas (PPOPE), sendo financiada pela fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) em parceria com o Inpa e Fundação
Estadual dos Povos Indígenas (FEPI).
A obra custa R$ 5, e pode ser adquirida no setor de vendas da Editora Inpa, localizada no
campus I do Instituto, Av. André Araújo, 2936, Aleixo, zona Centro Sul de Manaus.
Foto: Flavio Ribeiro
Errata: A foto publicada na edição anterior, outubro de 2010 edição 10, utilizada na matéria Expedições no rio Madeira para análise genética de botos foi creditada erroneamente. A autora da foto é Waleska Gravena.
Janeiro 2011 - Página 03Meio Ambiente - Divulga Ciência
Cresce matança de botos no Amazonas
O motivo da caça aos botos amazônicos está na pesca de um peixe chamado piracatinga. Segundo pesquisadores, em 10 anos, a população de botos vermelhos diminuiu 10%
Aline CardosoDa Equipe do Divulga Ciência
Moradores de comunidades em
torno de Tefé (a 663 km de Manaus –
Amazonas) têm exercido uma ativida-
de que agride o meio ambiente,
causando impacto decisivo no futuro
de um dos animais aquáticos que
fazem parte da fauna amazônica: o
boto-vermelho (Inia geoffrensis).
De acordo com Nívia do Carmo,
pesquisadora do Projeto Boto do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT) e presidente da
Associação Amigos do Peixe-Boi
(Ampa), pesquisas de monitoramento
com esses mamíferos aquáticos
apontam um decréscimo na população
de botos-vermelhos (ou botos cor-de-
rosa) de 10% na última década nessa
região. Os estudos são realizados na
Reserva de Desenvo lv imento
Sustentável Mamirauá – RDSM
(distante de Manaus cerca de 700km)
desde 1993, sob a coordenação da
pesquisadora do Inpa, Vera da Silva, e
do membro do Conselho de Pesquisas
do Ambiente Natural do Reino Unido
(NERC), Anthony Martin.
A causa dessa diminuição pode ser a
captura predatória de botos-vermelhos
para a pesca da piracatinga (Caloph-
ysus macropterus), espécie de peixe
necrófago, de porte médio, podendo
medir 45 cm em comprimento total,
muito abundante na região amazônica
e consumido em larga escala pelos
colombianos, também conhecida como
mota ou simí, na Colômbia.
Segundo a pesquisadora, uma
viagem foi realizada, em outubro e
novembro de 2010, às comunidades
em torno de Tefé por pesquisadores do
Inpa. Durante a excursão, constata-
ram que a caça dos botos é constante e
tratada de forma natural por eles, em-
bora os comunitários tenham consciên-
cia de que a pesca e/ou caça de
animais silvestres é crime ambiental.
“O peixe é mais facilmente captura-
do utilizando carne de jacaré e de boto,
esta última tem um odor mais apelativo
a essa espécie de peixe. Geralmente
utiliza-se como isca um boto-vermelho
adulto, que pode pesar entre 150 e
200kg. Com uma isca desse porte é
possí-vel pescar aproximadamente
uma tonelada de piracatinga”
afirmou a pesquisadora.
A Colômbia é um grande aprecia-
dor de peixes Siluriformes (peixes lisos
ou de couro) da Amazônia brasileira e a
pesca da piracatinga se torna uma
atividade lucrativa para os ribeirinhos
que habitam essas localidades, no
entanto, essa espécie de peixe não tem
valor comercial significativo nas feiras
e açougues do nosso Estado.
O Comércio
A pesquisadora disse ainda que o filé
de piracatinga é comercializado na
Colômbia a preços bem baixos. Tem-se
notícias, segundo ela, que está sendo
vendido no Amazonas em frigoríficos,
já em filetes, com o nome de “douradi-
nha”. O comércio do peixe durante o
período da cheia é negociado ao valor
de R$1,50 o quilo. Durante o período
da vazante, época em que é mais fácil a
captura, o preço do quilo diminui para
R$ 0,50. A pesca da piracatinga não é
a causa do predatorismo do boto-
vermelho, pois essa espécie pode ser
capturada com vísceras de outros
animais por exemplo; o problema é
a caça. “O custo-benefício ao usar o
boto como isca é mais vantajoso
para eles e o tempo de trabalho é
reduzido”, disse Nívia.
