formação avulsa - breve introdução à santa missa

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Formação Avulsa Breve Introdução à Santa Missa (descobrindo-a através do Missal na Forma Ordinária do Rito Romano) Objetivo Dar a entender o que é a Santa Missa e o que nela se faz a partir do desenrolar do Ordinário da Missa com o povo, do Missal Romano em sua Forma Ordinária. 1. Ritos Iniciais Inicialmente, percebe-se que o povo congregado (ou seja, reunido como rebanho, como grei) espera por alguém, sem o qual a Santa Missa não acontece. Trata-se do sacerdote (aquele que oferece sacrifícios). Sendo assim, já se entende que a Missa é uma ação que não pode acontecer sem um sacerdote e, portanto, nela ocorre um sacrifício (fazer algo sagrado, a oferta de algo, especialmente uma vida, a uma divindade), o que também implica a existência de um ser transcendente, a quem se faz a oferta. O sacerdote aproxima-se de um lugar adornado, normalmente alto, para o qual, antes disso, ele fez uma reverência e o qual oscula. Está praticamente delimitado o lugar especial em que se desenrolará a ação sagrada, o lugar alto onde se oferece um sacrifício: o altar. As primeiras palavras são uma afirmação de que a ação ocorrerá em nome, ou por ordem, com o auxílio, do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O povo responde amém, uma palavra hebraica que expressa desejo, confirmação, concordância. Povo e sacerdote trocam entre si o desejo e a certeza de que Deus, quer entendido em cada Pessoa divina em particular, quer entendido enquanto uma Trindade, esteja com cada um. Acredita-se, portanto, que já aqui Deus está neste lugar. Depois disso, com raras exceções, o povo é convidado a reconhecer suas culpas para ser digno dos mistérios a serem celebrados. Sendo assim, compreende-se que aquilo que acontecerá não é exatamente tangível, mensurável, natural, mas sobrenatural, transcendente, enfim, misterioso. A monição não se dirige a alguém em particular, mas a todos, dando a entender que todos têm pecado e que esta ação sagrada exige certa pureza. Isto é tão importante que se faz no início. Todos, sem exceção, reconhecem-se diante de um Deus que perdoa e pedem-lhe piedade, confessando a ele, e aos demais, que cometeram crimes de várias formas. O sacerdote, em nome de todos, manifesta a súplica por misericórdia e este fato é entendido como certeza da resposta misericordiosa de Deus. Nos domingos, festas e solenidades todos glorificarão a Deus, expressando alguns de seus atributos e novamente acrescentando pedidos de misericórdia. Entende-se que o temor a Deus não deve afastar-se dos que estão na Missa. Reconhece-se que a verdadeira e plena santidade pertence somente a Deus, para que ninguém se ensoberbeça de possuir alguma virtude, mesmo depois de poder se considerar perdoado e purificado. Todos silenciam e somente o sacerdote fala com Deus, normalmente chamado de todo-poderoso, dando a entender que, se lhe pedimos, acreditamos que ele pode fazer. O sacerdote dirige-se a Deus Pai, quase sempre fazendo- lhe um pedido, e conclui esta oração afirmando que pede em nome do Filho de Deus, como se fosse este o fiador, a garantia para que a oração seja atendida, além de afirmar que este mediador vive e reina na unidade do Espírito Santo, que pode ser entendida como a glória onde vivem eternamente os santos com Cristo. Até aqui todos estiveram de pé, e entende-se que esta é a postura normal para a oração comunitária. 2. Liturgia da Palavra Todos se sentam, o que leva a entender que este não será necessariamente um momento para orar. Todos, em silêncio, escutam leituras de escritos humanos milenares, cujo conteúdo é reconhecido como Palavra do Senhor, pelo que dão graças a Deus pela oportunidade de estar ali e ouvir. Este agradecimento, contudo, não tem a Deus como interlocutor, ou seja, alguém com quem se fala diretamente. Ao contrário das primeiras leituras, uma última, especial, requer que todos fiquem de pé e se voltem para o lugar de onde ela é feita. Na maior parte do ano, todos preparam-se dizendo ou cantando Aleluia, palavra hebraica que quer dizer “Deus seja louvado”, como que acolhendo-o. Quem a profere é somente um ministro ordenado. O sacerdote, antes de fazê-lo, pede inclinado diante do altar para que Deus lhe purifique os lábios e o coração. Eis um sinal de humilde temor. É a leitura chamada de Evangelho (palavra grega que significa “Boa Notícia”). Esta também é considerada Palavra do Senhor, mas desta vez o povo dá glória e louvor a Cristo, como interlocutor, antes e depois de escutarem suas palavras, reconhecendo que é ele mesmo que está ali dizendo para si o que disse outrora há dois milênios. Todos traçam cruzes

