folha interativo - 4a bimestre 2009

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FALA GALERA A face rotineira da segunda guerra, a luta de um padre para salvar meninos judeus da polí- cia Nazista. Au Revoir Les Enfants, o clássico de Louis Malle. E mais: Na natureza Selva- gem, de Sean Penn, narra a história real de um jovem que abdicou de tudo para viver se- gundo seus próprios princípios. É a seção Ci- nemania arrasando na quarta edição da Folha Interativo. (Pág. 11) A eleição de Ba- rack Obama foi a solução para os grandes proble- mas mundiais? Será que pode- mos poder tam- bém? Saiba na seção Fala Galera na crônica de Gabriela Sanches de Lima. E mais: Césio 137 – 22 anos da maior tragédia radioativa da história do país, por Lucas Penteado Ricci e a visão do aluno Nathã Bento sobre Publicidade (Pág. 04 e 06) CINEMANIA O que é o Bullying e como lidar com ele. O Jornal Folha Interativo conversou com as pes- quisadoras Ana Carina Stelko-Pereira e Bruna Garcia Forli especialistas no assunto. “Bullying é um termo inglês, nessa língua bully significa valentão, brigão. O primeiro a re- lacionar esse termo às agressões sofridas por estudantes foi Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen na Noruega.” (Pág. 13) 150 ANOS DA PUBLICAÇÃO DA ORIGEM DAS ESPÉCIES, DE CHARLES DARWIN. FAÇA PARTE DESSA EVOLUÇÃO! “Ao chegar à costa do Chile, Darwin foi logo explorar as mon- tanhas dos Andes que separam esse país da Argentina. E qual não foi sua surpresa quando ele descobriu que os animais de cada lado da cordilheira, do ar- gentino e do chileno, eram muito diferentes uns dos outros.” (Por Reginaldo Nanni).” (Pág 14) ENTREVISTA CRÔNICA: A história nos traz exemplos claros de barreiras físicas desumanas. Conheça algumas das mais famosas na crônica do Pro- fessor Marcelo Maestrelli. Em uma globalização que se marca pela maior circu- lação de bens, serviços, ca- pitais e pessoas em escala mundial, as barreiras migra- tórias se colocam como um entrave ao próprio processo de integração econômica. (Leia mais na pág 03) ACONTECEU VIII Xou Vixe: daqui há 92 edições come- moraremos a centésima. Todos estão convi- dados: música, dança, teatro, poesia, foto- grafia e muita diversão! CRÔNICA O dia 19 de novem- bro é o dia mundial para a prevençao dos maus-tratos infantis. Mas um dia só não é suficiente. Para uma preven- ção efetiva vamos juntos atuar todos os dias do ano. * Por Sabrina Mazo D’Affonseca (Pág 15) CRÔNICA Pesquisa de opinião pública. O que é para e para que serve? Mudanças de propaganda, pú- blico, produtos e até campanhas eleitorais são resultados deste novo segmento crescente no Brasil. “Nos dias atuais, por exemplo, é praticamente inviável abrir ou expandir um negócio sem antes fazer uma análise do mercado” (Por Silvia Keller) (Pág 04) São Carlos, Novembro de 2009 – ano 1 – número 4 - distribuição gratuita - www.interativo.com.br

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FOLHA INTERATIVO - JORNAL DO INTERATIVO SÃO CARLOS - 4. EDIÇÃO - NOVEMBRO 2009

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Page 1: FOLHA INTERATIVO - 4a BIMESTRE 2009

Fala Galera

A face rotineira da segunda guerra, a luta de um padre para salvar meninos judeus da polí-cia Nazista. Au Revoir Les Enfants, o clássico de Louis Malle. E mais: Na natureza Selva-gem, de Sean Penn, narra a história real de um jovem que abdicou de tudo para viver se-gundo seus próprios princípios. É a seção Ci-nemania arrasando na quarta edição da Folha Interativo.

(Pág. 11)

A eleição de Ba-rack Obama foi a solução para os grandes proble-mas mundiais? Será que pode-mos poder tam-

bém? Saiba na seção Fala Galera na crônica de Gabriela Sanches de Lima. E mais: Césio 137 – 22 anos da maior tragédia radioativa da história do país, por Lucas Penteado Ricci e a visão do aluno Nathã Bento sobre Publicidade (Pág. 04 e 06)

CinemaniaO que é o Bullying e como lidar com ele. O

Jornal Folha Interativo conversou com as pes-quisadoras Ana Carina Stelko-Pereira e Bruna Garcia Forli especialistas no assunto.

“Bullying é um termo inglês, nessa língua

bully significa valentão, brigão. O primeiro a re-lacionar esse termo às agressões sofridas por estudantes foi Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen na Noruega.”

(Pág. 13)

150 anos da publiCação da oriGem das espéCies, de Charles darwin. Faça parte dessa

evolução! “Ao chegar à costa do Chile,

Darwin foi logo explorar as mon-tanhas dos Andes que separam esse país da Argentina. E qual não foi sua surpresa quando ele descobriu que os animais de cada lado da cordilheira, do ar-gentino e do chileno, eram muito diferentes uns dos outros.”

(Por Reginaldo Nanni).”(Pág 14)

entrevista

CrôniCa:A história nos traz exemplos claros de barreiras físicas desumanas.

Conheça algumas das mais famosas na crônica do Pro-fessor Marcelo Maestrelli.

Em uma globalização que se marca pela maior circu-lação de bens, serviços, ca-pitais e pessoas em escala mundial, as barreiras migra-tórias se colocam como um entrave ao próprio processo de integração econômica. (Leia mais na pág 03)

aConteCeu

VIII Xou Vixe: daqui há 92 edições come-moraremos a centésima. Todos estão convi-dados: música, dança, teatro, poesia, foto-grafia e muita diversão!

CrôniCa

O dia 19 de novem-bro é o dia mundial para a prevençao dos maus-tratos infantis.

Mas um dia só não é suficiente.

Para uma preven-ção efetiva vamos juntos atuar todos os dias do ano.

* Por Sabrina Mazo D’Affonseca

(Pág 15)

CrôniCa Pesquisa de opinião pública. O que é para e

para que serve? Mudanças de propaganda, pú-blico, produtos e até campanhas eleitorais são resultados deste novo segmento crescente no Brasil.

“Nos dias atuais, por exemplo, é praticamente inviável abrir ou expandir um negócio sem antes fazer uma análise do mercado”

(Por Silvia Keller)(Pág 04)

São Carlos, Novembro de 2009 – ano 1 – número 4 - distribuição gratuita - www.interativo.com.br

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EDITORIAL

ÍndiCe:1. Editorial – Pág 02. 2. Espaço Vestibular? – Pág 03.3. A Importância da pesquisa de opiniâo – Pág 04.4. Crônica, por Nathã Felipe Bento – Pág 04.5. Que tal não sentir mais dor – Pág 05.6. Césio 137 - 22 anos no subterrâneo, por Lucas Ricci – Pág 06.7. Yes, we can, por Grabriela Sanches – Pág 06.8. Comédia – Pág 07.9. Site legais – Pág 0710. Das Palavras. – Pág 07.11. Poesia, por Giovana Placimini – Pág 1012. Login: dicas de informática – Pág 10. 13. Cinemania – Pág 11.14. O Hábito da Leitura, por Regina Maura – Pág 12.15. Bullying: Escola e pais atentos! – Pág 1316. Faça parte da evolução – Pág 14.17. Maus tratos infantis – Pág 15.