Fiscalização
De acordo com Jéferson Lobato, do
departamento de fiscalização do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), um estudo está sendo feito
para avaliar se a captura de botos e
jacarés está alterando de alguma
forma o biossistema da localidade em
questão.Já o Batalhão Ambiental
informou que tem conhecimento do
caso e está traçando estratégias para
combater a atividade.
‘‘ ‘‘
Estratégias estão sendo traçadas para que essa
atividade seja combatida
Carne do animal é ultilizado como isca para a pesca da pirapitinga
Página 04 - Janeiro 2011
Estudo avaliará impacto de derramamento de Petróleo em organismos aquáticos amazônicos
Uma reunião para definir os próximos
passos do projeto “Medições de Radiação
Atmosférica (ARN em inglês) aconteceu
na sede do Instituto Nacional de Pesqui-
sas da Amazônia (Inpa/MCT). O projeto já
foi aprovado e conta com a cooperação
entre Inpa, Universidade de São Paulo
(USP) e Universidade de Harvard (EUA).
A finalidade é estudar de que forma a
poluição proviniente de Manaus interfere
em áreas preservadas que estão próximas
a capital. “A ciência ainda não consegue
entender a interação das emissões de
grandes centros urbanos tropicais como
Manaus com as emissões da floresta. A
ideia é estudar essa interação em deta-
lhe”, destaca o físico da USP Paulo Artaxo.
O projeto, que deve estar em pleno fun-
cionamento em 2014, será feito nas proxi-
midades de Manacapuru, interior do Ama-
zonas, onde funcionará com equipamen-
tos distribuídos em uma área de aproxima-
damente 100 m².
“A maior parte fica concentrada em
cinco containeres, mas algumas antenas e
uma torre meteorológica (aproximada-
mente de 10 metros de altura) acompa-
nham o pacote”, declarou Antônio Manzi,
pesquisador do Inpa que também está
envolvido nas atividades.
Ambiente Limpo
O estudo pretende além de compreen-
der os efeitos de uma megacidade tropical
em um ambiente limpo, fornecer também
informações para aplicações mais amplas
sobre as mudanças climáticas no planeta.
Segundo o professor da Universidade
de Harvard e coordenador do projeto, Scot
Martin, o projeto já passou por vários paí-
ses. “Esses equipamentos foram projeta-
dos para viajar. Países como China e Índia
também já participaram das pesquisas”,
declarou.
Cooperação para pesquisar efeitos da poluição na atmosfera amazônica
A parceria envolve o Inpa, a USP e a universidade de Harvard (EUA). O projeto já foi a aprovado e prevê estudos sobre os efeitos da poluição proveniente de Manaus sobre as regiões preservadas ao redor da capital amazonensea
Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência
Avaliar a toxicidade do petróleo e do
petróleo dispersado nas águas branca
e preta da região amazônica e os
efeitos destes sobre o Tambaqui
(Colossoma macropomum) são os
principais objetivos da tese de doutora-
do de Helen Sadauskas Henrique,
intitulada “Aspectos ecofisiológicos e
e c o m o r f ó l ó g i c o s d a e s p é c i e
Colossoma macropomum exposta ao
petróleo e ao petróleo quimicamente
dispersado em água branca e preta da
Bacia Amazônia”.
A pesquisa será realizada por meio
do Programa de Pós-Graduação de
Biologia de Água Doce e Pesca interior
(BADPI) do Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT),
sob orientação da pesquisadora Vera
Val do Laboratório de Ecofisiologia e
Evolução Molecular (LEEM) e co-
or ientação de Marisa Narciso
Fernandes da Universidade Federal de
São Carlos (UFSCar).
“O estudo contribuirá com importan-
tes informações para futuros planos de
manejo e conservação de recursos
naturais. Esperamos fazer uma revisão
geral dos dados gerados em laborató-
rio e coletados em campo, a fim de
traçar perspectivas de manejo ambien-
tal e tomada de decisões frente a
possíveis efeitos em grande escala de
derrames de petróleo, levando em con-
sideração a crescente exploração e
petróleo na região”, comenta Helen.