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Uma "formação informal" baseada no decorrer do Ordinário da Santa Missa (segundo a Forma Ordinária do Rito Romano). Um dos pontos enfatizados é o temor de Deus que, tão presente nos textos e nas atitudes, deveria ser muito mais incentivado e vivido antes, durante e depois da celebração.

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Formação AvulsaBreve Introdução à Santa Missa

(descobrindo-a através do Missal na Forma Ordinária do Rito Romano)

ObjetivoDar a entender o que é a Santa Missa e o que nela se faz a partir do desenrolar do Ordinário da Missa com o

povo, do Missal Romano em sua Forma Ordinária.

1. Ritos IniciaisInicialmente, percebe-se que o povo congregado (ou seja, reunido como rebanho, como grei) espera por alguém,

sem o qual a Santa Missa não acontece. Trata-se do sacerdote (aquele que oferece sacrifícios). Sendo assim, já se entendeque a Missa é uma ação que não pode acontecer sem um sacerdote e, portanto, nela ocorre um sacrifício (fazer algosagrado, a oferta de algo, especialmente uma vida, a uma divindade), o que também implica a existência de um sertranscendente, a quem se faz a oferta.

O sacerdote aproxima-se de um lugar adornado, normalmente alto, para o qual, antes disso, ele fez umareverência e o qual oscula. Está praticamente delimitado o lugar especial em que se desenrolará a ação sagrada, o lugaralto onde se oferece um sacrifício: o altar.

As primeiras palavras são uma afirmação de que a ação ocorrerá em nome, ou por ordem, com o auxílio, do Pai edo Filho e do Espírito Santo. O povo responde amém, uma palavra hebraica que expressa desejo, confirmação,concordância. Povo e sacerdote trocam entre si o desejo e a certeza de que Deus, quer entendido em cada Pessoa divinaem particular, quer entendido enquanto uma Trindade, esteja com cada um. Acredita-se, portanto, que já aqui Deus estáneste lugar.

Depois disso, com raras exceções, o povo é convidado a reconhecer suas culpas para ser digno dos mistérios aserem celebrados. Sendo assim, compreende-se que aquilo que acontecerá não é exatamente tangível, mensurável,natural, mas sobrenatural, transcendente, enfim, misterioso. A monição não se dirige a alguém em particular, mas a todos,dando a entender que todos têm pecado e que esta ação sagrada exige certa pureza. Isto é tão importante que se faz noinício. Todos, sem exceção, reconhecem-se diante de um Deus que perdoa e pedem-lhe piedade, confessando a ele, e aosdemais, que cometeram crimes de várias formas. O sacerdote, em nome de todos, manifesta a súplica por misericórdia eeste fato é entendido como certeza da resposta misericordiosa de Deus.

Nos domingos, festas e solenidades todos glorificarão a Deus, expressando alguns de seus atributos e novamenteacrescentando pedidos de misericórdia. Entende-se que o temor a Deus não deve afastar-se dos que estão na Missa.Reconhece-se que a verdadeira e plena santidade pertence somente a Deus, para que ninguém se ensoberbeça de possuiralguma virtude, mesmo depois de poder se considerar perdoado e purificado.

Todos silenciam e somente o sacerdote fala com Deus, normalmente chamado de todo-poderoso, dando aentender que, se lhe pedimos, acreditamos que ele pode fazer. O sacerdote dirige-se a Deus Pai, quase sempre fazendo-lhe um pedido, e conclui esta oração afirmando que pede em nome do Filho de Deus, como se fosse este o fiador, agarantia para que a oração seja atendida, além de afirmar que este mediador vive e reina na unidade do Espírito Santo,que pode ser entendida como a glória onde vivem eternamente os santos com Cristo. Até aqui todos estiveram de pé, eentende-se que esta é a postura normal para a oração comunitária.