Folha InterativoMantenedores:

Pedro Marcelo Batista (Sebá)Luis Antonio Pereira dos Santos (Anta)

Pedro Walter Pinto Ferraz (Bacia)Diretora:

Cleide Darezzo Martins de FrançaCoordenadora Pedagógica

Vânia Eliza GeraldoSimone Hirata Benetti

EditoresGlauco Keller Villas Boas

Colaboradores desta ediçãoProfessor Marcelo Maestrelli

Cláudia Roberta KullReginaldo Nanni

Sabrina Mazo D’AffonsecaSilvia Keller Villas Boas

Gabriela Sanches de LimaLucas Penteado RicciNathã Felipe Bento

Contato: www.interativo.com.brInterativo: Unidade 1 – Rua Major José Inácio, 1661

Tel. 33075005 - Tel. 33721019

Folha Interativo - ANO I

Página 2

aGradeCimentos espeCiaisEm sua quarta edição e findando o primeiro ano contando histórias,

trazendo informações e conhecimento aos nossos alunos, pais de alu-nos e a sociedade são-carlense em geral, o colégio interativo agradece a seus patrocinadores e apoiadores e deseja a todos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.

Vídeo 21 Escolas FISKClínica Qualidade de Vida Mercearia 3MCAT – informática Jornal 1a. Página Mult Fisio Fisioterapia e prepação físicaCriar – sistema de ensino de Língua PortuguesaStatsol – soluções estatísticas

JinGle bells!“Mais um ano vai, outro ano vem...”, pois é, após um ano rápido, mas

intenso fechamos um novo ciclo. 2009 foi um ano de realizações e mu-danças. Nossos vestibulandos sofreram com as alterações nos vestibu-lares, com o vazamento da prova do ENEM, com a iminente chegada da gripe suína. Mas todos os obstáculos foram superados. Oferecemos aos nossos alunos cursos preparatórios para o ENEM e os novos vesti-bulares, aulas de livros, exibição de filmes no Cine Interativo, realizamos brilhantemente a VIII Interafec e a VIII edição do Xou Vixe, o nosso show de talentos.

Agora, nossos terceiros anos preparam-se para a formatura e para a busca de novos horizontes. Nosso nono ano se renova para conquistar novos espaços e superar novos obstáculos. Novos colegas chegam e se juntam aos professores e funcionários do colégio Interativo na busca incessante de perfeição no processo de ensinar e aprender. E o Jornal Folha Interativo completa sua quarta edição fortalecido pelo apoio de todos: alunos, professores, pais, funcionários, coordenação, direção, patrocinadores e colaboradores. Todos que, de alguma forma, colabora-ram para que pudéssemos levar informação e conhecimento à socieda-de são-carlense de uma forma leve, porém profunda.

É tempo de agradecer e homenagear a todos os amigos que fizeram deste ano, algo a ser lembrado por sua intensidade e força, renovar os votos de parceria com nossos patrocinadores e colaboradores do jornal, sabendo que juntos estamos percorrendo o caminho árduo, mas praze-roso, lento, mas sólido que é educar crianças e jovens.

Feliz Natal e um Feliz 2010. São os votos de toda a equipe do Colégio Interativo.

Marechal Deodoro, 2270 – 33710114 –

email: [email protected]

Page 3: FOLHA INTERATIVO - 4a BIMESTRE 2009

leia e asssine o melhor16 - 3373-7373

Folha Interativo - ANO I

Página 3

espaço vestibular?

barreiras FÍsiCas desumanas “Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. Todo homem tem direito de deixar qual-

quer país, inclusive o próprio, e a este regressar.” (Declaração Universal dos Direitos Humanos – Artigo 13)

* Por Marcelo Maestrelli (Morrinho)

A sociedade humana convive diariamente com um grande paradoxo. Ao mesmo tempo em que vive em um mundo cada vez mais globalizado, com diminuição das distâncias em função das inovações tecnológicas nos transportes e telecomunições, vive também em um planeta onde as fronteiras se fecham cada vez mais, tornando-se extremamente restritivas seja de um ponto de vista econômico, político ou religioso.

Em uma globalização que se marca pela maior circulação de bens, serviços, capitais e pessoas em escala mundial, as barreiras migratórias se colocam como um entrave ao próprio processo de integração econômica. Mas não podemos generalizar essa situação: as barreiras econômicas se estabelecem principalmente nas áreas mais prósperas de nosso planeta. E da mesma forma que se estabelecem as barreiras, surgem também os problemas.

Um dos maiores exemplos de contenção de migrantes é representado pela maior potência econômica mundial, os Estados Unidos. Sem autori-zação estatal, nenhum cidadão pode entrar no território norte-americano. Mas por maior que seja a burocracia e a fiscalização, a ilegalidade con-segue infiltrar imigrantes nesse país. São milhares de latinos e asiáticos que na busca por um melhor padrão de vida, se arriscam e permanecem ilegalmente no país, mesmo sob forte preconceito e reduzido padrão de vida frente ao “nativo”.

Na tentativa de frear cada vez mais esse tipo de pessoa, há mais de uma década existe na fronteira entre EUA e México, o Muro de Tijuana. Trata-se de uma barreira física, levantada pelo governo norte-americano que, com rígida fiscalização, impede a passagem de latinos ilegais pela região.

A ideia estadunidense de levantar um muro para conter o movimento popula-cional não se caracteriza como fato inédito. Podemos lembrar as fortificações existentes na Idade Média, com a função de proteção das propriedades ou a famosa Muralha da China, protegendo os chineses contra os invasores mon-góis. Recentemente, outro grande muro foi construído para conter o avanço populacional de palestinos na região da Cisjordânia, uma contenção de caráter político e também religioso.

No entanto, ao falar de muro, é inevitável não recordar do mais famoso exemplar na história recente: o Muro de Berlim. Construído em 1961 para evi-tar a passagem de cidadãos da Alemanha Oriental para a Ocidental, o muro constituiu-se como símbolo maior da bipolaridade existente durante a Guerra Fria. De um lado, o mundo capitaneado pelos Estados Unidos, mostrando seu vigor econômico e desenvolvimento tecnológico obtido pelos avanços da eco-nomia de mercado; do outro, a tentativa de um mundo que oferecesse iguais condições aos seus cidadãos que redistribuiu a pouca riqueza gerada nos es-tados socialistas liderados por uma União Soviética cada vez mais autoritária e menos socialista.

O muro, que cercava a cidade de Berlim Ocidental, evidenciava diferentes padrões econômicos, sociais e culturais, que ficaram muito evidentes após sua queda, no dia 9 de novembro de 1989. São vinte anos completados em 2009 de um muro que entrou para a história como marco de um momento que não deixará saudade, nem para os capitalistas ocidentais, e muito menos para os socialistas do oriente.

* Marcelo H. Maestrelli (Morrinho) é professor de Geografia do colégio Interativo

Construção do muro de Berlim, em 1961

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Folha Interativo - ANO I

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a importÂnCia da pesQuisa de opinião• Por Silvia Keller Villas Boas

Hoje, é indiscutível a importância da Pesquisa de Opinião Pública. Ela é uma ferramenta eficaz

para detectar posições e tendências em diversas áreas e segmentos sociais. Quando baseada em dados reais, científicos e fidedignos a pesquisa de opinião se torna um excelente instrumento para identificar problemas e buscar soluções.

Nos dias atuais, por exemplo, é praticamente inviável abrir ou expandir um negócio sem antes fazer uma análise do mercado em que irá atuar e, para isso a PESQUISA DE MERCADO é a prin-cipal ferramenta para se conhecer consumidores, identificar concorrentes para assim desenvolver estratégias que possam garantir o sucesso do negócio.

Para avaliação de administrações públicas, a pesquisa de opinião também tem papel funda-mental, uma vez que levanta os principais problemas e necessidades, falhas e reclamações da população em relação a um determinado governo. Este, por sua vez, direciona sua administração voltada para os principais problemas levantados pela população.

