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Cuiabá Benedito Pedro Dorileo FOLHAS EVOCATIVAS

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Cuiabá

Benedito Pedro Dorileo

FOLHAS EVOCATIVAS

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© 2018. Direitos desta edição reservados para o autor e Entrelinhas Editora.

Dorileo, Benedito Pedro Folhas evocativas / Benedito Pedro Dorileo. -- Cuiabá, MT : Entrelinhas, 2018.

ISBN 978-85-7992-116-2 1. Crônicas brasileiras 2. Cuiabá - Condições sociais 3. Cuiabá - História 4. Espaços urbanos - Cuiabá 5. Geografia humana - Cuiabá 6. Imprensa - Cuiabá 7. Territorialidade humana - Cuiabá I. Título.

18-18759 CDD-981.721

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Av. Senador Metelo, 3.773 – Jardim Cuiabá Cep: 78.030-005 – Cuiabá, MT

Tel.: (65) 3624 5294 – e-mail: [email protected] www.entrelinhaseditora.com.br

Edição

Maria Teresa Carrión Carracedo

Projeto gráfico | Diagramação Maike Vanni

Revisão Marinaldo Custódio

Produção gráfica

Ricardo Miguel Carrión Carracedo

Ilustração da Capa Moacyr Freitas

(Cais do porto, posteriormente, soterrado. Cuiabá, 1948)

Índices para catálogo sistemático: 1. Cuiabá : História 981.721

Maria Alice Ferreira - Bibliotecária - CRB-8/7964

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Apresentação

A oratória fora exercitada no Tribunal do Júri, ou na Política em breve estágio como vereador e dirigente da Câmara Municipal de Cuia-bá, por estímulo de colegas professores e alunos, no afã do magistério desde muito cedo. Era a época em que o edil prestava serviço cívico sem salário. A palavra do professor de Ginásio, sem uso de microfone, portando longo guarda-pó, em sala desprovida de aparelho de refrige-ração, ou a vivência universitária em aulas ou palestras implicaram em atividades duramente desgastantes. Entretanto, representavam a reali-zação plena de uma natural vocação. O exercício magisterial aliado ao verbo facultaram frequentar desde a mocidade os jornais, com início no Semanário A CRUZ, da Arquidiocese Metropolitana de Cuiabá, como articulista.

Escrever, expender pensamentos nos jornais impressos: O Social Democrata (como diretor-secretário), Folha Mato-Grossense, Estado de Mato Grosso, Tribuna Liberal, Tribuna Cuiabana, Correio da Imprensa, Diário de Mato Grosso, Diário Oficial do Estado em sua separata cul-tural, Diário de Cuiabá, Folha do Estado, A Gazeta. E em Revistas: O Liceu, do Colégio Salesiano São Gonçalo; Contato, RDM e Lume. Ainda, na Revista da Universidade Federal de Mato Grosso (como vice-reitor e reitor eleito). No Anais Forenses de Mato Grosso ou nas Revistas do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e da Academia Mato--Grossense de Letras. Ainda, no jornal Tribuna Livre e site da Associação Mato-Grossense do Ministério Público, da qual é associado fundador.

Nas Rádios, com atuação em equipe: A Voz d’Oeste, Difusora Bom Jesus e Rádio Cultura. Na pioneira TV Centro América, em seus primór-dios, com parceria no programa Galeria de Vultos Ilustres.

Esta obra não é uma grinalda de flores escolhidas, coexistem crô-nicas e artigos variegados. Pode, entretanto, trazer liame de abordagem

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para assuntos referentes à eterna Capital mato-grossense, a Cidade Verde de Dom Aquino Corrêa – a Cuiabá dos 300 anos, em 2019, minha terra natal. Contém formulações sobre: Cuiabá, educação, história e literatura, direito e justiça, Língua Portuguesa e civismo, cultura e poluição sonora, política, religião, crônicas.

O incentivo de pessoas amigas e de leitores novos resultou em com-pendiar uns textos editados nos últimos tempos, não acolhidos outros anteriores e os da minha iniciação. É mais coletânea do que florilégio, mais seleta do que antologia – de maneira muito simples. Assim, em ligeiro esforço, tentando afivelar resultados complexos de combinações, sobressai esta oferta despretensiosa para leitura crítica de quantos tole-rarem prender a atenção a assuntos havidos.

