folheto aterro sanitario 2011

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  • 8/10/2019 Folheto Aterro Sanitario 2011

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    ATERRO

    SANITRIO

    ABLP

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    ndice

    1. Introduo .............................................................................02

    2. Definies Gerais .................................................................051.1 Aterro Sanitrio1.2 Lixo1.3 Aterro Controlado1.4 Classificao dos resduos

    3. Objetivo .................................................................................07

    4. Aspectos Tcnicos de Proteo Ambiental.......................09

    5. Geossintticos ......................................................................105.1 Introduo5.2 Geomembranas5.3 Geotxteis5.4 Geocompostos Bentonticos (GCL)5.5 Geocompostos Drenantes5.6 Geoclulas5.7 Geogrelhas5.8 Geoformas

    6. Consideraes Finais ...........................................................21

    7. Agncias Ambientais Estaduais ..........................................22

    8. Referncias Bibliogrficas ..................................................23

    ASFAMASAssociao Brasileira dos Fabricantesde Materiais para Saneamento.Rua General Furtado Nascimento, 684 Conj. 64Alto de Pinheiros - So Paulo/SP - CEP 05465-070Tel.: (11) 3026-4380 - E-mail.: [email protected]

    Presidente: Marco MilleoDiretor do Grupo Setorial de Materiais e Equipamentospara Resduos Slidos:Yasuyuki HirasakiGerente Executiva: Juliana Castro Pastor

    ABLPAssociao Brasileira de Resduos Slidose Limpeza Pblica.Av. Paulista, 807 - Conj. 1913 - 19 andarSo Paulo/SP - CEP 01311-100Tel.: (11) 3266-2484 - E-mail.: [email protected]

    Presidente: Tadayuki YoshimuraVice-Presidente: Joo Gianesi Netto

    Coordenadores da matria:Eng. Eleusis Bruder Di Creddo(Membro do Conselho Consultivo da ABLP e Gerente de Aterros do Grupo Solvi)

    Eng. DR. Carlos Vincius Benjamim, Dsc(Membro do Conselho Fiscal da ABLP e Gerente de Geossintticos da Ober)

    Eng. Carlos Eduardo Pires da Fonseca(Engenheiro da Sansuy, ex-engenheiro da CETESB e assessor do diretor da ASFAMAS)

    ABLP

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    A destinao final dos resduos slidos urbanos

    Segundo a Nova Poltica Nacional de resduos Slidos, a destinaode resduos inclui a reutilizao, a reciclagem, a compostagem, arecuperao e o aproveitamento energtico ou outras destinaesadmitidas pelos rgos competentes do Sisnama, do SNVS e doSuasa, entre elas a disposio final, observando normas operacionaisespecficas de modo a evitar danos ou riscos sade pblica e segurana, e a minimizar os impactos ambientais adversos.

    A Poltica Nacional de Resduis Slidos (PNRS) enfatiza que adisposio final em aterros somente uma das possibilidades de

    destinao dos Resduos Slidos Urbanos (RSU) e define que,idealmente, antes da disposio final, devem ser procuradas outrasformas de tratamento/aproveitamento dos resduos tais como areutilizao, a reciclagem, a compostagem e a recuperao comaproveitamente energtico.

    Tal premissa de gerenciamento confirmada no artigo 54 dessaPNRS que afirma: A disposio final ambientalmente adequada dosrejeitos, observado o disposto no 1do art. 9, dever ser implantadaem at 4 (quatro) anos aps a data de publicao desta Lei.

    O Brasil, com a PNRS, pretende instalar-se num novo patamar degerenciamento dos seus resduos, com nfase muito grande natransformao de resduos em rejeitos, antes da colocao dosmesmos em aterros sanitrios.

    Em termos de destinao final dos RSU, o Brasil tem evidenciadomelhoras significativas, conforme pode-se notar pela tabela a seguirque consolida os dados constantes da PNSB 2000 e 2008.

    Nessa tabela, os locais para disposio final dos RSU no solo soclassificados em trs categorias distintas: Vazadouro/Lixo (localsem qualquer preparo para disposio, com impactos ambientaissignificativos), Aterro Controlado (local inadequado mas que possuialguns controles e/ou melhorias) e Aterro Sanitrio (local adequadopara disposio de resduos).

    Nota-se uma melhora expressiva na destinao ambientalmente

    1 IntroduoA busca de um melhor gerenciamento dos resduos slidos tem sido,cada vez mais, uma preocupao constante de toda a sociedade.