Verifica-se também que está cada vez mais comum utilizar a Pesquisa de Opinião nas disputas eleitorais. Partidos políticos, candidatos e pessoas interessadas e ligadas direta ou indire-tamente buscam cada vez mais a Pesquisa de Opinião como instrumento para direcionar campa-nhas que possam levar a vitória. Embora exista muita controvérsia no que diz respeito à influência do resultado da pesquisa na decisão de voto e se, se pode ou não confiar nelas, o que não se pode negar é que elas têm sim papel fundamental na mudança de estratégias de campanha. Mas, para isso é necessário trabalhar com um Instituto sério, qualificado que forneça dados científicos, pu-nindo empresas não idôneas que fornecem dados fraudulentos, visando algum tipo de vantagem.

A pesquisa de opinião é de fundamental importância, como instrumento para avaliar percepções, crenças, opiniões, atitudes, comportamentos, relacionados às questões sociais, políticas e econô-micas, sempre visando diminuir riscos e maximizar resultados.

Para aqueles que buscam o sucesso, hoje, é imprescindível um relacionamento com o público e a Pesquisa de Opinião é elo perfeito para essa ligação.* A autora é graduada em Ciências Sociais pela UFSCar. Licenciada em Ciências Sociais pela UNESP e

Mestre em Sociologia pela UFSCar E-mail:[email protected]

CroniCa:

• Por Nathã Felipe Bento

No Mundo atual, a propaganda se tornou uma ferramenta para “introduzir” o pro-duto ao consumi-dor, também uma ferramenta, usa-da como arma, para as empresas disputarem entre si, mostrando, assim, a concor-rência entre as mesmas, como uma “guerra fria”, rebaixando o pro-duto alheio e colocando o próprio como melhor, atingindo somente com criatividade - ou não -.

A Propaganda já foi criada nesse intuito, de se auto promover e mostrar que o outro produ-to é inferior ao seu. Hoje em dia, o profissional de propaganda e Marketing conhece o compor-tamento do consumidor com base nos estudos cada vez mais precisos e sofisticados de psico-logia, antropologia, sociologia, economia e de-mografia. É ele que fundamenta o plano de mí-dia que, desse modo, se integra com as ações do marketing e vai da comunicação com o mer-cado até a ambientação do ponto de venda.

O profissional da propaganda deve sempre estar apto a fazer uma propaganda de estourar, atender e seduzir o consumidor, mostrar o “fe-tiche da mercadoria”, como diria Marx, e assim vender e promover-se.

Mas afinal, o que é publicidade?Publicidade é promoção. Publicidade é todo o

poder do produto, com imagem, vídeo, som. O produto, em instantes, pode estar em alto con-sumo, pelo simples fato de uma propaganda, merchandising feito em programa de televisão, cinema ou qualquer outro meio de mídia. É tudo questão de imagem, chegar ao o que o consu-midor quer ver, e vendo logo vai querer ter, é só ter uma imagem certa, um ator ou atriz do momento pode “decidir” um estilo com um pro-duto especifico e assim fazer o produto vender muito, atrair o consumidor a cair na tentação de comprar, criar a ilusão que ele irá se sentir bem com o produto, ou ter uma sensação de que não existe sem o produto - isso é o “fetiche da mer-cadoria” Resumindo, publicidade ou propagan-da é lógica e criatividade.

• Nathã Felipe Bento é aluno do primeiro colegial do colégio Interativo.

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Que tal não sentir dor nenhuma, nunCa mais?

Cláudia R. Kull *Parece tentador, não? Imagine não sentir uma queimadura depois de um

dia de praia; ou mesmo, não sentir cócegas e cãimbras. Muita gente deve estar pensando - seria ótimo! Mas não é!

Existe uma doença genética muito rara, chamada CIPA (sigla para insen-sibilidade congênita à dor com anidrose - em inglês). As pessoas que são acometidas por tal doença podem sentir a pressão, mas não a dor física. Portanto estão mais propensas a se machucarem ou se cortarem sem que percebam.

Então, como funciona não sentir dor? Primeiro, vamos aprender um pou-co mais sobre o sistema nervoso. O sistema nervoso é formado pelo encé-falo (cérebro, cerebelo, bulbo e ponte), nervos cranianos, medula espinhal, nervos espinhais e outras partes, como gânglios e receptores sensoriais. Os nervos são os que carregam as mensagens do corpo à espinha e a espinha leva as mensagens ao cérebro. Se cortar o dedo, os receptores no dedo enviam uma mensagem de dor, através dos nervos, ao cérebro.

Os nervos periféricos são importantes à sensação de dor. Eles terminam nos receptores que sentem o toque, a pressão e a temperatura. Alguns de-les terminam nos nociceptores, que sentem a dor. Os nociceptores enviam mensagens de dor em impulsos elétricos, ao longo dos nervos periféricos, que percorrem a espinha e chegam ao cérebro.

As pessoas com CIPA não possuem inervação na epiderme e nas glân-dulas sudoríparas. Como não existem nervos na pele e nas glândulas su-doríparas, o corpo e o cérebro não conseguem se comunicar, resultando na anidrose (falta de suor).

Mesmo assim, ainda não

parece tão ruim certo? Pois então, vamos entender como é o dia a dia de uma pessoa com CIPA:

Crianças: as crianças aprendem a não tocar em coisas quentes, justamen-te quando se queimam pela primeira vez, e normalmente todas choram quando arra-nham os joelhos, mas uma criança com insensibilidade congênita à dor é diferente. Muitos pais descobrem que seu filho tem essa insensibilidade quando acontece um acidente que deveria fazer a criança chorar e ela não chora. E, como a CIPA é rara, pode ser difícil obter o diag-nóstico logo no início.

A dentição é uma grande barreira a ser superada. Assim como acontece com qualquer bebê na fase inicial da dentição, elas querem morder tudo que vêem. Mas como não sentem dor, acabam não sabendo quando pa-rar. Podem mastigar a ponta língua ou morder os dedos até que sangrem. Os bebês não entendem as ordens, então, não adianta você mandar que eles não mordam com tanta força. Alguns pais acham melhor arrancar os dentes da criança, uma vez que, quando os dentes permanentes nasce-rem, ela já terá idade suficiente para saber quando não morder. Mas a remoção dos dentes pode dificultar a mastigação. Na fase em que outras crianças da mesma idade estão aprendendo a comer alimentos sólidos, as crianças com CIPA estão um passo atrás. Além disso, as pessoas com CIPA geralmente não sentem fome, por isso, comer parece ser uma tarefa desnecessária.

Outras lesões muito comuns são a abrasão corneana e outras lesões sérias no olho. Elas ocorrem quando a criança arranha ou esfrega os olhos com muita força. Algumas precisam usar protetores nos olhos ou medica-

mentos especiais. Também tendem a ter dificuldade em sair das fraldas. Elas não conseguem dizer quando precisam ir ao banheiro e geralmente sofrem de constipação devido à diminuição da mobilidade intestinal, por isso, sair das fraldas pode ser excepcionalmente difícil.

Um dos maiores perigos para uma criança com CIPA é o superaqueci-mento. A letra "A" de CIPA significa anidrose - incapacidade de transpirar. A transpiração é importante porque é uma forma de o corpo regular sua temperatura. Quando o corpo não consegue eliminar o excesso de calor, como em um dia quente de verão ou depois de um exercício, ele supera-quece. Isso pode levar a doenças febris (que ocorrem devido à febre ou superaquecimento) e até mesmo à morte, em casos mais graves.

Também pode quebrar a perna e nunca perceber. Fraturas e queimadu-ras são muito comuns. O problema mais difícil de lidar é a deterioração das articulações. Pessoas com CIPA tendem a sobrecarregar as articula-ções. Quando estamos sentados ou dormindo e nos sentimos desconfor-táveis, normalmente mudamos de posição para acabar com o esforço de uma determinada região do corpo. Uma pessoa com CIPA não fará isso e o desgaste excessivo pode causar inchaço e lesões graves na pelve, joe-lhos e outras articulações. Os portadores de CIPA geralmente sofrem de osteomielite, uma infecção nos ossos que pode resultar na diminuição do funcionamento da articulação ou do membro e até em amputação.