Benedito Pedro Dorileo

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A palavra

Há assuntos que, por antigos, não perdem sua interessante atuali-dade. Nesse caso se classifica a palavra do homem e a imprensa, que a corporiza, multiplica e perpetua. A nós, acostumados com as coisas grandes pela substância, grandes pelos efeitos, mas comuns pela fre-quente repetição, passam-nos muitas vezes despercebidas maravilhas estupendas. Assim, acontece com as palavras do homem. Maravilha que só não espanta por ser comum a todos os homens. Leva a palavra ao entendimento, ao coração, à imaginação dos outros, os mais recônditos segredos de nossa alma. Grandes, variados, estupendos os efeitos da palavra! Move todas as fibras do coração humano; consola, aflige, irrita, estimula, acalma. No balbuciar da criancinha tem encantadora magia, na infância é o enlevo dos pais, nos lábios dos velhos é solenemente tris-te, como triste é o despedir do crepúsculo, cedendo lugar às trevas da noite. No jovem é folgazã e alegre, ponderada e madura no varão. Na boca do general dá ímpeto e ânimo ao soldado, na do mestre ilumina a inteligência, na do orador ora revolve as multidões, ora serena paixões exaltadas; desperta os frios, infunde brios ao indolente. A mesma pala-vra consola, repreende, impera, suplica, aterra e anima. Na boca do poe-ta a palavra fala à fantasia e ao coração, povoando aquela de imagens, revolucionando o coração com afetos. A ciência que revela os metais contidos nas entranhas da Terra é admirável, admirável a que penetra no fundo dos mares, e nos mostra os segredos que lá ocultam; admirável a que remonta muito acima das nuvens e nos comunica fenômenos não suspeitados; admirável a que chega a penetrar no interior dos astros para nos dar com segurança sua composição íntima. Muito mais admirável, porém, é o dom da palavra que manifesta os segredos da alma humana, mais profunda que os mares, mais alta que a atmosfera, mais recôndita que os astros.

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A palavra é um dom do Céu, quase tão precioso como a mesma razão que constitui a essência humana, e tão apreciável que, se nos fal-tasse, de pouco nos serviria a mesma razão. Se não tivéssemos a palavra, ficar-nos-iam estéreis a inteligência e a liberdade de que ufanamos, e o homem estacionário sem dar um passo para melhorar sua condição na Terra. Não nos seriam benefícios, senão tormento, essas nobilíssimas faculdades de entender e de querer, se não pudéssemos transmitir aos nossos pensamentos, nossos desejos, nossas mágoas e nossas alegrias; e nós seríamos como um homem prostrado por envenenada seta, cozido de dores atrozes, sem poder por palavra nem por qualquer movimento dar a entender seu suplício temeroso. Deus, porém, não faz benefícios truncados. Dando-nos a inteligência e a liberdade, dá-nos também a palavra, com que a nós e aos outros podemos aproveitar, e de fato apro-veitamos. É, pois, a palavra dom mimoso de Deus, e, por aí vemos como deve ser por nós tratada.

Mas, além deste título, de todo o ponto venerando, possui a palavra outra qualidade que a eleva a superior categoria, e que vós me permiti-reis não omitir nem dissimular em ocasião tão solene. A palavra não é só dom de Deus conferido no mesmo ato da criação do homem; é também imagem do mesmo Criador. Estai um pouco comigo.

Na Trindade divina, mistério inefável que nós os cristãos cremos e confessamos, o Pai eternamente se revê e conhece, formando de si uma imagem. Mas esta imagem não é acidental, como produz a inteli-gência criada: é imagem substancial, eterna, espelho perfeito da pessoa do Padre, seu Verbo, enfim, seu Filho. Este Verbo eterno, só do Pai eternamente conhecido, se quis manifestar aos homens, fazendo-se ho-mem, como nós, e é Jesus Cristo, homem unido hipostaticamente ao Verbo eterno, palavra do Eterno Padre manifestada aos homens. Ora, assim como Jesus é o Verbo de Deus que revela aos homens e aos an-jos mistérios ocultos no seio da divindade, e que só por ele nos foram manifestados, assim a palavra do homem nos manifesta os segredos da alma, que só podem ser conhecidos pela palavra do homem, falada, ou escrita, ou assinada. Jesus é a imagem substancial da inteligência eterna, a palavra é a imagem acidental da inteligência criada. Destarte, a palavra humana, que tão preciosa se nos apresenta por si mesma e pelos bens de que é instrumento necessário e indispensável, cobra fo-ros de nova fidalguia, e adquire novos títulos à nossa veneração, como

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imagem constante do mais consolador mistério que nossa fé adora, o mistério da encarnação.