De acordo com Helen, serão realiza-
das pesquisas em laboratório e coleta
em campo nas proximidades de Pro-
víncia Petrolífera do Urucu (PPU),
localizada no município de Coari,
interior do Amazonas. “Esta área é uma
das maiores responsáveis pela
produção de gás natural e petróleo do
país. Tanto os rios de água preta
quanto os rios de água branca estão
propícios aos efeitos de derramamen-
tos crônicos ou agudos de petróleo”,
afirma.
A doutoranda diz que o tambaqui foi
escolhido como modelo por quatro
motivos: presença nos dois ambientes
a serem estudados, grande importân-
cia econômica, alta sensibilidade ao
petróleo, e existência de pesquisas
sobre efeitos do petróleo na espécie.
A área estudada é explorada para obtenção de petróleo e gás natural
|Wallace AbreuDa equipe do Divulga Ciência
Foto: Flavio Ribeiro
Estudos poderão contribuir com importantes informações para o manejo e conservação de recursos naturais.
Pesquisa - Divulga Ciência
Janeiro 2011 - Página 05Educação e Sociedade
A Sociedade Brasileira de Ictiologia
(SBI), juntamente com o Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCT), realizaram de 30 de
janeiro a 04 de fevereiro, o XIX
Encontro Brasileiro de Ictiologia (es-
tudo dos peixes) com o tema: “Fronte-
iras do conhecimento em Ictiologia”.
No último encontro, em Cuiabá,
duas cidades apresentaram proposta
a SBI para sediar o evento: Rio de
Janeiro e Manaus, que ganhou com
mais de 50% dos votos na assem-
bléia de escolha. A organização do
evento ficou a cargo dos seguintes
pesquisadores da Coordenação de
Pesquisas em Biologia Aquática
(CPBA) do Inpa: Lúcia Rapp Py-
Daniel, Sidineia Amadio, Claudia
Pereira de Deus, Ef rem
Gondim e Jorge
Porto.
O encontro proporcio-
nou visibilidade para a
ictiofauna amazônica,
além de auxiliar o desen-
volvimento científico.
“Por estarmos na maior
bacia hidrográfica do planeta, com a
maior diversidade de peixes tropicais,
um evento destes, na Amazônia, é
uma oportunidade ímpar para os
ictiólogos brasileiros, principalmente
estudantes que tem dificuldade de se
deslocar para outras cidades, e que
poderão ter oportunidade de interagir
com os grandes nomes da ictiologia
brasileira e até internacional”, afirmou
a coordenadora do evento, Lúcia
Rapp Py-Daniel .
O congresso reuniu cerca de 900ci-
entistas do Brasil e do Exterior para
discutir o que há de importante sobre
os peixes brasileiros.
“Tivemos cientistas e técnicos repre-
sentantes de Universidades, Institui-
ções e Associações discutindo espéci-
es de peixes ameaçadas, o pessoal
ligado à pesca discutindo os problemas
do novo ministério da pesca e a situa-
ção dos pescadores, dezenas de rela-
tórios sobre descobertas
de novas espécies, um
simpósio sobre as usinas hidrelétricas
e seu impacto sobre os peixes (rio
Madeira, rio Xingu), um simpósio sobre
os peixes da Ecorregião Xingu-Tapajós
(onde fica o empreendimento de Belo
Monte), as últimas novidades em ter-
mos de identificação molecular (com
DNA Barcode) das espécies e novas
hipótese sobre a evolução dos peixes,
e muito mais”, explicou o pesquisador
do Inpa e membro do comitê local do
encontro, Jorge Porto.
O evento discutiu sobre o futuro da
ictiologia mundial e procurará rever os
conceitos aplicados ao manejo da ictio-
fauna, além de propor novas estratégi-
as de estudos, levando em conta a
situação atual de ameaça aos corpos
d'água.