A CIPA é um distúrbio recessivo autossômico. Isso significa que, para al-guém ter CIPA, ela deve receber uma cópia do gene de cada um dos pais. Uma pesquisa indica que uma mutação em um gene que parece controlar o crescimento dos nervos, pode ser a responsável por isso. Atualmente, não existem estatísticas confiáveis sobre a quantidade de pessoas que têm CIPA, mas a condição é muito rara. Ela também não parece afetar mais um sexo do que o outro.

Toda pessoa com CIPA precisa de um plano de cuidado individualizado que a ajude em relação a seus próprios sintomas.

Veja alguns desses cuidados:• uma criança pode usar um protetor para que não arranhe os

olhos;. • os pais podem ensinar a criança a sempre pedir ajuda quando

perceber que há sangue em algum local de seu corpo - ela pode não sentir dor, mas pode aprender a reconhecer o sangue como um sinal de perigo;

• como as pessoas com insensibilidade congênita à dor têm dificul-dade em dizer quando precisam ir ao banheiro, ajustar um timer no relógio de pulso pode ajudar a lembrá-las;

• a terapia física pode auxiliar nos problemas específicos causados pela CIPA, especialmente problemas nas articulações. Pode ser necessá-rio usar uma cadeira de rodas se as articulações se deteriorarem. Também pode precisar de terapia ocupacional para aprender diferentes maneiras de sentar e de fazer outras atividades físicas, para colocar menos força nas articulações;

• as famílias que têm uma criança com CIPA podem achar melhor se mudar para um lugar onde o clima seja mais frio, assim, o risco de su-peraquecimento é menor. É difícil uma pessoa com CIPA fazer exercícios, mas uma atividade como a natação pode ser uma boa idéia;

Depois de tudo isso, acho que você vai pensar duas vezes antes de re-clamar por sentir um ardor após passar o dia todo na praia, não?

Para maiores informações, veja as fontes abaixo:http://www.gift-of-pain.org/ Gift of Pain (em inglês) é um site criado pela

família Gingras, cuja filha Gabby é portadora da CIPA;http://www.helproberto.com/ HelpRoberto.com (em inglês) leva você a

conhecer a vida de um garoto com CIPAO documentário de Melody Gilbert, "Uma vida sem dor", acompanha três

famílias com crianças que apresentam insensibilidade congênita à dor. Está disponível no Netflix (em inglês) ou você pode conferi-lo no site ofi-cial http://saude.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=cipa.htm&url=http://alifewithoutpain.com/ (em inglês).

* a autora é Bióloga e dá aulas de Ciências e de Laboratório.

Page 6: FOLHA INTERATIVO - 4a BIMESTRE 2009

Folha Interativo - ANO I

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Césio 137 – 22 anos no subterrÂneo

13 de setembro de 1987, Goiânia, - Goiás, acontece

o acidente que não marcou somente as vitimas, mais marcou a história de uma cidade.

A curiosidade e falta de informação acabou causando um dos mais graves acidentes brasileiros.

* Por Lucas Penteado Ricci

O equipamento de teleterapia foi abandonado no interior das antigas instalações Instituto Goiano de Radioterapia.

Foi no ferro-velho de Devair que o equipamento foi aberto, contendo clo-reto de césio-137 um dos elementos mais radioativos que emitia um brilho azulado quando estava em local sem luz. Devair ficou encantado com o pó,ele mostrou a descoberta para a mulher Maria Gabriela, que mostrou para familiares e amigos. Pelo fato de absorver a umidade do ar, facilmente o césio aderiu à roupa, pele e utensí-lios, contaminando os alimentos e os organismos internamente.

Os sintomas da contaminação logo aparceram: náuseas, seguidas de tonturas, com vômitos e diarréias. Alarmados os familiares logo procu-raram postos de saúde, e foram encaminhados para hospitais.

Maria Gabriela, esposa do dono do ferro velho, desconfiava que aquele pó que emitia o brilho era o responsável pelos sintomas que ocorriam na sua família. Ela e um empregado do ferro-velho do marido levaram a cáp-sula de césio para a Vigilância Sanitária, onde ainda permaneceu durante dois dias sobre uma cadeira jogada fazendo com que mais pessoas se contaminacem.

Dia 29 de setembro de 1987, foi dado o alerta de contaminação por ma-terial radioativo de milhares de pessoas. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) mandou examinar toda a população da região.Pesquisas afirmam que no total foram 800 pessoas expostas aos efeitos do césio, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Destas, 129 pessoas apresentaram contaminação corporal interna e externa concre-ta, vindo a desenvolver sintomas e foram apenas medicadas. Porém, 49 foram internadas, sendo que 21 precisaram sofrer tratamento intensivo; destas, quatro não resistiram e acabaram morrendo.

Com a contaminação, casas tiveram que ser esvaziadas , pertences ti-veram que ser descartados. Tudo isso foi lacrado, pois permaneceriam perigosos por 180 anos no meio ambiente (meia vida do césio).

Foi criado então em Goiânia, hoje pertencente ao município de Abadia de Goiás, a "montanha" artificial que não possui simplesmente artefatos das vítimas , mas sim uma história, que estará sempre enterrada e guar-dada na memória. Lá, encontra-se também a Associação das Vítimas do césio-137 que é uma organização contra o preconceito sobre as vítimas do caso, hoje administrada pelo irmão de Devair, quem achou a cápsula do césio.

O acidente foi descrito em vários documentários internacionais, além de filmes, programas de televisão e livros e é considerado o mais grave aci-dente radiotivo da história do Brasil.

Para saber mais ou para obter mais informações. O filme Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia.O livro "Goiânia rua 57 o nuclear na terra do sol"

• Lucas Ricci é aluno do primeiro colegial do Colégio Interativo.

Yes, we Can!

Por Gabriela Sanches de Lima

Yes, we can ! Neste ano, fatos inusitados aconteceram em todo mun-do, tanto em aspectos econômicos com a temida crise que ainda hoje assusta muitas pessoas e também em aspectos da saúde mundial com a pandemia da gripe suína, além, é claro, nos aspectos políticos em que o mundo acompanhou de perto um negro ter sido eleito para ser presidente de uma das maiores potências mundiais, o novo “instaurador da paz”, o presidente como Barack Obama.

Com toda movimentação da mídia e das pessoas, até parece que os problemas mundiais como a fome, intolerância religiosa, guerras, miséria, entre outras anomalias sociais estão com os dias contados, pois afinal, Barack Obama, em menos de um ano, de governo já ganhou o prêmio Nobel da paz. Essa notícia gera estranheza, pois ao ligar a televisão em algum telejornal, ou mesmo passando por áreas mais pobres da nossa própria cidade somos bombardeados com todo tipo de notícia que apre-senta exatamente um mundo não pacífico.

Contudo, é totalmente utópico e contraditório pensar que a solução para um mundo ideal esteja concentrada em um homem que tem suas raízes em um berço egoísta como os Estados Unidos, considerado assim por muitos. É triste pensar que, enquanto as pessoas esperam para ver as melhorias feitas por Obama, o ato de esperar não permite com que elas vejam que podem mudar o que elas esperam de Obama. Se moramos em um lugar, em que sofremos consequências pelos atos dos outros, quer dizer que estamos interligados direta ou indiretamente e que o que eu faço pode afetar uma pessoa em qualquer lugar do mundo. Portanto, se almejamos um mundo ideal, aí sim todos nós poderemos repetir o que um dia foi dito por Barack Obama: “Yes, we can!”