Por esse critério, melhor podemos avaliar a dignidade e importância da palavra falada ou escrita, e sondar a causa dos efeitos maravilhosos que produz, e dos benefícios que traz no gênero humano. É de origem divina; reproduz aos olhos humanos mistérios divinos e, apesar dos contínuos abusos que dela fazem os mortais, não perde os traços de sua origem, que os homens podem perverter, destruir não podem.

Diante deste auditório, onde está congregado o que há de mais alto na cultura nacional, parece coisa cediça lembrar alguém as excelências da palavra falada e, mais ainda, da palavra escrita, e principalmente da imprensa. E eu daria prova de minguado senso, ocupando-me dessa ma-téria, se um fim muito especial a isto me não conduzisse, como vereis.

A palavra escrita, ou antes, a imprensa que hoje encarna e absorve a antiga escritura, o maior expoente do poder da palavra humana em nossos dias, incalculável benefício do Criador ao gênero humano, a qual, ainda nos seus desvios e nos males que com eles tem produzido, manifesta os traços da grandeza que trouxe da sua origem. E quando os mesmos males servem para demonstrar a pujança dessa potência, sobe de ponto a demonstração, por pouco que atendamos aos benefícios que ela produz. Pela imprensa se ligam e se comunicam os povos mais estremados do nosso planeta, se propagam as artes, se aproveitam os inventos. Sem ela estaria a humanidade estacionária. Pela imprensa se nos fazem presentes os séculos passados, e nós podemos praticar com as gerações que nos precederam, ouvir seus gemidos, presenciar seus feitos, testemunhar suas mazelas e seus crimes. A palavra escrita nos mete no seio os cabedais da sabedoria antiga, as lições dos filósofos, os rasgos dos oradores, a harmonia dos poetas, os brados dos profetas, a pregação dos apóstolos, a vida, a doutrina, os exemplos e os milagres do Filho de Deus, Jesus Cristo, a quem curvo o joelho e adoro.

Dom Silvério Gomes Pimenta, do seu discurso de recepção na Academia Brasileira de Letras1.

1 In Língua Vernácula, Gramática e Antologia de José de Sá Nunes. Edição da Livraria do Globo, Porto Alegre, 1936.

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Igreja do Bom Despacho e Seminário da Conceição, ao centro da foto. Abaixo, a praça Bispo Dom José, Chafariz do Mundéo, casario do entorno e vista da avenida da “Prainha” na década de 1970

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Homenagem a Cuiabá, pela comemoração dos

300 anos de fundação, em 8 de abril de 2019

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Igreja de Nossa Senhora do Bom Despacho e Seminário da Conceição, onde funciona o Museu de Arte Sacra de Mato Grosso (2006)

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A Cidade Verde

Dom Francisco de Aquino Corrêa

Similis visione smaragdinaeSemelhante à cor das esmeraldas

Apoc. IV, 3

Sob os flabelos reais de mil palmeiras, Tão verdes, sobranceirasE lindas como alhures não as há,Sobre alcatifas da mais verde relva, Em meio a verde selva,Eis a “cidade verde”: Cuiabá!

Guardam-na, frente a frente, quais gigantes Eternamente amantes,Os seus dois morros, e tão verdes são,Que até refletem pálidos verdores Nos lares cismadores, Que enchem do vale a plácida mansão.

Muita vez, na amplidão do céu ridente, Que tão maciamente,Sobre ela curva o cérulo matiz,Passa a nuvem dos verdes periquitos, Gárrulos e infinitos,Qual chusma de esperanças infantis.

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Passa!... e na calma do horizonte verde, Que além no azul se perde,Ela adormece ao ósculo fugazDo verde rio lânguido, que a esfrola, Cantando a barcarolaInfinita dos beijos e da paz.

Salve, meu verde ninho, onde primeiro, Contemplei o CruzeiroE as alvoradas álacres dos sóis!Tu tens a cor das oliveiras mansas, Das meigas esperançasE das láureas eternas dos heróis!

Na tua verdejante flora rude, Eu canto a juventudePerpétua dos maternos ubres teus,E sonho essa visão esmeraldina, Que se nos descortina,No livro santo, quando pinta os céus.

Como tu, não tem, não, tantas grinaldas De vivas esmeraldas,A Úmbria verde, nem a verde Erin:Mais rica do que o fúlvido Eldorado, Tens o encanto sagradoDe uma Canaã melíflua para mim.