Ampa
A Associação Amigos do Peixe-boi
(Ampa), apoiadora do XIX EBI, fará
exposição das atividades de pesquisa
científica e de educação ambiental com
o peixe-boi da Amazônia (Trichechus
inunguis) e com os outros mamíferos
aquáticos existentes na região: lontra
neotropical (Lontra longicaudis), ari-
ranha (Pteronura brasiliensis), tucuxi
(Sotalia fluviatilis) e boto-vermelho
(Inia geoffrensis), no evento.
“Aproveitamos a oportunidade para
propagar a importância da conserva-
ção da biodiversidade da Amazônia, a
exemplo da maior bacia hidrográfica do
mundo, na qual vivem os peixes e os
mamíferos aquáticos, animais amea-
çados de extinção por conta da caça
predatória. Além disso, a EBI é o
momento oportuno para divulgar as
atividades que a Ampa realiza em prol
dos mamíferos aquáticos da Amazô-
nia”, ressalta o diretor da Ampa, Jone
César.
| Clarissa BacellarDa equipe do Divulga Ciência
| Séfora AntelaEspecial para equipe do Divulga Ciência
Estudo dos peixes: Amazonas reúne especialistas para debater o assuntoO encontro, realizado há 22 anos, aconteceu pela primeira vez em Manaus no Centro de Conven-ções do Studio 5 Festival Mall
Foto: Eduardo Gomes e Flavio Ribeiro
‘‘‘‘Cada um que vem aqui e aprende um pouco, para
nós já é um resultado bastante significativo
Página 06 - Janeiro 2011 Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
Mudanças climáticas e incentivo à botânica são destaques em visita ministerialNo último dia de visita à Manaus, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, conheceu pesquisas, projetos
e algumas espécies de plantas da Amazônia
Explicações sobre as pesquisas,
plantação e a utilidade do pau-rosa no
mercado internacional, algumas frutas
amazônicas e o programa da Grande
Escala da Biosfera-Atmosfera na Ama-
zônia (LBA) foram apresentados ao
ministro de Ciência e Tecnologia, Aloi-
zio Mercadante, em visita a Reserva
Experimental Adolpho Ducke do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT).
Outros destaques foram as pes-
quisas que o Inpa desenvolve na
área alimentícia. A pesquisadora do
Instituto, Lúcia Yuyama, explicou
sobre a potencialidade dos frutos
amazônicos como cubiu e o camu-
camu e exemplificou alguns produ-
tos gerados a partir das pesquisas feita
no Instituto como a farinha de pupunha
de grande potencial nutricional.
O ministro recebeu de pesquisado-
res do Instituto, um livro intitulado “Flo-
ra da Reserva Ducke - Guia de identifi-
cação das plantas vasculares de uma
floresta de terra-firme na Amazônia
central”.
O coordenador do programa de pós-
graduação em Botânica (PPG-BOT),
Alberto Vicentini, explicou ao ministro a
carência de estudos na área de botâni-
ca na Amazônia e o quanto se conhece
pouco sobre a região. Mercadante
propôs a criação de uma plataforma
para registro de todos os dados botâni-
cos produzidos no Brasil, inicialmente
chamado de Wikflora, na qual o minis-
tro ofereceu apoio total com rela-
ção à estrutura de TI para a ela-
boração do projeto.
“O Brasil é um país que tem 23%
da biodiversidade do planeta,
então, precisamos valorizar isso
que temos e aproveitar todo esse
conhecimento científico.
Tentar focar parceria naquilo que é
fundamental para a ciência e, sobretu-
do colocar a ciência à serviço da socie-
dade com a finalidade de gerar empre-
‘‘ ‘‘O Brasil é um país que tem 23% da biodiversidade do
planeta, então, precisamos valorizar isso que temos
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
| Wallace AbreuEspecial para equipe do Divulga Ciência
Foto: Flavio Ribeiro
Em visita a reserva experimental Adolpho Ducke, Mercadante escalou o protótipo de torre de 16m
go, renda e oportunidade”, destacou
Mercadante.
O gerente- executivo do LBA e pes-
quisador do Inpa, Antonio Manzi, apre-
sentou o programa LBA que tem a fina-
lidade conhecer sobre o funcionamen-
to dos ecossistemas da região.