* Gabriela é aluna do primeiro ano do Colégio Interativo

Page 7: FOLHA INTERATIVO - 4a BIMESTRE 2009

sites leGaisGalera, o fim do ano se aproxima e vencer o cansaço

é, muitas vezes, sair da rotina. Mas pintura, atualida-des e arte em geral vêm por aí no ENEM e nos novos vestibulares. Então, que tal quebrar os hábitos? Co-nhecendo um pouco mais sobre esses assuntos e ou-tras variedades através da internet. Aproveite as dicas de sites legais desta edição da Folha Interativo.

http://www.pinacoteca.org.brhttp://www.museulinguaportuguesa.org.brhttp://www.masp.art.brhttp://www.arquivoestado.sp.gov.br/revistashttp://www.mixjogos.com.brhttp://www.puxando.com.brhttp://www.humordomo.comhttp://www.amigosdolivro.com.brhttp://letras10.com.brhttp://www.webcine.com.brhttp://memoriaviva.digi.com.br

das palavras* Por Prof. Itapê

- LuizEla chamou, tensa, ansiosa e muito sonolenta. Passara a noite corrigindo redações. Era sua vida, seu ganha pão e o

que mais gostava de fazer. Dona Anita vinha de uma família de professo-res: mãe, irmãos.

Luiz começou, então, a ler o texto para a sala.O cara chegou numa loja que paga por algumas coisas e disse:_ Quero isso que o senhor faz._ Aqui é uma loja de penhor, disse o senhor._ Isso mesmo, então quero penhorar três palavras.Anita lembrou-se da surpresa da noite anterior. Três palavras!Trabalha com as três palavras. Ai palavras, ai palavras. Que estranha potência a vossa. Sois de vento,

ides no vento.E volta à redação.O homem da loja disse:_ Mas nós não penhoramos palavras, só objetos de valor: móveis, jóias,

tapetes. _ Mas elas têm muito valor, disse o cara. _ Então, diga-me quais são as três palavras.O cara inclinou-se sobre o homem da loja e disse no seu ouvido as tais

palavras. Ao ouvi-las ele parou por um instante e pensou, pensou e disse:

_ Ah bom! Se são essas as palavras eu penhoro.

Terminada a leitura da redação, Dona Anita diz:

_ Luiz, por favor, quais são as três palavras?

E ele:

_ Não tem professora!_ Como não tem? Diga, senão você será reprovado!_ Mas não tem.

_ Não tem. A redação termina aí._ Fora! Grita a Dona Anita.

* O autor é professor do Colégio Interativo

Comédia:

os transGêniCos e a Fome mundialeleições 2010

rio 2010

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é nóis na Fotomuitos eventos marCaram o interativo nesses nove meses de 2009 - aulas espeCiais. eXCursões Culturais, aprovações aos montes.......

ConFira alGuns CliQues desses eventos.

Folha Interativo - ANO I

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viXe, Que Xou!Há mais de 30 anos, no CAASO, surgia o Xou Vixe. Um espetáculo de música, poesia, cinema, pintura, teatro que marcou época e até hoje é lem-

brado como muro heróico de resistência à Ditadura Militar. E lá estava o velho professor Antonio de Almeida Júnior, ou simplesmente o Itapê que, ao voltar a São Carlos para trabalhar no colégio Interativo, trouxe de volta a ideia de reunir alunos e professores para realizar um “prata da casa”, um bota-fora de final de ano para celebrar educação e arte em geral. E nessa brincadeira, já estamos na oitava edição do nosso Xou. E esse ano, com espaço e parceiro novos, o Xou aconteceu no último dia 14 na Oficina Cultural Regional “Sérgio Buarque de Holanda” e, pra variar, foi um sucesso. Parabéns aos alunos, pais de alunos, professores e funcionários que participaram de mais esse Xou. E como costuma dizer o professor Itapê, daqui há 92 anos completaremos o centésimo Xou.

veJa alGumas Fotos desses oito anos de Xou viXe

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Folha Interativo - ANO I

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e-mails mais limposUma das coisas que mais se faz na

Internet é ENCAMINHAR E-MAIL. Para que sua mensagem não fique

"SUJA", uma dica simples é deletar os endereços das pessoas de quem você recebeu. Isto ajuda a evitar spam (re-ceber e-mails indesejáveis) e deixa a sua mensagem mais pessoal.

Os programas de envio, geralmente, colocam um sinal de maior (>) em cada linha da mensagem que está sendo encaminhada.

No Outlook Express (um dos progra-mas mais usados), há uma maneira de acabar com isso sem ter trabalho:

Passo 1) Com o programa aberto, clique em FERRAMENTAS, depois em OPÇÕES.

Passo 2) Na janela de opções, clique na guia ENVIAR, e na parte de baixo, na opção FORMATO PARA ENVIO DE MENSAGENS, clique no botão CON-FIGURAÇÕES DE HTML.

Passo 3) Na janelinha que abrir, des-marque a opção RECUAR MENSA-GEM NA RESPOSTA, depois clique em OK.

Passo 4) Agora, clique no botão CONFIGURAÇÕES DE TEXTO SEM FORMATAÇÃO, desmarque a opção RECUAR O TEXTO ORIGINAL COM > AO RESPONDER OU ENCAMINHAR.

Passo 5) Clique em OK em todas as janelas.

Pronto! Dessa forma suas mensagens serão encaminhadas sem essas >>> marcas à esquerda do texto.

login

Folha Interativo - ANO I

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RÁDIO UNIVERSITÁRIAQUEM OUVE GOSTA!

Programas especiais, educativos, muita música, flashbacks, lançamentos, jornalismo, en-tretenimento e muitas promoções!

Tel. 3374-9430E NÃO PERCA! TODO SÁBADO, ÀS 17h O PROGRAMA ALTERNATIVA. A

NOVIDADES, INFORMAÇÃO, VESTIBULARES E ATUALIDADES. SEM-PRE COM MUITO HUMOR! APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES DO

SEBÁ, GLAUCO E ALEX!

poesia:Alguns dizem que a poesia é a forma mais rebuscada, elegante e refinada de linguagem. Nossa educação,

desde o jardim de infância, foi feita em prosa e, talvez daí, advenha a dificuldade de compreensão dessa rica forma de texto.

Minha surpresa foi grande quando a aluna Giovana Placimini me procurou com um calhamaço de poesias próprias com a intenção recitar uma ou duas no Xou Vixe. Imediatamente conversamos e acordamos que ela iria recitar – mais tarde saberíamos que seu namorado seria homenageado também – e resolvemos, por bem, mostrar a todos um pouco do talento dessa garota criativa, motivada e de texto gostos de ler.

Aproveitem seu Lírio Seco de Cômodo Frio, recitada pela autora no VIII Xou Vixe!

lÍrio seCo de Cômodo FrioCuspir de prova envenenada,Rasgar de caminho traçado.

Socorro minhas criollas alforriadas,Não quero tal destino cobrado!

Câncer fatigado de tanto estudar,De conviver e tudo o que faz

Não amar.Renuncio as visões de um futuro escrito,

Durante cinco anos de açãoNão há em mim o riso de um grito,

Não haverá passos, permeia-se um furacão.Ahhhhh!

Que inferno é esse,Barulho indefinido e irracional,

Droga que me mataria se eu vivesse,Entulho desse perigo de esmola funcional.

Borracha em tudo,Nascer de novo ensejo ao futuro,

Racha trovão em raios de tempestade,Aposentadoria de merda paga na escravidão,

Para tê-la na jovialidade do caixão.

Salários, trabalhos, algo mais alfabetizado,Sumario agrário de atalhos fechados,

Tranca, bate, quebra, despedaça essa porta,Ranger, arranhar, perfurar estômago vazio des-

sa morta.Dissecação de minhas tripas me esquarteja

À ferrugem de fuligem de brotoeja.Cerveja causava ânsia em açúcar estragado,

Esse bolor culminou meu sangueAo vapor saboroso do vômito lubrificado.Infância se soprou ao início disparado,

Um sinal tocou e as cadeirasEmpurram camas desocupadas e calejadas.

Paredes um, dois, três, quatro,Miro todas e dois buracos,

Madeira e alumínio,Ferradura ao cadeado desse fascínio

De escarro que corre por chuvaDe chuveiro do céu,

Chaveiro que pinga o pingoDo sino daquele brinco de quartel.