Não há tesouro, que teu preço iguale! Tudo que o mundo vale,A par de ti, em lodo vil se esvai;Pois tens o que há de mais sagrado e terno: O túmulo maternoE esses cabelos brancos de meu pai!

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Quem dera, ó Deus, que à luz da tua face, Minha alma retornasse,Como o batel que volve ao seu fanal,Embalada nas vírides bonanças, Desse mar de esperanças,Em que se banha o meu torrão natal!

Quero dormir à sombra da verdura Da pátria, numa puraRegião de primaveras imortais,Onde paire, qual plácida e infinita Flor, essa cruz benditaDa religião divina dos meus pais!

E quando, livre, pelo azul infindo, For minha alma subindo, Possa ela ainda contemplar, meu Deus! As verdes palmas dos gentis coqueiros, Como dedos fagueiros,A dar-lhe, trêmulas, o extremo adeus!

Salve, cidade verde! A ti, meu berço, Melhor do que o universo,Eu te saúdo ao ósculo fugazDo rio verde-negro, que te esfrola. Cantando a barcarolaInfinita dos beijos e da paz!

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Homenagem à minha professora Zizi Nonato

de Faria que me alfabetizou; e, ainda, me orientou para o

meu primeiro discurso, em 13 de maio de

1944, versando sobre a Lei Áurea de 1888,

na Escola Modelo Barão de Melgaço,

perante os estudantes, meninos e meninas formados no pátio. Cursava o segundo

ano do excelente curso primário.

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São as professoras primárias as verdadeiras guardiãs da civilização

Bertrand Russell

11 de agosto de 1907, em Cuiabá-MT† 7 dezembro de 1975, no Rio de Janeiro-RJ

Professora Zizi Nonato de Faria

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Carta da MestraRio de Janeiro, 21 de julho de 1964

Caro ex-aluno Benedito Pedro Dorileo,

Paz, saúde e alegria é o que de coração desejo a você e a todos os seus entes queridos.

Recebi os dois jornais e o seu gentil cartãozinho. Meus sinceros agradecimentos.

Fiquei emocionada quando li o seu artigo Professora, é a sua prova de gratidão para comigo.

Fui eu quem segurou as suas mãozinhas para ensiná-lo a copiar as primeiras letras e também o acompanhei durante todo o curso primário. Você fez um curso primário brilhante, ocupando sempre o 1º lugar, e no entanto, foi um aluno que nunca me deu trabalho, pelo contrário, somente alegria, porque, além de ser muito inteligente era muito estu-dioso, bem educado e meigo. Tanto é verdade o que lhe escrevo que, ao se encontrar comigo, tempo depois, sentiu vontade de me agradecer e fez-me esse elogio. Se você não fosse bom, não se incomodaria com isso, acharia que tudo o que fiz era minha obrigação. Sim, de fato era, mas um aluno inteligente como você, compreende o quanto esforço a Professora faz, levada pelo entusiasmo de sua idade, cheia de ilusões e com alunos que merecem esse grande esforço, como você, meu querido ex-aluno, aquele meninozinho que me fez recordar daqueles tempos que não voltam mais.

Hoje, eu me orgulho de ter sido a Professora, daquela criança que é hoje um grande advogado, professor, jornalista, e, além disso, um re-ligioso.

É de um jovem como você que o Brasil precisa, meu caro ex-aluno.Li o seu artigo Auxiliemos. Meus parabéns.Que Jesus abençoe o seu lar! Felicidades a você, a sua jovem esposa

e filhos.

Afetuosos abraços,

Professora Zizi Nonato de Faria

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Sumário

Apresentação ........................................................................................................................................... 7A palavra ...................................................................................................................................................... 9

CUIABÁ 31

Do degredo à procura ..................................................................................................................33Cuiabá dos 294 anos ......................................................................................................................35Cuiabá cansada ....................................................................................................................................37Cuiabá barulhenta ............................................................................................................................40Teatro da cidade ................................................................................................................................42Teatro da cidade II ..........................................................................................................................44Teatro Zulmira Canavarros ....................................................................................................46O Teatro Municipal de Zulmira ..........................................................................................48Sarau cuiabano ....................................................................................................................................51Turma do Morro .................................................................................................................................53Mosaico Cuiabano ............................................................................................................................56Um rastro de luz ................................................................................................................................59O Largo do Rosário .........................................................................................................................61Estrada de Chapada ........................................................................................................................64O Centro artístico ..............................................................................................................................67Tônia Carrero no palco da UFMT .....................................................................................69Tragédia ......................................................................................................................................................72