    A promulgao da Poltica Nacional de Resduos Slidos e suaposterior regulamentao, em dezembro de 2010, evidenciam que oGoverno tem abraado essa questo com afinco e determinao, em

    resposta aos anseios da sociedade.Contudo, os desafios so enormes pois a situao atual ainda mostraa necessidade de avanos significativos nessa gesto.

    A gerao de resduos slidos urbanos

    Em termos nacionais, a informao governamental mais recente a Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB) , elaboradapelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, em 2008.Segundo essa pesquisa, foram coletadas, no Brasil, cerca de 183.481t/dia de resduos slidos urbanos (resduos domiciliares, de varrio,de limpeza de ruas, capina, etc), o que significa um aumento de 23%em relao a quantidade coletada em 2000.

    Segundo essa mesma pesquisa, a gerao per capita de resduospor habitante urbano, nesse perodo (2000-2008), experimentouum aumento mdio de 6%, uma vez que em 2000 cada habitante

    produzia cerca de 1,08 kg/hab x dia de resduos e em 2008 essaproduo foi de 1,15 kg/hab x dia.

    importante salientar que as quantidades de resduos urbanoscoletadas nos municpios brasileiros so bastante variveis emfuno de fatores como: populao fixa, populao varivel (turistas),condio scio-econmica do municpio, atividade econmica domunicpio, existncia de coleta seletiva/reciclagem, etc.

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    2 Definies Gerais2.1 ATERRO SANITRIO

    Local para disposio de resduos (lixo) que obedece critriostcnicos de proteo ao meio ambiente atendendo as premissasnormalizadas (Norma NBR 13896). Entende-se que um Aterro Sanitrio

    devidamente projetado, construdo e

    operado, deva causar o mnimo impactoambiental possvel regio.

    2.2 LIXOLocal para disposio de resduos slidos(lixo) com pouco ou nenhum critrio decontrole ambiental. Este era o cenrioda grande totalidade dos Municpios

    brasileiros h cerca de 20 anos atrs, onde o local de disposio dosresduos limitava-se a uma rea afastada dos ncleos populacionaise muitas vezes apenas provida de cerca e acesso com guarita.

    2.3 ATERRO CONTROLADOTrata-se de um local de disposio para resduos slidosintermedirio, entre um Aterro Sanitrio e um Lixo, ou seja,possui alguns controles de proteo ambiental, mas no suficientes

    para ser classificado como Aterro Sanitrio. Esta classificao foiadotada pela CETESB pois no Brasil a grande maioria dos locaisutilizados pelas Prefeituras para disposio dos resduos urbanosse classificam neste grupo, e seria uma injustia classific-los comoLixes uma vez que possuem benfeitorias, e no futuro podero vira ser classificados como Aterro Sanitrio.

    adequada dos RSU em aterros sanitrios, que representavam 35%(em peso) das destinaes finais em 2000 e que em 2008, j eram58%.

    Contudo, 39% da destinao (em peso) feita em aterros controlados,vazadouros e lixes, sem qualquer tipo de preocupao ambiental.

    2000 2008

    Quantidade disposta(t/dia)

    %Quantidade disposta

    (t/dia)%

    aterro sanitrio 49.615 35,4 % 110.044 58,3 %

    aterro controlado 33.854 24,2 % 36.673 19,4 %

    vazadouro a ceu aberto (lixo) 45.485 32,5 % 37.361 19,8 %

    vazadouro em area alagavel 228 0,2 % 35 0,0 %

    unidade de compostagem 6.365 4,5 % 1.520 0,8 %

    unidade de triagem/reciclagem 2.158 1,5 % 2.592 1,4 %

    unidade de incinerao 483 0,3 % 65 0,0 %

    locais no fixos 877 0,6 % 0,0 %

    outros 1.015 0,7 % 525 0,3 %

    TOTAIS 140.080 100% 188.815 100%

    Nesse aspecto, a PNSB 2008 atesta que o Brasil ainda possua, nessadata, cerca de 2.906 lixes e 1.310 aterros controlados, instalados em51% dos seus municpios (predominantemente de pequeno porte).

    Outro ponto negativo a pouca expresso das destinaes/tratamentos por reciclagem e compostagem, que representavam 6%do total (em peso) em 2000 e que, em 2008, no significaram maisdo que 2,2%.