2. Liturgia da PalavraTodos se sentam, o que leva a entender que este não será necessariamente um momento para orar. Todos, em

silêncio, escutam leituras de escritos humanos milenares, cujo conteúdo é reconhecido como Palavra do Senhor, pelo quedão graças a Deus pela oportunidade de estar ali e ouvir. Este agradecimento, contudo, não tem a Deus como interlocutor,ou seja, alguém com quem se fala diretamente.

Ao contrário das primeiras leituras, uma última, especial, requer que todos fiquem de pé e se voltem para o lugarde onde ela é feita. Na maior parte do ano, todos preparam-se dizendo ou cantando Aleluia, palavra hebraica que querdizer “Deus seja louvado”, como que acolhendo-o. Quem a profere é somente um ministro ordenado. O sacerdote, antesde fazê-lo, pede inclinado diante do altar para que Deus lhe purifique os lábios e o coração. Eis um sinal de humilde temor.É a leitura chamada de Evangelho (palavra grega que significa “Boa Notícia”). Esta também é considerada Palavra doSenhor, mas desta vez o povo dá glória e louvor a Cristo, como interlocutor, antes e depois de escutarem suas palavras,reconhecendo que é ele mesmo que está ali dizendo para si o que disse outrora há dois milênios. Todos traçam cruzes

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sobre a fronte, os lábios e o peito como se quisessem trazer estas palavras à memória, ao testemunho verbal e aotestemunho com ações, a partir de dentro. O sacerdote chega a beijar o livro pedindo a deleção dos crimes de todos.Permanece ainda o temor humilde e confiante.

Depois de ouvir sentado os ensinamentos do sacerdote, o povo levanta-se, pois irá orar. Todos de pé, aosdomingos, solenidades e em algumas festas, fazem juntos uma profissão de fé, afirmando que acreditam na existência ena ação de um único Deus, em três pessoas. No meio deste momento inclinam-se profundamente quando mencionam omistério da encarnação do Filho de Deus, pelo que se percebe claramente que este fato tem importância sem igual para ospresentes.

Tendo ouvido a Deus e afirmado com séria determinação que nele se acredita, é chegado o momento de dirigir-lhe súplicas, servindo de resposta ao que Deus ensinou, normalmente pelas necessidades da Igreja, pelos poderes públicose pela salvação de todo o mundo, pelos sofredores e necessitados e pelos que estão ali reunidos. Nestas orações, portanto,prevalece o interesse comum e a preocupação universal. Todos deveriam perceber, portanto, que Deus faz muitas de suasgraças e favores distribuídos pelo universo dependerem de nossa disposição em orar não só por nós.

O sacerdote comumente fala com Deus Pai, afirmando-lhe novamente que tem por garantia o seu Filho, já quereza por Cristo, quem afirma ser o “Senhor nosso”, ou seja, que todos que ali estão se reconhecem como servos dele e,portanto, vivem para obedecer-lhe.

3. Liturgia EucarísticaTodos se sentam e o sacerdote dirige-se para o altar. Ele recebe um vaso nobre contendo pães de trigo ázimos e

um cálice coberto respeitosamente, mas vazio. Segurando um pão num pequeno pratinho de metal – a patena – ele eleva-o e bendiz a Deus, reconhecendo que o pão é como uma mistura daquilo que Deus criou com o trabalho do homem, eoferece-lhe o pão afirmando que este se tornará Pão da Vida.

Ele põe vinho de uva no cálice, com um pouquinho de água, pedindo que ele e os demais sejam associados àdivindade daquele que se fez participante de nossa humanidade, ou seja, Jesus Cristo. Assim se professa a realidade dasduas naturezas de Cristo – Deus e homem. Depois disso ele eleva um pouco o cálice, bendiz a Deus, reconhecendo paracom o vinho a mesma verdade que para com o pão, e oferece-o a Deus afirmando que esta será uma bebida espiritual.Aqui ainda não se trata do sacrifício próprio da Missa.