Um protótipo da torre de 16m foi
apresentado ao ministro. Manzi apre-
sentou ainda um importante projeto
que está em fase de implantação, a
torre ATTO.
A torre terá 320 metros, a primeira
desse tipo na América do Sul,
instalada na Reserva de Desen-
volvimento Sustentável (RDS)
do Uatumã, no município de São
Sebastião do Uatumã, interior
do Amazonas. É um projeto
bilateral entre Brasil, represen-
tado pelo Inpa e a Universidade
do Estado do Amazonas (UEA);
e Alemanha, através do Instituto
Max Planck de Química.
Sobre o LBA
Sob coordenação cientifica do INPA,
soma 156 projetos de pesquisa (100 já
finalizados), desenvolvidos por 281
instituições nacionais e estrangeiras.
Janeiro 2011 - Página 07Ciência e Tecnologia - Divulga Ciência
No Inpa, ministro discute ações de C&T para a Amazônia
Os assuntos mais destacados pelo ministro foram a fixação de mão-de-obra e geração de renda para a região
No encontro ocorrido no dia 24 de
janeiro, entre dirigentes de instituições
da área de ciência, tecnologia e inova-
ção da Região Amazônia, o Ministro de
Ciência e Tecnologia, Aloizio Mer-
cadante, prometeu criar ações
para fixar pesquisadores na região
e meios de facilitar o processo de
patente.Durante o discurso no Auditório
da Ciência no Instituto Nacional de P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a (Inpa/MCT), Mercadante falou para uma platéia cheia de alunos, pesquisadores, coordenadores e diretores das instituições científi-cas sobre a importância de recur-sos humanos para a região aliado ao conhecimento. “Produção científica é a base do processo de aprendizado da democratização e socialização do conhecimento”, explica Mercadante.
Rapidez no processo de patenteO ministro prometeu uma audiência
com o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernan-do Pimentel, juntamente com as instituições de pesquisa da região Norte para a criação de um escritório do Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (Inpi) na região. “Pretendemos trazer técnicos para
cá, criar uma cultura de patentes a fim de facilitar, baratear, agilizar e ajudar na produção de mais patentes”. O Inpa
finalizou o ano de 2010 com nove processos e produtos patenteados. Nesses 56 anos de existência, o Instituto tem ao todo 61 produtos e
processos protegidos.Como meio de aliar o
conhecimento, conservação da biodiversidade e cres-cimento eco-nômico, um dos pontos destacados pelo ministro é a geração de renda para a região a partir dos produtos gerados pelas pesquisas. “Nós preci-samos de mais pesquisadores que tenham coragem de se dedicar a Ama-zônia”, destaca.
Recursos humanos
Outro fator preocupante que Merca-
dante destacou na reunião foi a insufi-
ciência de pesquisadores para a
dimensão que é a região Amazônica.
Mesmo com o destaque que o Brasil
tem no cenário internacional, a forma-
ção de recursos humanos ainda é um
grande desafio para o Brasil, sendo
necessária a criação de uma política
de fixação de doutores.
Como parte da programação, Mer-
cadante participou do lançamento da
pedra fundamental da Trilha Suspensa
do Bosque da Ciência e visitou o Cen-
tro de Biotecnologia da Amazônia
(CBA). Além disso, conheceu no dia 25
a Reserva Adolpho Ducke onde o Inpa
tem vários projetos desenvolvidos,
localizada no Km 26 da rodovia
Ainda em visita ao Inpa, o ministro se
reuniu com representantes de institui-
ções de pesquisa e fomento, coorde-
nadores dos projetos de pesquisas e
dos Institutos Nacionais de Ciência e
Tecnologia (INCT), para conhecer e
discutir sobre as ações e estratégias
traçadas para o desenvolvimento da
ciência na região.
‘‘ ‘‘Produção científica é a base do processo de
aprendizado da democra-tização e socialização do
conhecimento
| Josiane SantosDa Equipe do Divulga Ciência
Foto: Flavio Ribeiro
Mercadante destacou que é necessária a criação de uma política de fixação de doutores.