    Independente do tipo de destinao a ser dada aos resduos(reciclagem, compostagem, recuperao energtica, etc) o aterrosanitrio sempre ser um elo fundamental dessa cadeia e portantoimprescindvel.

    Aterro Sanitrio Bandeirantes

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    que comprometa a potabilidade da gua. Os casos mais comunsde resduos so os entulhos provenientes da construo civil comotijolos, rochas, madeiras, resduos de poda de rvores e outros.Normalmente este resduo pode ser aproveitado como material deenchimento em aterros ou aps a moagem, na fabricao de tijolos eblocos especiais para a construo civil.

    3Objetivo

    O objetivo deste trabalho abordar apenas os Aterros Sanitrios deresduos domsticos (Classe II NBR 10004) que so, hoje em dia, aprincipal forma de disposio final de resduos/rejeitos na natureza.

    Por tal motivo, precisam ser construdosutilizando-se das melhores tcnicas daengenharia, visando mitigar ao mximo osimpactos ambientais dele decorrentes.

    Desejamos ressaltar a importncia daadoo de critrios tcnicos de proteoambiental, principalmente no aspectode poluio das guas superficiais esubterrneas (Proteo de Mananciais),

    e elencar os critrios a serem considerados desde a escolha da reaonde ser construdo o Aterro Sanitrio at a sua implantao. No

    pretendemos aqui abordar o assunto em carter cientfico e sim, proporuma viso geral dessa tecnologia, ressaltando seus pontos principais,visando incentivar as pessoas envolvidas para a busca de soluesadequadas e ambientalmente corretas.

    Aspectos Tcnicos de Proteo AmbientalA escolha do local geogrfico para a construo do Aterro Sanitrio muito importante e tem influncia direta sobre a proteo dos

    2.4 CLASSIFICAO DOS RESDUOS

    Resduos perigosos: Classe IA periculosidade do resduo definida como sendo o risco quesuas propriedades fsicas, qumicas ou infecto-contagiosas podemcausar sade pblica ou ao meio ambiente. Todo resduo queapresenta periculosidade definido como sendo Classe 1 (NBR10004). Os casos mais comuns de resduos perigosos so aquelesque apresentam:

    Inflamabilidade;

    Corrosividade; Reatividade;

    Toxidade;

    Patogenicidade.

    Neste grupo se enquadram parte dos resduos gerados por indstriastais como: qumicas, de transformao, usinas nucleares, hospitais,etc, e representa o resduo mais caro para ser disposto corretamente.

    Resduos no-perigosos: Classe II A (No perigoso , No Inerte)Os resduos no perigosos tm como caractersticas combustibilidade,biodegradabilidade ou solubilidade em gua e so no inertes.Nessa classe se enquadra a maior parte dos resduos gerados pelasgrandes cidades comumente chamado de lixo e parte dos resduosgerados por indstrias que no se enquadram no grupo anterior (noso perigosos).

    Resduos no-perigosos: Classe II B(no perigosos e Inerte)So os resduos inertes, ou seja,aqueles que submetidos a um contatocom a gua destilada ou deionizada,conforme teste de solubilidade (NBR10004), no apresentam solubilizaoAterro Sanitrio de Salvador

    Aterro Sanitrio So Joo

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    4 Aspectos tcnicos de Proteo AmbientalHoje em dia a preocupao com a proteo dos mananciais enormeporque sabemos que a disponibilidade de gua cada vez maisescassa a nvel mundial. Entre as provveis fontes de poluio dasguas esto com certeza os Aterros Sanitrios, Aterros Controladose Lixes existentes no Brasil e no mundo todo. Cabe a todos nse tambm as autoridades governamentais envolvidas, providncias

    para a preservao dos nossos mananciais.A forma mais amplamente difundida para preservao dos recursos

    subterrneos na rea de um aterro sanitrio a sua impermeabilizao dupla, isolandocompletamente o aterro e seus efluentesdo solo e do lenol fretico local.Essa proteo dupla formada por umacamada de solo de baixa permeabilidade(

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    artesanal e, sobretudo, devido ausncia ou dificuldade deavaliao dos parmetros de comportamento e de controle dequalidade.

    O desenvolvimento de materiais polimricos ocorrido nas ltimasdcadas, veio a sanar as dificuldades relativas durabilidadedos materiais e, alm disso, adicionar novas vantagens, como ainsero de elementos drenantes nos macios reforados comofuno secundria, permitindo aproveitar ao mximo as vantagensdestes produtos s obras geotcnicas. Sua crescente utilizao foiacompanhada pela evoluo dos mtodos de dimensionamento epela normatizao para definir mtodos de ensaio que permitissemmelhor caracteriz-los, e determinar suas propriedades, tendo emvista as funes que devem desempenhar (BENJAMIM, 2006).