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CINEMANIA

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Charles Spencer Chaplin (1889 – 1977). Ator, diretor, músico, dançarino e roteirista britânico. Fez de seu corpo sua arte. Para ele, o cinema nunca foi mudo, era apenas ausente de palavras, mas nem por isso deixava de se comunicar.

Ao lado, a amizade verdadeira entre o vagabundo e o menino na produção The Kid, de 1921. A imagem seria eternizada e se tornaria quadro obrigatório na história do cinema.

Nesta edição o Cinemania passeia pela história moderna, mergulhando no universo da cidade de Paris, durante a segunda guerra mundial. Adeus Meni-nos narra a história de um padre que tenta proteger meninos judeus da polícia nazista.

Já Na natureza selvagem encanta pela paisagem e busca de auto-conheci-mento na história verídica de um jovem estadunidense que abandona todas as possibilidades financeiras para conhecer o Alaska. A direção é de Sean Penn, então o bom resultado é garantido.

Adeus MeninosDireção de Louis MalleFrança, 1987Duração de 103 minutos

Interior da França, 1944. Em meio à segunda guerra mundial um padre se arrisca para salvar meninos judeus em um colégio quando é denunciado a temida Gestapo, a polícia Alemã. Esse é o enredo de Adeus meninos, uma produção francesa, de 1987, as-sinada pelo genial Louis Malle, o cineasta e cientista social formado pela renomada Sorbonne, que de-pois assinaria o conhecido Perdas e Danos.

O filme, em meio a uma trilha sonora angustiante e tocante de piano, descreve a face rotineira da segunda guerra mundial. Com atmosfera sombria e cor acinzen-tada e chuvosa, destaca a atitude das pessoas que precisavam levar suas vidas adiante após cinco anos de guer-ra.

Adeus meninos foi aclamado por crítica e público e emociona durante todo o tempo. Boa pedida para comemorar o ano da França no Brasil conhecendo um pouco mais do cinema francês.

conjunta de Inglaterra/EUA/Austrália e Japão. Simplesmente imperdível!

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Na Natureza Selvagem

Comovente. É assim que pode ser descrita a estória verídica de Chris-topher McCandless, um jovem que abandona os estudos e um bom em-prego para mergulhar na natureza e se auto-conhecer. A busca por auto-conhecimento através da minimiza-ção das próprias necessidades nos leva de volta a Waldem, livro do escri-tor Henry David Thoreau.

Com direção de Sean Penn, que mais uma vez, dá status de arte a um filme, essa produção estadunidense de 2007 nos brinda com maravilhosa trilha sonora, escrita especialmente por Ed Weder, do grupo Pearl Jam.

A fotografia também é destaque no filme, com imagens surreais das mon-tanhas e da fauna do Alaska. Simples-mente imperdível!

imaGem do Cinema

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ça saiba o que você considera benéfico ou importante. Pode-se ler com ela, por exemplo, uma versão do Dom Quixote para crianças, histórias de aventuras ou lendas de sua cidade ou país. Qualquer assunto pode ser bom para que você e seu filho passem alguns momentos juntos. Tal-vez a hora mais adequada para ler para ele seja antes de deitar-se. É importante respeitar o horário escolhido para formar o hábito. Se houver filhos de várias idades, é uma boa ideia escolher livros sobre mitos e len-das, ou talvez algum livro de aventuras, como os de Júlio Verne. Embora seja aconselhável que os pais escolham os livros, não se deve forçar as crianças a lerem o que não querem. Algumas crianças, desde cedo, se sentem inclinadas a ler autores clássicos, embora em adaptações infan-tis, ao passo que outras resistem a esse tipo de livros.

É importante que os pais participem com as crianças e, principalmente, que lhes deem o exemplo. As crianças cujos pais leem certamente tam-bém o farão. Uma boa ideia é dar livros de presente no Natal e nos ani-versários e possuir uma biblioteca aberta a todos os membros da família. Há uma grande diferença entre ler porque a leitura é obrigatória para o estudo e ler por prazer ou educação. É importante estimular a leitura na criança como uma experiência valiosa e prazerosa. Isso será uma gran-de fonte de satisfação tanto para as crianças quanto para os adultos que as acompanharem nesta aventura.

* A autora é bibliotecária do Colégio Interativo São Carlos.

Miniatura de Ziraldo e seu Menino Maluquinho

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o hÁbito da leitura: por Que lemos Cada vez menos?

* Por Regina Maura

Segue algumas informações sobre o hábito da leitu-ra:

Os primeiros livros - É aconselhável dar ao pequeno leitor livros sim-ples e curtos. As crianças que são resistentes à leitura costumam contar as páginas de um livro e desanimam ao pensar que a leitura pode lhes tomar muito tempo. Os livros ilustrados ajudam muito a atrair o interesse imediato da criança.

Bibliotecas e feiras de livros - As bibliotecas desempenham um papel importante no interesse das crianças e jovens pela leitura. Em alguns países, as bibliotecas têm grandes seções dedicadas à literatura infantil, com móveis especialmente desenhados e estantes com altura adequa-da, permitindo que as crianças escolham livremente o livro que desejam. Em outros países, as bibliotecas não contam com as mesmas facilida-des e dificilmente uma criança se sentirá motivada a ler. Apesar disso, é importante que as crianças saibam para que serve uma biblioteca e, se possível, que estejam inscritas numa biblioteca próxima de casa.

Ajude seu filho a formar sua própria biblioteca - É uma boa ideia esti-mular as crianças a formarem suas próprias bibliotecas - que podem ser compartilhadas com seus irmãos e amigos - e a colaborar, sempre que possível, com a biblioteca da escola. Comentar uma determinada leitura com outras crianças pode ser uma atividade interessante, da qual podem surgir novos interesses que levem, por sua vez, a novas leituras. Alguns pais acham positivo ler os mesmos livros que seus filhos e comentá-los com eles. Isso não apenas estimula a criança a ler, como também esti-mula a comunicação entre pais e filhos.

Procure fazer com que a criança acumule experiências que a motivem a ler - Ajudar a criança a acumular experiências relacionadas à leitura a motivará a seguir em frente. Se, num programa de televisão, um livro famoso é mencionado, por exemplo, A pequena sereia, seria interessante dar-lhe de presente esse livro de Hans Christian Andersen.

Devemos nos lembrar que não existem apenas livros de literatura. É im-portante que a criança conheça, desde pequena, a variedade de gêneros disponíveis. Alguns livros de história para crianças (sobre os egípcios, os gregos e os romanos, por exemplo) podem ser muito didáticos - se elabo-rados com parágrafos curtos e muito bem ilustrados. O mesmo acontece com alguns livros sobre ciência, que incluem experiências ou atividades. Esse tipo de leitura pode despertar o interesse das crianças por assuntos antes desconhecidos e que podem ser aproveitados na escola.

Leia para seu filho - A leitura em voz alta pode ser muito importante para motivar seu filho. Além disso, é uma oportunidade para que a crian-

diCa do JornalAconteceu no SESC – São Carlos a

exposição “Gigantes em Pílulas”. O ar-tista carioca Zé Andrade trouxe a São Carlos miniaturas de grandes nomes da literatura, música e pintura esculpi-dos em argila em tamanho não maior que dez centímetros. Os visitantes re-cebiam uma lupa na entrada da expo-sição para apreciar melhor os detalhes de cada uma das belas peças criadas pelo artista à semelhança de grandes nomes da arte no Brasil. Destaques para Raul Seixas, Freud, Gandhi, Ma-chado de Assis, Tom Jobim (com cha-ruto e tudo) e Vinicius de Moraes (com copo de uísque e tudo)

E o mais legal – e aí vai a dica - é que tais esculturas podem ser compradas através do site do artista: zeandra-de.com. Um presentão.

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bullYinG: esCola e pais atentos!