O sacerdote inclina-se e pede diante de Deus que o “nosso sacrifício” lhe seja agradável e que todos sejam por elerecebidos com humildade e contrição. O sacerdote lava as mãos pedindo ainda que Deus lhe purifique da iniquidade(injustiça) e do pecado. Novamente as características do verdadeiro temor.

O povo fica de pé, pois deverá orar, e de fato é para isso que o sacerdote o convida: para que orem pedindo aDeus que aceite o sacrifício do sacerdote e do povo. O povo manifesta o pedido de que Deus receba das mãos dosacerdote o sacrifício, para seu louvor, para proveito dos presentes e pelo bem de toda a santa Igreja. Reconhece-se que osacrifício que será oferecido tem um efeito de glorificação de Deus, bem como de utilidade para os presentes erepercussão universal para os cristãos.

O sacerdote dirige-se sozinho a Deus Pai pedindo a aceitação do sacrifício e os efeitos dele. Como sempre, oratendo a Cristo como garantia. A ele o povo sempre se associa, tomando posse da oração pelo seu Amém.

O povo é convidado a separar-se ainda mais das preocupações e pensamentos alheios ou mundanos e jáconfirma que assim o faz. No início da Missa, antes do Evangelho e neste momento, o sacerdote e o povo trocam entre si odesejo e a certeza de que Deus se faz ali presente. O povo também é convidado a agradecer a Deus, algo que se reconhececomo justo e digno de ser feito. Assumindo a intenção de todos, o sacerdote sozinho agradece a Deus por seus benefíciosgerais e particulares e, com todos, afirma unir-se aos santos e também aos anjos, no louvor que estes realizam naeternidade. Entende-se que há uma unidade entre temporal e eterno, terreno e celeste, humano e divino.

O sacerdote inicia uma longa oração a Deus Pai, em nome de Jesus Cristo, em que lhe pede que aceite asoferendas, o sacrifício, em prol da Igreja, em prol dos presentes, em honra dos santos, pedindo a paz e a salvação eterna.Ele, enfim, pede que as oferendas sejam santificadas para deixarem de ser pão e vinho e serem corpo e sangue de JesusCristo. Todos os fiéis ajoelham-se; algo muito importante está prestes a acontecer. O sacerdote age, repetindo as palavrasde Jesus Cristo. É como Cristo diante dos apóstolos e é como Cristo diante de Deus Pai. Um sinal sonoro normalmentepede a atenção de todos, que ali estão em silêncio. O sacerdote eleva o pão e faz diante dele uma genuflexão, um gesto deadoração. O sacerdote e o povo reconhecem que Deus está ali, de forma superior às vezes em que desejaram econfirmaram entre si a sua presença. O mesmo se faz com o vinho no cálice. Ali está o Mistério e o povo dirige-se a JesusCristo, reconhecendo-o ali presente; anunciam sua morte e proclamam sua ressurreição, como se naquele instante

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tocassem esses dois momentos. De fato, é isto que o sacerdote logo afirma para Deus Pai: celebram o sofrimento, a morte,a ressurreição e a ascensão do Filho de Deus e oferecem-no como sacrifício a Deus Pai. Eis o sacrifício, o indispensável, quedá sentido à existência de um sacerdote e de um altar. Não um cadáver e seu sangue, mas Deus feito homem, todo inteiro,com corpo, sangue e alma humanos e glorificados e a divindade.

O sacerdote, continua a enumerar bens sobretudo espirituais, pedindo-os. Ora pelos cristãos e pelos demais quefaleceram na amizade de Deus. Pede uma vez mais o Céu, o convívio dos apóstolos e dos mártires, para todos os presentese, enfim, executa um gesto propriamente sacrifical: eleva o pão e o vinho consagrados, ou seja, o sacrifício, a hóstia, avítima, que é Jesus Cristo, o Filho de Deus, morto e ressuscitado, perpetuando a entrega que ele mesmo fez de si ao Paisobre a cruz, oferecendo-o a Deus Pai para seu louvor e sua glória. Os cristãos entendem que, da consagração até estemomento, sobretudo, é como se misticamente fossem transportados para o momento em que Jesus Cristo se deu aosApóstolos na Ceia, o momento em que ele foi pregado sobre a cruz, o momento em que ele ressuscitou dos mortos, e aeternidade onde está a interceder por nós, como mediador e sacerdote. Todos confirmam e se apossam desta ofertaatravés do Amém, onde sabem que também estão sendo oferecidos, porque são membros daquele que é a vítima.