    Os geossintticos formam um grupo de materiais sintticosempregados principalmente em Geotecnia. O termo deriva dacombinao de geo, referindo-se geotecnia, e sintticos,relacionando-se com a matria prima com que so feitos. Segundoa norma NBR 12553:2003, geossintticos a denominao genricade produtos polimricos (sintticos ou naturais), industrializados,desenvolvidos para utilizao em obras geotcnicas, paradesempenhar uma ou mais funes, entre as quais destacam-se:reforo, filtrao, drenagem, proteo, separao, impermeabilizaoe controle de eroso superficial.

    O crescimento dos geossintticos nos ltimos anos vem despertandoa ateno da engenharia. Alm do aspecto tcnico, o uso dosgeossintticos se justifica em vista da facilidade de aplicao, rapidezde construo e reduo significativa de custos, em comparao

    com as solues convencionais. Uma vez inserida a cultura dosgeossintticos em um local, dificilmente se retorna s soluesconvencionais.

    As vantagens com relao a estes materiais so grandes. O controlede qualidade dos materiais dentro da fbrica, principalmente para asempresas certificadas pela ISO, se destaca com relao ao controle dequalidade de campo, para os trabalhos envolvendo solo compactadoe camadas drenantes com materiais granulares. Em aterros sanitrios,o ganho de volume que estes materiais bidimensionais geram,

    Tambm necessrio um sistema de monitoramento capaz de detectarfalhas no sistema impermeabilizante.

    Pelos motivos j expostos acima, cada vez mais, esto sendoutilizados geossintticos em aterros sanitrios que tem comofinalidade a adequao do solo local implantao do AterroSanitrio.

    5Geossintticos

    5.1 INTRODUO

    Os solos so os materiais de construo mais abundantes e maisempregados pela humanidade desde os tempos mais remotos. Porm,

    nem sempre os materiais prximos aolocal da obra apresentam caractersticasque atendem as especificaes deprojeto. Em vista disso, tem sido prticafrequente da engenharia melhorar as suasqualidades.

    A ideia de se associarem elementos dereforo, filtrao, drenagem, separao eproteo s obras geotcnicas teve incioh milhares de anos, como por exemplo,

    em pirmides na Mesopotmia, na Muralha da China, e estradasconstrudas pelos Incas no Peru. Os reforos geralmente utilizadosnesta poca eram materiais vegetais fibrosos. Finas telas de bambue fibras como as de coco foram frequentemente utilizadas comoelemento de filtrao.

    Entretanto, a engenharia geotcnica no deu importncia utilizaodessas tcnicas devido, entre outros fatores, pouca durabilidadedos materiais envolvidos (geralmente no podem sofrer ciclos desaturao e secagem), s dificuldades da execuo, praticamente

    Aterro Sanitrio deCambori/SC

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    de explorao de novas jazidas, altas distncias de transporte, altocusto dos materiais granulares, dificuldade de trabalho em pocascom alta pluviosidade, dentre outros.

    Para cada um desses elementos listados, algum tipo de geossintticopode exercer a mesma funo comparado aos materiais naturaiscom a mesma eficincia. Por exemplo, a drenagem de nascentes feita utilizando geotxteis notecidos como elemento filtrante, aimpermeabilizao da fundao pode ser feita com geomembranase GCLs (geosynthetic clay liner), a cobertura diria pode ser feitautilizando geotxteis e geocompostos, etc. A relao custo-benefcio, em cada um desses casos, no mnimo igual ssolues convencionais. Produtos no passado considerados caros,hoje possuem um custo muito competitivo no mercado, devidoprincipalmente instalao de muitas empresas fabricantes no Brasil.

    em comparao com as camadas tridimensionais dos materiaisconvencionais, como argila compactada, no s garantem umaeconomia a longo prazo para os aterros privados, como tambmaumentam a vida til de utilizao no caso dos aterros pblicos.

    Com relao instalao destes materiais, em comparao com assolues tradicionais, as vantagens se destacam ainda mais, comopor exemplo, possibilidade de trabalho em pocas chuvosas, garantiade impermeabilizao dos taludes e eliminao de explorao dejazidas. Todas estas vantagens, alm de gerar economia na obra,acarretam em um custo e um cronograma mais bem controlados.