Página 08 - Janeiro 2011
Conhecimento científico aliado a opção de lazer
Com a missão de disseminar
o conhecimento científico
produzido nos laboratórios do
Inpa, o Bosque da Ciência
oferece aos visitantes a
oportunidade de adquirir
conteúdo sobre a Amazônia,
mantendo maior contato com
a natureza
Árvores centenárias, macacos,
cutias, pássaros, grande diversidade
de plantas, trilhas educativas e a
interação entre pesquisa e sociedade
têm sido um dos grandes atrativos
oferecidos pelo Bosque da Ciência do
Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT) que no ano de
2010 recebeu mais de 100 mil visitas,
consolidando-se como um dos princi-
pais pontos turísticos da cidade.
Para o coordenador de Extensão do
Inpa, Carlos Bueno, a
oportunidade de aprender
sobre a Amazônia proporcio-
nada aos visitantes é de grande
relevância. “Estamos de braços
abertos para receber a população
e esperamos que o número de
visitações este ano seja muito
maior. Cada um que vem aqui e
aprende um pouco, para nós já é um
resultado bastante significativo”,
declarou.
Para facilitar as visitas, o Bosque da
Ciência conta com o apoio do Ciência
conta com o apoio do Laboratório de
Psicologia em Educação Ambiental
(Lapsea), por meio do Projeto
Pequenos Guias, onde jovens atuam
no Bosque de terça-feira a sexta-feira
realizando visitas monitoradas. Outro
projeto que trabalha a educação ambi-
(Buchenavea huberii), árvore com mais
de 600 anos, remete sua existência ao
tempo em que o Brasil foi descoberto.
Popular no local, o tanque de Peixes-
bois da Amazônia pertencente ao
“Parque Aquático Robin C. Best” do
Laboratório de Mamíferos Aquáticos
(LMA/Inpa), que trabalha em parceria
com a Associação Amigos do Peixe-boi
(Ampa), é uma atração a parte os
visitantes.
O visitante poderá ver ainda os
viveiros de ariranhas e jacarés, condo-
mínio de abelhas, casa da madei-
ra, além do recanto dos inajás,
local composto por uma vegetação
de palmeiras conhecidas como
inajás (Maximiliana maripa), com
pequeno lago artificial, onde vivem
os poraquês (peixe-elétrico) e
plantas aquáticas pesquisadas
pelo Inpa.
O Bosque da Ciência fica
localizado na Av. Otávio Cabral,
Petrópolis, zona centro-sul de Manaus. A
visitação é de terça a sexta das 9h às 12h
e de 14h as 16h. Aos sábados, domingos
e feriados as visitações podem ser feitas
de 9h às 16. O valor da entrada é de R$
5,00 para público em geral e crianças até
10 anos a entrada é gratuita e as visitas
de grupos escolares devem ser agenda-
das com antecedência.
ental no local é o Circuito da Ciência,
que todos os meses participam cerca
de 350 estudantes de escolas públicas
e municipais da cidade. Segundo o
coordenador do projeto, Jorge Lobato,
essas atividades aproximam a socie-
dade ao conhecimento procedente de
resultados dos estudos desenvolvidos
pelo Instituto. “A cada evento novas
escolas participam e novas experiênci-
as são adquiridas. O público diferenci-
ado a cada edição possibilita que
grande parte dos estudantes de
Manaus possa conhecer as
atividades desenvolvidas pelo
Inpa, resgatando o conhecimento
científico aqui produzido”, disse.
A Ilha da Tanimbuca é um dos pontos
principais do Bosque da Ciência, que
exibe a conservação ambiental, onde o
visitante pode encontrar uma calha e
espelho d'água que compõem a ilha
com vários peixes e quelônios da
região. Há também uma vegetação
significativa, a exemplo da Tanimbuca
‘‘‘‘Cada um que vem aqui e aprende um pouco, para
nós já é um resultado bastante significativo
Eduardo GomesDa Equipe do Divulga Ciência
Educação e Sociedade - Divulga Ciência
Foto: Eduardo Gomes
Estudantes e professores aprendem em fauna livre do Bosque da Ciência