4. Rito da ComunhãoCertos de terem oferecido a Deus um santo e agradável sacrifício (louvando-o, agradecendo-lhe, pedindo graças e

satisfazendo pelos pecados cometidos, através do Filho de Deus), ousam chamá-lo agora de Pai.O sacerdote pede a Deus que livre a todos do mal, do pecado e de todo perigo, e afirma que aguardam a volta de

Jesus Cristo. O povo afirma sua submissão a Deus, reconhecendo sua posse de todo reino, poder e glória.O sacerdote, de forma rara, dirige-se a Jesus Cristo, que permanece ali como sacerdote e vítima sobre o altar,

pede-lhe para olhar mais para a fé da Igreja do que para os pecados do povo, e pede a paz e a unidade para a Igreja. Estascoisas são construídas pela paz de Cristo, que é desejada e afirmada entre o sacerdote e o povo. Oportunamente, todosmanifestam sóbria e sinceramente entre si a paz, a comunhão e a caridade.

Partindo o pão consagrado, o sacerdote uma vez mais pede a vida eterna para si e para todos. O povo dirige-se aJesus Cristo, reconhecendo-o como vítima sacrifical e aquele que salva o mundo do pecado, pedindo-lhe piedade e paz.Permanece, do início ao fim da Missa, o temor.

O sacerdote, preparando-se para comungar o Filho de Deus, faz genuflexão para adorá-lo e depois apresentaJesus Cristo aos fiéis, com a mesma compreensão, ao que, com todos, reconhece-se indigno de recebê-lo como alimento.Todos entendem que alimentar-se do Corpo e Sangue de Cristo não é um mérito, um prêmio e nem um direito, mas umaprova do amor de Deus. O sacerdote respeitosamente come e bebe o pão da vida e o cálice da salvação, ou seja, JesusCristo, inteiro, com seu corpo, sangue, alma e divindade. O sacerdote deu o exemplo de que ninguém deve receber oSenhor sem antes adorá-lo.

Os fiéis que se compreendem com boa disposição para receber o Senhor aproximam-se um pouco do altar erecebem Jesus Cristo, fazendo-lhe reverência antes, confirmando que crêem que ali está o Redentor quando o sacerdotelho apresenta.

Terminado este momento, os vasos nobres e o cálice onde foi colocado o Corpo e o Sangue de Cristo sãoreorganizados e guardados, enquanto o sacerdote pede ao Pai que todos guardem, conservem, mantenham num coraçãopuro o “remédio” recebido com a boca, e nisto dá a entender que todos que o recebem fazem-no como enfermos queprecisam de uma medicina para terem novamente a saúde.

Todos levantam-se para orar, a que o sacerdote convida. Nesta oração ele pede a Deus os efeitos deste alimento,desta comunhão, e todos se apossam da prece com o Amém.

5. Ritos finaisConcluído o sacrifício, a oferta que Deus Filho e seus membros fizeram a Deus Pai, e o dom que Deus Filho faz de

si para seus fiéis, a ação sagrada, toda possível e realizada graças a Deus Espírito Santo, está consumada. Sacerdote e povotrocam o desejo e a certeza da presença de Deus. O sacerdote roga a bênção da Trindade Divina sobre todos e despede-os.Novamente oscula o altar, faz-lhe reverência e retira-se.

Os efeitos e consequências que esta ação, esta liturgia, terá na vida de cada um, é algo que vale a pena serdescoberto dia após dia, voltando sempre que possível a esta pausa restauradora na caminhada rumo ao Céu, aprendendodela o temor, a humildade, o espírito de sacrifício, louvor, ação de graças e a vida em comunhão.

Luís Augusto Rodrigues Domingues