    Estes materiais tambm possuem desvantagens em comparaocom as solues convencionais, como por exemplo, degradaoquando expostos aos raios UV, possibilidade de colmatao degeotxteis e geotubos quando mal dimensionados, possibilidadede danos mecnicos em geomembranas, etc. Contudo, devidos grandes vantagens destes materiais, muitos estudos esto emandamento em todo o mundo para suprir estas deficincias.

    Com isso, difcil existir algum tipo de obra de grande porte nosdias atuais que no utilize geossintticos. Como exemplo, pode-selistar obras como o Rodoanel, Transposio do Rio So Francisco,Metr de So Paulo, alm das obras de minerao, aterrossanitrios e rodovias, em todo o territrio nacional, que formam ogrande mercado para esses produtos. No ano de 2006, estimava-se que aproximadamente vinte bilhes de metros quadrados degeossintticos j haviam sido instalados em todo o mundo. Estenmero certamente cresceu consideravelmente at o ano de 2010,e o Brasil vem aumentando sua fatia nesta proporo devido ao seu

    crescimento econmico nos ltimos anos.Em um projeto de aterro sanitrio, diversos elementos bsicos devemser considerados, como por exemplo, drenagem de nascentes,impermeabilizao da fundao, clulas de resduos cobertasdiariamente para a reduo de vetores, drenagem de chorumee gases, e cobertura final do aterro. Em todos estes elementos, autilizao de materiais convencionais, como por exemplo, argila, areiae brita, vem sendo utilizado com bastante frequncia. No entanto, ouso destes materiais est cada vez mais limitado, devido dificuldade

    Aplicaes tpicas de geossintticos em aterros de resduos(BUENO et al., 2004).

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    resistncia a ataques qumicos. OPVC, por sua vez, mais aplicado emcoberturas finais de aterros, por possuirexcelentes qualidades mecnicas comoelasticidade, flexibilidade e facilidadede instalao, permitindo acompanharos recalques elevados que geralmenteocorrem no aterro sanitrio.

    Para sistemas de cobertura, asgeomembranas de PVC podem viracopladas de fbrica com um geotxtilnotecido, com o objetivo de oferecer uma proteo mecnicada geomembrana, como tambm gerar um incremento do atritode interface para estabilizar a camada de solo de cobertura. Estaaplicao em coberturas de aterros vem apresentando uma crescenteutilizao, controlando a entrada de guas pluviais, e reduzindo comisso o volume de gerao de chorume em at 95%.

    5.3 GEOTXTEIS

    Em aterros sanitrios, os geotxteis so largamente utilizados paradesempenhar funes importantes como: separao de materiaiscom diferentes granulometrias, proteo de geomembranas, filtraode chorume, drenagem de percolados, controle de eroso superficial,reforo de solo, etc. Os tipos de geotxteis mais utilizados no Brasilso os notecidos agulhados e os tecidos.

    O geotxtil notecido agulhado um produto composto por fibrassintticas distribudas aleatoriamente, consolidadas por processo

    de agulhagem. Os polmeros mais comumente empregados na suafabricao so o Polister (PES) e o Polipropileno (PP). O polister mais indicado para aplicaes em que o material estar submetidoa tenses constantes por um longo perodo. O polipropileno, por sermais resistente aos ataques qumicos e biolgicos, mais indicadopara aplicaes em meios agressivos, como no caso de aterrosde resduos quando o material tem contato direto com o chorume.O geotxtil tecido um produto composto pelo entrelaamentode laminetes, segundo direes preferenciais (trama e urdume).

    Com relao parte tcnica, as vantagens tambm so grandes. Osgeossintticos fornecem novas solues e ao mesmo tempo, colocamum novo desafio para os engenheiros geotcnicos e ambientais.O grande entrave para uma maior utilizao dos geossintticoscostumava ser a falta de conhecimento sobre o assunto e a ausnciade casos de obra em territrio nacional. Para suprir este obstculo,associaes como ABMS, ABLP, IGS e ABINT vm trabalhando commuito esforo, elaborando e divulgando normas, organizando cursose congressos, publicando livros e manuais, para fornecer ao mercadotodas as ferramentas para um projeto adequado e uma instalaoqualificada. A figura ilustra aspectos gerais de um aterro de resduos,

    com nfase para as diferentes possibilidades de aplicao degeossintticos.

