formalidade e salário mínimo regional

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www.fee.rs.gov.br Formalidade e o Salário Mínimo Regional

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Formalidade e o

Salário Mínimo

Regional

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• No Brasil, Políticas Públicas raramente são avaliadas

adequadamente;

• Sem avaliação, as políticas acabam sendo julgadas por suas

intenções e não pelos seus resultados;

• O Salário Mínimo Regional do RS é uma dessas políticas;

Nosso objetivo foi avaliar o efeito do Salário Mínimo Regional

sobre o tamanho do mercado de trabalho formal da economia.

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Ano Piso NacionalPiso RS

(menor valor)

Piso RS

(maior valor)

Diferencial entre o

menor valor do Piso

RS e o Piso Nacional

Janeiro/2015 em diante 788 948.2 1095.6 20.33%

Fevereiro/2014 até Janeiro/2015 724 868.00 943.98 19.89%

Fevereiro/2013 até Janeiro/2014 678 770.00 837.40 13.57%

Março/2012 até Janeiro/2013 622 700.00 761.28 12.54%

Janeiro/2012 até Fevereiro/2012 622 624.05 732.36 0.33%

Maio/2011 até Dezembro/2011 545 610.00 663.40 11.93%

Maio/2010 até Abril/2011 510 546.57 594.42 7.17%

Maio/2009 até Abril/2010 465 511.29 556.06 9.95%

Maio/2008 até Abril/2009 415 477.40 519.20 15.04%

Maio/2007 até Abril/2008 380 430.23 468.28 13.22%

Maio/2006 até Abril/2007 350 405.95 441.86 15.99%

Maio/2005 até Abril/2006 300 374.67 407.81 24.89%

Maio/2004 até Abril/2005 260 338.00 367.90 30.00%

Maio/2003 até Abril/2004 240 312.00 339.60 30.00%

Maio/2002 até Abril/2003 200 260.00 283.00 30.00%

Julho/2001 até Abril/2002 180 230.00 250.00 27.78%

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Resumo dos Resultados

• O Salário Mínimo Regional reduz o tamanho do mercado

de trabalho formal da economia gaúcha.

• Essa redução é mais sensível quando o diferencial entre

os mínimos Regional e Nacional é maior.

Na presença do Mínimo Regional Na ausência do Mínimo Regional

2002 70.9% 75.1%*** 5.9% 30%

2004 72.6% 77.0%*** 6.0% 30%

2006 71.2% 75.0%*** 5.4% 16%

2009 72.9% 75.7%*** 3.8% 10%

2011 77.8% 80.3%*** 3.2% 12%

2013 78.6% 80.0%*** 1.8% 14%

AnoTamanho do Setor Formal da Economia Gaúcha

Aumento em (%)Diferencial entre os

Salários Mínimos

Fonte: Elaboração Própria; Dados Brutos: PNAD

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Percentual de Formais no RS

70.9%

72.6%

71.2%

72.9%

77.8%

78.6%

75.1%

77.0%

75.0%

75.7%

80.3%80.0%

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25%

30%

35%

66%

68%

70%

72%

74%

76%

78%

80%

82%

2002 2004 2006 2009 2011 2013

Pe

rce

ntu

al d

e F

orm

alid

ad

e

Ano

Na presença do Mínimo Regional Na ausência do Mínimo Regional

Diferencial entre os Salários Mínimos Regional e Nacional

Fonte: Elaboração Própria; Dados Brutos: PNAD

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Teoria do Salário Mínimo

1. Quando os empregadores têm poder de mercado (um

monopsônio, por exemplo), o salário mínimo pode

elevar o nível de emprego (formal);

2. Quando o mercado de trabalho é competitivo (muitos

empregadores e empregados), o salário mínimo gera

desemprego e/ou informalidade;

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• O efeito do salário mínimo sobre o tamanho do mercado

de trabalho formal é um problema empírico.

• Como calcular o efeito do Salário Mínimo sobre o

tamanho do mercado de trabalho formal?

• Precisamos observar o tamanho do mercado de trabalho

formal quando há Salário Mínimo Regional e quando não

há.