“Bullying é um termo inglês, nessa língua bully significa valentão, brigão. O primeiro a relacionar esse termo às agressões sofridas por estudantes foi Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen na Noruega.”

Apelidação, preconceito, exclusão e até certa maldade! Todos esses termos fazem parte de um conceito antigo, mas que ganha, nos dias atuais, nova aten-ção dos pesquisadores, abre precedentes para debates, artigos e filmes, além de nova terminologia, importada da língua inglesa. É o bullying, muito presente dentro da escola. Para falar sobre o assunto tão polêmico, o jornal Folha interati-vo buscou ajuda de duas especialistas da Universidade Federal de São Carlos.

Ana Carina Stelko-Pereira é mestre em Educação Especial e doutoranda em psicologia e trabalha atualmente no Laprev, Laboratório de prevenção da Violên-cia, da UFSCar. Bruna Garcia Forli é graduanda do sexto semestre em Psicolo-gia pela UFSCar e também pesquisadora do Laprev. Juntas, as pesquisadores descrevem o que é, como identificar e combater e as principais características do bullying.

O que é o bullying? Sua prática é recente?Bullying é uma categoria específica de violência, está conectado a todas as

circunstâncias em que uma criança ou estudante é exposto repetidamente, e por um longo período de tempo, a ações negativas intencionais contra ela. Observa-se que esse termo é usado para definir violência entre pares, ou seja, não se pode denominar bullying atritos entre aluno e professor. Violência física, verbal e psicológica entre alunos sempre existiram, o que ocorre é que atualmente se dá mais atenção ao problema, por se saber das consequências negativas do mesmo.

Quando o termo foi usado pela primeira vez? Bullying é um termo inglês, nessa língua bully significa valentão, brigão. O

primeiro a relacionar esse termo às agressões sofridas por estudantes foi Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen na Noruega. Seus primeiros estudos tratavam da tendência suicida entre adolescentes. Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de violência por estudan-tes.

Bullying é um tipo de agressão característica da escola ou não?No Brasil, tem sido utilizado o termo principalmente para situações escolares,

porém também pode ocorrer bullying entre crianças e adolescentes que convi-vem em clubes, encontros de igrejas e festas de família. Além disso, profissio-nais podem sofrer bullying por seus colegas de trabalho em uma empresa.

Há diferença entre bullying e violência escolar? Qual?Sim, bullying é uma categoria específica de violência escolar, em que deve ha-

ver violência entre iguais (aluno-aluno) e de modo repetido a um mesmo aluno. Já a violência escolar é qualquer evento violento na escola, mesmo que não seja

entre alunos e que ocorre várias vezes. Alguns tipos de violência escolar são: agressões físicas e verbais entre estudantes, entre funcionários, entre funcioná-rios e estudantes, bem como entre pais e estudantes (que não os filhos destes) e pais e funcionários. Além disso, há a violência contra o patrimônio ou material que envolve atos como roubar ou quebrar materiais da instituição escolar ou de pessoas da escola. A violência escolar está relacionada a abuso de bebidas alcoólicas e drogas dentro da escola, a existência de gangues nesta e ao porte de armas por alunos.

Todo jovem pratica bullying e/ou já foi vitima de bullying em algum momento da vida?

Não necessariamente, ter sido vítima ou autor de bullying não é pré-requisito para ser jovem. Contudo, estudos indicam que a incidência do fenômeno tem aumentado nas escolas com os anos, sendo assim, podemos considerar que em algum momento da vida os jovens devem pelo menos ter presenciado algum episódio de bullying, mesmo que apenas como testemunha.

Quais os tipos de bullying? Qual o mais sério? Por quê?O bullying pode ser de ordem física, psicológica ou sexual. Como por exem-

plo, ataques físicos repetidos contra uma pessoa: chutes, socos, beliscões, etc. Insultar a vítima, fazer acusações, espalhar rumores, fazer ameaças e comen-tários depreciativos sobre a pessoa – aparência pessoal, religião, orientação sexual, etc.

Interferir com pertences de uma pessoa, danificando ou furtando. Abusar se-xualmente, insinuar e assediar. Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying, usando e-mails, telefones celulares, mensagens, fotos digitais e sites pessoais difamatórios.

Todos os tipos de bullying são sérios, visto que todos podem causar graves consequências tanto para a integridade física como para a psicológica da vítima e também para o autor de bullying.

Que tipo de consequências o bullying pode causar na vitima?Para a vítima de bullying, as consequências podem ser depressão, abuso de

drogas, de álcool e suicídio. Há redução da auto-estima, dificuldade de relacio-namento social, diminuição do rendimento escolar, medo de ir à escola e atos de violência contra a escola, como vandalismo.

Para os autores de bullying, há maior chance de sofrerem retaliações por parte das vítimas, abusarem de drogas, portarem armas, repetirem de ano, desisti-rem de estudar, se envolver com problemas com a justiça, serem excluídos por pessoas não agressivas, bem como tem maior chance de no futuro se tornar violento com parceiros amorosos e filhos.

As testemunhas podem se sentir culpadas por terem assistido à violência a colegas, podem desenvolver depressão e medo de ir a escola e ser a próxima vítima. Podem também se tornar agressivas a fim de ser aceita pelos autores de bullying.

Quem pratica o bullying em geral é consciente desses males ou bullying é comum entre os jovens?

O bullying pode começar com uma pequena brincadeira e ir aumentando em frequência e gravidade. O autor de bullying, em geral, sabe descrever as ações que tem diante de um determinado aluno, mas não exatamente o motivo para tal, todos os efeitos que causa a vítima e os riscos envolvidos com seus com-portamentos agressivos. Além disso, é comum um grupo de alunos ser autor de bullying a um único aluno, de modo que cada autor acredite que seu pequeno ato não tem muita consequência para a vítima. Porém, as pequenas agressões são extremamente prejudiciais.

Que atitudes podem ser tomadas pelas autoridades instituídas na tentativa de minimizar ou diminuir o bullying? E pela família?

Dar atenção permanente ao tema e intervir tão logo seja identificada a existên-cia de bullying são primordiais. Também é preciso que professores, alunos, pais e funcionários se comprometam e cooperem.

Para as escolas:É importante o desenvolvimento de uma política anti-bullying, em que haja

regras e expectativas explícitas quanto ao comportamento dos alunos e as pro-vidências que serão realizadas quando estas não forem cumpridas e tal política deve ser de conhecimento de todos e de preferência por meio de atividades lúdicas com alunos, pais e funcionários.

Deve-se promover debates sobre o tema, estimular os estudantes a fazer pesquisas sobre bullying, divulgar informações que fiquem acessíveis sobre o assunto, fazer com que os alunos sejam agentes diretos do programa contra o bullying, tanto estabelecendo regras como procurando soluções, procurar lidar diretamente com o ocorrido conversando com os autores e vítimas.

Ana Carina Stelko-Pereira

Bruna Garcia Forli

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Faça parte da evolução Nesta última edição do ano da Folha Interativo, eu não poderia deixar de

mencionar o belo trabalho apresentado pela equipe Katakumb na Interafec ocorrida no mês de outubro passado. O tema escolhido, arqueologia, foi bri-lhante e os alunos demonstraram um grande esforço em aprender e transmitir os conhecimentos relacionados a esse fascinante tema das ciências naturais. Não venceram a competição, mas foi show de bola!

E foi justamente o trabalho desses competentes alunos que me inspirou a escrever o tema desta edição. Estamos comemorando neste ano de 2009, cento e cinquenta anos da mais brilhante obra da biologia, escrita ainda no século 19, e que até hoje norteiam os estudos sobre a evolução da vida na Terra. Em 1859, o naturalista inglês Charles Darwin publi-cava “A origem das espécies”. Aliás, senão a única, uma das poucas teorias publicadas naquele século que não foi substituída por nenhuma outra mais moderna, sendo, portanto, plenamente válida e aceita nos dias de hoje.