    Entre os geossintticos mais utilizados nosaterros de resduos esto os geotxteis,as geomembranas, os geocompostosargilosos (GCL), os geocompostosdrenantes, as geoclulas, e as geoformas,dentre uma famlia com mais de dezprodutos. A seguir, sero apresentadasas caractersticas principais de cada

    produto e a sua aplicao nos AterrosSanitrios.

    5.2 GEOMEMBRANAS

    As geomembranas so produtos bidimensionais, de baixssimapermeabilidade (k~10-12 cm/s), utilizadas

    principalmente para barreiras defluxo. No Brasil, duas geomembranastermoplsticas, o PVC (Policloreto deVinila) e o PEAD (Polietileno de AltaDensidade), so largamente utilizadas emobras de Aterros Sanitrios.

    As geomembranas de PEAD so maisrecomendadas para a impermeabilizaode base, pois apresenta uma melhor

    Instalao de geomembranaspara impermeabilizao de

    base.

    Cobertura de aterro comgeomembrana de PVC acoplada

    a um geotxtil notecido.

    Detalhe de um aterro classe I,com camada dupla degeomembrana, GCL egeocomposto drenante.

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    o material nobre para a impermeabilizao. Em alguns pases daEuropa, como por exemplo a Alemanha, so utilizados geotxteiscom mais de 2000 g/m2de gramatura. Contudo, pesquisas recentesno Brasil conduzem ao uso de geotxteis de elevada gramatura paragarantir a completa integridade das geomembranas, com gramaturasvariando entre 600 e 1200 g/m2, dependendo das caractersticas emque o material ser solicitado (REBELO, 2009).

    5.4 GEOCOMPOSTOS BENTONTICOS (GCL)

    Os geocompostos so produtos industrializados, formados pelasuperposio ou associao de um ou mais geossintticos entre siou com outros produtos, geralmente concebido para desempenharuma funo especfica. Dentre os geocompostos destacam-seprincipalmente os geocompostos drenantes e os geocompostosargilosos (GCL). Os geocompostos argilosos usados em barreirasimpermeabilizantes, conhecidos comercialmente como GCL,possuem sua estrutura formada pela associao de geossintticosa um material argiloso de baixa condutividade, desenvolvida para afuno de barreira impermeabilizante (NBR 12553).

    O geocomposto bentontico consiste em uma fina camada debentonita sdica, envolvida por dois geotxteis agulhados ou

    costurados entre si. A funo primordialdo material de atuar como uma barreiraimpermeabilizante, substituindo oucomplementando a camada de argilacompactada, dado propriedade deexpanso da bentonita, quando esta

    entra em contato com o percolado. Oprocesso de expanso, no momento emque o produto se encontra confinado,gera uma diminuio do ndice de vaziosdo meio, garantindo ndices baixssimosde permeabilidade (k~10-9cm/s), cerca de

    100 vezes menor do que o de uma camada de argila compactada(k~10-7cm/s), executada com rigoroso controle de qualidade.

    O polmero mais comumente empregado na sua fabricao oPolipropileno (PP).

    A utilizao de geotxteis como elementosfiltrantes possui grandes vantagens, desdeque sejam verificados fatores importantespara a sua correta especificao. Paraa drenagem do percolado, indica-se autilizao de geotxteis tecidos devido sua estrutura aberta formada porlaminetes, que evita o alojamento deculturas de bactrias evitando a suacolmatao. Para os demais sistemasde drenagem, a utilizao dos geotxteis

    notecidos altamente recomendada, podendo substituir cominmeras vantagens os tradicionais filtros de transio granulomtrica.

    A adequada proteo de geomembranas em sistemasimpermeabilizantes de aterros sanitrios fator primordial para agarantia de sua integridade, durante a execuo e vida til de umaterro de resduos. Os geotxteis notecidos, por possuirem umaestrutura com elevada resistncia ao puncionamento, apresentacaractersticas ideais para o desempenho desta funo.

    Os geotxteis atuam como uma camada redutora de tenses, queminimiza o risco de ocorrncia de danos s geomembranas quandoem contato com superfcies irregulares. O geotxtil notecido podeainda proporcionar um aumento do coeficiente de atrito na interfaceresduo/geomembrana, melhorando as condies de estabilidade do

    conjunto.