EDUCAÇÃO 75

A educação é solução única ..................................................................................................77Restaurar a educação .....................................................................................................................79A escola modelo.................................................................................................................................81A leitura e a merenda ...................................................................................................................84

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Má aprendizagem ..............................................................................................................................87Do rolé ao roldão .............................................................................................................................89Títulos de benemerência ...........................................................................................................91Batista, o nome do esporte .....................................................................................................93Autonomia Universitária - I .....................................................................................................96Autonomia Universitária - II ...................................................................................................99Autonomia Universitária - III .............................................................................................. 102Autonomia Universitária - Medicina ............................................................................ 105Condutores do ensino ............................................................................................................... 107Ministra Esther Ferraz ................................................................................................................. 109Professor fundador ....................................................................................................................... 114O Fazejamento .................................................................................................................................. 117UFMT - Uma fundação, 42 anos ..................................................................................... 120Confraternização Universitária .......................................................................................... 12440 Anos de Ciências Contábeis ........................................................................................ 126Medicina em Mato Grosso .................................................................................................... 131Medicina - 25 anos ........................................................................................................................ 133A Biblioteca central da UFMT ............................................................................................ 13680 anos da Faculdade de Direito - I ............................................................................ 13880 anos da Faculdade de Direito - II .......................................................................... 14080 anos da Faculdade de Direito - III ........................................................................ 142UFMT - Nova reitoria - I .......................................................................................................... 145UFMT - Nova reitoria - II ........................................................................................................ 148UFMT - Comunicação Social - 30 anos .................................................................... 151Coral Universitário da UFMT - 35 anos .................................................................... 153Colação de Grau ............................................................................................................................. 156A UFMT e a reforma universitária ................................................................................. 15850 anos da reforma universitária - I............................................................................. 16150 anos da reforma universitária - II........................................................................... 16350 anos da reforma universitária - III ......................................................................... 165Orquestra Sinfônica da UFMT - 35 anos ................................................................. 168A Universidade pertence ao estudante ..................................................................... 171Colegiados da UFMT .................................................................................................................. 17440 Anos de Educação Física ................................................................................................ 177Espírito vivificante ......................................................................................................................... 179Hospital Universitário Júlio Müller ................................................................................ 181A Universidade Federal de Rondonópolis ............................................................ 184

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HISTÓRIA E LITERATURA 187

A Catedral Basílica - 45 anos .............................................................................................. 18950 anos de meteorologia ........................................................................................................ 195Balões coloridos .............................................................................................................................. 198200 anos de Dom Bosco ......................................................................................................... 201Meio Século de Vida ................................................................................................................... 203Wanir Delfino César .................................................................................................................... 205Dom Marcos Barbosa ................................................................................................................. 208Cinquentenário de Dom Aquino .................................................................................... 210Governador Pedro Pedrossian .......................................................................................... 214Pedro Pedrossian ............................................................................................................................ 217Fenece uma linda flor ................................................................................................................ 220Nonagenários ..................................................................................................................................... 224José Fragelli .......................................................................................................................................... 227Filinto Müller - 45 anos ............................................................................................................ 230120 anos de Zulmira Canavarros .................................................................................... 23480 anos do Mixto Esporte Clube..................................................................................... 236O Mixto octogenário ................................................................................................................... 239Centenário de Rubens de Mendonça ......................................................................... 242Rubens de Mendonça e Cuiabá ....................................................................................... 245Rubens de Mendonça ................................................................................................................ 248Sobre o Jornalista Rubens de Mendonça ................................................................ 251Gervásio Leite, o orador .......................................................................................................... 252Centenários de Gervásio Leite e Luís-Philippe Pereira Leite .............. 255Centenário de Luís-Philippe Pereira Leite .............................................................. 257O oráculo cuiabano - Luís-Philippe Pereira Leite .......................................... 260O doutor Luís-Philippe ............................................................................................................. 266Nomes proeminentes ................................................................................................................. 268Centenário de Ranulpho ......................................................................................................... 271Ubaldo Monteiro da Silva ...................................................................................................... 274O quintal do Barão ....................................................................................................................... 277Na soleira do octogenário ..................................................................................................... 28075 anos da A Voz d’Oeste - I ............................................................................................. 28275 anos da A Voz d’Oeste - II ........................................................................................... 28475 anos da A Voz d’Oeste - III ......................................................................................... 286235 anos de Corumbá ................................................................................................................ 288