A bordo do navio da mari- nha inglesa, Beagle, par-tiu rumo à América do Sul cheio de ideias, decidido a estudar espécies animais nos vários lugares onde o Beagle parava. Ao chegar à costa do Chile, Darwin foi logo explorar as montanhas dos Andes que separam esse país da Argentina. E qual não foi sua surpresa quando ele descobriu que os animais de cada lado da cordilheira, do argentino e do chileno, eram muito diferentes uns dos outros. Mas como isso era possí-vel? Afinal, os animais deve- riam ter continuado a ser os mesmos depois que as montanhas apareceram e os separaram, certo? A única explicação para as diferenças era que as es- pécies dos dois lados da cordilheira haviam se trans- formado com o tempo. Darwin concluiu que, com o passar do tempo, os animais sofreram transfor- mações inesperadas, que hoje chamamos de mutações. Em raríssimos casos essas mutações podem ajudar a espécie a sobreviver.

Esse processo, nada mais é o que chamamos de “seleção natural”: todas as formas de vida têm um ancestral comum e, mediante um processo que “seleciona” naturalmente as característi-cas importantes para a sobrevivência, cada espécie, inclusive a humana, gradualmente se adap-ta ao seu meio em mudança, e é a ideia mais importante da teoria de Darwin sobre a evolução dos animais.

Havia, entretanto, a necessidade de comprovações fósseis para os aspectos biológicos de uma teoria tão revolucionária como a da evolução. Era preciso haver primeiro provas de que decorrera “tempo” suficiente para que ela acontecesse.

Daí, a importância crucial da arqueologia!Nem tudo foram flores. Quando Darwin propôs sua teoria, a maioria das pessoas acreditava

que todos os seres vivos haviam sido criados por Deus e sobrevivido na arca de Noé, conforme está escrito na Bíblia. Você pode imaginar o choque geral. Charles Darwin foi alvo de inúmeras chacotas e gozações após a publicação de seu livro, hoje mais conhecido, pois a discussão entre evolucionistas e seus críticos invariavelmente envolvia a noção de que os macacos teriam sido nossos ancestrais... Ainda que Darwin não tenha escrito uma única linha sequer, em seu livro, que o ser humano descendia dos macacos!

A ideia de uma ascendência simiesca repugnava praticamente todos. Talvez elas tivessem ver-gonha de ser “parentes” dos macacos. Eu, de minha parte, acho que basta olharmos no espelho. Qualquer semelhança não é mera coincidência!

Reginaldo NanniLicenciado em Ciências Exatas – Hab. Química e Física

Universidade de São Paulo – USP São Carlos([email protected])

Adicionalmente, os funcionários devem ser acessí-veis aos alunos emocionalmente e serem confiáveis, para que eles possam contar quando são vítimas ou testemunhas.

Outra intervenção necessária é o treinamento de habilidades sociais dos alunos, as quais envolvam um maior preparo dos estudantes para: evitar situa-ções de violência, controlar emoções negativas, dis-cordar do emprego de agressividade por colegas e resolver conflitos pacificamente, o que deve ser feito com o auxílio de um psicólogo.

Para os pais: Os pais devem ser avisados. Quando os alunos

são vítima deve-se buscar que reflitam como promo-ver habilidades de proteção não violentas aos filhos, deve-se buscar diminuir o efeito da violência sofrida, dando mais atenção, afeto e suporte ao filho. Quan-do os alunos são autores os pais devem avaliar se não estão dando exemplo de atitudes agressivas em casa, se estão afetivamente disponíveis ao filho e devem buscar ensiná-lo a dialogar para resolver problemas e devem ensinar regras morais e limites. Agredir o aluno para ensiná-lo a não ser agressivo não é adequado!

De modo geral, cabe aos pais dar atenção aos filhos e manter um diálogo aberto com ele sobre bullying, levando o assunto a sério e não minimizar o ocorrido. Não agir sozinho, procurar ajuda em caso de dúvidas e contatar a escola para contar o que está acontecendo. Não achar que o que o filho está passando faz parte de uma fase normal, não atribuir lhes atribuir culpa pelo o que esta acontecendo, seja enquanto vítima ou enquanto autor.

Para terminar, por favor, mencionem algumas obras: livros e/ou filmes que abordem o bullying e possam ajudar a combatê-lo.

Site “observatório da infância” www.observatorio-dainfancia.com.br

Livro: Bullying Escolar e Bullying e Desrespeito: Como Acabar com Essa Cultura na Escola da autora Cléo Fante.

“Diga não para o bullying - programa de redução do comportamento agressivo entre estudantes”-Ara-mis Lopes Neto e Lúcia Helena Saavedra.

Documentário : “Tiros em Columbine” do cineasta Michael Moore.

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o dia 19 de novembro é o dia mundial para a prevençao dos maus-tratos inFantis.

mas um dia só não é suFiCiente.para uma prevenção eFetiva vamos Juntos

atuar todos os dias do ano.* Por Sabrina Mazo D’Affonseca

O que são maus-tratos infantis?“O abuso ou os maus-tratos con-

tra crianças engloba toda forma de maus-tratos físicos e/ou emocional, abuso sexual, abandono ou trato ne-gligente, exploração comercial ou ou-tro tipo, do qual resulte um dano real ou potencial para a saúde, a sobrevi-vência, o desenvolvimento ou a digni-dade da criança no contexto de uma relação de responsabilidade, confian-ça ou poder” (Organização Mundial de Saúde, 2002).

Quais os sinais relacionados aos maus-tratos?

- Problemas escolares/ Mudança no rendimento acadêmico

- Retraimento e/ou isolamento- Transtornos alimentares (anorexia

e/ou bulimia)- Sentimento de vergonha e/ou culpa- Autoconceito negativo- Tentativa e/ou comportamento suicida- Raiva e/ou hostilidade - Ansiedade- Baixa auto-estima- Medos- Pesadelos e dificuldades para dormir- Hipervigilância - Fuga de casa- Evitação a determinadas pessoas e lugares- Comportamento regressivo- Roupas inadequadas para o climaPor que um dia para prevenir os maus-tratos infantis?Os maus-tratos infantis é um problema grave que afeta as crianças de

todas as culturas, raça, etnia etc., exigindo que toda a sociedade se mo-bilize para compreender o fenômeno e ajudar a preveni-lo.

Com o intuito de mobilizar o governo e organizações da sociedade civil a terem um papel mais ativo na promoção e no respeito aos direitos da criança (artigos 19 e 34* da Convenção dos Direitos da Criança), e para contribuir para a prevenção dos maus-tratos infantis, a WWSF (Women’s World Summit Foundantion) localizado em Genebra, Suíça, lançou em 2000 o Dia Mundial de Prevenção dos Maus-Tratos Infantis a ser come-morado no dia 19 de novembro em sinergia com o aniversário do Dia In-ternacional dos Direitos da Criança (20 Novembro) cujo objetivo consiste em ser um ponto de convergência em torno da questão do abuso infantil e da necessidade urgente de programas de prevenção eficazes.

Para que o Dia se tornasse uma ação global, em 2001 a WWSF lançou uma coalizão de ONGs internacionais para que o dia 19 fosse marcado com eventos e atividades que se focassem na conscientização e na prevenção dos maus-tratos infantis.

Em 2009, 786 Organizações de mais de 127 países (ver figura abaixo) estarão unidas para comemorar o Dia 19 de Novembro e lutar para a prevenção dos maus-tratos infantis. Em São Carlos, o Laboratório de Análise e Prevenção de Violência (http://www.laprev.ufscar.br) estará realizando atividades na cidade para a conscientização e prevenção do fenômeno.

Onde fazer denúncias ou obter ajuda:SOS Criança – 0800-990500Disque 100: Disque denúncia para o combate contra a violência e o

abuso sexual de crianças e adolescentes.Conselho Tutelar de sua cidade. Em São Carlos: Rua Marechal Deodoro, 2477, Centro (16) 3371-3930 / 3372-4295

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