    No Brasil ainda no existe umarecomendao sobre qual o tipo degeotxtil adequado para proteo dasgeomembranas, pois por mais espessaque seja a geomembrana, se esta no forbem protegida, certamente sofrer danos.Muitas vezes so utilizados geotxteisde baixas gramaturas, que no protegemadequadamente as geomembranas, que

    Detalhe do GCL (branco),geomembrana (preto) egeotxtil (cinza).

    Proteo de geomembranacom geotxtil notecido.

    Sistema drenante comgeotxtil notecido.

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    pode ser visto, a utilizao de geossintticos permite a construode taludes mais ngremes, desde que os mesmo estejam estveis,devido facilidade de aplicao dos geossintticos em comparaocom os materiais convencionais (argila, areia e brita), acarretandocom isso um ganho na capacidade de armazenamento.

    5.6 GEOCLULAS

    As geoclulas so produtos com estrutura tridimensional aberta,constitudas de clulas interligadas, que confinam mecanicamenteos materiais nelas inseridos, com funo predominante de reforo e

    controle de eroso (NBR 12553).Quando no expandidas apresentampequenos volumes para estocagem,transporte e manuseio, e quandoexpandidas formam uma estruturamuito parecida com uma colmia asquais so preenchidas com materiaisque, quando confinados, garantem umbom comportamento contra processos

    erosivos. Nos aterros de resduos podemser utilizadasnos taludes

    de cobertura e nas canaletas de guaspluviais, podendo substituir com grandesvantagens as solues tradicionais derevestimento. Sua estrutura garante umtimo comportamento com relao aos

    recalques diferenciais que geralmenteocorrem nos aterros.

    5.7 GEOGRELHAS

    As geogrelhas so produtos com estrutura em forma de grelha,com funo predominante de reforo, cujas aberturas permitema interao do meio em que esto confinadas, constitudo por

    Dentre os benefcios decorrentes da utilizao de GCLs, pode-se listar:diminuio substancial na espessura da barreira impermeabilizante econsequente aumento do volume til de armazenamento de resduos;garantia de uniformidade da camada impermeabilizante, inclusivenos taludes; poder de auto-cicatrizao que possibilita a selagem deum eventual dano pouco tempo aps a sua ocorrncia; possibilidadede instalao em pocas de elevado ndice pluviomtrico; baixocusto aliado facilidade de instalao do produto, que se apresentaem rolos com largura e comprimento padronizados; etc.

    A grande vantagem tcnica, com relao s camadas convencionaisde argila compactada, que o GCL atua diretamente sob a camadade geomembrana. Com isso, em um eventual furo na geomembrana,o GCL trabalha localmente com o objetivo de selar este furo. Poroutro lado, em uma camada de argila convencional, a tendncia serque o percolado que passa por este furo, sature a camada de argilacom o contaminante, isso sem considerar as trincas quase semprepresentes nestes materiais. Por este motivo, estudos recentesmostram que a combinao GCL/geomembrana a que apresentamenores taxas de vazamento em camadas de impermeabilizao.

    5.5 GEOCOMPOSTOS DRENANTES

    Os geocompostos drenantes so produtos desenvolvidos paradrenagem, compostos geralmente de um geotxtil atuando comoelemento filtrante e de uma georrede ou um geoespaador atuandocomo elemento drenante (NBR 12553). A presena do ncleo drenantesinttico, substituindo a brita, confere ao geocomposto drenante

    excelente capacidade de conduo de

    fludos que, aliada s caractersticas depermeabilidade e reteno de slidosdo geotxtil, garante ao sistema umfuncionamento extremamente eficaz.

    A figura ao lado apresenta a instalao deum geocomposto em um aterro sanitrioClasse I, instalado entre uma camadade geomembrana e uma de GCL. Como

    Detalhe da abertura de umgeocomposto drenante.

    Descida dgua comgeoclulas em aterro sanitrio.

    Sistema de revestimento vegetalde taludes com geoclulas.

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    6 Consideraes finaisOs geossintticos passaram a integrar de forma definitiva o elencodos materiais de construo mais utilizados em obras geotcnicase ambientais. Para atender esta demanda, atualmente existemno pas muitas empresas fabricantes de geossintticos. Com oobjetivo de controlar este mercado, o papel do projetista assumeuma grande responsabilidade para a correta especificao destes

    materiais. O engenheiro de campo entra neste processo com orecebimento dos materiais e controle de execuo, verificando se osprodutos entregues atendem aos valores especificados em projeto,como tambm se os mesmos so instalados da forma adequada.Para finalizar, com o intuito de assegurar o controle de qualidade,as amostras de campo devem ser enviadas para laboratrio paracomprovar as suas propriedades.

    elementos resistentes trao, sendo considerado unidirecionalquando apresenta elevada resistncia trao apenas em umadireo e bidirecional quando apresenta elevada resistncia traonas duas direes principais (ortogonais). Em funo do processode fabricao, as geogrelhas podem ser extrudadas, soldadas outecidas (NBR 12553). De forma geral, as geogrelhas so utilizadasem sistemas de coberturas finais de aterros, como tambm emsistemas de reforo de taludes para aumento da capacidade dearmazenamento de resduos.