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Aroma de Academia .................................................................................................................... 291Academia atenta .............................................................................................................................. 294Mestre encantado ........................................................................................................................... 296O arcebispo dos pequeninos ............................................................................................. 298O rádio no Brasil e em Cuiabá ......................................................................................... 304Thingo ....................................................................................................................................................... 307Polícia Militar do Estado de Mato Grosso – Quartel do Comando Geral – 5ª Seção (21 de abril de 1960) ........................................ 309

DIREITO E JUSTIÇA 313

O ensino do Direito e os 70 anos da OAB .......................................................... 315OAB de Mato Grosso ................................................................................................................. 319O ideal e a masmorra ................................................................................................................ 321Moral e Direito .................................................................................................................................. 323Julgamento de Abel ..................................................................................................................... 325Defensoria Pública em Mato Grosso indiviso .................................................... 327Direitos da mulher ........................................................................................................................ 329Idealidade e coragem ................................................................................................................. 33245 anos da AMMP .......................................................................................................................... 336Ministério Público, um Jubileu - I.................................................................................. 338Ministério Público, um Jubileu - II................................................................................ 340Ministério Público, um Jubileu - III .............................................................................. 343

LÍNGUA PORTUGUESA E CIVISMO 347

Verbo e Gente ................................................................................................................................... 349Plural de gol ........................................................................................................................................ 352O advérbio já ...................................................................................................................................... 354Estilística - I .......................................................................................................................................... 356Estilística - II ........................................................................................................................................ 358Noção de Estilística - I............................................................................................................... 360Noção de Estilística - II............................................................................................................. 362

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Noção de Estilística - III ........................................................................................................... 364Estilística em José de Mesquita ......................................................................................... 366A bandeira e os brutos ............................................................................................................. 373Lamúria e civismo .......................................................................................................................... 375

CULTURA - POLUIÇÃO SONORA 379

Era do esculacho ............................................................................................................................ 381Feriado ...................................................................................................................................................... 383Poluição sonora ............................................................................................................................... 385Conspiração sonora ..................................................................................................................... 387Pancada sonora ................................................................................................................................ 389Usina de estrondos ....................................................................................................................... 392

POLÍTICA 395

A reforma profunda ..................................................................................................................... 397Alma pura .............................................................................................................................................. 399Francisco e a juventude ........................................................................................................... 401Rumores de Francisco ............................................................................................................... 403O Vereador ........................................................................................................................................... 406Cinquenta anos: eleições em Cuiabá.......................................................................... 409

RELIGIÃO 413

Sursum corda ...................................................................................................................................... 415Instrumento da Paz ...................................................................................................................... 417A criança e a Bíblia ...................................................................................................................... 419Invitatório do advento ............................................................................................................... 421Símbolos principais do Natal .............................................................................................. 423Do carnaval à quaresma .......................................................................................................... 425O mês de Maria................................................................................................................................ 427

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CRÔNICAS 431

O giz............................................................................................................................................................ 433Cachorro .................................................................................................................................................. 437Ave símbolo ......................................................................................................................................... 440O Amassa-barro ............................................................................................................................... 442Efemérida ............................................................................................................................................... 444O Camaleão ......................................................................................................................................... 446O Grilo ...................................................................................................................................................... 448

PALAVRAS SELETAS 451

Do Fazejamento ao Pensar para Fazer ..................................................................... 453“O Locus” da Universidade de Mato Grosso ...................................................... 460Abertura da sessão solene de posse do acadêmico Benedito Pedro Dorileo, pelo presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, Lenine de Campos Póvoas ........................................................................ 466Recepção ao acadêmico Benedito Pedro Dorileo, pelo acadêmico João Antonio Neto ............................................................................ 468Palavras de posse do acadêmico Benedito Pedro Dorileo ................... 478Recepção ao acadêmico Firmo Pinto Duarte Filho, pelo acadêmico Benedito Pedro Dorileo .............................................................. 495Recepção de Marília Beatriz de Figueiredo Leite em sua posse na Academia Mato-Grossense de Letras ..................................... 506

AO FINAL 517

Universidade Federal de Mato Grosso ...................................................................... 519Álbum da Saudade ........................................................................................................................ 522Síntese biográfica ............................................................................................................................ 524