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• Problema: nós só observamos um dos mundos de cada

vez.

• Quando o Salário Mínimo existe, nós não conseguimos

observar como as coisas seriam se ele não existisse.

Teríamos que observar o contrafactual.

• Logo, o contrafactual precisa ser estimado

adequadamente.

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Como não estimar o contrafactual

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• Por que é errado?

• Os salários mínimos (nacional e regional) e o nível de

formalidade de uma economia são pró-cíclicos.

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Evolução dos Rendimentos do Trabalho Principal (em Reais)

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Média Mediana 25% mais pobres 25% mais ricos Piso Nacional Piso RS (menor valor)

Fonte: Elaboração Própria; Dados Brutos: PME

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Evolução dos Rendimentos do Trabalho Principal

(em Reais de jan. de 2014)

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2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Média Mediana 25% mais pobres 25% mais ricos Piso Nacional Piso RS (menor valor)

Fonte: Elaboração Própria; Dados Brutos: PME

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• Quando a economia vai bem, os salários (incluindo os

mínimos), formalidade e emprego aumentam

conjuntamente.

• Logo, a variação no tempo é pouco informativa a

respeito do efeito causal do mínimo no tamanho do

mercado de trabalho formal da economia.

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Alternativa

Hipótese de Identificação: Na ausência do mínimo, a

probabilidade de um indivíduo ser formal é independente do

salário.

Hipótese testável!

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Probabilidade teórica de ser formal em relação à renda

na ausência do mínimo

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Salário

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Probabilidade teórica de ser formal em relação à renda

na presença do mínimo

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Salário

O salário mínimo gera uma descontinuidade na distribuição de empregados formais.

Salário Mínimo

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Calculando o Efeito

Sob a hipótese de independência, é fácil calcular o efeito do

mínimo sobre o tamanho do setor formal

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Salário

Distribuição na Presença do Mínimo Distribuição na Ausência do Mínimo

Mínimo

O efeito é a área azul ponderada pela proporção de pessoas que recebem nessa faixa salarial que vai de “zero” reais até o valor do mínimo;

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A vantagem desse método é que a única hipótese de

identificação exigida é testável.

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Distribuições Empíricas

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12002 2004

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2013

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• Para todos os anos observados, ao redor dos mínimos

nacional e regional, há uma descontinuidade na

probabilidade de ser formal;

• À direita do mínimo regional, a probabilidade de ser

formal é praticamente constante em relação a renda.

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Probabilidade de ser formal (2002)

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Sem o SM Nacional

e RegionalSem SM Regional

Sem o SM Nacional

e Regional

Sem SM

Regional

2002 70.9% 9.7% 4.2% 13.6% 5.9%

2004 72.6% 10.4% 4.4% 14.3% 6.0%

2006 71.2% 11.9% 3.8% 16.7% 5.4%

2009 72.9% 10.7% 2.7% 14.7% 3.8%

2011 77.8% 8.4% 2.5% 10.8% 3.2%

2013 78.6% 6.9% 1.4% 8.8% 1.8%

Acréscimo ao Tamanho do Setor Formal em p.p. Acréscimo em termos (%)

AnoTamanho do

Setor Formal

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Conclusão

• O impacto do salário mínimo na redução do tamanho do setor formal é significativo.

• Isso é ruim para a sociedade por pelo menos três motivos:

1. Baixa qualidade do emprego informal;

2. Empresas investem menos;

3. Queda da Arrecadação;

• O governo precisa levar em conta, não só esse aspecto, mas também os demais efeitos do mínimo regional que ainda, mesmo depois de quatorze anos, continuam não sendo estudados.

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APÊNDICES

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1

Probabilidade de ser formal (2004)

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Probabilidade de ser formal (2006)

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Probabilidade de ser formal (2009)

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Probabilidade de ser formal (2011)

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Probabilidade de ser formal (2013)

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Fundação de Economia e Estatística

Siegfried Emanuel Heuser

Diretoria

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Guilherme SteinEconomista

Assessoria Econômica

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