    Devido falta de espao nos grandes centros urbanos, bem como adificuldade em licenciar novas reas para construir aterros sanitrios,h uma demanda de estudos em todo o mundo, com o objetivo dese verticalizar os aterros, e com isso aumentar a sua capacidadede armazenamento. Com isso, as geogrelhas, por possurem altaresistncia trao, esto sendo inseridas com mais freqncia noambiente dos aterros sanitrios, utilizando os conceitos tradicionaisde solo reforado.

    5.8 GEOFORMAS

    Outro geossintticos que vem apresentando uma crescente utilizaoso as geoformas. Estes materiais tm sua estrutura realizada a partir

    de geossintticos, com a finalidade deconter materiais de modo permanente ouprovisrio. As geoformas podem trabalharcomo sistemas de secagem de lodo etratamento de chorume, bem como emqualquer outra aplicao, permitindo o

    seu preenchimento com solo ou brita. Afigura ao lado mostra uma aplicao emum aterro, como sistema de proteode geomembrana. Como este material preenchido com cascalho, o mesmotambm trabalha como dreno.

    Detalhe da aplicao dasgeoformas em sistema deproteo de drenagem detaludes.

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    ESTADO ORGO

    Acre IMAC - Instituto do Meio Ambiente do Acre

    Alagoas IMA Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas

    Amazonas IPPAM - Instituto Ambiental do Estado do Amazonas

    Amap SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente

    Bahia (IMA/CRA) IMA Instituto do Meio Ambiente

    Cear SEMACE Secre ta ria Estadual de Me io Ambiente do Cear

    Distrito Federal IBRAM Instituto Braslia Ambiental

    Esprito Santo IEMA Instituto Estadual do Meio Ambiente

    Gois Agncia Ambiental de Gois

    MaranhoSEMA - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e RecursosNaturais do Maranho

    Minas Gerais FEAM Fundao Estadual do Meio Ambiente

    Mato Grosso SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente

    Mato G. do Sul IMASUL Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul

    Par SEMA Secretaria de Estado do Meio Ambiente

    Para ba SUDEMA Superintendnc ia do Meio Ambiente

    PernambucoCPRH Agncia Estadual do Meio Ambiente e RecursosHdricos

    Piau SEMAR Secre ta ria de Meio Ambiente e Recursos Natura is

    Paran IAP Instituto Ambiental do Paran

    Rio de Janeiro FEEMA Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente

    Rio Gde. do Norte IDEMA Instituto de Defesa do Meio Ambiente

    Rondnia SEDAM Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental

    RoraimaFEMACT Fundao Estadual de Meio Ambiente, Cinciae Tecnologia

    Rio Gde. do Sul FEPAM Fundao Estadual de Proteo Ambiental

    Serg ipe ADEMA Adminis trao Estadual do Me io Ambiente

    Santa Catarina FATMA Fundao do Meio Ambiente

    So Paulo CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

    Tocantins NATURATINS Insti tuto Natureza do Tocantins

    7 Agncias Ambientais Estaduais 8 Referncias Bibliogrficas NORMA brasileira NBR 8419

    NORMA brasileira NBR 13896

    NORMA brasileira NBR 10004

    NORMA brasileira NBR 10157

    IPT, ABEQ, Aterro Sanitrio versus lixo - problemas e solues.O evento do programa de atualizao em tecnologia de interesseambiental. So Paulo, setembro de 1994.

    MINTER, CNDU, CETESB, Aterro Sanitrio. So Paulo, 1979SECRETARIA do Meio Ambiente, Governo cio Estado de So Paulo.

    Dirio Oficial do Estado de So Paulo. Publicao 06 de maro de 1998.

    Curso Bsico sobre Aterro Sanitrio ABLP - Associao Brasileirade Limpeza Pblica. Curitiba, abril 2000.

    Poltica Nacional de Resduos Slidos. Braslia, 2010.

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